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CGU confirma investigação sobre a inserção de supostos dados falsos no cartão de vacinação de Bolsonaro

Órgão afirmou que tem até o dia 13 de março para julgar o sigilo imposto ao documento do ex-presidente.

A Controladoria-Geral da União (CGU) confirmou nesta sexta-feira que há uma investigação em curso no órgão que apura a possibilidade de inserção de dados falsos no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Havia uma expectativa de que a CGU retiraria o sigilo imposto pelo governo anterior sobre o documento até o fim desta semana. O órgão, no entanto, decidiu esperar a conclusão do procedimento.

Em nota, a CGU informou que tem até o dia 13 de março para decidir sobre a retirada ou não do segredo. Nesse dia, encerra-se o prazo legal do julgamento de recurso feito ao órgão por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). A instituição também disse que está analisando outros 233 casos de sigilo impostos de forma “indevida” pela gestão passada.

Conforme o Globo publicou ontem ontem, a investigação em questão foi aberto durante a gestão do ex-ministro da CGU Wagner Rosário, próximo ao fim do antigo governo. Em janeiro deste ano, um grupo de hackers divulgou um cartão de vacinação que supostamente seria de Bolsonaro. Nele constava o registro de uma dose da vacina contra a Covid-19, que teria sido aplicada em uma unidade de saúde em São Paulo, com data de 19 de julho de 2021.

O Globo apurou que as informações são apontadas como falsas pela administração anterior, tendo em vista que nesse dia Bolsonaro se encontrava em Brasília. Ainda segundo relatos feitos à reportagem, foi constatado a ocorrência de outras tentativas de inserção de dados no cartão. A investigação apura se isso ocorreu por ação de um hacker ou de um servidor público, e ainda não foi concluída. A base de dados do cartão de vacinação é de responsabilidade do Ministério da Saúde.

Ao longo de sua gestão, Bolsonaro se recusou a informar se tomou a vacina contra a Covid-19. Questionado por meio de Lei de Acesso à Informação, o governo impôs um sigilo de até cem anos aos dados sob a justificativa que isso se referia à vida privada do então presidente.

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CGU vai auditar explosão de consignados da Caixa nas eleições de 2022

Caixa Econômica Federal usou quase toda a carteira de crédito no período eleitoral.

De acordo com Guilherme Amado, Metrópoles, a Controladoria-Geral da União (CGU) vai auditar o uso de empréstimos consignados pela Caixa Econômica Federal (CEF) no período da campanha eleitoral de 2022.

O banco usou 99% da carteira de crédito consignado de 2022 no período eleitoral, conformou mostrou a repórter Amanda Rossi em 14 de fevereiro.

O uso eleitoral da carteira de empréstimos do banco para beneficiar Jair Bolsonaro está, agora, na mira do órgão de controle do governo federal.

Técnicos da CGU ainda não definiram o formato exato da auditoria.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também investiga os empréstimos da Caixa como parte do uso da máquina pública para fins eleitorais por Jair Bolsonaro.

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Justiça

CGU quebrará sigilo do cartão de vacina de Bolsonaro nos próximos dias

Expectativa é de que CGU autorize nesta semana o Ministério da Saúde a quebrar sigilo e fornecer dados do cartão de vacina de Jair Bolsonaro.

Segundo o Metrópoles, a Controladoria-Geral da União (CGU) deve autorizar, nos próximos dias, a quebra de sigilo de dados do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A expectativa no governo é de que o órgão autorize, até a sexta-feira (17/2), o Ministério da Saúde a fornecer os dados a quem solicitar via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Em meados de janeiro, a pasta da Saúde negou à imprensa acesso aos dados do cartão de vacina de Bolsonaro. Veículos de comunicação, no entanto, recorreram à CGU.

Indicação do ministro da CGU

Procurada pela coluna, a CGU não se pronunciou. Em entrevista à coluna Guilherme Amado, do Metrópoles, nesta semana, o ministro da pasta, Vinícius de Carvalho, deu uma indicação da decisão.

O ministro da CGU afirmou que a divulgação de um cartão de vacina de um presidente em meio a uma pandemia é diferente de uma questão íntima de saúde.

