Dependendo do comportamento do réu Bolsonaro, poderá ser preso. Ele estará cara a cara com Alexandre de Moraes.
Assista:
Dependendo do comportamento do réu Bolsonaro, poderá ser preso. Ele estará cara a cara com Alexandre de Moraes.
Assista:
Mauro Cid, em restrito cumprimento do dever de delator iniludível, foi curto e grosso; Bolsonaro não só teve acesso à minuta do golpe, como manipulou para dar acabamento final na sentença golpista contra o próprio Moraes.
O tempo todo, Bolsonaro chamou de piada a minuta querendo, com isso, distanciar-se da prova com mais relevo para sua condenação como comandante supremo das forças golpistas.
Não tem escapismo possível diante da declaração contumaz de Mauro Cid.
Foi como Moraes entregar a corda para Mauro Cid que fez o laço e colocou no pescoço do infeliz.
Tudo feito de forma pública, ao vivo e a cores, para todo o planeta via web.
O acabamento da carta golpista teve sim o chamegão de Bolsonaro.
Cid foi mais contundente hoje do que ontem.
A parte mais criminosa da minuta não foi escrita por punho alheio,
o próprio Bolsonaro é quem fez uni-duni-tê com as cabeças que listavam o documento.
O nome de Moraes fez Bolsonaro babar de ódio e sentenciou quem, agora, vai lhe sentenciar a décadas de cadeia comum em Bangu ou na Papuda.
Ou seja, Bolsonaro escreveu de próprio punho a sua sentença.
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“O senhor tem quarta-feira para tomar um belo brunch”, disse Moraes em resposta ao pedido do advogado Matheus Milanez.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu nesta segunda-feira (9/6) dois réus na ação penal que investiga uma suposta trama golpista para reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foram interrogados o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e o deputado federal Alexandre Ramagem.
Ao final da sessão, um pedido inusitado do advogado do general Augusto Heleno, Matheus Milanez, tirou risos do ministro Alexandre de Moraes.
Confira o momento:
Advogado de Heleno: “Motivo da minha intervenção é bem pontual. São quase 20 horas da noite, audiência amanhã se inicia às 9 horas. Considerando que temos que chegar meia hora antes, nós viemos em um carro, eu tenho que levar o general para casa, preciso ir para minha casa. Minimamente eu quero jantar excelência. Eu só tomei café da manhã.”
Advogado de Heleno: ”Eu ia pedir a gentileza, rogo a esta turma, por favor, se tem como colocar um pouco mais tarde amanhã.”
Moraes: ”Doutor, vamos ver se terminamos amanhã. Daí o senhor tem quarta-feira para tomar um belo brunch, na quinta-feira um jantar, que é Dia dos Namorados. E ,na sexta, Dia de Santo Antônio, vai comemorar numa quermesse. Se a gente começa a atrasar a gente não acaba. Dá tempo, o general Heleno vai pedir para o senhor dar uma acelerada no carro. Só não vai ser multado doutor”, brincou Moraes.
*Metrópoles
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O tenente-coronel do Exército Mauro Cid (à esquerda na foto) confirmou nesta segunda-feira (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu o monitoramento da rotina do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).Cid confirma que Bolsonaro pediu monitoramento de Alexandre de Moraes 1Cid confirma que Bolsonaro pediu monitoramento de Alexandre de Moraes 2
Segundo Cid, o pedido foi feito no final do mandato de Bolsonaro para verificar se Moraes teria se encontrado com o então vice-presidente da República, Hamilton Mourão.
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Cid foi primeiro foi o primeiro réu do Núcleo 1 da trama golpista a ser interrogado por Alexandre de Moraes, relator da ação penal do golpe. O militar também está na condição de delator nas investigações.
De acordo com o militar, “era comum” o ex-presidente fazer pedidos de monitoramento de quem considerava um adversário político. Cid disse que a ordem foi repassada ao coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro e que também é réu nas investigações da trama golpista.
“Por várias vezes, o presidente recebia algumas informações de que aliados políticos estariam se encontrando com adversários políticos. Então, foi comum a gente verificar se isso era verdade ou não. Não tinha nenhuma análise de inteligência. A gente perguntava para a Força Aérea ou via a agenda do ministro”, afirmou.
