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Ciência

Cientistas dos EUA dizem ter criado uma substância que pode retardar e até reverter o envelhecimento

O que até hoje sempre foi tratado como tema recorrente na literatura e no cinema de ficção científica, pode começar a ser encarado como uma possibilidade, segundo cientistas e pesquisadores dos Estados Unidos.

Pesquisadores de Harvard descobriram um coquetel químico que pode reverter o envelhecimento. Em um estudo inovador, cientistas da Harvard Medical School, em parceria com a Universidade do Maine e com o MIT, publicaram a primeira abordagem química para reprogramar células para um estado mais jovem. Anteriormente, isso só era possível por meio de uma poderosa terapia genética.

“Mostramos anteriormente que a reversão de idade é possível usando terapia genética para ativar genes embrionários. Agora mostramos que é possível, com coquetéis químicos, um passo em direção ao rejuvenescimento acessível de todo o corpo” escreveu o pesquisador de Harvard David Sinclair em uma série de publicações no Twitter que acumulam 1 milhão de visualizações.

A equipe trabalhou mais de três anos para encontrar moléculas que pudessem se combinar para reverter o envelhecimento celular e rejuvenescer as células humanas. Os pesquisadores se basearam na descoberta vencedora do Prêmio Nobel de que a expressão de genes específicos, chamados fatores de Yamanaka, que levantou a possibilidade de reverter o envelhecimento celular sem fazer com que as células se tornem muito jovens e cancerígenas.

No novo estudo, publicado recentemente na revista científica Aging, os pesquisadores buscaram combinações de moléculas que poderiam reverter o envelhecimento celular e rejuvenescer as células humanas. Por meio de experimentos em animais, incluindo camundongos e primatas, eles conseguiram identificar seis coquetéis químicos que podem “reverter” os sinais visuais de envelhecimento “em menos de uma semana”, segundo Sinclair.

Cada coquetel contém entre cinco e sete agentes, muitos dos quais são usados no tratamento de distúrbios físicos e mentais, como convulsões, depressão e Parkinson.

 

Anteriormente, a mesma equipe mostrou que é realmente possível reverter o envelhecimento celular sem o crescimento celular descontrolado pela introdução viral de genes específicos de Yamanaka nas células. Estudos sobre o nervo óptico, tecido cerebral, rim e músculo mostraram resultados promissores, com visão melhorada e maior expectativa de vida observada em camundongos e, recentemente, um relato de visão melhorada em macacos.

As implicações dessa nova descoberta abrem caminho para a medicina regenerativa e, potencialmente, para o rejuvenescimento de todo o corpo.

“Até recentemente, o melhor que podíamos fazer era retardar o envelhecimento. Novas descobertas sugerem que agora podemos reverter isso”, disse Sinclair, em comunicado.

O próximo passo é iniciar os testes clínicos em humanos. A equipe de Harvard prevê um futuro onde doenças relacionadas à idade podem ser tratadas com eficácia, lesões podem ser reparadas com mais eficiência e o sonho do rejuvenescimento se torna realidade.

“Esta nova descoberta oferece o potencial de reverter o envelhecimento com uma única pílula, com aplicações que vão desde a melhoria da visão até o tratamento eficaz de inúmeras doenças relacionadas à idade”, afirmou o pesquisador.

*Com O Globo

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Política

Negacionistas de Queiroga são humilhados por cientistas em audiência

Uma cena importante do filme “Não olhe para cima”, sucesso da Netflix, mostra os cientistas Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) e Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) levando à presidente dos Estados Unidos uma notícia catastrófica. Um enorme cometa se aproxima da Terra em alta velocidade e, a menos que as grandes potências tomem providências urgentes, o planeta será destruído. Após o impacto da informação, a presidente (personagem vivida por Meryl Streep) anuncia o que fará, para desespero dos cientistas que esperavam medidas imediatas: “Vamos esperar e avaliar”.

O método da governante fictícia, que trata de forma displicente um problema que está prestes a causar milhões de mortes, tem paralelo na vida real. Desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma vacina da Pfizer contra covid-19 para as crianças de 5 a 11 anos, o ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, faz de tudo para adiar o momento em que o imunizante será aplicado nos meninos e meninas.