“Quando você fala de saúde, você normalmente está lidando com um caso relacionado à privacidade das pessoas. Só que quando você está falando de vacinação, você está falando de uma política pública no meio de uma pandemia. Uma agenda de saúde pública”, afirmou Vinícius de Carvalho.

O chefe da CGU lembrou ainda que, no caso específico de Bolsonaro, é preciso levar em conta que o próprio ex-presidente declarou não ter se vacinado contra a Covid-19.

“Se essa preocupação de intimidade é algo assim tão relevante, a pessoa pode dizer ‘não vou falar, é da minha intimidade’. Então uma coisa para ser problematizada é a distância que existe entre uma declaração e um cartão de vacina. E aí também um contexto histórico que se vivia naquele momento em relação a esse tema”, emendou o ministro.

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Veja casos de sigilo de Bolsonaro que estão na mira do governo Lula

Andreia Sadi, G1 – Lula prometeu durante a campanha acabar com os documentos secretos. Casos incluem processo disciplinar contra Pazuello, dados sobre registros de armas, fabricação de cloroquina e visitas ao Planalto.

O governo Lula mapeou sigilos impostos no governo de Jair Bolsonaro, inclusive pelas Forças Armadas, nos últimos quatro anos. Estão na mira casos como o processo disciplinar contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, os números sobre registros de armas no Brasil, os registros de visitas ao Palácio do Planalto, a produção de cloroquina pelo Exército, entre outros.

Após prometer na campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu 30 dias para a Controladoria-Geral da União (CGU) reavaliar os documentos secretos.

Veja, abaixo, casos identificados e relatados ao blog por integrantes do governo:Lula prometeu durante a campanha acabar com os documentos secretos. Casos incluem processo disciplinar contra Pazuello, dados sobre registros de armas, fabricação de cloroquina e visitas ao Planalto.

O governo Lula mapeou sigilos impostos no governo de Jair Bolsonaro, inclusive pelas Forças Armadas, nos últimos quatro anos. Estão na mira casos como o processo disciplinar contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, os números sobre registros de armas no Brasil, os registros de visitas ao Palácio do Planalto, a produção de cloroquina pelo Exército, entre outros.

Após prometer na campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu 30 dias para a Controladoria-Geral da União (CGU) reavaliar os documentos secretos.

Veja, abaixo, casos identificados e relatados ao blog por integrantes do governo:

Presidência e governo Bolsonaro

  • Informações dos crachás de acesso ao Planalto em nome de Carlos e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente (100 anos de sigilo);
  • Registro de visitantes ao Planalto, ao Alvorada e à Granja do Torto;
  • Gastos com cartão corporativo da Presidência;
  • Valor discriminado de gastos com passeios de motocicleta promovidos por Bolsonaro;
  • Documentos relacionados à reunião ministerial de 22 de abril de 2020, realizada no Planalto;
  • Dados sobre a reunião de Bolsonaro com o empresário Wellington Leite, do grupo WK;
  • Lista de reuniões da Presidência com participação de Carlos Bolsonaro;
  • Atas de reuniões do Conselho de Segurança Nacional e do Conselho de Defesa Nacional que decidiram pela intervenção federal no RJ;
  • Atas das reuniões da Comissão de Ética Pública da Presidência;
  • Reunião do então ministro Augusto Heleno com integrantes do grupo “300 do Brasil”;
  • Relatórios e notas técnicas de ministérios que sugeriam veto ou sanção de projetos de lei;
  • Documentos que pautaram a elaboração de decretos, projetos de lei e relacionados à PEC da reforma administrativa.

Exército

  • Processo disciplinar que apurou a ida do general da ativa e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello a um ato no Rio de Janeiro com Bolsonaro e apoiadores do governo (sigilo de 100 anos);
  • Pareceres e notas técnicas relacionadas à portaria que trata do porte de armas;
  • Histórico de transferência de militares;
  • Relatório sobre a real situação de obra em setor do Hospital Central do Exército;
  • Dados sobre notas fiscais, nomeações de servidores e remuneração de membros do Exército;
  • Número de mortes por Covid ocorridas no hospital do Exército;
  • Critérios usados na escolha das empresas que forneceram insumos para a fabricação de cloroquina;
  • Número de militares punidos por indisciplina;
  • Quaisquer informações sobre as Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Aeronáutica

  • Informações relacionadas a voos oficiais, inclusive quanto à lista de passageiros e aos custos das viagens;
  • Custos de viagem de agentes públicos de alto escalão, entre eles, José Vicente Santini – ex-secretário do governo Bolsonaro que usou avião da FAB para viajar à Índia;
  • Contratos, notas fiscais e relatórios de licitação.

