Categorias
Política

PF diz que Bolsonaro aguardaria tentativa de golpe morando nos EUA, para onde transferiu R$ 800 mil

Ex-presidente viajou no fim do mandato para a Flórida e transferiu recursos para se bancar no exterior, segundo investigação.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma transferência de R$ 800 mil antes de viajar aos Estados Unidos no final de dezembro de 2022, de onde aguardaria os desdobramentos da tentativa de golpe de Estado no Brasil, segundo a investigação da Polícia Federal (PF). O passaporte do presidente foi apreendido na Operação Tempus Veritatis, realizada no dia 8 de fevereiro.

As informações constam de um documento da investigação obtido pelo blog na quarta-feira (14).

De acordo com a PF, os investigados “tinham a expectativa de que ainda havia possibilidade de consumação do golpe de Estado” e estavam cientes dos atos ilícitos cometidos.

“Alguns investigados se evadiram do país, retirando praticamente todos seus recursos aplicados em instituições financeiras nacionais, transferindo-os para os EUA, para se resguardarem de eventual persecução penal instaurada para apurar os ilícitos”, aponta o documento.

No caso de Bolsonaro, diz a PF, foi feita uma operação de câmbio no dia 27 de dezembro no valor de R$ 800.000,03 para um banco com sede nos EUA onde o ex-presidente possui conta.

A representação da polícia, enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), menciona que nesse montante pode estar o dinheiro do “desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras”, como no caso da venda de joias dadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro.

“Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência do exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de Golpe de Estado que estava em andamento”, afirma a PF.

Após a transferência dos R$ 800 mil para os EUA, conforme aponta a quebra de sigilo bancário feita pela PF, Bolsonaro ficou com um saldo negativo em sua poupança no Brasil no valor de R$ 111 mil. Esse valor foi coberto posteriormente por recursos retirados por ele de um fundo de investimentos — o documento da PF não diz quanto o ex-presidente mantinha nesse fundo.

Procurada pelo blog, a defesa de Jair Bolsonaro não respondeu até a última atualização desta reportagem.

Categorias
Mundo

Caso Assange: ONU alerta que fundador do Wikileaks pode sofrer tortura se extraditado aos EUA

Especialista das Nações Unidas sobre Tortura teme que fundador do Wikileaks sofra maus-tratos e punições nos Estados Unidos.

A relatora especial da ONU sobre Tortura, Alice Edwards, pediu nesta terça-feira (06/02) que Reino Unido suspenda a possível extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, que pode ser decidida neste mês de fevereiro.

Ela apelou às autoridades britânicas para que considerem o apelo do ativista e fundador do WikiLeaks com base em suspeitas de que, se extraditado, corre o risco de sofrer tortura ou outras formas de maus-tratos e punições.

Edwards também relatou o delicado estado de saúde do jornalista, que “sofre de um transtorno depressivo recorrente e de longa data”, informando que é “avaliado como estando em risco de suicídio” caso sua extradição ocorra.

Nos Estados Unidos, Assange enfrenta inúmeras acusações, inclusive de espionagem, por supostas liberações ilegais de telegramas e documentos diplomáticos via página online conhecida como WikiLeaks.

As acusações do governo norte-americano contra Assange são relacionados aos vazamentos de documentos do Pentágono sobre a atuação dos Estados Unidos no Iraque e do Afeganistão.

“Se for extraditado, Assange poderá ser detido em isolamento prolongado enquanto aguarda julgamento. Se condenado, ele poderá ser sentenciado a até 175 anos de prisão”, alertou Edwards.

Para a especialista da ONU, o risco de ser colocado em confinamento solitário prolongado, apesar do seu precário estado de saúde mental, e de receber “uma sentença potencialmente desproporcional levanta questões sobre se a extradição de Assange para os Estados Unidos seria compatível com as obrigações internacionais do Reino Unido em matéria de direitos humanos”.

A relatora especial da ONU argumenta que os Estados Unidos podem falhar em garantir os direitos de Assange, afirmando que suas “garantias diplomáticas não são suficientes para proteger Assange contra tal risco”.

