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Azeda de vez relação Brasil e China: Bolsonaro tentou contato, mas Xi Jinping não quis atendê-lo

Depois dos insultos de Bolsonaro a China usando seu filho psicopata, Eduardo e o demente Ernesto Araújo, o maníaco do planalto tentou consertar a lambança ligando para Xi Jinping que não quis atender seu telefonema.

Segundo o Valor Econômico, a China levanta uma muralha contra qualquer outra resposta que não seja um pedido de desculpas do filho do presidente. Imbróglio mexe em ferida histórica da tortura e expulsão de nove chineses, em 1964, durante a ditadura, que governo brasileiro até hoje finge desconhecer.

O irresponsável que brinca com as vidas da população brasileira, achou que falava para seu gado premiado e, agora, o Brasil está na iminência de perder o maior parceiro comercial em plena pandemia de coronavírus.

A imbecilidade pode, inclusive, azedar uma ajuda fundamental da China no combate ao coronavírus no Brasil.

Então, ficamos na dependência de uma retratação pública a China de Bolsonaro depois desse ataque baixo do “chanceler brasileiro”.

Alguém imagina que Ernesto Araújo emitira essa nota estúpida sem o consentimento de Bolsonaro?

 

*Da redação

 

 

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Se a China retaliar o Brasil e não fornecer mais mercadoria, quebra o varejo e a “indústria nacional”

Se a China resolver retaliar o comércio com o Brasil, a economia brasileira evapora.

Hoje, a indústria e sobretudo o comércio, são chino-dependentes.

A crise iniciada pelo miliciano Eduardo Bolsonaro e alimentada pelo demente Ernesto Araújo, que lambeu as botas do patrãozinho, se levada a ferro e fogo pelos chineses, não sobra uma birosca no Brasil, muito menos uma fabriqueta de fundo de quintal.

No varejo, aqui no Brasil, há uma máxima que diz que, “Deus fez o céu e a terra, o resto é feito na China”. Sim, até queijo Minas, hoje, é feito na China.

Se a China é a maior compradora de commodities do Brasil e, num rompimento comercial, parar de comprar nossos produtos, sobretudo da indústria do agronegócio, esse segmento terá que usar seus espaços para estacionamentos. Mas se a China resolver fazer pior e não vender nada para o Brasil, o nosso parque fabril desaba, pelo nível de dependência das peças produzidas na China.

Sobre o varejo, nem tem graça comentar, é só perguntar para o Véio da Havan o que aconteceria com suas lojas se a China decidisse não vender mais bugigangas para ele.

A China produz tanto as grandes marcas americanas de tênis que são vendidas aqui em lojas multimarcas, como a pirataria das mesmas marcas vendidas em mercados populares ou por ambulantes.

Ou seja, no varejo brasileiro, a China faz barba, cabelo e bigode.

A região do Brás e Bom Retiro, em São Paulo, por exemplo, sem as mercadorias da China, onde chegam milhares de ônibus com pessoas do Brasil inteiro para comprar no atacado, o efeito será como o de Hiroshima e Nagasaki, depois que os EUA, covardemente e monstruosamente jogaram as bombas atômicas contra a população civil das duas cidades.

Hoje, é raro, tipo agulha no palheiro, encontrar no varejo uma loja que não seja essencialmente dependente da China, direta ou indiretamente.

Se tiver uma retaliação da China, a crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus vai parecer fichinha perto da hecatombe provocada por tal retaliação chinesa.

Isso dá a exata medida da irresponsabilidade do psicopatazinho Eduardo Bolsonaro e do seu lustra chuteira Ernesto Araújo, que só agridem diplomaticamente um país como a China porque o Brasil não tem governo, mas uma esculhambação generalizada comandando o país.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Presidente do Santander morre por coronavírus, provando que o vírus não escolhe vítimas por condição social

O presidente do Santander Portugal, Antônio Vieira Monteiro, morreu hoje, segundo a imprensa local.

Ele estava em quarentena e faleceu no hospital Curry Cabral, em Lisboa, depois de ser infectado com o coronavírus.

De acordo com o jornal português Econômico, Monteiro estava de quarentena desde de começo de março, após voltar de uma viagem que fez pelo norte da Itália.

