Todas as vezes que o clã desenterra a facada fake de Adélio ou a morte de Celso Daniel, é porque o caso Marielle chegou mais perto dos Bolsonaro, se é que pode chegar mais perto do que já chegou, a cinquenta passos da casa 58 do seu Jair no condomínio Vivendas da Barra.
Quem era o terceiro membro no carro com os assassinos?
Falta só esse detalhe pra confirmar o que todos já sabem, o clã Bolsonaro está mergulhado de cabeça no assassinato da vereadora Marielle.
Eduardo Bolsonaro não correu para o twitter pra desenterrar ridiculamente o caso Celso Daniel. Nada dessa gente é feito sem motivo compensatório.
É fumaça, é foguete, é buzina. Isso até meus botões sabem.
Resta saber o que está por trás dessa esfarrapada tentativa de desviar foco de casos envolvendo os crimes do clã.
Além do caso Marielle
Em novo depoimento na investigação de um suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de São Paulo, o ex-assessor do deputado estadual Gil Diniz (PSL)*, Alexandre Junqueira, sustentou suas acusações e afirmou que o parlamentar mantinha um funcionário fantasma em seu gabinete. Diniz nega.
O inquérito corre em sigilo, mas Junqueira reafirmou à Folha que o deputado e líder do PSL na Casa coagia seus funcionários a devolver parte dos salários e fazia um rodízio de recolhimento em espécie das gratificações. O dinheiro seria usado para pagar contas de apoiadores.
Minutos antes do depoimento, outro assessor do deputado, Felipe Carmona, também esteve no Ministério Público de São Paulo, onde Junqueira foi ouvido. Ele afirmou que iria protocolar autorização para quebra do sigilo de Diniz e de seus funcionários do gabinete para facilitar as investigações.
“A gente quer resolver isso o mais rápido possível. Antes de sermos intimados nós ficamos sabendo da denúncia pela imprensa e já protocolamos defesa para agilizar”, afirmou Carmona.
Lembram quando falei na CCJ que o PT mandou matar o Celso Daniel? Pois então, o PT é um CNPJ, quem manda matar é uma pessoa física.
Quem sabe em breve não teremos novidades sobre esse crime que acobertam dizendo ser "crime comum", mas que todos suspeitamos ter sido encomendado. https://t.co/ICE6REvJki
A polícia de Roraima invadiu, na tarde de hoje (09), o acampamento Lula Livre, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado no município de Mucajaí, a 58 quilômetros da capital, Boa Vista.
Conforme as denúncias dos acampados, o despejo é extremamente violento, com ameaças, intimidações e queima de todos os seus pertences.
“A polícia está botando fogo em todos os pertences das famílias e ameaçando bater e prender quem tentar entrar no local. As famílias estão sendo obrigadas a ver tudo que tem ser queimado, sem poder fazer nada”, contou uma acampada ao sítio do MST na Internet.
O despejo não é acompanhado por um oficial de Justiça, contrariando a própria lei. Quem acompanha a força tática é o grileiro da terra, que, conforme das denúncias, chama-se Zezinho. O local fica na fazenda Tocantins e tem 650 hectares, improdutivos, e foi ocupado pelas famílias em 17 de abril de 2019.
Essa é mais uma intervenção fascista da polícia contra um acampamento sem terra ou sem teto. A cada semana, as forças da repressão realizam invasões ilegais a esse tipo de habitação para expulsar os trabalhadores, queimando seus pertences pessoas e do movimento. No final de dezembro, algo semelhante foi realizado em um acampamento do MTST em Maceió (Alagoas).
Demonstra-se a cada dia que a polícia é um corpo fascista que serve apenas para reprimir o povo pobre e trabalhador. Portanto, deve ser extinto imediatamente! E, por sua vez, os trabalhadores, particularmente os sem terra, têm todo o direito de se armarem, justamente para se defender das atrocidades cometidas pelas forças da repressão bolsonarista.
Cerca de 180 famílias Guarani e Kaiowá foram atacadas a mando de fazendeiros; 7 indígenas foram feridos.
