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Estado Islâmico tem Europa e EUA na mira após ataque mortal em Moscou

A ameaça do Estado Islâmico pode ter parecido estar diminuindo à medida que as manchetes se voltavam para a Ucrânia, Gaza e as próximas eleições nos EUA. Mas o ataque da semana passada a uma casa de shows em Moscou lembrou ao mundo o perigo duradouro do terrorismo islâmico e as ambições do que é conhecido como Estado Islâmico-Khorasan (Estado Islâmico-K) muito além dos seus acampamentos nas montanhas do Afeganistão.

Os analistas acreditam que o grupo tem um foco crescente na Europa – e apontam eventos como os Jogos Olímpicos de Paris deste ano como potenciais alvos.

O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque terrorista em Moscou. O fato de cidadãos tadjiques estarem alegadamente envolvidos indica que o Estado Islâmico-K foi o responsável; o grupo atrai muitos membros da Ásia Central e tem um histórico de conspirações anteriores na Rússia. Autoridades dos EUA também disseram que há evidências de que o Estado Islâmico-K realizou o ataque, diz a CNN.

O Estado Islâmico-K foi criado há nove anos como uma “província” autônoma do Estado Islâmico e, apesar de muitos inimigos, sobreviveu e provou ser capaz de lançar ataques no Paquistão, no Irã e na Ásia Central. Antes do ataque à Crocus City, o grupo havia planejado outros na Europa e na Rússia.

O comandante do Comando Central dos EUA, general Erik Kurilla, avaliou recentemente que o Estado Islâmico-K “mantém a capacidade e a vontade de atacar os interesses dos EUA e do Ocidente no exterior em apenas seis meses, com pouco ou nenhum aviso”.

Especialistas da ONU e outros – incluindo os serviços de segurança russos – estimam a força do Estado Islâmico-K entre 4 mil e 6 mil combatentes. Sanaullah Ghafari tornou-se o líder do grupo em 2020 e, apesar de relatos ocasionais sobre a sua morte, os analistas sobre terrorismo acreditam que ele continua a ser um líder eficaz.

Tanto o Talibã como os Estados Unidos procuraram – embora não em conjunto – expurgar o Estado Islâmico-K dos seus refúgios seguros no leste do Afeganistão. Mas uma análise recente no Sentinel, o jornal do Centro de Combate ao Terrorismo em West Point, disse que “continua a ser uma organização resiliente, capaz de se adaptar a dinâmicas em mudança e de evoluir para sobreviver a circunstâncias difíceis”.

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Órgão de segurança da Europa virou apêndice da Otan, acusa Lavrov

Declaração de chanceler russo parte de análise dos privilégios que Ocidente entrega à Otan em detrimento da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acusou nesta quinta-feira (30/11) que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) está virando “um apêndice da Otan e da União Europeia”.

O chanceler afirmou que a organização atualmente se encontra em um “estado deplorável” devido aos privilégios que o Ocidente dá à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“É certo que a organização está à beira de um precipício”, analisou Lavrov ao questionar se investir na revitalização do ´órgão seria útil e efetivo.

A declaração do chanceler fez referência ao iminente aniversário de 50 anos da ata final de Helsinque, acordos que estabeleceram a OSCE. E segundo ele, é lamentável constatar que “a OSCE se aproxima desta data de aniversário num estado deplorável e que as suas perspectivas permanecem sombrias”.

Na análise do chefe da diplomacia russa, após a Guerra Fria havia um potencial da OSCE para ser explorado no âmbito da cooperação europeia unificada, no entanto “as elites políticas ocidentais, que assumiram o direito de decidir o destino da humanidade, tomaram uma decisão míope, não a favor da OSCE, mas a favor da Otan”.

Lavrov ainda afirmou que os próprios países da União Europeia “destruíram com as próprias mãos a dimensão político-militar” da OSCE. A declaração do chanceler faz referência aos ataques da Otan contra a Iugoslávia, que era membro da OSCE em 1999 e à separação de Kosovo da Sérvia em 2008 sem o respaldo de referendo.

*Opera Mundi

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Política

Lula vai à Europa, encontra-se com o Papa, Macron e duas personalidades italianas que o visitaram na prisão política

Joaquim de Carvalho*

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será recebido pelo Papa Francisco no Vaticano na próxima quarta-feira. Este será o segundo encontro entre Lula e o Papa. Em 2020, dois meses após deixar a prisão política, os dois se reuniram no Vaticano.
Mas este não será o único compromisso de alta relevância que Lula terá esta semana.

