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A Europa se prepara para a guerra

Há sinais de fumaça no horizonte de que os países europeus preparam-se para a guerra. Que guerra? Contra a Rússia.

Tomemos a Alemanha como exemplo.

Primeiro exemplo: a Volkswagen, empresa que há quase um século está vinculada à identidade nacional alemã, vai fechar três de suas fábricas, devido à crise econômica que assola o país e o continente.

Mas há uma empresa interessada na compra das três. Qual? a Rheinmetall, uma das principais produtoras de armamentos na Alemanha.

Por quê? Porque seus diretores preveem uma margem de lucro considerável, graças ao anúncio, por parte da presidenta da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, de que a União vai investir 800 bilhões de euros em armamentos para incrementar a defesa do continente.

Exemplo 2: paradoxalmente, o diretor de uma das agências do serviço secreto alemão, Bruno Kahl, do Bundesnachrichtendienst, manifestou, em entrevista à Deutsche Welle, em 03/03/2025, a preocupação com a possibilidade de que a guerra na Ucrânia tenha um “fim rápido”.

Por quê? Segundo ele, porque isto liberaria a Rússia para ameaçar o restante da Europa antes de 2029 ou 2030, isto é, antes de que os outros países do continente estejam preparados para enfrentar o “inimigo”.A afirmativa, que provocou indignação em Kiev, mostra que

há uma estratégia pensada a respeito da possibilidade e previsão da guerra.

E a indústria da guerra parece ser um dos vetores mais importantes para a recuperação econômica da Alemanha e do continente.

A Alemanha ocupa o quinto lugar entre os maiores exportadores de armas do mundo.

São eles, em ordem crescente, segundo o Instituto Internacional de Investigação para a Paz, sediado em Estocolmo: Israel, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido, Alemanha, China, França e Rússia praticamente empatadas, e Estados Unidos.

Há duas enormes discrepâncias entre estes países. Primeira: de Israel à China, o percentual de participação nas exportações mundiais de armas fica em um dígito, de 1 a 5%.

Com Rússia e França, o índice dá um salto, para 10,5 e 10,9%, respectivamente, sendo que a França superou a Rússia porque as exportações desta caíram, graças à guerra com a Ucrânia e os aliados que a apoiam.

Com os Estados Unidos, o salto é maior ainda: o índice de sua participação é de 40% do mercado mundial.

Segunda discrepância: nos últimos dez anos o valor destas exportações caiu, em oito dos dez países. A duas grandes exceções são a França e os Estados Unidos. No caso destes, o aumento foi de 24%.

Das 100 maiores empresas privadas de produção de armamentos, 41 são norte-americanas, e 27 europeias, excluindo-se a Rússia, que tem apenas 2 empresas entre elas.

Invertendo-se a perspectiva, verifica-se que o país que mais importa armas no mundo é a Ucrânia, com quase 9% do setor. E seus principais fornecedores são os Estados Unidos, a Alemanha e a Polônia.

Assinale-se uma curiosidade: nenhum país da América Latina figura entre os principais exportadores ou importadores de armas.

Aqueles números acima mostram que, como no passado, infelizmente a guerra ou sua perspectiva permanecem sendo um bom negócio para afastar o fantasma de recessões econômicas para quem produza armas, não para quem suporte seus efeitos.

Como afirmei no começo, há sinais de fumaça no horizonte apontando na direção de uma guerra. Sabe-se que onde há fumaça, há fogo.

Sempre que os países da Europa prepararam-se para uma guerra, a guerra aconteceu. E este continente propiciou as duas guerras que em toda a história humana ganharam o triste título de “mundiais”.

*Por Flávio Aguiar

*Publicado originalmente na Rádio França Internacional (Brasil).

*Flávio Aguiar, jornalista e escritor, é professor aposentado de literatura brasileira na USP. Autor, entre outros livros, de Crônicas do mundo ao revés (Boitempo

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Rússia adverte Europa que enviar tropas à Ucrânia será ‘entendido como guerra direta’

Chanceler Sergei Lavrov afirmou que Moscou passará a considerar os países que tomem essa iniciativa como seus inimigos.

