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Com Dilma, Chico e Esquivel, o imperdível documentário A Fantástica Fábrica de Golpes. Assista-o já e compartilhe!

31 de agosto de 2016. O Senado brasileiro escreve a mais vergonhosa página de sua história. Por 61 a 20, aprova o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) pelo infundado crime de responsabilidade baseado nas chamadas “pedaladas fiscais”.

20 de setembro de 2022. Após 6 anos e 20 dias, a ex-presidenta Dilma e equipe tomam ciência de que a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão de Combate à Corrupção Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito que investigava as supostas pedaladas fiscais.

Essa decisão, unânime, foi aprovada em 7 de fevereiro pelo MPF, que não a publicizou na época.

“A verdade veio à tona”, disse Dilma Rousseff em nota oficial, publicada no seu blog.“Demorou, mas a Justiça está sendo feita”.

Na verdade, a decisão do MPF tem dois efeitos práticos:

1. Sepulta de vez qualquer denúncia contra a ex-presidenta Dilma. É fim de caso, mesmo!

2. Confirma o que já sabíamos desde 2016: Dilma foi vítima de um golpe, travestido de impeachment.

Mais precisamente de um golpe político, parlamentar, jurídico e, claro, midiático.

O golpe que derrubou Dilma não teria se concretizado sem o apoio maciço e as estratégias de manipulação da grande mídia, em especial da Rede Globo.

“Em 2016, foram inúmeras noites mal dormidas. Assistimos em agonia a democracia brasileira desmoronar”, relembram os jornalistas brasileiros Victor Fraga e Valnei Nunes, que há anos residem em Londres, no Reino Unido.

Era apenas o começo da tragédia que vivemos hoje em dia.

“Em seguida, vieram a campanha de lawfare e a prisão política de Lula e ascensão da extrema direita encarnada por Jair Bolsonaro, declaradamente defensor da ditadura militar e da tortura de presos políticos”, prosseguem.

“A grande mídia e as fake news tiveram um papel fundamental nesse processo”, salientam.

“Aí, decidimos realizar o documentário A Fantástica Fábrica de Golpes”, revelam Fraga e Nunes, que são os diretores.

 

 

 

 

 

 

 

Os jornalistas Victor Fraga e Valnei Nunes são os diretores do documentário A Fantástica Fábrica de Golpes

O filme é uma produção anglo-brasileira.

Estreou em Cuba, no Festival de Havana, em dezembro de 2021.

Percorreu diversos festivais europeus, entre os quais o prestigoso BFI, no Reino Unido, onde foi lançado em 29 de maio de 2022.

Atualmente, está em cartaz em nove cinemas de capitais brasileiras.

No entanto, devido ao crucial momento do Brasil, Fraga e Nunes decidiram, às vésperas das eleições, disponibilizar gratuitamente o filme a um pool de mídias alternativas, entre os quais o Viomundo.

Assista-o já! Está ao final.

A temporada é curtíssima.

Vai até amanhã, segunda-feira, 26-09.

O filme levanta questões urgentes.

O objetivo é fazer com que as pessoas reflitam sobre a situação do País e questionem a informação que recebem via grande mídia e redes sociais.

Ao longo dos últimos três anos, Fraga e Nunes viajaram por 11 cidades brasileiras e cinco países na Europa e América do Sul para coletar imagens exclusivas e entrevistar várias pessoas famosas, entre as quais: a ex-presidenta Dilma Rousseff, o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel, o cantor e compositor Chico Buarque, o advogado britânico de direitos humanos Geoffrey Robertson, o jornalista Glenn Greenwald e o ativista Jean Wyllys.

“Nosso filme é um registro histórico e uma ferramenta de denúncia. Precisamos aprender com os erros cometidos nos últimos anos para que Brasil se livre de sua longa tradição de golpes de estado”, concluem Victor Fraga e Valnei Nunes

https://youtu.be/M6ja8zpeluY

*Com Viomundo

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Bolsonarismo militar perdeu as condições de dar um golpe

Iniciativa fraquejara entre temores do próprio presidente ou prováveis indecisões do bolsonarismo militar.

O golpe se antecipa às urnas, sob a forma de uma derrota de Bolsonaro já consumada, mas ainda a se mostrar. Como uma batalha já decidida antes do seu fim reconhecido. O golpe está golpeado de morte.

Seja como alternativa ou preventivo, o golpe de Bolsonaro fraquejara entre temores do próprio ou prováveis indecisões do bolsonarismo militar.

A inutilidade em que terminaram suas situações mais ameaçadoras indicava o improviso na protelação dos planos. E o tempo a mais não os favoreceu.

Comprovada a viabilidade da derrota eleitoral de Bolsonaro e, seguindo o modelo do ultradireitista Steve Bannon, o consequente ataque de militares ao sistema eleitoral, iniciou-se um novo processo: a formação de um ambiente internacional, sobretudo no Ocidente, em defesa da democracia no Brasil.

Até há pouco, e por desatenção ou política, imprensa e TV expuseram os fatos desse processo o mínimo possível, e meio às escondidas. Há países em que liberdade de expressão é o nome social da liberdade também de omitir e deformar.

Os militares latino-americanos são reconhecidos mundo afora como forças do conservadorismo e golpistas.

A renitente ação do Ministério da Defesa e de militares do Exército contra a segurança das urnas e da apuração, mais do que comprovada, terminou por provocar a tomada de posição até de governos em defesa do Estado de Direito e do sistema brasileiro de votação.

Vários deles são vizinhos, mas são numerosas as reações originárias do governo dos Estados Unidos e de países europeus, da ONU, da polêmica OEA, de universidades célebres, do Parlamento Europeu e de entidades importantes no mundo.

E da chamada mídia influente, inclusive baluartes da centro-direita como The Economist e Bloomberg/Businessweek.

O ambiente internacional armou-se contra o golpismo. Está escandalizado com o Brasil de Bolsonaro, o simpático Brasil outra vez ameaçado pelo grupo da tortura, das cassações, de “umas 30 mil mortes” na “limpeza” anunciada por Bolsonaro.

