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A Força imponderável da obra de arte

Às vésperas de ver sua prisão decretada ,por comandar a tentativa de golpe há dois anos, Bolsonaro, que cuspiu no busto de Rubens Paiva, anos atrás, leva uma escarrada na cara do filme Ainda Estou Aqui com a premiação de Fernanda Torres, que interpretou Maria Eunice esposa de Rubens Paiva.

A grande arte tem desses misteriosos caprichos.

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Diretor denuncia situação de arquivo com dados da ditadura e é exonerado por Castro

Diretor denuncia a existência de 26 funcionários fantasmas dentro do Aperj.

Salas com piso totalmente quebrado, buracos no chão, rachaduras em pilares e fiação elétrica exposta e sem renovação. Esses são apenas alguns dos principais problemas do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, o Aperj, que foram expostos pelo agora ex-diretor Victor Travancas. Após a coluna revelar o fechamento do Aperj devido às péssimas condições do local, o governador Cláudio Castro decidiu exonerar Travancas sem nem comunicá-lo antes.

“O governador não falou comigo. Soube pela imprensa”, afirma o ex-diretor. Ele assumiu o cargo há cerca de 10 dias e denuncia que identificou 26 funcionários fantasmas nomeados na instituição, mas não conseguiu exonerá-los. “A própria reunião de equipe, de funcionários que trabalham, eles identificaram que 26, ou 70% do efetivo, não vinham trabalhar. O secretário Nicola foi comunicado e disse que não podia exonerar porque fazia parte de um acordo com deputados”, denuncia Travancas, que diz ter encaminhado a situação para ser investigada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). O ex-diretor disse que também fará medidas judiciais para garantir que o acervo seja preservado ou transferido nos próximos dias.

A coluna revelou ontem que o governo do Rio tinha anunciado o fechamento do Aperj, uma instituição que possui mais de 90 anos de história e guarda toda a documentação do Dops (Delegacia de Ordem Política e Social) desde os anos 1930, incluindo os registros do estado novo e depois da ditadura militar. Não há previsão para o retorno das atividades.

No comunicado que informou o fechamento da instituição, Travancas afirmou que o prédio do Aperj está em condições críticas e apresenta “risco iminente de desabamento e incêndio”. O diretor disse que consultou uma série de instituições para avaliar a situação do prédio antes da instituição e abriu o local para visitação da imprensa nesta quarta-feira (8) para mostrar como em diversas salas o piso está rompendo e a fiação elétrica está exposta inclusive na sala em que o acervo do arquivo está guardado.

Ao longo da visita em que ele conduzia esta colunista pelo prédio, o governo do estado do Rio enviou três viaturas de polícia ao local e um delegado da corregedoria da Polícia Civil.

O Aperj possui um acervo de cerca de 4 mil metros lineares de documentos de relevância para os estudos sobre a história do estado e da sociedade fluminenses a partir da segunda metade do século XVIII, constituindo um inestimável patrimônio histórico do país tais como o arquivo da Presidência da Província do Rio de Janeiro, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) e a documentação das Polícias Políticas no Estado do Rio de Janeiro, nominada no Programa Memória do Mundo da Unesco.

Uma parte significativa da documentação do Aperj foi digitalizada, mas está guardada exclusivamente em HDs que estão dentro do prédio e não está disponível para consulta online. Além disso, o material não foi digitalizado para viabilizar a consulta pública, mas funcionários trabalham dando acesso à documentação na medida do possível.

A instituição guarda, por exemplo, os prontuários de presos políticos no Rio de Janeiro e todos os livros de registros de ocorrências existentes daquele período. Esse material serviu de instrução para diferentes processos cíveis, criminais e investigações de crimes do período.

A coluna procurou o MP do Rio e foi informada de que a situação seria verificada. O governo do Rio de Janeiro informou, por nota, que a interdição do espaço foi uma decisão unilateral do diretor e que o prédio teria condições de funcionamento. A coluna mostrou as imagens do local com todos os problemas identificados e aguarda retorno.

O deputado federal Reimont (PT-RJ), com o apoio de várias instituições e cerca de 100 assinaturas, lançou nesta quarta-feira um manifesto contra o fechamento do Aperj. O abaixo-assinado exige do governador Claudio Castro informações quanto às providências para a recuperação física do prédio, incluindo cronograma de obras, e, principalmente, um plano de ação que possa garantir a preservação de toda a documentação.

