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Qual o futuro de um país que, em um ano de governo, 80% não confiam no que o presidente fala?

O Datafolha trouxe uma notícia catastrófica, não só para Bolsonaro, mas sobretudo para o povo brasileiro.

Um presidente sem palavra para a imensa maior parte da população é um defunto político.

De cada 5 brasileiros, 4 não confiam nas palavras de Bolsonaro.

Imagina isso!

Cara de mentiroso, olhar de mentiroso, jeito de mentiroso e fala de mentiroso, mentiroso é.

Isso é o que diz a pesquisa Datafolha sobre o a crença do povo nas falas de Bolsonaro.

Se isso não é uma tragédia política, eu não sei o que é.

Ivan Valente:
“Exemplo de político mentiroso e demagogo, do tipo cínico que se diz a nova política mas joga no submundo, a máscara de Bolsonaro cai.”

E lembrar que depois da crise dos EUA em 2008 que atingiu todo mundo, Lula vai na TV fala para o povo não ter medo de comprar para aquecer a economia brasileira, o povo acredita em Lula vai as compras e faz o PIB chegar em 2010 a 7,5% de aumento e fechar seu segundo mandato com praticamente 90% de aprovação.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro vira chacota ONU por seu “Dia do Fogo” na Amazônia ganhando o prêmio “fóssil do dia”.

Da BBC
“Batizada de COP25, a Conferência do Clima deste ano da Organização das Nações Unidas (ONU) reuniram quase 29 mil pessoas a partir desta segunda-feira (2) em Madri.

A COP25 será liderado por três mulheres: a ministra espanhola Teresa Ribera, a presidente da conferência Carolina Schmidt e a chefe da ONU para o Clima, Patricia Espinosa.

Líderes políticos, diplomatas ligados ao clima, especialistas e ativistas se reunirão nas próximas duas semanas na Espanha para discutir as mudanças climáticas sob um senso crescente de urgência.

Bolsonaro e Trump faltarão ao evento

Mais de 50 chefes de Estado devem comparecer à Conferência do Clima na capital espanhola, mas o presidente americano, o republicano Donald Trump, não está entre eles.

De todo modo, o país estará representado, entre outros, por uma delegação do Congresso dos Estados Unidos liderada pela democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes.

Ainda que a presença dela tenha sido elogiada, há pressão por ações concretas dos dois polos políticos dos EUA.

“Os americanos ainda são, historicamente, os maiores responsáveis por essa emergência climática, e mesmo políticos democratas nunca se comprometeram em assumir suas responsabilidades”, afirmou Jean Su, do Centro de Diversidade Biológica dos Estados Unidos.

Jair Bolsonaro tampouco irá ao evento na Espanha. Sob crescente pressão internacional em razão do aumento do desmatamento na Amazônia, o governo enviará uma delegação chefiada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve um aumento de 29,5% no ritmo do desmatamento da Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019.

Bolsonaro tem criado polêmicas com ambientalistas e chefes de Estado desde a campanha eleitoral de 2018.

Depois de eleito, enviou ao Congresso medida para fundir a pasta do Meio Ambiente com a Agricultura — mas a proposta foi rejeitada. Mesmo assim, alterações na estrutura do órgão fizeram com que o Meio Ambiente perdesse quase 20% de seus analistas. Já no Ibama, os sinais emitidos por Brasília e a falta de dirigentes nas unidades do órgão fizeram com que o número de multas caísse apesar do aumento do desmatamento.

Apesar de ter entrado em confronto direto com países europeus sobre o financiamento de ações e programas ambientais na Amazônia, o governo brasileiro pretende levar à COP25 uma série de propostas para o financiamento estrangeiro de medidas de preservação ambiental.

Em agosto deste ano, a Noruega suspendeu seus repasses ao Fundo Amazônia depois que o governo brasileiro decidiu alterar o funcionamento do fundo e extinguir do comitê que definia os critérios para o uso do dinheiro arrecadado.

O Fundo Amazônia foi criado em 2008. Desde então, a Noruega aplicou R$ 3,2 bilhões com este objetivo, e a Alemanha doou outros R$ 200 milhões.”

O vexame de Bolsonaro e do Brasil no evento.

