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Traído por Bolsonaro, Centrão já fala em dificultar pauta do governo na Câmara

Insatisfeitos com a escolha do cardiologista Marcelo Queiroga para o Ministério da Saúde, parlamentares do centrão discutem dificultar pautas do governo na Câmara depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter ignorado as sugestões do bloco para o comando da pasta.

A indicação de Queiroga teve o apoio do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), primogênito do presidente.

Nesta terça-feira (16), dia seguinte à decisão de Bolsonaro, deputados da base aliada, como do PP e do PL, defenderam a necessidade de o bloco partidário dar um recado público ao presidente.

Estão em discussão desde a aprovação de requerimentos de convocação de integrantes da equipe ministerial em comissões temáticas como o atraso na votação de medidas consideradas prioritárias pelo governo.

Sob pressão do centrão, Bolsonaro anunciou na última segunda-feira (15) a saída do general Eduardo Pazuello do comando da Saúde, enquanto partidos da base aliada apoiaram dois nomes para o lugar do militar, que é investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O primeiro foi o deputado federal Luiz Antonio Teixeira (PP-RJ), conhecido como Dr. Luizinho. A indicação da cúpula do PP, no entanto, foi refutada por Bolsonaro, que queria um nome técnico para o posto e que não tivesse vinculação política.

A alternativa encontrada foi o nome da cardiologista ​Ludhmila Hajjar, que contou com a chancela pública do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Nos encontros que tiveram, contudo, Bolsonaro e Ludhmila se desentenderam, o que inviabilizou uma indicação.

Com a recusa, deputados do centrão ainda tentaram indicar outro nome, mas Bolsonaro se antecipou e escolheu Queiroga, indicado pelo seu filho mais velho. Segundo assessores palacianos, o novo ministro é amigo da família da esposa do senador.

Prevendo um mal-estar com o bloco, Bolsonaro convidou, horas depois de ter escolhido Queiroga, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), para um encontro no Palácio do Planalto.

Na conversa, segundo assessores palacianos, o presidente comunicou a decisão e explicou ao senador que optou por Queiroga pelo seu perfil técnico. Ele observou que foi uma escolha de caráter pessoal.

​Ainda na noite da segunda-feira, no entanto, dirigentes do centrão já reclamavam da escolha do presidente e ressaltavam que Bolsonaro deveria ter levado em conta o apoio do bloco no Congresso.

“Não adianta trocar o ministro se o presidente continuar sabotando a implementação das práticas de combate ao coronavírus que são adotadas pelo mundo inteiro”, afirmou à Folha o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP).

A avaliação de dirigentes do centrão é que, diante da necessidade de aprovação das reformas administrativa e tributária, era o momento de Bolsonaro acenar à base aliada, e não fazer uma escolha de caráter pessoal.

Em reuniões nesta terça-feira, integrantes da base aliada lembraram que até mesmo em votações impopulares, como a possibilidade de congelamento do reajuste de servidores públicos, as legendas do centrão acabaram aceitando votar com o governo.

A defesa agora é que, diante do gesto de Bolsonaro, cabe à base aliada fazer uma demonstração de força, o que inclui fazer jogo duro em plenário, não votando medidas de interesse do governo na velocidade das aprovadas recentemente.

Além disso, deputados do centrão consideram permitir a aprovação de requerimentos de convocação de ministros propostos recentemente por integrantes da oposição, como no âmbito da comissão externa de enfrentamento à Covid-19.

Para integrantes da base aliada, Lira errou ao ter permitdo a aprovação célere de medidas de interesse do Executivo, como a PEC Emergencial e a autonomia do Banco Central. O diagnóstico é que, ao entregar facilmente os votos ao governo, ele perdeu poder de barganha.

Mesmo antes da vitória de Lira, em fevereiro, deputados do centrão já tinham a expectativa de assumir a Saúde com a saída de Pazuello. O nome favorito era o do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), alternativa que chegou a ser discutida na Casa Civil.

O nome de Barros perdeu força com o passar do tempo. Deputados disseram que, quando Barros foi ministro da Saúde no governo Michel Temer (MDB), ele não ficou conhecido por atender demandas de parlamentares.

A escolha de Queiroga gerou frustração entre aliados de Lira, para os quais Bolsonaro não reconheceu o apoio que o deputado federal tem dado à sua gestão.

Integrantes de partidos como PP e Republicanos viram na decisão de Bolsonaro um recado ao centrão: não adianta pressionar pela demissão de um ministro achando que tem garantida a indicação do sucessor.

Como os dois nomes rejeitados por Bolsonaro tinham chancela de Lira, parlamentares também disseram que a escolha acaba enfraquecendo o presidente da Câmara.

Com apoio de Bolsonaro, Lira é o principal líder do centrão, bloco de partidos de centro e de direita conhecidos como adeptos do “tomá lá, dá cá” —apoio em troca de cargos e verbas.

