Duas empresas investigadas na Operação Sisaque, que foi feita na quarta-feira (15), exportaram 12 toneladas de ouro entre 2016 e 2021, volume que a Polícia Federal suspeita ter sido extraído de maneira ilegal, vindo de terras indígenas e áreas de conservação.
Ligadas a três empresários com ordem de prisão decretada, essas firmas faturaram R$ 2,88 bilhões no período, segundo o despacho do juiz da 4ª Vara Federal de Belém, Gilson Jader Vieira.
Na ação, a Justiça mandou confiscar R$ 2 bilhões das contas bancárias dos investigados. Os minerais eram revendidos para o exterior por meio de uma empresa nos Estados Unidos.
As duas empresas são a Pena e Melo Comércio e Exportação Ltda (Pemex), pertencente ao casal Diego Mello e Lílian Pena, e Amazônia Comércio e Exportação Ltda, de Marina Galo Alonso. Mello e Lílian foram presos pela polícia na quarta-feira (15). Marina estava foragida até quinta-feira (16).
O advogado da Pemex, de Mello e de Lílian, Daruich Júnior, negou que o ouro comercializado tenha origem ilegal. Ele disse que a procedência é de áreas com permissão de lavra garimpeira (PLG) e com laudos comprovados por satélite.
São áreas garimpáveis e autorizadas. Não tem como dar credibilidade a uma investigação quando eles têm PLG e lavra comprovada. Estão sendo extremamente desleais.” Daruich Júnior, advogado da Pemex.
O UOL procurou Marina Alonso e a Amazônia por meio de telefonemas, mensagens de correio eletrônico e de celular. A reportagem também tentou falar com uma advogada que procurou informações no processo. Ninguém retornou os contatos. Os esclarecimentos serão publicados se forem recebidos.
Um quilo de ouro está avaliado em mais de R$ 300 mil de acordo com o site Melhor Câmbio.
Como era o esquema segundo a PF? Pequenas empresas compravam ouro de locais proibidos na Amazônia, como terras indígenas ou áreas de conservação ambiental. Para disfarçar, faziam uma nota fiscal fria informando que adquiriram os metais em uma lavra legalizada.
Porém os policiais descobriram que nem sequer existia mineração na região onde estava autorizada essa lavra.
Com esse documento falso, essas empresas menores vendiam o ouro para duas grandes empresas, a Pemex e a Amazônia. Por sua vez, elas revendiam o outro para uma empresa nos Estados Unidos chamada Ororeal. Esta comercializava o metal para o resto do mundo. A reportagem não localizou os representantes da Ororeal.
Aonde o ouro chegava? Segundo a PF, o ouro tirado ilegalmente do Brasil —e talvez de países estrangeiros na fronteira com o Brasil— chegava à Suíça, Itália, China e Emirados Árabes Unidos.
*Com Uol
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda discutirá, em uma reunião a dois, o futuro de Dilma Rousseff (PT) em seu governo. A ex-presidente diz a auxiliares que não tem pretensões e que não fará nenhum pedido a Lula. Ela, no entanto, admite, segundo pessoas próximas ouvidas pela reportagem, que pode aceitar convites feitos pelo presidente.
Há a previsão de que nos próximos dias Lula chame Dilma para essa conversa reservada.
Dilma passou os últimos dias frequentando o Palácio do Planalto e foi aplaudida e homenageada em diversas posses, como a o do ministro da AGU, Jorge Messias, e a do Secretário de Comunicação, Paulo Pimenta.
Segundo aliados do novo governo, a possibilidade que vinha sendo defendida nos bastidores, de que a ex-presidente assumisse alguma embaixada, como a de Portugal ou da Argentina, tem diminuído e há conversas para que a ex-presidente receba algum tipo de cargo que não seja subordinado diretamente a Lula.
Há no cardápio de possíveis opções para acomodar Dilma vagas que podem ser ocupadas na ONU (Organização das Nações Unidas) e também na OEA (Organização dos Estados Americanos).
Dilma poderia ser indicada para a OEA como uma espécie de representante informal do governo. Entre suas funções, por exemplo, estaria a ideia de fazer reuniões prévias para Lula. Desta forma, Dilma poderia englobar a ação de vários ministérios.
Cargo de Bachelet?
