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O comportamento da tropa de choque anafilático do Palácio do Planalto na CPI

Na CPI, tropa cloroquineira de Bolsonaro dá declarações falsas e insiste na tese de que estudos e ciência não têm autoridade para descredenciar o uso do kit covid.

De mãos atadas para defender o charlatanismo do governo, que receita tratamento precoce, mesmo com a total ausência de evidências de que o kit covid presta para alguma coisa.

A república da terra plana mandou seus senadores invocarem a autonomia do médico que quiser receitar um medicamento que pode fazer diferença no aumento de mortes e não na cura da covid.

Mais do que isso, essas falsas declarações agravam o quadro do SUS, porque estimula o comportamento do burro orgulhoso que bate no peito dizendo que não usa máscara porque toma Ivermectina e, se adoecesse, tomaria Cloroquina.

O Brasil já ultrapassou a marca de 412 mil mortes por covid, mas seguindo a orientação dos gênios do Palácio do Planalto, a tropa governista da CPI do Senado, como não tem qualquer desculpa para justificar a atitude criminosa de um governo que, de todas as formas, colocou-se contra a ciência mundial, inclusive no uso da máscara, higiene das mãos e isolamento social, o jeito é apelar para o inapelável, com diversionismos múltiplos com metodologia para defender o mito do tratamento precoce e, com isso, tentar mudar a versão da história que levou o país a esse morticínio sumário.

O problema é que apenas dois convocados pela CPI deram depoimento até o momento e a tentativa de defender um tratamento comprovadamente ineficaz para justificar a culpa do próprio presidente da República pelo resultado trágico, não tem como ganhar fôlego para mais um dia depoimentos de convocados pela CPI, e são muitos que ainda vão depor, o que certamente ajudará, cada qual com seu depoimento, a derrubar esse nefasto governo que está torturando a população pela fome, pela miséria e pela covid.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Não há mais governo, e ninguém se dispõe a derrubar quem já desistiu de governar

Resta-nos confiar no que ainda temos de burocracia profissional no país.

Segundo Celso Rocha de Barros, em matéria publicada na Folha, no sábado (1º), velhos vacinados pelo Doria foram às ruas em apoio a Bolsonaro. Parabéns para os chineses: os manifestantes pareciam bem fisicamente, e seus evidentes problemas mentais eram claramente preexistentes.

Mesmo a maior manifestação, no Rio de Janeiro, não reuniu mais do que quatro ou cinco dias de brasileiros mortos durante a pandemia por culpa do governo Bolsonaro. Se a ideia era dizer “se tentarem derrubar Bolsonaro, terão de se ver conosco”, ninguém ficou assustado.

A demonstração de força dos bolsonaristas fracassou, mas o que interessa é que precisaram tentá-la. Eles sabem que Bolsonaro está perdendo.

O governo dos extremistas se desfaz a olhos vistos. Pela primeira vez na história, os chefes das Forças Armadas renunciaram conjuntamente em protesto contra o presidente da República. Logo depois, o Supremo Tribunal Federal tomou coragem e cumpriu seu dever constitucional obrigando o Senado a abrir a CPI do assassinato em massa. Bolsonaro manobrou para barrar a CPI, fracassou; manobrou para tirar Renan Calheiros da relatoria da CPI, fracassou.

A equipe econômica está se desintegrando em plena luz do dia, com demissão após demissão, uma fila puxada pelos melhores que só não termina em Guedes porque existe o inacreditável Adolfo Sachsida. O extremista Ernesto Araújo perdeu o Itamaraty e agora xinga o governo no Twitter. O vice-presidente Mourão deu uma entrevista ao jornal Valor Econômico em que declarou que não deve continuar na chapa na campanha da reeleição; defendeu, inclusive, a união em torno de uma terceira via para 2022.

Não há precedente para nada disso. Todo governo brasileiro que chegou perto desse ponto caiu antes de atingir esse grau de degeneração. E, no entanto, o governo Bolsonaro não cai.

