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China vira as costas aos EUA e aposta na soja do Brasil

Com tarifas sufocando a soja americana, a China redireciona suas importações ao Brasil e reforça plano para garantir segurança alimentar.

A China acaba de adquirir uma quantidade excepcionalmente grande de soja brasileira, evidenciando como a escalada da guerra comercial está inviabilizando as compras de grãos dos Estados Unidos. Pelo menos 2,4 milhões de toneladas de soja foram negociados no início desta semana, volume que representa quase um terço da média mensal processada pela China, segundo fontes familiarizadas com o assunto que conversaram com Hallie Gu, da Bloomberg News. Elas destacaram que a onda de compras foi incomumente grande e rápida.

Embora Pequim tenha diversificado suas importações agrícolas nos últimos anos, os EUA ainda são seu segundo maior fornecedor de soja. No entanto, com a rápida escalada da guerra tarifária entre os dois países — que está pressionando o setor agrícola de ambas as nações —, a realidade é que comprar soja americana tornou-se inviável.

Soja como alvo estratégico na guerra comercial
Ao direcionar tarifas contra os EUA, a soja — base da alimentação de suínos e aves — era uma escolha amplamente esperada. A China responde por metade da receita das exportações americanas do grão. Mas o país não está sozinho nessa estratégia: a União Europeia incluiu a soja em sua resposta tarifária às medidas dos EUA sobre aço e alumínio (embora tenha decidido adiar a implementação por 90 dias após a reversão de Donald Trump sobre as chamadas tarifas recíprocas).

O conflito sino-americano está remodelando um comércio que movimentou mais de US$ 12 bilhões em 2024, beneficiando produtores latino-americanos. A China já vem comprando mais soja do Brasil, seu principal fornecedor atualmente.

hina busca alternativas para garantir suprimentos
Além de aumentar as importações brasileiras, a China está adotando outras medidas para assegurar o abastecimento. O país trabalha para ampliar sua produção de grãos, reforçando a determinação de depender mais da produção doméstica e reduzir o uso de farelo de soja na ração animal. Uma das estratégias é promover tecnologia de dieta com baixo teor proteico, que utiliza mais aditivos como aminoácidos em vez de farelo, de acordo com o Cafezinho.

Em seu plano decenal de segurança alimentar, divulgado na segunda-feira, o Comitê Central do Partido Comunista da China afirmou: “Um país forte deve primeiro ter uma agricultura forte, e só uma agricultura forte pode tornar o país poderoso.”

Ovo ainda caro nos EUA, pressionado por gripe aviária e tarifas
A inflação nos EUA pode ter desacelerado no mês passado, mas os preços dos ovos continuam teimosamente altos, sem perspectiva de alívio imediato devido à gripe aviária e às tarifas. Em março, os consumidores pagaram em média US$ 6,227 por dúzia, um recorde, segundo o Bureau of Labor Statistics. O valor é o dobro do registrado um ano atrás, mesmo com a queda acentuada nos preços pagos pelos supermercados aos fornecedores.

O alto custo dos ovos é uma má notícia para Trump, que frequentemente atribuiu o fenômeno ao fracasso de seu predecessor. O governo tem trabalhado para aliviar a escassez aumentando as importações, e Trump tem creditado a si mesmo a recente correção nos preços no atacado.

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Economia Mundo

Bolsas dos EUA despencam e mostram que Trump mira na China e acerta o próprio pé

Ações despencam novamente com aumento da angústia em relação à guerra comercial de Trump

O S&P 500 caiu 3,5% ao dia.

Motivo: a Casa Branca esclareceu que as novas tarifas sobre produtos chineses totalizaram 145%.

Para fabricantes de vestuário dos EUA, política tarifária caótica do estabanado Trump, não ajuda, ao contrário, atrapalha.

A ideia geral nos EUA é a de que produzir algo tão estúpido como as tarifas de Trump, é para a vida toda.

Com a lambança de Trump, EUA e China caminham para uma divisão “monumental”, colocando a economia mundial em alerta.

