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90% da cúpula da Marinha é a mesma da época de articulação golpista

Sete dos oito almirantes do Comando da Marinha estavam no posto no fim do governo Bolsonaro; Cid delatou articulação golpista de comandante.

Sete dos oito almirantes do Comando da Marinha já estavam no posto no fim do governo Bolsonaro, quando, segundo a delação do tenente-coronel Mauro Cid, o então chefe da Força concordou com um plano golpista após as eleições. Nesta quinta-feira (21/9), o ministro da Defesa, José Múcio, alegou que a revelação de Cid “não mexe com ninguém que está na ativa”, mas, até agora, o ex-comandante Almir Garnier não respondeu se, ao sinalizar o apoio a Bolsonaro, tinha o respaldo do restante do Almirantado, que incluía o atual comandante da Marinha, segundo Guilherme Amado, Metrópoles.

Cid afirmou em delação à Polícia Federal que, após ser derrotado nas urnas, Bolsonaro recebeu do assessor Filipe Martins uma minuta de um decreto golpista. Ainda de acordo com Cid, o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, concordou com o plano ilegal nos bastidores. O conteúdo do depoimento de Cid foi revelado nesta quinta-feira (21/9) pelos jornalistas Aguirre Talento e Bela Megale.

Múcio tentou distanciar a cúpula da Força dessa suspeita: “Essas coisas que saíram hoje são em relação ao governo passado, comandantes passados, não mexe com ninguém que está na ativa”, afirmou. Contudo, cerca de 90% da cúpula da Marinha segue a mesma e, portanto, permanece na ativa.

O único almirante promovido por Lula foi Eduardo Machado Vazquez, que é secretário-geral da Marinha. A nomeação foi publicada em abril. Na época, Vazquez foi descrito em reportagens como um militar bolsonarista.

No fim do ano passado, o Comando da Marinha era formado por Garnier, o então comandante; Marcos Sampaio Olsen, o atual comandante; José Augusto Vieira da Cunha de Menezes; Petronio Augusto Siqueira de Aguiar; Wladmilson Borges de Aguiar; Cláudio Henrique Mello de Almeida; Arthur Fernando Bettega Corrêa; e Carlos Chagas Vianna Braga.

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Militares querem expulsar integrantes golpistas das Forças Armadas

Corporação aguarda conteúdo das investigações da Polícia Federal que estão em curso.

Os militares estão aguardando a Justiça divulgar o conteúdo das investigações da Polícia Federal que estão em curso, e definir exatamente os culpados do complô golpista para expulsar da corporação esses integrantes. O que as fontes me disseram durante as apurações que fiz essa semana é que eles preferem agir depois de a Justiça definir as culpas, mas a decisão de afastar quem se envolveu já está tomada.

oje a jornalista Bela Megale do Globo revela a informação de que os antigos comandantes militares participaram de reunião com Bolsonaro para analisar a minuta do golpe. Falei agora com o ministro José Mucio sobre essa nota da minha colega. E o que ele me disse é que haverá uma reunião com os três comandantes militares sobre esse assunto hoje ainda.

Em conversas anteriores que tive essa semana perguntei se o espírito de corpo conhecido dos militares, que convivem décadas, iria operar para proteger os responsáveis por crimes que estão sendo investigados. A resposta que eu colhi foi que, ao contrário, o espírito de corpo agiria para proteger a instituição e não indivíduos.

A relação entre o governo Lula e a nova cúpula militar está sendo lentamente destensionada e caminhando para um bom diálogo, segundo garantem as fontes com quem conversei. As desconfianças iniciais por parte do governo Lula estão sendo superadas.

Os militares não querem tomar a iniciativa de uma investigação interna, que atropele o que está sendo feito sob o comando do STF. Acham que a hora da Justiça Militar agir será depois da Justiça informar sobre as provas de envolvimento de militares, sobre quem, no governo passado, participou da tentativa de golpe, de forma direta ou indireta. O objetivo é separar o joio do trigo e afastar das Forças Armadas os participantes do complô.

