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Economia

Após 12 anos, Brasil volta a ficar entre as 50 economias mais inovadoras do mundo

O índice ainda mostra que o Brasil ultrapassou o Chile e lidera entre os países da América Latina.

O Brasil ganhou cinco posições e voltou a figurar entre as 50 economias mais inovadoras do mundo após 12 anos, segundo dados do Índice Global de Inovação (IGI), divulgados nesta quarta-feira, 27, pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI – WIPO, na sigla em inglês), em parceria com o Instituto Portulans e o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).

O país ocupa a 49º posição entre 132 países. Com o resultado do levamento de 2023, o Brasil ultrapassou o Chile e lidera entre os países da América Latina. Os dados apontam que os pesquisadores brasileiros conseguiram inovar mais, mesmo com menos condições em relação ao ano anterior.

Os dez países mais bem colocados no índice são: Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura, Finlândia, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Coreia do Sul. A classificação, divulgada anualmente desde 2007, foi reconhecida pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas como um instrumento de referência para avaliar a inovação em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Os dados serão discutidos no 10º Congresso Internacional de Inovação da Indústria, que será realizado a partir desta quarta-feira, no São Paulo Expo. Organizado pela CNI em parceria com o Sebrae, o evento é apontado como um dos maiores sobre inovação da América Latina. O tema do evento será a ecoinovação e reunirá especialistas brasileiros e internacionais para debater o assunto e propor diretrizes de uma estratégia nacional para a indústria brasileira.

Brasil cresce no índice, mas está aquém do potencial
As cinco posições conquistadas pelo Brasil no ranking colocam o país entre as economias que mais melhoraram o desempenho nos últimos quatro anos. O Brasil apresenta pontuações elevadas em indicadores como serviços governamentais online (14ª posição) e participação eletrônica (11ª). Além disso, o valor dos unicórnios brasileiros (22ª) é destaque, representando 1,9% do PIB nacional em 2023.

Na avaliação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, mesmo com o ganho de posições pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil está aquém do potencial do país, que hoje tem a 12ª maior economia do mundo. A melhor posição do Brasil no índice de global de inovação foi em 2011, quando alcançou o 47º lugar.

“Precisamos de políticas públicas modernas e atualizadas e, para isso, o índice tem o papel fundamental de auxiliar na compreensão dos pontos fortes e fracos do Brasil. A CNI e a MEI estão conscientes da importância de medir a inovação para viabilizar políticas eficazes, alcançar resultados sólidos em atividades de ciência, tecnologia e inovação e promover o desenvolvimento social e econômico”, afirma Andrade.

Entre os cinco países do BRICS – a formação antes do anúncio de novos integrantes feito na última cúpula do grupo – o Brasil está na terceira colocação, à frente da Rússia (51º lugar) e da África do Sul (59º). A China é a 12º colocada e Índia ocupa o 40º lugar.

Em comparação com o grupo de países de renda média alta, o Brasil tem desempenho acima da média nos indicadores de resultados de conhecimento e tecnologia, resultados de criatividade, sofisticação de negócios, sofisticação de mercados, capital humano e pesquisa e infraestrutura.

Para os organizadores do índice, o Brasil precisa estabelecer uma cultura de ecoinovação, o que envolve aumentar a propensão das empresas para assumir riscos, mas também reforçar o apoio governamental à inovação verde. Eles destacam que as áreas de gestão de resíduos, conservação de energia, energia alternativa e transporte oferecem capacidades inovadoras promissoras na indústria brasileira.

A avaliação é que o país tem uma oportunidade histórica de se tornar um líder verde globalmente e apresentar uma participação maior de patentes verdes em comparação as principais economias (16,1% no Brasil versus 14,9% nos EUA, 14,3% na UE e 15,3% na China).

A diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio, aponta que o fortalecimento de universidades e infraestutura de pesquisas é essencial para que o Brasil se torne uma economia inovadora.

“A queda brusca no orçamento público de investimento em ciência, tecnologia e inovação inviabiliza o fomento à projetos de P&D para novas demandas da sociedade e, ainda mais grave, interrompeu inúmeros projetos de pesquisa científica e tecnológica, inclusive de empresas brasileiras, que dependem de financiamento regular e previsível para fornecerem os resultados esperados”, destaca Sagazio.