UOL: O humor pode ser uma potente arma de denúncia e cobrança por ação. Pois foi com humor — cheio de pitadas ácidas de sarcasmo e ironia — que a CAN (Climate Action Network, ou Rede de Ação pelo Clima, em tradução livre para o português) concedeu ao Brasil nesta terça (03) o prêmio “Fóssil do Dia” (ou “The Fossil of the Day” awards), entregue aos países que têm a pior atuação na COP.

 

 

*Com informações do Uol/BBC

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Imprensa mundial critica submissão de Bolsonaro a Trump

A imprensa mundial é um bom termômetro do ganha-e-perde das relações internacionais.

E o noticiário de hoje mostra que o projeto de aliança irrestrita dos presidentes conservadores do Brasil e dos EUA não resiste ao desarranjo entre suas economias.

O jornal inglês The Guardian resumiu a intenção do presidente americano, Donald Trump, de taxar a importação de aço brasileiro como “um tapa simbólico” na cara do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

O Financial Times, que batizara Bolsonaro de Trump tropical, qualificou o anúncio do americano como um “golpe embaraçoso” para o presidente brasileiro, “que colocou a relação com os EUA no centro de sua agenda política internacional, incluindo o estreitamento dos laços comerciais”.

The Wall Street Journal, que chamara Bolsonaro de mini-Trump, previu que as novas tarifas “minarão o apoio político” às reformas liberais da agenda brasileira.

The New York Times, que identificou Bolsonaro como “espelho de Trump”, informou que o anúncio foi “particularmente chocante” para o presidente brasileiro, “que se esforça bastante para fortalecer os laços com o governo americano, com pouco resultado a mostrar”.

O jornal reproduziu a perplexidade de Bolsonaro quando questionado pelos repórteres sobre o tema: “Que alumínio?” O francês Les Echos, que dissera que Bolsonaro era um Trump ainda mais despenteado, ressaltou que o brasileiro insiste em se entusiasmar com o colega americano e se disse pronto para ligar para Trump para pedir a revisão da taxação.

No cômputo geral da leitura da imprensa internacional, a imagem de Bolsonaro saiu tisnada por sua submissão inocente, após a punhalada econômica desferida por aquele com quem afirma ter “linha direta”. [Otto Lara Resende dizia que para abraçar ou apunhalar é preciso estar perto…]

Na discussão econômica em si, a imprensa internacional desaprovou a atitude de Trump.

Empresários, economistas e jornalistas foram unânimes em rechaçar a tese de Trump de que o Brasil e a Argentina têm estimulado intencionalmente a desvalorização de suas moedas para melhorar o preço internacional do que produzem.

Todos os mercados de ações dos EUA caíram com temor do aumento das tensões comerciais no mundo.

Centros empresariais argumentaram que a medida, a ser efetivada em data incerta, prejudicará também as empresas americanas que usam o aço brasileiro.

O resumo da ópera pela imprensa internacional foi de que de fato a longa guerra comercial dos EUA com a China beneficiou brasileiros e argentinos, porque os chineses compraram mais produtos agrícolas dos países latino-americanos em retaliação.

“Quando você acha que o presidente Trump alcançou um momento de equilíbrio comercial, lá vai ele de novo”retaliação, .

O Mount Tariff entrou em erupção mais uma vez, diminuindo a esperança de calma econômica no ano das eleições americanas (2020)”, lamentou o WSJ. “Ele está errado em todos os aspectos”, criticou o jornal.

Em geral, o tom do noticiário econômico foi de que, enquanto negocia com a China, Trump deveria construir alianças comerciais com o resto do mundo e reduzir os temores protecionistas. Em vez disso, ele usa tarifas como uma ferramenta coercitiva a qualquer momento ou por qualquer motivo, “mesmo contra amigos que agiram de boa-fé”.

Jornais do mundo inteiro reproduziram trecho de entrevista de Bolsonaro à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte: “Isso é munição para o pessoal opositor aqui no Brasil.

Vou ligar para o presidente Trump, a economia deles é dezena de vezes maior do que a nossa. Não vejo isso como retaliação. Vou conversar com ele para ver se não nos penaliza com essa sobretaxa ao aço e alumínio. Tenho quase certeza de que ele vai nos atender.”