No início do interrogatório, Mauro Cid também confirmou que Bolsonaro tinha conhecimento sobre a minuta de golpe para estabelecer medida de estado de sítio para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.
De hoje até sexta-feira (13), Alexandre de Moraes vai interrogar presencialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e mais seis réus acusados de participarem do “núcleo crucial” de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.
Confira a ordem dos depoimentos:
*André Richter – Repórter da Agência Brasil
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STF iniciou o interrogatório dos oito acusados do ‘núcleo 1’ da tentativa de golpe de Estado em 2022.
O Supremo Tribunal Federal (STF) começou hoje, 9 de outubro, o interrogatório dos oito denunciados por tentativa de golpe de Estado em 2022, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou este grupo como parte do “núcleo crucial” da organização criminosa que buscou a ruptura democrática.
As sessões no STF estão programadas de segunda a sexta-feira.O primeiro a ser interrogado foi Mauro Cid, que firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Após ele, os outros réus, incluindo Bolsonaro, serão ouvidos em ordem alfabética: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
Os depoimentos são transmitidos ao vivo, podendo ser registrados apenas pelas câmeras do STF, diferentemente das oitivas de testemunhas que não permitiam gravação. Bolsonaro e os demais réus enfrentam acusações por suposta liderança de um plano que visava impedir a posse de Lula à presidência.
As principais alegações contra Bolsonaro envolvem a elaboração de minutas de decreto e tentativas de buscar apoio dos líderes das Forças Armadas para ações golpistas. Todos respondem por crimes como golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.
Além disso, os eventos de 8 de janeiro de 2023, em que apoiadores de Bolsonaro invadiram os prédios dos Três Poderes, estão relacionados às ações dos acusados.
Durante a sessão, um dos momentos destacados foi o cumprimento entre Jair Bolsonaro e Mauro Cid antes dos depoimentos. Cid confirmou a veracidade das acusações da PGR e declarou que presenciou muitos fatos, mas não participou diretamente deles.
Ele também confirmou a existência da minuta golpista e afirmou que Bolsonaro a modificou, retirando referências à prisão de outras autoridades, alegando que “somente o senhor ficaria preso”.
Ainda em seu depoimento, Cid mencionou um documento do major Rafael de Oliveira que previa o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes. Ele revelou que tomou conhecimento por meio da imprensa sobre um suposto plano para assassinar Moraes e outras autoridades, denominado de Punhal Verde e Amarelo. Essas revelações estão no centro das investigações que buscam esclarecer as intenções dos réus e a extensão de sua participação nas atividades ilegais.
O tenente-coronel Mauro Cid declarou que os acampamentos golpistas em frente aos quartéis tinham o “apoio tácito” do Exército, sendo financiados por empresários do agronegócio. Ele afirmou que Jair Bolsonaro havia articulado com os comandantes militares a publicação de notas que legitimavam a permanência dos manifestantes nas portas das unidades, com a intenção de oferecer “esperança” aos acampados enquanto buscavam apoio para um golpe.
Cid mencionou que os empresários do agro eram responsáveis por manter a estrutura dos acampamentos, especialmente em Brasília, custeando alimentação e logística.
Cid afirmou que havia uma “pressão grande” para trocar o comando do Exército para que militares pudessem agir. Ele sugeriu que uma alternativa seria a troca de comandantes para que o próximo assinasse um decreto mais rígido, no contexto de pressionar o presidente para que ele determinasse um estado de sítio ou defesa, embora não soubesse qual decreto exato deveria ser assinado.
Além disso, Cid confirmou na presença do ex-presidente e de outros réus da tentativa de golpe que o general Walter Braga Netto entregou dinheiro vivo para custear as ações dos chamados “kids pretos”, um termo usado para se referir aos militares da força de elite do Exército. Ele afirmou que o general trouxe uma quantia em dinheiro que, embora ele não conseguisse precisar, não era inferior a R$ 100 mil, dado seu volume.
O tenente-coronel relatou uma “conversa informal” que teve com o general Estevam Cals Theóphilo logo após este se encontrar com Bolsonaro. Segundo Cid, o general teria lhe dito que o Exército atuaria se Bolsonaro assinasse a minuta de decreto golpista.