As 10 economias mais inovadoras do mundo, segundo o Índice Global de Inovação:

  • Suíça
  • Suécia
  • Estados Unidos
  • Reino Unido
  • Singapura
  • Finlândia
  • Holanda
  • Alemanha
  • Dinamarca
  • Coreia do Sul

Posição do Brasil entre países da América Latina
49 – Brasil
52 – Chile
58 – México
63 – Uruguai
66 – Colômbia
73 – Argentina
74 – Costa Rica
76 – Peru
Posição do Brasil em relação aos países dos Brics
12 – China
40 – Índia
49 – Brasil
51 – Rússia
59 – África do Sul

Entenda como é feito o cálculo do Índice Global de Inovação
A posição global dos países no índice é resultado de um cálculo que divide os indicadores em “insumos de inovação” (inputs) e “resultados de inovação” (outputs), em que há pesos diferentes para cada indicador.

A primeira das categorias de indicadores – a de insumos – se refere às condições e elementos disponíveis para apoiar atividades de inovação. 
Educação, ambiente de negócios e recursos humanos especializados são elementos que compõem a categoria de insumos.

A segunda categoria – de resultados – indica o desempenho dos países quanto à inovação produzida. Produção científica, patentes, novos produtos, serviços e processos, entre outros indicadores compõem essa categoria.

 

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Brasil

Onda de calor atinge todas as regiões do país e temperaturas podem chegar a 45ºC

MetSul alerta que calor será ‘tão extremo que será perigoso e oferecerá risco à saúde e à vida’.

Uma onda de calor vai atingir o Brasil nas próximas duas semanas. Segundo a MetSul, as cinco regiões do Brasil serão atingidas pelo fenômeno, que pode provocar as maiores temperaturas do mês de setembro e até quebrar recordes em alguns lugares. O pico do calor deve se dar entre o final desta semana e o começo da semana que vem, segundo O Globo.

Uma massa de ar extremamente quente vai cobrir o país nos próximos dias. Na segunda metade da semana, a massa de ar se reforça ainda mais com temperaturas atipicamente elevadas. O calor intenso e extremo pode ser perigoso.

A previsão indica que temperaturas em torno de 40ºC serão registradas, por exemplo, no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão.

Segundo o alerta da MetSul, os estados mais afetados serão Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com marcas acima dos 40ºC na maioria das cidades. Na região do Pantanal e proximidades, as temperaturas podem ser ainda mais extremas.

s altas temperaturas devem ser registradas também em muitas cidades do Norte, de Goiás, do Sudeste do Brasil e de alguns estados do Nordeste, como no Oeste da Bahia, no Maranhão e no Piauí. No Rio de Janeiro, alguns pontos do estado também podem superar os 40ºC no próximo fim de semana. Em Minas Gerais, o Triângulo Mineiro e o Noroeste do estado devem ser as áreas mais afetadas pelo calor extremo.

Recordes de temperatura
A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, ressalta a MetSul. Segundo a consultoria, recordes mensais, e em algumas cidades até absolutos, podem ser superados durante esta onda de calor extremo.

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Brasil

ONU muda tom com Brasil e, agora, elogia compromisso contra desmatamento

Jamil Chade*

Numa mudança profunda no tom usado para se referir ao Brasil, a cúpula da ONU deixa de lado acusações que marcaram os últimos anos e afirma que os novos compromissos do governo representam um “sopro de ar fresco”.

Em seu discurso de abertura durante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta segunda-feira, Volker Turk, alto comissário da ONU para Direitos Humanos, fez questão de destacar os avanços do Brasil na questão ambiental.

“Saúdo as discussões realizadas no mês passado pelo Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela em busca de uma visão comum para a floresta amazônica, incluindo a participação efetiva dos povos indígenas”, disse Turk, numa referência à Cúpula da Amazônia.

“O anúncio feito em junho de que o Brasil terá como objetivo acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia brasileira até 2030 é um alento”, insistiu.