Sua ideia “genial” para protelar a vacinação em crianças foi propor uma ridícula consulta pública aos leigos e uma insólita audiência pública sobre assunto pacificado há décadas. Diante do risco do coronavírus, que matou desde o início da pandemia cerca de 300 pequenos brasileiros, o ministro da Saúde absurdamente diz: “Vamos esperar e avaliar”.

A segunda parte dessa estratégia protelatória, a audiência pública, foi realizada hoje.

Fazer um encontro desse tipo para discutir se uma vacina aprovada pela Anvisa contra a covid-19 deve ser ou não aplicada em crianças de 5 a 11 anos é mais ou menos como montar um seminário para debater se os efeitos da lei da gravidade são reais ou não. Ou seja, é uma imbecilidade.

Apesar disso, com toda a paciência, cientistas de alta qualidade aceitaram dividir seu tempo com profissionais negacionistas escolhidos a dedo pelo ministro Queiroga, pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) e seu grupo bolsonarista. A Anvisa avisou que não iria se fazer representar, já que tudo o que tinha a informar está nas notas técnicas que aprovaram a vacina.

O que se viu na audiência pública foram Roberto Zeballos (imunologista), Roberta Lacerda (infectologista) e Augusto Nasser (neurocirurgião), conhecidos defensores do delirante tratamento precoce, cumprirem o papel que cabe aos negacionistas: jogar dúvidas sobre a segurança da vacina e sobre a gravidade da pandemia.

As falas dos cientistas sérios, como os representantes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Associação Médica Brasileira (AMB), entre outros, não deixaram dúvidas (se é que alguém sensato as tinha): é preciso vacinar as crianças o quanto antes. Dados de especialistas e entidades de renome internacional, além dos melhores profissionais brasileiros, indicam isso.

Uma das principais participações foi a do infectologista Marco Aurélio Sáfadi, integrante da SBP, que chamou atenção para a alta taxa de letalidade entre as crianças infectadas pelo coronavírus, 7%. A taxa de mortalidade, destacou, é maior que a registrada em doenças como meningite, influenza ou distúrbios diarreicos. Em contrapartida, o acompanhamento de 8 milhões de meninos e meninas vacinadas nos Estados Unidos mostrou que a ocorrência de miocardite entre os imunizados é de 11 casos em 8 milhões, todos de evolução clínica favorável. Uma quantidade de casos de miocardite muito menor que os causados pela própria covid-19.

Ao fim, a ampla maioria dos expositores se mostrou a favor da vacina para crianças de 5 a 11 anos.

Deu a lógica.

Não havia necessidade de qualquer consulta ou audiência pública para que se chegasse a essa conclusão.

Está previsto para amanhã o anúncio da posição oficial do Ministério da Saúde.

Tudo resolvido? Nada disso.

A essa hora, Marcelo Queiroga e os bolsonaristas devem estar pensando em outras formas de “esperar e avaliar”. Mesmo que isso seja feito ao custo da exposição de crianças ao risco de contrair covid-19, doença que, como se viu, representa possibilidade de morte maior que outras doenças infantis.

Queiroga e o presidente Jair Bolsonaro parecem não se importar com isso.

*Chico Alves/Uol

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Política Uncategorized

Em protesto, 21 cientistas rejeitam condecoração de Bolsonaro

Inconformados com a exclusão dos colegas, vários cientistas rejeitaram a condecoração dada por Bolsonaro, em protesto e repúdio, que só demonstra evidencia o desprezo do presidente à ciência e sua perseguição aos cientistas.

O presidente Jair Bolsonaro, em ato em que se condecora como Grão Mestre por suas ‘relevantes contribuições prestadas à Ciência, à Tecnologia e à Inovação’, concedeu a Ordem Nacional do Mérito Científico a vários cientistas. No entanto, logo após a publicação do MP no Diário Oficial, no dia 4 último, excluiu arbitrariamente dois deles: Adele Schwartz Benzaken e Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda. A exclusão se deu no dia 5.

Inconformados com a exclusão dos colegas, vários cientistas rejeitaram a condecoração dada por Bolsonaro, em protesto e repúdio, que só demonstra evidencia o desprezo do presidente à ciência e sua perseguição aos cientistas.