Quando questionado sobre a frequência de discussões sobre intervenção militar nas reuniões mensais das forças especiais, Cid admitiu que sua participação era limitada a uma ou duas ocasiões, descrevendo essas reuniões mais como encontros recreativos em restaurantes ou churrascos do que como discussões sérias sobre intervenção militar.
Ele observou que esse tema ganhou mais relevância após o segundo turno das eleições, enquanto antes disso as Forças Armadas não demonstravam interesse pelo assunto.As declarações de Cid revelam um ambiente de conivência e articulação entre setores militares e empresários em torno de um potencial golpe, além de estratégias para mobilizar e sustentar os manifestantes que se opuseram ao resultado das eleições.
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Não existe imagem mais explicitamente representativa do “combate à corrupção” nesse país.
É verdade que, ao lado ou acima de Cunha, deveriam estar nessa foto histórica, Moro e Dallagnol.
Os dois maiores “paladinos do combate à corrupção” que, confessadamente, meteram a mão em R$ 2,5 bilhões da Petrobras e tiveram que devolver aos cofres públicos via STF, mais precisamente a Alexandre Moraes. Eles merecem esse galhardão.
Mas mesmo com esse desfalque, o escrete de escroques mais destacados da picaretagem nacional está estampado para a eternidade na foto em destaque com o insuspeito Eduardo Cunha que posa com uma faixa contra a corrupção.
Nem o mais brutal encontro dos ventos utilizado para descrever um fenômeno meteorológico relacionado à topografia de uma falange da mais criminosa espécie, consignaria tal paisagem degradada da política nacional.
Esse é o tal “núcleo conservador” que operou com outros cangaços para golpear Dilma e, mais tarde, surfar na agenda fascista de Bolsonaro que se destaca na foto.
Essa aglomeração de corruptos dá caldo para inúmeras interpretações sobre a “moral” vigente nesse país.
Por isso não se afere moral pelo termômetro dos imorais. Não há qualquer vínculo com a ética pública aqui.
Tudo nessa imagem histórica fede a esgoto a céu aberto.
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No perrengue da prisão, tudo vira reflexão.
Se Carla Zambelli for realmente presa, se sentirá traída por Bolsonaro e pode barganhar com o sistema de justiça uma delação premiada.
Barganhando, tem que apresentar resultados concretos e ninguém duvida que ela conhece bem as entranhas inconfessáveis do gabinete presidencial do governo Bolsonaro.
Zambelli, como delatora, pode ser pior que Mauro Cid para Bolsonaro e afins.
Não foi a própria que levou o hacker de Araraquara, Walter Delgatti Neto, no gabinete do Bolsonaro para mostrar suas habilidades como tal?
O próprio Delgatti afirmou que, em 10 de agosto de 2022, encontrou-se com Bolsonaro para discutir a segurança das urnas eletrônicas do Brasil.
Bolsonaro teria perguntado se Delgatti, como o acesso ao código-fonte das urnas, poderia hackeá-las para expor vulnerabilidades, com o objetivo de questionar a integridade das eleições de 2022.
Delgatti disse que isso não era viável, pois o código-fonte estava offline no Tribunal Superior Eleitoral.
Lógico que existe muito mais histórias bizonhas no radar de Zambelli contra Bolsonaro.
Zambelli tem conhecimento sobre as estratégias de comunicação utilizadas por Bolsonaro, incluindo o uso de redes sociais para disseminar mentiras, informações manipuladas do gabinete do ódio que Bolsonaro usou pra mobilizar apoio.
Se Alexandre de Moraes adicionar uma delação de Zambelli contra Bolsonaro, 40 anos de cadeia será pouco para o sacripanta.
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O Sistema Único de Saúde (SUS) é, reconhecidamente, uma das maiores conquistas sociais do povo brasileiro.
Fundado sobre os princípios da universalidade, integralidade e equidade, o SUS nasceu para garantir que todos tenham acesso à saúde, independentemente de classe, renda ou região.
Contudo, nas últimas décadas – e especialmente nos anos mais recentes – assistimos a um processo de erosão silenciosa (e, por vezes, explícita) desses princípios, colocando em risco o seu caráter essencialmente público, o que afeta, a meu ver, como tento explicitar, a universalidade.
