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Janio de Freitas: Até prevista posse de Biden, serão meses concedidos a um presidente ensandecido

Tirar Donald Trump da presidência com um impeachment veloz é o único meio de talvez evitar o que seria seu maior feito: aproximar ainda mais os Estados Unidos de uma convulsão. A tensão exibe nível muito alto para uma sociedade já levada, por longa elaboração, a condições potencialmente conflituosas e agora submetidas a estímulos descontrolantes.

Até a prevista posse de Joe Biden em 20 de janeiro, serão mais de dois meses concedidos a um presidente ensandecido, que acusa de roubo e corrupção o sistema eleitoral e avisa o país de que resistirá “até o fim”. Não expõe nem indícios do que acusa e não diz qual é “o fim” em sua disposição. É certo, porém, que conhece os perigos implícitos na atitude que incita o segmento da população armado, violento e numeroso —os seus seguidores extremados.

Com Trump ainda na presidência, serão dias em que dele, do seu desatino ambicioso, poderá projetar-se qualquer ato de uma mente transtornada e, apesar disso, poderosa.

Quem é capaz de fazer expulsar para o México centenas de crianças sem os pais, de várias nacionalidades e sem parentes no destino —fato anterior ao choque da derrota eleitoral e agora revelado pelo jornal The New York Times— ficaria muito bem entre os criminosos do nazismo. É capaz de tudo.

Há quase 70 anos, ou desde que iniciadas as reações do nosso tempo à discriminação dos negros, são periódicos os levantes contra a opressão racista e a liberdade combinada com impunidade para os crimes oficiosos contra não brancos.

Mas, como contemporâneo e profissional de atenção a esse período, não me consta fase alguma de extremismos tão difundidos nos Estados Unidos, como atestam as chamadas redes sociais. Nem de divisão da sociedade nas proporções atestadas pelas urnas recentes.

Observar que metade dos eleitores americanos, no maior comparecimento da sua história, deseje a permanência da mente de Trump na presidência da “América” é, com a melhor clareza, desmentir o caráter exemplar da democracia americana.

A propaganda fez o mundo adotar a ilusão. Com discriminação racial não seria construída uma democracia. Sobre essa deformação duradoura, o que se mostra nos Estados Unidos não é a diversidade democrática de opinião.

Amostra apressada, já na segunda noite da contagem eleitoral a polícia da Filadélfia recebeu a denúncia de que homens armados dirigiam-se ao centro de apurações. Pôde prender dois deles.

Nos anos Trump, a preferência por fuzis, entre os militantes armados, foi substituída pela compra de metralhadoras. Armas de ataque, metralhadoras de todos os tipos, motivando a criação de lojas especializadas. As milícias políticas de brancos proliferam nos últimos anos como nunca, com campos de treinamento também para mulheres e mesmo crianças.

Do desafio de Trump às instituições do país que preside até à nova saturação das humilhações não brancas, os prenúncios transbordam. Não é vazio o temor que jornais e televisões noticiam com avareza, com seu velho pretexto das razões de Estado. A elevação de Trump já era sinal suficiente de degeneração. Ele agiu para confirmar o sinal e age para levar a degeneração até o fim.

 

*Janio de Freitas/Folha

*Foto destaque: Getty / Gettyimages

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Com Biden, Bolsonaro ficará ainda mais isolado

A mudança de governo nos EUA “pode se traduzir em um isolamento ainda maior do Brasil” no cenário internacional, principalmente devido à questão ambiental, disse especialista à Sputnik Brasil.

Neste sábado (7), o candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, derrotou o rival republicano, Donald Trump, segundo a projeção da agência Associated Press.

Para Alessandro Biazzi Couto, professor e pesquisador do CEFET-RJ, o atual alinhamento brasileiro aos EUA é uma questão de afinidade ideológica entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, mais do que políticas de Estado. Por isso, a saída do republicano da Casa Branca pode prejudicar o governo brasileiro e afastar os EUA de seu aliado na América do Sul.

“O alinhamento com os Estados Unidos nesse período esteve vinculado diretamente às ações de Trump. Logo, a mudança pode se traduzir em um isolamento ainda maior do governo brasileiro, tanto nas pautas de gênero, sexualidade e proteção do meio ambiente, quanto em relação ao conflito Israel-Palestina. A tendência é de que os democratas revisem em grande medida a posição isolacionista adotada por Trump e, com isso, as relações com o presidente do Brasil”, disse Biazzi.