Leia a carta

Carta aberta dos cientistas condecorados com a Ordem Nacional do Mérito Científico em 03/11/2011

Os cientistas abaixo assinados, condecorados com a Ordem Nacional do Mérito Científico, em decreto presidencial de 3 de novembro de 2021, vêm a público declarar sua indignação, protesto e repúdio pela exclusão arbitrária dos colegas Adele Schwartz Benzaken e Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda da lista de agraciados, em novo decreto presidencial na data de 5 de novembro de 2021.

Tal exclusão, inaceitável sob todos os aspectos, torna-se ainda mais condenável por ter ocorrido em menos de 48 horas após a publicação inicial, em mais uma clara demonstração de perseguição a cientistas, configurando um novo passo do sistemático ataque à Ciência e Tecnologia por parte do Governo vigente.

Enquanto cientistas, não compactuamos com a forma pela qual o negacionismo em geral, as perseguições a colegas cientistas e os recentes cortes nos orçamentos federais para a ciência e tecnologia têm sido utilizados como ferramentas para fazer retroceder os importantes progressos alcançados pela comunidade cientifica brasileira nas últimas décadas.

Como bem pontuaram a Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em notas divulgadas no dia 5/11/2021, a Ordem Nacional do Mérito Científico, fundada em 1993, é um instrumento de Estado para reconhecer contribuições científicas e técnicas de personalidades brasileiras e estrangeiras. A indicação de membros agraciados é realizada por uma Comissão, formada por três membros indicados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, três membros indicados pela Academia Brasileira de Ciências e três membros indicados pela SBPC. Nossos nomes foram honrosamente indicados por essa comissão, reunida em 2019. mérito científico (como não poderia deixar de ser) foi o único parâmetro considerado para a inclusão de um nome na lista.

Consideramos, portanto, gratificante nossa presença nessa lista, e ficamos extremamente honrados com a possibilidade de sermos agraciados com um dos maiores reconhecimentos que um cientista pode receber em nosso país. Entretanto, a homenagem oferecida por um Governo Federal que não apenas ignora a ciência, mas ativamente boicota as recomendações da epidemiologia e da saúde coletiva, não é condizente com nossas trajetórias científicas. Em solidariedade aos colegas que foram sumariamente excluídos da lista de agraciados, e condizentes com nossa postura ética, renunciamos coletivamente a essa indicação.

Outrossim, desejamos expressar nosso reconhecimento às indicações da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, entidades que têm respeito duradouro em defesa da Ciência, Tecnologia e Inovação na sociedade brasileira.

Esse ato de renúncia, que nos entristece, expressa nossa indignação frente ao processo de destruição do sistema universitário e de Ciência e Tecnologia. Agimos conscientes no intuito de preservar as instituições universitárias e científicas brasileiras, na construção do processo civilizatório no Brasil.

Brasil, 6 de novembro de 2021

Assinam (em ordem alfabética)

Aldo Ângelo Moreira Lima (UFC)
Aldo José Gorgatti Zarbin (UFPR)
Alfredo Wagner Berno de Almeida (UEMA)
Anderson Stevens Leonidas Gomes (UFPE)
Angela De Luca Rebello Wagener (PUC-RJ)
Carlos Gustavo Tamm de Araujo Moreira (IMPA)
Cesar Gomes Victora (UFPel)
Claudio Landim (IMPA)
Fernando Garcia de Melo (UFRJ)
Fernando de Queiroz Cunha (USP)
João Candido Portinari (Projeto Portinari)
José Vicente Tavares dos Santos (UFRGS)
Luiz Antonio Martinelli (USP)
Maria Paula Cruz Schneider (UFPA)
Marília Oliveira Fonseca Goulart (UFAL)
Neusa Hamada (INPA)
Paulo Hilário Nascimento Saldiva (USP)
Paulo Sérgio Lacerda Beirão (UFMG)
Pedro Leite da Silva Dias (USP)
Regina Pekelmann Markus (USP)
Ronald Cintra Shellard (CBPF)

*Com informações do GGN

 

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Saúde

Brasil soma 15% de novos casos da covid-19 no mundo e assusta cientistas

O Brasil assumiu a liderança mundial em novas contaminações pela covid-19, superando os EUA, e assusta cientistas estrangeiros e instituições internacionais. Dados compilados pelo Centro Europeu de Controle de Doenças apontam que, hoje, o país tem a maior intensidade de transmissão, com um recorde de infecções.