Em declaração feita nesta quinta-feira (06/03), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, lançou uma advertência aos países aliados da Ucrânia, sobre o risco de uma escalada da guerra caso os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) enviem tropas para apoiar Kiev no campo de batalha.

“Consideraremos a presença dessas tropas de qualquer outro país em território ucraniano exatamente da mesma forma com a que tratamos a possível presença da OTAN na Ucrânia, como uma declaração de guerra feita diretamente à Rússia”, disse o chanceler.

Lavrov explicou que “não importa sob quais bandeiras esta operação seja hasteada, se a da União Europeia ou as bandeiras nacionais dos países que enviam suas tropas, continuam sendo tropas da OTAN”.

O comentário fez referência às ameaças feitas pelo presidente da França, Emmanuel Macron, e pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, sobre um possível plano para enviar tropas europeias ao território ucraniano.

“Não vemos espaço para esse tipo de compromisso. A discussão (sobre o envio de tropas) está sendo conduzida com um propósito abertamente hostil. Eles (Macron e Starmer) nem estão escondendo para que precisam dela”, disse o chanceler russo.

Críticas a Macron e Starmer
Lavrov também ironizou um comentário de Macron, que justificou a proposta de envio de tropas à Ucrânia dizendo que elas atuariam “em paralelo a uma possível negociação de um acordo sobre os termos da paz”.

*Opera Mundi

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Estados Unidos suspendem ajuda militar à Ucrânia

Rússia elogia decisão enquanto UE reforça apoio a Kyiv. Os Estados Unidos suspenderam o envio de ajuda militar à Ucrânia, aumentando a pressão sobre o presidente Volodymyr Zelenskyy para que faça concessões em um possível acordo de paz com a Rússia. A decisão marca uma mudança radical na política externa americana, que vinha garantindo apoio […]

Rússia elogia decisão enquanto UE reforça apoio a Kyiv.

Os Estados Unidos suspenderam o envio de ajuda militar à Ucrânia, aumentando a pressão sobre o presidente Volodymyr Zelenskyy para que faça concessões em um possível acordo de paz com a Rússia. A decisão marca uma mudança radical na política externa americana, que vinha garantindo apoio militar contínuo a Kyiv desde a invasão russa há três anos.

A suspensão ocorre em meio a tensões crescentes entre Trump e Zelenskyy. Na última sexta-feira, os dois líderes tiveram um confronto na Casa Branca, onde Trump criticou a postura da Ucrânia na busca por um acordo.

“O presidente deixou claro que está focado na paz. Precisamos que nossos parceiros também se comprometam com esse objetivo. Estamos pausando e revisando nossa ajuda para garantir que ela contribua para uma solução”, declarou um funcionário do governo americano.

Efeitos no campo de batalha e resposta internacional
A Ucrânia depende fortemente do apoio militar dos EUA, que fornece grande parte dos sistemas de defesa aérea, mísseis de longo alcance e suporte logístico. A suspensão da ajuda pode afetar a capacidade de Kyiv de resistir aos ataques russos, especialmente em relação à defesa contra drones e mísseis.

A decisão de Trump intensificou os esforços da União Europeia para reforçar o apoio militar à Ucrânia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um pacote emergencial de 150 bilhões de euros em empréstimos para a compra de armas e equipamentos para Kyiv. “Esse mecanismo ajudará os Estados-membros a unir forças e adquirir equipamentos militares de forma mais eficiente, aumentando substancialmente o apoio à Ucrânia”, afirmou.

A suspensão também acelerou mudanças na política do Banco Europeu de Investimentos (BEI), que agora permitirá investimentos em infraestrutura militar, como bases e helicópteros.

Rússia vê movimento como avanço para a paz
O Kremlin elogiou a decisão de Trump, afirmando que a interrupção da ajuda pode levar a Ucrânia a aceitar negociações de paz. “Isso pode ser a melhor contribuição para a paz”, declarou Dmitry Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin. Moscou também espera que os EUA reduzam as sanções econômicas impostas à Rússia.