O que as fontes dizem é que os militares querem deixar claro ao país que a instituição não participou da tentativa de golpe. Alguns indivíduos é que se envolveram.

*Miriam Leitão/O Globo

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Ex-assessor da presidência levou a Bolsonaro proposta de golpe que previa prisão de adversários políticos, afirma Mauro Cid

Na delação premiada que firmou com a Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, relatou que após a derrota no segundo turno da eleição, Bolsonaro recebeu um rascunho de decreto das mãos de seu assessor Filipe Martins que propunha a convocação de novas eleições e a prisão de adversários políticos.

Conforme o relato de Cid, Bolsonaro discutiu o conteúdo do documento com altos comandantes militares. O denunciante alegou que o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, demonstrou apoio ao plano golpista em conversas privadas, embora o Alto Comando das Forças Armadas não tenha aderido à ideia, diz o 247.

Um dos seguidores de Olavo de Carvalho (1947-2022), Filipe Martins foi assessor especial da Presidência para assuntos internacionais durante o governo Bolsonaro. Martins já enfrentou uma acusação de racismo por parte do Ministério Público Federal, devido a um gesto que fez durante uma sessão no Senado, que foi transmitido pela televisão.

Esse gesto é associado aos movimentos supremacistas brancos dos Estados Unidos, representando a sigla “White Power” ou “Poder Branco”. Embora a denúncia tenha sido aceita pela Justiça do Distrito Federal, Martins acabou sendo absolvido posteriormente. Durante o período eleitoral, Martins usou suas redes sociais para disseminar o discurso alinhado ao governo Bolsonaro, que questionava a confiabilidade das urnas eletrônicas, o que levantou dúvidas sobre os resultados das eleições. Após a derrota no segundo turno, Martins interrompeu suas atividades de publicação nas redes sociais.

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Em delação, Mauro Cid revela que Bolsonaro fez reunião com cúpula militar para avaliar golpe no país

O ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu, no ano passado, com a cúpula das Forças Armadas e ministros da ala militar de seu governo para discutir detalhes de uma minuta que abriria possibilidade para uma intervenção militar. Se tivesse sido colocado em prática, o plano de golpe impediria a troca de governo no Brasil. A informação chegou à atual chefia das Forças Armadas, como um dos fatos narrados em delação premiada pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, diz Bela Megale, O Globo.

O relato caiu como uma bomba entre os militares. Segundo informações apuradas pela coluna, Cid relatou que ele próprio foi um dos participantes de uma reunião onde uma minuta de golpe foi debatida entre os presentes.

O dado que mais criou tensão na cúpula das Forças é o de que Cid revelou que o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria dito a Bolsonaro que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente. Já o comando do Exército afirmou, naquela ocasião, que não embarcaria no plano golpista.

A delação premiada de Mauro Cid é considerada um ponto de partida das investigações. A Polícia Federal tem tratado o tema com cautela e sigilo. Para os fatos serem validados e as pessoas citadas pelo tenente-coronel serem eventualmente responsabilizadas, é preciso que haja provas que corroborem as informações repassadas pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

É grande a preocupação entre os militares sobre os efeitos que o relato de Mauro Cid pode ter, principalmente por envolver membros da cúpula das Forças e ministros que, apesar de estarem na reserva, foram generais de alta patente.

Veja a opinião de colunistas do Uol:

 

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Senado brasileiro acaba de aprovar o desastroso marco temporal e repercute internacionalmente

Restos do bolsonarismo

A aprovação na Câmara dos Deputados do Marco Temporal, que dará a invasores direito sobre as terras indígenas, repercutiu negativamente na mídia internacional. O jornal britânico The Guardian destacou: “a lei que ameaça terras indígenas avança no Congresso”. A publicação ressalta a avaliação de Sarah Shenker, ativista do grupo de direitos humanos Survival International, segundo a qual:

“Este projeto de lei catastrófico é o ataque mais sério aos direitos indígenas em décadas… Centenas de territórios indígenas que abrigam mais de um milhão de indígenas podem ser destruídos”.