Abin

  • Quaisquer informações produzidas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) passaram a ser automaticamente classificadas como de acesso restrito.

PF

  • Autorização para posse ou porte de armas (sigilo de 100 anos);
  • Dados sobre o total de pedidos e registros de porte e posse de armas no Brasil, sobre os aspectos que fundamentaram as autorizações, sobre estoque de armas, sobre armas roubadas e sobre o número de CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores);
  • Dados sobre ocorrências com policiais e armas de fogo;
  • Gastos com cartão corporativo;
  • Dados sobre processos disciplinares administrativos, mesmo os concluídos;
  • Gastos com a Operação Lava Jato;
  • Dados de inquéritos relacionados à Lei de Segurança Nacional;
  • Dados sobre o número de mulheres encarceradas no Brasil.

PRF

  • Manuais e procedimentos adotados em operações.

Itamaraty

  • Telegramas sobre o caso Marielle;
  • Gastos com a cerimônia de posse de Bolsonaro;
  • Acordos assinados com a OMS sobre o acesso global a vacinas contra Covid.

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Justiça

Petrobras diz que não analisou celular de ex-presidente que disse que tinha mensagens que poderiam ‘incriminar’ Bolsonaro

Controladoria-Geral da União cobrou resposta da companhia.

Após o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco ter dito que em seu antigo celular corporativo tinham mensagens e áudios que “poderiam incriminar” Jair Bolsonaro (PL), a estatal afirmou pela primeira vez que não não produziu relatórios sobre o conteúdo do telefone. A explicação da companhia foi prestada à Controladoria-Geral da União (CGU) após um pedido de acesso à informação feita pela reportagem.

Segundo O Globo, ao responder a CGU, a Petrobras informou que “não foram identificadas, no âmbito da Petrobras, medidas administrativas, produção de relatórios ou de documentos, a partir do conteúdo do telefone corporativo entregue pelo Senhor R.C.B, ex-Presidente da empresa, em virtude dos fatos narrados pelo solicitante no pedido elulinicial”.

Castello Branco foi demitido da presidência da Petrobras em 19 de fevereiro de 2021 em meio a atritos com Bolsonaro por causa do alto preço dos combustíveis. Em um grupo de WhatsApp, o executivo disse que em seu celular corporativo tinham mensagens e áudios que “poderiam incriminar” Bolsonaro. “Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, escreveu ele na mensagem, que veio a público em uma reportagem pelo pelo Portal Metrópoles. Procurado, Castello Branco não se manifestou.

A Gerência Executiva da Segurança da Informação (SI) da Petrobras informou, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), que o telefone de Castello foi devolvido dois meses após a demissão do executivo, em de abril de 2021, mas se recusou a dar qualquer informação adicional sobre o caso. Após ser cobrada pela CGU, a estatal disse que não tinha analisado o conteúdo do aparelho telefônico.

Em setembro, o colunista Lauro Jardim mostrou que o Ministério de Minas e Energia trata como sigiloso o conteúdo de mensagens contidas no celular corporativo usado pelo ex-presidente da Petrobras. No início daquele mês, a pasta respondeu a dois requerimentos de informação feitos por parlamentares que pediam, por exemplo, relatórios e documentos elaborados pela estatal.

Um deles, apresentado pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), questionava se a Petrobras havia instaurado alguma auditoria, investigação ou procedimento de análise do teor das mensagens. Pedia ainda a cópia integral dos processos, bem como os arquivos preservados no aparelho, caso não houvesse qualquer iniciativa em vigor.