O discurso marca uma espécie de mapa das situações mais preocupantes em relação às violações aos direitos humanos no mundo. Nos últimos quatro anos, todas as referências sobre o Brasil na avaliação global eram marcadas por denúncias, críticas e cobranças. Num levantamento feito pelo UOL, as queixas apresentadas ao governo brasileiro nos dois primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro foram as maiores desde a redemocratização.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, chegou a excluir o Brasil de uma cúpula realizada para que os governos anunciassem compromissos de lutar contra o desmatamento e redução de emissões.

Ciente do papel do tema na capacidade de o Brasil se apresentar como um interlocutor de novo no cenário internacional, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva vem insistindo sobre sua agenda ambiental. Durante a cúpula do G20, neste fim de semana, o brasileiro destacou a queda no desmatamento e deixou claro que o clima será uma das prioridades da presidência do país, que assume o comando do grupo a partir de dezembro.

Lula, porém, tem sido questionado tanto por líderes sul-americanos como por analistas internacionais por conta de seu apoio à exploração de petróleo na Amazônia.

Para observadores e mesmo representantes do governo, uma aprovação neste sentido pode ter um impacto negativo na tentativa de Lula de convencer a comunidade internacional de que o Brasil quer assumir o protagonismo no debate internacional.

Marco temporal preocupa
Outra preocupação internacional continua sendo a situação da demarcação de terras indígenas. Numa declaração emitida em junho, o relator da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, José Francisco Calí Tzay, afirmou que existe uma “grande preocupação” diante do impacto de uma eventual aprovação do marco temporal, no Brasil.

Para ele, sua adoção seria “contrária aos padrões internacionais”. “Espero que a decisão do Supremo Tribunal Federal esteja de acordo com os padrões internacionais de direitos humanos aplicáveis e que proporcione a maior proteção possível aos povos indígenas do Brasil”, defendeu.

O marco temporal limita o reconhecimento das terras ancestrais dos povos indígenas apenas às terras que ocupavam no dia da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

“A doutrina do marco temporal” tem sido usada para anular processos administrativos de demarcação de terras indígenas, como no caso da Comunidade Guayaroka dos Povos Indígenas Guarani Kaiowa”, alertou o relator.

“Em diversas ocasiões, foi contestado por órgãos internacionais, povos indígenas e defensores de direitos humanos por desconsiderar o direito dos povos indígenas às terras das quais foram violentamente expulsos, especialmente entre 1945 e 1988 – um período de grande turbulência política e violações generalizadas de direitos humanos no Brasil, incluindo a ditadura”, disse.

Segundo ele, o julgamento poderá determinar o curso de mais de 300 casos pendentes de demarcação de terras indígenas no país. “Peço ao Supremo Tribunal Federal que não aplique a doutrina mencionada no caso e decida de acordo com as normas internacionais existentes sobre os Direitos dos Povos Indígenas”, completou.

*Uol

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Opinião

O Brasil está em compasso de espera pela prisão de Bolsonaro

Um depoente como Mauro Cid, não é pouca coisa, não para Bolsonaro, tanto que, num do total de 27 horas de depoimento, o cipó deve ter comido no lombo de Bolsonaro.

Certamente, Cid não falou sobre a tragédia inteira, até porque a pior delas foram os malefícios pendurados no pescoço de Bolsonaro, das mais de 700 mil vidas que ele ceifou.

Mas se somar todas as horas de depoimento de Mauro Cid, é um tempo de varar um dia e uma noite inteira e um tanto mais do dia seguinte.

Hoje, no Brasil, não há um ser vivo, mesmo em silêncio, que não faça contagem regressiva para a prisão do derrotado nas urnas da última eleição, tanto que alguns bolsonaristas andam até inflamados na insistência de jurar que Bolsonaro, assim como Elvis, não morreu politicamente. O resto são latidos e mugidos desses pobres diabos, que produzem apenas sons sem qualquer lógica, incapaz de um raciocínio qualquer.

Na verdade, todos sabem que não há mais margem de manobra para Bolsonaro justificar seus crimes. A esplendorosa ficha corrida do sujeito é de um portento no mundo do crime.