A reportagem fala de um país dividido, imerso na contradição do otimismo de ter eleito um presidente que respeita o desenvolvimento sustentável e a realidade do Congresso Nacional, dominado pelo conservadorismo.

“Uma sequência de parlamentares brancos, em sua maioria homens, pegou o microfone para alegar que estava apoiando a legislação porque se consideravam defensores indígenas que queriam ajudar esses grupos a se integrarem à sociedade. Muitos eram partidários ferrenhos de Bolsonaro e integrantes do poderoso bloco ruralista ligado ao agronegócio, que detém 302 das 513 cadeiras da Câmara e 42 das 81 senadoras”.

O francês Le Monde foi pela mesma linha, lembrando que, apesar das promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha, as ameaças ambientais aumentam. E recordou que a Câmara ainda é dominada pela direita.

“A Câmara dos Deputados, dominada por uma direita ultraconservadora e favorável ao agronegócio, aprovou na terça-feira um texto que limita os direitos dos povos indígenas às suas terras. Uma lei que vem depois de outras medidas preocupantes”.

A CNN em Espanhol deu espaço à ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que qualificou a votação como “um grave ataque aos povos indígenas e ao meio ambiente”.

APROVAÇÃO

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (30) o texto-base do Marco Temporal das terras indígenas com 283 votos favoráveis e 155 contrários. O projeto estabelece que territórios indígenas só podem ser demarcados caso seja comprovado que já eram ocupados por indígenas na data da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. Aprovado pela maioria dos deputados, o projeto agora segue para análise do Senado.

*Com Forum

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Servidores dizem que Lira tenta colocá-los contra Lula com a reforma administrativa

Segundo Thiago Gonçalves, do Fonasefe, adesão do governo à proposta geraria grande desgaste.

A retomada recente da defesa da reforma administrativa por parte de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, foi a maneira encontrada pelo parlamentar de desgastar a relação entre servidores e governo federal, tornando assim o governo Lula (PT) mais vulnerável em negociações políticas no Congresso, segundo o Painel da Folha.

Essa é a avaliação de Thiago Duarte Gonçalves, coordenador do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), grupo que tem se mobilizado contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 32/2020, elaborada durante o governo Jair Bolsonaro (PL) e que agora Lira ameaça levar a votação em plenário.

“O Lira sabe que o governo não tem maioria no Congresso, mas também sabe que a gestão petista é contra a PEC 32 e se mobilizou contra ela nos últimos anos. Então ele faz esse movimento que desgasta o governo Lula junto aos servidores caso faça qualquer aceno pela aprovação da reforma administrativa, mas que também cria atrito para o governo no Legislativo em caso de total oposição à PEC”, afirma Gonçalves.

Parlamentares da base do governo fazem coro à interpretação e dizem que Lira não tem articulado junto a seus aliados para a votação da PEC, em contraste com a atenção que tem dedicado publicamente ao tema, o que evidenciaria que se trata mais de estratégia de negociação política do que de empenho efetivo na aprovação da proposta.

O coordenador da Fonasefe diz que a categoria tem ciência da estratégia de Lira, mas também teme a repetição de um processo como o da reforma da Previdência, em 2003, quando o então presidente Lula brigou pela aprovação do projeto, o que gerou tensão com os servidores e mesmo com parlamentares do próprio PT —foi nesse contexto que dissidentes deixaram o partido e fundaram o PSOL.

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Lula cobra ações contra alunos de medicina que fizeram punhetaço em jogo de vôlei feminino

O ministro da Educação, Camilo Santana, declarou nesta terça-feira (19/9) que é “inaceitável” o episódio em que alunos de medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa) se despiram e performaram atos obscenos durante um evento esportivo, em São Carlos, estado de São Paulo, diz o Correio Braziliense.

Segundo Camilo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ligou para ele de Nova York, onde participa da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), para cobrar providências.