Cerca de 180 famílias Guarani e Kaiowá que habitam áreas retomadas por indígenas nos limites da reserva de Dourados, no Mato Grosso do Sul, foram alvo de violento ataque de seguranças privados.
A ação, que teve início às 23h do dia 2 de janeiro e terminou somente no dia seguinte, 16 horas depois, deixou sete indígenas feridos por tiros de bala de borracha e projéteis de arma de fogo.
Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), três indígenas feridos com tiro no rosto, no tórax, na cabeça e na perna, foram encaminhados ao hospital e, apesar da gravidade dos ferimentos, não correm risco de vida.
Após o início do ataque, policiais militares e do Departamento de Operações de Fronteira se deslocaram ao local, onde, de acordo com o Cimi, também agiram de forma violenta contra os indígenas.
Um indígena de 12 anos também precisou de socorro médico após perder três dedos da mão esquerda ao manipular uma granada deixada para trás pela polícia. Um segurança particular também ficou ferido.
A recente investida dá continuidade ao aumento da violência contra as famílias Guarani e Kaiowá que se intensificou nos últimos anos. Nesse processo, o uso das empresas de segurança privadas é frequente.
Justamente por conta do envolvimento com os ataques no Mato Grosso do Sul – que culminaram, inclusive, em assassinatos de lideranças indígenas entre 2009 e 2011 –, há dois anos a Justiça Federal mandou fechar a empresa de segurança Gaspem.
Trator blindado, chamado pelos indígenas de “caveirão”, tem sido utilizado por jagunços em ataques contra retomadas (Foto: Arquivo/Povo Guarani e Kaiowá)
Seis ataques em oito meses
Uma comitiva formada por organizações que atuam na região, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Associação dos Juristas para a Democracia (AJD) e o próprio Cimi, visitaram o local do ataque no dia 8 de janeiro. Os representantes das entidades constataram a existência de cápsulas deflagradas de armas calibre 12.
A comitiva procurou a Defensoria Pública da União (DPU) de Campo Grande, que, nesta sexta-feira (10) solicitou ao governo estadual que requisite o envio da Força Nacional de Segurança Pública.
No ofício, Daniele de Souza Osório, defensora pública regional e coordenadora do Grupo de Trabalho Comunidades Indígenas do órgão, reforça que não restam dúvidas que há risco de novos atos violentos que poderão vitimar crianças e idosos indígenas.
Em entrevista ao Brasil de Fato, a Irmã Joana Aparecida Ortiz, integrante da congregação das Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida e colaboradora do Cimi em Dourados, afirma que é a sexta vez que os indígenas que realizam as chamadas retomadas, ocupando territórios, foram atacados nos últimos oito meses.
A Reserva Indígena de Dourados possui a maior concentração de indígenas do país e abrange cerca de 20 mil pessoas, em uma área de apenas 2.600 hectares.
“Essa violência tem acontecido porque ela está em todos os aparatos do Estado. As balas são letais. Não foram pra assustar, mas realmente para matar letais. Os indígenas vivem esse temor todos os dias”, lamenta Ortiz. “Foi o próprio Estado que os colocou em uma situação de violência os arrancando dos espaços onde estavam e os confinando nessas reservas”, denuncia.
Segundo ela, a limitação territorial, a perseguição e a violência dificultam que os indígenas alcancem as condições básicas necessárias para sua sobrevivência.
Governo ruralista
Na última segunda-feira (6), o governo Bolsonaro enviou o ruralista Luiz Antônio Nabhan Garcia, secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, para Dourados.
Inimigo declarado dos povos indígenas e do campo, Nabhan Garcia presidiu por mais de uma década a União Democrática Ruralista (UDR). A associação é acusada de organizar milícias armadas, no final da década de 1980, para prestar serviços de pistolagem a fazendeiros contra os sem-terra.
Assim que chegou à região, o ruralista participou de uma reunião com autoridades públicas estaduais e com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai). Em entrevista ao portal Campo Grande News, endossou os argumentos e justificativas dos fazendeiros da região ao dizer que “as pessoas precisam entender que ninguém tem direito a invadir propriedades alheias”.
