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Surpresa zero: os generais Augusto Heleno, Mourão, Braga Neto e o próprio Bolsonaro ganham R$ 350 mil a mais após medida de Bolsonaro

Quem pensa que Bolsonaro aumenta somente o preço da gasolina, está redondamente enganado. O próprio assinou uma medida que lhe concede um benefício anual de R$ 350 mil reais, mas como é generoso com os generais cupinchas, Augusto Heleno, Braga Netto, Mourão e Ramos, também conhecido como o bonde do viagra ou da prótese peniana, também embolsam essa bagatela como um mimo de Bolsonaro a quem se mantém fiel à ridícula conspiração da urna eletrônica e da tal sala escura.

Se tem alguém que conhece bem a alma dessa turma, sobretudo no quesito desprendimento, é Bolsonaro e, por isso, ele não só é apoiado em suas teses patéticas, cheias de conspirações, sacis e duendes como em muitos casos recebe sugestão para apimentar ainda mais uma fake news e agradar o chefe, como é o caso de Ramos e Heleno a quem a Polícia Federal acusa de terem tramado com Bolsonaro a história fajuta das urnas vulneráveis.

O fato é que, cada dia que passa, o brasileiro vai descobrindo que tipo de gente cerca Bolsonaro e por que cerca. Não é sem motivos que a população brasileira vê Bolsonaro como um mentiroso e que não votaria nele de jeito nenhum.

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Orçamento secreto de R$ 588 milhões da Defesa na era Braga Netto bancou até capela funerária

Recursos foram repassados pelo ministério por meio de emendas de relator, dispositivo usado pelo governo para contemplar aliados em troca de apoio no Congresso.

Em um lote de terra de 129 metros quadrados cravado em São Félix do Araguaia, no interior do Mato Grosso, a prefeita Janailza Taveira Leite (Solidariedade) acompanha cada passo da construção do velório público do município com quase 12 mil habitantes. A obra tem sido celebrada como a “primeira capela mortuária da cidade”, uma “forma de dar conforto aos moradores num momento de tanta dor”, destaca Janailza. O projeto só saiu do papel graças a um repasse de R$ 400 mil feito pelo Ministério da Defesa, então chefiado pelo general da reserva Walter Braga Netto, cotado para vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições deste ano. Os recursos foram liberados em outubro de 2021 por meio do orçamento secreto, dispositivo de emendas parlamentares utilizado para contemplar aliados do governo em troca de apoio no Congresso. O que não se sabia até hoje é que a pasta militar também utilizou esse mecanismo político sem transparência e critério. A informação só veio à tona recentemente graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que obrigou a divulgação desses dados.

— Só tenho a agradecer à boa gestão do Braga Netto e ao senador Wellington (Fagundes, do PL do Mato Grosso), por essas obras. O senador é nosso campeão de votos aqui e vai ser de novo nessa eleição, se Deus quiser. Ele é nosso predileto — afirma Janailza, que também recebeu R$ 2 milhões da Defesa para asfaltar ruas da cidade. O parlamentar mato-grossense, que busca a reeleição ao Senado, integra o mesmo partido de Bolsonaro e é aliado fiel do governo.

As obras que a prefeita de São Félix do Araguaia atribui a Braga Netto e a Wellington Fagundes fazem parte de um pacote de R$ 588 milhões do orçamento secreto administrado pelo Ministério da Defesa. Desse valor, R$ 401 milhões atenderam a 11 senadores, sendo a maioria deles governista. Coube a esse seleto grupo de parlamentares próximos a Bolsonaro decidir como e onde esse dinheiro público seria aplicado, em geral em seus redutos eleitorais, sem necessariamente ter relação com a atividade da pasta militar.

A maior parte desses recursos foi desembolsada pelo Ministério da Defesa em 2021, sob a gestão de Braga Netto. O dinheiro foi repassado a municípios por meio do programa Calha Norte, criado na década de 1980 diante de uma preocupação dos militares com a Amazônia. O objetivo dessa ação é investir em projetos de infraestrutura básica, aquisição de equipamentos e compra de bens para quartéis na região, principalmente em áreas distantes dos grandes centros urbanos. Segundo levantamento do GLOBO, uma parte das emendas de relator destinadas pela pasta serviu a outro propósito — construir praças, passarelas de concreto e até para bancar obras de edifícios que vão abrigar as câmaras de vereadores em duas cidades do interior do Amapá (Tartarugalzinho e Cutias) e uma no Amazonas (Careiro), ao custo de R$ 1,5 milhão cada. Irrigado pelo orçamento secreto, o caixa do Calha Norte dobrou de tamanho em 2021 — e passou a atender redutos eleitorais de aliados do governo.