Um aprofundamento da guerra comercial pode enfraquecer ainda mais os laços entre as superpotências. Os efeitos repercutirão no mundo como um todo.

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Brasil

Oportunidade para o Brasil: China suspende mais da metade dos fornecedores de carne bovina dos EUA

A China suspendeu a compra de carne bovina de mais da metade dos fornecedores americanos devido à crescente guerra tarifária com os Estados Unidos. Essa situação abre uma oportunidade ao Brasil para expandir suas exportações ao mercado chinês. Em maio, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva visitará a China para se encontrar com o presidente Xi Jinping.

Atualmente, 654 empresas americanas estão habilitadas para exportar carne bovina para a China, mas 392 delas tiveram suas operações suspensas pela Administração Geral das Alfândegas da China, representando 60% dos fornecedores do setor. Além disso, o número de suspensões tem aumentado, afetando fornecedores de carne de aves e suínos. Recentemente, nove empresas, incluindo American Proteins e Mountaire Farms of Delaware, não tiveram suas habilitações renovadas.

De acordo com o Departamento de Segurança Alimentar de Importação e Exportação da Administração Geral das Alfândegas da China, as suspensões visam prevenir riscos à segurança alimentar e estão alinhadas com legislações locais e padrões internacionais. Isso é apresentado como uma medida científica e razoável para assegurar a segurança alimentar.

Além disso, até 18 de junho, 68 fornecedores terão suas habilitações expiradas, incluindo dez de carne bovina, 11 de carne suína e 47 de carne de aves. No cenário atual, o foco da suspensão se concentra na carne bovina, com 590 fornecedores, dos quais apenas dez estão suspensos. Em contraste, entre os 594 fornecedores de carne de aves, apenas três enfrentam restrições.

No campo mais amplo do comércio internacional, as bolsas da Ásia e Europa tiveram forte alta após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas para vários países, excluindo a China. Em contrapartida, a China elevou suas tarifas sobre produtos americanos de 104% para 125% em retaliação às políticas de Trump, que por sua vez impusera uma tarifa de 84% sobre produtos dos EUA.

A Embaixada do Brasil em Pequim destacou que, apesar das medidas de suspensão de fornecedores estarem ligadas a controles sanitários e de segurança alimentar, elas também refletem a guerra tarifária entre Brasil e Estados Unidos e a crise nas relações comerciais sino-americanas.

Roberto Perosa, ex-secretário de Comércio do Ministério da Agricultura e atual representante do agronegócio brasileiro, participou de reuniões com autoridades chinesas na semana passada enquanto as novas tarifas dos EUA e as reações de Pequim eram divulgadas. Ele descreveu as conversas como “muito positivas” e elogiou os encontros no Ministério do Comércio da China, na aduana e com empresas do setor alimentício. Perosa enfatizou que a China reiterou que o Brasil é um parceiro estratégico, afirmando que as relações estão em seu melhor momento e que o presidente Lula fará uma visita a Pequim.

A China continua sendo o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina. Em 2024, as exportações para o país superaram 1 milhão de toneladas, representando um aumento de 12,7% em comparação ao mesmo período de 2023 e gerando US$ 6 bilhões em negócios. As exportações de carne bovina estão atrás apenas da soja, minério de ferro e petróleo no Brasil. De janeiro a março deste ano, os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram que o Brasil vendeu US$ 1,36 bilhão em carne bovina para a China, um crescimento de 11,3% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

Esses números refletem não só a força das relações comerciais entre Brasil e China, mas também a resiliência do setor agrícola brasileiro frente a desafios globais. O fortalecimento das relações e o aumento das exportações de carne bovina são sinais positivos que podem indicar uma evolução nas parcerias comerciais entre os dois países, especialmente em um contexto internacional conturbado por questões tarifárias e de segurança alimentar.

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China dá o troco e anuncia que adotará tarifas de 84% contra os EUA

Pequim adotou um imposto de 34% sobre os produtos americanos que entrará em vigor amanhã.