A ameaça não é apenas retórica: ela se materializa em propostas legislativas, regulamentações e práticas institucionais que, sob o argumento da eficiência ou do ajuste fiscal, promovem a transição de um SUS universal para um SUS restrito – destinado, cada vez mais, apenas à população pobre.
DUALIDADE HISTÓRICA E AVANÇO DO PRIVADO
Como já demonstrado por estudiosos como Telma Menicucci, a dualidade entre público e privado na saúde brasileira não é fruto do acaso, mas resultado de décadas de políticas de incentivo ao setor privado com recursos públicos.
O Estado brasileiro, desde os anos 1960, vem subsidiando a expansão dos planos de saúde, seja por meio de incentivos fiscais, compras governamentais ou isenções tributárias.
O resultado é um sistema segmentado: de um lado, o SUS, sobrecarregado, subfinanciado e responsável pelos casos mais graves e complexos e por 75% da população; de outro, um setor privado voltado à população de maior poder aquisitivo, que absorve recursos públicos e lucra com a precarização do sistema público.
Essa lógica se aprofunda com propostas como os chamados “planos minimalistas”, que oferecem apenas consultas e exames eletivos, sem cobertura para urgências, emergências ou terapias.
Tais planos empurram para o SUS a responsabilidade de atender os casos mais caros e complexos, ao mesmo tempo em que atraem, por preços baixos, uma população vulnerável que, diante das dificuldades de acesso no SUS, vê nesses produtos uma falsa solução.
O resultado é uma fragmentação do cuidado, aumento das iniquidades e maior pressão sobre o sistema público.
RISCOS AO SUS: UNIVERSALIDADE RESTRITA E CESTA MÍNIMA
A ameaça à universalidade do SUS ganha contornos ainda mais preocupantes diante das movimentações políticas e institucionais recentes, mas que existem desde que o SUS foi implantado.
Há inúmeras propostas legislativas para redefinir o conceito de universalidade: em vez de garantir o acesso a todos, propõe-se limitar o SUS aos pobres ou àqueles que ganham até determinado valor.
Outros defendem a criação de uma “cesta mínima de serviços”, restringindo ainda mais o escopo da atenção pública.
Essas propostas são apresentadas sob o argumento de modernização ou, para aqueles mais neoliberais, para ajuste fiscal, o que deverá recrudescer após 2026, pois segundo avaliação de vários analistas, o arcabouço fiscal só se fechará se se acabar com os pisos da Saúde e da Educação.
Essas propostas representam, na prática, um retrocesso histórico. A desvinculação de receitas constitucionais, a restrição do financiamento e a priorização do setor privado criam um ambiente propício para a consolidação de um SUS residual, destinado apenas aos desassistidos, enquanto o restante da população é empurrado para o mercado de planos de saúde – cada vez mais precarizados e excludentes.
AVANÇO DAS PPPs NA ALTA COMPLEXIDADE: RISCOS À UNIVERSIDADE E À INTEGRALIDADE
Uma reportagem do Viomundo, de Conceição Lemes, chama atenção para um movimento recente e preocupante: a condução de propostas para a atenção especializada no SUS sem a participação das entidades históricas do controle social, como o Conselho Nacional de Saúde, ao passo que representantes do setor privado são os primeiros a serem consultados.
Esse processo, que ocorre nos bastidores, revela como as decisões estratégicas sobre o futuro do SUS estão sendo cada vez mais influenciadas por interesses empresariais, facilitados pela fragilidade do governo Lula diante de um congresso tão conservador e neoliberal como o atual.
Mais recentemente o governo federal lançou o programa “Mais especialistas” que “Autoriza o credenciamento de clínicas e hospitais privados para o SUS”.
A proposta de atrelar a oferta de serviços de alta complexidade – como procedimentos especializados, exames de alto custo e cirurgias – a modelos de parceria público-privada (PPP) ou compra de serviços privado representa um risco duplo.
Primeiro, porque desloca recursos públicos para o setor privado, reforçando a lógica de que o SUS deve se ocupar apenas do básico, enquanto o setor privado assume o protagonismo naquilo que é mais caro, sofisticado e lucrativo.