Bolsonaro ainda imagina que tem um amigo na Cada Branca. Ignora assim a velha máxima política americana que diz: se quiser amizade em Washington, compre um cachorro.

*Do Uol

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Para Mourão, o Partido comunista Chinês é que nos salvará das garras de Trump por quem Bolsonaro tem amor platônico

Mourão disse hoje, pela manhã, logo depois de Trump anunciar a retaliação, aumentando as tarifas do aço brasileiro, que o Brasil não está desvalorizando o real de forma artificial como acusa Trump.

Segundo Mourão, isso é fruto da tensão geopolítica que estamos vivendo, que gera protecionismo e é anticíclica em relação à globalização.

Comentando o conflito comercial entre Estados Unidos e China, Mourão falou que o conflito entre eles gera oportunidades para países como o Brasil e leva a reações como a de Trump.

EUA e China passam por um choque tecnológico, comercial, mas é também uma disputa de poder”, afirmou Mourão.

“Óbvio que isso abre oportunidades a países como nós, que precisamos dinamizar exportações, de financiamento, de infraestrutura, de construção, e os chineses estão dispostos a financiar” comenta o vice-presidente.

Trocando em miúdos, em português claro e fluente, o que Mourão disse é que, se depender de Trump, o Brasil está morto e que a China comunista é que vai salvar o governo anticomunista e americanófilo de Bolsonaro.

Com isso, a China dá uma calça arriada nos EUA dentro do Brasil e um cala boca panaca nos bolsominions trumpistas, como Olavo de Carvalho.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Jamil Chade: Amadora, diplomacia brasileira é duramente golpeada por Trump

Numa mensagem em seu twitter nesta manhã de segunda-feira, Donald Trump escreveu o que praticamente todos sabem: na Casa Branca, “America First” significa exatamente o que o slogan diz. Primeiro, defendemos os nossos interesses e qualquer aliança tem de estar disposta a entender que serve aos nossos objetivos.

Só o governo brasileiro e a nova chancelaria brasileira pareciam não querer acreditar. Ou entender, o que é mais grave.

Numa resposta à desvalorização do real, que torna as exportações agrícolas mais competitivas e podem afetar os produtores dos EUA, o governo americano anunciou a imposição de tarifas sobre a siderurgia brasileira.

Uma retaliação ilegal e que repete com o Brasil o mesmo comportamento que Washington vem mantendo com a China.

Mas a decisão vai muito além dos metais. Ela golpeia o centro da política externa de Bolsonaro, que fez questão de anunciar sua admiração pelo presidente americano e, ao longo dos meses, repetiu como estava sendo tratado como um aliado especial pelo chefe do Salão Oval.

Um primeiro sinal claro do “desencanto” ocorreu quando o governo americano mandou uma carta oficial para OCDE para apontar quais países teriam preferências para aderir à instituição, sem citar o nome do Brasil.

O governo Bolsonaro, nos bastidores, pediu explicações. Mas, oficialmente, os dois “parceiros” reiteraram que aquela carta não era importante e que o que interessava era o compromisso público de Trump com a adesão do país, o que jamais se transformou em realidade.

Um segundo desencanto veio quando o governo brasileiro não conseguiu obter as autorizações para voltar a exportar carne bovina ao mercado americano.

Agora, quase um ano depois de assumir a diplomacia brasileira, a realidade é que a nova decisão de Trump deixa o chanceler Ernesto Araújo numa enorme saia-justa.

Em fóruns internacionais, a aliança entre o Brasil e os EUA já afastou o país do bloco das economias em desenvolvimento.

Na OMC, o Brasil sequer conseguiu eleger um de seus quadros mais qualificados para presidir uma negociação. Motivo: a instrumentalização feita pela Índia da existência da relação carnal entre Bolsonaro e Trump.

Também na OMC, o Brasil indicou que abandonaria certos privilégios que tinha como país em desenvolvimento, além de abrir seu mercado para o trigo americano.

Em política externa, não existem amigos. Apenas interesses. Tampouco há espaço para declarações de amor – muito menos num segundo encontro.

Em 2017, Ernesto Araújo publicou nos Cadernos de Política Exterior do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), uma defesa das políticas de Donald Trump e seu papel em “salvar” o Ocidente.