Pressão sobre os aliados europeus
A suspensão da ajuda americana adiciona pressão sobre os aliados da Ucrânia. A França criticou duramente a decisão, afirmando que a medida “apenas fortalece o agressor”, referindo-se à Rússia. O Reino Unido adotou um tom mais cauteloso, dizendo que ainda está comprometido com a segurança e a estabilidade na Ucrânia.

Zelenskyy, por sua vez, classificou a decisão como um golpe para Kyiv. Oleksandr Merezhko, chefe do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento Ucraniano, afirmou que cortar a ajuda militar era “inacreditável”.

O Instituto para o Estudo da Guerra, em Washington, alertou que a decisão pode prejudicar a posição estratégica da Ucrânia, permitindo que a Rússia avance militarmente e reduza o apoio europeu a Kyiv.

*Fonte: Financial Times (FT)/Cafezinho

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Vendas da Tesla despencam na Europa após apoio de Musk à extrema direita

As vendas de novos carros da Tesla caíram quase para a metade (45%) em janeiro na Europa, segundo dados divulgados na terça-feira (25/02) pela Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis. As quedas foram maiores na França e Alemanha.

A fabricante que produz veículos elétricos vendeu cerca de 9 mil unidades no mês passado na Europa, apontando uma queda em relação ao mesmo período de 2024.

Na Alemanha, país que abriga a única fábrica da Tesla na Europa, registrou uma queda de 59,5%, enquanto que na França as vendas caíram 63%.

Especialistas debatem para tentar compreender possíveis causas para a queda. Porém, campanhas contra a compra de carros da marca vêm se multiplicando desde que Elon Musk, fundador e maior acionista da empresa, se posicionou ao lado da extrema direita, primeiro nos Estados Unidos e depois na Alemanha.

Uma reportagem do jornal britânico Guardian também mostra que entre os atuais proprietários de veículos da Tesla há uma parcela descontente com as posições assumidas por Musk.

O estrategista digital Mike Schwede, por exemplo, ficou horrorizado quando o bilionário investiu milhões de dólares na campanha de Donald Trump. Ele se orgulhava de ser um dos pioneiros em conduzir um Tesla, símbolo de luta contra a crise climática, e o republicano prometia aumentar a produção e o uso de petróleo e gás.

‘Senti nojo e perdi o gosto pelo meu Tesla’
Mas o definitivo para Schwede foi ver Musk fazer um gesto que remeteu à uma saudação nazista. “Eu senti nojo e perdi o gosto pelo meu Tesla”, conta o empreendedor que vive e trabalha na Suíça. Ele pensou em vender o carro, mas, em vez disso, resolveu doar 10 centavos por cada quilômetro rodado para a caridade, sobretudo as que ajudam jovens LGBTQIA+ ou que combatem o extremismo da direita.

O alemão Patrik Schneider resolveu lançar uma linha de adesivos anti-Elon depois que foi vaiado por um estranho que apontava para a marca de seu carro em um posto de gasolina. As mensagens dos adesivos são “Elon é uma droga” ou “Comprei isso antes de Elon enlouquecer”.

Segundo ele, à medida que Musk se aprofundava no apoio ativo à ultradireita do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), a demanda pelos adesivos disparou. Mesmo sem publicidade alguma, ele vende agora até 2 mil unidades por dia e não só para países de língua alemã, como também para a Austrália e Coreia do Sul.

Na Alemanha, duas empresas já eliminaram os carros Tesla de suas frotas pelas posições políticas de Musk. Foram elas a LickBlick e a rede de farmácias Rossmann. Esta última já o fez antes mesmo do bilionários se envolver na campanha eleitoral alemã apoiando a AfD.