Segundo, serviços privados, contratados pelo SUS funciona, com honrosas exceções, com uma “dupla porta”. Ela é por demais conhecida por quem usa hospitais privados conveniados com o SUS. Quase sempre a “porta” para os usuários do SUS é precária, superlotada, com menos funcionários etc. Ainda que o cuidado possa ser o mesmo, o que nem sempre acontece, criam-se “castas” que, no mínimo, humilha o usuário do SUS.
Por outro lado, ainda que não explícita, propostas como “planos minimalistas”, terceirizações e parcerias público-privadas e sistema subfinanciado submetem o SUS ao mercado, passando a mensagem de sua incompetência para cuidar da saúde do brasileiro.
Isso, em certa medida já acontece, quando se sabe que a maioria da classe média e alta preferem planos de saúde à utilização dos serviços públicos, quase sempre sucateados, com menos trabalhadores que o necessário, com acesso dificultado. São fatores de deslegitimação do SUS e consequentemente sua desvalorização por parte dos usuários.
De maneira mais explícita é possível encontrar textos, debates e projetos de leis em que o termo “universalidade” vem sendo substituído ou diluído por expressões como “atenção universal” ou, mais frequentemente, “cobertura universal em saúde”.
Essa substituição não é neutra: “universalidade” no SUS implica direito pleno de acesso a todos os serviços e ações de saúde para toda a população, enquanto “cobertura universal” ou “atenção universal” pode significar apenas acesso a um conjunto mínimo de serviços, não necessariamente integral, para toda a população que desejar usá-lo.
Há variações em torno do tema: ao invés de uma cesta mínima para todos, essa cesta é apenas para os mais pobres ou, daqueles “mais generosos”, um SUS integral, com toda tecnologia em saúde já acumulada, porém apenas para os mais pobres (há várias propostos de “corte” de renda a que teria acesso ao SUS).
O PAPEL DO GOVERNO E O CONFORMISMO PERIGOSO
Mesmo governos com histórico de avanços sociais, como o atual governo Lula, têm se mostrado incapazes – ou, por vezes, pouco dispostos – a enfrentar de fato o poder do mercado da saúde, além de estar quase refém do legislativo.
A Câmara de Deputados e o Senado, talvez os mais à direita e pululando de extremistas “direitosos”, beirando o fascismo, que eu tenha visto, é, incontestemente, uma barreira para avanços populares, por mais que o governo se esforce.
Entretanto, na minha opinião, propostas como o “plano popular de até 100 reais” ou a exclusão de entidades históricas do SUS da discussão sobre a atenção especializada revelam um perigoso movimento de acomodação à lógica do setor privado.
O risco é claro: transformar o SUS em um sistema para pobres, enquanto o setor privado se fortalece com recursos públicos e amplia sua influência sobre o acesso e a qualidade do cuidado em saúde.
CÍRCULO VICIOSO: O SUS FORMA E O MÉDICO RETORNA…À INICIATIVA PRIVADA
Mário Scheffer, em recente entrevista para Outras Palavras, mostra que a maioria dos especialistas, notadamente os cirurgiões, estão na iniciativa privada, o que restringe o acesso a eles pelo SUS.
Demonstra também que a maioria desses especialistas são formados no SUS, ou seja, sem maiores custos para eles ou para escolas privadas de medicina, abandonando-o muito imediatamente. Ademais, na última década, “a formação médica foi delegada essencialmente ao setor privado. Na última década, 92% das vagas foram privadas”.
A proliferação de escolas de medicina privadas dos anos mais recentes também se tornou outra maneira de transferência de recursos públicos para o privado – elas se utilizam do SUS para a formação dos seus médicos. Essas faculdades têm mensalidade altíssima, boa parte das vezes superior ao salário que um desses médicos receberia se contratado pelo SUS.
Ou seja, como ninguém é inocente ou burro, lógico está que não ficarão no SUS, a não ser como “bico” para garantir salário integral na aposentadoria e férias remuneradas. E assim se forma um círculo vicioso: o SUS forma o médico e banca a sua especialização (residência médica), os médicos vão trabalhar na iniciativa privada e, agora, não há como não se contratar serviços privados para garantir o programa “Mais especialistas”.