Os subterrâneos do clã são um esgoto só, abundante, dos piores dejetos, que fazem qualquer pedra ficar limosa.

Muitos bolsonaristas andam murchos, vazios, de cabeças pendidas, uns chegam a suar frio.

O fato é que o déspota ex-presidente não tem mais oxigênio para sonhar com sua liberdade, nem o seu clã acredita nessa hipótese.

Essa guerra nasceu com Bolsonaro e, com ele, morrerá.

Bolsonaro foi a maçã e a serpente de si mesmo, a própria alma do seu governo, a pata bruta que comandou todos os crimes que todos sabem, e outros que ninguém sabe.

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Política

Com Lula, Brasil passa a ser 7º em ranking de crescimento e pode voltar ao top 10 das maiores economias em 2023

O Brasil alcançou a sétima colocação no ranking de melhor desempenho do Produto Interno bruto (PIB) no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre de 2023, segundo os cálculos da agência de classificação de risco Austin Rating. A Austin já prevê que a economia brasileira possa retornar ainda neste ano ao grupo de dez maiores economias do mundo, segundo o Estadão.

O PIB brasileiro cresceu 0,9% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre do ano, informou nesta sexta-feira, 1º, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na lista, que inclui dados de 46 países, o Brasil ficou atrás apenas do desempenho do Japão (1,5%), Eslovênia (1,4%), Taiwan (1,4%), Costa Rica (1,3%), Turquia (1,3%) e Malásia (1,0%).

O crescimento da atividade econômica brasileira no segundo trimestre superou o de países como China (0,8%), Indonésia (0,8%), México (0,8%), Estados Unidos (0,6%) e Coreia do Sul (0,6%), por exemplo.

Com a projeção atual de resultado do PIB para este ano, o Brasil volta a fazer parte do grupo das dez maiores economias do mundo já em 2023, ressaltou Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

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Política

Um Brasil ambicioso e experiente recebe a Cúpula da Amazônia

Carol Porner*

A Cúpula da Amazônia que se realiza hoje em Belém não é um evento rotineiro da agenda internacional, mas a realização de uma escolha prioritária externada pelo atual governo em 16 de novembro de 2022. Para entender a importância da Cúpula e da integração regional para a proteção do bioma amazônico, é fundamental recordar o histórico discurso do Presidente Lula em Sharm-el-Sheik logo após ter sido eleito e ainda antes de assumir oficialmente a Presidência do Brasil.

Tendo sido convidado pelo Egito, país anfitrião da Conferência do Clima da ONU na COP27, Lula aproveitou a primeira viagem internacional para anunciar, na contramão do negacionismo ambiental do governo antecessor, que o Brasil estava de volta e tinha pressa em participar dos debates a respeito do futuro do planeta. Em um discurso legitimado pela experiência de mandatos anteriores, o líder brasileiro desafiou os principais países e a própria ONU a realizarem a COP30 em território amazônico, especificamente na cidade de Belém, que hoje acolhe a Cúpula da Amazônia.

Esta é a principal ênfase do encontro de alto nível: a reativação e a coordenação de políticas e ações entre países que fazem parte da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), entidade socioambiental formada pelos Estados que partilham o território amazônico, quais sejam: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

Criada em 2002, a OTCA responde aos princípios e metas estabelecidos no Tratado de mesmo nome, firmado em 1978. Trata-se do único organismo internacional com sede em Brasília e sempre funcionou com altos e baixos de acordo com os humores geopolíticos. O redesenho da organização em momento de emergência climática poderá trazer maior estabilidade e previsibilidade na coordenação de esforços para garantir, por um lado, o respeito ao princípio da soberania territorial e, por outro, inovar soluções de desenvolvimento regional integrado com inclusão social e responsabilidade climática.

Não há exagero em reconhecer que o Brasil já lidera propostas universalizáveis no campo socioambiental e climático, algo surpreendente após anos de prepotência isolacionista. São pioneiras algumas iniciativas sobre transição energética, assim como projetos de preservação e regeneração de florestas, projetos agroecológicos, de sustentabilidade e de soberania florestal e alimentar, assim como arranjos financeiros e institucionais criativos, que fazem parte de contribuições genuinamente brasileiras ou em parceria com outros países experientes em gestão florestal.