Na campanha de 2018, Bolsonaro, então no PSL, dizia que os dirigentes do centrão eram “a alta nata de tudo o que não presta no Brasil”.

“Se eu, por exemplo, apresento o ministério para um partido com objetivo de comprar voto, qualquer um pode então me questionar que estou interferindo no exercício do Poder Legislativo”, disse à época.

Também em 2018, o hoje ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, chegou a cantarolar “se gritar pega centrão, não fica um meu irmão” em um encontro do PSL.

Chegando ao poder, o presidente atravessou 2019 em conflito com esses partidos. Agora, dirigentes e líderes dizem que a aproximação com o governo em 2020 foi possível porque Bolsonaro corrigiu problemas em seu comportamento.

*Com informações da Folha

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Na queda de braço entre clã Bolsonaro e Centrão pela pasta da Saúde, venceu o clã

Em última análise, o que estava em jogo era o controle do ministério da Saúde e seu super orçamento. O Centrão nunca escondeu de ninguém que queria o controle da pasta e, por isso indicou a Dra. Ludhmila Hajjar. O que surpreendeu foi o clã Bolsonaro, incluindo o pai e os três filhos, querer o mesmo.

Então, entre a indicação do presidente da Câmara, Arthur Lira, que é do Centrão, e o presidente da República, Bolsonaro resolveu deixar sob o controle de sua família essa montanha incalculável de dinheiro.

Ocorre que Lira está sentado em cima de mais de 60 pedidos de impeachment de Bolsonaro, basta, portanto, ele colocar um único pedido na mesa nessa altura da tragédia sanitária e colocar em votação, para Bolsonaro ser impichado quase que por unanimidade.

Bolsonaro, que já está com problema com prefeitos, mas sobretudo governadores, acabou abrindo uma outra frente de guerra com o seu principal aliado, o Centrão e, certamente, será cobrado por isso, já que o bloco de interesses que forma o Centrão tinha o ministério da Saúde como a joia da coroa a ser conquistada em troca da blindagem de Bolsonaro.

Na verdade, a aprovação de Bolsonaro despenca na mesma velocidade em que disparam os casos de contaminação e morte por covid, obrigando cada vez mais cidades e estados a imporem o lockdown, porque não há remédio e, muito mesmo vacina para lidar com esse cenário de guerra.

A base de Bolsonaro está nos CDL (Clube de Diretores Lojistas) e congêneres por todo o Brasil, que não têm o menor compromisso com a vida da população que, por sua vez, sustenta o próprio negócio dos gananciosos comandantes dessa verdadeira carnificina em nome do lucro justificado por uma suposta sobrevivência. Por isso estes são contra o lockdown.

Certamente existem comerciantes que dependem da venda diária, porque Bolsonaro os abandonou ao relento durante toda a pandemia, mas estes não têm influência nenhuma nessas confrarias que usam cargos de associações comerciais como degrau político e não para promover a integração comercial nas cidades.

Quem conhece minimamente essa dinâmica sabe que ninguém vira mais as costas para os comerciantes pobres, sobretudo os de periferias, do que os que comandam as associações patronais do comércio. Mas essas mesmas associações que sustentam a imagem de Bolsonaro Brasil afora, podem até não demandar de sua base de apoio por conta de lockdown, mas verão que Bolsonaro manda muito menos do que imaginavam, criando uma situação de desânimo em mantê-lo na presidência na base do que custe o que custar.

Por isso, a cartada de Bolsonaro querendo manter dentro de sua própria casa o controle do orçamento da Saúde, pode lhe custar a cabeça, porque se cair com um impeachment ou coisa do gênero, o clã sai inteiro algemado do Palácio do Planalto direto para o presídio, já que o que o segura é o poder e o consequente aparelhamento e instrumentalização das instituições de controle.

Ou seja, sem poder, sem liberdade.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Traído, Centrão avisa que será a última chance de Bolsonaro acertar

Presidente decidiu colocar na pasta um nome da confiança do seu filho Flávio Bolsonaro e demonstrou que, no momento mais dramático de seu governo, voltou a se isolar.

Os constrangimentos que marcaram as duas conversas da médica Ludhmila Hajjar com o presidente Jair Bolsonaro fizeram políticos do Centrão lavar as mãos sobre a indicação do novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga. Bolsonaro decidiu colocar na pasta um nome da confiança do seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Com isso, o presidente demonstrou que, no momento mais dramático de seu governo, voltou a se isolar.

