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Brasileira sofre ataque xenófobo com agressão física nos EUA: ‘volte para o seu país’

Uma estadunidense atacou uma brasileira em Massachusetts.

Uma brasileira foi espancada na noite da última quarta-feira por uma mulher estadunidense em um ataque xenófobo. A agressão aconteceu na rua na cidade de Framingham, em Massachusetts, nos Estados Unidos.

De dentro de um carro, a estadunidense gritava para a brasileira, em outro veículo: “Volte para o seu país”. Em seguida, ela posicionou seu carro na frente do veículo da brasileira, foi até ela e começou a espancá-la na cabeça, no rosto e no estômago. A brasileira acabou perdendo um dente e deslocou um braço. Segundo a vítima, a agressora tinha um canivete ou um punhal na mão.

“Eu não reagi para não perder meus direitos. Em todo tempo ela gritava que, por ser americana, nada aconteceria com ela. Eu perdi um dente e desloquei meu braço. Tenho 1,51 cm e ela 1,80 cm. Ela estava armada e filmava tudo pra uma criança ver. Eu só me defendi. Meu rosto ficou deformado”, relatou a vítima em uma rede social.

A estadunidense foi detida e permaneceu sob custódia policial durante uma noite, após a qual pagou uma fiança de cerca de R$ 12,6 mil para ser libertada. Ela enfrenta acusações formais de dois crimes: agressão física e agressão com uma arma perigosa. A polícia alegou que a “arma perigosa” era um conjunto de chaves, enquanto a brasileira afirmou, em uma entrevista a um programa de rádio local na sexta-feira, que se tratava de um canivete ou um punhal.

*Com 247

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Rússia prende jornalista dos EUA por suposta espionagem

Serviço de segurança russo, o FSB, disse ter detido repórter do The Wall Street Journal Evan Gershkovich, a quem acusa de espionar sobre uma instalação militar do país. Prisão é a primeira de jornalista dos EUA na Rússia por espionagem desde a Guerra Fria.

Segundo o G1, o serviço de segurança da Rússia, o FSB, anunciou nesta quinta-feira (30) ter detido o repórter do jornal norte-americano The Wall Street Journal Evan Gershkovich por suspeita de espionagem.

O Kremlin acusa Gershkovich, que é cidadão dos Estados Unidos, de coletar informações classificadas como segredo de estado sobre uma instalação militar da Rússia. O The Wall Street Journal negou a acusação e exigiu a libertação imediata de Gershkovich.

Em um comunicado, o FSB afirma que o jornalista foi preso na cidade de Ecaterimburgo, no centro-oeste da Rússia, enquanto tentava obter informações governamentais secretas.

“Foi estabelecido que E. Gershkovich, agindo sob uma missão do lado norte-americano, estava reunindo informações classificadas como segredo de estado sobre a atividade de uma das empresas do complexo militar-industrial da Rússia”, disse o FSB em seu comunicado.

O jornalista é o primeiro repórter de um meio de comunicação dos Estados Unidos a ser preso por acusações de espionagem na Rússia desde a Guerra Fria. O caso ocorre em meio ao acirramento das tensões entre Moscou e Washington por conta da guerra na Ucrânia.

O FSB disse ainda que abriu um processo criminal por suspeita de espionagem contra Gershkovich, que escreve para o jornal.

A ministra de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que a prisão não tem nenhuma relação com as atividades jornalísticas do repórter. Zakharova disse que ele realizava “funções não jornalísticas” em Ecaterimburgo.

“O Wall Street Journal nega veementemente as alegações do FSB e busca a libertação imediata de nosso confiável e dedicado repórter, Evan Gershkovich. Somos solidários com Evan e sua família”, disse o jornal norte-americano, em comunicado.

O jornal e o governo dos Estados Unidos ainda não haviam se pronunciado sobre a suposta detenção até a última atualização desta notícia.

Segundo a agência de notícias Reuters, Gershkovich, que escreve sobre a Rússia desde 2017, já trabalhou também no jornal The Moscow Times e na agência de notícias francesa Agence-France Presse. Nos últimos meses, ele cobriu principalmente a política russa e o conflito na Ucrânia.

Seu celular não foi localizado por geolocalização na quinta-feira, e, segundo o serviço de mensagens Telegram, ele esteve on-line pela última vez na quarta-feira às 13h28, no horário de Moscou (07h29 no horário do Brasil).