O bolsonarismo militar perdeu as condições de dar um golpe. Antes ou depois da eleição presidencial.

Como a irracionalidade por má formação é típica do militar golpista, o bolsonarismo pode levar seu plano adiante. Pode até impor-se. No primeiro momento, porque não terá condições de se sustentar.

Os pronunciamentos externos contra o golpe envolvem uma disposição que não é gratuita: sua essência é o temor incutido pela escalada da direita extremista.

O golpe bolsonarista encontraria uma barragem intransponível, por não convir a forças poderosas econômica e militarmente. A proximidade dos governos direitistas com Putin é uma das diversas explicações. Que os bolsonaristas militares não veem e não ouvem, com a mira posta nas urnas inimigas.

*Folha

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Por não participar do debate do SBT, Lula foi o grande vencedor

O SBT experimentou fazer um debate sem o craque do jogo em campo. O resultado foi um troço sem sabor em que a produção de nada foi a grande vedete.

O candidato Bolsonaro se destacou pela nulidade de quem não se consegue imaginar que ali estava o atual presidente da República, tal a sua incapacidade de dizer alguma coisa que preste, mesmo que seja em proteção própria.

Para piora a química, aquele refil, padre Kelmon, uma espécie de Malafaia católico, não fez outra coisa senão lamber as botas de Bolsonaro que o levou na viagem ao funeral da rainha e na ONU.

Não há o que comentar sobre aquela figuraça que participou para empobrecer ainda mais um debate onde todos os perdedores saíram perdendo.

Simone Tebet não consegue chegar à página dois. Sua fala rende apenas algumas manchetes. Ou seja, a moça é produto do candidato de rótulo, conteúdo, neca.

Na mesma trilha vai Ciro Gomes e sua rebimboca da parafuseta, com a fala embolada e chata. O candidato, que tomou uma coça de um meme, foi o que sempre foi, um “purificador da política”, o universal de si mesmo. O sujeito, nessa sua cruzada que passa de duas décadas, não consegue apresentar uma embalagem. Sua fala é vela usada.

Soraya Thronicke, muito chata, não consegue sair da pauta do imposto único.

O troféu “paspalho modorrento” foi para o represente do Instituto Millenium, mais conhecido como privatiza tudo, Luiz Felipe D’Ávila.

Ou seja, a grande figura do debate foi Lula, até porque ele não saiu da boca de Ciro Gomes que se referiu mais a Lula do que a si próprio, e depois não quer virar meme.

Trocando em miúdos, Lula saiu no lucro. Bolsonaro tomou uns safanões, encolheu e, inacreditavelmente, saiu menor do que já é.

O resto já virou meme na internet, inclusive a história do vara curta.

Em outras palavras, deu ruim.

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Carina Vitral com Papa Francisco em evento de jovens na Itália: ‘Ele viu a camiseta do Lula, fez sinal positivo e me chamou. Fizemos a foto’

Carina Vitral encontra Papa Francisco na Itália, no Evento Economia de Francisco

Neste sábado, 24-09, a economista e candidata a deputada estadual pelo PCdoB-SP, Carina Vitral, esteve com o Papa Francisco durante o evento global Economia de Francisco, que reuniu jovens em Assis, interior da Itália, de 22 a 24 de setembro, para repensar a função da economia na sociedade e formular uma nova agenda econômica mundial.

Ao Portal Vermelho, Carina disse que “estar com o Papa foi um momento muito especial. Ele é um ser humano que de longe sentimos sua energia, sua espiritualidade e sua fé na mudança e na transformação do mundo. Ele falou para milhares de jovens, inspirando e incentivando a coragem e a transformação para construirmos uma sociedade e uma economia que não destrói o ambiente e o próximo. O Papa Francisco é uma pessoa necessária para esse momento político que vivemos no mundo”.

Durante o evento, Carina vestia a camiseta do Lula presidente e da primeira fila da plateia acenou para o Papa Francisco, que acenou para ela subir subir ao palco e tirarem uma foto.

Ele viu a camiseta do Lula, meu sorriso e fez um positivo e me chamou. Fizemos a foto. Essa é a força do Lula e do que ele representa, uma mudança que tem o povo no centro de suas preocupações.”

Sobre o encontro

Carina Vitral compõe a delegação de 100 jovens brasileiros escolhidos para o Encontro da Economia de Francisco que é o resultado de uma convocação feita pelo Papa, em 1º de maio de 2019, a jovens economistas e lideranças juvenis de todo o mundo para pensar “uma economia diferente, que faz vida e não mata, que inclui e não exclui, que humaniza e não desumaniza, que cuida da criação e não a despoja”, uma nova agenda capaz de “realmar” a
economia global.

Inicialmente agendado para março de 2020, o encontro foi suspenso devido à pandemia da Covid-19 e remarcado para este mês.

O nome do evento se deve ao frade São Francisco de Assis, que, jovem, desprezou bens materiais para abraçar a igualdade e a natureza, em busca de se enriquecer espiritualmente.

No Brasil, adotou-se o nome Economia de Francisco e Clara, em homenagem à santa que também nasceu em Assis e dedicou-se à caridade e ao respeito para com os pequenos.

Formada no curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Carina também representa a instituição acadêmica – como ex-aluna – no evento que reúne mil participantes de 120 países dos cinco continentes.

A programação contou com debates, colóquios, oficinas temáticas, incubadora para projetos, sessões de networking, mostras culturais, laboratórios artísticos, apresentação de livros e outras atividades que retratam a diversidade dos países presentes.

Os jovens de Assis se reúnem em 12 “aldeias” ou “vilas” temáticas que dão seguimento às discussões virtuais nas quais trabalharam durante os dois anos de pandemia, entre elas Finanças e Humanidade; Agricultura e Justiça; Energia e Pobreza; Economia e Mulher; e Trabalho e Cuidado, sendo essas as duas escolhidas por Carina, por serem o foco de sua atenção na militância feminista e na candidatura a deputada estadual para a eleição de 2 de outubro.

Ela, que foi presidente da União Nacional dos Estudantes e da União da Juventude Socialista e hoje faz parte da União Brasileira de Mulheres, dedica seus estudos e sua atuação política à temática da economia do cuidado e à inserção das mulheres na economia brasileira.