A resposta do grupo que tenta convencer o governo a dar uma guinada na Saúde é sempre de que a escolha é do presidente, mas há um tom de ameaça no ar. Um influente político do Centrão resume: Bolsonaro quis escolher um nome sozinho. Não tem problema. Mas terá que acertar na seleção do seu quarto ministro da Saúde porque, caso seja necessário fazer uma nova troca, o País não vai parar para discutir quem será o quinto, mas sim o próximo presidente da República. Na versão de um deputado, ninguém mais ficará brincando de escolher ministro.

No Supremo Tribunal Federal (STF), onde Ludhmila Hajjar também tinha amplo apoio para assumir o cargo de Eduardo Pazuello, o tratamento dado a ela foi considerado lamentável. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, colocou gasolina na crise ao tentar desmentir a médica no Twitter dizendo que ela não chegou a ser convidada para o cargo. A postagem foi feita pouco depois de ela afirmar, em entrevistas, que havia recusado a oferta. “Pode não ter tido um convite formal, mas a chamaram para o quê?”, perguntou ao Estadão um integrante do Supremo.

Dois ministros consultados pela reportagem dizem que Bolsonaro pode não ter iniciado os ataques a ela nas redes sociais, mas também não pediu para que seus apoiadores parassem. Quando Augusto Aras foi escolhido para a Procuradoria-Geral da República (PGR), a cúpula do gabinete do ódio foi para as redes pedir paciência dos apoiadores que exploraram as relações do chefe do Ministério Público Federal com o PT.

No encontro de mais de quatro horas com Bolsonaro no domingo, Hajjar foi sabatinada pelo presidente e pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um de seus filhos. Quem conversou com a médica diz que foi constrangedor o fato de o próprio ministro estar presente no momento em que se discutia a sua troca.

O site Poder 360 relatou que, durante a conversa, Hajjar foi questionada por Eduardo sobre qual sua opinião sobre armas e aborto. Bolsonaro perguntou se ela defenderia lockdown no Nordeste, o que, conforme o site, prejudicaria a sua reeleição. Pazuello, por sua vez, indicou que ele estaria sendo substituído por não ter o apoio político que ela teria. Àquela altura, o líder do Centrão e presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), já havia tuitado em defesa do seu nome. Razão pela qual uma das primeiras declarações da médica foi dizer que não tem vinculação partidária.

O Progressistas tinha interesse em voltar a comandar o Ministério da Saúde, uma pasta que tem orçamento de R$ 134,5 bilhões. Três nomes da bancada foram cotados para substituir Pazuello: os deputados Doutor Luizinho (RJ), Hiran Gonçalves (RR) e Ricardo Barros (PR). Nenhum deles foi sequer entrevistado.

*Andreza Matais – Estadão

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Ao atropelar Daniel Silveira, centrão lembra a Bolsonaro quem manda de fato

Os 364 votos a favor de manter Daniel “Surra de Gato Morto” Silveira (PSL-RJ) no xilindró após ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal deve ter dado um suadouro no Palácio do Planalto. Não pela queda do deputado, totalmente descartável, ou mesmo pelo emparedamento de um comportamento golpista e violento do bolsonarismo. Mas pelo fato de o centrão ter lembrado a Jair Messias que, se quisesse, dava as mãos à oposição e conseguia seu impeachment.

Ou seja, manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Claaaaaaaro que os deputados comandados por Artur Lira (PP-AL) não vão fazer isso. Seria o equivalente a trocar uma galinha que bota cargos e emendas de ouro por um general que, aparentemente, não tem uma esposa que recebeu R$ 89 mil em cheques de Fabrício Queiroz, nem mantém um gabinete do ódio.

Menos esqueletos no armário, menos poder de barganha no Congresso.

Mas #ficadica ao presidente da República não apenas para honrar seus compromissos passados (a entrega do Ministério da Cidadania não vai dar nem pro cheiro), mas também se lembrar que novas faturas chegarão caso a caso.

Bolsonaro não comprou um centrão, mas alugou seu voto – contrato que pode ser rompido unilateralmente em caso de falta de pagamento. Afinal, estamos ou não em uma sociedade capitalista?

Ao mesmo tempo, mostrou à oposição que impeachment deverá continuar como folclore, tipo a mula sem cabeça, o boto ou o curupira: há gente que tem certeza que está logo ali, mas a maioria não bota muita fé.

O presidente pode ser tosco, mas burro ele não é. Um recado como esse é claro demais para não ser entendido. Sinais, fortes sinais.

E com a intervenção na Petrobras que Jair operou, nesta sexta, trocando a direção da empresa com o objetivo de baixar o preço do diesel à força, ele evita problemas com os caminhoneiros e também dá um aviso ao centrão: privatizações não vão rolar, mesmo. Então, vai continuar tendo cargo à beça para ser ocupado por indicações políticas.

De quebra, deu mais um passa-moleque no mercado (que vive com ele uma relação tóxica de autoengano) e mostrou que Paulo Guedes é menos um economista com um projeto de país e mais uma pessoa que topa trocar sua dignidade pela manutenção de algum poder.