Sua reportagem mais recente, publicada no The Wall Street Journal no início desta semana, falava sobre a desaceleração da economia russa em meio às sanções ocidentais impostas quando as tropas russas entraram na Ucrânia no ano passado.

A última vez em que um jornalista dos EUA foi detido na Rússia acusado de espionagem foi em setembro de 1986. Na ocasião, o repórter Nicholas Daniloff, correspondente em Moscou do U.S. News and World Report, foi preso pela KGB – a antecessora da FSB.

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Uma adolescente mata 6 pessoas em escola de Nashville, nos EUA; atiradora foi morta pela polícia

Serviços de emergência foram acionados para atender ‘vários pacientes’, sem especificar quantas pessoas ficaram feridas ou mortas. Polícia local confirmou que a atiradora está morta.

Uma mulher adolescente entrou em uma escola em Nashville, Tennessee, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (27), onde atirou matando 3 crianças e 3 adultos, segundo a polícia local. A atiradora também morreu no confronto com a polícia.

O porta-voz da polícia de Nashville, Don Aaron, disse que responderam a um chamado de um tiroteio por volta das 10h30 da manhã no horário local. Ao chegar na escola, os policiais ouviram tiros no segundo andar da escola. Lá encontraram a atiradora com dois rifles e uma pistola.

A Polícia Metropolitana de Nashville confirmou que a atiradora foi morta em um confronto com policiais. Com ela, o total de mortos no incidente são 7 pessoas.

O porta-voz disse que uma pessoa ficou ferida com estilhaços de vidro, indicando que não tinha informações de mais feridos ou vítimas.

Os outros alunos foram escoltados em segurança para uma área próxima da escola, onde foram recebidos pelos seus pais.

A Covenant School é uma instituição Presbiteriana para estudantes até 12 anos, com cerca de 200 alunos e 33 professores, de acordo com o site da escola.

*Com G1

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Bolsonaro chora, mas nenhuma lágrima é pelas suas 700 mil vítimas por Covid ou pelo genocídio Yanomami

Fotos e vídeos de hoje, com Bolsonaro “chorando” estão nas redes sociais, blogs e portais de notícia.

Tudo para adicionar no cardápio do genocida publicações que comovam zero pessoas. Até porque bolsonarista nunca se comoveu com a morte ou ou com a miséria alheia.

Então, a cena foi usada a esmo, para coisa nenhuma.

Na fala que fez dos EUA, para a entrada de Michelle Bolsonaro, aquela dos cheques de Queiroz, Bolsonaro, quis dizer que está no fundo do poço e sem liberdade para vir ao Brasil.

Nessa parte, ele falou a verdade. Pode até não acreditar em suas próprias palavras, mas está sim, no fundo do poço político e, se pisar no Brasil, terá prisão preventiva decretada. Por isso, não é louco de pisar no país em que foi responsável direto pelas 700 mil mortes por Covid e pela promoção o genocídio do povo Yanomami.

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Política

Deputada que postou nas redes foto com arma e recado para Lula encontrou Bolsonaro nos EUA 14 dias antes

Agenda do Poder – Duas semanas antes de postar foto nas redes sociais em que aparece segurando uma arma e com referências ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos.

No dia 4 de março, Júlia esteve na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), segundo ela, a convite do “amigo” e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Nas redes sociais, Zabatta compartilhou foto com Bolsonaro durante o evento que contou também com a presença do ex-presidente americano Donald Trump e tem o objetivo de promover troca de experiências entre lideranças conservadoras de direita ao redor do mundo.

Além da foto, a deputada também postou vídeos do discurso do ex-presidente com a legenda: “Bolsonaro, o Brasil sente a sua falta”.

A foto com a arma da deputada bolsonarista, eleita com mais de 110 mil votos no ano passado (a sexta maior votação de Santa Catarina), foi entendida como uma ameaça ao Lula, o que Zanatta nega.

Na foto, ela veste camisa com a ilustração de uma mão com quatro dedos alvejada por tiros. Na blusa há ainda os dizeres “come and take it” (venha e pegue isso, no inglês). A parlamentar também fez referência a Lula no texto do post, onde critica o governo.

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Mundo

A Política Externa dos EUA para a China, por Pedro Costa Júnior

Os Estados Unidos demoraram demasiadamente para perceber o tamanho do desafio chinês. Foi tão somente neste século que começaram a despertar.