Outro cargo que aliados acreditam que a ex-presidente poderia ocupar seria algo da mesma relevância do conquistado pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, que foi alta comissária da ONU para os Direitos Humanos. A política chilena anunciou que não disputaria o segundo mandato — seu substituto é o austríaco Volker Türk.
A possibilidade, no entanto, encontra algumas barreiras e negociações regionais já que a escolha para o cargo é colegiada e os Estados Unidos possuem forte influência.
Lula já confirmou que sua primeira viagem será para Argentina, mas o Itamaraty tem costurado logo para os primeiros meses de governo um encontro de Lula com o presidente Joe Biden.
Dilma “satisfeita”
A ex-presidente entrou no Palácio do Planalto pela primeira vez após o impeachment (2016) no último domingo, na posse de Lula. Desde então tem recebido homenagens nas cerimônias de posse no Planalto, nas quais tem sido muito aplaudida. Dilma confidenciou a algumas pessoas que a primeira sensação que teve foi de estranhamento.
Depois, afirmou que sabia que a justiça estava feita. “Nós voltamos presidente”, disse Jorge Messias, ministro da AGU, em seu discurso de posse.
Sobre seu futuro no governo, Dilma “não quer conversa”. Diz apenas que se o presidente Lula quiser falar sobre isso vai obviamente ouvir. Aliados da ex-presidente Dilma afirmam uma única coisa: “Ela não vai pedir nada”.
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Jamil Chade – Os assassinatos de um indigenista e um jornalista escancaram uma crise de imagem “sem precedentes” para o Brasil, que já era alvo de questionamentos, críticas e preocupações internacionais. Para experientes diplomatas ouvidos pela coluna, a confirmação das mortes de Bruno Pereira e de Dom Phillips aprofunda um mal-estar e pode “sepultar” qualquer tentativa de inserção do governo de Jair Bolsonaro no exterior.
A coluna apurou que haverá, a partir de agora, uma pressão intensa sobre as autoridades brasileiras para que realizem uma investigação imparcial e independente sobre as mortes, com o governo britânico, a ONU e entidades internacionais cobrando tais atos.
Dentro do Itamaraty, a ordem nos últimos dias foi a de passar a informação para agências internacionais e governos estrangeiros de que o Planalto estava comprometido na busca pelos dois homens. Mas, sem credibilidade por anos de um discurso negacionista, a palavra do Brasil está sendo recebida com desdém e desconfiança.
Segundo ex-embaixadores, o caso neste momento pode ter um impacto maior que o de Chico Mendes ou de Dorothy Stang, ambos assassinados por seu trabalho na floresta. Hoje, dizem eles, a Amazônia está no centro do debate internacional e nunca, no período de democracia, o governo brasileiro foi tão criticado no exterior como agora.
O caso também pode ter impactos econômicos e comerciais. No último ano, o maior fundo soberano do mundo – na Noruega – reduziu investimentos no Brasil sob a alegação de que o país vivia uma crise tanto no que se refere aos direitos humanos como em questões ambientais.
Cenários feitos por diplomatas apontam que essa tendência, agora, pode aumentar. Não há confiança na palavra do Brasil de que age para defender a Amazônia, indígenas ou ativistas.
Acordos comerciais já com sérias dificuldades para serem aprovados agora seriam congelados. Um deles envolve o Mercosul e a União Europeia. A coluna apurou que, nesta semana, indígenas brasileiros levaram o tema para deputados no Parlamento Europeu, ampliando a pressão para que os europeus não ratifiquem nenhum tipo de aproximação comercial com o Brasil.
Membros de governos estrangeiros indicam que haverá uma reação internacional muito dura e que o dedo vai estar apontado ao desmonte promovido por Bolsonaro em toda a política ambiental e de direitos humanos no país.
Na ONU, funcionários do mais alto escalão da entidade destacam para a incoerência de uma situação de violência só agora ganhar o noticiário internacional, por conta da existência de uma vítima estrangeira. Mas a agência admite que a pressão de governos estrangeiros para que haja uma cobrança maior sobre o Brasil vai aumentar.
Já na semana passada, a ONU criticou a reação “extremamente lenta” do governo na busca pelos dois homens, além de atacar os comentários feitos pelo presidente Jair Bolsonaro difamando o trabalho do indigenista e do jornalista.
Um dia depois, coube ao embaixador do Brasil na ONU, Tovar Nunes, desmentir Bachelet e dizer que o governo atua contra atividades ilegais em reservas indígenas. Ele também destacou programas de proteção a ambientalistas e jornalistas.