Ao Cimi, o indígena Laurentino Guarani Kaiowá, que vive em uma das áreas retomadas atacadas, refutou a narrativa de Nabhan e dos ruralistas da região.
“Todo dia eles (seguranças) nos provocam, atiram na gente, xingam. Eles estão ali não é só pra vigilância, mas pra tirar indígena da terra. Tão aproveitando que tá todo mundo de festa de ano novo e atacando”, disse Laurentino. Ele complementou ainda que a polícia chegou na sequência, provavelmente acionada pelos próprios seguranças, e corroborou os ataques contra eles.
A exemplo da atuação do secretário, a Irmã Joana Aparecida Ortiz avalia que não há perspectiva de vida digna para os indígenas sob o governo Bolsonaro. Um exemplo é o congelamento do processo de demarcação de terras.
“As pessoas que estão assumindo a frente dos organismos responsáveis não tem preparo para trabalhar com a cultura indígena e respeitar o que a Constituição prevê. A violência só tende a aumentar porque o interesse do agronegócio é ter o lucro, independente dos meios utilizados”, finaliza a religiosa.
Se os indicadores sociais de 2019 mostram um país onde o governo reduz os programas sociais mais relevantes, não há o menor sinal de melhoria para 2020, nem 2021, ou 2022, escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia.
O cotidiano da sociedade brasileira mostra que a vocação de Bolsonaro é tirar dinheiro do bolso dos pobres, em particular dos muito pobres, aqueles que não têm o suficiente para colocar comida na mesa ou uma casa para morar.
Os números oficiais registram a agonia do Minha Casa, Minha Vida, que já foi o mais ambicioso projeto de moradia popular da história do país e um dos maiores do mundo. Ajudava a criar empregos para os operários e residência para quem não pode comprar — além de assegurar ganhos que animam empresários a investir.
Em 2018, o programa conseguiu 153,2 mil moradias na faixa 1, das famílias mais pobres, para quem o subsídio pode chegar a 90% do preço de cada unidade. Em novembro de 2019, o balanço de 11 meses mostrava que apenas 54,5 mil residências foram entregues.
Num movimento que obedece ao mesmo impulso nervoso central, a máquina que suspende a construção de moradias populares também reduz a proteção que era assegurada pelo Bolsa Família.
Num país que está longe de ter vencido a pior e mais prolongada crise econômica de nossa história recente, enquanto as carências domésticas se multiplicavam ano após ano o total de famílias atendidas caía — de 13,8 milhões para 13,1 milhões.
Num sofrimento inédito na longa história de nosso sistema de previdência publica, a fila daqueles que já têm direito a receber a aposentadoria mas são travados burocraticamente já alcança 1,2 milhão de pessoas. A desculpa é que o governo ainda não se adaptou às regras da reforma que tentava implantar antes de ganhar a eleição.
Talvez não exista tragédia social mais dolorosa do que encontrar homens e mulheres que, sem alternativa melhor, começam a esticar a mão para pedir esmola. É uma cena programada, na verdade, ainda que tenha se tornado cada vez mais frequente nas grandes cidades brasileiras.
Pela primeira vez em duas décadas de Benefício de Prestação Continuada, foram feitos 5.600 cortes e, ao mesmo tempo, 150.000 pedidos novos ficaram paralisados (Folha de S. Paulo, 29/10/2019).
Tecnicamente, costuma-se explicar essa situação de empobrecimento programado pela necessidade de controlar despesas do Estado, argumento usado para justificar a Emenda de Controle de Gastos.
Um dos pilares do neoliberalismo, a Emenda proíbe que o governo tenha gastos superiores à inflação do ano anterior, o que assegura um ambiente econômico de crescimento sempre perto de zero ou negativo. Horizonte que só interessa a quem não precisa de emprego e tem o futuro assegurado por várias gerações, graças a uma pirâmide social na qual 1% tem acesso a 26% da renda do país inteiro.