“O ciclo, que é interminável, se desenvolve do desequilíbrio para o equilíbrio e daí novamente para o desequilíbrio. Cada ciclo, contudo, conduz a um nível mais alto de desenvolvimento. O desequilíbrio é normal e absoluto, enquanto o equilíbrio é temporário e relativo.” Mao Tsé-Tung

A Política externa norte-americana, neste século XXI, apresenta dois pilares estruturantes muito bem definidos. Ambos partem de uma agenda bipartidária consensual, de republicanos e democratas. O primeiro, de caráter estrutural, pautado no “excepcionalismo histórico”, a saber, a crença fundamental de que não existe nem pode vir a existir nem uma nação acima dos Estados Unidos em termos de poder no Sistema Internacional. O que se traduz em uma política deliberada de sua supremacia militar inconteste. O segundo, intimamente ligado ao primeiro, é a contenção da China nas disputas pelo poder global no Sistema Mundial Moderno.

Os Estados Unidos demoraram demasiadamente para perceber o tamanho do desafio chinês. Foi tão somente neste século que começaram a despertar, tardiamente, para o elefante na sala.

Foi só no o governo Obama/Biden, que se intenta uma reformulação na política externa americana, para priorizar não mais o Médio Oriente, entrementes o “desafio asiático”. A China, naquele momento, era um desafio evidente como sol do meio-dia. O então presidente democrata formulou assim, o “pivô para Ásia” e a “Aliança para o Pacífico” (TPP). Ambos fracassos retumbantes. O pivô asiático não saiu do papel porque os Estados Unidos não conseguiram sair do Oriente Médio. As “Guerras Gêmeas”, no Afeganistão e Iraque, se tornaram infinitas. Posteriormente, veio a “Guerra na Líbia”, o Iraque da Hilary. E ainda a “Guerra na Síria”, humilhante para o governo Obama. Além do surgimento do grupo terrorista ISIS. Tudo isto, no contexto da Primavera Árabe. Já o TPP (Trans-Pacific Partnership), o tratado de livre comércio que reuniria os EUA e as principais encomias da Ásia e do Pacífico, numa tentativa clara de isolar a China, foi implodido pelo governo Trump.

A Política Externa de Trump foi marcada por um isolacionismo arrogante. Com o desprezo às “Organizações Multilaterais” e até mesmo a aliados tradicionais dos EUA, como Alemanha e França. No entanto, foi na administração Trump que se iniciou a nominada “Guerra Comercial a China”. A partir da eleição de Trump, em 2016, formou-se um consenso no Departamento de Estado dos EUA, sejam democratas, sejam republicanos, militares, políticos, congressistas de alto e baixo escalão, secretários de Estado, diplomatas, think tanks, diversas universidades e grupos de pesquisa, intelectuais a serviço do Estado, jornalistas e a mídia em geral, etc… que o grande desafio dos EUA não são mais o “terror” ou “terrorismo”, e sim, a China, e que é preciso contê-la tenazmente.

O governo Biden/Harris, após a desastrosa retirada dos EUA do Afeganistão, começou finalmente a realizar o outrora esboçado pivô para o Pacífico, a fim de conter a expansão da China. Biden passou a movimentar as peças no tabuleiro geopolítico. Criou o “QUAD” (Parceria Quadrilateral sobre Segurança entre Estados Unidos, Índia, Austrália e Japão), e posteriormente, a “AUKUS”: uma aliança de cooperação tecnológica e militar, envolvendo Estados Unidos, em conjunto com Reino Unido e Austrália. Ambos, uma evidente estratégia de contenção da China no Indo-Pacífico.

Um ponto decisivo na reorganização da geopolítica do poder, que está ocorrendo no sistema-mundo, é o envolvimento umbilical dos EUA na “Guerra da Ucrânia”. O enfrentamento à Rússia alcançou proporções sistêmicas, implicando as grandes potências globais, o que desencadeou no estreitamento de uma “aliança sem limites” sino-russa – que acabou de completar um ano neste mês de fevereiro – segundo Henry Kissinger, o pior dos cenários para a Política Externa Americana.

Os dois países anunciaram uma aliança de nível superior e sem precedentes na história do Sistema-Mundo: “As novas relações interestatais entre Rússia e China são superiores às alianças políticas e militares da época da Guerra Fria. A amizade entre os dois Estados não tem limites, não há áreas ‘proibidas’ de cooperação”, diz o documento.