Em resposta às tarifas de 104% impostas pelos Estados Unidos à China, o governo chinês anunciou a aplicação de tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos, a partir da quinta-feira, superando os 34% previamente divulgados. Essa informação foi divulgada pelo Ministério das Finanças na quarta-feira (9). As novas tarifas já entraram em vigor e atingem dezenas de países, com uma taxa extraordinária de mais de 100% sobre produtos chineses, intensificando uma guerra comercial global.

Essas tarifas de importação afetam quase 60 parceiros comerciais dos EUA, com taxas adicionais que variam de 11% a 50%, exceto a China, que enfrenta a maior tarifa de 104%. Horas antes de implementarem novas tarifas sobre importações, Trump pressionou ainda mais Pequim. Desde sua volta ao poder em janeiro, ele já havia aplicado uma sobretaxa de 20% sobre produtos chineses, que deveria subir para 54% com os 34% anunciados na semana anterior, mas que agora chegará a 104% devido a um adicional de 50%, em resposta às tarifas chinesas sobre produtos americanos, mesmo após avisos da Casa Branca.

Pequim já tinha planejado uma taxa de 34%, que começa a valer na quinta-feira (10). Apesar dos impactos negativos em muitos índices do mercado, as bolsas chinesa e de Hong Kong terminaram com ganhos, com a bolsa chinesa subindo 2,21% e a de Hong Kong, 0,68%. Já o índice japonês Nikkei caiu 3,78% e a Coreia do Sul, 1,74%. Na Europa, as bolsas enfrentaram quedas significativas, com a Alemanha caindo 2,08%, França 2,18%, Reino Unido 2,19%, Itália 1,96%, Espanha 1,83% e Suíça 4,03%.

Desde que Trump anunciou, em 2 de agosto, tarifas para a maioria das importações, investidores perderam bilhões. O presidente considera que seus parceiros comerciais “saqueiam” os Estados Unidos, levando à imposição de uma tarifa universal adicional de 10% sobre produtos importados, com algumas exceções, como ouro e energia. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês considerou as ameaças de aumento das tarifas pelos EUA como um “erro após outro”, ressaltando a natureza chantagista de Washington. O primeiro-ministro Li Qiang assegurou que a China possui “ferramentas” suficientes para contornar a turbulência econômica.

Enquanto a maioria dos índices acionários globais enfrentou recessão, as bolsas da China e de Hong Kong conseguiram manter um desempenho positivo. A situação evidencia a crescente tensão entre as duas potências e as complexidades envolvidas na atual guerra comercial, que continua a impactar os mercados financeiros e a economia global de maneira significativa.

A partir da quarta-feira (9), uma nova tarifa será imposta a importantes aliados comerciais dos Estados Unidos, incluindo a União Europeia (20%), o Vietnã (46%) e a China. A administração americana, porém, ressalta sua disposição para negociações, o que trouxe um certo alívio aos mercados. O presidente Donald Trump se referiu a esses acordos como “sob medida”, ressaltando que estão sendo adaptados às necessidades específicas das partes envolvidas.

Na terça-feira, Trump reportou ter tido uma “conversa muito boa” com o primeiro-ministro e presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck Soo, conforme comunicado compartilhado na plataforma Truth Social. Kevin Hassett, principal assessor econômico da Casa Branca, reiterou que a prioridade do presidente está nos aliados e parceiros comerciais, como Japão e Coreia do Sul, antes de qualquer diálogo com a China.

O governo dos EUA aparenta estar positivo em relação à situação. Scott Bessent, secretário de Finanças, divulgou à Fox News que “cerca de 70 países” já se manifestaram em busca de discussões sobre as novas tarifas. Jamieson Greer, representante comercial, comentou com senadores sobre a necessidade de uma transição de uma economia centrada no setor financeiro e no gasto governamental para uma economia pautada na produção real de bens e serviços. Greer também fez um alerta, mencionando a perda de cinco milhões de empregos industriais e 90 mil fábricas nos últimos 30 anos, desde a implementação do acordo de livre-comércio entre os três países da América do Norte.