No fundo, quem sustenta o governo Bolsonaro no momento é a Covid-19. O vírus impede manifestações de rua dos 70% do eleitorado que rejeitam Bolsonaro. E a mortandade causada pelo governo está tão fora de controle que as forças que poderiam organizar o impeachment não querem assumir responsabilidade pelo número imenso de mortes que Bolsonaro já contratou.

Mas se a Covid-19 segura Bolsonaro no Planalto, também impede que seu governo seja funcional, o que, sejamos honestos, já não seria fácil de qualquer maneira. O Brasil tem um grande problema de cuja solução depende a solução dos outros, a pandemia. Foi justamente esse o problema que Jair Bolsonaro desistiu de solucionar, porque já não comprou a vacina, já sabotou o isolamento social, e, a esta altura, não saberia corrigir-se se o quisesse.

Daí em diante, não há mais governo, só a mímica da rotina administrativa, a máquina rodando no vazio. A grande realização de Bolsonaro em 2021 foi aprovar o orçamento antes de maio.

Não há mais governo, e ninguém se dispõe a derrubar quem já desistiu de governar.

Resta-nos confiar no que ainda temos de burocracia profissional, no SUS, na Anvisa, nos governos estaduais, no Butantã, na Fiocruz. Que o medo da CPI pelo menos impeça Bolsonaro de continuar atrapalhando essa gente.

Minha aposta é que, depois do governo Bolsonaro, alguma palavra do português brasileiro entrará para as outras línguas como sinônimo de desastre.

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Renan Calheiros: ‘Todas as frases de Bolsonaro sobre a pandemia me assustam’

De acordo com matéria publicada pelo Uol, relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) admitiu que reuniu 200 frases negacionistas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia. O parlamentar teve dificuldade em apontar uma das frases porque “todas me assustam”, afirmou.

A afirmação do relator ocorreu durante o UOL Entrevista desta segunda-feira (3), conduzida pela apresentadora Fabíola Cidral e pelo colunista Tales Faria.

De acordo com Renan, escolher as frases ditas pelo presidente foi um jeito encontrado para iniciar as investigações.

“Como é que vai investigar, cumprir seu papel constitucional, se há omissão, se há responsabilidade de um governo, de um presidente da República, sem começar juntando as frases e suas manifestações públicas? Não há como começar diferente”, afirmou.

Questionado sobre qual a frase que mais o assusta, Renan admitiu dificuldade em responder.

Olha, se você me perguntar mesmo isso eu terei muita dificuldade em responder, porque na verdade todas me assustam.

Renan é suspeito?

Renan afirmou que “nenhum governador absolutamente” será chamado para depor na CPI “porque é que quer quem deseja desviar o foco da comissão”, afirmou.

“Isso tem de ser investigado pela Policia Federal e Ministério Público e não uma CPI criada para apurar negligência e responsabilidade desse morticínio que apavora o Brasil”, afirmou.

A investigação dos governadores foi a razão da oposição para tentar impedir que Renan fosse escolhido relator da CPI. Pai de Renan Filho (MDB), governador de Alagoas, seria um dos alvos. Questionado se isso não o faria parcial na relatoria da comissão, Renan respondeu que “não tenho nem porque responder esse tipo de indagação”.

“Não há nenhuma investigação contra o estado de Alagoas, o mais transparente no Brasil”, disse “Se o desdobramento desta investigação precisar apurar Alagoas, não tenham nenhuma dúvida de que isso será feito com toda isenção como qualquer investigação requer.”

Quiseram fazer disso (…) um biombo para investiar estados e municpios para isentar o presidente da Repúblia, mas não é isso o que a sociedade faça. (Renan Calheiros)

Escolha conturbada

Crítico das medidas adotadas pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido) contra a pandemia, Renan foi escolhido após acordo entre 7 dos 11 membros da CPI considerados independentes ou de oposição ao governo. O ex-presidente do Senado quase foi impedido de assumir o posto depois que a Justiça Federal do Distrito Federal concedeu à deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) uma decisão liminar.