“Só quem ainda leva a sério a história do Ocidente, só quem continua sendo ator e não mero espectador, são os norte?americanos, ou pelo menos alguns norte?americanos.

Hoje, é muito mais fácil encontrar um ocidentalista convicto no Kansas ou em Idaho do que em Paris ou Berlim”, escreveu.

Um ano depois de comandar o Itamaraty, ou ele entende que Trump apenas tem o interesse de salvar seu mandato, ou está na hora de buscar uma função em algum think-tank financiado pelos ultra-conservadores americanos.

Quanto ao presidente Bolsonaro, um admirador convicto da Ditadura Militar, ele poderia passar mais seu tempo estudando o fato de que nem seus generais de cabeceira se entregaram aos EUA e, ouso dizer, não bateram continência à bandeira americana.

 

 

*Jamil Chade/Uol

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Trump acusa o lacaio Bolsonaro de desvalorizar câmbio e vai restaurar tarifas sobre o aço

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que as tarifas do aço e do alumínio exportados pelo Brasil e pela Argentina serão restauradas ‘com efeito imediato’.

Trump acusou os dois países de desvalorizarem suas moedas frente ao dólar, o que, segundo ele, prejudica os produtores rurais americanos.

Segundo Trump, em sua retaliação ao lacaio Bolsonaro, “é porque o Brasil e Argentina têm feito uma maciça desvalorização de suas moedas, o que não é bom para os produtores rurais dos EUA. Assim, com efeito imediato, restaurarei as tarifas aço e alumínio importados pelos EUA desses países, disse Trump.”

E seguiu: “o Federal Reserve também deve agir para que países, e são muitos, não se aproveitem mais do nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna difícil para nossos produtores industriais e rurais exportarem seus produtos de maneira justa.”

Isso é péssima notícia para o PIB brasileiro que já é pífio.

Os EUA são os maiores compradores do aço produzido no Brasil.

O mercado movimentava, no ano passado, US$ 2,6 bilhões (ou mais de R$ 10 BI).

Bolsonaro aumentou a cota de importação de etanol dos EUA, para agradar Trump mas também não conseguiu derrubar a barreira à venda de carne in natura para os americanos.

O pleito pra entrar na OCDE prometido por Trump e alardeado por Bolsonaro também foi pro espaço .

Agora Bolsonaro vê Trump anunciar tarifas contra o país alegando a desvalorização do real frente ao dólar.

Todo castigo pra lacaio dos EUA que bate continência para a bandeira americana é pouco.

 

*Da redação

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Dólar bate recorde de R$ 4,22 com frustração do investimento estrangeiro

O dólar renovou máxima histórica de fechamento nesta segunda-feira (25) após os dados de conta corrente do Brasil apontarem para um déficit de 3% ao final do ano com o investimento estrangeiro abaixo do esperado.

Já o Ibovespa teve leve baixa, prejudicado pelo desempenho dos bancos em meio às notícias de que o governo do presidente Jair Bolsonaro estuda taxar dividendos. O setor financeiro, que responde por 22,3% da carteira teórica do índice, tombou em peso, com baixas de Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC3; BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11).

Essa queda fez com que a Bolsa se descolasse do desempenho dos índices internacionais. As bolsas americanas fecharam com ganhos entre 0,7% e 1,3%, renovando máximas. Lá fora, os investidores foram às compras com as declarações do conselheiro de segurança nacional dos EUA, Robert O’Brien, de que um acordo comercial inicial com a China ainda é possível até o final deste ano.

“Esperávamos concluir (a primeira fase) do negócio até o final do ano. Ainda acho que isso é possível ”, disse O’Brien a repórteres no sábado, segundo a Reuters. “Ao mesmo tempo, não vamos fechar os olhos para o que está acontecendo em Hong Kong ou no Mar do Sul da China ou em outras áreas do mundo onde estamos preocupados com as atividades da China”, acrescentou.

Nesta manhã, Global Times, jornal do Partido Comunista chinês, disse ainda que os dois países estão “muito perto” desse acordo.

O Ibovespa fechou com queda de 0,25%, a 108.423 pontos com volume financeiro negociado de R$ 16,020 bilhões.