Além dos oito membros integrantes da OTCA, também foram convidados a participar da Cúpula países em desenvolvimento que detêm florestas tropicais, como Indonésia, a República do Congo, a República Democrática do Congo, São Vicente e Granadinas. Também a França, em razão da Guiana Francesa, a Alemanha e a Noruega, estes expressivos contribuintes tanto da OTCA como do Fundo Amazonia, iniciativa gerida pelo BNDES.

No entorno da Cúpula ocorrem diversos eventos paralelos que discutem desenvolvimento sustentável. Têm sido realizadas reuniões ministeriais, eventos com organismos financeiros como a FAO, o BID, o PNUD, PNUMA, CAF, BNDES, NDB e uma enorme quantidade de eventos envolvendo a sociedade civil. Um dos mais impactantes ocorrido nos últimos dias foi o fórum Diálogos Amazônicos, com mais de 400 atividades envolvendo 24 mil pessoas e uma infinidade de olhares sob o lema “nada sobre a Amazônia sem os amazonidas”. As principais conclusões desse amplo processo participativo serão levadas aos líderes da OTCA em forma de demandas e recomendações.

Os resultados da Cúpula serão conhecidos entre hoje e amanhã. Espera-se uma abrangente Declaração de Belém, com entendimentos de médio e longo prazo para os próximos anos. Entre as propostas concretas, vale destacar alguns anúncios como a proposta da Aliança Trilateral, envolvendo as bacias do Brasil e dos dois Congos, a proposta da Coalizão Verde do BNDES, o Centro de Cooperação Policial em Belém, a criação de um Centro Integrado de Tráfico Aéreo, as propostas de financiamento de fundos verdes, de descarbonização, reflorestamento e regeneração florestal, entre outras ações no marco de ressignificação da OTCA.

É, portanto, plenamente justificável a ambição brasileira de sediar a COP30 no ano de 2025, bem como a pressa em voltar aos grandes debates defendendo propostas ousadas como uma governança global – foro multilateral – para a questão climática. Longe de qualquer triunfalismo, o Brasil é o exemplo do que pode acontecer com uma sociedade quando o obscurantismo ambiental assume o poder. Perdemos muito tempo. Perdemos o rumo da preservação das florestas e da natureza, perdemos credibilidade internacional e perdemos grandes oportunidades econômicas e de desenvolvimento regional. É urgente voltar a protagonizar, e não nos falta experiência.

*247

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Economia

Após queda de 0,5% na Selic, Brasil continua a apresentar a maior taxa de juros reais entre 40 países

Apesar da redução de 0,5% na taxa anual de juros (Selic), o Brasil continua a ostentar a primeira posição no ranking global de juros reais. Após a redução, a taxa de juros reais brasileira é de 6,68%. O Brasil manteve o pódio de campeão dos juros reais pela sétima reunião consecutiva do Comitê de Política Monetária (Copom), segundo O Globo.

O cálculo foi feito pelo site financeiro Moneyou, que considera a expectativa de inflação para os próximos 12 meses, e engloba 40 países. Em segundo lugar, aparece o México com taxa de juros real de 6,64%, seguido da Colômbia, com taxa real de 6,15%. Outro país latino-americano aparece na quarta posição: o Chile, com juros de 4,60%. O site desconsidera a Argentina, que vive atravessa crise econômica.

Para o economista Jason Vieira, responsável pela elaboração do ranking, ainda há problemas na condução da política global. Com o encaminhamento do arcabouço fiscal e reforma tributária, o Brasil reduziu parte das dúvidas na ancoragem das expectativas de inflação.

Mas os Estados Unidos elevaram novamente os juros após uma pausa e continuam a registrar pressões no mercado de trabalho, apesar de uma série de indicadores econômicos negativos.

Já o Banco Central Europeu (BCE) elevou os juros em julho, enquanto a Ásia preserva parte de suas medidas estimulativas, com a China prometendo novos incentivos à economia.