O presidente do Santander Totta, como ainda é conhecido em Portugal, tinha 74 anos e ocupava o cargo desde 2012 até 2019.

Monteiro foi a segunda vítima fatal da covid-19 em território português.

O Santander fez comunicado oficial pelo Twitter sobre o falecimento de seu principal executivo em Portugal.

Isso só prova que as medidas visando proteger economias, e não pessoas, como tem sido anunciado tanto nos EUA quanto no Brasil, são inócuas. Ou se busca salvar a todos ou não salva ninguém, principalmente com a mentalidade de que empresas e bancos são mais importantes que as pessoas.

O coronavírus não tem fronteira social.

 

 

*Com informações do Uol

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Notícia

Brasil registra a primeira morte por coronavírus em São Paulo

Paciente de 62 anos que estava internado em São Paulo morreu nesta terça-feira.

O estado de São Paulo confirma que houve a primeira morte de um paciente infectado pelo coronavírus no Brasil.

O secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann, e o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, David Uip, farão coletiva às 13 horas para falar sobre a primeira morte relacionada à doença no Estado.

Maiores detalhes serão dados numa coletiva com os médicos do centro que cuida de medidas para prevenir a doença, informa a jornalista Monica Bergamo, em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo.

Os casos confirmados do novo coronavírus alcançaram 301 nesta terça-feira (16), segundo a atualização divulgada pelo Ministério da Saúde. É mais do que o dobro de três dias atrás.

Na sexta-feira (13), o total passou de 100 pela primeira vez e agora já ultrapassa os 200. Ontem, o balanço registrou 200 pessoas infectadas.

 

*Da redação

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Vídeos: Com Adnet interpretando Bolsonaro, São Clemente canta o “Conto do Vigário”

“Brasil, compartilhou, viralizou, nem viu
E o país inteiro assim sambou
Caiu na fake news”

Com este refrão que escracha a farsa da eleição de Bolsonaro, será que o TSE vai dar atenção ao que está acontecendo na CPMI das fake news? E a mídia, vai parar de somente defender a jornalista Patrícia Mello, da Folha, sem mostrar a matéria em que ela denuncia a rede de fake news de Bolsonaro, depois do enredo da São Clemente?

O fato é que Bolsonaro virou uma chacota só. Aonde tem folia no mundo, o sujeito vira personagem central e galhofa, como em Portugal, Alemanha, Uruguai e Brasil.

Certamente, não demora, teremos notícias de outros países que tiveram carnaval em que o paspalho se transformou em mote dos humoristas.

Na verdade, ninguém trata Bolsonaro como presidente, no máximo, o trata como Bolsonaro, isso, claro, com muita boa vontade. Os adjetivos que ele já ganhou mundo afora vão de monstro fascista a demente violento.

Na realidade, Bolsonaro carrega com ele toda a carga negativa da classe média brasileira que coloca esse imbecil no altar, sabendo se tratar de um vigarista com três filhos tão vigaristas quanto ele, estão há séculos na política fazendo os esquemas mais imundos nos corredores do baixo clero com todo tipo de sacripanta.

A louvável espinafrada que a São Clemente dá em Bolsonaro, soma-se a tantas outras originais que ridicularizam, acima de tudo, quem trata esse ovoide como um mito.

A pergunta é: será que no dia 15 de março alguém vai pra rua defender esse estorvo?

https://twitter.com/AnaPaulaAndr1/status/1232236169720713216?s=20

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bacurau, Coringa e Parasita: a desigualdade social nas telas, um apelo para a mudança

Três filmes e um argumento que caiu no gosto do povo porque representa os anseios da nossa sociedade. O que há em comum entre os filmes Bacurau, Coringa e Parasita?

Vamos nos despedindo das telas de 2019 que est%u001o fechando suas cortinas para um cinema que, ao que parece, vai fazer história.

Um filme do Brasil, outro da Coreia do Sul e um dos Estados Unidos: todos têm em comum um mesmo argumento: a profunda desigualdade social que está levando nossa humanidade ao colapso.

Bacurau ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes, enquanto Parasita foi o grande vencedor da Palma de Ouro. Já Coringa foi aclamado pela crítica e um sucesso de bilheteria que tem muita chance de render ao ator Joaquin Phoenix o Oscar na categoria Melhor Ator.