Democratas podem exigir abertura maior de mercado

Segundo o especialista, mesmo quando era candidato, Bolsonaro, “de forma inédita na política externa brasileira, estabeleceu um vínculo pessoal, ideológico e até familiar com a administração Trump e segmentos da extrema-direita conservadora e militarista dos Estados Unidos”.

Por outro lado, o pesquisador afirma que as negociações para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e as vantagens econômicas que a aproximação com os EUA poderia trazer foram “bastante limitadas, mesmo no governo Trump”. Além disso, Biazzi diz que a administração democrata pode exigir uma “abertura ainda maior do mercado brasileiro”.

“Acredito que uma administração democrata, além de buscar uma proteção de segmentos sensíveis da economia estadunidense, vincule possíveis avanços na pauta comercial com o Brasil a um maior comprometimento com a proteção da Amazônia e do meio ambiente, como parte dos países Europeus adotaram recentemente no acordo com o Mercosul, ou mesmo exija uma abertura ainda maior do mercado brasileiro, no setor industrial e de serviços, como era proposto na ALCA”, refletiu.

‘Quase como um Estado pária’

O especialista diz que Biden “já sinalizou uma postura crítica sobre a política ambiental brasileira, de forma similar a líderes europeus”.

“Sem o ponto de apoio da administração conservadora dos Estados Unidos, o governo brasileiro ficaria ainda mais isolado no tema ambiental, quase que como um Estado pária. Haveria uma perda ainda maior do prestígio, credibilidade e influência construídos no passado recente, por exemplo, na liderança brasileira na participação das COPs, no âmbito do G-20 e na organização da RIO+20 em 2012”, afirmou.

Biden e a temática ambiental

Para Pedro Vasques, doutor em ciência política pela Unicamp, a administração democrata deverá “recuperar o protagonismo dos Estados Unidos nas arenas multilaterais marginalizadas pelo governo Trump”, o que pode forçar os EUA a agirem na temática ambiental.

“Mesmo caso Biden se distancie dessa agenda ao longo de sua administração, ele deverá ser pressionado em várias frentes, que incluem desde representantes de seu partido até os atuantes movimentos ambientalistas, compelindo-o a agir em favor da temática ambiental”, avaliou o pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-Ineu).

 

*Com informações do Sputnik

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Depois do PSDB liderar o golpe contra Dilma e se engajar na campanha de Bolsonaro, FHC comemora vitória da democracia nos EUA

Não há motivo para celebração do PSDB, ao contrário, o que ocorreu nos EUA com a vitória de Biden, nada lembra o golpe liderado pelo PSDB com o chamegão do cínico FHC, de forma solene, para ele agora querer se fazer de democrata.

A velha raposa vigarista omite em sua nota, carregada de despudor, que o Brasil chegou a Bolsonaro, a caricatura tropical de Trump, não por acaso, mas pelo descaso do próprio FHC e de seus tucanos que foram os primeiros a desrespeitarem os resultados das urnas em 2014.

Por isso, a sua nota de comemoração da volta da democracia americana, exaltando a constituição de mais de dois séculos, é uma desfaçatez típica de um descarado que tem o desplante, a cara dura de escrever algo em prol da legalidade depois de trabalhar, de forma sarcástica e arrogante,  para derrubar Dilma por não aceitarem a derrota de Aécio e, em seguida, botar lenha na fogueira da inquisição de Lula, junto com a mídia, para incinerar também os votos que dariam vitória a Lula no primeiro turno.

Para piorar, o PSDB, partido que liderou o golpe contra Dilma, cumprimenta no twitter a democracia norte-americana e deseja sorte a Joe Biden falando em um novo momento para os Estados Unidos.

Se há aí alguma intenção de reconstruir a casa grande tucana a partir do pó de seu desabamento, pode tirar o cavalo da chuva. Se os tucanos não tiveram capacidade de sobreviver depois do golpe que produziram e da própria Lava Jato tucana, os capachos do neoliberalismo estão, hoje, congelados na pré-história do Brasil e, de lá, não saem nem mumificados.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vivemos para ver a mídia que apoiou o golpe contra Dilma, depois da derrota de Aécio, exigindo respeito às eleições nos EUA

Os maus perdedores fazem mal à democracia.