“Luto pelo protagonismo feminino, para reorganizar o papel da mulher na economia, por igualdade salarial e por remuneração para o trabalho do cuidado”.

Carina se refere à constatação de que mulheres e meninas ao redor do mundo dedicam 12,5 bilhões de horas diárias ao trabalho de cuidado não remunerado – que resulta numa contribuição de pelo menos 10,8 trilhões de dólares por ano à economia global.

Conforme relatório da Oxfam, a população feminina responde por mais de três quartos do cuidado não remunerado feito no mundo, e representa dois terços da força de trabalho em atividades de cuidado remuneradas. No Brasil,
85% dos afazeres domésticos (trabalho informal) são feitos por mulheres, com dedicação diária de até 6 horas.

“Esse trabalho de cuidado não é amor, é trabalho invisível não pago ou mal pago, quase sempre feito por mulheres pobres e que perpetua a desigualdade econômica e de gênero. As mulheres e meninas que assumem o trabalho de cuidado têm pouco tempo para si mesmas e mal conseguem ter vida social ou política”, e por isso a política precisa servir para propor “mudança real, concreta e possível na vida dessa parcela da população”.

O sociólogo da PUC Minas Eduardo Brasileiro, coordenador da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara, diz que o papa convida jovens do mundo inteiro para criar um corpo cada vez maior na sociedade em torno da necessidade de mudança.

“Ou mudamos ou morremos todos, e teremos de ir à raiz do problema, qual seja o modelo econômico que só
beneficia os mais ricos, uma política coordenada por elites agrárias e da alta sociedade do consumo.”

Ele realça que o chamado do líder da Igreja Católica é: “não deixem que lhes roubem a comunidade”, apontando que “o caminho para a construção de um novo pacto social, ecológico, econômico e educativo passa por uma experiência comunitária de economia para os bens comuns, de economias para os territórios, para o desenvolvimento sustentável, para uma nova arquitetura econômica”.

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Os pequenos que se foram: Como o desmonte do Mais Médicos matou crianças brasileiras

O burrinho da chácara do avô serviu naquela tarde para estancar o choro de Cecília. Ela adorava o animal e, antes de aprender a falar as primeiras palavras, batizou-o de “buuu”, espichando a vogal. Cecília se equilibrou no lombo do jumento e abriu um sorriso, registrado em uma derradeira fotografia. Pouco mais de uma semana depois, a menina começou a rejeitar a comida, ficou apática e não conseguiu sobreviver até seu primeiro Natal. Morreu vítima de uma pneumonia no dia 7 de dezembro de 2019. Tinha onze meses.

Cecília, um bebê esperto e rechonchudo, nascera no dia 8 de janeiro daquele ano em Pacajá, um município de 49 mil habitantes, no interior do Pará. Na fase final de sua gestação, todos os postos de saúde da região ficaram sem médicos. A escassez dos profissionais perdurou nos primeiros meses de vida da menina, período em que ela deveria ter recebido assistência neonatal, e sua mãe, Telma dos Anjos Nascimento, de 21 anos, deveria ter sido orientada sobre a prevenção de certas doenças. “Só fui atendida por enfermeiras”, lembra Nascimento. A perda da filha dói. “Fiquei destruída, queria ter morrido no lugar dela.”

Quando Cecília nasceu, o presidente Jair Bolsonaro acabara de tomar posse no Palácio do Planalto. Mas, mesmo antes disso, o Programa Mais Médicos, criado em 2013 no governo da presidente Dilma Rousseff, já estava em pleno desmonte. Durante a campanha de 2018, Bolsonaro atacou duramente o programa que espalhara milhares de médicos de Cuba pelos rincões do Brasil. Duvidava da qualidade profissional dos cubanos, ameaçava mandá-los embora do país, anunciava que mudaria o programa. A rejeição ao Mais Médicos levou às cenas inesquecíveis de cubanos sendo hostilizados, com gritos e cartazes insultuosos, ao desembarcarem nos aeroportos brasileiros.

Assim que Bolsonaro venceu o segundo turno da eleição, o governo cubano não esperou pelo cumprimento das ameaças do presidente eleito. Fez uma carta pública em que citou suas “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” e chamou seus médicos de volta. “Não é aceitável questionar a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores cubanos que, com o apoio de suas famílias, prestam atualmente serviços em 67 países”, dizia a nota. Nos dias que se seguiram, cerca de 8.500 cubanos deixaram o Mais Médicos, inclusive todos os sete médicos que trabalhavam em Pacajá. Os cubanos que partiram equivaliam à metade do contingente total do programa.

Cecília teve a má sorte de nascer numa cidadezinha pobre no Norte do Brasil de Bolsonaro. Em 2012, um ano antes da criação do Mais Médicos, Pacajá registrara treze mortes evitáveis de crianças com menos de 5 anos. O conceito de “mortes evitáveis” refere-se a óbitos causados por infecções (como pneumonia), doenças para as quais há vacinas (como sarampo), problemas em gestações ou partos e vários outros males que podem ser solucionados com diagnóstico e tratamento precoces ou com simples ações de prevenção. De 2013 em diante, já com o programa em vigor, a situação melhorou bastante. As mortes evitáveis tiveram uma queda substancial, oscilando entre 5 e 8 mortes anualmente. Em 2019, o primeiro ano depois da saída dos cubanos do país, o cenário voltou à antiga precariedade, e as mortes evitáveis em Pacajá subiram de novo para treze – entre as vítimas, estava a pequena Cecília.

O resultado trágico não é uma coincidência. Documentos e registros de óbito reunidos pela piauí mostram que em Pacajá – assim como em outros municípios em situação semelhante –, o número de mortes de crianças com menos de 5 anos decorrente de causas evitáveis aumentou 58%. Nesses municípios, a média subiu de 4 mortes em 2018 para 7 no ano seguinte. Considerando todo período do Mais Médicos anterior à saída dos cubanos, que vai de 2013 até 2018, o aumento registrado em 2019 nessas pequenas localidades é de 5 para 7 – um salto de 40%. São crianças brasileiras que poderiam estar vivas.