Entre os que assinam o manifesto estão a ABI – Associação Brasileira de Imprensa, os Coletivos Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça, Militantes em Cena e Memória Verdade, Justiça e Reparação e o Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, além de familiares de perseguidos políticos, como Felipe Lott, bisneto do célebre Marechal Henrique Lott, Rosa Maria Freire D’Aguiar, viúva de Celso Furtado, e José Elmano de Alencar, filho do governador de Pernambuco Miguel Arraes, e de desaparecidos políticos.

*Juliana Dal Piva/ICL

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O dia em que Bolsonaro cuspiu na estátua de Rubens Paiva

Neto de Rubens Paiva relembra o dia em que Jair Bolsonaro, aos gritos de “vagabundo… mereceu!”, deu uma cusparada na estátua de seu avô.

Este texto foi escrito em 2018 pelo neto de Rubens Paiva

Chico Paiva Avelino, via Facebook

Em 2014, a Câmara dos Deputados fez uma tocante homenagem ao meu avô, Rubens Paiva: inauguraram um busto com a sua imagem em função de sua incessante luta pela democracia – causa pela qual ele literalmente deu a vida. Minha família foi em peso. Emocionadas, minha mãe e minha tia fizeram discursos lindos e orgulhosos sobre a memória do pai. No meio de um deles, fomos interrompidos por um pequeno grupo que veio se manifestar. Era Jair Bolsonaro, junto com alguns amigos (talvez fossem os filhos, na época eu não sabia quem eram), que se deu ao trabalho do sair de seu gabinete e vir em nossa direção, gritando que “Rubens Paiva teve o que mereceu, comunista desgraçado, vagabundo!”. Ao passar por nós, deu uma cusparada no busto. Uma cusparada. Em uma homenagem a um colega deputado brutalmente assassinado.

Gostaria muito de poder conversar com o meu avô nesse momento político pelo qual passamos. Teria muito a acrescentar: foi eleito Deputado Federal por São Paulo em 1962, e cassado pelo AI-1 em 10 de abril de 1964. Como democrata exemplar que era, sempre lutou contra o autoritarismo e nunca encostou numa arma. Infelizmente essa oportunidade me foi arrancada quando, em janeiro de 1971, ele foi levado de casa junto com minha avó e minha tia, que na época tinha 15 anos, para os porões do DOI-Codi do Rio de Janeiro, na Tijuca. Lá, foi torturado até morrer pelo aparelho de repressão montado pelo regime militar, cuja filial paulista era comandada por ninguém mais nem menos do que o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Na época, não havia ficado claro o motivo dos militares levarem também a minha avó e minha tia. Hoje, conhecendo os métodos praticados por Ustra, sabemos que era para trazê-las à sala de tortura e pressionar o meu avô. Elas, em celas ao lado, separadas, ouviram seus gritos antes que ele fosse morto.

O atestado de óbito só foi entregue à família 25 anos após o assassinato, em 1995. O corpo jamais foi entregue. Na Comissão Nacional da Verdade, outros militares envolvidos no crime disseram que o corpo foi enterrado e desenterrado duas vezes. Sobre o assunto, Bolsonaro debochou: pendurou na entrada do seu gabinete em Brasília uma placa que dizia “quem procura osso é cachorro”.

Hoje em dia, Ustra é mais famoso não pelas atrocidades que cometeu, como torturar mães na frente de suas crianças, colocar ratos e baratas vivas dentro da vagina das mulheres, estupros, pau de arara, choques, entre outras; mas por ser o grande ídolo, chamado de herói, pelo nosso provável novo presidente, Jair Bolsonaro – que diz que seu livro de cabeceira é a história do coronel.

Em seu voto a favor do impeachment, Bolsonaro prestou homenagem ao torturador da ex-presidente. No púlpito do Congresso Nacional, com o país inteiro assistindo, ele decidiu lembrar de um ser asqueroso que era o contrário de tudo que a democracia representa, e que havia covardemente torturado a mulher que ele ali teve o sadismo de torturar psicologicamente mais uma vez.