Esta é uma das muitas frases que desenham a hipocrisia da mídia nativa, sobretudo a Globo.

Figurar agora entre os defensores incondicionais da democracia e do resultado das eleições nos EUA, é piada típica dos golpistas brasileiros. Eles esquecem das palminhas que deram para Aécio quando o menininho birrento perdeu para Dilma e soou o gongo na convocação de um golpe, em seu primeiro discurso na volta ao Senado, guiando facilmente o gado tucano, hoje bolsonarista, para ir às ruas nos muitos rega-bofes na Paulista.

Nossa mídia é tão chique que só fala em democracia internacional e a partir dos Estados Unidos.

O golpe dado no Brasil por duas vezes nas barbas do judiciário, contra Dilma e, depois, contra Lula, impedindo-o de ser candidato, pois venceria no 1º turno, recebeu o aplauso da mídia nativa porque também era parte da escória golpista.

Mas os sentidos mudam quando o assunto é eleições americanas, que parece produzir um milagre que eleva os golpistas do Brasil à condição máxima de democratas irredutíveis. Certamente, não querem que os EUA, pátria mãe dessa camarilha golpista, seja aquilo em que transformaram o Brasil, espalhando ódio pelo chão onde pisavam, juntamente com a elite que não aceita em suas terras a democracia que, agora, ela exige nos EUA no que diz respeito à vitória de Biden.

Não existe nada de aproveitável na tela da TV. Tudo não passa de um artifício qualquer para os “baluartes da democracia” fixarem sua hipocrisia em nome da luz que ilumina a constituição americana, enquanto produziram um breu na própria constituição brasileira quando o assunto era respeito à democracia e às eleições que deram vitória à Dilma em 2014, assim como dariam a Lula em 2018.

Toda aquela engrenagem cruel, editada nos palanques midiáticos, na busca por uma nova colonização brasileira pelos interesses dos EUA, concentrou todas as forças do inferno para fazer valer um golpe de Estado preliminar a outro que ocorreria em seguida. Uma coisa selvagem de domínio estarrecedor para enfraquecer a democracia brasileira, rasgando a constituição para podar qualquer forma de independência do povo aos interesses alheios ao Brasil.

Na verdade, os golpistas daqui nunca admitiram que os brasileiros tivessem coragem de serem eles próprios, como agora exaltam a democracia americana e criticam Trump por não admitir que os americanos tenham coragem de serem eles próprios.

Então, meus caros, que se abra e feche parênteses nas frases de efeito de quem, hoje, na mídia defende respeito aos resultados das eleições americanas, mas que, no Brasil, sempre pregaram o oposto quando a vitória da esquerda impõe-lhe uma derrota acachapante.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Negros foram decisivos para virada histórica de Biden na Georgia

Estado que tradicionalmente vota pelo partido republicano, de Trump, é palco de protestos antirracistas desde junho.

A mobilização negra é considerada determinante para a virada histórica de Joe Biden (Partido Democrata) contra Donald Trump (Partido Republicano) no estado da Georgia, Sudeste dos EUA. O candidato da oposição passou à frente na contagem com quase 99% das urnas apuradas, e está cada vez mais perto de ser eleito o 46º presidente do país. Ainda com a apuração em andamento, o secretário de Estado da Georgia, Brad Raffensperger, afirmou que haverá recontagem no estado por conta da margem reduzida de votos entre os candidatos.

O Partido Democrata não vence as eleições presidenciais na Georgia há 28 anos – a última vez foi com Bill Clinton, em 1992. Das últimas 12 eleições, os republicanos venceram nove. Se a virada apertada se confirmar, Biden chegará a 280 delegados, dez a mais que o necessário para assumir a Casa Branca.

Nos chamados “estados-chave” da corrida presidencial estadunidense, a Georgia é o que tem a maior porcentagem de eleitores negros: 32,6%, quase 20 pontos percentuais a mais que a média nacional.

Parte dessa estatística pode ser atribuída ao projeto New Georgia, articulado por líderes políticos como Stacey Abrams, candidata negra e democrata a governadora em 2018. Nos últimos dois anos, a iniciativa foi responsável por garantir o registro eleitoral de 800 mil cidadãos, em sua maioria negros, que eram excluídos das votações anteriores no estado por problemas com a documentação.