O outro, da deputada Natália Bonavides (PT-RN), indagava a respeito de que medida foi tomada em relação ao celular corporativo devolvido por Castello Branco e quais pessoas têm acesso a essas mensagens. A parlamentar também pergunta se foram encontrados indícios de irregularidades e, em caso positivo, qual o motivo de não ter sido comunicado às autoridades.

Em ambas as situações, a resposta do ministério, recebida em caráter reservado pela Secretaria-Geral da Mesa, foi tratada como “sigilosa” e “confidencial”.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), Castello Branco minimizou a conversa em grupo de Whatsapp e disse que as mensagens se tratavam de uma “discussão de bar”. Ainda segundo o ex-presidente da Petrobras, os termos usados foram “inadequados”. “Eu escrevi a mensagem num grupo de WhatsApp, em uma discussão acalorada com o seu Rubem Novaes (ex-presidente do Banco do Brasil). E a palavra “incriminada” não deve ser levada, considerada, no sentido literal. Significou apenas um momento em uma discussão acalorada”.

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Corrupção

CGU: pontes construídas com emenda parlamentar têm sobrepreço de R$ 1,3 mi

A Controladoria-Geral da União identificou sobrepreço de R$ 1,3 milhão, oriundos de emendas parlamentares, para a construção de pontes.

Segundo Guilherme Amado, a Controladoria-Geral da União identificou sobrepreço de R$ 1,3 milhão na construção de 54 pontes, em municípios de Goiás, pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.

Os valores são oriundos de emendas parlamentares destinadas pelo Congresso à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), órgão do ministério.

Apesar de uma mesma empresa, a Veredas, ter sido contratada para as obras das 54 pontes, houve diferença significativa no preço cobrado pelos mesmos serviços, como pintura, fornecimento e montagem de estruturas de aço.

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Justiça

Codevasf: empresa de jovem de 21 anos fecha contrato de R$ 62 milhões, e CGU aponta risco de sobrepreço

Empresa que venceu licitação está registrada em nome de Ana Luiza Batista, que trabalha como diarista, segundo a mãe dela.

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) firmou um contrato de R$ 61,7 milhões para a compra de tratores com uma empresa fundada há apenas dois anos: a Imperiogn Comércio de Máquinas Equipamentos e Serviços, registrada em nome de Ana Luiza Cassiano Batista, de 21 anos. A Controladoria-geral da União (CGU) identificou risco de superfaturamento de R$ 11,8 milhões no negócio firmado pela estatal.

O Globo identificou um perfil do LinkedIn em que Ana Luiza se apresenta como vendedora de calçados numa loja da capital goiana. Procurada, a mãe de Ana Luiza, Andrea Cassiano Batista, afirmou que a filha não tem empresa registrada em seu nome e que ela trabalha como diarista em Goiânia.

O Globo também entrou em contato com a própria Ana Luiza. Ela pediu que os questionamentos fossem feitos a Vanderson de Souza, apresentado como gerente comercial e único funcionário da empresa. De acordo com Souza, Ana Luiza é dona da Imperiogn.

Apesar de pouco tempo de existência, a Imperiogn já participou de 49 licitações do governo federal e firmou contratos com diferentes braços do poder público, entre eles os ministérios da Defesa, Saúde, Educação e do Desenvolvimento Regional, ao qual a Codevasf é vinculada. Ao todo, a empresa já recebeu R$ 6,9 milhões do erário.

Contatada pela reportagem, a Codevasf negou que haja irregularidades no negócio. A estatal afirmou que ainda não fez pagamentos à empresa, mas informou que já empenhou (reservou para pagamento) R$ 13,7 milhões.

A Controladoria-geral da União identificou riscos de superfaturamento no contrato, assinado em março deste ano para o fornecimento de 325 tratores. De acordo com a CGU, os valores usados pela Codevasf como referência para a aquisição dos veículos foram “exorbitantes” em relação ao Painel de Preços do governo. O preço estipulado pela Imperiogn é de R$ 190 mil por trator, embora a própria Codevasf comprasse o mesmo tipo de equipamento por valores que variavam de R$ 93 mil a R$ 115 mil na época da licitação, aponta a CGU.

“Constata-se que a Codevasf optou por desconsiderar as informações de cerca de 20 registros de preços consolidados no painel, o que majorou significativamente o valor unitário estimado para o processo de aquisição de tratores agrícolas”, diz a CGU.