O Governo Biden deu passo decisivo na contenção ao poder chinês. A “Guerra Tecnológica” contra a China. Biden divulgou um amplo conjunto de controles de exportação que proíbem as empresas chinesas de comprar chips avançados. As recentes sanções dos EUA contra a China são sem precedentes nos tempos modernos. Autoridades dos EUA falaram sobre a medida como um ato a fim de proteger os interesses de segurança nacional. Os chips que os Estados Unidos tentam controlar são semicondutores, os processadores que movem celulares, carros autônomos, computação avançada, drones, equipamentos militares – e se tornaram essenciais para a disputa tecnológica desta década.

Em síntese, a gestão Biden não só continuou a “Guerra Econômica” com a China, iniciada por Trump, como a elevou a uma “Guerra Tecnológica” e ainda a uma “Guerra Humanitária”, bem ao estilo dos democratas. Trata-se de um caminho sem volta.

Pedro Costa Júnior é doutorando do Departamento de Ciências Políticas (DCP) da USP e autor do livro “O Poder Americano no Sistema Mundial Moderno: Colapso ou Mito do Colapso?”, Curitiba: Appris, 2019.

*GGN

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Política

Bolsonaro prometeu “agenda de estadista” nos EUA, mas só faz passear e ter encontros irrelevantes

As agendas de Bolsonaro nos Estados Unidos são um misto de férias com passeios por supermercados e lojas, encontros sem significado maior e eventos com a extrema direita evangélica.

Jair Bolsonaro prometeu a seus aliados uma “agenda de estadista” nos Estados Unidos, para preparar o terreno para sua volta ao Brasil como maior líder da oposição ao governo Lula. Mas seus aliados no Congresso e mesmo no empresariado estão entre decepcionados e irritados: para eles, o ex-presidente tem uma rotina de encontros e visitas consideradas “irrelevantes” e “menores”.

As agendas de Bolsonaro nos Estados Unidos são um misto de férias com passeios por supermercados e lojas, encontros sem significado maior e eventos com a extrema direita evangélica. E só.

Segundo estes aliados, ouvidos pelas jornalistas Carla Araújo e Juliana Dal Piva, do UOL, Bolsonaro estaria se deixando influenciar pelo grupo que o cerca nos EUA, formado por assessores de formação militar e com pouca bagagem política. Um sinal de alerta tocou para seus aliados na última semana: para eles, Bolsonaro está pouco a pouco retomando a sua antiga rotina de deputado federal.

Dois episódios da última semana desagradaram de maneira especial os bolsonaristas aflitos: uma visita ao departamento de Polícia de Oklahoma, nos EUA, na quarta-feira (23). A foto (veja no alto desta reportagem) ao lado de um carro da polícia e do assessor do Max Guilherme numa garagem vazia é constrangedora, segundo seus aliados.

A própria presença de Max Guilherme reflete a irrelevância da agenda de Bolsonaro. Ele é um ex-policial e era assessor especial de Jair Bolsonaro na Presidência. Afastou-se do cargo em julho, para concorrer ao cargo de deputado federal, mas obteve apenas 9 mil votos e não se elegeu no Rio de Janeiro. Ele foi readmitido como assessor especial após a derrota no pleito, mas ficou desde o dia 6 de outubro sem compromisso oficial. Foi um dos assessores autorizados pelo governo federal, nos estertores da Presidência de Bolsonaro, a participar da viagem aos EUA.

Na sexta-feira (24), Bolsonaro apareceu em imagens junto com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado e Tércio Arnaud Thomaz, assessor especial de Bolsonaro e um dos integrantes do chamado “gabinete do ódio”. Max Guilherme aparece na foto, também no alto desta reportagem, atrás de Eduardo.

Gilson Machado, o “ministro sanfoneiro” dos tempos de Bolsonaro, chegou a postar a imagem dizendo que o grupo ia para uma “missão” em Nashville, no Tennessee. Mas a “missão” era apenas um passeio: eles estavam indo para o Safari Club, encontro que reúne operadoras de caça e pesca. Segundo Machado declarou ao UOL, a intenção seria “falar bem do Brasil”.

A data de volta de Bolsonaro ao Brasil é incerta. Ele disse por duas vezes em meados de fevereiro que pretendia voltar ao Brasil nas próximas semanas. Ao jornal americano The Wall Street Journal ele afirmou que deve retornar em março. Não está claro se é uma estratégia diversionista ou apenas incerteza e receio do ex-presidente.