Desde que me dou por gente, essa cicatriz já havia sido fechada na família. Não era um assunto tabu. E sempre fui ensinado que essa não era uma luta pessoal, que não devíamos denunciar e brigar contra essas práticas como vingança familiar, mas para evitar que isso ocorresse com outros. Não era uma briga nossa, mas de todo o país.

Minha mãe foi a muitos eventos e deu muitas entrevistas naquele ano por ocasião dos 50 anos do golpe de 1964. Em todas elas fazia questão de lembrar do caso Amarildo, pedreiro desaparecido e assassinado pela PM do Rio de Janeiro em 2013 – como aquela prática seguia mesmo na nossa frágil democracia, e como a dor da família de Amarildo era a mesma pela qual a nossa havia passado.

Estamos às vésperas de uma eleição na qual Bolsonaro não só reafirmou sua admiração por Brilhante Ustra, mas a todo aparato do regime militar. Meu avô lutou contra discursos como esse e por isso foi covardemente preso, torturado e assassinado. Deu a vida pela democracia.

Hoje, fica evidente que aquela cusparada não era algo meramente simbólico, mas um prenúncio daquilo que ele pretende fazer como Presidente, e que vem incansavelmente repetindo durante a campanha: prender e exilar seus adversários políticos, eliminar militâncias e desaparecer com as minorias.

Ainda dá tempo de evitar isso, e o poder está em nossas mãos, com nosso voto. Eu nunca imaginei que, em 2018, essas informações não bastassem para que as pessoas pudessem ter repulsa a um político que defende isso. Espero que ajude alguém a refletir, a tornar mais palpável quem é Jair Bolsonaro.

Em 1964, foi Rubens Paiva e milhares de outros.

Em 2018, pode ser eu, você, as pessoas que amamos.

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A tentativa de golpe comandada por Bolsonaro em 8 de janeiro de 2023 só ocorreu porque seus inúmeros crimes seguem impunes

A vida parlamentar de Bolsonaro é cravejada de crimes.
Crime de toda ordem.

Enriquecimento ilícito, peculato, formação de quadrilha, agressões físicas e verbais dentro e fora do parlamento.

Não há nenhum parlamentar, por pior que seja que apresente tal folha corrida.

Mas esse monumento de delinquência, jamais foi punido por isso.

Sua chegada a presidência da república se deu de maneira criminosa em uma fraude eleitoral em parceria com o então juiz Sergio Moro.

Ainda assim, com todos os elementos que provam esse crime, nenhum dos dois pagou, ou ao menos enfrentou a justiça por conta disso.

Bolsonaro seguiu presidente e Moro virou senador, e no Senado se mantem sem ser incomodado.

Na presidência, Bolsonaro já tinha a intenção de dar um golpe de Estado.

Isso ficou claro em várias ocasiões e discursos. Só não fez isso porque não teve apoio pra tanto. Mas nunca foi ao menos questionado pelo poderes constituídos.

Não respondeu pelo genocídio provocado por ele na pandemia por não adquirir as vacinas e ainda demonizar, tanto a vacinação como qualquer forma de prevenção, o que levou a um surto gigantesco onde mais de quatro mil brasileiros de todas as idades morressem por dia. Num total que passa de 700 mil.

Soma-se a isso, o fato de seu governo ter lhe servido de projeto de enriquecimento ilícito com vários casos de corrupção em múltiplas pastas, mas sobretudo, educação e saúde.

O fato é que Bolsonaro, viu as portas sempre escancaradas pra todo tipo de delito que quisesse praticar.

Quando viu que perderia a eleição pra Lula, partiu para as vias de fato, tramando e comandando a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2023 quando nem era mais presidente da república.

Claro que Bolsonaro será condenado e preso, possivelmente mês que vem, como rolam as notícias de bastidor, mas tudo isso, que vimos e vivemos poderia ser evitado, se na primeira delinquência do psicopata, ele fosse imediatamente cassado e enjaulado.

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Assista AO VIVO ato do governo que celebra a democracia e rememora o 8/1

Dois anos após ataques golpistas de 8 de Janeiro, obras destruídas são devolvidas restauradas ao Planalto

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Musk e Zuckerberg, os ‘bastiões da liberdade’ da extrema direita

Big Techs querem seu filão na nova era Trump, pactuam com extremistas e ameaçam a soberania de países.