‘Vai de zero a 1939 em 3 segundos’
Depois do gesto nazista de Musk, a britânica Led by Donkeys anunciou a mesma decisão e postou em suas redes sociais a campanha “Não compre um Tesla”. Ativistas londrinos também parodiaram a publicidade da empresa com um adesivo que inundou a cidade e os carros da marca que por lá circulam. Os adesivos dizem: “vai de zero a 1939 em 3 segundos”.

Na Polônia, onde a ocupação nazista matou 6 milhões de pessoas, o ministro do Turismo Slawomir Nitras pediu abertamente o boicote à Tesla.

*Opera Mundi

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Estado Islâmico tem Europa e EUA na mira após ataque mortal em Moscou

A ameaça do Estado Islâmico pode ter parecido estar diminuindo à medida que as manchetes se voltavam para a Ucrânia, Gaza e as próximas eleições nos EUA. Mas o ataque da semana passada a uma casa de shows em Moscou lembrou ao mundo o perigo duradouro do terrorismo islâmico e as ambições do que é conhecido como Estado Islâmico-Khorasan (Estado Islâmico-K) muito além dos seus acampamentos nas montanhas do Afeganistão.

Os analistas acreditam que o grupo tem um foco crescente na Europa – e apontam eventos como os Jogos Olímpicos de Paris deste ano como potenciais alvos.

O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque terrorista em Moscou. O fato de cidadãos tadjiques estarem alegadamente envolvidos indica que o Estado Islâmico-K foi o responsável; o grupo atrai muitos membros da Ásia Central e tem um histórico de conspirações anteriores na Rússia. Autoridades dos EUA também disseram que há evidências de que o Estado Islâmico-K realizou o ataque, diz a CNN.

O Estado Islâmico-K foi criado há nove anos como uma “província” autônoma do Estado Islâmico e, apesar de muitos inimigos, sobreviveu e provou ser capaz de lançar ataques no Paquistão, no Irã e na Ásia Central. Antes do ataque à Crocus City, o grupo havia planejado outros na Europa e na Rússia.

O comandante do Comando Central dos EUA, general Erik Kurilla, avaliou recentemente que o Estado Islâmico-K “mantém a capacidade e a vontade de atacar os interesses dos EUA e do Ocidente no exterior em apenas seis meses, com pouco ou nenhum aviso”.

Especialistas da ONU e outros – incluindo os serviços de segurança russos – estimam a força do Estado Islâmico-K entre 4 mil e 6 mil combatentes. Sanaullah Ghafari tornou-se o líder do grupo em 2020 e, apesar de relatos ocasionais sobre a sua morte, os analistas sobre terrorismo acreditam que ele continua a ser um líder eficaz.

Tanto o Talibã como os Estados Unidos procuraram – embora não em conjunto – expurgar o Estado Islâmico-K dos seus refúgios seguros no leste do Afeganistão. Mas uma análise recente no Sentinel, o jornal do Centro de Combate ao Terrorismo em West Point, disse que “continua a ser uma organização resiliente, capaz de se adaptar a dinâmicas em mudança e de evoluir para sobreviver a circunstâncias difíceis”.

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Mundo

Órgão de segurança da Europa virou apêndice da Otan, acusa Lavrov

Declaração de chanceler russo parte de análise dos privilégios que Ocidente entrega à Otan em detrimento da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acusou nesta quinta-feira (30/11) que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) está virando “um apêndice da Otan e da União Europeia”.

O chanceler afirmou que a organização atualmente se encontra em um “estado deplorável” devido aos privilégios que o Ocidente dá à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“É certo que a organização está à beira de um precipício”, analisou Lavrov ao questionar se investir na revitalização do ´órgão seria útil e efetivo.

A declaração do chanceler fez referência ao iminente aniversário de 50 anos da ata final de Helsinque, acordos que estabeleceram a OSCE. E segundo ele, é lamentável constatar que “a OSCE se aproxima desta data de aniversário num estado deplorável e que as suas perspectivas permanecem sombrias”.