Abrams não foi eleita governadora por uma diferença de 2% dos votos, e é apontada como favorita nas eleições de 2022. Nos EUA, o voto não é obrigatório, e o carro-chefe de suas campanhas é justamente estimular que a população negra exerça seu direito nas urnas.

Questão racial

Com perfil rural e conservador, a Georgia tem sua história atravessada pela escravidão e pelo racismo. Até a década de 1960, havia segregação racial em todas as escolas – brancos e negros jamais estudavam juntos.

Segundo o Censo dos EUA de 2018, 31,6% da população é negra ou afro-americana, e cerca de 58,3% são brancos. A parcela de negros na Georgia cresceu 15,4% desde 2010, especialmente nos subúrbios das grandes cidades o que intensificou os conflitos raciais e as mobilizações antirracistas.

Este ano, em que a violência policial contra negros se tornou um dos principais temas da campanha, o estado também foi palco de protestos. Os mais intensos foram desencadeados pelo assassinato de um homem negro, Rayshard Brooks, durante uma abordagem policial no dia 12 de junho no estacionamento de uma lanchonete na capital Atlanta.

O episódio ocorreu em meio à comoção nacional pelo assassinato de outro homem negro, George Floyd, no estado de Minesotta, 17 dias antes.

As mobilizações na Georgia levaram à renúncia da chefe da polícia de Atlanta, Erika Shields, e cinco meses depois são consideradas por analistas locais como a principal explicação para a vitória do Partido Democrata no estado.

O atual presidente, Donald Trump, que critica a “violência do movimento negro” e não adota uma postura de repúdio à brutalidade policial, era um dos principais alvos dos protestos.

 

*Com informações do Brasil de Fato

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Política

O traíra Bolsonaro, agora, chuta Trump como um cachorro morto

Todo brasileiro sabe que a principal característica de Bolsonaro é a traição. E não foi diferente agora em que Trump está fragorosamente sendo derrotado por Biden, dizendo que Trump não é tão importante assim, que importante é Deus, ou seja, já avisando que o próximo a ser traído por ele, é o próprio Deus.

O sujeito não vale nada. São incontáveis os números de traições que ele acumula como traíra número um da nação. Bolsonaro nunca teve amigos, apenas filhos, governa com e para eles. É o clã acima de tudo e acima de todos.

Agora, não pretende mais se comprometer com o falido Trump e, sem qualquer disfarce, já o jogou aos leões, mesmo antes da eleição americana bater o martelo da vitória de Biden.

A principal característica do bajulador é essa de Bolsonaro, falso e desleal, trai sem o menor escrúpulo quem tinha nele alguém confiável.

Um falsificador capaz de montar uma farsa, como a da facada, é fingido o suficiente para se tornar um infiel para aqueles que o traidor bajulava.

E foi exatamente isso que Bolsonaro fez, nesta sexta-feira, em discurso oficial contra Trump.

*Carlos Henrique Machado Freitas

*Foto destaque: ALan Santos

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Biden está com a mão na taça e Bolsonaro com a mão na brocha

Trump fracassou miseravelmente.

Vai se confirmando que nesta quinta-feira (05), Trump fez um discurso de derrotado, só faltou imitar o bolsonarista Constantino chorando por perder o emprego.

Dentro da cultura americana, Trump entrou para a galeria dos fracassados, dos perdedores, por não conseguir se reeleger, e daí não sai nunca mais. Erra quem acredita que ele deixará legado com o suposto trumpismo resiliente.

A contagem de votos ainda não acabou, mas, perdendo na Georgia, como está, Trump só tem uma saída, apelar para Moro prometendo a ele a pasta da Justiça em troca da prisão de Biden.

A ascensão da estrema direita, ancorada pela vitória de Trump, há quatro anos, não terá sobrevida capaz de abrir novas picadas, nem com todas as milícias digitais entrando em ação.

Trump foi moralmente desancado. Não foi uma derrota qualquer. Se ele conquistou a presidência dos EUA numa guerra digital, criando rebanho na base do sentimento belicoso, o coronavírus colocou uma faca em sua nuca, o que fez com que a campanha de Biden transformasse Trump em um mero boi de corte.