Se o número global de infectados desde janeiro de 2020 ainda coloca os EUA na primeira posição mundial com 29 milhões de casos, os técnicos europeus alertam que uma avaliação mais precisa do atual estágio da pandemia apenas pode ser feito se forem considerados os últimos 14 dias.

O período é determinado com base na incubação do vírus. Saber onde ocorreram as contaminações nessas duas semanas, de acordo com os pesquisadores, é saber onde está a crise hoje no mundo.

Neste período, o mundo registrou 5,4 milhões de novos casos da covid-19. 858 mil deles, porém, ocorreram apenas no Brasil, 15% do total. A população brasileira, porém, representa apenas 2,7% do planeta.

Nos EUA, foram 798 mil novos contaminados em 14 dias. A França também viveu uma alta. Mas atingiu apenas 300 mil novos casos, contra 258 mil na Itália, 223 mil na Índia e 114 mil na Alemanha.

Tanto entre pesquisadores europeus como no caso da OMS, o foco é o de saber se essa explosão de novas infecções no país deve ser explicada pela maior transmissibilidade da mutação P1 do vírus, ou se a onda está relacionada com o comportamento da sociedade e do governo no Brasil.

O documento semanal da OMS sobre a pandemia também deixa claro que a situação da variante do vírus identificado no Brasil preocupa. A agência confirma que a mutação é mais transmissível e pode evadir entre 25% e 61% da imunidade oferecida por uma infecção com o vírus original da covid-19. Isso, segundo a OMS, torna as pessoas mais vulneráveis a uma reinfecção. Além disso, a agência indica que estudos mostram que a variante é entre 1,1 e 1,8 mais letal.

O temor é de que, com uma vacinação lenta no país, um espaço amplo seja deixado para que a variante passe a ser dominante em todo o Brasil. Além disso, o risco é de que, com ampla circulação, novas mutações ocorram.

Pelo atual ritmo de produção e de compra de vacinas, o Brasil apenas conseguirá uma imunidade de rebanho com o imunizante em abril de 2022, oito meses depois de EUA e outros países ricos.

Nos bastidores, se a OMS acreditava que 2021 seria um ano para virar uma página na história da doença, a pandemia ganhou um novo centro: o Brasil, incapaz de controlar a doença e nem de chegar a um consenso nacional para enfrentar a crise.

Dados da agência sobre a situação global entre os dias 1 e 7 de março apontam, por exemplo, que o cenário brasileiro é o que mais preocupa hoje a entidade.

Enquanto houve uma queda de 6% em mortes pela covid-19 no mundo no período avaliado, o que se registrou no Brasil foi um salto de 23%. Foram 60 mil óbitos registrados no mundo, contra 9,9 mil no Brasil. Um dia depois dessa avaliação, o país batia um novo recorde, com 2,2 mil novas mortes em 24 horas.

De acordo com a OMS, o país vai na contramão do mundo. A queda de mortes foi de 17% nos EUA, 7% no México, 30% na África do Sul, 21% na Etiópia, 20% na Nigéria, 3% na França, 30% na Indonésia, 6% na Índia, 17% no Japão, 20% nas Filipinas e 36% na Malásia.

*Jamil Chade/Uol

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Bolsonaro é responsável por 156,5 mil mortes por Covid-19, apontam médicos e cientistas

Especialistas ouvidos pelo GLOBO dizem que já perderam esperança de Ministério da Saúde abrir diálogo com comunidade científica.

O histórico de medidas do governo federal que prejudicaram, em vez de ajudar, o combate à Covid-19 no Brasil atingiu limite que faz médicos e pesquisadores perderem a esperança na possibilidade de diálogo, afirmam pesquisadores.

Especialistas que, mesmo num cenário de desacordo, buscam ser ouvidos para políticas públicas para resposta à pandemia afirmam não ver perspectiva de melhora no combate à Covid neste governo.

Em carta publicada na noite desta sexta-feira (22) na revista médica “The Lancet”, o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas, que coordena pesquisa nacional sobre prevalência da Covid-19, disse que, se o Brasil tivesse tido um desempenho apenas “mediano” no combate ao vírus, mais de 150 mil vidas teriam sido salvas.