Na viagem que fará à Itália, ele se encontrará com o presidente daquele país, Sergio Mattarella, em audiência agendada também para quarta-feira. Na terça-feira, ele terá encontro com o professor Domenico De Masi, que o visitou na prisão política da Polícia Federal em 2019.

Após aquele encontro no carcere, o sociólogo, autor do best seller “Ócio Criativo”, declarou:

“O fato de estar mantido aqui como preso político não mudou em nada o prestígio dele lá fora. Lula continua sendo uma grande liderança do mundo, talvez a maior de todas”.

Domenico De Masi afirmou também: “Lula me disse que não vai trocar a sua dignidade por sua liberdade e me pediu para que cada um de vocês que estão aqui façam o mesmo Para ele, a luta da esquerda é uma luta de longo prazo, mas ao fim deste caminho haverá uma esquerda muito maior”.

Àquela época, quando a farsa da Lava Jato ainda não tinha sido revelada e Sergio Moro era um poderoso ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Domenico De Masi jamais imaginaria que, quatro anos depois, Lula estaria de volta à Presidência da República. Quem imaginaria?

Na quarta-feira, Lula se encontrará também com outra personalidade que o visitou no cárcere onde foi mantido graças à parcialidade de Sergio Moro. Trata-se de Roberto Gualtieri, hoje prefeito de Roma.

Um dos advogados de Lula, Luiz Carlos Rocha, acompanhou o encontro na prisão e viu Gualtieri chorar muito ao se encontrar com Lula, numa demonstração de que tinha a dimensão do grau de violência a que o o atual presidente do Brasil tinha sido submetido. Na época, Gualtieri representava a Itália no Parlamento Europeu.

“Eu li toda a sentença, e acho que aqui trata-se mais de um expediente para compensar a falta de provas do que uma qualificação genuína dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção”, afirmou Gualtieri. “Pessoalmente eu não vejo nesse caso nada que indique um crime”, declarou ainda. Gualtieri também disse:

Àquela época, quando a farsa da Lava Jato ainda não tinha sido revelada e Sergio Moro era um poderoso ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Domenico De Masi jamais imaginaria que, quatro anos depois, Lula estaria de volta à Presidência da República. Quem imaginaria?

Na quarta-feira, Lula se encontrará também com outra personalidade que o visitou no cárcere onde foi mantido graças à parcialidade de Sergio Moro. Trata-se de Roberto Gualtieri, hoje prefeito de Roma.

Um dos advogados de Lula, Luiz Carlos Rocha, acompanhou o encontro na prisão e viu Gualtieri chorar muito ao se encontrar com Lula, numa demonstração de que tinha a dimensão do grau de violência a que o o atual presidente do Brasil tinha sido submetido. Na época, Gualtieri representava a Itália no Parlamento Europeu.

“Eu li toda a sentença, e acho que aqui trata-se mais de um expediente para compensar a falta de provas do que uma qualificação genuína dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção”, afirmou Gualtieri. “Pessoalmente eu não vejo nesse caso nada que indique um crime”, declarou ainda. Gualtieri também disse:

“A situação do Brasil não é só um caso de solidariedade política dos socialistas europeus com o PT, é uma questão mais ampla, que afeta a qualidade do desenvolvimento internacional. É preciso estar atento, Europa não pode ficar indiferente a respeito do que ocorre aqui com relação à qualidade do processo democrático e ao presidente Lula”, afirmou.

Na quinta-feira, Lula estará em Paris, para encontros com outros chefes de estado. Ele estará na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global e depois participará do jantar oferecido pelo presidente Emmanuel Macron aos chefes de delegação presentes.

*247

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Rússia ameaça cortar fornecimento de gás da Europa em resposta às sanções

O governo da Rússia ameaçou cortar o fornecimento de gás para a Europa caso as sanções econômicas sejam estendidas para o setor energético. Tal punição à Rússia já foi discutida pela União Europeia, mas não foi aprovada até que fontes alternativas sejam encontradas. A Rússia é o principal fornecedor de gás da região.

Atualmente, a Rússia é responsável pelo fornecimento de cerca de 40% do gás natural consumido pela Europa.