Nesta terça-feira (7), o criador e dono da Meta (empresa que controla Facebook, Instagram e Threads) Mark Zuckerberg, publicou um vídeo dizendo que sempre foi um defensor da liberdade de expressão e que, depois da eleição de Trump, decidiu “se livrar” dos checadores de informação das suas redes e substituí-los por notas da comunidade, como faz o X de Elon Musk.

Ele alega que a mídia é tendenciosa e censura cada vez mais conteúdos e que a eleição de Trump mostra um indicativo de que as pessoas querem mais liberdade de expressão.

Zuckerberg também declarou que vai mexer nas políticas de filtragem sobre temas como imigração e gênero e que vai mudar a empresa da Califórnia para o Texas, um lugar onde teria menos “gente tendenciosa” em seus times.

Por fim, disse que quer trabalhar com Trump para pressionar outros países pelo “fim da censura” e mencionou que a América Latina teria “cortes secretas” que podem derrubar plataformas.

O vídeo de pouco mais de 5 minutos parece ter saído do livro de receitas da ultra direita — cita cada tema, cada palavra símbolo que são repetidas nos encontros internacionais e nos discursos inflamados dos extremistas: gênero, migração, liberdade de expressão, censura, mídia tendenciosa.

A mudança para o Texas seria mais um afago aos bolsos republicanos, seguindo o exemplo de Elon Musk que também tirou suas empresas do Vale do Silício na Califórnia, berço das big techs, para o Texas, um estado historicamente conservador.

Parece que, vendo como o apoio ao Trump içou Elon Musk ao status de autoridade, alguém que fala com presidentes, influencia politicamente e colhe privilégios dessa parceria, Zuckerberg também quer seu filão.

Não que a conexão entre as big techs e a extrema direita seja exatamente uma novidade — basta lembrarmos do escândalo Facebook–Cambridge Analytica, que recolheu informações pessoais de até 87 milhões de usuários, dados que foram utilizados por políticos ultraconservadores para influenciar a opinião de eleitores em vários países. Mas era um pouco mais velada.

O que Musk e Zuckerberg estão fazendo é ainda mais grave — além de declarar apoio à extrema direita, facilitar e endossar narrativas de ódio para milhões de pessoas de todo o mundo em suas plataformas, eles têm ameaçado a soberania dos países quando falam em pressionar e “derrubar a censura” de governos progressistas.

Zuckerberg ainda fala em “cortes secretas” da América Latina, se referindo claramente às medidas tomadas pelo STF com relação ao X.

A extrema direita, por sua vez, está nadando de braçada. Nos últimos congressos ultraconservadores que me infiltrei, muito se celebrou esse casamento Musk — Trump. “Finalmente alguém vai lutar por nossa liberdade de expressão, contra a cultura do cancelamento e contra a ditadura da imprensa” diria um parlamentar durante o último encontro da nata ultraconservadora do mundo em Madrid.

Para dar um exemplo nacional dessa parceria, neste mesmo congresso em Madrid, o senador do Novo Eduardo Girão fez uma fala longa sobre como figuras de direita estão sendo perseguidas, censuradas e presas no que ele chamou de uma “juristocracia” brasileira. Falou em arbitrariedades com relação ao X, violações de direitos humanos e sinalizou que o país vive sob um governo autoritário, com uma imprensa tendenciosa.

No fim do ano passado, Girão e mais 4 parlamentares do Novo, representados pela organização ultraconservadora ADF International, solicitaram perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos que “condene a censura brasileira e defenda a liberdade de expressão”.

O site da ADF diz: “À luz da atual crise de censura estatal no Brasil, cinco legisladores brasileiros, incluindo o senador Eduardo Girão e os membros da Câmara dos Deputados Marcel Van Hattem, Adriana Ventura, Gilson Marques e Ricardo Salles, estão contestando as violações de seus direitos de liberdade de expressão perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, representada pela ADF International. A Comissão tem jurisdição sobre o Brasil como um Estado Parte da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. A Convenção Americana protege fortemente a liberdade de expressão, incluindo proibições de restrição prévia (censura de expressão antes que ela ocorra) e proteções especiais para discurso político (…) Os legisladores alegam violações de seus direitos sob a Convenção, incluindo sua liberdade de expressão e a proteção igualitária da lei, como resultado da crescente censura estatal, que remonta a 2019, e que recentemente atingiu o auge com a proibição do X (anteriormente conhecido como “Twitter”). Em sua contestação legal agora apresentada à Comissão, os legisladores observam que a censura patrocinada pelo estado, incluindo a proibição de X por 39 dias, é ‘desproporcional e de base legal duvidosa’ e ‘afetou os direitos convencionais das Vítimas de forma direta, particular e séria”.