Entre aliados, existe expectativa de que ele aguarde a emissão do visto nos EUA para então definir quando deixar o país. Bolsonaro não tem mais o visto diplomático, expirado. Ele pode viajar internamente pelos EUA, mas se sair do país antes de obter o visto de turista, não poderá retornar ao país, e receia que isso aconteça.

Há divisão no bolsonarismo quanto à volta de Bolsonaro. Um grupo deseja que ele volte já e assuma a liderança da oposição. Para esses parlamentares, em especial do PL, Bolsonaro reforça a imagem de alguém que está com medo do Judiciário, ao estender sua permanência nos EUA.

Outro grupo de aliados pensa diferente e considera mais prudente sua permanência no exterior. Alguns afirmam inclusive que Bolsonaro já teria “perdido o timing” para voltar.

Em meio a agendas irrelevantes e dúvidas quanto ao seu destino próximo, Bolsonaro estaria perdendo densidade política e de popularidade? A resposta para essa questão precisa de tempo.

*Com Forum

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Política

Bolsonaro diz que STF prepara “armadilha” para prendê-lo e estuda pedir asilo nos EUA

O jornalista Joaquim de Carvalho revelou ao 247 que Jair Bolsonaro disse a aliados que cogita pedir asilo nos Estados Unidos, para fugir da possibilidade de prisão no Brasil.

“O que eu apurei esta semana é que o Allan dos Santos não vai ser extraditado. Ele conseguiu asilo nos Estados Unidos. Se ele tem asilo, não vai ser extraditado. Pode ter muito barulho aqui, ali. Existe uma prisão decretada, mas ele obteve asilo. Aquela licença que ele apresentou para trabalhar é consequência do asilo. A informação que eu tenho é que o Bolsonaro procurará asilo também nos Estados Unidos”, disse Joaquim de Carvalho.

O jornalista também comentou a reação de Jair Bolsonaro diante da notícia de que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) teriam se manifestado sob condição de anonimato de que pretendem cassar seus direitos políticos, mas não admitiriam sua prisão.

“Quando saiu aquela notícia na Mônica Bergamo de que ministros do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça dizendo o seguinte: ‘Olha, nós não vamos prender o Bolsonaro, não vamos deixar prender, ele vai ser só inabilitado politicamente, o Bolsonaro mandou mensagem para os apoiadores dele aqui – apoiadores não, um grupo restrito -, dizendo o seguinte: ‘Isso aqui é uma armadilha. Os ministros combinaram de falar isso porque querem que eu volte. E quando eu voltar, eu vou ser preso'”, declarou o jornalista.

Para Joaquim de Carvalho, essa fala de Bolsonaro indica que ele não vai voltar mesmo. “Então, ele pode pedir mesmo esse asilo e sobretudo nos Estados Unidos, onde existe uma rede de extrema direita que é forte”, afirmou.

Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o final de dezembro, quando fugiu antes de entregar a faixa a Lula e supostamente para evitar sua prisão.

Em solo norte-americano, ele já disse que pretendia voltar no final de janeiro para fazer uma nova cirurgia no abdômen, para desobstrução do intestino. Seu médico, Antônio Macedo, chegou a dizer que seria uma operação médica preventiva. Mas já se passou um mês e ele não veio, nem voltou a se internar nos Estados Unidos.

Bolsonaro teria dito que só voltará ao Brasil com a “mudança de cenário”. Para isso, ele aposta na volta de Donald Trump à Casa Branca.

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Opinião

Um ano depois

Por JOSÉ LUÍS FIORI*

No dia 24 de fevereiro de 2022, a Rússia invadiu o território da Ucrânia e infringiu uma norma básica do Direito Internacional consagrado pelos Acordos de Paz do pós-Segunda Guerra Mundial, que condenam toda e qualquer violação da soberania nacional feita sem a aprovação ou consentimento do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Exatamente da mesma forma como a Inglaterra e a França violaram esse direito, quando invadiram o território do Egito e ocuparam o Canal de Suez, em 1956, sem o consentimento do Conselho de Segurança, violação que ocorreu também quando a União Soviética invadiu a Hungria, em 1956, e a Tchecoslováquia, em 1968. Da mesma forma, os Estados Unidos invadiram Santo Domingo, em 1965, e de novo, invadiram e bombardearam os territórios do Vietnã e do Camboja durante toda a década de 60; o mesmo voltou a ocorrer quando a China invadiu uma vez mais o território do Vietnã, em 1979, apenas para relembrar alguns casos mais conhecidos de invasões ocorridas sem o consentimento do Conselho de Segurança da ONU.