O Congresso sorri. E ainda vendeu a imagem de ético. Serviço completo: barba, cabelo e bigode.

Em tempo: “Qualquer cidadão que conjecturar uma surra bem dada nessa sua cara com um gato morto até ele miar, de preferência, após cada refeição, não é crime”, disse o quase-ex-deputado Daniel Silveira para o ministro Edson Fachin, no icônico vídeo que levou à sua prisão. Na votação no plenário da Câmara, Silveira cumpriu o roteiro dos covardes, negando o que disse e fazendo mimimi.

Foram 364 votos a favor, 130 contra e 3 abstenções de sua prisão. Tenho certeza que ouvi um gato morto miar.

*Leonardo Sakamoto/Uol

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O fracasso de Bolsonaro tem método

São dois anos que o sujeito não acerta uma.

Hoje, no país e no mundo, a palavra “Brasil” se confunde com caos.

Caos em tudo. Nada ficou de fora.

Tudo emperrou no país que caminha a passos largos para o aniquilamento total da economia e, junto, a pior crise sanitária do planeta que já matou 240 mil brasileiros.

O cenário dos dois anos de governo Bolsonaro é de terra arrasada.

Para piorar, o esperto tentou tomar o partido de Bivar, perdeu.

Tentou fundar um partido, mesmo com apoio de pastores evangélicos, não conseguiu míseros 2% de assinaturas do montante necessário.

Nas eleições para prefeito, tomou uma chinelada histórica virando maldição para candidatos que ele apoiou publicamente.

O que ele aprovou no congresso, deve a Rodrigo Maia.

Não há investimento internacional no país.

Está sendo boicotado pela China e índia.

Apoiou o fracassado Trump, deu declaração de que a eleição americana foi uma fraude e conseguiu em Biden um inimigo que está seco em seu gogó.

O Senado americano quer ele de joelhos pedindo penico e rechaçando a invasão do Congresso pelos trumpistas, pois, do contrário, vai sofrer retaliação.

Biden convocou o animal para um encontro com chefes de Estados para discutir as criminosas queimadas na Amazônia comandadas por ele.

Várias entidades internacionais, incluindo a ONU, preparam um verdadeiro corredor polonês pelas barbaridades cometidas por ele contra os direitos humanos, incluindo o genocídio que Bolsonaro promoveu com a Covid.

Pazuello, que na verdade é só um pau mandado de Bolsonaro, está sendo pressionado pelo STF, o que pode gerar um processo contra o governo sem se ter ideia do desfecho.

Bolsonaro teve que entregar até a cuecas para o Centrão, Cunha e Aécio para não sofrer impeachment e ser preso junto com os filhos.

Enfim, todos esses fracassos e tantos outros, mostram que as lambanças por incompetência total de Bolsonaro, tem método.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Decretos sobre armas violam a Constituição; que Congresso ou STF os derrube

O presidente Jair Bolsonaro, vejam que espetáculo, prestou tal serviço às milícias e ao narcotráfico que Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara, homem do Centrão, protestou. O deputado acertou no que disse, mas falta acertar no que não disse. Já chego lá. Anotem de saída: partidos, qualquer um que queira ter comportamento decente e entidades da sociedade civil com legitimidade para tanto têm de entrar com Ações Diretas de Inconstitucionalidade no Supremo para impedir a aberração.

O que fez aquele a quem os tolos chamam “mito”? Baixou na noite de sexta os decretos 10.627 a 10.630, que alteram os de número 9.845 a 9.847, de junho de 2019, mais o 10.030, de setembro daquele ano. Eles dizem respeito a posse e a porte de arma e à compra de munições.

Atendendo ao que prometeu à sua milícia de psicopatas nas redes sociais — e não há modo mais preciso nem mais suave de dizê-lo —, o presidente decidiu incrementar a formação de arsenais privados no Brasil. E tudo no conforto da clandestinidade. Ganham os milicianos e os narcotraficantes. Caso os novos decretos passem a vigorar no Brasil, teremos as seguintes maravilhas:

1 – Cada indivíduo poderá comprar até seis armas de fogo — antes eram quatro. Categorias especiais, como policiais, membros do Poder Judiciário, do Ministério Público e até da Receita terão direito ainda a adquirir outras duas de uso restrito — de mais grosso calibre e maior poder de fogo.

2 – Os ditos colecionadores, atiradores e caçadores (CACs) poderão formar seus arsenais sem qualquer registro no Exército, o que hoje é obrigatório. Os indivíduos do primeiro grupo podem ter 10 armas; os do segundo, 60; os do terceiro, 30. A autorização só passa a ser necessária acima desses limites.