Enquanto isso, a União Europeia se prepara para uma resposta, que será divulgada no início da próxima semana, conforme um porta-voz da Comissão Europeia. Especialistas temem que essa guerra comercial possa impactar negativamente a economia global, trazendo riscos como inflação, aumento do desemprego e desaceleração do crescimento econômico.

As novas tarifas geraram até discordâncias dentro do governo dos EUA. Elon Musk, o homem mais rico do mundo e assessor de Trump, teceu críticas ao conselheiro comercial Peter Navarro, chamando-o de “completo imbecil”. Musk se opôs à afirmação de Navarro de que ele não é um fabricante de automóveis, mas um “montador” que depende de componentes importados da Ásia. Esta troca de farpas ilustra as tensões existentes entre as diferentes esferas do governo em relação à política comercial e aos impactos da guerra tarifária.

A questão das tarifas e seu impacto sobre as relações comerciais internacionais continua a ser uma fonte de preocupação significativa e debate, ilustrando a complexidade das interações econômicas no atual cenário global. A espera pela resposta da UE e o andamento das negociações são claramente pontos de atenção nos dias que seguem.

*Com AFP

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Mundo

‘Não aceitaremos ameaças’, afirma China em resposta à ‘intimidação’ de Trump com tarifas adicionais de 50%

Governo chinês disse que implementará contramedidas se houver nova taxação dos EUA.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira (8), o governo chinês classificou como “erro” de “natureza extorsiva” as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas adicionais de 50% à China a partir desta quarta-feira (9), caso o país asiático não retroceda na imposição de 34% de tarifas a produtos estadunidenses.

“A ameaça norte-americana de elevar tarifas contra a China é um novo erro, e expõe mais uma vez sua natureza extorsiva, e a China nunca aceitará isso”, afirmou, em nota, o Ministério do Comércio chinês.

Trump afirmou que a China tem até as 12h desta terça-feira – 13h, no horário de Brasília – para recuar da decisão de impor tarifas de 34% sobre produtos dos EUA em resposta ao “tarifaço”. A medida foi anunciada pela China no final da semana passada em resposta ao anúncio do presidente estadunidense de tarifas “recíprocas”, que somaram 34% de taxas (em cima dos 20% já acumulados) a produtos chineses.

O Ministério do Comércio informou que se os Estados Unidos efetivarem a escalada de medidas tarifárias, a China adotará decisivamente mais “contramedidas para proteger seus direitos e interesses”.

“Se os Estados Unidos insistirem em agir arbitrariamente, a China lutará até o fim”, destacou o comunicado, que classifica o “tarifaço” de Trump como prática de “unilateralismo e intimidação”.

O ministério exortou os EUA a “revogarem todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China, cessarem a repressão econômico-comercial e resolverem as divergências com a China por meio de diálogo igualitário, com base no respeito mútuo”.

“Pressão e ameaças não são a maneira correta de lidar com a China”, concluiu o texto.

De suspensão da importação de carne de aves à proibição de filmes de Hollywood: mais possíveis contramedidas da China
Seis possíveis contramedidas foram divulgadas pelo perfil Niu Tanqin nas redes sociais chinesas, que pertence ao editor-chefe adjunto da Agência de Notícias Xinhua, Liu Hong. A conta possui milhões de seguidores nas diversas redes e costuma divulgar informações não publicadas nas mídias oficiais, com base em fontes não especificadas.

As seis possíveis novas contramedidas seriam:

  1. Aumentar significativamente as tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA, como soja e sorgo.
  2. Proibir a importação de carne de aves dos EUA para a China.
  3. Suspender a cooperação China-EUA sobre o fentanil.
  4. Contramedidas no setor de comércio de serviços.
  5. Proibir a importação de filmes estadunidenses
  6. Iniciar uma investigação sobre os benefícios que as empresas dos EUA obtiveram com a propriedade intelectual na China.