Em seus cinco anos de existência, o Mais Médicos colecionou números impressionantes. Chegou a reunir 18 240 médicos, entre cubanos, estrangeiros de outros países e brasileiros. Essa legião de profissionais atendeu cerca de 63 milhões de pessoas, em 4 058 municípios, que equivalem a 73% do total do país. Foi um sucesso sob qualquer ângulo que se analise. Em 1 039 municípios, o Mais Médicos era responsável por 100% da atenção primária, um tipo de atendimento que evita o agravamento de certas doenças e orienta sobre a prevenção de enfermidades. Nos municípios onde só havia médicos cubanos, o desmonte do programa simplesmente acabou com a atenção primária.

A partir dos dados de 2018 e 2019 obtidos pela Lei de Acesso à Informação, a piauí pesquisou os municípios brasileiros em situação mais vulnerável, para os quais o Mais Médicos desempenhava um papel crucial. Chegou a 119 municípios, concentrados nas regiões Norte e Nordeste. Neles, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), um indicador de qualidade de vida e bem-estar, é baixo ou baixíssimo, e pelo menos 20% da população vive em situação de extrema pobreza, com menos de 1,90 dólar por dia por pessoa – hoje, pouco mais de 10 reais. No começo de 2018, esses 119 municípios mais necessitados reuniam 544 profissionais do Mais Médicos. Com a saída dos cubanos, o número caiu para 127. Nos doze meses de 2019, as vagas abertas pelos cubanos foram sendo preenchidas.

Mas, apesar da reposição gradual nos 119 municípios, catorze deles que perderam todos os profissionais de atenção básica não voltaram a ter o mesmo número de médicos de antes. Ou seja: com o desmonte do programa, os médicos sumiram, depois alguns reapareceram, mas nunca mais o atendimento chegou ao mesmo nível. Nessa situação, estão 5 municípios do Pará (Cachoeira do Arari, Gurupá, Monte Alegre, Novo Repartimento e Pacajá), 3 no Maranhão (Matões do Norte, São Félix de Balsas e Sítio Novo), 2 do Amazonas (Beruri e Boa Vista do Ramos), 1 do Acre (Manoel Urbano), 1 de Alagoas (Jacuípe), 1 de Minas Gerais (Alvorada de Minas) e 1 do Piauí (Matias Olímpio).

É nesses municípios que o total de mortes evitáveis de crianças de até 5 anos saltou 58%: no total, pulou de 60 em 2018 para 95 no ano seguinte. Desde 2013, nunca tantos municípios desse grupo haviam tido aumento de mortes em um único ano. Outra evidência da importância do Mais Médicos pode ser verificada em municípios nos quais, apesar do desmonte, o número de médicos se manteve igual ou até cresceu um pouco: neles, a taxa de crianças vítimas de mortes evitáveis continuou caindo.

Os dados – que são os mais recentes disponíveis nos arquivos oficiais – não abalam as convicções do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que esteve à frente da pasta da Saúde entre janeiro de 2019 e abril de 2020. Ele afirma que sua equipe não detectou aumento de mortes que possa ser atribuído à saída dos cubanos do Mais Médicos e até duvida que isso tenha ocorrido. “O impacto desse programa na mortalidade infantil é muito baixo ou quase nulo”, disse. As 35 mortes a mais nos catorze municípios que chegaram a ficar sem médicos – bem como a queda nas mortes nos municípios onde a quantidade de médicos se manteve ou aumentou – são um sinal de que o ministro não observou os dados com atenção.

Há outros sinais. Em Pacajá, que ficou sem médico nenhum, chama a atenção a quantidade de mortes fetais em 2019. De acordo com os dados que o Ministério da Saúde mantém no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), doze crianças morreram antes do parto em Pacajá em 2019. Isso é mais que o dobro do ano anterior – e um recorde desde 2004. Parece ser um sintoma da falta de acompanhamento na gravidez.

A enfermeira Ângela Noronha, que há cinco anos coordena a atenção básica em Pacajá, não esquece o impacto da saída dos cubanos. “Ficamos sem médicos nas vilas, e um dos postos não tem médico até hoje”, conta ela. O hospital da cidade ficou sobrecarregado, e as pessoas enfrentaram uma peregrinação inútil. “Elas iam para os postos, de lá iam para o hospital, depois vinham para a Secretaria de Saúde, e a gente não tinha o que fazer”, relata Noronha. Ela não se ressente apenas da ausência dos cubanos, mas também de como eles lidavam com os pacientes. “No começo, mesmo sem dominar nossa língua, eles tinham um cuidado de desenhar para as pessoas, mostrar como elas deveriam fazer. Eles iam às casas delas”, lembra a enfermeira. “O trabalho dos cubanos é muito preventivo, a gente sente bastante falta.”

Manoel Urbano é um município de 10 mil habitantes, que corta o Acre ao meio. Ali, quando tudo corria bem com o Mais Médicos, a população contava com quatro médicos, todos cubanos. Já perto do fim do expediente, quando as quinze fichas de atendimento diário já estavam acabando, era comum que chegasse uma família inteira de indígenas – pai, mãe e quatro ou cinco filhos, todos querendo se consultar. “Nós dávamos um jeito de atender, com um pouco mais de paciência. Acabava que todos tinham algum problema de saúde, uma gripe, uma diarreia”, lembra o cubano Ariel Samada, de 38 anos, que ficou de 2016 até 2018 no Mais Médicos. Nascido em Cueto, província de Holguín, Samada foi para Cuba quando o governo convocou os médicos de volta, mas retornou ao Brasil. Hoje, de volta ao Mais Médicos, ele trabalha num posto de saúde de um município vizinho a Manoel Urbano e está fazendo o Revalida, o exame a que médicos formados no exterior se submetem para validar seu diploma no Brasil.