Na análise do chefe da diplomacia russa, após a Guerra Fria havia um potencial da OSCE para ser explorado no âmbito da cooperação europeia unificada, no entanto “as elites políticas ocidentais, que assumiram o direito de decidir o destino da humanidade, tomaram uma decisão míope, não a favor da OSCE, mas a favor da Otan”.

Lavrov ainda afirmou que os próprios países da União Europeia “destruíram com as próprias mãos a dimensão político-militar” da OSCE. A declaração do chanceler faz referência aos ataques da Otan contra a Iugoslávia, que era membro da OSCE em 1999 e à separação de Kosovo da Sérvia em 2008 sem o respaldo de referendo.

*Opera Mundi

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Política

Lula vai à Europa, encontra-se com o Papa, Macron e duas personalidades italianas que o visitaram na prisão política

Joaquim de Carvalho*

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será recebido pelo Papa Francisco no Vaticano na próxima quarta-feira. Este será o segundo encontro entre Lula e o Papa. Em 2020, dois meses após deixar a prisão política, os dois se reuniram no Vaticano.
Mas este não será o único compromisso de alta relevância que Lula terá esta semana.

Na viagem que fará à Itália, ele se encontrará com o presidente daquele país, Sergio Mattarella, em audiência agendada também para quarta-feira. Na terça-feira, ele terá encontro com o professor Domenico De Masi, que o visitou na prisão política da Polícia Federal em 2019.

Após aquele encontro no carcere, o sociólogo, autor do best seller “Ócio Criativo”, declarou:

“O fato de estar mantido aqui como preso político não mudou em nada o prestígio dele lá fora. Lula continua sendo uma grande liderança do mundo, talvez a maior de todas”.

Domenico De Masi afirmou também: “Lula me disse que não vai trocar a sua dignidade por sua liberdade e me pediu para que cada um de vocês que estão aqui façam o mesmo Para ele, a luta da esquerda é uma luta de longo prazo, mas ao fim deste caminho haverá uma esquerda muito maior”.

Àquela época, quando a farsa da Lava Jato ainda não tinha sido revelada e Sergio Moro era um poderoso ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Domenico De Masi jamais imaginaria que, quatro anos depois, Lula estaria de volta à Presidência da República. Quem imaginaria?

Na quarta-feira, Lula se encontrará também com outra personalidade que o visitou no cárcere onde foi mantido graças à parcialidade de Sergio Moro. Trata-se de Roberto Gualtieri, hoje prefeito de Roma.

Um dos advogados de Lula, Luiz Carlos Rocha, acompanhou o encontro na prisão e viu Gualtieri chorar muito ao se encontrar com Lula, numa demonstração de que tinha a dimensão do grau de violência a que o o atual presidente do Brasil tinha sido submetido. Na época, Gualtieri representava a Itália no Parlamento Europeu.

“Eu li toda a sentença, e acho que aqui trata-se mais de um expediente para compensar a falta de provas do que uma qualificação genuína dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção”, afirmou Gualtieri. “Pessoalmente eu não vejo nesse caso nada que indique um crime”, declarou ainda. Gualtieri também disse:

Àquela época, quando a farsa da Lava Jato ainda não tinha sido revelada e Sergio Moro era um poderoso ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Domenico De Masi jamais imaginaria que, quatro anos depois, Lula estaria de volta à Presidência da República. Quem imaginaria?

Na quarta-feira, Lula se encontrará também com outra personalidade que o visitou no cárcere onde foi mantido graças à parcialidade de Sergio Moro. Trata-se de Roberto Gualtieri, hoje prefeito de Roma.

Um dos advogados de Lula, Luiz Carlos Rocha, acompanhou o encontro na prisão e viu Gualtieri chorar muito ao se encontrar com Lula, numa demonstração de que tinha a dimensão do grau de violência a que o o atual presidente do Brasil tinha sido submetido. Na época, Gualtieri representava a Itália no Parlamento Europeu.