Qual o valor que fez desses três filmes tão exitosos? A linha condutora deles se desenvolve a partir do colapso social provocado pela desigualdade social.

Veja as sinopses de cada um deles:

Bacurau – Brasil

Os moradores de um pequeno povoado do sertão brasileiro, chamado Bacurau, descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. Aos poucos, percebem algo estranho na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam à cidade. Quando carros se tornam vítimas de tiros e cadáveres começam a aparecer, Teresa, Domingas, Acácio, Plínio, Lunga e outros habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados. Falta identificar o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa.

Coringa- EUA

O comediante falido Arthur Fleck encontra violentos bandidos pelas ruas de Gotham City. Desconsiderado pela sociedade, Fleck começa a ficar louco e se transforma no criminoso conhecido como Coringa.

Parasita – Coreia do Sul

Toda a família de Ki-taek está desempregada, vivendo em um porão sujo e apertado, mas uma obra do acaso faz com que ele comece a dar aulas de inglês a uma garota de família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe e filhos bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um. No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custam caro a todos.

A união contra o colapso social

Atenção – contém SPOILERS

Talvez em Bacurau o colapso social não seja tão evidente, porque, ainda que Bacurau seja uma cidade desprovida de infraestrutura, há uma coesão social que permite à comunidade local lidar com o caos que se instala por lá.

Em Bacurau, os moradores do pequeno vilarejo interiorano aprendem a viver à margem de qualquer governo, desenvolvendo suas próprias regras de convívio e soluções para os seus problemas, como a falta de abastecimento de água.

Para uma das atrizes do elenco, Karine Teles:

“O filme está nascendo em um momento em que o mundo está pensando muito nas questões que são abordadas nele. Acho que isso ajuda. As pessoas estão querendo discutir esse assunto. Há uma urgência em pensar sobre a forma com que a gente lida com a violência”, comenta para o G1.

bacurau

O maior problema de Bacurau, que parecia ser a questão da água, se dissolve quando um grupo de forasteiros chega à cidade com intenções sinistras, fazendo com que ela desapareça, literalmente, do mapa.

A professora Giselle Beiguelman disse ao Jornal da Usp que os diretores do filme conseguiram mostrar as diferentes formas de a violência no Brasil se expressar.

“A história se passa em Bacurau, que desapareceu do mapa. E isso não é força de expressão. A cidade subitamente deixou de ser registrada nos serviços de geolocalização, como se houvesse sido deletada do Google Maps. Nesse lugar perdido no tempo e na história, ocorre um confronto entre invasores, brancos e americanos, liderados por um chefe neonazista, e a população local, que decide recorrer a Lunga, uma figura andrógina interpretada magistralmente pelo ator Silverio Pereira, que é uma espécie de mistura de cangaceiro e bandido social do século 21”.

Desamparo social. Desigualdade abissal parasite

Se a sociedade de Bacurau entende que é com unidade que ela pode enfrentar seus problemas, o mesmo se pode dizer da família Kim, cujos membros se mantêm unidos para lidar com o desamparo social a que estão submetidos. A família, constituída de um casal, uma filha e um filho adolescentes, vive de bicos até que o filho, Ki-taek, passa a ser professor de inglês da filha de um casal rico, os Park, também com a mesma composição familiar: pai, mãe, filha e filho.

Embora, numa primeira interpretação, a família Kim pareça ser parasita dos Park, apropriando-se de suas vidas, uma outra leitura propõe que, na lógica capitalista, aqueles que acumulam dinheiro é quem são os verdadeiros parasitais sociais.

Um crítica da revista Cult, feita por Fabiane Secches, revela uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que analisou a distribuição da renda de trabalho no mundo entre 2004 e 2017, em 200 países. O relatório divulgou que os 10% mais ricos recebem quase 50% da renda de trabalho gerada, sendo que os outros 49% são relativos à renda de capital, ou seja, destinada aos proprietários do dinheiro.