Assim, Edwards fez um apelo ao governo do Reino Unido para que reveja a ordem de extradição de Assange a fim de garantir “o pleno cumprimento da proibição absoluta e inderrogável de retorno forçado à tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes”.

Ela pediu ainda que as autoridades britânicas tomem todas as medidas necessárias para “salvaguardar a saúde física e mental de Assange”.

Um último recurso interno, após uma longa batalha legal sobre a extradição de Assange, está agendada para ocorrer no Supremo Tribunal de Londres, de 20 a 21 de fevereiro.

Julian Assange enfrenta 18 acusações criminais nos Estados Unidos pelo seu alegado papel na obtenção e divulgação ilegal de documentos confidenciais relacionados com a defesa nacional, incluindo provas que expõem alegados crimes de guerra. Ele está detido no Reino Unido desde 2019, na prisão de segurança máxima de Belmarsh.

*Opera Mundi

 

Categorias
Mundo

EUA violam soberania do Iraque e da Síria, ocupam parte de seu território, diz ex-militar americano

Com os ataques a esses países e uma “escalada absolutamente perigosa”, Earl Rasmussen espera que haja “adultos na região”.

Os EUA, com seus ataques ao Iraque e à Síria, violam a soberania de ambos os países, afirmou Earl Rasmussen, coronel aposentado do Exército dos EUA e ex-vice-presidente da Fundação Eurásia, à Sputnik.

“Isso é uma violação da soberania do Iraque e da Síria. Além disso, continuamos a ocupar ilegalmente territórios no Iraque e na Síria, juntamente com nosso apoio ao genocídio em curso em Gaza, tornando esses locais alvos de grupos paramilitares”, comentou Earl Rasmussen os ataques dos EUA.

Na opinião de Rasmussen, as ações de Washington são uma “escalada absolutamente perigosa” da situação, com os EUA não só não estando interessados na estabilidade regional, como também ajudando muitos grupos locais.

“Esperemos que haja adultos na região para evitar uma escalada ainda maior, pois os EUA e Israel definitivamente não estão buscando a redução da escalada ou a estabilidade”, acrescentou.

No último final de semana, tropas dos EUA em uma base na Jordânia foram atacadas por um drone. De acordo com o Pentágono, o ataque matou três militares e feriu mais de 40. Entre outros, Washington atribuiu a responsabilidade pelo incidente ao Irã.

Os EUA retaliaram o ataque à sua base militar na Jordânia, atingindo mais de 85 alvos ligados às forças do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) e grupos afiliados no Iraque e na Síria.

*Sputnik

Categorias
Mundo

Ataques dos EUA na Síria e Iraque deixam mortos e feridos: ‘agressão contra a soberania’

Um porta-voz das Forças Armadas Iraquianas classificou os ataques como ‘uma ameaça que arrastará consequências imprevistas’ no Oriente Médio.

Ataques do Exército dos Estados Unidos a postos usados pela Guarda Revolucionária do Irã na Síria e no Iraque, como prometido pelo presidente Joe Biden, deixaram ao menos 16 mortos e 25 feridos, informou neste sábado (03/02) o governo iraquiano.

Os ataques contra 85 alvos duraram 30 minutos e foram utilizadas mais de 125 munições de precisão.

Alguns deles foram executados por bombardeiros B-1B, que partiram da Base Aérea de Dyess, no Texas, na sexta-feira (02/02), em um voo de mais de 6 mil milhas.

Os alvos atingidos incluíram centros de operações de comando e controle, centros de inteligência, foguetes e mísseis, armazéns de armazenamento de veículos ventilados não tripulados e instalações de logística e cadeia de abastecimento de munições usadas por grupos de milícias apoiados pelo Irã.

“A administração dos EUA cometeu uma nova agressão contra a soberania do Iraque, uma vez que as localizações das nossas forças de segurança, nas regiões de Akashat e Al-Qaim, bem como em locais civis vizinhos, foram bombardeadas por vários aviões dos EUA”, disse o governo iraquiano, citado pela ABC News.

“Esta agressão flagrante levou à morte de 16 mártires, incluindo civis, além de 25 feridos. Também causou perdas e danos a edifícios residenciais e propriedades de cidadãos”, acrescentou.