Zambelli defendia que Calheiros é pai de Renan Filho, governador de Alagoas, e por isso seria parcial nas investigações, cujo alvo inclui repasses federais a estados e municípios.

A decisão, porém, acabou caindo no último dia 27 por decisão do próprio presidente em exercício do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Francisco de Assis Betti, ao alegar que a escolha do relator é direito do presidente da comissão, no caso o senador Omar Aziz (PSD-AM).

Calheiros assumiu o posto defendendo que os responsáveis pelo agravamento da pandemia sejam punidos “exemplarmente”. Um dos alvos da comissão é o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que deverá depor na CPI na próxima quarta-feira (5).

Os outros dois ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, também serão ouvidos. Mandetta e Teich falarão à comissão amanhã (4); já Queiroga dará seu depoimento na quinta (6).

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O que vai decidir a eleição de 2022 será o pão nosso de cada dia, onde Lula ganha de braçada

A direita não disfarça. Bastou dar o golpe em Dilma, e Temer já foi direto na jugular dos pobres.

Com Bolsonaro, a coisa foi ainda pior, desemprego recorde e a volta do país ao mapa da fome.

Todos sabiam que viria um neoliberalismo fundamentalista que atacaria os pobres para aumentar a fortuna dos ricos. Que viria o sequestro dos direitos dos trabalhadores para aumentar o lucro dos grandes empresários e banqueiros. Que viria aumento dos combustíveis e gás de cozinha para fazer acontecer, nas costas do povo, os ganhos maiores para acionistas da Petrobras. Que viria, como veio, uma hiperinflação dos alimentos que compensaria com vantagens a queda da renda e do poder de compra das classes C, D e E que, durante o governo Lula, chegou a ser o 16º balcão de negócios do planeta quando a economia brasileira já estava entre as sete maiores do mundo.

Assim, o foco central da campanha de 2022, será a mesa dos brasileiros, tão carente de comida para metade da população que hoje vive com insegurança alimentar.

Nada na direita está definido. Ninguém sabe se Bolsonaro escapará do cerco da CPI da Covid.

Mesmo que a mídia siga discutindo um confronto entre Lula e Bolsonaro, ninguém sabe como vai terminar a CPI e as consequências para Bolsonaro, que podem e devem desembocar em seu impeachment.

O fato é que teremos dois projetos antagônicos. O dos bilionários x o dos pobres.

E nada adianta vir Pedro Parente defender uma terceira via dizendo que era preciso criar um capitalismo humanizado e, muito menos as visões miúdas de políticas compensatórias de Armínio Fraga.

Os programas sociais dos governos Lula e Dilma são muito mais abrangentes do que essa maquiagem tucana para açucarar o neoliberalismo. Mesmo caramelado, o neoliberalismo será sempre formicida para os pobres e estricnina para os trabalhadores.

O livre mercado não faz disputa entre si, mas entre os ricos e pobres. É um pensamento de exploração que transfere o máximo de riqueza produzida no país para as mãos de muito poucos, os chamados 1%.

Lula já provou que pobre não é problema, mas solução se ele for incluído no orçamento do governo, porque é dividindo mais a riqueza que o país cresce.

Os neoliberais, sejam da chamada extrema direita, sejam da suposta centro-direita têm uma linha de pensamento econômico que rouba de nossa mesa o pão nosso de cada dia para entregar para os endinheirados, como vimos com FHC, temer e Bolsonaro.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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O uso de obstrução da CPI por senadores bolsonaristas só revela que Bolsonaro não tem plano de defesa

Pra começo de conversa, se Bolsonaro tivesse algum feito positivo no combate à pandemia, os bolsonaristas já teriam feito um carnaval nas redes. Se buscarem o mesmo caminho dos senadores que defendem o governo Bolsonaro atacando prefeitos e governadores, é porque Bolsonaro, em última análise, está confessando uma derrota política acachapante. E a CPI ainda nem começou.