Algumas destas medidas vão intensificar o que foram as respostas que a China tem dado às medidas de Trump. Trump já implementou três medidas tarifárias contra a China desde o início do ano: 10% a todos os produtos chineses, anunciados no dia 1° de fevereiro, mais 10% em 3 de março, e mais 34% no dia 2 de abril, como parte das “tarifas recíprocas” anunciadas para cerca de 90 países.

Em cada anúncio, o governo chinês anunciou medidas retaliatórias. Por exemplo, em resposta à segunda leva, a China implementou, entre outras, uma tarifa de 15% para frango, trigo, milho e algodão dos EUA.

Vice-presidente dos EUA ataca a China
Em entrevista ao canal estadunidense Fox News na última sexta-feira (4), o vice-presidente do país JD Vance defendeu a política de tarifas estadunidenses atacando a China. Uma de suas falas viralizou e foi fortemente criticada nas redes sociais ocidentais e chinesas.

Ele afirmou que a economia “globalista” fez os EUA contrair “uma enorme quantidade de dívida para comprar coisas que outros países fazem para nós”.

“Para deixar um pouco mais claro, nós pegamos dinheiro emprestado de caipiras chineses para comprar as coisas que esses caipiras chineses fabricam”, disse Vance em ataque aos chineses.

Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse que é “surpreendente e triste que o vice-presidente faça comentários tão ignorantes e indelicados”.

Em relação a possíveis negociações entre os dois países, Lin Jian, afirmou que “o que os EUA fizeram não mostra intenção de conversas sérias. Se os EUA realmente querem ter conversas, devem mostrar uma atitude de igualdade, respeito e reciprocidade”.

*BdF

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Brasil

Brasil compõe seleto grupo de 5 países que pode sair vencedor do “tarifaço”

O Brasil, como importador líquido de mercadorias dos Estados Unidos, exemplifica a maneira como alguns países podem tirar proveito da guerra tarifária

Reuters – Dias após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifas que chocaram vários parceiros comerciais e os mercados globais, alguns países estão surgindo como possíveis vencedores, embora o risco de uma recessão induzida limite os ganhos.

Com aliados de longa data e parceiros comerciais próximos dos EUA, incluindo a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul, entre os mais atingidos – com tarifas de 20% ou mais – rivais que vão do Brasil à Índia e da Turquia ao Quênia veem uma luz no fim do túnel.

O Brasil está entre as economias que escaparam com a menor tarifa “recíproca” dos EUA, de 10%. Além disso, o país pode se beneficiar das tarifas retaliatórias da China, que provavelmente atingirão os exportadores agrícolas dos EUA.

As mais recentes tarifas dos EUA entrarão em vigor em 9 de abril.

O Brasil, como importador líquido de mercadorias dos Estados Unidos, exemplifica a maneira como alguns países podem tirar proveito da guerra comercial que Trump está travando principalmente contra a China e outros grandes exportadores que têm superávits comerciais com os EUA.

Dias após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifas que chocaram vários parceiros comerciais e os mercados globais, alguns países estão surgindo como possíveis vencedores, embora o risco de uma recessão induzida limite os ganhos.

Com aliados de longa data e parceiros comerciais próximos dos EUA, incluindo a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul, entre os mais atingidos – com tarifas de 20% ou mais – rivais que vão do Brasil à Índia e da Turquia ao Quênia veem uma luz no fim do túnel.

Marrocos, Egito, Turquia e Singapura, todos com déficits comerciais com os EUA, podem encontrar uma oportunidade nas dificuldades de países como Bangladesh e Vietnã, que têm grandes superávits e foram duramente atingidos por Trump.

Enquanto os dois últimos estão enfrentando tarifas esperadas de 37% e 46%, respectivamente, os outros, como o Brasil e a maioria de seus vizinhos, terão tarifas de 10% cada – mais como um tapinha na mão na nova ordem mundial de Trump.