O governo iraquiano também disse que os ataques “colocam a segurança no Iraque e na região no limite” e contradizem diretamente o esforço dos EUA para “estabelecer a estabilidade necessária” na região.

A resposta é a primeira do que se espera ser uma série de ataques em retaliação pela morte de três soldados norte-americanos na semana passada na Jordânia, segundo um oficial de defesa dos EUA.

Biden deu ordem para atacar grupos afiliados e apoiados pelo Irã no Iraque e na Síria, alertando que, “se os Estados Unidos forem atingidos, reagirão”.

“A nossa resposta começou hoje. Os Estados Unidos não procuram conflitos no Oriente Médio ou em qualquer outro lugar do mundo”, afirmou Biden na sua primeira declaração sobre os ataques. A ação militar constitui uma escalada significativa em todo o Oriente Médio.

Ameaça à estabilidade da região

Um porta-voz das Forças Armadas Iraquianas classificou os ataques como “uma ameaça que arrastará o Iraque e a região a consequências imprevistas”. O Ministério das Relações Exteriores do Irã, por sua vez, afirmou que este foi “outro erro estratégico” dos Estados Unidos.

Já o grupo fundamentalista islâmico Hamas acusou o governo norte-americano de ameaçar a “estabilidade da região” e descreveu os ataques como “servindo à agenda expansionista da ocupação [de Israel]”.

Alertando sobre as consequências, o Hamas apelou aos Estados Unidos para “reverem as suas políticas agressivas e respeitarem a soberania dos Estados e os interesses dos povos árabes”.

Os ataques dos EUA, esperados durante dias em resposta ao assassinato de três soldados norte-americanos na Jordânia, continuarão durante dias como parte de uma resposta em larga escala e a vários níveis, revelaram fontes da Casa Branca.

*Opera Mundi

 

Categorias
Uncategorized

Analista de riscos: EUA estão entrando em uma espiral de dívidas sem fim

Nassim Taleb, analista de risco e gestor de fundos, expressou preocupação com o perigoso aumento da dívida nacional nos Estados Unidos, que está gerando divisões políticas em Washington e dificultando a resolução do problema.

“Enquanto o Congresso continuar a ampliar o limite da dívida e a fazer acordos por medo das consequências de tomar a decisão correta, essa estrutura política dentro do sistema político resultará, eventualmente, em uma espiral de dívida. Uma espiral de dívida é como uma espiral sem fim… mortal”, alertou Taleb durante um evento para a Universal Investments nesta terça-feira (30).

Taleb ressaltou seu pessimismo em relação ao sistema político do mundo ocidental como um todo.

Na semana passada, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, mencionou que a dívida nacional dos Estados Unidos, que alcançou a marca inédita de US$ 34 trilhões, é um número assustador, mas gerenciável.

Yellen justificou afirmando que a dívida dos EUA é administrável devido à magnitude de sua “economia enorme”.

Categorias
Política

Vídeo: Lula acusa Lava Jato e Departamento de Justiça dos EUA de complô para acabar com a Petrobras

Durante seu discurso na retomada dos investimentos na refinaria Abreu e Lima (Rnest) da Petrobras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a perseguição judicial sofrida por ele na Operação Lava Jato foi fruto de um complô do Departamento de Justiça dos EUA com “juízes e procuradores desse país”.

As obras na refinaria estavam paradas desde 2015 por conta de denuncias de corrupção oriundas da Operação Lava Jato.

“Eu vou dizer como presidente da República: tudo o que aconteceu nesse país foi uma mancomunação entre juízes desse país, alguns procuradores desse país, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras”, disse o presidente.

“Eles não queriam que nós tivéssemos a Petrobras em 1953.

https://twitter.com/i/status/1748123682516402394

*Sputnik

Categorias
Mundo

Grupo rebelde Houthis dispara míssil contra navio dos EUA no Mar Vermelho

Rebeldes prometeram continuar ataques no local até que Israel interrompa o conflito em Gaza.

O grupo rebelde Houthis disparou um míssil contra um navio estadunidense no Mar Vermelho neste domingo (15). Um caça-jato dos Estados Unidos interceptou o projétil, segundo o Comando Central do país.