Por ora, os times só estão escalados, o que já de cara apresenta uma derrota mortal para quem queria tirar Renan Calheiros da relatoria, justamente porque não tem nada para mostrar como política de combate à pandemia e muito o que esconder sobre a responsabilidade pelo Brasil ter chegado à catástrofe que chegou, com 400 mil mortes.

Até aqui, foi um jogo de perde-perde para Bolsonaro. E essa situação dramática tem tudo para ser ainda pior depois da convocação dos ex-ministros da Saúde, Mandetta, Nelson Teich e, principalmente Pazuello, pois, além da guerra travada por Bolsonaro contra as vacinas, o kit covid, praticamente imposto pela gestão de Pazuello e a falta tanto de oxigênio quanto de medicamentos para intubação nos hospitais, terá um bombardeio de torpedos disparados à queima-roupa.

Pelo aquecimento da peleja na CPI, a tendência é que Bolsonaro não ganhe uma bola dividida e não terá espaço para avançar nos momentos em que estiver com a bola dominada, além de manter a posse desta mais tempo na sessão sem conseguir aplicar qualquer jogada, mesmo porque essas nem teorias têm, que fará fôlego.

Não é sem motivos que Bolsonaro está, além de desesperado, suplicando por algum acontecimento que ao menos reduza esse processo que, sem dúvida alguma, vai tratorar o seu mandato e desembocará inevitavelmente em impeachment.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Convocação do Senado ao Cacique Raoni será mais um pedregulho na botina de Bolsonaro

“Estoque de testes do Brasil está no fim, mas o encalhe de cloroquina, que a CPI vai investigar, incomoda o governo. Saúde orientou descarregar Kit-Covid em aldeias indígenas da AM. Cacique Raoni será ouvido sobre a pandemia e mortalidade indígena em Comissão de Meio Ambiente o Senado.” (Saul Leblon – Carta Maior)

Esta talvez seja uma das mais cruéis passagens da pandemia, o uso sistemático e indiscriminado do kit cloroquina que o Ministério da Saúde descarregou nas aldeias indígenas, o que certamente abre um outro campo de batalha fora da CPI, mas que acaba sendo material explosivo contra o governo Bolsonaro na mesma CPI.

Dificilmente, o governo Bolsonaro conseguirá explicar tantas sandices ao mesmo tempo. Não há estratégia possível que possa enfrentar uma realidade tão dura e com tantas provas de incompetência, imprudência e, consequentemente de crimes cometidos pela pasta da Saúde.

Isso dá uma dimensão bem clara de que, mesmo sendo cedo para afirmar, tudo indica que o processo seguirá, a cada depoimento, para desaguar no impeachment.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Oposição protocola pedido de CPI para investigar Ricardo Salles

A oposição na Câmara dos Deputados apresentou, nesta quarta-feira, o pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de omissões e crimes cometidos pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O documento é assinado por membros de sete partidos — PT, PSB, PDT, Psol, PCdoB, Rede e PV — e pelos líderes da oposição na Casa e no Congresso.

Caso venha a ser instaurada, a CPI terá cinco frentes de investigação: a denúncia de que Salles teria atuado em favor de madeireiras ilegais após apreensão histórica no Norte do país; o desmonte da fiscalização e omissão diante do desmatamento na Amazônia; conluio com garimpeiros ilegais que teria levado à suspensão da fiscalização; o uso de voo da Força Área Brasileira (FAB) para levar garimpeiros ilegais do Pará para reunião com o ministro em Brasília; e a omissão diante dos incêndios no Pantanal e do “dia do fogo”.

Para ser aberta a CPI na Câmara é necessária a assinatura de ao menos 171 deputados, isto é, um terço da Casa. A oposição já tem130 assinaturas, mas está reunindo esforços para trazer deputados do centro ao seu lado. Os partidos visados para isso são Cidadania, MDB, DEM e PSDB. A coleta de assinaturas começou nesta tarde, após o requerimento ser protocolado.