*Com O Globo

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Joaquim de Carvalho: Braga Netto assinou contrato para comprar armas da Glock America mesmo depois de informado sobre fraude

Compra foi feita nos últimos dias dele como interventor no RJ e beneficiou empresa dirigida por amigo de Eduardo Bolsonaro e irmã do ministro do Meio Ambiente.

Em seus últimos dias na função de interventor federal na área de segurança pública no Rio de Janeiro, o general Walter Braga Netto, atual ministro da Defesa, assinou contrato de aquisição de armas no valor de R$ 46 milhões que apresenta indício veemente de fraude.

A empresa que vendeu pistolas semiautomáticas para o Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro se chama Glock America, representada no Brasil por Franco Giafonne, amigo de Eduardo Bolsonaro, e Fernanda Pereira Leite, irmã do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite.

A Glock America não fabrica armas. Ela é intermediária da austríaca Glock e informou ter escritório em Montevidéu, no Uruguai.

A fábrica de armas alemã Sig Sauer esteve no endereço fornecido pela concorrente e contatou que era falso.

Em ofício dirigido ao general de divisão Laélio Soares de Andrade, secretário de administração do Gabinete de Intervenção Federal e braço direito de Braga Netto, a Sig Sauder apresentou o resultado da diligência que fez, por meio do serviço do serviço notarial do Uruguai. O documento, de 12 de novembro de 2018, é assinado por Marcelo Silveira da Costa, procurador da Sig Sauer:

A licitante Glock apresentou neste edital documentos em que declara que sua sede sócia localiza-se em Plaza Independência, 831, of. 802, Montevidéu, Uruguai.

Há fortíssimos indícios de que informação é falsa.

Alertados pelo próprio website da licitante, que destaca que a representação da Glock na América Latina localiza-se no Paraná, e também por notícias da imprensa uruguaia dando publicidade ao fato de que a representação da Glock deixou o Uruguai (acessível em https://www.uypress.net/Politica/La-representacion-de-las-armas-Glock-se-fue-de-Uruguay-uc86057), nós solicitamos a um notário público do Uruguai que fizesse uma visita ao endereço declarado pela licitante.

O notário público uruguaio lavrou uma ata notarial em que descreve claramente que, segundo informações colhidas junto ao administrador do edifício:

I – A representação da Glock funcionou no local, mas já não funciona lá há cerca de um ano e meio;

II – O mobiliário da empresa foi retirado em fevereiro deste ano.

Existem, portanto, indícios muito convincentes no sentido de que a conduta da referida licitante pode ser enquadrada no crime de falsidade ideológica (artigo 299 do Código Penal) e fraude à licitação (artigo 93 da lei 8.666).

A Sig Sauer, que tinha interesse legítimo de vencer a licitação, sugere ao Gabinete de Intervenção Federal que envie o adido militar no Uruguai para conferir os fatos relatados.

Ao mesmo tempo, o representante da empresa alemã junta ao ofício a ata notarial e uma tradução juramentada (abaixo).

Em vez de verificar a denúncia, o Gabinete chefiado por Braga Netto avança no processo de compra e, nos últimos dias de seu funcionamento, o próprio interventor assina o contrato, com “dispensa de licitação”.

Entrei em contato com o representante da Sig Sauer no Brasil quando ele participava de uma feira em Las Vegas.

Expus o caso e pedi uma entrevista.

“Bom dia”, respondeu ele. “Vi seu e-mail. Posso lhe ajudar muito mais do que imagina, mas estou em Las Vegas em uma feira de negócios e tratar isso por telefone vai ser complicado”, acrescentou.

Sugeri videochamadas, e ele comentou:

“Vou ver com a segurança e te falo, espero que você tenha peito para ir até o fim”.

Como ele não entrou mais em contato, mandei nova mensagem quando os repórteres Igor Mello e Eduardo Militão publicaram reportagem no UOL sobre suposto favorecimento à própria Sig Sauer na compra de fuzis para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, com verba de R$ 3 milhões do Ministério da Justiça.