“A população brasileira representa 2,7% da população mundial. Se o Brasil tivesse tido 2,7% das mortes globais de Covid-19, 56.311 pessoas teriam morrido”, escreveu o pesquisador. “Contudo, em 21 de janeiro, 212.893 pessoas já tinham morrido de Covid-19 no Brasil. Em outras palavras, 156.582 vidas foram perdidas no país por subdesempenho.”

Segundo o epidemiologista, o governo federal tem um peso maior de culpa nessa avaliação.

— Se essa responsabilidade é compartilhada entre governo federal, estados e municípios ou se é uma responsabilidade mais concentrada no governo federal, que é a minha opinião, isso é questão para debate, mas o número é indiscutível — disse Hallal ao GLOBO.

O pesquisador, que teve verba federal para seu projeto cortado em agosto do ano passado e teve nomeação para reitor declinada por Bolsonaro, afirma estar sofrendo perseguição.

Outra cientista que publicou crítica contumaz ao governo federal nesta semana foi a sanitarista Deisy Ventura, da USP, que liderou um projeto para mapear todas as medidas normativas do governo, além de atos de propaganda e atos de contestação a outros entes da república que buscavam combater a Covid-19.

“Os resultados afastam a persistente interpretação de que haveria incompetência e negligência da parte do governo federal na gestão da pandemia. Bem ao contrário, a sistematização de dados, ainda que incompletos em razão da falta de espaço para tantos eventos, revela o empenho e a eficiência da atuação da União em prol da ampla disseminação do vírus no território nacional, declaradamente com o objetivo de retomar a atividade econômica o mais rápido possível e a qualquer custo”, escrevem Ventura e sua coautora Rossana Reis. “O que nossa pesquisa revelou é a existência de uma estratégia institucional de propagação do vírus.”

Entre medidas nocivas tomadas pelo governo federal apontadas pela pesquisadora estão aquelas que buscaram dificultar a implementação do distanciamento social, apregoar o uso de drogas sem comprovação científica e omissões na coordenação nacional para organizar o combate à pandemia e prover recursos. Só os atos normativos contrários a recomendação de entes técnicos foram 21 compilados até agora.

*Com informações de O Globo

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Urgente: Cientistas que assessoraram Ministério da Saúde, têm seus nomes listados no plano de vacinação, mas não viram o documento

Cientistas reiteram a recomendação para inserção de todas as populações vulneráveis, incluindo a carcerária, nos grupos prioritários, além da ampliação para todos os profissionais de educação e de áreas essenciais. Segundo ministério, plano será detalhado na próxima quinta.

Um grupo de pesquisadores divulgou neste sábado (12) uma nota conjunta em que diz não ter sido consultado sobre o plano de vacinação contra a Covid-19 que foi encaminhado pelo governo ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na nota assinada por cientistas que são listados, no plano, como colaboradores, os pesquisadores dizem que o material não foi apresentado previamente e não obteve a anuência dos integrantes do grupo (leia detalhes do plano mais abaixo e veja a íntegra da nota dos cientistas ao final desta reportagem).

A nota é assinada por 36 pesquisadores. Do plano do governo encaminhado ao Supremo, constam os nomes de cerca de 150 cientistas como colaboradores.

“O grupo técnico assessor foi surpreendido no dia 12 de dezembro de 2020 pelos veículos de imprensa que anunciaram o envio do Plano Nacional de Vacinação da COVID-19 pelo Ministério da Saúde ao STF. Nos causou surpresa e estranheza que o documento no qual constam os nomes dos pesquisadores deste grupo técnico não nos foi apresentado anteriormente e não obteve nossa anuência”, diz trecho da nota divulgada pelo grupo de pesquisadores.

O G1 procurou o Ministério da Saúde, mas não obteve retorno sobre a manifestação dos pesquisadores até a última atualização desta reportagem. Nota divulgada no site da pasta diz que o plano será apresentado e detalhado à população na próxima quinta-feira (17); e que o documento poderá sofrer modificações “durante o seu processo de implementação”.

Os cientistas relatam que haviam solicitado uma reunião sobre o plano e manifestado preocupação pela retirada do planejamento “de grupos prioritários” e pela “não inclusão de todas as vacinas disponíveis que se mostrarem seguras e eficazes”.

O grupo de pesquisadores que assessoraram o Ministério da Saúde reitera a recomendação técnica para que todas as populações vulneráveis, inclusive a carcerária, sejam inseridas na prioridade de vacinação.