Francisca Taumaturgo de Sá, secretária municipal de Saúde da cidade, endossa o relato de Samada. “A diferença entre os médicos brasileiros e os cubanos é que os cubanos não tinham limite de fichas de consulta”, diz ela, com uma ênfase que destoa de seu semblante simpático e calmo. “Eles atendiam todo mundo, mesmo tarde da noite.” Com a saída dos quatro cubanos de Manoel Urbano, os postos de saúde ficaram sem ninguém para fazer as quinze consultas diárias nem para atender casos menos graves. “Foi uma tragédia”, lembra Clarita Mendes dos Santos, que à época dirigia o único hospital do município, com 23 leitos. Sem atendimento nos postos, as pessoas recorriam ao hospital. “Faltaram leitos, e chegamos a atender duzentas pessoas num único dia, algumas vezes tendo só um médico de plantão no hospital”, diz Santos.

Hoje funcionário da Secretaria da Saúde, Hermes Almeida acompanhou a crise pós-cubanos como representante do Conselho Regional de Enfermagem em Manoel Urbano. “O grande prejuízo foi a desorganização da atenção primária, e isso atingiu principalmente indígenas e ribeirinhos”, diz Almeida. Os substitutos dos cubanos só começaram a chegar em meados do primeiro semestre de 2019, e no final daquele ano ainda eram só três – um a menos do que antes. No período, as mortes evitáveis de crianças com menos de 5 anos saltaram de 4 para 13 – e 7 delas eram de indígenas. “Foi uma consequência natural”, diz Almeida. Desde 1996, quando entrou em vigor a atual Classificação Internacional de Doenças, nunca houve tantas mortes evitáveis de indígenas no município.

Os indígenas recorrem aos postos de saúde de Manoel Urbano em duas situações: quando se deslocam até a cidade porque as tentativas de cura dos pajés revelam-se insuficientes ou quando adoecem já na cidade, onde costumam ir para receber o antigo Bolsa Família e outros benefícios. Seis das 7 crianças indígenas que morreram em 2019 eram todas Kulina, povo com cerca de 1,7 mil membros no município. Os kulinas, que se autodenominam Madija, falam uma língua difícil de ser entendida até por iniciados e evitam se misturar com os brancos. Quando vão a Manoel Urbano, montam acampamento na margem do Rio Purus, oposta à da cidade.

Em uma manhã de novembro, duas dezenas de kulinas estavam no acampamento em barracas improvisadas com lonas plásticas e folhas de jarina, uma palmeira comum na Amazônia que produz o chamado marfim vegetal, usado em joias e artefatos. As mulheres preparavam refeições, os homens conversavam numa roda, as crianças se revezavam em brincadeiras na terra ou no rio. Até que um dos indígenas, Raimundo Kulina, concordou em falar. Ele é cacique da aldeia Boaçu, que, de acordo com os registros oficiais de óbitos, foi a mais castigada pelas mortes evitáveis de crianças em 2019.

“Os meninos pegam muita doença, vômito, diarreia”, resumiu o cacique. Ele tem baixa estatura, pele queimada de sol. Aparenta uns 65 anos. Naquela manhã, comera uma refeição preparada no próprio acampamento, mas com produtos obtidos na cidade, já que os indígenas são proibidos por uma lei federal de carregar a carne que pescam e caçam quando saem de suas terras, para evitar o uso de recursos naturais para fins comerciais. Sentado sobre um cepo baixo, ele comentou: “Na aldeia não tem remédio nem soro.” Para os indígenas, morrer na cidade é um suplício.

Quando uma criança kulina morre na aldeia, seu corpo é preparado com folhas aromáticas, enrolado em uma rede e colocado em um pequeno caixão feito com partes de velhas canoas ou outras tábuas. Sob o comando do pajé, faz-se um ritual com cânticos, pois a musicalidade é uma das principais características dos kulinas, e a criança é enterrada em um cemitério nas cercanias da aldeia. Na cultura kulina, esse ritual serve para ajudar o espírito do morto a seguir seu caminho. Quando uma criança indígena morre na cidade – como aconteceu com 4 das 7 vítimas de 2019 –, é sepultada ali mesmo. “As crianças ficam no cemitério de Manoel Urbano ou até no de Rio Branco”, lamenta Sico Kulina, da aldeia Santa Júlia, que também estava no acampamento. “Nem a família pode mais visitar o túmulo.” As mortes na cidade roubam dos kulinas o corpo da criança e o ritual de despedida.

No livro Mais Médicos: As Vozes dos Atores e os Impactos do Programa na Atenção Básica à Saúde, organizado por Helcimara Telles, um dos capítulos trata dos resultados do programa em seus três primeiros anos. De autoria de um grupo de seis pesquisadores, o estudo conclui que o Mais Médicos ampliou a cobertura da atenção básica no país, aumentou em 33% o número de procedimentos em postos de saúde e diminuiu as internações em hospitais.

“O evento mais catastrófico desses três últimos anos foi a descontinuidade da cooperação com Cuba”, diz Alcindo Antônio Ferla, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), líder da equipe que realizou o estudo publicado no livro. Ferla coordenava a Rede Observatório do Programa Mais Médicos, que reunia pesquisadores da Fiocruz, de universidades e outras instituições e se dedicava a estudar o programa. Apresentado aos dados sobre o aumento de mortes evitáveis depois da debandada dos médicos de Cuba, Ferla não teve dúvidas. “Esse efeito é imediato”, disse. Ele vai além. Suspeita que o acréscimo de óbitos é ainda maior. Com a desorganização dos serviços de saúde decorrente da partida dos cubanos, os dados sobre os registros de mortes tendem a estar subdimensionados.

Ferla optou por fazer uma carreira na área da saúde pública muito cedo. Atuou no que ele chama de “pré-história do SUS”, trabalhou em secretarias municipais e nos conselhos estaduais e federal de Saúde. Com doutorado em educação, ele lamenta o fim do contato com os médicos cubanos. Diz que foi uma grande oportunidade para aprimorar a formação de profissionais de saúde brasileiros. “Foi o maior programa de educação permanente que o SUS teve e que provavelmente terá”, diz.