“Em conexão com acusações infundadas contra a Rússia e a imposição da proibição do Nord Stream II, temos todo o direito de tomar uma decisão correspondente e impor um embargo ao bombeamento de gás através do Gasoduto Nord Stream I. Mas até agora não tomando tal decisão”, declarou o vice primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, nesta terça-feira (8).

Novak também declarou que se a União Europeia e os EUA decidirem impor uma rejeição ao petróleo russo, haverá “consequências catastróficas”.

“Está absolutamente claro que a rejeição do petróleo russo vai levar a consequências catastróficas para o mercado global. A subida dos preços será imprevisível. Será US$ 300 por barril, se não mais”, declarou Novak.

Zelensky está pronto para discutir não adesão à OTAN

O conselheiro presidencial da Ucrânia, Mikhail Podolyak, declarou nesta terça-feira (8) que o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, está pronto para discutir, sob alguns termos, a não adesão à OTAN.

“Estamos prontos para negociações construtivas sobre questões-chave. A principal, claro, é a segurança. O fim das hostilidades […] sobre questões políticas, o presidente Zelensky não tem medo de falar com o lado russo sobre quaisquer questões políticas, declarou Podolyak.

“Mas, naturalmente, defendemos nossa condição de Estado Nacional, nossos direitos nacionais, e pretendemos obter um conjunto claro e concreto de garantias juridicamente vinculativas de nossa segurança, tendo em conta que a OTAN diz abertamente que não aceitará a Ucrânia. Agora é inútil falar de detalhes, agora o mais importante é defender fisicamente a Ucrânia”, completou Podolyak.

*Com Correio Braziliense

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Quem provocou o conflito?

Casa Branca e Europa foram decisivas no fechamento das portas diplomáticas.

Apesar da narrativa dominante na imprensa ocidental vender que Moscou seria responsável pelo conflito ucraniano, os fatos demonstram um outro fluxo geopolítico. A Casa Branca, apoiada por vassalos europeus, se moveu incisivamente para empurrar Vladimir Putin ao caminho das armas, fechando as portas diplomáticas.

A atual crise militar, certamente a mais relevante desde a 2ª Guerra Mundial, teve início em 2014, quando um golpe de Estado derrubou o presidente Viktor Yanukovich, aliado russo. Essa insurgência, apoiada pelos EUA e pela União Europeia, teve como principal bandeira a incorporação de Kiev ao bloco atlântico. Sob essa plataforma, unificaram-se de sociais-democratas a neonazistas.

A reação de Moscou foi a ocupação da Crimeia, área estratégica por seu acesso ao Mar Negro, que havia sido cedida à Ucrânia em 1954. Um referendo popular consagrou a reintegração desse distrito à Rússia, embora o resultado tenha sofrido questionamentos externos. No leste do país, na região do Donbass (de maioria russa), a resistência ao golpe levou ao surgimento das repúblicas separatistas de Lugansk e Donetsk, imediatamente atacadas pelas Forças Armadas de Kiev.

O cenário se desdobrou em uma guerra civil de cinco meses, suspensa pelos chamados Acordos de Minsk, que previam a realização de plebiscitos sobre o futuro das áreas sublevadas. Esses pactos, até o início de 2021, garantiram uma paz relativa, sob fortes tensões e ameaças. A partir de então, ao mesmo tempo em que a Ucrânia reiniciava sua ofensiva contra os rebeldes, o presidente Volodymyr Zelensky, eleito em 2019, reabriu portas para o expansionismo ocidental e defendeu a incorporação de seu país à Otan. Moscou apresentou, em contraposição à política ucraniana, reivindicações simples e defensivas: além do respeito aos Acordos de Minsk, o compromisso de que a Ucrânia não ingressaria na coalizão militar liderada pelos EUA e tampouco seria destinatária de armas estratégicas. Do outro lado da mesa, o Kremlin somente encontrou inflexibilidade.

A Casa Branca parece voltada para o calendário eleitoral norte-americano, buscando no embate com Putin um ativo na disputa parlamentar contra os republicanos, marcada para novembro. Acima de tudo, sinaliza uma estratégia de asfixia do principal aliado da China: provocar a guerra para justificar sanções econômicas draconianas que quebrem a Rússia e, de preferência, afetem as finanças de Pequim.