Não houve feriados ou danos relatados, de acordo com as autoridades estadunidenses. O ataque dos Houthis foi na direção de um navio que opera na região sul do Mar Vermelho.

Este é o primeiro ataque das forças rebeldes reconhecido pelos estadunidenses desde os bombardeios de Estados Unidos e o Reino Unido a alvos dos Houthis no Iêmen.

A operação contra o grupo rebelde se iniciou durante a madrugada de sexta-feira (12), pelo horário local — noite de quinta-feira (11), no Brasil. A missão aconteceu um dia após os Houthis realizarem o maior ataque nas rotas comerciais do Mar Vermelho desde 19 de novembro.

Segundo autoridades estadunidenses e britânicas, a ação foi um “ato de legítima defesa”. Já o porta-voz dos Houthis afirmou que a operação contra alvos do grupo é “injustificada” e que os ataques a navios com destino a Israel no Mar Vermelho iriam continuar.

Os Houthis ainda não reconheceram a gravidade dos danos causados pela ação dos Estados Unidos e Reino Unido. Segundo eles, os ataques mataram cinco dos seus soldados e feriram outros seis, diz o g1.

Na sexta, o Irã, a Rússia e o Omã condenaram a missão contra as forças rebeldes. Horas após o ataque, a Rússia afirmou que solicitou uma reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir os bombardeios.

Ataques no Mar Vermelho
A ação conduzida pelos Estados Unidos e o Reino Unido, na sexta-feira, foi feita via água e ar, com o uso de submarinos, navios e aeronaves.

Esses foram os primeiros bombardeios contra o grupo desde que os rebeldes começaram a atacar navios comerciais no Mar Vermelho, no fim de 2023.

Nas últimas semanas, militantes do grupo rebelde, apoiados pelo Irã, vêm fazendo uma série de ataques contra navios comerciais em protesto contra bombardeios de Israel na Faixa de Gaza. O grupo Houthis controla boa parte do Iêmen.

Desde novembro, pelo menos 27 ataques conduzidos pelo grupo rebelde contra navios foram registrados na região. Em dezembro, por exemplo, um navio norueguês foi atacado por um míssil, na costa do Iêmen.

Os rebeldes prometeram continuar os ataques até que Israel interrompa o conflito em Gaza e alertaram que atacariam navios de guerra dos EUA se o próprio grupo fosse alvo.

Com a instabilidade na região, a navegação na principal rota entre a Europa e a Ásia diminuiu. A passagem pelo Mar Vermelho representa cerca de 15% do tráfego marítimo mundial.

Várias companhias de transporte marítimo suspenderam operações, preferindo o trajeto mais longo em torno da África.

Categorias
Mundo

Houthis realizam exercícios militares após novo ataque dos EUA no Iêmen

Ofensiva conjunta com Reino Unido aumentou as preocupações sobre a escalada do conflito no Oriente Médio.

O movimento Houthi realizou no sábado (13) exercícios militares na província de Saada, no noroeste do Iêmen, ameaçando uma “resposta forte e eficaz” depois que os Estados Unidos realizaram outro ataque noturno contra o grupo alinhado ao Irã.

Num vídeo divulgado pelos Houthis, oficiais foram filmados assistindo a uma série de exercícios militares, incluindo lançamentos de morteiros e manobras militares.

Os ataques aumentaram as preocupações sobre a escalada do conflito que se espalhou pela região desde que o grupo palestino Hamas e Israel entraram em guerra, com os aliados do Irã também entrando na briga vindos do Líbano, da Síria e do Iraque. O último ataque, que os EUA disseram ter atingido um local de radar, ocorreu um dia depois de dezenas de ataques americanos e britânicos a instalações Houthi no Iêmen.

“Este novo ataque terá uma resposta firme, forte e eficaz”, disse Nasruldeen Amer, porta-voz dos Houthi, à Al Jazeera, acrescentando que não houve feridos nem “danos materiais”.

Mohammed Abdulsalam, outro porta-voz Houthi, disse à Reuters que os ataques, incluindo o que atingiu durante a noite uma base militar em Sanaa, não tiveram impacto significativo na capacidade do grupo de impedir que navios afiliados a Israel passassem pelo Mar Vermelho e pelo Mar da Arábia.