“O presidente me ligou ontem (18) de Nova York, preocupado com esse episódio. Eu relatei para ele as medidas que nós tomamos em relação a isso. Estamos aguardando a notificação oficial por parte da faculdade. Não só é importante a expulsão dos alunos, mas também que eles possam responder legalmente aos fatos ocorridos. É lamentável. Um jovem com esse tipo de atitude, principalmente um jovem que pretende ser médico nesse país”, declarou o ministro ao participar do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, em São Paulo.

 

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Na ONU, Lula projeta Brasil como líder do Sul Global e voz a ser ouvida nas questões mundiais, dizem analistas

Para embaixador Rubens Barbosa, ao evitar tópicos de política interna, Lula ‘fala sobre o lugar do Brasil no mundo, sobre o que o Brasil aspira e como pode contribuir para alcançar objetivos’.

Em seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas após 14 anos de ausência, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, falou como um “estadista do século XXI” ao desviar da política doméstica para se concentrar nos desafios internacionais em que o Sul Global quer contribuir como parte, e não como coadjuvante nas disputas entre potências globais. Essa foi a avaliação de diplomatas e especialistas estrangeiros e brasileiros ouvidos pelo Globo, entre eles Thomas Shannon, ex-secretário para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado americano e ex-embaixador dos EUA no Brasil.

— Lula discursou como um estadista do século XXI, e o que ele disse deve ser lido com muito cuidado e atenção em Washington e no resto do mundo. Lula fez alertas sobre o que vem por aí — disse o ex-embaixador.

Na visão de Shannon, mesmo quando se refere à guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente brasileiro está pensando em questões globais, como a crise de segurança alimentar e energética.

— Lula não quer falar sobre poder, mas sim sobre os desafios que o mundo enfrenta, como a desigualdade. Foi um discurso valioso, ao qual Washington deve prestar muita atenção, porque vem de um estadista que entende o Sul Global.

O embaixador americano acredita que o que está por trás de muitas das afirmações do presidente brasileiro é um recado para os EUA e a China.

— O Brasil está tentando lembrar aos EUA e o China que eles não são os únicos países do mundo, e que o mundo não permitirá que o futuro seja capturado por uma disputa estratégica entre ambos. Está frisando esse alerta — aponta Shannon.

O brasilianista e editor chefe da Americas Quarterly, Brian Winter, também ficou positivamente impacto pela fala do presidente brasileiro:

— Foi o discurso de um chefe de Estado que quer se projetar como líder do Sul Global, não foi de um presidente de um poder regional, e sim de um poder global.

Para Winter, o presidente brasileiro fez um discurso “ambicioso e sem os erros que caracterizaram algumas de suas declarações nos últimos meses, sobretudo quando se referiu ao conflito entre Rússia e Ucrânia”.

Esse tema é, de fato, a única diferença que o editor chefe da Americas Quarterly observa entre Lula e o presidente dos EUA, Joe Bien, que também discursou nesta terça em Nova York.

— Com exceção da guerra, Lula e Biden compartilham visões sobre mudança climáticas, democracia e legislação trabalhista — enfatiza Winter.

Para o embaixador Rubens Barbosa, que chefiou à sede diplomática brasileira em Washington entre 1999 e 2004, o discurso de Lula destoou de quase a totalidade das participações de chefes de Estado brasileiros na Assembleia Geral da ONU dos últimos 15 ou 20 anos.

— Antes, os discursos tinham foco no público interno, eram relatórios sobre o que acontecia no Brasil. Lula, pela primeira vez, fala sobre o lugar do Brasil no mundo, sobre o que o Brasil aspira e como pode contribuir para alcançar objetivos — frisa o embaixador.

Na visão de Renata Segura, subdiretora para a América Latina do Crisis Group, “Lula tentou desfazer o dano causado pelo governo de Jair Bolsonaro e recuperar o papel central do Brasil no mundo, mas deixando claro que o fará seguindo suas próprias regras”.

— O presidente brasileiro destacou uma agenda que tem dois temas muito próximos da esquerda internacional: a desigualdade e a necessidade de compromisso com a proteção do meio ambiente. Esse retorno triunfal veio acompanhado de uma forte crítica à ordem mundial — aponta Segura.