A questão é política. A indiferença absoluta pelo destino dos pobres, daqueles que não tiveram e não terão oportunidade, nem seus filhos, nem seus netos, é o ponto essencial do projeto de Bolsonaro. Por isso ele diz que os empresários sofrem.
Relatos são de que os diretores se trancaram em suas salas em meio à revolta dos trabalhadores que, sob a ameaça de perder direitos e até mesmo o emprego, ocupam a sede das instituição desde o início da tarde desta sexta-feira (10).
Uma grande mobilização de servidores tomou a Casa da Moeda nesta sexta-feira (10) contra o sucateamento da empresa pública que está no pacote de privatização do ministro da Economia, Paulo Guedes. A manifestação acontece desde às 15h após uma entrevista concedida pelo diretor da instituição, Fábio Rito, que disse que seria necessário promover cortes para “tornar a empresa competitiva”..
“Hoje, após uma entrevista MENTIROSA dada ao Globo News pelo Diretor Fábio Rito, os trabalhadores se revoltaram e foram se manifestar”, declarou a usuária do Twitter Gabe Dalavigna, que fez uma sequência de tuítes relatando o que está acontecendo na Casa da Moeda.
Ela ainda relatou alguns dos ataques sofridos pelos funcionários. “As modificações feitas em relação aos trabalhadores são comunicadas APÓS o expediente do trabalhador, para não ter possibilidade de manifestações por parte dos mesmos, por causa disso, muitos estão com medo de dormir e acordar sem mais algum direito ou até mesmo sem o emprego”, tuitou.
“O que provocou a revolta? Eles tiram nossa insalubridade em cima do piso da casa. Tiram nosso vale alimentação. Tiram nosso cartão remédio. Aumentam o plano de saúde em 75% para os dependentes. Tiram a creche. Tudo isso já é motivo suficiente para nos revoltarmos e ainda ouvir um diretor falar que tem que privatizar? Aí não dá!”, relatou um moedeiro.
De acordo com relatos, a diretoria da Casa da Moeda chamou a polícia, mas os trabalhadores permanecem no local. Eles afirmam que só deixarão o prédio com a renúncia de Rito e o retorno dos direitos.
O que desencadeou essa mobilização foi a declaração de hoje do diretor Fábio Rito à Globo News de que produtos como o papel-moeda, moedas, passaportes, diplomas e outros causaram “três anos consecutivos de prejuízos e +
Os funcionários da Casa da Moeda estão tão pressionados, assediados moral e psicologicamente que, hoje, reagiram de forma enérgica, ocupando a diretoria da empresa, exigindo respeito e transparência no trabalho. Até o momento ( 20:15 hs )os funcionários continuam na empresa. pic.twitter.com/iQlIeuRhb0
Estudo da CNDL e do SPC Brasil levou em consideração despesas com IPTU, IPVA e material escolar e descobriu que só 11% dos consumidores têm rendimento suficiente para quitar os pagamentos.
Apenas um em cada dez brasileiros tem condições de pagar as despesas de início de ano sem comprometer sua renda.
É o que aponta um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgado nessa quinta-feira (9).
O estudo levou em consideração despesas com IPTU, IPVA e material escolar e descobriu que só 11% dos consumidores têm rendimento suficiente para quitar os pagamentos.
Além disso, 22% dos entrevistados afirmam que não realizaram qualquer planejamento para pagar as contas no início de 2020.
O levantamento descobriu que a maior parte dos brasileiros, 26% dos entrevistados, precisou economizar dinheiro nas festas e compras de fim de ano para fechar as contas neste janeiro.
Segundo o SPC Brasil, em média, essas pessoas só vão terminar de pagar as prestações de dívidas adquiridas em dezembro do ano passado em abril de 2020.
Dos entrevistados, 21% disseram ter guardado parte do 13º salário para as despesas de início de ano. Outros 14% contaram que necessitaram de algum “bico” para conseguir renda extra.
Há várias razões que explicam esse fenômeno, afirma o economista chefe da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida.
De acordo com ele, o fim de contratos de emprego temporário na virada do ano, as dívidas acumuladas no Natal e réveillon e os gastos sazonais de janeiro estão entre os motivos.