3 – Os CACs não mais precisarão de laudo psicológico emitido pela Polícia Federal. Para ter direito a adquirir esse arsenal, basta que um clube de tiro ateste, por exemplo, que a pessoa é uma usuária regular de armas. Seis idas anuais a um desses estabelecimentos bastam.

4 – É importante destacar que Bolsonaro obrigou o Exército a revogar portaria que impunha o rastreamento de armas legais. Assim, ainda que as ditas-cujas sejam legalmente adquiridas, poderão ser livremente vendidas a criminosos. Milicianos e narcos aptos a ocupar posições de chefias terão seus peões listados entre “colecionadores”, “atiradores” e “caçadores”. E o Exército nada terá a fazer.

5 – Os CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) já podem hoje comprar mil munições para armas de uso restrito e 5 mil para armas de uso permitido. Para os ditos “caçadores”, a quantidade pode dobrar; para os atiradores, quintuplicar.

6 – Atenção! Os atiradores terão direito de comprar insumos para recarga — sim, você entendeu direito: poderão fabricar a sua própria munição. E também isso não estará sujeito a prévia autorização do Exército, desde que seja de até 2 mil cartuchos para arma de uso restrito e de cinco mil para as de uso permitido. Quem controla? Ninguém.

7 – Você acha arriscado que as pessoas andem portando uma arma? Pois, agora, serão duas.

Essas são algumas das aberrações. Adolescentes de 14 a 18 anos poderão participar de clubes de tiro esportivo usando armas de terceiros. Não há limites para a iniquidade.

DECRETO LEGISLATIVO E INCONSTITUCIONALIDADE

Voltemos ao vice-presidente da Câmara.

É importante lembrar que esses decretos, assim como os anteriores, baixados por Bolsonaro, regulam a lei 10.826, conhecida como “Estatuto do Desarmamento”. E não porque ela proíba a pessoa de ter arma — isso é uma mentira! —, mas porque estabelece algumas precondições que buscam evitar o que os decretos de antes e de agora possibilitam: a formação de arsenais privados.

Decretos regulamentam leis e lhe dão, em muitos aspectos, concretude. Eles não podem desrespeitar ou negar o espírito das mesmas. O deputado Marcelo Ramos escreveu no Twitter:

“Mais grave que o conteúdo dos decretos relacionados a armas editados pelo presidente é o fato de ele exacerbar do seu poder regulamentar e adentrar numa competência que é exclusiva do Poder Legislativo. O presidente pode discutir sua pretensão, mas encaminhando PL a Câmara.”

O deputado tem razão numa coisa: Bolsonaro vai além do que lhe cabe nos decretos porque, na verdade, estes negam o espírito da lei. Entendo, do ponto de vista formal, quando ele afirma ser isso “mais grave do que o conteúdo”. Esse conteúdo, no entanto, transforma o país num faroeste. O Congresso até pode votar essas aberrações, claro! Mas a ele cabe legislar, não a Bolsonaro.

Sim, Câmara e Senado podem derrubar decretos presidenciais por meio de Projeto de Decreto Legislativo, que exige maioria simples desde que esteja presente a maioria absoluta de parlamentares em cada Casa.

O outro caminho para obstar essas aberrações, parece evidente, é mesmo recorrer ao Supremo com Ação Direta de Inconstitucionalidade. Os projetos de Bolsonaro não regulamentam a Lei 10.826. Eles a destroem. E, por óbvio, o presidente está legislando;

Há mais. Estabelece o Artigo 144 da Constituição: “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.

Ao permitir a formação de arsenais privados clandestinos, ao arrepio de qualquer controle, o senhor Jair Bolsonaro está agredindo um fundamento constitucional.

*Reinaldo Azevedo/Uol

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Bolsonaro fez maior “toma lá, dá cá” da história, mas economiza com vacina

O caminho de Jair Bolsonaro para a Presidência da República foi pavimentado pela promessa de acabar com o que chamou de velha política. Inflamado, o candidato dizia que daria ao relacionamento entre Executivo e Legislativo um formato diferente da tradicional troca de apoio parlamentar por verbas e cargos. Seria o fim do “toma lá, dá cá”.

Cansado de escândalos de corrupção envolvendo políticos, o eleitor incauto acreditou na bravata – mesmo com Bolsonaro tendo passado 28 anos no Congresso beneficiando-se do fisiologismo praticado pelos partidos que integrou.

Bastou um atrapalhado início de gestão, com seguidas derrotas na Câmara e no Senado, para o presidente jogar pela janela a promessa de campanha.

Por intermédio do ministro chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, se acertou com o Centrão. Como fizeram seus antecessores, recorreu ao escambo.

Bolsonaro, no entanto, não fez um simples “toma lá, dá cá”.

Praticou, na verdade, o maior “toma lá, dá cá” da história.