O dinheiro foi liberado após gestão do senador Flávio Bolsonaro, conforme ele mesmo havia contado em sua rede social. O processo, segundo a reportagem, foi marcado “por uma série de indícios de direcionamento e conflito de interesses”.

Na época, ao ser procurado, Flávio comentou que não tinha atuado em defesa da Sig Sauer, mas esse negócio é coerente com a versão da fonte que me passou os documentos sobre a venda de armas à Glock America pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro.

“A Sig Sauer denunciou a maracutaia, mas depois recuou, quando os militares lhe ofereceram compensação, em contratos futuros”, afirmou. Um dos contratos teria sido destinado ao fornecimento de armas para o Estado do Ceará. O outro pode ser este viabilizado com verba liberada por Flávio.

O caso reforça a suspeita de que Bolsonaro, desde sua campanha a presidente em 2018, é financiado pela indústria de armas, que tem seu núcleo de poder instalado nos Estados Unidos.

A propósito, esta semana o site “Seeing Red”, de Nebraska, Estados Unidos, publicou reportagem com título “Royce Gracie, o homem que apresentou os Bolsonaros para a NRA e Donald Trump Jr.”.

ob a causa da liberação de armas, a NRA defende os interesses dessa indústria, que, como se vê no caso do Rio de Janeiro, faz um jogo pesado.

A se confirmar o patrocínio político, fica mais claro por que Braga Netto foi escolhido por Bolsonaro para ser candidato a vice em sua chapa.

O que poderia unir os dois não é a defesa do golpe de 1964, nem ao papel da Forças Armadas na república. Mas algo bem mais concreto: o dinheiro da indústria de armas.

.x.x.x.x

Procurei a assessoria de comunicação do Ministério da Defesa, e pedi posição de Braga Netto. Até agora, não houve resposta.

*Publicado originalmente no 247

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Carluxo e a caricatura do Brasil na Rússia

A cena registrada pela mídia, em que Carlos Bolsonaro (Carluxo) aparece no centro da mesa de negociação com autoridades russas, é de estarrecer.

A primeira coisa que vem à cabeça é que o Brasil acabou.

O pai de Carluxo, Jair Bolsonaro, resolveu honrá-lo com o assento central numa mesa de negociação com uma das maiores potências mundiais.

Para tanto, teve que mandar o general Augusto Heleno sentar seus divinos fundilhos fora da mesa, num sofazinho de espectador atrás de Carluxo.

Mais deprimente e constrangedora que a posição humilhante que Bolsonaro impôs ao medalhonado general Heleno, foi a imagem da mesma cena bizarra em que o secretário geral da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, que está sutilmente em pé, num canto da sala sem repuxar um único músculo facial e com os olhos vagos, como se tivesse sido sugado por um Saci. Murcho e de cabeça pendida, com o pescoço laçado por um cachecol.

Já o general Braga Netto, conseguiu uma pontinha no final da mesa em que Carluxo era a peça central e se comportou como um ganso, esticando o pescoço de forma desonrosa para ver se pescava alguma coisa dita por Bolsonaro ou seu filho Carluxo.

Não foi sem motivos que o general Azevedo e Silva deixou nesta quarta-feira o TSE atirando em Bolsonaro, acusando-o de fazer uso político da imagem das Forças Armadas, vampirizando a marca da instituição.

Azevedo se desafivelou não só das picuinhas brejeiras que tinha que aturar dentro das próprias Forças Armadas, mas da malandragem velha de um velhaco que está sentado na cadeira da Presidência da República.

Um sujeito que ontem mostrou mais uma vez como colocou o Brasil na beira do barranco.

Putin, vendo a cena de Carluxo sentado no centro da mesa e sabendo de quem se tratava, deve ter mandado retribuir a coroa de flores, depositada por Bolsonaro no túmulo do soldado comunista, com um rosário de capim para ser pendurado no pescoço do imbecil que governa o Brasil.

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Jogo baixo: Braga Netto, por ordem de Bolsonaro, fará novos ataques ao TSE

Se Bolsonaro não tem repertório dos feitos de seu governo, porque é um vagabundo e não trabalhou, ele tem gente que, em troca dos cargos mais altos da República, está disposta a fazer tudo que seu mestre mandar.

Bolsonaro tem martelado que, no fim de 2021, as Forças Armadas teriam encontrado vulnerabilidade no processo eleitoral.