Questionado sobre o conteúdo do relatório elaborado pela CGU, Vanderson de Souza, o gerente comercial da Imperiogn, disse que o preço está abaixo do valor de mercado. Ele alegou ainda que a empresa teria dificuldade de fornecer os tratores pelos valores previstos no contrato assinado com a Codevasf, devido à inflação.

Retroescavadeiras

A CGU também identificou riscos de sobrepreço em outra contratação feita pela Codevasf, mas para a aquisição de 175 retroescavadeiras por R$ 62 milhões. Este contrato foi vencido pela empresa chinesa XCMG, com uma proposta cujas características também despertaram a atenção dos técnicos da Controladoria-geral da União.

A estatal aceitou pagar R$ 354,9 mil por cada veículo. A CGU realizou uma pesquisa de preços e verificou que o preço unitário poderia ter sido de R$ 309 mil. Segundo a CGU, foram desconsiderados valores de referência mais baratos no Painel de Preços sem justificativa técnica. A XCMG foi procurada, mas não respondeu ao contato do Globo.

Retroescavadeira da XCMG, adquirida pela Codevasf — Foto: Divulgação/XCMG

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Governo federal tem uma denúncia de assédio sexual por dia

Segundo dados da CGU, houve 214 casos no primeiro semestre de 2022. No ano passado, foram 251, alta de 65% em relação a 2020, segundo O Globo.

As denúncias de assédio sexual que levaram à queda do então presidente da Caixa, Pedro Guimarães, vão além do banco estatal e cresceram 65,1% no governo federal em 2021, atingindo um volume recorde com 251 denúncias, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU) dos últimos sete anos. Somente em 2022 houve, em média, um caso por dia, o dobro do ano anterior.

Registradas nas ouvidorias federais da administração federal, as denúncias são compiladas por auditores da CGU em um sistema que monitora cada procedimento aberto. Os canais de contatos para as vítimas vão desde ministérios a órgãos subsidiários, como universidades federais.

Mas, não são computados informações de estatais como a Caixa ou a Petrobras. Para proteger as vítimas, os nomes envolvidos no caso são preservados sob sigilo.

Nos últimos três anos, as denúncias de assédio sexual registradas no governo federal deram um salto, passando de 155, em 2019, para 251, em 2021. Neste ano, somente no primeiro semestre, os casos somaram 214.

Procurados para explicar o aumento do número de denúncias de abuso sexual no governo, o Palácio do Planalto preferiu não se manifestar e disse que a resposta ficaria a cargo da CGU — que, por sua vez, não respondeu até o fechamento desta reportagem.

12,5% de casos arquivados

Do total de denúncias de assédio sexual registradas em ministérios, segundo a CGU, 31 foram feitas por funcionários da pasta da Justiça e Segurança Pública. O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos vem em segundo lugar, com 23 denúncias, seguido pela Educação, com 18. A ouvidoria da Presidência da República também recebeu denúncias de assédio sexual: quatro no total.

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Política

CGU: militares receberam R$ 5,8 milhões irregularmente num único mês

Auditoria mapeou irregularidades nos salários de um a cada três militares; análise foi antes de Bolsonaro afrouxar teto, segundo o Metrópoles.

Em apenas um mês do governo Bolsonaro, militares com cargos comissionados receberam pelo menos R$ 5,8 milhões irregularmente, acima do teto constitucional. Auditores da Controladoria-Geral da União (CGU) analisaram os salários dos militares em dezembro de 2020, antes de o governo Bolsonaro permitir salários extra-teto, o que beneficiou o próprio presidente e generais lotados no governo, como Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos.

A CGU encontrou indícios de irregularidades em um a cada três militares analisados. Entre 2.770 militares e pensionistas de militares com cargos no governo federal, ao menos 729 tiveram salários acima do teto constitucional em dezembro de 2020, que à época era de R$ 39,2 mil. Isso levaria a um prejuízo de R$ 5,1 milhões aos cofres públicos, apontou a auditoria.