Eles também pedem a ampliação dos grupos prioritários de forma a abranger todos os trabalhadores de educação e de áreas essenciais.

O grupo solicita ainda que o governo abra negociações para a aquisição de outras vacinas que atendam a requisitos de eficácia, segurança e qualidade.

Uma das colaboradoras citadas no documento, a epidemiologista Ethel Maciel utilizou uma rede social para dizer que não viu o documento antes de este ser encaminhado ao STF. “Algo que nos meus 25 anos de pesquisadora nunca tinha vivido”, afirmou a professora da Universidade Federal do Espírito Santo.

Veja a íntegra da nota do grupo de cientistas:

Nota pública do Grupo Técnico do “Eixo Epidemiológico do Plano Operacional Vacinação Covid-19”

12 de dezembro de 2020

O grupo técnico assessor foi surpreendido no dia 12 de dezembro de 2020 pelos veículos de imprensa que anunciaram o envio do Plano Nacional de Vacinação da COVID-19 pelo Ministério da Saúde ao STF. Nos causou surpresa e estranheza que o documento no qual constam os nomes dos pesquisadores deste grupo técnico não nos foi apresentado anteriormente e não obteve nossa anuência. Importante destacar que o grupo técnico havia solicitado reunião e manifestado preocupação pela retirada de grupos prioritários e pela não inclusão de todas as vacinas disponíveis que se mostrarem seguras e eficazes.

Reiteramos nossa recomendação técnica para que todas populações vulneráveis sejam incluídas na prioridade de vacinação, como indígenas, quilombolas, populações ribeirinhas, privados de liberdade e pessoas com deficiência. Além dessas, também as outras populações e grupos populacionais já incluídos e apresentados no plano inicial do governo. Outro ponto importante a ser considerado é a ampliação do escopo para todos os trabalhadores da educação e também a inclusão, nos grupos de vacinação, para os trabalhadores essenciais.

Novamente, vimos solicitar do governo brasileiro esforços do Ministério da Saúde para que sejam imediatamente abertas negociações para aquisição de outras vacinas que atendam aos requisitos de eficácia, segurança e qualidade, inclusive com laboratórios que reúnam condições de produção e oferta de doses de vacina e com outras empresas também com oferta de vacinas seguras e eficazes. Portanto, é mister considerar que um atraso na campanha de vacinação significa vidas perdidas e precisamos nesse momento utilizar a ciência para a tomada de decisão que norteará o que mais importa, a preservação de vidas de milhares de brasileiros e brasileiras. Essa é a mais importante tarefa de nosso tempo e todos os esforços devem ser envidados para a sua realização oportuna, segura e efetiva.

Participantes do Grupo Técnico do “Eixo Epidemiológico do Plano Operacional da Vacinação contra COVID-19”

*Com informações do G1

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Video: Nêumanne Pinto chama Bolsonaro de imbecil e se torna vítima do gabinete do ódio de Eduardo Bolsonaro

Como já se imaginava, no decorrer do avanço das mortes por coronavírus no mundo, que já passa de 2,200 milhões, mas sobretudo no Brasil, muita gente ia desembarcar do Titanic miliciano.

Agora chegou a vez de José Nêumanne Pinto, um ex-entusiasta da eleição de Bolsonaro que não economizou adjetivos para espinafrar o instinto assassino de Bolsonaro e, logicamente, teve como resposta o “merecido” castigo vindo do gabinete do ódio, comandado por Eduardo, Carlos Bolsonaro e Allan dos Santos, a mesma trinca que ninguém sabe porque a polícia ainda não prendeu por convocarem bolsonaristas para ameaçar cientistas da Fiocruz e seus familiares, por eles terem apresentados uma pesquisa da cloroquina em que os resultados são diametralmente opostos à fanfarronice irresponsável de Bolsonaro sobre o medicamento.

Agora é Nêumanne Pinto que, depois de gravar um vídeo onde coloca Bolsonaro abaixo de cachorro, receber comentários gentis da falange bolsonarista que a cada dia, mais desesperada com a desaprovação do mito pela população, torna-se mais agressiva e perigosa, como mostrou ontem em ataques aos cientistas, orquestrados por Eduardo Bolsonaro.