Um o relatório de 2018 da Oxfam mostrou que as 26 pessoas mais ricas do mundo detêm uma riqueza equivalente à metade mais pobre da humanidade somada em conjunto (3,8 bilhões de pessoas). Em 2017, a concentração de riqueza no mundo aumentou, visto que os bilionários tiveram sua renda ampliada para 12%, ao passo que a metade mais pobre teve uma diminuição de 11% de sua renda.

O que esses dados revelam? Que famílias como os Park têm a vida que têm porque vivem às custas do empobrecimento da maioria da população explorada, como a família Kim.

Não que os Park sejam maus e os Kim bons – aliás, o comentário da mãe da família Kim de que a mãe da família Park é extremamente “gentil” justamente é um exemplo de que o filme não busca construir uma mise-en-scène para bandidos e mocinhos – mas é que a própria lógica capitalista a que todos estão submetidos fazem de todos potenciais parasitas.

Arthur Fleck, o palhaço triste

Se os moradores de Bacurau e os Kim têm suas próprias relações de pertencimento, essa não é a condição de Arthur Fleck, um indivíduo completamente só na sua jornada, que faz dele um caso de patologia social.

Arthur é um homem de cerca de 35 anos, palhaço de profissão, que vive com a mãe em uma área marginalizada de Gotham City e tem um distúrbio mental que o faz rir de forma histriônica, uma condição paradoxal para um palhaço sem graça.

Arthur se transforma no Coringa, um sujeito que é o resultado de experiências sociológicas de um homem profundamente triste – um homem sem lar, membro de uma família e de uma sociedade adoecidas.

Coringa e Gotham entram em colapso quando os seus princípios éticos e morais viram ruína. Arthur passa a se sentir pertencente a algo quando se dá conta de que não está só em seu isolamento social: há uma multidão de gente sem nada, formada por invisíveis sociais, que vê no Coringa a chance de estar em comunhão.

Uma reflexão sociológica necessária

Os três filmes – Bacurau, Parasita e Coringa – ganharam o público e a crítica porque pareceram ser necessários para uma reflexão sociológica estetizada pelo cinema em um momento carente de princípios éticos humanitários, cuja construção vem sendo proposta pelo filósofo argentino Enrique Dussel como uma agenda urgente para o século 21.

Talvez por estarmos tão profundamente destituídos de tais princípios, sobretudo em um ano marcado por tantos eventos desalentadores no Brasil e no mundo, esses três filmes tenham despertado o pathos de públicos tão diferentes, mas com a mesma desesperança em comum.

É de se notar a globalização do problema… é como se não tivéssemos por onde escapar. É preciso acordar, se levantar e mudar. Ao menos, o sucesso desses filmes indicam para essa necessidade.

Estaríamos no começo de uma grande reviravolta?

 

*Publicado originalmente em greenMe/Com informações da Carta maior

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Brasil teve em 2019 um rombo de US$ 50,7 bi nas contas externas, o pior resultado em quatro anos

As contas externas do Brasil fecharam 2019 com rombo de US$ 50,76 bilhões em 2019, o pior resultado desde 2015, quando houve déficit de US$ 54,47 bilhões. Os números foram divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo Banco Central (BC).

O déficit em transações correntes, um dos principais dados sobre o setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).

No ano passado, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 39,4 bilhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 35,14 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 56 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 53 bilhões.

O resultado não chega a preocupar, já que o déficit foi largamente superado pela entrada de recursos via Investimentos Diretos no País (IDP), que somaram US$ 78,56 bilhões no ano passado. Em 2018, a entrada de recursos nessa conta havia somado US$ 78,16 bilhões.

No ano passado, enquanto o déficit em conta representou 2,76% do Produto Interno Bruto (PIB), o IDP total, de US$ 78,559 bilhões, foi equivalente a 4,27% do PIB.

Já a dívida externa bruta brasileira aumentou de 2018 para 2019, de US$ 320,612 bilhões para US$ 323,593 bilhões, o que representa uma alta de 0,93%.

Nesse caso, a situação também é confortável, já que o Brasil há anos é credor – e não devedor – em moeda estrangeira, com reservas internacionais atualmente na casa dos US$ 357 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

 

*Com informações do Jornal de Brasília

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Com o acirramento das tensões entre Brasil e Irã, agricultores alertam, ‘não teremos o fazer com o nosso milho’

O aumento das tensões entre Estados Unidos e Irã pode dificultar as exportações de milho do Brasil para o país persa, avalia o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes. “Essa situação preocupa, pois o Irã é um dos maiores destinos do milho brasileiro”, disse Mendes ao Broadcast Agro.