“Impostos, matrícula escolar, material, fatura do cartão de crédito. Há diversos gastos que as pessoas têm que incorrer nesse período e, se houver falta de planejamento, existem grandes chances de se chegar ao endividamento”, argumenta.
Apesar disso, a economista da Câmara de Dirigentes Logistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Ana Paula Bastos, acredita que o brasileiro está se adaptando após a crise econômica.
“Esse período de recessão fez com que as pessoas readequassem seu comportamento, evitando o endividamento a longo prazo. Não estamos em um patamar perfeito, mas melhorou muito”, afirma.
O funcionário público Ian Sager, 25, conta que, por causa do atraso no pagamento do 13º dos servidores – que deve ficar para o primeiro trimestre –, precisará usar dinheiro que havia guardado durante o ano para quitar o IPVA e o IPTU.
“Estava contando com o dinheiro, mas não deu certo. Pelo menos, consegui me planejar, mas acabei usando uma reserva que não era para gastar. Espero que não tenha nenhum outro incidente na minha vida até eu recompor um pouco essa verba”, diz.
Há três anos, a estudante de enfermagem Ana Luisa de Castro, 23, trabalha como funcionária temporária em um shopping para complementar a renda na virada do ano.
Ela conta que, durante o ano letivo, não pode trabalhar por causa do período integral de sua faculdade e usa as férias para complementar a renda. “É a época que o comércio mais vende e o momento que consigo conciliar meu tempo com o trabalho”, disse.
65% das famílias estão endividadas
O percentual de famílias endividadas no Brasil avançou 0,5 ponto percentual entre novembro e dezembro do ano passado e alcançou o maior patamar da história, indo de 65,1% a 65,6% da população.
A informação é de pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), divulgada ontem. No mesmo período em 2018, o país contava 59,8% das famílias com dívidas – o que representa aumento de 5,8 pontos percentuais em relação ao patamar atual.
A pesquisa também aponta que 22,4% das famílias apresentavam dívidas ou contas atrasadas em casa, ante 22,8% em 2018. O levantamento assinala que 10% da população não possui condições de honrar as despesas que têm.
A maior parte dos brasileiros afirma estar “muito” ou “mais ou menos” endividado. Por outro lado, pouco mais de um terço da população afirma não ter dívidas, com 34,2% das respostas.
Contrariando a autoproclamada agenda neoliberal de Paulo Guedes, Jair Bolsonaro quer bancar parte da conta de luz das grandes igrejas evangélicas com recursos públicos. Segundo Estadão, o presidente já encomendou ao Ministério de Minas e Energia um decreto para o subsídio.
A iniciativa ocorre semanas depois que lideranças evangélicas e deputados da bancada da bíblia afirmaram que estão dispostos a ajudar Bolsonaro a recolher as centenas de milhares de assinaturas necessárias para fundar o partido Aliança pelo Brasil.
Não é sequer a primeira vez que Bolsonaro usa a caneta de presidente para agradar aos evangélicos. No ano passado, ele aprovou um projeto garantindo incentivos fiscais às igrejas até 2032. Além disso, desobrigou a adequação dos ambientes a pessoas com deficiência.
A PROPOSTA
Pelo decreto, as grandes igrejas, templos e basílicas, ligadas às redes de alta tensão, deixariam de pagar uma tarifa mais cara nos horários de pico das concessionárias, geralmente entre 17h30 e 20h30 – justamente os horários de cultos evangélicos.
O valor excedente, que deixaria de ser pago pelas igrejas, seria subsidiado pelo Ministério de Minas e Energia. Para equalizar a despesa, a Pasta estuda cobrar a diferença dos demais consumidores (“tanto residenciais quanto livres, via encargo chamado Conta de Desenvolvimento Energético, CDE”).
A Aneel não calculou quanto custaria o benefício às grandes igrejas, mas disse que a conta seria baixa. O Ministério da Economia já se posicionou contra.
Desde 2015, o Tesouro não paga qualquer subsídio no setor elétrico.