No Amazonas, no extremo oposto do país, outro pesquisador também se dedicou a avaliar os resultados do Mais Médicos. Depois de estudar teologia, Júlio Cesar Schweickardt enveredou para a área da saúde e entrou na Fiocruz Amazônia, em Manaus. O estudo que coordenou avaliou o impacto dos cubanos no Distrito Sanitário Especial Indígena Alto do Rio Solimões, onde vivem 71 mil indígenas. Os resultados saíram na Revista Panamericana de Salud Pública em 2020, uma publicação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A pesquisa revelou que os cubanos chegavam a fazer, em algumas ocasiões, cinquenta consultas diárias e, com o trabalho deles, o número de nascimentos antecedidos de pré-natal aumentou em até quinze pontos percentuais. A falta do pré-natal é uma das maiores causas de óbitos fetais e mortalidade materna.

O desmonte do Mais Médicos era uma tragédia anunciada. No dia 26 de novembro de 2018, menos de duas semanas depois da decisão cubana de retirar seus médicos do Brasil, houve uma reunião com representantes de prefeituras, governos estaduais e do governo federal. No encontro, o Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), órgão que há mais de três décadas atua em defesa da descentralização dos serviços de saúde, sugeriu que fosse montada uma “sala de situação” para monitorar a crise que certamente viria. A ideia acabou engavetada, mas o presidente do Conasems não esqueceu aquele período. “Foi difícil e ainda está sendo difícil em municípios de maior vulnerabilidade”, diz Wilames Freire, que preside o órgão desde 2019. “Há até hoje vagas que os brasileiros se negam a preencher.” Ainda há nada menos que 3 016 vagas à espera de médicos.

O então deputado federal Jair Bolsonaro se opôs ao Mais Médicos desde que a medida provisória criando o programa começou a tramitar na Câmara, em 2013. Suas críticas não se limitavam à polêmica forma de contratação dos cubanos, pela qual a ditadura de Cuba ficava com mais de dois terços do que o governo pagava pelo trabalho dos médicos. Bolsonaro atacava diretamente os profissionais cubanos. Batizou a proposta de “Maus Médicos”.

Em 18 de outubro de 2016, quando se comemora o Dia do Médico, Bolsonaro falou na Câmara dirigindo-se aos profissionais de saúde. Disse que o primeiro presente que daria aos médicos era o “envio de volta, para Cuba, dos 12 mil cubanos que estão aqui sem termos qualquer garantia de que conheçam minimamente a medicina”. E completou, assertivo: “Na verdade, não sabem absolutamente nada.” Na campanha eleitoral de 2018, prometeu expulsar os “14 mil cubanos” por meio do Revalida, o exame que os profissionais do Mais Médicos foram dispensados de fazer.

Além dos termos controversos do contrato e da qualidade supostamente duvidosa dos cubanos, os ataques bolsonaristas focaram na questão do Revalida. Escalado para comandar o Ministério da Saúde, Mandetta, também ele um crítico do Mais Médicos, continuou no combate ao programa. Mesmo depois de deixar o governo diante do negacionismo de Bolsonaro na pandemia, Mandetta seguiu reclamando que o Mais Médicos não exigia “certificação” dos cubanos. “Você não sabe a quem você está entregando sua mãe ou o seu filho”, disse ele em entrevista a um podcast do UOL.

Na secretaria ministerial que cuidava do Mais Médicos, Bolsonaro e Mandetta colocaram uma figura que, durante a pandemia, ganharia fama nacional: Mayra Pinheiro, que ficou conhecida como “Capitã Cloroquina” por sua insistência em recomendar medicamentos ineficazes para combater o coronavírus. Ela também era uma adversária antiga do programa. Em agosto de 2013, no comecinho do Mais Médicos, ela participou de um protesto na Escola de Saúde Pública do Ceará onde os cubanos foram recebidos com faixas que pediam “Revalida Já” e gritos de “escravos” e “incompetentes”. Pouco antes da posse de Bolsonaro, voltou a atacá-los. “A população brasileira foi exposta a riscos por pessoas que não sabemos até hoje se de fato são médicos”, disse, numa entrevista a um canal do YouTube em Fortaleza.

A tríade – Bolsonaro, Mandetta e a Capitã Cloroquina – chegou a publicar editais convocando brasileiros formados no exterior para substituir os cubanos – e não exigia que os novos médicos tivessem feito o exame do Revalida. Não adiantou, porque os brasileiros lá fora não atenderam ao chamado, e boa parte das vagas não foi preenchida. Diante do fracasso, uma semana antes do Natal de 2019, Bolsonaro e Mandetta assinaram uma lei rebatizando o programa para “Médicos pelo Brasil”. Trazia uma contradição flagrante: permitia que os cubanos que tivessem ficado no país fossem reincorporados ao novo programa, pelo período de dois anos, sem exigir deles o Revalida ou qualquer outro tipo de certificação.

Mandetta se defende dizendo que, depois dos dois anos, os cubanos fariam a prova. “Os dois anos funcionariam como uma residência entre aspas”, diz ele. Indagado sobre o fato de que os cubanos em “residência” eram os mesmos sem qualificação que ele criticava antes, Mandetta fala em “questão humanitária” para ajudar os estrangeiros. Mayra Pinheiro, a Capitã Cloroquina, não quis dar entrevista. O Ministério da Saúde, hoje sob comando de Marcelo Queiroga, fez uma nota dizendo que o reaproveitamento dos cubanos que antes eram considerados desqualificados não é uma contradição.

Segundo o ministério, a mudança decorreu da pandemia do coronavírus. A nota diz que foi “uma medida emergencial” para garantir “menor impacto na oferta de profissionais médicos no país considerando especialmente que já existiam médicos cubanos vivendo no Brasil”. A cronologia dos fatos não favorece a explicação oficial. A lei prevendo a reincorporação dos cubanos saiu dois meses antes da confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, período em que o governo ainda nem acreditava numa pandemia. A própria declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) dizendo que o mundo enfrentava uma pandemia só saiu doze semanas depois da “medida emergencial”.