Conforme dados da Agrostat, no acumulado de 2019 até novembro, dado mais recente de exportação por país, o Irã foi o segundo maior comprador de milho brasileiro, com 5,108 milhões de toneladas, atrás apenas do Japão (5,515 milhões de toneladas). Em 2018, o país foi o maior importador de milho produzido por aqui, com 6,379 milhões de toneladas.

Segundo Mendes, embora o comércio de alimentos esteja livre de sanções, caso haja restrições dos EUA a transações bancárias de câmbio da moeda iraniana para o dólar exportadores brasileiros podem ter problemas em receber o pagamento referente aos embarques de milho.

O representante da Anec destacou que o Irã é um grande consumidor de milho porque produz carne frango para consumo interno. “Para não importar frango, eles acabam importando milho”, disse. O Irã também compra soja do Brasil, mas não está entre os maiores destinos.

Caso o Brasil tenha de fato mais dificuldade em exportar para o Irã, parte do milho brasileiro poderá ser redirecionada a outros destinos no exterior ou ficar no mercado interno. “O que preocupa é o milho. Na medida que milho alterna com a soja (no sistema de exportação brasileiro), e o Irã é um destino tão importante, não teria o que fazer com esse milho. Vai complicar a nossa vida”, avaliou.

 

 

*Com informações da Istoé Dinheiro

 

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Crise entre EUA e Irã ameaça a agricultura brasileira

O novo capítulo da crise entre EUA e Irã pode acabar afetando as exportações brasileiras.

Agentes do mercado agrícola consideram que um eventual aprofundamento da tensão aumentará ainda mais a pressão da Casa Branca para que seus aliados, entre eles o Brasil, isolem cada vez mais Teerã. Do lado iraniano, porém, diplomatas confirmaram que será cada vez mais difícil manter relações comerciais com países que tenham chancelado os atos de Donald Trump.

O resultado poderia se traduzir em perdas para as exportações agrícolas brasileiras, ainda que uma parcela dos importadores iranianos e mesmo parte do governo insistam para que o comércio com o Brasil seja preservado.

Na semana passada, diante da morte do general iraniano Qasem Soleimani, o governo brasileiro emitiu uma nota de apoio à operação conduzida pela Casa Branca. Mas o que deixou os iranianos especialmente irritados foi o tom usado pelo Itamaraty, descrevendo o ato como um combate ao terrorismo.

Diante da insinuação de que seu governo seria equiparado a um grupo terrorista, Teerä convocou a diplomacia brasileira a se explicar, na segunda-feira. Ainda que o Itamaraty insista que a reunião foi cordial, fontes diplomáticas confirmaram à coluna que se tratou de um protesto formal contra o Brasil.

Tradicionalmente, o Brasil tem evitado a designação de grupos como entidades terroristas, justamente para manter um canal de diálogo. O mesmo procedimento foi adotado por anos em relação às Farc, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso e depois sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

No comunicado emitido na noite de sexta-feira, o governo brasileiro surpreendeu até mesmo seus aliados ao seguir de forma explícita a narrativa da Casa Branca e insinuar que o ataque foi contra o terrorismo, não contra um representante de um governo soberano.

Na OTAN ou em governos europeus, o tom de críticas contra o Irã foi duro nos últimos dias, principalmente diante da proliferação de milícias bancadas pelos iranianos na região. Mas poucos se aventuraram a tratar o general de terrorista.

Mas insistência de Trump e de seus aliados de tratar o governo iraniano como “terrorista” levou, nesta terça-feira, o Parlamento iraniano a declarar “todas as forças americanas como terroristas”. Isso incluirá o Pentágono e suas organizações afiliadas.

Mas o Parlamento vai além: “toda a ajuda a essas forças, incluindo militar, inteligência, financeira, técnica, serviço e logística será considerada como cooperação com ato terrorista”. Diplomatas Ocidentais questionam se, eventualmente, esse trecho da lei poderia ser usado para designar países estrangeiros que cooperem com os militares americanos como cúmplices de atos terroristas.