“Os EUA não impuseram tarifas apenas ao Egito”, disse Magdy Tolba, presidente da joint venture egípcio-turca T&C Garments. “Eles impuseram tarifas muito mais altas a outros países. Isso dá ao Egito uma excelente oportunidade de crescimento.”

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Economia Mundo

Trump impõe tarifa de 104% contra China após expirar prazo dado a Pequim para recuar de medidas retaliatórias

Pequim manteve a retaliação e não fez contato com Washington até o limite imposto pelo presidente dos EUA. Tarifas entram em vigor nesta quarta-feira.

As tarifas de 104% dos Estados Unidos sobre produtos chineses passarão a valer nesta quarta-feira (9), conforme confirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em entrevista à Fox Business na tarde desta terça-feira (8). A decisão entra em vigor após a China se recusar a desistir da retaliação econômica dentro do prazo estabelecido por Donald Trump. As informações são do g1.

Segundo Leavitt, Pequim ignorou o limite fixado por Trump, que expirou às 13h desta terça, para encerrar as represálias comerciais iniciadas após o anúncio de tarifas pelos EUA no início do mês.

Mais cedo, o presidente norte-americano afirmou em sua rede social Truth Social que aguardava uma ligação da China para tratar das medidas, o que acabou não acontecendo. A resposta de Pequim veio ainda na madrugada: o governo chinês declarou que não recuaria e que estava “pronto para continuar respondendo aos aumentos tarifários”, embora tenha alertado que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.

O novo embate entre as duas maiores potências econômicas começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou um pacote de tarifas de importação sobre 180 países. O continente asiático foi o mais atingido, e a China teve uma alíquota inicial de 34% anunciada naquele momento, elevando os tributos totais sobre produtos chineses nos EUA para 54%.

Em resposta, a China informou na sexta-feira (4) que também imporia uma tarifa de 34% sobre itens norte-americanos. Diante do gesto, Trump ameaçou aumentar ainda mais os encargos caso os chineses não recuassem até esta terça-feira. Como a posição de Pequim foi mantida, as tarifas norte-americanas foram aumentadas para 104%. 247.

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Guerra comercial: Trump ameaça impor tarifa adicional de 50% contra China

Afirmação foi feita em rede social que pertence ao presidente dos EUA

O presidente Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (7) impor tarifa adicional de

50% contra a China a partir de quarta-feira (9). A medida entra em vigor caso Pequim não revogue a tarifa de 34% estabelecida em retaliação aos Estados Unidos.

O que disse Trump?
A publicação foi feita no Truth Social, que pertence ao presidente estadunidense, em meio aos derretimentos das bolsas de valores e variações do câmbio pelo mundo devido a nova política alfandegária.

O republicano afirmou que não haverá mais negociações entre os EUA e a China. Entretanto, “as negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente”.

No post, ele reafirmou que qualquer medida de retaliação aos EUA será igualmente confrontado com novos impostos adicionais. Ou seja, países que taxarem os EUA acima das novas taxas alfandegárias anunciadas por Trump na quarta-feira (2), serão punidos com mais taxas.

A China havia anunciado tarifa de 34% em retaliação a nova política alfandegária anunciada pelo presidente estadunidense.

A retaliação da China
A China anunciou nesta sexta-feira (4) que vai impor tarifas de 34% sobre os produtos dos Estados Unidos (EUA) a partir do dia 10 abril, mesmo patamar das taxas impostas nesta semana pelo presidente Donald Trump às importações chinesas.

O governo chinês anunciou restrições para exportação de minerais raros, conhecidos como terras raras, e proibiu a exportação de itens de “dupla utilização”, civil e militar, para 16 empresas estadunidenses, medidas vistas também como retaliação ao tarifaço de Trump.

O anúncio chinês ocorreu dois dias após os Estados Unidos imporem tarifas de 34% sobre todas as importações chinesas, agravando a guerra comercial iniciada pelo país norte-americano.