Detalhe: tanto o exército quanto o TSE negam esse questionamento.

Agora há um combinado entre Braga Netto e Bolsonaro para colocar em prática mais um daqueles planos mirabolantes de Carluxo.

Não tem nada de novo no “grande plano” do Maquiavel do Vivendas da Barra.
O jogo é embezerrar aos quatro cantos que as urnas eletrônicas são fraudáveis.

As informações são do blog de Andreia Sadi, no G1, que afirma que a confusão, provocada propositalmente por Bolsonaro, faz parte da estratégia de eleição do governo. Braga Netto está em campanha para ser vice na chapa de Bolsonaro – por isso, executa o plano de misturar a imagem dos militares que não estão no governo como se estivessem apoiando Bolsonaro.

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Luis Nassif: Quem mandou matar Marielle?

Fato: a não descoberta do mandante do assassinato de Marielle só tem uma explicação: sua enorme influência política.

A partir daí, duas hipóteses: ou alguém ligado aos Bolsonaro ou às forças de intervenção, chefiadas por Braga Neto. Não há outra hipótese de poder político

O próprio Ministro da Justiça da época, Raul Jungmann, falou em personagens influentes. Não estava se referindo obviamente a nenhum chefe de milícia.

Pergunto: qualquer país que se pretenda civilizado pode conviver com esse nível de desinformação?

O assassino era contrabandista de armas e vizinho do presidente da República. E os filhos do presidente eram ligados ao chefe do escritório do crime. Como pode a ex-7a potência do mundo normalizar esse nível de suspeição em relação ao seu presidente? Bater no Monark é fácil.

Braga netto disse que poderia apontar culpados, mas não queria “protagonismo”. Como assim? Ele era o interventor do Rio.

Em 2018, ainda no governo Temer, Braga Netto diz que a solução está próxima. Depois se cala e se torna o superpoderoso Ministro de Bolsonaro. Não há nada de estranho nisso?

Há duas hipóteses terríveis. Espero que nenhuma se confirme. A primeira, de envolvimento da intervenção com a morte de Marielle (menos provável). A segunda, a de um general que, dispondo de informações, chantageou o presidente da República, livrando-o da suspeita de um crime abjeto.

*Do GGN

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Partidos do centrão resistem em filiar Braga Netto como vice de Bolsonaro

Partidos do centrão que integram a aliança com o presidente para Bolsonaro nas eleições de 2022 têm mostrado resistência em filiar o ministro da Defesa, o general Braga Netto. O militar é o nome preferido de Bolsonaro para ocupar o posto de vice na chapa à reeleição, informa Bela Megale, O Globo.

A avaliação de caciques dessas legendas é que Braga Netto é uma espécie de “laranja” de Bolsonaro, ou seja, um nome que terá compromisso só com o presidente e não com o partido que o acolherá. As legendas do centrão deixaram claro que não querem ter o militar entre seus quadros, mas aceitam receber Braga Netto desde que a filiação do general não seja tratada por Bolsonaro como um benefício ou gesto para a legenda.

Se há uma certeza entre as siglas do centrão que apoiam o presidente é que Braga Netto nunca ficará divido entre Bolsonaro e o partido e sempre acolherá as ordens do chefe.

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Congresso tira verba de seguro-desemprego e direciona para o exército

Verba liberada em votação relâmpago permite a aquisição de novos helicópteros pelo Ministério da Defesa ainda neste ano.

Em uma votação relâmpago na noite desta sexta-feira, 17, o Congresso Nacional aprovou uma série de projetos que liberam recursos adicionais para o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda em 2021. Um deles aumenta as verbas do Ministério da Defesa para projetos na região Norte, compra de helicópteros e gastos nas Forças Armadas retirando recursos do seguro-desemprego e da assistência social.

A realocação dos recursos foi solicitada pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e teve aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, que enviou um ofício ao Congresso sugerindo a mudança. Inicialmente, o projeto (PLN 40/2021) prevê recurso adicional de R$ 889,6 milhões para diversos ministérios reforçarem programações neste ano. Esse tipo de proposta é comum quando o governo quer aumentar os recursos de uma área após considerar que a verba estava insuficiente. Mas, para isso, precisa cancelar programações de outro lugar.