Conforme noticiaram os jornalistas Breno Pires e Patrik Camporez, no jornal Estado de S. Paulo, somente para garantir a eleição do presidente da Câmara dos Deputados, o governo liberou nada menos que R$ 3 bilhões em obras a 250 deputados e 35 senadores.

Antes desse momento, emendas já tinham sido direcionadas aos aliados, recursos para combate a covid tiveram como destino prioritário os parceiros e outras verbas serviram para conquistar novos amigos no Congresso.

A partir de agora, ministérios, cargos em estatais e outras bocas estarão sob domínio do Centrão.

Enquanto abre o cofre para negociatas, Bolsonaro economiza onde deveria gastar.

Reportagem de Vinicius Sassine, na Folha de S. Paulo, revelou que dos R$ 24,5 bilhões liberados em caráter de urgência, entre agosto e dezembro, para compra e desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, o governo gastou somente R$ 2,2 bilhões.

Com o total de mortos por coronavírus no país perto dos 240 mil e quase um mês de média móvel de óbitos acima de mil por dia, é dispensável citar a importância das vacinas nesse momento trágico. Apesar disso, o Ministério da Saúde não usou mais que 9% do dinheiro disponível para garantir os imunizantes.

Esse é um dos motivos pelo qual as campanhas de vacinação iniciadas pelo país correm o risco de interrupção nos próximos dias.

Não há melhor forma de medir as prioridades de um governo que observar onde gasta os recursos que tem.

A generosidade de Bolsonaro ao conquistar o Centrão na base do “toma lá, dá cá” (que tanto disse rejeitar) contrasta com a parcimônia na hora de garantir o único medicamento que pode salvar milhares de vidas na pandemia. Isso diz muito sobre o ocupante do Palácio do Planalto e sua equipe.

*Chico Alves/Uol

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Bolsonaro avisa ao mercado que vai abandonar as reformas e, consequentemente, a escolta do poder

O Centrão não é a favor nem contra o mercado, o Centrão é a favor do Centrão e age como um camaleão de olho em pesquisas de opinião pública, o que não deixa de ser uma relativa vantagem para a totalidade da população.

Por isso prefere afrontar o mercado do que os eleitores, mesmo não os tratando como cidadãos, mas como eleitores que podem definir o futuro político do integrantes do Centrão.

Parece que esse é um dos preços mais caros a Bolsonaro no acordo que foi feito com o Centrão que quer impedir a continuação das reformas e, consequentemente, bater de frente com os interesses da banca.

Mais que isso, exigiram que Bolsonaro, a seu próprio jeito, mandasse esse recado ao mercado e, assim, fez o presidente em sua última live, quando disse que o mercado tem medinho de tudo e qualquer coisa, fica nervosinho e que precisa ser mais patriota e que o povo precisa comer. Claro, ele estava falando ao Auxílio Emergencial que, para o Centrão, é assunto urgente. Ou seja, é a faca do Centrão na nuca de Bolsonaro.

O fato é que, se Bolsonaro não presta para as reformas que o mercado quer, para a banca, Bolsonaro não presta mais para nada. É aí que pode dar o curto mortal para o seu mandato que se segura em cordas pinguelas cada dias mais frágeis.

Tudo indica que o Posto Ipiranga será somente uma carcaça, uma vaca sagrada para ser adorada, porém, inútil.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Após tomar o comando da Câmara, Centrão busca lugar de militares no governo

Como nenhum almoço é de graça, começa a ser cobrada pelo Centrão a fatura de Bolsonaro.

A vitória nas eleições do Congresso impulsionou o apetite do Centrão por espaços no governo do presidente Jair Bolsonaro, que agora terá um novo esteio para blindar seu mandato. O bloco de partidos da chamada “velha política”, atacada por Bolsonaro na campanha eleitoral, busca dividir protagonismo político com os generais na Esplanada dos Ministérios e voltar aos cargos de seus redutos tradicionais na máquina pública.

A lista de alvos de cobiça da nova base do governo é cirúrgica e conhecida. O grupo mira as pastas da Saúde, chefiada pelo general Eduardo Pazuello, e de Minas e Energia, comandada pelo almirante Bento Albuquerque, e setores da Infraestrutura, de Tarcísio Gomes. Esses ministérios têm órgãos vinculados espalhados pelo País, chefiados também por militares. Outras pastas na mesa de apostas são Cidadania e Desenvolvimento Regional, ambos controlados por políticos de carreira.

A pasta de Minas e Energia pode voltar à órbita do Senado, sendo oferecida a aliados pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), empoderado pelo Palácio do Planalto e um dos responsáveis pela vitória do governo. Ele sondou o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) para o cargo. Bento Albuquerque também foi questionado por causa do prolongado apagão no Amapá no ano passado. Alcolumbre atribui ao apagão a derrota do irmão Josiel, que disputava a prefeitura de Macapá.