Ainda assim, os cubanos acabaram tendo papel essencial no combate à pandemia. No Pará, estado que, ao contrário do Amazonas, não precisou exportar contaminados para outras regiões, o governador Helder Barbalho (MDB) conta que só conseguiu colocar em operação cerca de 2 mil leitos para pacientes com Covid-19 porque pôde contar com os cubanos. Ao reservar os leitos, o estado não dispunha de profissionais – médicos, enfermeiros – em número suficiente para prestar atendimento. Barbalho, então, começou a contratar cubanos que tinham saído do Mais Médicos e estavam no Brasil. Ele calcula que contratou em torno de quatrocentos cubanos. “Sem a mão de obra deles não teríamos conseguido”, diz o governador. “Eles são heróis e merecem nosso reconhecimento.” Em julho de 2020, depois do pico da pandemia, o governo estadual estimulou que as prefeituras paraenses contratassem os cubanos para atuarem em seus postos de saúde. A Justiça, acionada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), não permitiu.

Hoje, o programa agora chamado de Médicos pelo Brasil reúne 2 750 médicos de Cuba. Entre eles, estão os que ficaram no país, mas também cubanos que atenderam o chamado do governo de Havana e mais tarde retornaram ao Brasil. Em Pacajá e Manoel Urbano, por exemplo, há hoje dois médicos cubanos. Eles foram reincorporados sem fazer o Revalida, atuaram no combate à pandemia e retomaram o trabalho de prestar atenção primária a populações brasileiras desassistidas. Só chegaram tarde demais para crianças como Cecília e os pequenos kulinas.

*Solano Nascimento/Revista Piauí

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Apoio de políticos de centro a Lula preocupa campanha de Bolsonaro

A avaliação de integrantes da equipe é que essa ação tem maior potencial de impulsionar Lula, superando até as declarações de artistas.

Segundo Bela Megale, O Globo, os declarações de políticos de centro em apoio a Lula feitas nos últimos dias têm preocupado a campanha de Bolsonaro. A avaliação de integrantes da equipe é que essa ação tem maior potencial de impulsionar Lula nas urnas, superando até as declarações de artistas pedindo voto para o petista.

Mais do que a mensagem de união de forças distintas contra o presidente, a campanha de Bolsonaro aponta que muitos desses políticos teriam mais influência sobre o eleitorado por ter bases de apoio consistentes. A principal preocupação é o suporte público que correligionários do PSDB têm dado ao petista.

Nesta sexta-feira, mais um tucano histórico se posicionou pró-Lula no primeiro turno. O prefeito de Barueri (SP), Rubens Furlan, que está em seu sexto mandato, fez um vídeo com Geraldo Alckmin em que disse que “há um grande equilíbrio nessa chapa (de Lula e Alckmin) capaz de fazer o Brasil dos nossos sonhos”. A manifestação aconteceu um dia depois de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulgar uma nota na qual defendeu o voto democrático, em contraposição a Bolsonaro.

No início da semana, Lula fez um ato com oito ex-candidatos à Presidência que o apoiam. Na agenda, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (União Brasil) manifestou voto no petista. Na semana passada, a ex-senadora Marina Silva (Rede) também passou a apoiar Lula publicamente.

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Miséria provocada pelo desgoverno federal jogou famílias inteiras nas ruas de todo País

Por Juliana Cardoso*

“Bolsonaro corta 96% do orçamento 2023 e prejudica crianças”.

“Bolsonaro extingue direito a creches de famílias beneficiárias do Auxílio Brasil”.

“Cresce número de crianças com peso abaixo do ideal; ‘Armário está vazio, não tem nada pra comer’”.

“A insegurança alimentar é maior nos lares com crianças com menos de dez anos”.

Essas são algumas das notícias que temos recebido nos últimos dias, comprovando o que verificamos nas ruas conversando com a população mais vulnerável, especialmente com as mães.

O desgoverno repete a estratégia de retirada de direitos: demoniza o programa petista que atendia a essa população, muda o nome e simula a criação de outro, mas que não sairá do papel.

Com esse objetivo, atacou e acabou com o programa Brasil Carinhoso, (criado no governo de Dilma Rousseff, em 2012), simulou substituir pelo Benefício Auxílio Criança Cidadã que, apesar da reserva de R$ 137 milhões no orçamento, não teve nenhum valor gasto ou sequer empenhado pelo governo em 2022.

O programa social petista incentivava prefeituras a matricular crianças de famílias vulneráveis e beneficiárias do Bolsa Família em creches particulares.

Os recursos ajudavam nas ações de cuidado integral, segurança alimentar e nutricional, além de garantir o acesso e a permanência da criança na educação infantil.

Já Bolsonaro, além de não pagar por vagas nas escolas particulares, reduziu os investimentos para construção de creches e pré-escolas pelo país.

Seguindo sua lógica perversa e de morte, no lugar de “dar o peixe” ou “ensinar a pescar”, o desgoverno tira até o acesso ao rio.

Em 31 de agosto, o governo enviou ao Congresso o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) reduzindo, em comparação com 2021, em 96% os investimentos em Educação Infantil, em 56% a Educação de Jovens e Adultos (EJA), além do corte de R$ 1,096 bilhão no programa “Educação básica de qualidade” em comparação com 2022.

No Brasil, 1.216 obras de educação infantil estão paradas e, pelo orçamento de 2023, a previsão é a retirada de R$ 1 bilhão da educação básica.

Segundo a Unicef, 20 milhões de crianças ainda sofrem com os efeitos de dois anos de pandemia, com dificuldades na linguagem, na coordenação motora fina, socialização, etc.

Os cortes inviabilizam a retomada do aprendizado das crianças (e de adultos que querem se alfabetizar), prejudicam mães solo e impedem o retorno e qualificação das mulheres ao mercado de trabalho.

Some-se a isso a alta dos preços da cesta básica, da inflação, levando à falta de alimentos nas casas das famílias e à diminuição da qualidade do desenvolvimento infantil.

Entre os mais de 33 milhões de brasileiras e brasileiros em insegurança alimentar, a fome é ainda maior em lares com crianças abaixo de 10 anos.

Essa é uma decisão política. O governo atual acabou com as políticas sociais como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que comprava alimentos dos produtores rurais.

O PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) só repassa atualmente R$ 0,36 por refeição para alunos do ensino fundamental, e o valor está congelado há cinco anos.