Após um pedido de Braga Netto avalizado por Guedes, o Congresso aprovou uma verba adicional de R$ 342,9 milhões no Ministério da Defesa, dos quais R$ 328 milhões serão gastos para implementação de infraestrutura nos municípios da Região do Calha Norte, R$ 3 milhões para compra de helicópteros para as Forças Armadas e R$ 11,9 milhões para administração das unidades vinculadas à Aeronáutica e ao Exército. No total, o recurso adicional para o Executivo, somando outras áreas, somou R$ 1,2 bilhão.

anca o pagamento de seguro-desemprego, R$ 40 milhões do Ministério das Comunicações, R$ 60 milhões do Fundo Nacional de Assistência Social, vinculado ao Ministério da Cidadania, e R$ 10 milhões do Ministério da Infraestrutura que seriam investigados em educação do trânsito. Ao enviar o ofício, o Ministério da Economia justificou que esses órgãos não sofrerão prejuízos na execução dos recursos, “uma vez que os remanejamentos foram decididos com base em projeções de suas possibilidades de dispêndio até o final do exercício”.

A sessão do Congresso chegou a ser suspensa após a análise de vetos presidenciais. Nos bastidores, parlamentares e integrantes do governo negociaram novas mudanças para atender demandas de recursos no fim do ano, a cinco dias do encerramento do ano legislativo. A votação ocorreu na Câmara e no Senado, em etapas distintas.

De última hora, após as benesses aos militares, o relator do projeto, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), aliado do presidente Jair Bolsonaro, apresentou um novo relatório tirando com mais R$ 95 milhões do Ministério da Economia para aumentar as verbas dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Regional. O destino final das despesas dependerá das pastas, que ainda podem negociar com os congressistas para onde vai o dinheiro. A nova versão do parecer foi aprovada sem leitura no plenário.

*Com informações do Terra

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Braga Netto terá que explicar ao Senado investigações contra militares filiados ao PT

O senador Jaques Wagner (PT-BA) solicitou que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, dê explicações sobre investigações abertas contra integrantes da Força Aérea Brasileira (FAB) da ativa filiados ao PT. A base do pedido foi uma nota da coluna que revelou que militares da Força passaram a ser alvos de um Procedimento de Apuração e Transgressão Disciplinar nas últimas semanas por terem filiações ativas junto ao partido de Lula.

O senador cita o artigo 142 da Constituição Federal, que proíbe a filiação de militares da ativa a partidos políticos. Dois pontos relativos a essas apurações, no entanto, têm causado estranheza entre os quadros da FAB. Um deles é que só vieram à tona procedimentos envolvendo filiações ao PT. Outra questão é o timing desta investigação. Algumas das filiações que passaram a ser questionadas estão ativas há mais de 15 anos, antes mesmo desses militares ingressarem na Força.

“Serve o presente requerimento para esclarecer e afastar, o quanto possível, os riscos de que opiniões e ideologias políticas afetem as Forças Armadas quando no desempenho de sua função Constitucional, principalmente quanto ao desempenho dos deveres constitucionais dos seus Comandantes”, escreveu o senador.

A FAB informou à coluna que as investigações abrangem militares de outros partidos, mas se recusou a descrever quais seriam essas legendas. Também não se manifestou sobre o fato de filiações ativas há mais de 15 anos serem questionadas apenas agora.

É uma oportunidade para o Ministério da Defesa esclarecer e afastar qualquer indício de que as Forças Armadas estejam atuando sob orientação política e ideológica, mas sim, orientados pela Constituição — disse Jaques Wagner à coluna.

*Com informações de O Globo

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Governo fracassado

Flávia Oliveira – Foram necessários 31 meses de má gestão e uma escalada de ataques à democracia inédita no pós-ditadura civil-militar — que não só existiu, como durou, ao contrário do que disse o general-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, em audiência na Câmara dos Deputados — para que porção relevante da sociedade brasileira se desse conta do que muita gente já sabia, antes mesmo do resultado das urnas eletrônicas naquele 2018. Sob todos os aspectos, o governo Jair Bolsonaro é um fracasso. Pelo histórico modesto, para não dizer inexistente, de serviços prestados pelo atual presidente nas três décadas como parlamentar, já se poderia antever a tragédia. O enfrentamento sofrível à mais grave crise sanitária em um século tornou tudo pior. Neste agosto, parecem ter chegado ao fim a tolerância da Corte Suprema e o entusiasmo do mercado financeiro. Não era sem tempo.