Dentro do ministério do almirante Bento, o Centrão mira especialmente os cargos da Itaipu Binacional. A empresa binacional é presidida pelo ex-ministro da Defesa Joaquim Luna e Silva. Oficiais do Exército ocupam postos estratégicos. Na Infraestrutura, o alvo dos aliados do governo é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), presidido pelo general Antônio Leite dos Santos Filho.

Para conter o assédio do Centrão, Bolsonaro chegou a reconhecer a possibilidade de recriar pastas como Cultura, Esporte e Pesca. Mas depois recuou. Esses ministérios já não teriam uma disputa de espaços tão direta com militares, nem são considerados de primeira linha. “Quem está correndo atrás de ministério da Cultura, do Esporte e da Pesca?”, desdenhou Ricardo Barros (Progressistas-PR), líder do governo na Câmara, um dos expoentes do bloco que forma agora a base do governo.

Na semana passada, o Estadão revelou pressão de Barros para “enquadrar” a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ex-ministro da Saúde, ele negou intenção de retornar ao cargo. A agência reguladora é presidida pelo contra-almirante Antônio Barra Torres, mas uma mudança no comando é considerada remota, porque ele exerce mandato de cinco anos, com respaldo de Bolsonaro.

Ricardo Barros descarta uma reforma ampla e a substituição de Eduardo Pazuello do comando da Saúde, apesar da cobiça de seu partido. Setores do Progressistas, porém, deixam claro o interesse de voltar ao ministério. Bolsonaro tenta dar sobrevida ao general do Exército. A obediência do militar a suas orientações chegou a ponto da pasta recomendar tratamentos de cura sem comprovação científica no combate à covid-19. O ministro é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) pela gestão na pandemia. Ele é o único da ativa oficial a permanecer como ministro, fato que contraria o Alto Comando do Exército.

Traição

O ingresso do Centrão no primeiro escalão de Bolsonaro constrange os militares, afirmam oficiais da ativa e da reserva, ciosos da imagem das Forças Armadas. “O que está acontecendo agora é mais uma traição às promessas de campanha, mais uma que vai para o ralo. A política do toma lá, da cá é agora praticada de maneira aberta e escancarada. Considero um fato grave e se eu estivesse no governo ficaria muito constrangido e certamente estaria pensando em abandonar o barco”, diz o general Francisco Mamede de Brito Filho, da reserva do Exército.

Sob anonimato, generais da ativa dizem que a formação será mudada, mas ponderam que “ainda é cedo” para saber no que a nova aliança vai dar. Eles reconhecem que a chegada do Centrão pode reduzir a presença militar, mas lembram que os partidos já ocuparam “silenciosamente” grande parte dos cargos de segundo escalão. Os militares tinham 6 mil em funções civis, segundo levantamento do Tribunal de Contas da União do ano passado. Os oficiais dizem que o governo estava “emparedado” e foi forçado a buscar amparo político, na base do fisiologismo. Também lembram que não será o primeiro governo a se aliar ao Centrão, apesar das promessas do presidente de não ceder, e que o bloco pode dar sustentação à agenda de campanha.

O general de Exército Maynard de Santa Rosa, ex-secretário de Assuntos Estratégicos de Bolsonaro, afirma que não considera saudável rotular um arranjo político inteiro como corrupto. Reconhece, porém, que existe esse preconceito com o bloco entre os militares. “Só vai ter problema se o Centrão confirmar o preconceito”, afirma. “O que acontece fora do Exército não necessariamente influi na tropa, a não ser que haja interesses afetando os dois lados. O que pode afetar é a imagem na opinião pública.”
Generais do Planalto estão blindados

O presidente Bolsonaro tem feito afagos ao Congresso. “Somos um só corpo”, disse aos parlamentares na última quinta-feira. Na nova conformação política do governo, militares podem voltar a perder espaço para indicados de partidos. Mas não apenas de segundo escalão, como ocorreu na troca na articulação política em 2019. O chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha, em alta com Bolsonaro e cada vez mais influente na política externa, estava prestes a virar ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Pelo combinado até o momento, o cargo voltará a ser de Onyx Lorenzoni (DEM), que deixará o Ministério da Cidadania, prometido ao Republicanos. Um dos mais cotados para assumir é o deputado João Roma (BA).

Os generais que atuam no Planalto, porém, não estão sob ameaça. Militares e parlamentares ouvidos pelo Estadão observam o fortalecimento do ministro Luiz Eduardo Ramos na Secretaria de Governo, após a vitória no Congresso. O general da reserva montou um QG para azeitar com cargos e verbas a eleição de Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na Câmara e no Senado. Quem lhe faz sombra é o ministro das Comunicações, Fabio Faria (PSD), que tem sintonia com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, na articulação.