“Eu li toda a sentença, e acho que aqui trata-se mais de um expediente para compensar a falta de provas do que uma qualificação genuína dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção”, afirmou Gualtieri. “Pessoalmente eu não vejo nesse caso nada que indique um crime”, declarou ainda. Gualtieri também disse:

“A situação do Brasil não é só um caso de solidariedade política dos socialistas europeus com o PT, é uma questão mais ampla, que afeta a qualidade do desenvolvimento internacional. É preciso estar atento, Europa não pode ficar indiferente a respeito do que ocorre aqui com relação à qualidade do processo democrático e ao presidente Lula”, afirmou.

Na quinta-feira, Lula estará em Paris, para encontros com outros chefes de estado. Ele estará na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global e depois participará do jantar oferecido pelo presidente Emmanuel Macron aos chefes de delegação presentes.

*247

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Rússia ameaça cortar fornecimento de gás da Europa em resposta às sanções

O governo da Rússia ameaçou cortar o fornecimento de gás para a Europa caso as sanções econômicas sejam estendidas para o setor energético. Tal punição à Rússia já foi discutida pela União Europeia, mas não foi aprovada até que fontes alternativas sejam encontradas. A Rússia é o principal fornecedor de gás da região.

Atualmente, a Rússia é responsável pelo fornecimento de cerca de 40% do gás natural consumido pela Europa.

“Em conexão com acusações infundadas contra a Rússia e a imposição da proibição do Nord Stream II, temos todo o direito de tomar uma decisão correspondente e impor um embargo ao bombeamento de gás através do Gasoduto Nord Stream I. Mas até agora não tomando tal decisão”, declarou o vice primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, nesta terça-feira (8).

Novak também declarou que se a União Europeia e os EUA decidirem impor uma rejeição ao petróleo russo, haverá “consequências catastróficas”.

“Está absolutamente claro que a rejeição do petróleo russo vai levar a consequências catastróficas para o mercado global. A subida dos preços será imprevisível. Será US$ 300 por barril, se não mais”, declarou Novak.

Zelensky está pronto para discutir não adesão à OTAN

O conselheiro presidencial da Ucrânia, Mikhail Podolyak, declarou nesta terça-feira (8) que o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, está pronto para discutir, sob alguns termos, a não adesão à OTAN.

“Estamos prontos para negociações construtivas sobre questões-chave. A principal, claro, é a segurança. O fim das hostilidades […] sobre questões políticas, o presidente Zelensky não tem medo de falar com o lado russo sobre quaisquer questões políticas, declarou Podolyak.

“Mas, naturalmente, defendemos nossa condição de Estado Nacional, nossos direitos nacionais, e pretendemos obter um conjunto claro e concreto de garantias juridicamente vinculativas de nossa segurança, tendo em conta que a OTAN diz abertamente que não aceitará a Ucrânia. Agora é inútil falar de detalhes, agora o mais importante é defender fisicamente a Ucrânia”, completou Podolyak.

*Com Correio Braziliense

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Quem provocou o conflito?

Casa Branca e Europa foram decisivas no fechamento das portas diplomáticas.

Apesar da narrativa dominante na imprensa ocidental vender que Moscou seria responsável pelo conflito ucraniano, os fatos demonstram um outro fluxo geopolítico. A Casa Branca, apoiada por vassalos europeus, se moveu incisivamente para empurrar Vladimir Putin ao caminho das armas, fechando as portas diplomáticas.

A atual crise militar, certamente a mais relevante desde a 2ª Guerra Mundial, teve início em 2014, quando um golpe de Estado derrubou o presidente Viktor Yanukovich, aliado russo. Essa insurgência, apoiada pelos EUA e pela União Europeia, teve como principal bandeira a incorporação de Kiev ao bloco atlântico. Sob essa plataforma, unificaram-se de sociais-democratas a neonazistas.

A reação de Moscou foi a ocupação da Crimeia, área estratégica por seu acesso ao Mar Negro, que havia sido cedida à Ucrânia em 1954. Um referendo popular consagrou a reintegração desse distrito à Rússia, embora o resultado tenha sofrido questionamentos externos. No leste do país, na região do Donbass (de maioria russa), a resistência ao golpe levou ao surgimento das repúblicas separatistas de Lugansk e Donetsk, imediatamente atacadas pelas Forças Armadas de Kiev.