O esperto quis se criar na pandemia, alimentando-a como o suposto pretexto de salvar a economia, arrastou mais de 240 mil norte-americanos para a morte, deixando para o povo uma luta solitária contra o vírus, imaginando que asseguraria sua vitória se certificasse o carimbo de vírus chinês nas redes sociais.

A atitude clássica de um perdedor bandoleiro vista ontem no discurso de Trump, mereceu a censura de três das maiores redes de TVs americanas. Por mais bagunçada que seja a apuração de votos pelo sistema americano, Trump, ao contrário de somar votos contra a democracia, produziu atritos fortes até mesmo dentro do partido Republicano.

O fundamentalismo de laboratório tem seus limites, até porque aqui não se fala de polos em que, na vitória de um, bombardeia-se a essência da própria democracia norte-americana, por mais erros e defeitos que ela possa ter.

Dentro do sistema dos EUA, a democracia serve, como sempre serviu, a quem de fato tem poder na arena estadunidense.

Trump foi ingênuo ao tentar fazer ataque institucional à democracia, pois gerou uma reação graúda contra ele, e isso lhe jogará num pântano ainda mais lodoso.

No Brasil, onde Bolsonaro herdou o lado mais grotesco do bufão americano, os reflexos não serão pequenos. Com a queda de Trump, o chão de Bolsonaro desaparece. Todo o seu percurso foi milimetricamente copiado, ao menos naquilo que ele acredita ser uma cópia de Trump, mesmo que os resultados da economia no Brasil, com Bolsonaro, fossem diametralmente opostos aos dos EUA.

Trump agiu durante quatro anos como um ultranacionalista, e Bolsonaro, como um ultraentreguista. Por isso os dois se davam bem, pois, juntos, sempre somaram forças para benefício dos EUA em detrimento do Brasil.

Por isso, a derrota de Trump significa uma fatura amarga e automática para Bolsonaro, até porque, depois de Trump, somente Bolsonaro matou mais gente por Covid-19 no mundo e, consequentemente, terá o mesmo destino de seu ídolo.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Com favoritismo de Biden, Nevada e Geórgia podem definir eleições ainda hoje

As eleições presidenciais nos Estados Unidos podem ser decididas ainda hoje em favor do candidato democrata Joe Biden graças a dois estados que estão perto de definir suas contagens de votos: Nevada e Geórgia.

Embora ainda falte apurar os votos de cinco estados (ou seis, dependendo de quem faz a apuração), Biden pode se sagrar o novo presidente dos Estados Unidos se vencer em Nevada, com seis votos no Colégio Eleitoral, número suficiente para que o democrata atinja os 270 delegados necessários para se tornar o 46º presidente americano.

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as projeções da imprensa são relevantes na divulgação da conquista dos delegados. Todos os veículos indicam que cinco estados ainda estão em aberto: Pensilvânia (20 delegados) Geórgia (16) Carolina do Norte (15) Nevada (6) Alasca (3).

Há dúvida sobre o Arizona, com 11 delegados (leia abaixo).

Até as 8h de hoje, Biden liderava com 264 votos, considerando que ele ganhou no Arizona. Já o presidente Donald Trump contava 214 delegados.

A expectativa é de que Nevada divulgue sua apuração por volta das 13h (horário de Brasília). Biden liderava no estado por menos de 1 ponto percentual na manhã de hoje.

Confirmando a vitória no Arizona e Nevada, Biden seria eleito independentemente do resultado nos demais estados.

Na Geórgia, com 16 delegados, Trump lidera com 0,5 ponto percentual. Ele também está vencendo na Carolina do Norte e na Pensilvânia, embora a diferença de 3 pontos percentuais para Biden já tenha sido de 14 pontos. O republicano é favorito para vencer no Alasca.

Para ser reeleito, o republicano precisa confirmar a vitória nesses quatros estados onde lidera, além de virar em Nevada.

 

*Com informações do Uol

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Com a queda da estátua patriarca de Trump, desaba o terraplanismo brejeiro

Se a mudança de comando dos Estados Unidos não terá a virtude de um vendaval revolucionário, aqui no Brasil a derrota de Trump reserva grandes destinos à nação, a começar por  sua própria imitação barata, Jair Bolsonaro, que tinha na composição de seu governo a cópia caricata do caricato Trump.