Mesmo com a recomposição dos valores aprovada na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) no Congresso, ela recebeu veto de Bolsonaro. O resultado são crianças sendo “alimentadas” com bolachas e sucos de caixinha.

Não falta verba, falta incluir o povo no orçamento, incluir o futuro do Brasil no orçamento.

Quando a miséria provocada pela incompetência (ou projeto) do desgoverno federal jogou milhões de famílias nas ruas, no desemprego, na precarização e no desamparo, seguimos defendendo a vida.

Pela vida com dignidade, respeito, acesso à moradia, emprego, educação e futuro. Sem medo de sermos felizes!

*Juliana Cardoso é vereadora (PT), vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo e integra a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança.

*Viomundo

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Vídeo: Alckmin vira voto de prefeito tucano de Barueri, uma das cidades mais ricas de São Paulo

“Quando o Geraldo Alckmin decide se aliar a toda a estrutura do Lula para o bem do Brasil, eu não tenho mais dúvida, não”, disse Rubens Furlan (PSDB).

O prefeito de Barueri (SP), Rubens Furlan (PSDB), declarou nesta sexta-feira (23) apoio ao candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em vídeo, o chefe do Executivo municipal destacou o fato de Geraldo Alckmin (PSB) ser vice do petista.

“Quando o Geraldo Alckmin decide se aliar a toda a estrutura do Lula para o bem do Brasil, eu não tenho mais dúvida, não”, afirmou Furlan. “Houve um grande equilíbrio nesta chapa capaz de fazer o Brasil dos nossos sonhos”, acrescentou o prefeito.

Alckmin agradeceu ao prefeito o apoio à chapa encabeçada por Lula faltando 10 dias para as eleições. “Que honra, que alegria, alguém que o povo confia tanto como você”, disse o candidato a vice-presidente.

A pesquisa Datafolha, divulgada nessa quinta-feira (23), mostrou que Lula aumentou as chances de ganhar a eleição no primeiro turno e continuou com mais de 15 pontos percentuais à frente de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.

A pesquisa telefônica Ipespe, encomendada pela XP Investimentos e divulgada nesta sexta-feira (23), também apontou Lula perto de vencer no primeiro turno.

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O quê ou quem está por trás do “destrambelhado” Ciro Gomes?

Segundo Noblat, Ciro quer se transformar num produto político em 2026 que substitua Bolsonaro no coração dos reacionários.

Ciro seria uma espécie de bolsoprime.

Lula, no programa do Ratinho, fez espaguete de Ciro Gomes. No bom popular, disse que Ciro surtou, mas junto o desmascarou recobrando uma informação bastante interessante, que Ciro, quando ministro da Fazenda de Itamar Franco, não fez rigorosamente nada de forma concreta para baixar os juros.

Lula dá uma desancada em Ciro, dizendo:

“Eu acho que o Ciro está surtando. Eu vi o Ciro falar para você aqui: ‘não, porque a taxa de juros está muito alta, porque o Brasil pagou 500 bilhões’. Ele foi ministro da Fazenda durante três meses. Você sabe qual era a taxa de juros quando ele foi ministro? 55%. Se ele tiver memória curta, é importante ele lembrar, que ela reduziu apenas para 49%”.

Certamente Lula sabe que o tamanho da encrenca dessa espécie de Bolsonaro genérico em que Ciro se transformou, é bem maior. E que, de lobo solitário que ataca Lula e o PT, e implode o próprio PDT, Ciro não tem nada, ou não seria bancado por fundações internacionais nessa sua nova embalagem.

O fato é que Ciro exagerou na dose, passou muito do ponto, sendo admirado e elogiado até por Sergio Moro.

Daí pode-se observar a que regra moral ele atende. E talvez explique melhor esse candidato fabricado em condições pouco transparentes, já que Moro, um agente do Estado, operou como um agente dos interesses dos EUA para degradação das empresas brasileiras e da própria política nacional, junto com a Globo, que desde que existe, trabalha incessantemente para amesquinhar o debate nacional para confundir a sociedade com informações objetivamente confusas.

Ciro parece não estar interessado, pelo menos não no momento, em ter uma atitude voltada à ampliação de seu eleitorado em 2022, mas preencher uma lacuna em 2026 para uma direita destruída em 2016, com o golpe em Dilma. E o bolsonarismo, fruto do vácuo deixado pela direita tradicional, representada pelo PSDB, hoje dizimada.

Seria bom, portanto, buscar com mais paciência, informações profundas sobre esse personagem caricato em que se transformou Ciro Gomes para descobrir quem o está nutrindo como um borralho de Bolsonaro.

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Ao final da entrevista, Ratinho se rende a Lula: “Você é encantador”

O ex-presidente Lula (PT) se mostrou muito à vontade na entrevista com Ratinho, do SBT, na noite desta quinta-feira (22), e chegou até mesmo a arrancar elogios do apresentador, que até então era tido como um simpatizante de Jair Bolsonaro (PL).

Entre um tema de política e outro, ambos relembraram momentos em que estiveram juntos, como quando Lula tomou cachaça e comeu rabada com o apresentador em sua casa na capital paulista.

Já no final da entrevista, Lula criticava a forma como Bolsonaro encarou a pandemia do coronavírus, relembrando que o atual presidente zombava da crise sanitária. “É uma estupidez de alguém que é ignorante. Ele é ignorante. Tem gente que acha que é bonito ser ignorante”, disse o petista.

Na sequência, o ex-mandatário emendou: “O que é bonito é ser educado, um cara refinado como eu, falar com você calmo, tranquilo…”. Foi aí, então, que Ratinho se rendeu: “Nesse ponto você encanta. Você é encantador”.

Lula, então, prosseguiu. “Eu comia rabada com você e não limpava a boca na toalha. Usava guardanapo, porra…”, disse, em tom descontraído. Ratinho, por sua vez, manteve o clima amigável. “Comprei um vinho bom mas o copo era aquele de massa de tomate”, declarou, encerrando a sabatina com um “muito obrigado, presidente”.

*Com Forum

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