Para Hussein Kalout, ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e pesquisador da Universidade Harvard, o discurso de Lula foi “sóbrio, equilibrado, consistente e conjugado com os princípios da Constituição e os valores universais da política externa brasileira”.

— O Presidente Lula restaurou a dignidade ao discurso do Brasil na ONU após os calamitosos discursos do Presidente Bolsonaro nos 4 anos anteriores — acrescentou Kalout.

Para o especialista, os principais pontos da fala do chefe de Estado foram “a reforma da governança global política e econômica; a necessidade de cooperação para a mitigação de conflitos; a importância do meio ambiente e da crise climática; o combate à desigualdade”.

— Não faltou nada na minha visão. Ademais, foi perspicaz ao excluir da centralidade do discurso o conflito da Ucrânia e ao reiterar o compromisso do Brasil com o direito internacional. As responsabilidades e o envolvimento do Brasil e dos EUA diante do conflito na Ucrânia são assimétricos. O presidente Lula fez bem em não adotar o mesmo discurso que o Biden. E o Biden fez o lógico em seguir o discurso da forma como encaminhou — conclui Kalout.

 

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Minha Casa, Minha Vida estuda usar energia solar em novas unidades do programa

O governo estuda utilizar energia solar no Programa Minha casa, Minha vida. A revelação foi feita pelo ministro das Cidades, Jader Filho, nesta segunda-feira (18), Ele contou que o governo pretende enviar ao Congresso um projeto para comprar energia renovável para as residências do programa.

A ideia é trocar a instalação de placas solares nas residências do programa pela compra de energia solar excedente de produtores. Essa energia seria fornecida para as casas populares, segundo o G1.

“Chegamos à conclusão de que era melhor fazer a compra da energia a partir das pessoas que produzem energia solar, das fazendas que hoje temos pelo país. Então, o mesmo valor que seria investido na aquisição dessas placas solares será feito para aquisição da energia a partir disso”, disse o ministro em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Nova York.

O ministro afirmou que, pela experiência nas edições anteriores do programa, os painéis solares acabavam sendo vendidos ou não tinham manutenção, o que dificultava a continuidade da política pública.

Em julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou um trecho sobre painéis solares da lei que recriou o programa Minha Casa, Minha Vida.

O trecho havia sido incluído no Congresso e obrigava as distribuidoras a comprar o excedente de energia produzida pelos painéis solares instalados nas casas populares.

Na ocasião, Jader Filho afirmou que o governo iria iniciar um processo de discussão com o Congresso e o setor privado sobre o tema.

“Pactuamos que faríamos o veto disso, mas não estamos desconsiderando, muito pelo contrário, queremos que a questão da energia solar esteja dentro do programa da Minha Casa, Minha Vida”, afirmou em julho.

Ao aprovar a medida provisória que recria o programa, o Congresso acrescentou o trecho que obrigava as distribuidoras a comprar o excedente de energia produzido pelas placas solares instaladas nas casas populares. A instalação dessas placas foi proposta pelo governo como uma forma de baratear a energia consumida.

A produção de energia pelo próprio consumidor, principalmente a partir desses painéis, é chamada de “geração distribuída”. Funciona da seguinte forma:

  • O consumidor está conectado ao sistema de distribuição, mesmo que tenha placas solares instaladas;
  • Ele injeta a energia produzida na rede e a distribuidora faz um cálculo da quantidade de energia que “entrou” no sistema e que foi consumida;
  • Como a geração de energia solar é inconsistente, porque depende do clima, é possível que em um mês o consumidor produza mais energia do que consome;
  • Esse excedente vira crédito, que pode ser descontado em um outro mês em que ele consome mais do que produz.

Com as mudanças do Congresso, no lugar de conceder crédito, a distribuidora teria que comprar a energia que teria “sobrado”. Esse trecho foi criticado por entidades do setor por causa de um eventual impacto na conta de luz daqueles que não têm painéis em suas residências.

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