O Pentágono disse na sexta-feira (12) que os ataques EUA-Reino Unido tiveram “bons efeitos”.

Os Houthis dizem que a sua campanha marítima visa apoiar os palestinos sob cerco e ataque israelense em Gaza, que é governada pelo Hamas, apoiado pelo Irã. Muitos dos navios atacados não tinham ligação conhecida com Israel.

O grupo, que controla Sanaa e grande parte do oeste e norte do Iêmen, também disparou drones e mísseis através do Mar Vermelho contra Israel.

 

Categorias
Mundo

‘Eixo da Resistência’ promete retaliação a ataques dos EUA e do Reino Unido ao Iêmen

‘Eixo da Resistência’ promete retaliação a ataques dos EUA e do Reino Unido ao Iêmen.

Integrantes do chamado “eixo da resistência” — movimentos armados e regimes do Oriente Médio que se opõem à influência do Ocidente na região e ao Estado de Israel — prometeram retaliação ao ataque lançado por Estados Unidos e Reino Unido contra os rebeldes houthis, no Iêmen, na madrugada desta sexta-feira (noite de quinta no Brasil). A liderança do grupo iemenita prometeu retaliação aos bombardeios ocidentais, enquanto aliados de primeira ordem, como o governo do Irã e o grupo terrorista Hamas, condenaram a ofensiva e alertaram que o incidente teria consequências para a região.

Porta-vozes do grupo se revezaram em declarações públicas para prometer “punição” e “retaliação” aos EUA e ao Reino Unido pelos ataques. As autoridades houthis também afirmaram que as ações do grupo no Mar Vermelho, direcionadas contra navios israelenses ou com destino a portos israelenses, continuarão, apesar do ataque, segundo O Globo.

— Não é uma opção para nós não responder a essas operações — afirmou Mohammed Abdul Salam, um dos porta-vozes do grupo, em entrevista a Al-Jazeera. — Agora, a resposta, sem dúvida, será mais ampla.

O tom das declarações é o mesmo do adotado pelo líder houthi, Abdel-Malik al-Houthi, horas antes do ataque aéreo. Em um pronunciamento transmitido na TV iemenita, al-Houthi prometeu resposta a qualquer ação americana.

— Nenhum ataque americano ficará sem resposta. E não será como a operação realizada recentemente com mais de 24 drones e vários mísseis, mas mais importante — disse.

Washington e Londres lideraram o ataque contra posições houthis nas cidades Sanaa e Hodeidah, em resposta às agressões dos rebeldes contra navios comerciais no Mar Vermelho. Autoridades do grupo iemenita falam 73 bombardeios, que mataram cinco pessoas e feriram outras seis, a quem eles se referiram como “mártires” em um comunicado. Caças e mísseis Tomahawk foram usados na ofensiva, segundo a imprensa americana.

Em um comunicado conjunto assinado por dez países que endossaram o ataque — entre eles, apenas o Bahrein fica na região —, a medida foi descrita como uma “ação defensiva”, para dissuadir o grupo rebelde a interromper os ataques a navios no Mar Vermelho. Em um discurso, o presidente americano, Joe Biden, descreveu o objetivo da missão como sendo “desanuviar as tensões e restaurar a estabilidade” na região.

A reação entre os aliados houthis e desafetos geopolíticos das potências ocidentais, no entanto, foi no sentido contrário, com condenações ao ataque e alertas de que qualquer ação agressiva acrescentaria uma nova camada de insegurança e instabilidade na região, já sob tensão em meio à guerra entre Israel e Hamas em Gaza.

O grupo terrorista palestino foi um dos que saiu em defesa dos aliados. Em um comunicado, o Hamas apontou que EUA e Reino Unido deveriam assumir a responsabilidade por eventuais desdobramentos indesejáveis da ofensiva.

“Condenamos veementemente a flagrante agressão anglo-americana no Iêmen. Nós os responsabilizamos pelas repercussões na segurança regional”, dizia o comunicado.

O Irã se referiu ao ataque ocidental como “uma violação à soberania e à integridade territorial” do país árabe e como uma “flagrante violação da lei internacional”. Teerã indicou, ainda, que os bombardeios no Iêmen configuram parte do apoio à ofensiva de Israel contra Gaza.