Com o descumprimento da promessa feita pelos EUA, em 1989, de conter a Otan nas suas fronteiras originais, o que provocou o desmantelamento do sistema de segurança coletiva montado após a derrota do nazismo, o presidente russo ficou entre se render à escalada ocidental, que tem na Ucrânia fronteira decisiva, ou adotar resposta militar que aumentasse a pressão sobre Kiev.

Putin optou por ataques que destruíssem o aparato armado do vizinho e estrangulassem Kiev, o elo mais fraco da corrente, derrubando Zelensky ou obrigando-o a desistir de seus planos de filiação à Otan.

De toda maneira, a crise ucraniana conclui um período histórico no qual a hegemonia norte-americana era tida como incontestável. Depois de 30 anos, a ordem unipolar agoniza sob os pés de uma Rússia reerguida.

*Com Ópera Mundi

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Rússia fecha espaço aéreo para 36 países como retaliação à Europa

Desde que tropas russas invadiram a Ucrânia, diversos nações europeias fecharam os respectivos espaços aéreos a aeronaves russas.

A Rússia anunciou, nesta segunda-feira (28/2), o fechamento do seu espaço aéreo para 36 países, como Alemanha, França, Espanha, Itália. A medida do governo russo é uma resposta aos diversos países da Europa que também fecharam seus respectivos espaços aéreos a aeronaves russas depois da invasão da Ucrânia, informa o Metrópoles.

“Em resposta à proibição, por parte dos Estados europeus, de voos de aeronaves civis para companhias aéreas russas e/ou registradas na Rússia, introduziu-se uma restrição de voos de companhias aéreas de 36 Estados”, informou a agência russa de transporte aéreo, Rosaviatsia, em um comunicado.

A Ucrânia fechou seu espaço aéreo para voos civis na quinta-feira (24/2), assim que tropas russas invadiram o país.

Países tentam negociação

As delegações da Rússia e da Ucrânia se reúnem, neste segunda, na tentativa de negociar um possível cessar-fogo do conflito entre os países. É a primeira vez que representantes das duas nações se reúnem desde que a Rússia deu início ao conflito. O diálogo ocorre na fronteira da Ucrânia com Belarus.

Para o governo ucraniano, além de uma interrupção do conflito, o objetivo da reunião é negociar uma saída das tropas russas que invadiram seu país.

Já o governo russo de Vladimir Putin disse esperar que as conversas comecem imediatamente, mas não quis abrir quais são os objetivos do encontro.

Mapa de ataques russos à Ucrânia terceiro dia

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Holanda confirma que variante ômicron da covid-19 estava na Europa antes de ser detectada na África do Sul

Holanda revela que a nova cepa foi detectada em duas amostras, em 19 e em 23 de novembro. África do Sul lançou alerta no dia seguinte. OMS pede resposta “racional”.

De acordo com o Correio Braziliense, o anúncio do Instituto Nacional de Saúde Pública e Meio Ambiente da Holanda (RIVM) lançou dúvidas sobre quando e onde surgiu a ômicron, a nova cepa do Sars-CoV-2, causador da covid-19. De acordo com a entidade, a variante foi identificada no país, pela primeira vez, em 19 de novembro, por meio de amostras testadas pelo Serviço de Saúde de Amsterdã. “Em um teste especial PCR, elas exibiram uma anormalidade na proteína spike. Isso levantou a preocupação de que a ômicron pudesse estar envolvida”, afirmou o RIVM.

Outra amostra revelou mesma característica, em 23 de novembro. Seis dias depois, veio a confirmação de que se tratava da ômicron. “Não está claro se essas pessoas tinham visitado a África do Sul”, ressaltou o instituto holandês. Até ontem, acreditava-se que os primeiros casos da ômicron na Europa envolviam os 14 passageiros que testaram positivo e desembarcaram em Amsterdã, procedentes da África do Sul, em 26 de novembro.

Os dois contágios ocorreram antes de as autoridades sul-africanas alertarem a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 24 de novembro — seis dias depois de Angelique Coetzee, presidente da Associação Médica da África do Sul, identificar a cepa.

Ontem, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, defendeu uma reação “racional e proporcional” à ômicron. A entidade instou as pessoas com mais de 60 anos e os “vulneráveis” não vacinados a adiarem viagens aéreas para regiões com transmissão comunitária da nova variante.