Exportações

Fontes em Teerã confirmaram que, diante da nova crise, pode haver uma reavaliação de contratos comerciais com fornecedores de países que deram apoio aos americanos, ainda que o ritmo de tal medida dependerá de como tal fornecimento será substituído.

Hoje, o Irã é o quarto maior destino das exportações de alimentos nacionais. Entre todos os parceiros comerciais, o mercado iraniano está entre os 25 maiores.

Em 2019, os iranianos importaram mais de US$ 2,1 bilhões de produtos agrícolas brasileiros. Quase metade foi do setor do milho.

Mas abrir mão desses produtos pode ser uma tarefa complicada. Um dos maiores aliados do Brasil é justamente o setor importador iraniano.

O sentimento é de que, sem o fornecimento do Brasil, as compras de soja, carne ou milho seriam encarecidas, aumentando o preço final dos alimentos no mercado já combalido do Irã.

Mas a pressão também pode vir do lado americano, principalmente se houver uma escalada ainda maior da crise.

No final de 2019, toneladas de trigo foram barradas nos portos diante das medidas adotadas pelo governo americano de sancionar quem mantinha um comércio com o Irã.

No caso do Brasil, dois navios que transportavam milho para o Irã se transformaram em um incidente diplomático, depois que o abastecimento dos barcos foi questionado. A Petrobras, temendo as sanções americanas, se recusava a vender combustível para permitir que esses navios pudessem deixar os portos brasileiros.

O cenário, a partir de agora, pode se intensificar.

Para escapar das sanções americanas, exportadores brasileiros já tinham começado a buscar portos alternativos para evitar chamar a atenção. Parte da exportação, por exemplo, segue hoje para a Turquia e, de lá, continua a viagem por terra até o Irã. Dubai também tem sido tradicionalmente usado como “entreposto”.

Mas a prática pode ser cada vez mais difícil de ser implementada, já que os pagamentos precisam ser feitos pelo importador iraniano.

 

 

*Jamil Chade/Uol

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Comédia: Guaidó, de autoproclamado presidente da Venezuela, a autoproclamado presidente da assembleia paralela

O deputado de direita e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, foi reeleito para a presidência de um Parlamento paralelo na noite deste domingo (05/01) por uma assembleia realizada na sede do jornal venezuelano El Nacional.

A sessão não oficial, que contou apenas com a presença de parlamentares da oposição aliados a Guaidó, foi realizada após o autoproclamado presidente interino ser derrotado no Parlamento em votação que elegeu uma nova junta diretora para a Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, tendo como presidente o deputado Luis Parra, membro do partido opositor Primeiro Justiça.

O agora ex-presidente do Parlamento recebeu o apoio de países como Estados Unidos, Colômbia, Brasil e da Organização dos Estados Americanos (OEA) e disse que o governo de Maduro tentou “ignorar o Parlamento” e classificou a assembleia paralela como uma derrota para o chavismo. Nesta segunda-feira, a União Europeia (UE) também reconheceu o mandato de Guaidó.

Entretanto, mais cedo, apoiadores de Juan Guaidó, se recusaram a participar da sessão oficial na AN que elegeu a nova direção, acusando o governo do presidente Nicolás Maduro de impedir fisicamente a entrada de opositores no prédio do Parlamento. Guaidó chegou a tentar saltar uma grade do prédio da Assembleia, sem sucesso.

Segundo membros do governo Maduro e deputados chavistas e da oposição não havia tal impedimento e o grupo de Guaidó, ao perceber que estava em minoria, simulou essa barreira.

A vitória de Luis Parra coloca fim ao mandato de Juan Guaidó na presidência do Parlamento. O deputado de direita, que se autoproclamou presidente da Venezuela em fevereiro de 2019, foi acusado de envolvimento em casos de corrupção e é suspeito de receber colaboração de paramilitares narcotraficantes da Colômbia.

Essas acusações enfraqueceram Guaidó como líder da oposição, que chegou a pedir seu afastamento da direção da Assembleia e o impeachment da Presidência autoproclamada.

 

 

*Com informações do Ópera Mundi