Já o dólar comercial subiu 0,53% a R$ 4,2142 na compra e a R$ 4,215 na venda. O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava alta de 0,75%, a R$ 4,2305.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 avança quatro pontos-base 4,69% e o DI para janeiro de 2023 registra ganhos de 11 pontos-base a 5,98%.

 

*Com informações do Infomoney

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Vídeo – Bolívia: Mãe indígena diz ao filho militar: como você pode fazer isso com seu povo?

Que cena! Assistam à conversa de gestos entre mãe e filho na encruzilhada boliviana. Ela, indígena a caminho da marcha; ele, militar fardado, a postos para a repressão. Nos próximos dias esse diálogo decidirá o futuro da democracia boliviana. Muitos filhos já desertaram. Oremos. (Saul Leblon)

Chorando, a mãe fala para o filho na língua deles: como você pode fazer isso com seu povo?

É a lei do império americano e as linhas internas de um sistema em que os senhores da terra são os grandes neoliberais do planeta, numa guerra insana contra os pobres, contra os índios que não conseguem encobrir suas próprias contradições.

Mediante a violência de um soldado escravo das ordens dos EUA, ele se depara, através de seu ofício, com sua própria mãe num momento de rebeldia contra a servidão, numa desobediência, a linguagem de guerra formalizada pelos brancos num país marcado por uma divisão racista aonde soldados de origem indígena matam seus próprios irmãos através de um poder fardado que não aceita desobediência ao grande capital.

Nesse caso, o opressor era filho da oprimida e escravo do sistema. A mãe encontra com o filho em linhas cruzadas, com uma frase final que serve como pena de morte para ele: como você pode fazer isso com seu povo?

Imagina o coração dessa mãe. Imagina a dor. Ao mesmo tempo, não dá para ignorar a sua altivez, a sua conduta.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: O golpe na Bolívia e as ilusões republicanas

Concessões à direita não impediram que Morales sofresse um golpe violento

Quando Dilma foi golpeada em 2016, o impeachment foi chamado por alguns de “golpe branco”, levando em conta que a tomada do poder do Estado não ocorreu pelos meios convencionais, violentos, mas por malabarismos institucionais que tinham o intuito de lhe conferir a aparência de legalidade.

Dizia-se que não havia mais espaço para golpes “old school” na América Latina, com militares acossando governos democraticamente eleitos. A era das repúblicas bananeiras já estaria há algum tempo no retrovisor.

Ledo engano.

Evo Morales, presidente da Bolívia, foi deposto no domingo, dia 10 de novembro, após motins e ultimatos das forças militares bolivianas em conluio com lideranças golpistas. Seus opositores não hesitaram em adotar ações terroristas para pressioná-lo, com depredações, linchamentos, perseguições e sequestros de apoiadores, partidários e seus familiares.

Uma prefeita situacionista foi submetida à tortura e humilhação públicas, sendo obrigada a caminhar meio à multidão hostil após ter os cabelos cortados e o corpo sujo de tinta. Prédios e casas foram incendiados – incluindo a casa da irmã de Evo – e o editor chefe de um meio de comunicação sindical chegou a ser amarrado a uma árvore.

Ainda, a chefe da justiça eleitoral foi presa, ficando sob a custódia de encapuzados, e ministros e parlamentares do MAS, partido de Evo, tiveram que se abrigar na embaixada do México para se proteger de ameaças após também terem suas casas queimadas. Em uma rede social, o presidente denunciou a intenção da polícia em prendê-lo. Enquanto rumava para o México na condição de asilado, sua casa era saqueada.

Evo, reeleito recentemente, fez todas as concessões possíveis aos detratores de sua vitória: chamou novas eleições; acatou as orientações da OEA acerca do novo pleito, permitindo e legitimando sua intervenção; informou que renovaria a composição do Tribunal Supremo Eleitoral; convidou Carlos Mesa, seu adversário na eleição presidencial, para conversar (o convite foi negado) e cedeu à pressão da oposição, mostrando tolerância – ou mesmo temor – à violência com que pautou suas ações.

Não foi suficiente.

A estratégia de Mesa, do líder opositor Luis Fernando Camacho e das forças militares amotinadas era a reivindicação da democracia como tática, e não como princípio. Camacho, um fundamentalista cristão, faz eco aos racistas de Santa Cruz de La Sierra, reduto anti-Evo, estimulando a violência contra indígenas e a queima de bandeiras Whipala, símbolo dos povos andinos originários. Não é surpresa, portanto, que operem de acordo com a ritualística nazista.