OS RISCOS DE UM SUS RESTRITO
Ao restringir a universalidade do SUS, seja implícita ou explicitamente, o Brasil corre o risco de aprofundar desigualdades históricas e comprometer a efetividade do sistema público. A fragmentação do cuidado, a sobrecarga dos profissionais são apenas algumas das consequências previsíveis.
Oxalá as parcerias público-privadas organizem a fila de espera de especialidades, o que resta ser provado, sem estar contribuindo para a fragilização do SUS e, por conseguinte, com a propostas de redução da universalidade.
Alguns estudos a que tive acesso, de experiências internacionais, não demonstram que parcerias público-privada e terceirizações garantam mais eficiência e eficácia peremptoriamente.
Há estudos que demonstram ganhos de eficiência e até aumento da satisfação de usuários; outros demonstram que a ampliação das PPPs na saúde frequentemente resulta em aumento de custos ao Estado, menor transparência e dificuldade de controle social, além de não resolver as desigualdades de acesso.
Porém, como afirma López-Casasnovas, fazer estudos comparativos entre países tão diversos resulta em conclusões, no mais das vezes falsas, devido as dificuldades conceituais sobre os dados em comparação, diferenças de gestão e controles.
Em Campinas (SP) há inúmeras evidências de que as privatizações e terceirizações da gestão ou da prestação de serviços traz mais problemas que soluções, desde corrupção à perda de qualidade, sem solucionar as filas e tempos de espera.
Além disso, a privatização dos lucros e a socialização dos riscos criam um círculo vicioso em que o setor público arca com os custos mais elevados, enquanto o setor privado se beneficia da seletividade e do financiamento estatal indireto.
O QUE ESTÁ EM JOGO
Mais do que discutir a qualidade ou a viabilidade dos planos minimalistas e das PPPs, é preciso debater que modelo de saúde queremos para o Brasil.
Aceitar a naturalização do sistema dual é aceitar a perpetuação das desigualdades e a redução do SUS estatal a um papel residual.
É preciso coragem política para enfrentar o poder do mercado, ampliar o financiamento público, fortalecer as equipes de atenção primária e garantir condições dignas de trabalho para os profissionais do SUS.
Em excelente artigo, publicado no Viomundo, Paulo Capel, também questiona as relações público-privadas na atenção às especialidades:
“A proposta de escambo sanitário [como ele denomina a troca de serviços por dívidas de hospitais e planos de saúde com o governo] é vista, nesse segmento, como indesejável e prejudicial ao SUS, pois induz, reforçando-o ainda mais, o modelo hegemônico de atenção à saúde, que é hospitalocêntrico, centrado na assistência médica, e que se desenvolve com base no que produtores privados de cuidados médicos querem oferecer à população, via SUS.
Defendem que, ao contrário, o modelo de atenção à saúde contra-hegemônico, que vem sendo defendido desde a criação do SUS, por conselhos e conferências de saúde, entidades de profissionais e movimentos sociais de saúde, é o oposto, buscando-se fortalecer a atenção básica à saúde, centrado na clínica ampliada, com prioridade para atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças e, sobretudo, que tenham como base não o que produtores querem vender ao SUS, mas as necessidades em saúde das populações dos diferentes territórios.
Isso implica fazer e valorizar o planejamento local ascendente, com cogestão participativa das unidades do SUS, por representantes da administração pública, trabalhadores da saúde e usuários do sistema público de saúde”.
Continua Capel:
“E Djalma Borges [do Ministério da Saúde, em matéria publicada no site gov.br] informou ainda que o ministro Alexandre Padilha ‘tem urgência em fazer essas ações acontecerem logo’, como é o caso da ‘entrega de novos equipamentos de radioterapia em unidades do SUS por todo o país, o que vai permitir reduzir o tempo de espera para o início do tratamento’.
Não há, porém, informações que detalhem o plano, o que tem causado um grande mal-estar mesmo em setores pragmáticos que atuam politicamente nas bases de apoio do Lula3, pois tal como anunciado, o plano de troca de dívidas por unidades de serviços (consultas, exames, cirurgias) consolida e institucionaliza mecanismos de financiamento do SUS que voltam a centralizar no governo federal, como queria Fernando Collor de Mello nos dois primeiros anos de vida do SUS, o sistema público de saúde do país.