Em todos esses casos, as potências invasoras alegaram “justa causa”, ou seja, a existência de ameaças à sua “segurança nacional” que justificavam seus “ataques preventivos”. E em todos esses casos, os países invadidos contestaram a existência dessas ameaças, sem que sua posição jamais tenha sido tomada em conta.

Ou seja, na prática, sempre existiu uma espécie de “direito internacional paralelo”, depois da Segunda Guerra – e poderia se dizer mais – durante toda história do sistema internacional consagrado pela assinatura da Paz de Westfália, em 1648: as “grandes potências” desse sistema sempre tiveram o “direito exclusivo” de invadir o território de outros países soberanos, tomando em conta apenas seu próprio juízo e arbítrio, e sua capacidade militar de impor sua opinião e vontade aos países mais fracos do sistema internacional.

O que passou, entretanto, é que depois do fim da Guerra Fria, esse “direito à invasão” transformou-se num monopólio quase exclusivo dos Estados Unidos e da Inglaterra. Basta dizer que, nos últimos

30 anos, os Estados Unidos (quase sempre com o apoio da Inglaterra) invadiram sucessivamente, e sem o consentimento do Conselho de Segurança da ONU: o território da Somália, em 1993 (300 mil mortos); do Afeganistão, em 2001 (180 mil mortos); do Iraque, em 2003 (300 mil mortos), da Líbia, em 2011 (40 mil mortos); da Síria, em 2015 (600 mil mortos); e finalmente, do Iêmen, onde já morreram aproximadamente 240 mil pessoas.

O que surpreende em todos estes casos é que, com exceção da invasão anglo-americana do Iraque, em 2003, que provocou uma reação mundial e teve a oposição da Alemanha, as demais invasões iniciadas pelos Estados Unidos nunca provocaram uma reação tão violenta e coesa das elites euro-americanas, como a recente invasão russa do território da Ucrânia. E tudo indica que é exatamente porque nesta nova guerra, a Rússia está reivindicando o seu próprio “direito de invadir” outros territórios, sempre e quando considere existir uma ameaça à sua soberania nacional.

É óbvio que as coisas não são feitas de forma nua e crua, e é neste ponto que adquire grande importância a chamada “batalha das narrativas”, segundo a qual se tenta convencer a opinião pública mundial de que seus argumentos são mais válidos do que os de seus adversários. E neste campo a Rússia vem obtendo uma vitória lenta, mas progressiva, na medida em que vão sendo divulgadas informações fornecidas por seus próprios adversários, que caracterizam a existência de um comportamento de cerco e assédio militar e econômico à Rússia, que começou muito antes do dia 24 de fevereiro de 2022, com o objetivo de ameaçar e enfraquecer sua posição geopolítica e, no limite, fragmentar o próprio território russo.

No dia 8 de fevereiro de 2023, o famoso jornalista norte-americano Seymour Hersh, ganhador do prêmio Pulitzer de Reportagem Internacional de 1970, trouxe a público, através de um artigo publicado no portal Substack, (How America Took Out The Nord Stream Pipeline), a informação de que foram mergulhadores da Marinha norte-americana que instalaram os explosivos que destruíram os gasodutos Nord Stream 1 e 2, no Mar Báltico, no dia 26 de setembro de 2022, com autorização direta do presidente Joe Biden. Uma operação feita sob a cobertura dos exercícios BOLTOPS 22 da OTAN, realizados três meses antes, no Báltico, quando se instalaram os dispositivos que foram ativados remotamente por operadores noruegueses. E depois desta revelação inicial de Seymour Hersh, novas informações vêm sendo agregadas a cada dia, reforçando a tese de que o atentado foi planejado e executado pela Marinha Americana, e que a destruição dos gasodutos Nord Stream 1 e 2 do Báltico foi de fato, uma das causas “ocultas” da própria ofensiva americana na Ucrânia.[1]