De acordo com o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), líder da Minoria na Câmara, a bancada do Cidadania já se comprometeu a aderir ao requerimento. O partido ocupa seis cadeiras na Casa. Após a coleta das assinaturas, o pedido de abertura da CPI será submetido à aprovação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

— Se o presidente alegar que existem outros pedidos de CPI, ele terá que instaurar cinco CPIs, que é o limite permitido. Hoje, não temos nenhuma outra comissão parlamentar de inquérito instaurada na Câmara. Caso contrário, vamos entrar na Justiça, da mesma forma como aconteceu no Senado — afirmou Freixo, fazendo menção à CPI da Covid, aberta após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Sua antipolítica ambiental inclui o desmonte das instituições ambientais conquistadas pela sociedade brasileira ao longo das últimas décadas, em afronta à Constituição Federal e aos tratados e convenções internacionais de que o país faz parte, que estabelecem a obrigação de o poder público defender e preservar o meio ambiente para a presente e futuras gerações”, diz o requerimento.

A articulação da oposição se deu após o depoimento do delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva à Casa. Na audiência, na última segunda-feira, o ex-superintendente da PF no Amazonas afirmou que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, legitimou a ação de madeireiros criminosos e tentou minar a credibilidade da operação que apreendeu um recorde de aproximadamente 200 mil metros cúbicos de madeira extraídos ilegalmente.

— Ricardo Salles age como um verdadeiro antiministro do Meio Ambiente, fragilizando a fiscalização ambiental e defendendo autores de crimes ambientais. Enquanto isso, o Brasil se torna pária mundial, à medida que a economia verde se torna tema central nos outros países. Ou damos uma guinada radical em nossa política ambiental, identificando as condutas criminosas até aqui praticadas para que elas não voltem a acontecer, e os responsáveis sejam punidos, ou vamos sentir os impactos desse desastre por décadas — disse o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), um dos autores do pedido.

Um dos pontos que deverá ser investigado é a suspeita de que, após uma reunião entre Salles e garimpeiros, em agosto do ano passado, foram suspensas por dois dias as operações de combate a garimpos ilegais na Terra Indígena Munduruku, no Oeste do Pará. De acordo com o pedido, o tempo foi suficiente para que o maquinário utilizado para devastar a floresta fosse escondido.

*Com informações de O Globo

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Ou a CPI do genocida chega no impeachment de Bolsonaro ou não servirá para nada

O que começa a ser investigado hoje no Brasil pela CPI do Senado não é exatamente uma investigação, mas um replay de tudo o que o país assistiu de mais absurdo que um sujeito poderia cometer contra os brasileiros.

Não há sequer na história do Brasil um bandido, por mais cruel e facínora que pudesse ser, que tivesse cometido 1% de crimes documentados pela mídia, ao vivo e a cores, que não tenha custado a vida de centenas de milhares de brasileiros.

As declarações, os gestos, a ousadia, o desrespeito às leis, à saúde publica ou a qualquer norma de civilidade, foram escrachados por Bolsonaro. Uma mistura de esculhambação com anarquia delinquente e selvagem de um sujeito que criou suas próprias leis e regras, como é característico em líderes de milícias, esquadrões da morte e grupos de extermínio.

Quem diz que não há surpresa nos atos de Bolsonaro, mente. Ele superou e muito toda e qualquer a expectativa negativa que se tinha dele do ponto de visto da crueldade, da frieza, do desprezo pela vida alheia, por pura diversão, aquela diversão sarcástica de gente ruim.

O problema maior é que Bolsonaro não é um brasileiro qualquer, é o presidente da República que tem possibilidade de usar as instituições do Estado para fazer um estrago no povo brasileiro, e o fez sem só nem piedade.

A crueza de seus atos macabros foram listados por seu próprio governo que estão longe de se limitarem a 23, como sugere a lista de crimes distribuídas aos ministérios. Bolsonaro, praticamente, cometeu crime todos os dias em que esteve à frente da presidência, muitos deles com o auxílio luxuoso de Moro na pasta da Justiça e Segurança Pública, o mesmo que transformou Bolsonaro em presidente utilizando os métodos mais criminosos que poderia um juiz canalha.