Para onde quer que se olhe no Brasil, há destruição, ineficiência, retrocesso. O país não melhorou com Bolsonaro no Palácio do Planalto, Paulo Guedes no Ministério da Economia, tampouco com a sucessão de nomes nas pastas da Saúde (quatro), da Educação (três), da Cidadania (três). Quem vive e observa o país da planície, faz tempo, alerta sobre os riscos às políticas públicas, aos recursos naturais e às instituições democráticas. Já são dois anos e meio de avisos em forma de cartas abertas de ex-ministros de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Educação, Saúde, Cultura, Relações Exteriores, Justiça, Fazenda, ex-presidentes do Banco Central, ex-procuradores da República.

Contra os efeitos dramáticos da política arrasa-Amazônia, também se pronunciaram parlamentares europeus, investidores estrangeiros, grandes bancos, empresariado responsável. Agências da ONU se manifestaram; entidades de defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa elencaram violações. Comunidades indígenas e organizações quilombolas recorreram a entidades multilaterais para denunciar o que chamaram, sem rodeio, de genocídio dos povos tradicionais. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil protocolou ação contra o presidente da República no Tribunal Penal Internacional, provável destino também do relatório final da CPI da Covid, pronto no mês que vem. Parlamentares da oposição, personalidades da cultura, do movimento social organizado apresentaram uma centena de pedidos de impeachment à presidência da Câmara, tanto no mandato de Rodrigo Maia quanto no de Arthur Lira.

Somente agora, quando o presidente chegou ao cúmulo de ameaçar o sistema eleitoral e entregar pessoalmente ao Senado ações de impedimento a dois ministros do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, as altas Cortes reagiram com abertura de investigações e chamando à responsabilidade o procurador-geral da República, Augusto Aras. De outro lado, o mercado financeiro, devoto de primeira hora da cartilha de Paulo Guedes, parece ter perdido a fé. A prova está na acelerada deterioração dos indicadores financeiros deste e do próximo ano.

As projeções para o IPCA, índice oficial de inflação, romperam a barreira dos 7%, maior resultado desde 2015. Por causa disso, a taxa básica de juros deve entrar em 2022 a 7,5% ao ano, patamar de 2017. O dólar voltou ao nível de R$ 5,40. A gasolina já passa de R$ 6 por litro em oito capitais, incluindo Rio de Janeiro, Porto Alegre e Maceió, segundo pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo. Em São Paulo, informou o Dieese, o preço da cesta básica (R$ 640,51) em julho equivalia a quase dois terços do salário mínimo (R$ 1.100). Há 14,8 milhões de desempregados, mais de 30 milhões de trabalhadores na informalidade, 19 milhões de brasileiros em situação de fome. E um governo que apresenta em medida provisória uma política social que tem nome, Auxílio Brasil, mas não tem foco nem orçamento. A reforma do Imposto de Renda, incompreensível pela quantidade de alterações, foi abortada três vezes na Câmara — periga ser arquivada.

Os agentes econômicos descobriram agora o que a população já sabia. Divulgada no início da semana, a pesquisa XP/Ipespe mostrou que a rejeição ao governo Bolsonaro aumenta sem parar: saiu de 31% em outubro do ano passado para 54% neste mês, um recorde. Mais da metade dos consultados (52%) acha que o restante do mandato será igualmente ruim ou péssimo. Dois em três entrevistados (63%) sabem que a economia está no caminho errado.

Igualmente demolidor é o paper de Rodrigo Orair, técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisou o enfrentamento à pandemia à luz da política fiscal. Atestou o que a sociedade intuía e a CPI vem comprovando: o governo gastou muito, e mal. Numa comparação com 30 países que representam 70% da população e 80% do PIB global, o Brasil foi décimo em gastos, sétimo em incidência de mortes por Covid-19 e 17º em perda de atividade. “O país se mostrou ineficaz no controle da disseminação da doença causada pela Covid-19, situando-se entre os poucos com mais de mil mortes por milhão de habitantes, e, de maneira associada, verificou uma forte crise econômica e um pacote fiscal relativamente elevado”, escreveu o economista. Torrou dinheiro público (17,5% do PIB), sabotou medidas sanitárias, retardou a compra de vacinas, não conteve a crise social, permitiu a morte de mais de 570 mil brasileiros. Fracasso.

*Flávia Oliveira/Portal Geledés

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