Veja os países com maiores juros reais

1) Brasil: 6,68%
2) México: 6,64%
3) Colômbia: 6,15%
4) Chile: 4,60%
5) África do Sul: 3,82%
6) Filipinas: 3,80%
7) Indonésia: 3,63%
8) Hong Kong: 2,83%
9) Reino Unido: 2,36%
10) Israel: 2,23%.

Fonte: Moneyou.

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Economia

Brasil tem o maior saldo comercial em julho em toda a história: US$ 9 bilhões

Governo Lula deve registrar neste ano o maior superávit comercial de todos os tempos no Brasil.

SÃO PAULO (Reuters) – A balança comercial brasileira registrou superávit de 9,035 bilhões de dólares em julho, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta terça-feira, com exportações de 29,062 bilhões de dólares e importações de 20,027 bilhões de dólares.

Este foi o maior saldo comercial para meses de julho em toda a série histórica da secretaria.

“O saldo comercial tem batido recordes, motivado pela redução da importação e uma certa resiliência das exportações, mesmo com a queda de preços”, pontuou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Alves Brandão, durante entrevista coletiva.

Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de 8,223 bilhões de dólares para julho.

A Secex, que está ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), projeta um saldo positivo para a balança comercial em 2023 de 84,7 bilhões de dólares.

A secretaria projeta exportações de 330,0 bilhões de dólares no ano e importações de 245,2 bilhões de dólares.

ACUMULADO DO ANO

Os dados da Secex mostraram ainda que o saldo comercial acumulado no ano até julho foi de 54,100 bilhões de dólares. O desempenho foi resultado de exportações de 194,742 bilhões de dólares, contra importações de 140,642 bilhões de dólares.

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Brasil

Brasil vai participar de nova negociação sobre paz na Ucrânia

Jamil Chade*

O Brasil vai participar de uma reunião pela paz na Ucrânia, que ocorrerá na Arábia Saudita em agosto. Diplomatas do Itamaraty confirmaram ao UOL que negociações neste sentido foram realizadas nos últimos dias.

De acordo com a agência Associated Press, a reunião deve ocorrer na cidade de Jeddah, no Mar Vermelho. Cerca de 30 países devem participar — inclusive alguns dos principais membros dos Brics e o governo norte-americano de Joe Biden.

A esperança é que o encontro possa conduzir o grupo a pensar em certos princípios que deveriam ser considerados em um eventual plano de paz.

Fontes do Palácio do Planalto confirmaram a participação do Brasil e o governo ainda avalia quem representará o país — já que a reunião coincide com o encontro que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou para a Amazônia.

Desde que tomou posse, o presidente tem insistido em se apresentar como um possível interlocutor entre russos e ucranianos. Mas o projeto tem sofrido resistência, principalmente por parte de americanos e alguns europeus.

O governo Lula enviou seus emissários tanto para Kiev como para Moscou, mas o próprio presidente brasileiro chegou a alertar ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que não existe uma negociação de paz com base na tentativa de Kiev de impôr seu plano como a única saída para a crise.

No fim de junho, o Brasil já havia participado de uma iniciativa semelhante, com representantes dos países do G7, emergentes e os ucranianos.

Durante o encontro, realizado na Dinamarca, o governo de Kiev tentou aprovar uma declaração final na qual os participantes sinalizavam apoio a trechos do plano de paz dos ucranianos. Mas a ideia não prosperou, em especial diante da resistência dos países emergentes. O Brasil também adotou a mesma postura.

Naquele momento, o representante do Brasil, Celso Amorim, indicou que a aprovação do documento “não seria produtivo” e qualquer ideia de paz precisa nascer de conversas entre russos e ucranianos.

Ainda assim, o brasileiro destacou que o encontro foi concluído com a decisão de manter o diálogo, o que já seria considerado um avanço diante da crise internacional.

Segundo Amorim, porém, esse processo terá de incluir a China e a Rússia. “Não há como fazer um acordo com eles mesmos”, disse o negociador brasileiro, em referência aos ucranianos.

Por enquanto, o processo ainda não será transformado em uma reunião de cúpula de chefes de Estado. Mas não se descarta que, no futuro, o grupo possa ganhar tal dimensão.