Três pastores religiosos brasileiros, dois homens e uma mulher, estão presos em Portugal suspeitos de tráfico humano e associação para auxílio à imigração ilegal.
As prisões são resultado de uma investigação feita pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), órgão que trata das questões de imigração no país, depois de uma denúncia feita por uma das vítimas dos suspeitos.
“Recebemos uma denúncia há cerca de três meses, foi quando começou a investigação. Na operação houve participação de 55 agentes do SEF”, explica à Sputnik Brasil o diretor central de investigação do SEF, Gonçalo Rodrigues.
Durante a operação, realizada na manhã desta quinta-feira (9) em várias localidades da região metropolitana de Lisboa, os agentes encontraram cerca de 30 estrangeiros, a maioria brasileiros, alojados em “diferentes locais de culto, em condições muito precárias”, segundo nota do núcleo de imprensa do SEF enviada à Sputnik Brasil. São pessoas que foram convencidas a se mudar “pela organização religiosa no país de origem, encontravam-se na sua maioria em situação irregular em Portugal, a exercer atividade laboral subordinada sem o necessário título jurídico válido”, lê-se na nota.
Imagens feitas pelos agentes do SEF durante a operação mostram alguns espaços do alojamento. Há colchões no chão, lixo acumulado nos quartos e sujeira na cozinha, além de falta de luz natural.
As vítimas são homens, mulheres e crianças, que eram obrigados, ainda, a pagar aluguel para os suspeitos presos. “A maioria está em situação irregular. Foram notificados para comparecer no SEF. O objetivo principal é verificar se têm possibilidade de se legalizarem em Portugal”, explica o diretor Gonçalo Rodrigues.
Embora as condições de alojamento sejam precárias, o diretor afirma que não havia nenhuma “situação dramática, portanto as pessoas continuam a dormir lá por enquanto”.
Os três pastores detidos já foram levados à justiça para aplicação das primeiras medidas de coação. Como a investigação sobre as atividades do grupo religioso continua em andamento, o SEF preferiu não confirmar à Sputnik Brasil o nome da igreja nem a cidade onde está instalada.
É emblemático ver o sorriso amargo de Bonner anunciando, a conta-gotas, o fracasso da economia do governo Bolsonaro.
Aquele âncora do Jornal Nacional cheio de viço, vendendo uma recuperação econômica, incapaz de apresentar os feitos para tal conclusão, ter que falar das perebas que começam a brotar no corpo da economia brasileira, não deve ser moleza.
Para quem vive consagrando o neoliberalismo como um processo natural da globalização financeira, o baque econômico do governo Bolsonaro, que é muito maior do que os críticos imaginavam, tem levado os correspondentes dos jornalões a levantarem acampamento e apresentarem um quadro desfavorável a tudo aquilo que eles prometeram diuturnamente com as reformas trabalhista e da Previdência.
Ao contrário disso, o que se assiste é a uma desagregação do discurso que prometia o retorno do Darwinismo econômico em que a grande vítima é o povo brasileiro em sua quase totalidade.
E essa situação estrutural se acumula de forma progressiva, representando na bagagem uma realidade que parece ter saído do controle.
A central do mercado, espetacularizada pelos discursos dos economistas da mídia, privilegiou sim uma parcela ínfima da sociedade num país que já tem a maior concentração de renda e riqueza nas mãos de 1%, consagrando a mesquinhez, a ganância e o preconceito de uma elite que acredita que pode fazer um mercado sem consumidor, a partir de um trabalhador sem poder de compra, sem garantias e de um cidadão sem cidadania.
Nem para o reino do consumo o que o poderoso mercado prometeu, via governo Bolsonaro, mas também via Globo, apresenta um processo econômico ao menos estável. O que realmente está sendo apresentado são numerosos índices de putrefação econômica do país que produz uma desesperança instantânea tanto para os cidadãos e para os trabalhadores, quanto para os micros e médios empresários, levando a um efeito dominó.
Então, pergunta-se, aonde foi parar quele júri cheio de inspiração que prometia a felicidade celestial com as reformas neoliberais reprovadas pelo povo? Aonde está aquele oceano de oportunidades que o reino do capitalismo prometeu à nação? Não existe.