 

Categorias
Mundo

Iraque exige que EUA retirem tropas ‘desestabilizadoras’ que operam no país desde 2014

Iraque ainda não definiu uma data para a negociação da retirada das forças militares lideradas pelos EUA do seu território.

O premiê do Iraque, Muhammad al-Sudani, pediu nesta quarta-feira (10/01) a retirada dos cerca de 2,5 mil militares dos Estados Unidos ainda presentes no país. Em comunicado, ele afirmou que Bagdá deseja uma “saída rápida e ordenada” das forças da coalizão internacional liderada por Washington e formada com o objetivo de combater o grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS).

A presença de tropas norte-americanas, segundo Sudani, é “desestabilizadora”. Os Estados Unidos operam no Iraque e na Síria desde 2014, mas o ISIS foi declarado derrotado militarmente nesses dois países em 2017 e 2019, respectivamente, embora siga atuante com tropas remanescentes. No entanto, o premiê iraquiano afirmou que o país ainda não definiu uma data para a negociação de uma rápida e ordenada retirada das forças do seu território.

Nos últimos meses, se intensificaram os embates entre forças iraquianas pró-Irã e tropas norte-americanas devido à guerra entre o grupo palestino Hamas e Israel, principal aliado de Washington no Oriente Médio. Na quinta-feira passada (04/01), os Estados Unidos bombardearam Bagdá pela primeira vez em quatro anos, matando o líder de um grupo armado ligado ao governo e apoiado pelo Irã.

As exigências para a retirada da coligação norte-americana do Iraque, feitas principalmente por grupos muçulmanos xiitas, estão ligados ao Irã e ganharam força após uma série de ataques dos EUA a grupos armados ligados ao país persa e que também estão no Iraque, segundo a Reuters.

Os receios de que o Iraque possa voltar a ser um local de conflito no Oriente Médio foram despertados por esses ataques, que foram realizados em retaliação a dezenas de investidas com drones e mísseis contra soldados norte-americanos desde que Israel iniciou a sua guerra em Gaza.

Al-Sudani disse à Reuters que é importante reorganizar a relação entre Bagdá e a coalizão internacional para garantir que não seja usada como alvo por qualquer parte interna ou externa para minar a estabilidade do Iraque e da região.

O premiê do Iraque, Muhammad al-Sudani, pediu nesta quarta-feira (10/01) a retirada dos cerca de 2,5 mil militares dos Estados Unidos ainda presentes no país. Em comunicado, ele afirmou que Bagdá deseja uma “saída rápida e ordenada” das forças da coalizão internacional liderada por Washington e formada com o objetivo de combater o grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS).

A presença de tropas norte-americanas, segundo Sudani, é “desestabilizadora”. Os Estados Unidos operam no Iraque e na Síria desde 2014, mas o ISIS foi declarado derrotado militarmente nesses dois países em 2017 e 2019, respectivamente, embora siga atuante com tropas remanescentes. No entanto, o premiê iraquiano afirmou que o país ainda não definiu uma data para a negociação de uma rápida e ordenada retirada das forças do seu território.

Nos últimos meses, se intensificaram os embates entre forças iraquianas pró-Irã e tropas norte-americanas devido à guerra entre o grupo palestino Hamas e Israel, principal aliado de Washington no Oriente Médio. Na quinta-feira passada (04/01), os Estados Unidos bombardearam Bagdá pela primeira vez em quatro anos, matando o líder de um grupo armado ligado ao governo e apoiado pelo Irã.

As exigências para a retirada da coligação norte-americana do Iraque, feitas principalmente por grupos muçulmanos xiitas, estão ligados ao Irã e ganharam força após uma série de ataques dos EUA a grupos armados ligados ao país persa e que também estão no Iraque, segundo a Reuters.

Os receios de que o Iraque possa voltar a ser um local de conflito no Oriente Médio foram despertados por esses ataques, que foram realizados em retaliação a dezenas de investidas com drones e mísseis contra soldados norte-americanos desde que Israel iniciou a sua guerra em Gaza.

*Opera Mundi