Outros 110 fardados abateram o teto salarial, mas em quantidade insuficiente. Ou seja: seguiram recebendo dinheiro público em quantidade acima do legalmente permitido. Neste recorte, foram mapeados R$ 657 mil em indícios de irregularidade.

Em abril de 2021, quatro meses após o mês analisado pelos técnicos da CGU, o governo Bolsonaro aprovou uma regra que permitiria a burla ao teto constitucional. Os principais beneficiados foram militares, que passaram a poder somar as aposentadorias aos salários da ativa. O relatório da CGU ressalta que a nova regra do governo Bolsonaro não retira a irregularidade anterior, de dezembro de 2020.

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Investigações sobre negócios dentro do MEC não serão interrompidas

O pedido de demissão de Milton Ribeiro na segunda-feira (28) não elimina os obstáculos que o agora ex-ministro e o governo Bolsonaro terão de ultrapassar para superar o escândalo sobre as suspeitas envolvendo o balcão de negócios instalado no Ministério da Educação.

Ribeiro apresentou seu pedido para deixar o governo uma semana após a Folha revelar o áudio de uma reunião em que ele afirma priorizar prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores.

Embora tenha solucionado o problema político para o governo Bolsonaro, pelo menos momentaneamente, a demissão não tem o condão de encerrar as investigações abertas pelo Tribunal de Contas da União, pela Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal para apurar as suspeitas de pagamento de propina para liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

Os técnicos do TCU e da CGU devem se debruçar sobre possíveis falhas administrativas na liberação de verbas para beneficiar as prefeituras.

Como mostrou a Folha, dados oficiais da pasta mostram uma explosão de aprovações de obras, ausência de critérios técnicos, burla no sistema e priorização de pagamentos a aliados no FNDE.

Todas essas informações sobre as liberações de verbas devem ser mapeadas pelo TCU e CGU em busca de fragilidades que possam indicar atos de improbidade pelos gestores do MEC durante o governo Bolsonaro.

Nesse cenário, não só Ribeiro, mas os aliados de Jair Bolsonaro instalados no centrão, e cujas cidades apadrinhadas foram beneficiadas com recursos do FNDE, podem entrar na mira.

O atual presidente do FNDE é Marcelo Lopes da Ponte, ex-chefe de gabinete do ministro Ciro Nogueira (Casa Civil).

Na esfera criminal, por sua vez, a Polícia Federal mira crimes como corrupção, por exemplo, supostamente praticados para favorecer os indicados dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

A PF abriu dois inquéritos. O primeiro deles foi na Superintendência da PF no Distrito Federal e irá apurar as suspeitas apontadas em um relatório da Controladoria-Geral da União sobre distribuições de verbas do FNDE.

A outra investigação está na sede do órgão, no setor que cuida de inquéritos que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal), e tem como alvo o ministro Milton Ribeiro. Por causa da demissão e consequente perda do foro privilegiado, ainda não há definição se os dois casos serão reunidos em uma só apuração –caminho apontado como mais provável por investigadores.

A investigação aberta na PF do Distrito Federal ainda não realizou diligências. Já no caso instaurado por ordem do STF, o delegado Bruno Calandrini, na última semana, colheu os depoimentos de Ribeiro, dos pastores e dos prefeitos citados nas reportagens.

Ribeiro confirmou em seu depoimento que o presidente Jair Bolsonaro pediu que ele recebesse um pastor suspeito de atuar no balcão de negócios, mas negou qualquer tipo de privilégio ao religioso na liberação de verbas.

Segundo ele, “o presidente Jair Bolsonaro realmente pediu para que o pastor Gilmar fosse recebido, porém isso não quer dizer que o mesmo gozasse de tratamento diferenciado ou privilegiado na gestão do FNDE ou MEC”.

O advogado Luiz Carlos da Silva Neto, defensor de Ribeiro, disse em tom crítico que o objetivo das apurações em andamento é chegar não só no ex-ministro mas também atingir o presidente Jair Bolsonaro.

“A minha impressão é que apesar do excelente trabalho do Bruno Calandrini, delegado muito sério, pessoas alheias ao processos, poderosas, estão tentando interferir na investigação, para mudar o rumo, fazendo acusações que não estão no processo”, afirmou.

*Com Folha

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