Trump construiu sua estátua proclamando guerra aos supostos globalistas por sugestão de seu guru marqueteiro.

Ávidos das lições de Steve Bannon, Bolsonaro e filhos com suas inteligências estreitas, repetiram, sem tirar nem por, a mesma metodologia para criar seu próprio curral medieval.

Na ponta das fantasias criadas por Bannon, o anticomunismo daria e manteria o trono de Trump e, consequentemente, no caso brasileiro, de Bolsonaro.

Com Trump nu e derrotado, o gênio brejeiro vai literalmente junto para o brejo, porque não se trata de cristalizar um sonho em ideia, e esta em ação. O paralelo de influência teocrática do bolsonarismo com o trumpismo tem a mesma fonte que secou, e se secou, não abastece mais o gado. E se esse discurso não serve mais como grande programa que mexeria com os corações da civilização americana, a ambição política de Bolsonaro foi reduzida a um toco.

Sem o assento central na maior economia do planeta, o discurso anticomunista usado estrategicamente por Trump no velho terrorismo psicológico dos liberais, Bolsonaro não tem como sobreviver de seus próprios destinos, por isso continua a agitação pelos jornalistas contratados por Bolsonaro denunciando uma suposta fraude eleitoral nos Estados Unidos com a vitória de Biden, porque, na verdade, sabem que a queda de Trump significa o vazio político de Bolsonaro e, consequentemente a queda desse generoso espaço que ergueu as contas bancárias de muitos jornalistas de aluguel aqui na terrinha.

Pior, ex-tucana, essa mesma turma não tem como fazer o caminho de volta e, junto com a direita brasileira, perdeu o caminho da roça.

Em outras palavras, com a derrota de Trump, há muito mais coisas em jogo aqui no Brasil do que se imagina.

Aquela lambança protagonizada por Rodrigo Constantino em sua apologia ao estupro, já é resultado da indigência nostálgica que a derrota de Trump causará no mundo desse jornalismo fretado por Bolsonaro.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Florestan Fernandes Jr: O grande perdedor é o sistema democrático dos Estados Unidos

Seja qual for o resultado desta eleição, o grande perdedor já está definido: é o sistema democrático da mais poderosa nação capitalista do Planeta, os Estados Unidos da América. Como já vinha ameaçando durante a campanha, Donald Trump está disposto a tudo para se manter no poder, ainda que para isso tenha que empastelar a apuração dos votos. O presidente mais mentiroso e autoritário da história americana não aceita a derrota em hipótese nenhuma.

A eleição caminha a passos largos para a judicialização, com o risco de a vontade popular ser substituída pela decisão de uma seleta e conservadora Corte, de maioria republicana. A indefinição do resultado das urnas protelada no tempo, o acirramento dos ânimos entre eleitores de Biden e de Trump, a mácula à legitimidade do processo eleitoral vão aprofundar ainda mais o discurso antidemocrático da extrema direita. Onde isso vai dar, ninguém sabe ao certo.

Mas é interessante constatar que estamos, de certa maneira, repetindo o passado. Como num remake do início do século 20, as primeiras décadas do século 21 também tiveram conflitos armados, ataques terroristas como o das Torres Gêmeas do World Trade Center, uma crise no mercado financeiro pela quebra do Lehman Brothers e o surgimento da Covid-19, uma doença de consequências ainda nebulosas, com impactos mais severos do que a Gripe Espanhola.

O individualismo exacerbado, o ódio às minorias, o negacionismo e a descrença na política, abriram caminho para o surgimento de líderes fascistas, como ocorreu na Alemanha nazista, na Itália de Mussolini e em ditaduras como as de Vargas, Franco, Salazar e Perón. Como no Império Romano, na França de Bonaparte, e na União Soviética de Stalin, os EUA começam a trilhar o caminho para o declínio.

Estamos vivendo o fim de uma era e o início de outra. É um momento de incertezas, de medos e angústias. As mudanças provocadas pelo homem e pela própria natureza nos isolam, nos deixam perplexos. Os ventos sopram das Américas para a Ásia. Para o bem ou para o mal, o futuro já chegou, e nem Biden conseguirá reverter o rumo da correnteza.

 

Florestan Fernandes Jr/247

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