Os brasileiros passaram a ser peregrinos pulando de galho em galho, de bico em bico, arrancando força que não têm para sobreviver. Às vezes sem um tostão sequer para fazer a próxima refeição.
Mas esses dramas não aparecerão no Jornal Nacional, nem a economia em coma, o que se testemunhará são as doses homeopáticas ditas diariamente sobre a hecatombe econômica que o país vive nesse um ano de governo Bolsonaro, sem que os economistas da Globo e congêneres assumam que, ou erraram ou mentiram para o povo.
O fim de 2019 veio carregado de más notícias: uma economia praticamente estagnada; desemprego persistente; queda da renda média dos trabalhadores; aumento da desigualdade e concentração de renda; elevação dos ganhos na faixa dos super ricos à revelia da perda de rendimento dos mais pobres.
Um dos sintomas de uma coalização política como a liderada pelo conservador Jair Bolsonaro (sem partido), e tendo como representantes da política econômica a fina flor do liberalismo, é a junção de uma economia que não deslancha, ou seja – um “bolo” que se mantém pequeno – e, uma divisão cada vez menos equânime da riqueza criada, ou seja – cada vez mais a fatia dos mais ricos se torna maior e a parte pertencente aos trabalhadores míngua.
Um dos exemplos disso é o recorde no número de trabalhadoras domésticas vivenciado no fim do ano passado. Ao contrário do que argumentou Jair Bolsonaro, em 2013, para votar contra a chamada “PEC das domésticas” – alegando que a extensão dos direitos levaria ao desemprego das trabalhadoras domésticas. Nas palavras do presidente, “foi para proteger. (…) Muita gente teve de demitir porque não teria como pagar. Muitas mulheres perderam emprego pelo excesso desses direitos”.
Errou. Em primeiro lugar porque o aumento ou retração do emprego doméstico está ligado, fundamentalmente, ao comportamento da economia, e não ao conjunto dos direitos de que gozam a categoria. Assim, o trabalho doméstico tem uma dinâmica “contracíclica” com a economia de forma geral, por isso em períodos de maior crescimento econômico, como o ciclo que vai de 2003 a 2014, o trabalho doméstico foi perdendo participação na economia brasileira, saltando de 19% para 14% da força de trabalho ocupada das mulheres.
Ao lado da redução da participação do trabalho doméstico no mercado no mercado, vivenciamos a elevação do rendimento médio dessas trabalhadoras, que foi superior ao crescimento real do salário mínimo nacional, para o mesmo período.
Por fim, o elemento mais representativo dessa transformação do trabalho doméstico encontrava-se na redução acelerada do percentual de jovens nessa ocupação, demonstrando a possibilidade de rompimento com um ciclo geracional na qual bisavós foram escravizadas e, até hoje, as filhas jovens se inserem no mercado pela mesma porta de um trabalho de inestimável valor social mas de inegável precarização e servilismo.
De 2015 para cá, ao contrário do que preconizava Jair Bolsonaro, o trabalho doméstico volta a crescer em termos absolutos e proporcionais.
A crise econômica e a persistência de elevado contingente de desempregados recolocam o emprego doméstico como uma das únicas alternativas de inserção laboral, especialmente para mulheres negras. Mais gente ofertando trabalho pressiona os salários para baixo, pela lei da oferta e da procura. Assim, vemos frustrar as expectativas de uma sociedade com menor desigualdade social e rumando para a superação do nosso passado escravocrata colonial.
Como efeito desse processo de retomada da elevação do emprego doméstico a partir de 2015, somado com uma economia que suspira no leito de morte e com a resiliência da taxa de desemprego, o resultado é que 2019 atestou o menor rendimento desse trabalho desde o ano que iniciou a crise.
Ou seja, a tão propagada “recuperação” econômica e geração de emprego que acompanharam os noticiários no fim do ano, está sendo puxada – basicamente – pelo emprego informal, pelo “conta próprio”, pelos “bicos” e pelo trabalho doméstico. Estamos rumando, de volta, para aquele Brasil servil.