Militares não deixaram de notar que virou motivo de chacota nas redes sociais um vídeo da campanha de Bolsonaro protagonizado pelo general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional. Em 2018, o ministro substituiu a palavra “ladrão” por “Centrão”, numa associação, ao improvisar no palanque de Bolsonaro o verso da música Reunião de Bacana, do grupo Os Originais do Samba. “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, cantarolou Heleno.

Oficiais ouvidos pela reportagem destacam a discrição recente de generais outrora na linha de frente, como Heleno e Braga Netto. Os generais continuam fortes junto ao presidente, embora tenham mudado de comportamento. Conselheiro de Bolsonaro, Heleno se viu envolvido em investigações sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Militares amigos dele afirmam que o ministro se sente responsável pelo “projeto” Bolsonaro, mas demonstra cansaço. Por sua vez, o ministro-chefe da Casa Civil, dono da caneta das nomeações políticas no Diário Oficial da União, recolheu-se após assumir protagonismo na comunicação do governo no início da pandemia.

Ao mesmo tempo que abraça políticos do Centrão, Bolsonaro desprestigia o vice-presidente Hamilton Mourão, general da reserva que costuma vocalizar opiniões do Exército. A família Bolsonaro desconfia de conspiração do vice. O presidente enfraqueceu os espaços de Mourão e o chamou de “palpiteiro”, após o vice sugerir que a reforma ministerial atingiria o chanceler Ernesto Araújo no Itamaraty.

Ex-chefe de gabinete no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o general Brito afirma que é difícil a população desvincular os militares, ainda que da reserva, das Forças Armadas, e diferenciar os ocupam cargos técnicos na máquina pública dos que desempenham funções políticas e servem ao governo Bolsonaro.

Para ele, a quantidade de ministros militares incomoda a ativa. “A imagem da instituição já está arranhada. Ficam do lado de um governo que comete as barbaridades que estamos presenciando”, afirma. Ele comenta a presença na vitrine de Ramos, general quatro estrelas que articulou a eleição dos vencedores. “Não tem como dizer que ele está a serviço do País, ele serve ao governo. Se não se envergonha de ter feito isso, como não se envergonhou em outros eventos passíveis de constrangimento, eles vão continuar, têm suas motivações.”

*Do Estadão

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Lira e Pacheco mostram quem manda: o Centrão

O governo do Centrão começou com um pronunciamento conjunto dos novos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, e a assinatura de um documento em que se comprometem com o auxílio emergencial aos mais pobres, ainda que respeitando o teto fiscal dos gastos. Defenderam ainda a agilidade na vacinação contra a Covid-19 e na aprovação das reformas tributária e administrativa.

Minutos depois – o que denota que a a conversa prévia foi curta – apareceram no Planalto, com suas máscaras, ladeando o presidente Jair Bolsonaro. Todos fizeram juras de colaboração e harmonia, como se isso não fosse óbvio entre recém-eleitos e um presidente que jogou toda a força da máquina governamental a favor deles na disputa. Nessa segunda aparição, os dirigentes do Legislativo foram um pouco mais comedidos em afirmações sobre o auxílio emergencial, por exemplo. De conteúdo, ali, houve pouca coisa.

Hoje à tarde, o Congresso reabre oficialmente os trabalhos em sessão solene que deve ter a presença de Bolsonaro e de quase todos os seus ministros. Para os mais ingênuos – e, por incrível que pareça, pode-se incluir o mercado entre eles -, inicia-se uma era de colaboração entre Executivo e Legislativo que pode resultar na aprovação de reformas e projetos da agenda econômica. Para os conhecedores do poder, porém, não é nada disso.

O ritual protagonizado por Lira e Pacheco nesta quarta não deixa margem a dúvidas: ao fazerem antes sua própria reunião, com assinatura de compromisso e declaração pública conjunta, os presidentes da Câmara e do Senado quiseram deixar claro quem é que manda. Eles, cuja maior preocupação neste momento parece ser passar a ideia de que, embora eleitos com os cargos e verbas do Planalto, não são paus-mandados de Bolsonaro.

Apenas depois disso eles foram ao Planalto para aparecer ao lado de Bolsonaro, em postura altiva, sem rapapés e com discurso de independência. A fisionomia semi-carregada de Bolsonaro traía, quem sabe, pensamentos do tipo “será que fiz bem em apoiar esses dois?”.

As apostas em Brasília hoje são sobre quanto tempo vai durar a paz entre o Planalto e o Congresso. Alguns poucos meses, se cada uma das partes fizer o que prometeu. Do lado dos presidentes das duas Casas, facilitar a votação do Orçamento e de alguns projetos da pauta econômica, como a PEC Emergencial. Do lado do governo, dar os ministérios prometidos ao Centrão. Depois disso, porém, a previsão é de que as agendas vão trombar e vai começar o barata-voa.

*Helena Chagas/Jornalistas pela Democracia

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