Nesse ‘novo modelo’, dizem, teria fim o SUS como um sistema federativo, descentralizado, constituído por redes de unidades de diferentes níveis de atenção, e gerido sob coordenação nacional do Ministério da Saúde e coordenação local municipal – pelo menos no que se refere à atenção secundária (ambulatórios de especialidades) e terciária (hospitais).
Essa opção, além de violar a Constituição de 1988 e a legislação vigente que regulamenta dispositivos constitucionais sobre o direito universal à saúde, daria nova formatação à governança do SUS, com o governo federal chamando para si decisões sobre consultas, exames, cirurgias e demais ações e operações da assistência à saúde em todo o país”.
E ele conclui:
”Volto, a propósito, a um artigo publicado no site A Terra é Redonda, por José Damião de Lima Trindade em que, em certo trecho, cita Hegel para quem “descobrimos o que uma coisa é, não pelo seu ‘lado’ bom – ou ruim, tanto faz – mas pelo rumo principal, pelo rumo determinante do seu movimento”.
Em nosso caso, tendo em vista suas consequências para o SUS, a que rumo principal, determinante do seu movimento, nos remete a boa ideia ruim da proposta dos “planinhos” da ANS?
E a que rumo principal, determinante do seu movimento, nos remete a proposta de escambo sanitário?
Mas fique tranquilo, você não está frente à Esfinge de Tebas. Se não decifrar esses enigmas, não será devorado. Você, leitor(a), não. Mas pense no SUS”.
CONCLUSÃO
Estou eu, aqui com meus botões, pensando no SUS que me acolheu como profissional, me acolhe como usuário bem como a toda a minha família.
Como ampliar a atenção primária (pode ser impressão minha, mas pouco presente nos discursos oficiais), ampliando o número para garantir que uma equipe não cuide de mais de 3 mil pessoas?
Como garantir pessoal para completar tais equipes?
E como garantir que a atenção primária, além do cuidado ao corpo biológico seja também capaz de fazer promoção de saúde de tal modo a evitar adoecimentos e permitir o controle a recuperação dos doentes?
Será mesmo possível que uma atenção primária potente seja capaz de reduzir encaminhamentos e ordenar um sistema mais justo, equânime integral (continuo acreditando…)?
E como fazer para manter profissionais no SUS?
A carreira única não seria um passo importante? Tudo isso com financiamento estável e suficiente…
O desafio é grande, mas a defesa do SUS como sistema universal, público e predominantemente estatal é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Não podemos permitir que a lógica do mercado dite os rumos da saúde pública no Brasil. A luta pelo SUS é, antes de tudo, uma luta pela democracia e pelos direitos sociais.
Ousaria dizer: é a luta pelo socialismo. E, sim, antes que me acusem: é um texto ideológico escrito por alguém que não acredita no “realismo capitalista”. E como dizia o personagem o Sonhador, de Noites Brancas, de Dostoievski, sonhar é Viver, viver é sonhar!
*Roberto Mardem Soares Farias, médico pediatra e sanitarista, aposentado após mais de 40 anos de serviços públicos.
*Viomundo
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Ministério da Justiça formalize o pedido de extradição da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil após ser condenada a dez anos de prisão. A decisão também notifica o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a cassação do mandato da parlamentar.
A ordem de Moraes atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e se baseia no Tratado de Extradição entre o Brasil e a Itália, além da Lei de Migração (Lei 13.445/2017). O ministro solicitou que a documentação enviada ao governo italiano contenha detalhes sobre o crime cometido, incluindo local, data, natureza e circunstâncias, além de cópias das leis brasileiras pertinentes à condenação.
Zambelli foi sentenciada por unanimidade pela Primeira Turma do STF, acusada de contratar um hacker para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir um falso mandado de prisão contra o próprio Moraes. A pena inclui também a perda do mandato parlamentar. Mesmo podendo recorrer da decisão, Zambelli deixou o país portando passaporte e sem mandado de prisão em vigor, o que motivou o STF a decretar sua prisão preventiva, de acordo com o 247.
Após a fuga, o advogado Daniel Bialski anunciou sua saída da defesa, alegando “motivo de foro íntimo”. Segundo ele, foi apenas informado pela deputada que ela viajaria ao exterior para dar continuidade a um tratamento de saúde.