Após anunciar a taxação de 34%, a Comissão Tarifária do Conselho de Estado da China pediu ainda que os EUA “cancelassem imediatamente suas medidas tarifárias unilaterais e resolvessem as diferenças comerciais por meio de consultas de maneira igualitária, respeitosa e mutuamente benéfica”.

O governo chinês argumentou que a prática dos EUA não estava de acordo com as regras do comércio internacional e prejudicou os interesses da China.

“Foi uma prática típica de intimidação unilateral que não apenas prejudicou os próprios interesses dos EUA, mas também colocou em risco o desenvolvimento econômico global e a estabilidade da cadeia de produção e fornecimento”, acrescentou.

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China sobre as tarifas de Trump: ‘Não provocamos problemas, mas também não temos medo’

Governo chinês reage duramente às novas sanções comerciais de Donald Trump e acusa Washington de violar regras da OMC e prejudicar a economia global.

A China voltou a criticar com veemência as novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Em comunicado divulgado neste sábado (5), e repercutido pela agência Sputnik Brasil, o governo chinês afirmou que “não provocamos problemas, mas também não temos medo deles” e alertou que continuará a tomar “medidas decisivas” para proteger seus interesses soberanos e econômicos.

A reação ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar na última quarta-feira (2) a aplicação de novas tarifas sobre importações de uma ampla lista de países, incluindo a China. As alíquotas mínimas são de 10%, mas os percentuais variam conforme o déficit comercial dos EUA com cada país. Para a China, o novo pacote estabelece tarifas de 34%, que somadas aos 20% impostos em março por suposta negligência de Pequim no controle do tráfico de fentanil, elevam a carga total a 54%.

“O governo chinês condena e se opõe veementemente a isso”, diz o comunicado oficial de Pequim, que também acusa os Estados Unidos de violar seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), de prejudicar o sistema multilateral baseado em normas e de afetar a estabilidade econômica global. “Pressão e ameaças são a maneira errada de lidar com a China”, reforça a nota.

O governo chinês também exortou Washington a abandonar o uso de tarifas como “arma para derrubar a economia e o comércio da China” e a respeitar o “direito legítimo do povo chinês ao desenvolvimento”.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, também se manifestou sobre o tema em entrevista à Sputnik. Segundo ele, o aumento das tarifas americanas “não tem fundamento” e não ajudará a Casa Branca a solucionar seus desafios econômicos internos. “Isso causará sérios danos não apenas ao mercado global e à ordem comercial, mas também à reputação dos próprios Estados Unidos”, advertiu Wang.

As crescentes tensões comerciais entre Washington e Pequim reacendem os temores de uma nova escalada protecionista com impacto direto sobre o comércio internacional e a economia global. Economistas alertam que as medidas podem agravar desequilíbrios financeiros e aumentar os riscos de recessão em várias regiões do mundo.

A resposta firme da China sugere que o segundo mandato de Donald Trump à frente da Casa Branca, iniciado em 2025, manterá o tom confrontacional com a potência asiática, especialmente em questões comerciais e geopolíticas. A disputa tarifária tende, assim, a se tornar um dos principais focos de instabilidade econômica nos próximos meses, diz o 247.

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Muito engraçado o comentário de Trump sobre a reação da China ao seu tarifaço. Ele acusa a China de ter entrado em “pânico”

Ora, a China, ao contrário dele, estudou por anos o que deveria fazer.

Vai acelerar o decoupling e explorar suas oportunidades pelo mundo. Quem entrou em pânico foi o mercado estadunidense. Até o FED está com muito medo.

Trump e sua Armada de Brancaleone de parvos fazem tudo de forma improvisada. Taxaram até pinguins. A fórmula para fazer as taxações é uma piada matemática.

Trump inventou a fake news aritmética. Quis dar uma aparência de cientificidade a algo tosco e primário. Não há uma estratégia bem-estudada em nada do que eles fazem.

Querem reverter décadas de globalização da noite para o dia. Querem reverter até mesmo o nearshoring. E na marra.

Trump vai se liquefazer em pouco tempo. Tudo que é sólido.

*Emir Sader