Na mesma direção, algumas semanas antes dessas revelações do jornalista americano, a ex-primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, declarou em entrevista concedida ao jornal alemão Die Zeit, no início do mês de dezembro, que os Acordos de Minsk estabelecidos entre Alemanha, França, Rússia e Ucrânia, em 13 de fevereiro de 2015, não eram para valer, e que só foram assinados pelos alemães para dar tempo à Ucrânia de se preparar para um enfrentamento militar com a Rússia. O mesmo declarou o ex-presidente da França François Hollande, ao admitir numa entrevista para um meio de comunicação ucraniano, duas semanas depois, que os Acordos de Minsk tinham como objetivo apenas ganhar tempo enquanto as potências ocidentais reforçassem Kiev militarmente para fazer frente à Rússia.

Os dois governantes mais importantes da União Europeia reconheceram abertamente que assinaram um tratado internacional sem intenção de cumpri-lo; e que além disso, a estratégia dos dois (junto com EUA e Inglaterra) era preparar a Ucrânia para um enfrentamento militar direto com a Rússia.

Declarações inteiramente coerentes com o comportamento dos Estados Unidos, que boicotaram as negociações de paz entre russos e ucranianos, realizadas na fronteira da Bielorrússia, em 28 de fevereiro de 2022, cinco dias depois de iniciada a operação militar russa no território ucraniano. E da Inglaterra que boicotou diretamente a negociação de paz iniciada em Istambul, no dia 29 de março de 2022, e que foi interrompida pela intervenção pessoal do primeiro-ministro inglês, realizada numa visita-surpresa de Boris Johnson a Kiev feita no dia 9 de abril de 2022.

São declarações e comportamentos que só reforçam a “narrativa” dos russos de que o conflito da Ucrânia começou muito antes da “invasão russa” do território ucraniano. Mais precisamente, quando o governo americano do democrata Bill Clinton se desfez da promessa feita por James Baker, secretário de Estado do governo George Bush, ao presidente russo Mikhail Gorbatchov, de que as forças da OTAN não avançariam na direção da Europa do Leste depois de desfeito o Pacto de Varsóvia. Porque foi exatamente a partir daquele momento que se sucederam as cinco ondas expansivas da OTAN de que fala Hua Chunying (diplomata chinesa citada na epígrafe deste artigo), e que chegaram até as fronteiras russas da Geórgia e da Ucrânia.

Em 2006, o presidente George W. Bush avançou ainda mais e propôs diretamente a inclusão da Georgia e da Ucrânia na OTAN, provocando a resposta do presidente Vladimir Putin na reunião

anual da Conferência de Segurança de Munique, em fevereiro de 2007, quando Putin advertiu explicitamente que era inaceitável para os russos o avanço da OTAN até suas fronteiras, em particular na região da Ucrânia e do Cáucaso. E de fato, no ano seguinte, em agosto de 2008, pela primeira vez depois do fim da URSS, a Rússia mobilizou suas tropas para derrotar as forças georgianas comandadas por Mikheil Saakashvilli e ocupar em seguida e de forma permanente os territórios da Ossétia do Sul e da Abecásia, no norte do Cáucaso. Depois disto, começou o conflito na Ucrânia, com a derrubada de seu presidente eleito, Viktor Yanukovych, pelo chamado Movimento EuroMaidan, que contou com o apoio direto dos Estados Unidos e de vários governos europeus.

O restante da história é bem conhecido, desde a incorporação da Crimeia ao território russo, até o reconhecimento russo da independência das repúblicas de Donestsk e Lugansk, passando pelos fracassados Acordos de Minsk e pela proposta apresentada pelo governo russo às autoridades da OTAN e do governo americano, em 15 de dezembro de 2021, solicitando uma rediscussão aberta e diplomática da questão de Donbass e de todo o equilíbrio estratégico e militar da Europa Central. Proposta que foi rejeitada ou desconhecida pelos norte-americanos, e pelos principais governos da União Europeia, dando início ao conflito militar propriamente dito, já no território da Ucrânia.

Um ano depois do início da invasão russa, a guerra hoje já é direta e explicitamente entre a Rússia e os Estados Unidos e seus aliados europeus, e tudo indica que os Estados Unidos decidiram aumentar ainda mais seu envolvimento no conflito. Mas neste momento, do ponto de vista estritamente militar: (i) Os russos já consolidaram uma linha de frente consistente e cada vez mais intransponível para as tropas ucranianas, e com isto conquistaram o território e a independência definitiva de Donbass e Crimeia, zonas ucranianas de população majoritariamente russa. (ii) Desde essa conquista consolidada, os russos passaram a ocupar uma posição privilegiada de onde atacar ou responder aos ataques das forças ucranianas com suas novas armas americanas e europeias, podendo atingir as regiões mais ocidentais da Ucrânia, incluindo Odessa e Kiev.