Coetzee disse não se surpreender com a notícia de que a cepa circulava pela Europa antes do que se imaginava. “O vírus pode ser rastreado ainda no começo dos sintomas. A Holanda não fechou as fronteiras antes que revisássemos as amostras e atestássemos a presença da nova cepa”, comentou. “Assim que soubemos da ômicron, começamos a refazer os testes de PCR em pacientes nos quais não tínhamos a certeza do vetor da infecção.”

Ao ser questionada sobre a hipótese de a ômicron ter surgido na Europa, e não na África, Coetzee respondeu que “tudo é possível”. “Esperamos que outras nações revisem seus dados. Por várias vezes tenho declarado que a nova cepa provavelmente está em vários outros países, pois os sintomas leves podem ser facilmente ignorados”, disse.

Reitor da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Witwatersrand, em Johannesburgo, Shabir Madhi considera improvável que a ômicron tenha origem no continente europeu. “A cepa está muito mais disseminada no sul da África, e a delta ainda se mostra dominante na Holanda”, explicou.

Ele lembrou à reportagem que a marca registrada da pandemia da covid-19 tem sido o fato de as variantes virem à tona depois de se espalharem por um tempo. Segundo Madhi, no contexto da África do Sul e do Brasil, um lockdown total contra a ômicron surtiria pouco efeito. “Essa medida talvez fosse exigida sob iminente colapso dos hospitais. Ela desacelera a propagação do vírus, em vez de livrar dele.”

*Crédito foto destaque: Testes de coronavírus para viajantes da África do Sul, nesta terça-feira, no aeroporto Schiphol, em Amsterdã.DPA vía Europa Press (Europa Press)

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Política

Bolsonaro irritado com a comparação feita pela Globo News de sua viagem com a de Lula

A Globo News, que esteve muda até esta quarta-feira e, depois de sofrer um turbilhão de críticas, por ignorar por completo o sucesso da viagem de Lula por países da Europa, decidiu, enfim, ir a fundo na comparação da viagem do ex-presidente com a de Bolsonaro e escancarando a realidade dos fatos. Destaca-se os comentários surpreendentes de Eliane Cantanhêde. Isso deixou Bolsonaro profundamente irritado.

“Bolsonaro é fiasco internacional; Lula é sucesso”, dizia a legenda na tela da emissora, em referência a uma fala da comentarista Eliane Cantanhêde durante a edição do programa “Em Pauta” desta quarta-feira. Pouco antes, a legenda era: “Lula é recebido por Macron com protocolos de chefe de Estado”.

Bolsonaro ironizou nesta quinta-feira (18) no Qatar as comparações que foram feitas entre seu giro pelo Oriente Médio e a recepção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Europa.

“Eu vi na Globo News: ‘Bolsonaro decepciona, Lula é um sucesso’. Ah, pelo amor de Deus”, declarou, antes de embarcar de volta ao Brasil.

O presidente brasileiro encerrou uma viagem de seis dias por três países. Além do Qatar, esteve também nos Emirados Árabes Unidos e no Bahrein. Ele se encontrou com autoridades locais e empresários, além de ter visitado eventos como uma feira do setor aéreo e a Expo 2020, em Dubai.

Simultaneamente, Lula, provável adversário do presidente na eleição do ano que vem, teve vasta agenda na Europa, onde visitou o Parlamento Europeu e foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

A coincidência levantou comparações entre as duas viagens e observações de que, enquanto o petista visitava líderes democraticamente eleitos, Bolsonaro encontrava ditadores do golfo Pérsico.

Na véspera, antes de visitar o estádio que sediará a final da Copa do Mundo do ano que vem, no Qatar, Bolsonaro já havia alfinetado o périplo do petista. “O Lula tem que andar pelo Brasil”, disse o presidente.

Bolsonaro afirmou que sua viagem pelo Oriente Médio foi altamente positiva. “Excelente viagem. Conversas excepcionais”, declarou, sem entrar em muitos detalhes a respeito do que foi tratado com os líderes árabes. “O que é reservado é reservado”, disse.

De acordo com o presidente, a imagem internacional do Brasil é muito boa, e o país vem tendo protagonismo crescente no palco global.