O cenário se desdobrou em uma guerra civil de cinco meses, suspensa pelos chamados Acordos de Minsk, que previam a realização de plebiscitos sobre o futuro das áreas sublevadas. Esses pactos, até o início de 2021, garantiram uma paz relativa, sob fortes tensões e ameaças. A partir de então, ao mesmo tempo em que a Ucrânia reiniciava sua ofensiva contra os rebeldes, o presidente Volodymyr Zelensky, eleito em 2019, reabriu portas para o expansionismo ocidental e defendeu a incorporação de seu país à Otan. Moscou apresentou, em contraposição à política ucraniana, reivindicações simples e defensivas: além do respeito aos Acordos de Minsk, o compromisso de que a Ucrânia não ingressaria na coalizão militar liderada pelos EUA e tampouco seria destinatária de armas estratégicas. Do outro lado da mesa, o Kremlin somente encontrou inflexibilidade.

A Casa Branca parece voltada para o calendário eleitoral norte-americano, buscando no embate com Putin um ativo na disputa parlamentar contra os republicanos, marcada para novembro. Acima de tudo, sinaliza uma estratégia de asfixia do principal aliado da China: provocar a guerra para justificar sanções econômicas draconianas que quebrem a Rússia e, de preferência, afetem as finanças de Pequim.

Com o descumprimento da promessa feita pelos EUA, em 1989, de conter a Otan nas suas fronteiras originais, o que provocou o desmantelamento do sistema de segurança coletiva montado após a derrota do nazismo, o presidente russo ficou entre se render à escalada ocidental, que tem na Ucrânia fronteira decisiva, ou adotar resposta militar que aumentasse a pressão sobre Kiev.

Putin optou por ataques que destruíssem o aparato armado do vizinho e estrangulassem Kiev, o elo mais fraco da corrente, derrubando Zelensky ou obrigando-o a desistir de seus planos de filiação à Otan.

De toda maneira, a crise ucraniana conclui um período histórico no qual a hegemonia norte-americana era tida como incontestável. Depois de 30 anos, a ordem unipolar agoniza sob os pés de uma Rússia reerguida.

*Com Ópera Mundi

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Rússia fecha espaço aéreo para 36 países como retaliação à Europa

Desde que tropas russas invadiram a Ucrânia, diversos nações europeias fecharam os respectivos espaços aéreos a aeronaves russas.

A Rússia anunciou, nesta segunda-feira (28/2), o fechamento do seu espaço aéreo para 36 países, como Alemanha, França, Espanha, Itália. A medida do governo russo é uma resposta aos diversos países da Europa que também fecharam seus respectivos espaços aéreos a aeronaves russas depois da invasão da Ucrânia, informa o Metrópoles.

“Em resposta à proibição, por parte dos Estados europeus, de voos de aeronaves civis para companhias aéreas russas e/ou registradas na Rússia, introduziu-se uma restrição de voos de companhias aéreas de 36 Estados”, informou a agência russa de transporte aéreo, Rosaviatsia, em um comunicado.

A Ucrânia fechou seu espaço aéreo para voos civis na quinta-feira (24/2), assim que tropas russas invadiram o país.

Países tentam negociação

As delegações da Rússia e da Ucrânia se reúnem, neste segunda, na tentativa de negociar um possível cessar-fogo do conflito entre os países. É a primeira vez que representantes das duas nações se reúnem desde que a Rússia deu início ao conflito. O diálogo ocorre na fronteira da Ucrânia com Belarus.

Para o governo ucraniano, além de uma interrupção do conflito, o objetivo da reunião é negociar uma saída das tropas russas que invadiram seu país.

Já o governo russo de Vladimir Putin disse esperar que as conversas comecem imediatamente, mas não quis abrir quais são os objetivos do encontro.

Mapa de ataques russos à Ucrânia terceiro dia

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