(iii) Além disso, as forças ucranianas não têm mais a menor possibilidade de manter- se em pé sem a ajuda permanente e massiva dos EUA e da OTAN. E as forças americanas e da OTAN se encontram cada vez mais frente à disjuntiva de um enfrentamento direto com os russos, que poderia ser catastrófica para toda a Europa. (iv) Por último, mesmo que a guerra não escale até uma dimensão europeia ou global, as Forças Armadas russas sairão desse confronto mais poderosas do que entraram, com o desenvolvimento e aprimoramento de armamentos que lhe entregam de forma definitiva a supremacia militar dentro da Europa, na ausência dos Estados Unidos.

Assim mesmo, do ponto de vista estratégico e de longo prazo, a vitória mais importante da Rússia, até agora, foi colocar os Estados Unidos e a Inglaterra numa verdadeira “sinuca de bico”. Se as duas potências anglo-saxônicas prolongam a guerra, como querem fazer, cada dia que passa a Rússia estará dando mais um passo na conquista do seu próprio “direito à invasão”.

Mas ao mesmo tempo, se os Estados Unidos e a Inglaterra aceitarem negociar a paz, estarão reconhecendo implicitamente que já perderam um “monopólio” que foi fundamental para a conquista e manutenção do seu poder global, nos últimos 200 anos: o seu direito – como grandes potências – de invadir o território dos países que considerem seus adversários. Direito este que já foi reconquistado pela Rússia, depois de um ano de guerra na Ucrânia, pela força de suas armas. E esta é a verdadeira disputa que está sendo travada entre as grandes potências, na sua competição pelo “poder global”, como sempre, de costas para todo e qualquer juízo ético e crítica da própria guerra, e do seu imenso desastre humano, social, econômico e ecológico.

*José Luís Fiori é professor Emérito da UFRJ. Autor, entre outros livros, de O poder global e a nova geopolítica das nações (Boitempo).

*A Terra é Redonda

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Política

Documento da Abin confirma que informações sigilosas podem ter sido vazadas aos EUA

Agenda do Poder – Um relatório interno da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) confirma que informações sigilosas podem ter sido vazadas aos Estados Unidos.

A suspeita consta em uma sindicância de 2005, que ficou classificada por 15 anos, e, portanto, se tornou pública há dois. Um cidadão entrou com pedido de acesso à informação para conseguir a íntegra do documento.

A sindicância foi aberta para apurar uma denúncia de 2005, em que havia informação de que a Abin enviou ao Gabinete de Segurança Institucional, ao qual é subordinada, 15 relatórios sobre o caso de corrupção nos Correios, mas foi ignorada. O objetivo era saber quem havia vazado essa informação.

Porém, durante as apurações, se aventou que outros vazamentos podem ter acontecido, mas para outros países.

“Em que pese não tenha sido o escopo inicial desta sindicância, uma série de depoimentos noticiou, em tese, a ocorrência de outras hipóteses de vazamento que […] revelam-se de profunda gravidade, uma vez que dizem respeito ao fornecimento de informações a representantes de congêneres estrangeiras”, afirma o autor do texto. A assinatura do documento foi tarjada pela autoridade classificadora.

Mais adiante, o relatório da sindicância atesta que documentos teriam sido vazados para a Embaixada dos Estados Unidos.

“Trata-se, inclusive, de indícios de remessa de documentos oriundos da atividade de inteligência para a Embaixada Norte-Americana”, afirma. A hipótese de vazamento se baseou nos depoimentos do então chefe de gabinete do Diretor-Geral e outras duas pessoas, um motorista e um assessor especial.

O texto afirma que documentos foram enviados à Embaixada dos Estados Unidos. Apesar das diversas oitivas — foram 23 delas — a sindicância não descobriu quem vazou as informações e arquivou o caso. Foi recomendado à agência que fizesse melhorias de segurança “orgânica”, com investimento em estrutura e tecnologia. Sobre o vazamento a países estrangeiros, o documento pediu para que outra investigação fosse aberta.

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