“Os meus opositores só sabem repetir que é preciso derrubar esse índio de mierda. Como se pode chegar a um acordo com esse tipo de gente?”, reclamou o então presidente em relato publicado ainda em 2007 pela Piauí.

Até 1952, a Bolívia viveu sob um apartheid entre brancos e indígenas, que não tinham direito a voto, a identidade e mesmo a frequentar alguns lugares públicos. A chegada de Evo ao poder mexeu com os brios da elite branca, disposta a partir para o vale-tudo para retomar privilégios. Provavelmente foi com risadas que os facínoras receberam a juvenil estratégia governista de reagir ao golpismo com iniciativas legalistas e conciliatórias. A boia da institucionalidade, antes de ser uma salvação, é uma armadilha quando o adversário está disposto a bater abaixo da cintura.

O Estado Plurinacional criado por Evo, importante para o reconhecimento histórico dos povos indígenas, mostrou-se insuficiente para, por si só, conter levantes golpistas historicamente irrigados pelos EUA e seus associados do poder econômico. Entre os séculos XIX e XX, a Bolívia passou por quase duzentos golpes de Estado.

O republicanismo que fez o presidente abrir mão de combater fogo com fogo foi o sinal que os sequestradores da democracia precisavam para restaurar essa tradição.

“Os militares estão conosco. Eles não querem a divisão do país”, disse Evo em 2007 como uma espécie de garantia às incursões golpistas da mesma direita que o golpeou hoje. Na Comuna de Paris, em 1871, o controle das forças militares foi um ponto inegociável para os communards. O golpe seguido do massacre de junho de 1848 contra os operários – um morticínio apoiado pela burguesia francesa, com quem se aliara em fevereiro para depor o rei Luís Felipe – os vacinou quanto aos limites da democracia burguesa, que prende, arrebenta e mata quando o conteúdo se sobrepõe à forma e alguém que não estava no roteiro chega onde não deveria chegar. Os golpes encabeçados por militares na América Latina no século XX mostram que fazia sentido a preocupação dos revoltosos de Paris.

Tomara que o golpe na Bolívia sirva para que a esquerda latino-americana sepulte suas ilusões republicanas e feche enfim as veias do continente.

 

 

*Gustavo Freire Barbosa/Carta Capital

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Chomsky denuncia: EUA tinham planos A e B: derrubar ou matar Evo Morales

Um dos maiores intelectuais do mundo, Noam Chomsky denuncia a participação dos Estados Unidos na derrubada do governo de Evo Morales, citando inclusive a hipótese de assassinato.

“O golpe é promovido pela oligarquia boliviana (…) e conta com o apoio total do governo dos Estados Unidos, que há muito tempo anseia por expulsar Evo Morales e seu movimento de poder”, afirmou o renomado cientista político americano.

Em comunicado divulgado no sábado, Chomsky alertou que o centro de operações da embaixada dos EUA em La Paz (capital boliviana) revelou dois planos no país sul-americano: “o ‘plano A’, um golpe de estado e o ‘plano B’, o assassinato de Morales ”, afirmou.

Segundo o cientista político, a oposição boliviana prepara um golpe de estado após o fracasso sofrido nas eleições de 20 de outubro contra o Movimento ao Socialismo (MAS), liderado por Morales.

Do site Aporrea – 10 de noviembre de 2019.- El politólogo Noam Chomsky denuncia que EE.UU. está detrás del golpe de Estado de la oposición en Bolivia para derrocar al presidente Evo Morales.

“El golpe es promovido por la oligarquía boliviana (…) y cuenta con el total apoyo del Gobierno de Estados Unidos, que desde hace mucho tiempo está ansioso por expulsar a Evo Morales y a su movimiento del poder”, advirtió el reconocido politólogo estadounidense.

En un comunicado emitido el sábado, Chosmky alertó que el centro de operaciones de la embajada de Estados Unidos en La Paz (capital boliviana) ha dejado entrever dos planes en el país suramericano: “el ‘plan A’, un golpe de Estado, y el ‘plan B’, el asesinato de Morales”, indicó.

 

 

*Com informações do 247