Na Câmara, o presidente Hugo Motta bloqueou o salário da deputada, conforme previsto no regimento da Casa. Zambelli havia solicitado licença por 127 dias — sete para tratamento de saúde e os demais por “interesse particular”. Como o afastamento não remunerado por assuntos pessoais pode durar no máximo 120 dias, a suplência será ativada caso ela não retorne ao fim do período.
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Lula: ‘a ONU, que teve coragem de criar o Estado de Israel, não tem força para criar o Estado Palestino’.
Durante coletiva de imprensa realizada na manhã deste sábado (7), no hotel Intercontinental, em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar de forma enfática o que classificou como genocídio em Gaza e criticou a inoperância da governança global diante do conflito.
Em sua fala, Lula destacou a violência enfrentada pela população palestina e a falta de reação da comunidade internacional. “Tão grave quanto a Ucrânia é Gaza. A guerra entre Ucrânia e Rússia são dois exércitos formais brigando. Em Gaza não, é um exército altamente profissionalizado matando mulheres e crianças”, afirmou.
“Eu fico pasmo com o silêncio do mundo. Parece que não existe mais humanismo nas pessoas. ‘Ah, palestino pode morrer’. Palestino não é ser inferior, palestino é gente como nós. Ele tem o direito de ter o terreno dele. Foi demarcada em 1967 a área em que os palestinos poderiam construir o seu país. Está sendo tomada essa terra demarcada em 1967”, complementou o presidente.
Lula também apontou a fragilidade das Nações Unidas diante da crise. “A nossa briga por governança é isso. A ONU que teve coragem de criar o Estado de Israel, não tem força para criar o Estado Palestino. Estão dizimando uma nação, a pretexto de quê?”
“Nós também criticamos o Hamas quando fez a invasão a Tel Aviv. Agora, o que ninguém responde é como a inteligência de Israel permitiu que alguém de asa delta invadisse Tel Aviv. Sinceramente, tem coisas que meus anos de escolaridade não me permitem compreender. E tem outras guerras. Este é o período que temos mais conflitos desde a Segunda Guerra Mundial”, destacou.
A coletiva contou com a presença de diversos ministros, incluindo o chanceler Mauro Vieira e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Após o encontro com a imprensa, Lula seguiu para Nice, de onde embarcará de volta ao Brasil no começo da semana.
Em sua fala, o presidente reforçou os laços de amizade entre Brasil e França, além de reiterar seu pedido pela aprovação do Acordo União Europeia–Mercosul. Segundo Lula, o Brasil não deseja prejudicar pequenos agricultores franceses, mas acredita ser possível chegar a um entendimento entre as partes envolvidas.
Sobre a guerra na Ucrânia, ele afirmou que um acordo já está delineado, restando apenas “coragem para colocar as cartas na mesa”.
Carta entregue ao presidente
Lula recebeu na quinta-feira (5), durante um encontro com a comunidade brasileira na Prefeitura de Paris, a ‘Carta Aberta sobre o Genocídio do Povo Palestino‘, que cobra a aplicação de sanções contra o Estado de Israel. O documento foi assinado por mais de 12 mil pessoas e organizações por meio de formulário online.
“É indispensável que o Brasil se junte às demais nações que aplicaram sanções ao regime israelense, rompendo relações diplomáticas e comerciais com o estado sionista de Israel, através de embargo militar bilateral e embargo enérgico, e revogue o tratado de livre comércio em vigor, alinhando-se ao parecer de especialistas das Nações Unidas que prevê que, para o cumprimento da decisão da CIJ, os Estados devem cancelar ou suspender relações econômicas, acordos comerciais e relações acadêmicas com Israel’ até que este cumpra as determinações para pôr fim ao genocídio, ocupação e apartheid e respeitar a autodeterminação do povo palestino”, afirma o documento.
Entre os signatários estão como Chico Buarque, Erika Hilton, Glauber Braga, Gregório Duvivier, Luiza Erundina, Milton Hatoum, Ney Matogrosso, Paulo Sérgio Pinheiro, além de dezenas de entidades e movimentos da sociedade civil.
*Opera Mundi
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