Então, não há o menor sentido pensar em qualquer hipótese que não seja um desfecho trágico a quem produziu tanto sofrimento, tantas mortes que deixarão uma sequela na sociedade brasileira cem vezes maior, em termos de horror, do que a própria ditadura militar e a sua monstruosidade.

O número de vítimas e o deboche com a dor dos brasileiros é um escárnio que não se viu nem nos piores regimes da história da humanidade. Nenhum facínora de regimes totalitários foi capaz de tamanho proselitismo de suas políticas de extermínio diante dos canais de imprensa.

Bolsonaro, além de tudo, tem a doença do narciso, característica de um psicopata que deve ser imediatamente privado de qualquer tipo de contato com a sociedade.

Se pegar cena por cena de tudo o que ele fez para chegar a essa tragédia sanitária e com o prazer sádico, só se chega a uma conclusão, a CPI tem que agir rápido como uma operação de guerra, propor o impeachment de Bolsonaro para cassar seu mandato e que, em paralelo, um processo judicial corra na mesma velocidade para que ele saia do Palácio do Planalto algemado e preso, pois esse sujeito não é gente, que fará presidente da República.

Por tudo isso, não pode haver um vacilo na CPI que permita, sob qualquer hipótese, que esse monstro não sofra todas as sanções possíveis que a sociedade tem como instrumento de defesa para lidar com bandidos sanguinários da cepa de Bolsonaro.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Pacheco diz que Senado não vai cumprir decisão de juiz do DF sobre impedir Renan Calheiros de relatar CPI

Uma clara derrota, mais uma de Bolsonaro que tenta a todo custo tirar Renan Calheiros da relatoria da CPI da Covid, ou seja, quanto mais Bolsonaro mexe, mais fede.

Presidente da Casa vê incompetência de Justiça do Distrito do Federal para dar liminar sobre o tema.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), não vai cumprir a decisão de Charles Morai, da 2ª Vara Federal do Distrito Federal.

O juiz concedeu uma decisão liminar (provisória) para impedir que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) seja nomeado o relator da CPI da Covid nesta terça-feira (27).

Para Pacheco, não compete à Justiça do DF tomar tal decisão.

“Trata-se de questão interna corporis do Parlamento, que não admite interferência de um juiz”, afirma.

A escolha do relator da CPI não é do presidente do Senado, mas sim do presidente da comissão.

*Com informações do Painel/Folha

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Usando o general da ativa, Pazuello, como boi de piranha, Bolsonaro transfere para as Forças Armadas a culpa pelo genocídio

A estratégia de colocar Pazuello, um general da ativa, sob os holofotes da CPI do genocídio provocado por seu governo, Bolsonaro responsabiliza ou pelo menos divide com as Forças Armadas a culpa pelo morticínio por covid no Brasil que já matou 400 mil brasileiros.

O objetivo de Bolsonaro é não deixar que o ambiente da CPI se transforme em atalho para o seu impeachment.

Assim, toda a sua ação criminosa será jogada nas costas de um general da ativa, um homem do alto comando das Forças Armadas que deve lhe servir como mata-burro de proteção contra a responsabilização que tem nesse genocídio, mas que ele, malandramente, usa Pazuello para transferir a responsabilidade para os militares.

Se já é difícil separar das Forças Armas aquela velharia militar que vive de boquinha no governo, mais difícil ainda é separar, diante dos olhos da sociedade, um general da ativa.

Todos sabem disso, desde os generais que assessoram Bolsonaro quanto os generais do alto comando militar.

Isso, inevitavelmente, vai desgastar a já desgastada imagem das Forças Armadas como instituição que, por um motivo que não se sabe qual, não separa uma coisa da outra de forma cabal e definitiva e, por isso mesmo, pagará o preço, ainda não se sabe qual e nem quanto, pelos crimes de um sujeito que foi expulso do exército por seu comportamento criminoso e que, agora, volta pelo telhado usando o cargo para servir de instrumento de pressão para que os militares aceitem essa condição e assumam uma parcela de culpa, senão toda, pela tragédia que o monstro provocou no país.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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