*Com informações da Folha

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Saúde

Fiocruz alerta para a onda de Covid na Europa e Ásia

Alerta: O Brasil registrou, em 24 horas, 14.642 novos casos de covid-19 e 731 mortes pela doença, segundo o boletim epidemiológico divulgado neste sábado pelo Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, foram registrados 21.953.838 casos e 611.222 óbitos.

A volta de casos nesses continentes acende luz vermelha para a situação do Brasil.

Fiocruz alerta para a onda de Covid na Europa e Ásia, enfatizando que a volta de casos nesses continentes acende luz vermelha para a situação do Brasil. Esses países registram aumento de casos e óbitos mesmo com cobertura vacinal em patamar elevado. O alerta foi dado por cientistas da Fiocruz que elaboram o Boletim Observatório Covid-19.

O boletim enfatiza sobre a necessidade de manutenção das medidas de distanciamento e proteção individual e aponta para o risco da desaceleração do ritmo de vacinação de primeira dose no Brasil.

Ainda, no boletim, o alerta da Organização Mundial de Saúde para o aumento dos casos e óbitos registrados na Europa e Ásia. Para a OMS, esses continentes estão às voltas com o recrudescimento da Covid-19.

Retornando ao patamar de meses atrás, a Europa e a Ásia registraram, na última semana de outubro, 59% de todos os casos e 48% dos óbitos registrados no mundo. Esse percentual significa que os dois continentes relataram 1,8 milhão de novos casos e 24 mil novas mortes, um aumento de 6% e 12% na comparação com a semana anterior. Fiocruz alerta para a onda de Covid na Europa e Ásia justamente por este aumento.

A OMS alerta que, se for mantida esta tendência, essas regiões podem responder por mais meio milhão de óbitos até 1 de fevereiro de 2022. E mais, esses 43 países enfrentarão novamente o risco de colapso nas capacidades de resposta de seus sistemas de saúde. Os casos graves da doença estão concentrados nos grupos não vacinados, especialmente em países com baixa cobertura vacinal.

Para os pesquisadores do Observatório Covid-19, mesmo que os dados recentes do Brasil indiquem uma tendência geral de queda dos indicadores, é bom lembrar que a pandemia não acabou e que o risco de retorno de tempos difíceis ainda permanece, principalmente se lembrarmos que estamos prestes a entrar em temporada de férias e festas, com maior circulação e muito mais concentração de pessoas nos ambientes.

*Com informações do GGN

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Brasil será isolado na Cúpula do Clima para impedir que Bolsonaro bloqueie acordo

Europeus avaliam que brasileiros fazem ‘propostas irracionais’ e poucos acreditam que pais cumprirá seus compromissos; Washington ainda prefere abordagem mais branda.

No passado, o Brasil era um negociador duro, mas que atuava de boa-fé. O Brasil governado por Jair Bolsonaro não é confiável, e a única opção para lidar com esse “trouble maker” (criador de problemas) é tentar isolá-lo para que metas ambiciosas possam ser alcançadas.

A avaliação foi feita por um alto funcionário da União Europeia (UE) envolvido nas negociações globais sobre mudanças climáticas, que pediu para não ser identificado. Quando se fala sobre meio ambiente com fontes estrangeiras, essa é a imagem que tem hoje o governo Bolsonaro, prenunciando um ambiente hostil em relação à delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-26, que começa dia 31 de outubro em Glasgow, na Escócia.

Para técnicos europeus, o Brasil de Bolsonaro faz propostas irracionais, e ninguém acredita que cumprirá as metas anunciadas este ano pelo presidente, entre outras, em matéria de redução das emissões de carbono — foi antecipado de 2060 para 2050 o objetivo de atingir a neutralidade de carbono, isto é, a compensação de todas emissões de gases causadores do efeito estufa).

A estratégia do bloco foi explicada em detalhes pela fonte europeia. O que a UE tentará fazer em Glasgow é deixar o Brasil sozinho. Para isso, estão tentando convencer pesos pesados, como China e Índia. Chineses e indianos não defendem as posições do Brasil como próprias, mas resistem à tática do isolamento. Nas conversas com os europeus, pedem que haja mais paciência com o Brasil, mas não há sinais de que esteja dando certo.

“Acreditamos que a única saída para garantir que da COP-26 saiam acordos [que devem ser por consenso] importantes é que o isolamento obrigue o Brasil a fazer algumas concessões. O país precisa se sentir acuado” — disse a fonte europeia.

*Com informações de O Globo

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