Vale a pena assistir ao vídeo não simplesmente porque ele está carregado na mão com adjetivos que Nêumanne vociferou contra o ex-mito, assim como também tem feito, de forma recorrente, Marco Villa, mas pela velocidade com que Bolsonaro derrete e o que espera um governo que está de ponta a cabeça rumo a uma implosão irreversível.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Saúde

Medicamento anunciado por Marcos Pontes é mais nocivo e menos eficaz

O princípio ativo nitazoxanida seria pior do que a cloroquina, porque necessita maiores doses que poderiam ser nocivas ao paciente.

O medicamento que será testado em pacientes com Covid-19 no Brasil é menos efetivo e mais tóxico do que a cloroquina, também já alertada por especialistas por seus efeitos colaterais nocivos à saúde.

Trata-se do remédio que o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, anunciou que será testado nos próximos dias e que o ex-ministro da Saúde, Luiz Mandetta, revelou o nome: o vermífugo Annita. A composição deste medicamento é o princípio ativo nitazoxanida, que segundo coluna de Monica Bergamo, desta sexta (17), é pior que a cloroquina.

A coluna usou como base um estudo já realizado por cientistas e virologistas de Wuhan, a cidade chinesa que teve início a pandemia. Foram testados sete medicamentos em laboratório e comparados seus efeitos. A cloroquina, apesar de ter efeitos colaterais, foi considerada a menos tóxica e mais efetiva para tratar o Covid-19.

Também foram testados outros medicamentos, como o Remdesivir, utilizado para combater o Ebola, que também obteve resultados positivos em laboratório. Entretanto, a nitazoxanida, que é o composto principal do antiviral Annita, apenas apresentou bons resultados no combate ao vírus quando foram aplicadas doses muito altas, e que se mostraram tóxicas.

Ainda, conforme relatou o próprio ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estas pesquisa foram realizadas em laboratório e in vitro, o que se diferencia da eficácia no corpo humano. Diversos medicamentos já apresentaram bons resultados in vitro e nenhum quando aplicados em pacientes.

Entretanto, Marcos Pontes, o ministro de Bolsonaro, que não confirmou que se trata do antiviral Annita, já anunciou que os testes terão início e que houve 94% de eficácia em exames preliminares.

Ainda, o fato de o ministro não querer revelar o nome, justificando para que não haja uma “corrida” às farmácias sem a comprovação da eficácia do medicamento, foi criticado pela comunidade científica.

“Qualquer pesquisa precisa dizer que medicamento será testado, em que doses, em quantos pacientes, e por quem será conduzida. Não existe pesquisa secreta em nenhum lugar do mundo”, criticou o membro do Comitê Comunitário de Acompanhamento de Pesquisas em Tuberculose, Ezio Távora.

 

 

*Com informações do GGN

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Mundo

Cientistas esclarecem a que temperatura morre o coronavírus

Investigadores da Universidade de Hong Kong determinaram a que temperatura morre o vírus SARS-CoV-2, que origina a doença COVID-19.

Cientistas da Universidade de Hong Kong publicaram no site medRxiv um estudo sobre a reação do SARS-CoV-2 a diferentes condições ambientais.

A pesquisa mostra que o vírus permanece bastante estável durante um longo período de tempo quando a temperatura está em torno de 4°C e se não for efetuada nenhuma desinfecção, perdendo todo o efeito ao fim de 14 dias.

Contudo, o vírus mostra-se não resistente a altas temperaturas, tornando-se inofensivo em cinco minutos a 70° Celsius.

Urge desinfectar a superfície interna das máscaras

Os pesquisadores também estabeleceram quanto tempo o novo coronavírus poderia permanecer ativo em diferentes superfícies. Por exemplo, em papel não foi mais detectado após três horas.

Já em roupas e madeira tratada, permaneceu ativo durante dois dias. Em vidro por quatro dias e em plástico sete dias.

Os cientistas determinaram igualmente que o SARS-CoV-2 poderia também permanecer sete dias na superfície interna das máscaras de proteção, pelo que apelaram a uma desinfecção cuidadosa dos seus interiores.

Atualização da Pandemia

Até ao momento, a pandemia do novo coronavírus já ceifou cerca de 32.000 vidas e contaminou perto de 700.000 pessoas em pelo menos 183 países e territórios, sendo apenas uma quinta parte considerada curada.

 

 

*Com informações do Sputnik