No encontro na Dinamarca, a ausência de Jake Sullivan, conselheiro nacional de Segurança dos EUA, acabou prejudicando a ambição da reunião. O norte-americano optou por permanecer em Washington diante do motim que se registrava na Rússia naqueles dias e liderado por grupo Wagner.

*Uol

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Pesquisa

Brasil tem 1,32 milhão de quilombolas, grupo que pela primeira vez foi identificado pelo Censo

O Censo Demográfico 2022 mostrou que a população quilombola residente no Brasil é de 1.327.802 pessoas, correspondendo a 0,65% da população. Há 1.696 municípios com população quilombola e 473.970 domicílios particulares permanentes com moradores quilombolas. Dados da pesquisa Censo 2022 – Quilombolas: Primeiros Resultados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A região que concentra a maior quantidade é o Nordeste, com 905.415 quilombolas, correspondendo a 68,2% da população quilombola, seguida do Sudeste com 182.305 pessoas e o Norte com 166.069 pessoas, ambas contabilizando 26,24% da população quilombola. Com 5,57% da população quilombola, as regiões Centro-Oeste e Sul têm 44.957 e 29.056 pessoas, respectivamente.

A Bahia é o estado com maior quantitativo de população quilombola – 397.059 pessoas –,o que corresponde a 29,90% da população quilombola recenseada. Em seguida vem o Maranhão, com 269.074 pessoas, o que corresponde a 20,26% da população quilombola recenseada. Somando a população quilombola da Bahia e do Maranhão, tem-se 50,17% da população quilombola concentrada nesses dois estados. Roraima e Acre não têm presença quilombola.

Dos 5.568 municípios brasileiros, 1.696 tinham moradores quilombolas. Senhor do Bonfim (BA) destaca-se por ser o município com a maior quantidade absoluta de pessoas quilombolas, com 15.999, seguido de Salvador, com 15.897, Alcântara (MA) com 15.616 e de Januária (MG) com 15 mil pessoas.

Segundo Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, a distribuição geográfica dos quilombos tem vínculo com todo o processo de colonização e escravização, mas também com a resistência a essa situação histórica que levou a várias ocupações territoriais com concentração perto e ao longo dos rios.

“A população quilombola se identifica não só pelo processo de escravização, mas principalmente pela resistência à opressão histórica como está no Decreto 4887”, disse.

Do universo de 72,4 milhões domicílios particulares permanentes ocupados recenseados no Brasil, 473.970 têm pelo menos um morador quilombola, correspondendo a 0,65% dos domicílios do país. Nas residências onde há pelo menos uma pessoa quilombola, a média de moradores é mais alta (3,17) do que no total de domicílios do país (2,79).

No universo das pessoas quilombolas residentes no país, as pessoas localizadas nos 494 territórios quilombolas oficialmente delimitados representam 12,59% dessa população (167.202 pessoas), de modo que 1.160.600 (87,41%) pessoas quilombolas encontram-se fora de áreas formalmente delimitadas e reconhecidas

Amazônia Legal – Foram contabilizadas 426.449 pessoas quilombolas nos municípios da Amazônia Legal, o que representa 1,60% da população residente total da região, sendo 32,11% do total da população quilombola residente no Brasil.

Foram recenseados 80.899 quilombolas residindo em territórios oficialmente delimitados, o que representa 48,38% da população quilombola nacional residindo em áreas oficialmente delimitadas, o que mostra um maior avanço do processo de regularização fundiária na Amazônia Legal em relação ao restante do país.

A presença da população quilombola residente na Amazônia Legal nos territórios oficialmente delimitados é superior ao cenário nacional: enquanto na Amazônia Legal 18,97% da população quilombola reside em territórios delimitados, para o conjunto do país esse percentual é de 12,59%

“Pela primeira vez em um levantamento censitário brasileiro, a população quilombola foi identificada, enquanto grupo étnico, no mais importante retrato demográfico, geográfico e socioeconômico do país”, disse, em nota, o presidente substituto do IBGE, Cimar Azeredo.

A coleta de informações contou com o apoio das lideranças comunitárias quilombolas que atuaram no apoio ao mapeamento das comunidades e como guias para os recenseadores, garantindo que todos os territórios fossem visitados.

*Com 247

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