O vídeo de Mark Zuckerberg, que segue os passos de Elon Musk, é um afago aos bolsos republicanos, um abraço apertado na extrema direita internacional e uma ameaça clara à soberania de países e suas legislações sobre as big techs.

*Andrea Dip/ICL

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Lula demite Paulo Pimenta da Secom, que será comandada por Sidônio Palmeira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu o martelo pela demissão de Paulo Pimentam(foto) do cargo de secretário de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. O último dia de Pimenta no cargo será na quarta-feira, quando o governo realizará um ato em memória dos ataques golpistas de 8 de janeiro. A transição foi confirmada em uma reunião no Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira (7).

A partir de quinta-feira, dia 9, Pimenta entrará de férias e, após o retorno, discutirá com Lula seu futuro na administração. Sidônio Palmeira, publicitário e marqueteiro com experiência em campanhas vitoriosas, assumirá a Secom na próxima semana, com posse prevista para terça-feira (14). Durante a transição, Pimenta tem se reunido diariamente com Palmeira para discutir as responsabilidades da pasta.

“Estamos fazendo uma transição com Sidônio, para que a partir da semana que vem ele possa assumir a tarefa de ser novo ministro da Secom. Estamos conversando entre equipes no sentido de que possa fazer da melhor maneira possível. Nosso compromisso maior é com o projeto do presidente Lula, e ninguém mais do que eu quer que ele tenha êxito e sucesso no trabalho que ele vai desenvolver aqui”, afirmou Pimenta em entrevista ao Globo.

Pimenta pode assumir a liderança do governo na Câmara

O futuro de Pimenta no governo ainda não foi definido, mas existem possibilidades de que ele assuma a liderança do governo na Câmara, cargo atualmente ocupado por José Guimarães (PT-CE), ou a Secretaria-Geral da Presidência, que é comandada por Márcio Macêdo. Questionado sobre sua nova função, Pimenta declarou: “Minha relação com o presidente é de lealdade, confiança e amizade, e eu solicitei ao presidente que pudesse manter uma programação que já tinha definido com minha família, de tirar alguns dias de férias e, só a partir do meu retorno, o presidente vai definir qual será minha nova tarefa.”

A troca na Secom reflete a estratégia de Lula de revitalizar a comunicação do governo na segunda metade de seu mandato. O presidente busca retomar um contato diário com o marqueteiro, semelhante ao que tinha com João Santana e Duda Mendonça em gestões anteriores. Sidônio Palmeira, que já trabalhou nas campanhas de Jaques Wagner e Rui Costa na Bahia, se destacou como um estrategista de marketing próximo a Lula durante a campanha de 2022.

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Pelo que disse Moraes, em vez de 72 horas, bolsoloides terão que esperar 20 anos pra Bolsonaro dar o sonhado golpe

Sim, a pesquisa Quaest revelou que a terra plana deu uma empenada.
Não é tão plana assim e ainda está troncha.

Quaest: “dois anos depois, 86% desaprovam a invasão de 8 de janeiro.”
Isso não é pouca coisa e mostra que Bolsonaro, hoje é apenas uma assombração de si mesmo.

Uma potencia política às avessas.

Até porque o projeto esculpido por sua baba de ódio de tomar o poder a força, fez tanta água que afogou o próprio.

20 anos de cadeia, no mínimo é o que espera Bolsonaro de celas abertas para enjaular o animal.

Não há truque que tire o canalha dessa lenha.

Hoje, só 7% aprovam a tentativa de golpe comandada por Bolsonaro.
Outros 7% não sabem ou não responderam.

Não demora um mês de cadeia pa,ra essa gente toda que vivia com um rosário de capim pendurado no pescoço, dizer que nem sabe quem é Bolsonaro.

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Jamil Chade: ‘Nos arquivos da ditadura, fica evidente que a tortura era institucionalizada’

Criação da Comissão da Verdade foi fundamental para recuperação da memória do período.

o analista internacional Jamil Chade comenta como a criação da Comissão da Verdade pela ex-presidenta Dilma Roussef — na qual ele era investigador — ajudou na recuperação da memória da ditadura militar no Brasil.

“Naqueles documentos ficava muito evidente que o próprio Itamaraty também funcionou para apagar o que acontecia no Brasil naqueles anos. Ou seja, não era uma atitude de um general, de um torturador que passou a mão né, que exagerou etc. Não, era uma operação de Estado, de fato, construída deliberadamente para silenciar qualquer tipo de críticos”.

*ICL

 

 

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Anúncio de Zuckerberg é ataque ao STF e à soberania brasileira, aponta secretário da Secom

Declaração do CEO da Meta “soa como antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump”, alerta João Brant.

Poucas horas após a gigante das redes sociais Meta anunciar, nesta terça-feira (7), mudanças em suas práticas de moderação de conteúdo, incluindo o fim do programa de checagem de fatos (fact-checking), o secretário de Políticas Digitais da Secom [Secretaria de Comunicação] da Presidência da República, João Brant, afirmou que o posicionamento da cúpula da empresa é uma “declaração fortíssima que se refere ao STF como ‘corte secreta’”.

A postagem foi feita após o dono da Meta, Mark Zuckerberg afirmar que “países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa”, disse o dono da Meta, Mark Zuckerberg, em uma referência indireta às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que visam conter a desinformação e disseminação de fake news nas redes sociais, de acordo com o jornal O Globo.

“É uma declaração fortíssima, que se refere ao STF como ‘corte secreta’, ataca os checadores de fatos (dizendo que eles ‘mais destruíram do que construíram confiança’) e questiona o viés da própria equipe de ‘trust and safety’ da Meta – para fugir da lei da Califórnia”, afirmou João Brant em publicação no X.

Em vez de usar organizações de notícias e outros grupos independentes, a Meta, dona do Facebook, Instagram e Threads, confiará nos usuários para adicionar notas ou correções a postagens que possam conter informações falsas ou enganosas. É um sistema conhecido como “Notas da Comunidade”, já usado pelo X, rede social de Elon Musk. Desde que assumiu o X, Musk, um grande aliado de Trump, tem posicionado cada vez mais a rede social como a plataforma por trás da nova presidência americana. Zuckerberg tende a seguir a mesma linha.

Na postagem, Brant ainda afirma que “Facebook e Instagram vão se tornar plataformas que vão dar total peso à liberdade de expressão individual e deixar de proteger outros direitos individuais e coletivos”, e que a “Meta vai atuar politicamente no âmbito internacional de forma articulada com o Governo Trump para combater políticas da Europa, do Brasil e de outros países que buscam equilibrar direitos no ambiente online”. “A declaração é explícita, sinaliza que a empresa não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital e soa como antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump”, alerta.

Ao finalizar o texto, o secretário de políticas digitais declara que a Meta vai “asfixiar financeiramente as empresas de checagem de fatos”, e que o anúncio da plataforma reforça a importância das ações em curso na Europa, no Brasil e na Austrália, envolvendo os três poderes.

O CEO da Meta afirmou que o sistema atual de checagem de fatos da empresa “chegou a um ponto em que há muitos erros e censura demais.” Por isso, disse, “é hora de voltar às nossas raízes sobre a liberdade de expressão”. Assim como Musk, Zuckerberg reproduziu a narrativa de que os EUA estão mais avançados no que diz respeito à livre manifestação de pensamento e disse que “as eleições recentes (nos EUA) parecem um ponto de virada cultural em direção a uma nova priorização da liberdade de expressão”.

Muitos aliados de Trump desaprovam a prática da Meta de adicionar avisos ou alertas a postagens questionáveis ou falsas. O futuro presidente americano costumava criticar Zuckerberg, alegando que o recurso de checagem de fatos tratava postagens de usuários conservadores de maneira injusta. Desde que Trump venceu um segundo mandato em novembro, a Meta tem agido rapidamente para tentar reparar os laços tensos entre ele e sua empresa com os conservadores.