Nos corredores da ONU, um só comentário: quem é que vai acreditar na palavra do Brasil?
A pressão também virá de entidades da sociedade civil. Laura Canineu, diretora do Brasil da Human Rights Watch, deixou claro que as cobranças continuarão. Ela pede que o processo de investigação seja realizado “de forma minuciosa, independente e imparcial, em estrito cumprimento da lei”. “É essencial que a investigação esclareça as circunstâncias e a motivação do crime, e leve à responsabilização de todos os envolvidos”, afirmou.
“Esta é uma grande tragédia para as famílias de Bruno e Dom, assim como para todos que defendem a Amazônia e os direitos dos povos indígenas, e todos que reportam e dão visibilidade a esses temas”, disse.
“É urgente que medidas imediatas e contundentes sejam adotadas pelo governo federal, governadores estaduais e ministérios públicos federal e estaduais para combater a ilegalidade e as redes criminosas na Amazônia”, completou.
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Atos em cerca de 70 cidades denunciarão a responsabilidade do presidente pela disparada da inflação e do desemprego, e a volta da fome e da miséria.
Brasileiros e estrangeiros se organizam para ocupar as ruas de várias cidades do país e do mundo neste sábado (9), em mais um dia de protestos contra o governo de Jair Bolsonaro. O objetivo da mobilização #BolsonaroNuncaMais é denunciar as responsabilidades do presidente pela disparada da inflação, altas taxas de desemprego e de trabalho precário, além da volta da fome e da miséria ao Brasil. Os atos foram convocados por movimentos populares, sociais e sindicais.
“Este ano é um ano decisivo para as nossas vidas. É o ano que vai definir que futuro queremos para o nosso país, para nós, nossas famílias e todo o povo brasileiro”, afirma a Secretária Geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Carmen Foro. “Por isso, estar nas ruas protestando e denunciando o governo Bolsonaro, além de um ato de resistência, é um ato de conscientização da população sobre a tragédia que vivemos”, completa em entrevista para o portal da central.
Resultado destes anos de governo Bolsonaro são desastrosos. Mais de 20 milhões de brasileiros estão sofrendo algum grau de dificuldade para se alimentar. O Brasil voltou para o Mapa da Fome da ONU. Durante a pandemia, o negacionismo e o desdém com o povo levaram o país a ser um dos grandes epicentros do vírus no mundo. São mais de 660 mil mortes, sem contar ampla subnotificação, igualmente promovida pela incompetência de Bolsonaro na condução do país. Aliado a isso, uma inflação inédita em mais de duas décadas. “O Brasil vive hoje o pior momento de sua história”, argumenta Carmen.
“Um período que começou com o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff e que fez o país chegar no fundo do poço com Bolsonaro. Nunca o pais foi tão assolado por ataques a direitos, falta de investimentos no básico como saúde, nunca tivemos um presidente que fosse tão desumano como Bolsonaro. Basta ver o enfrentamento à pandemia”, completa a secretária-geral da CUT.
Confira a agenda completa do “#BolsonaroNuncaMais:
Acre
Rio Branco – Mercado Velho, 16h
Alagoas
Maceió – Praça dos Martírios, 9h
Amapá
Macapá – Praça da Bandeira, 16h
Bahia
Salvador – Concentração no Campo Grande, 14h Ilhéus – Praça do Teatro no Centro Histório, às 12h Itabuna – Praça Adami, às 9h Feira de Santana – Estacionamento em frente à prefeitura, 8h30
Distrito Federal
Brasília – Museu da República, 16h
Ceará
Fortaleza – às 15h, na Praça Portugal
Distrito Federal
Brasília – Museu da República, 16h
Goiás
Goiânia, a concentração será às 16h na Praça do Trabalhador. Jataí – Praça Tenente Diomar Menezes- às 8h Rio Verde – Rotatória do Cristo Redentos, às 9h
Minas Gerais
Belo Horizonte, ato será na- Praça Afonso Arinos, ás 9h30. Barbacena – Praça São Sebastião, 8h30 Juiz de Fora – Parque Halfel, às 10h Montes Claros – Mercado Municipal, às 8h
Mato Grosso do Sul
Campo Grande, a concentração do ato será Avenida Afonso Pena esquina com a Rua 14 de Julho, às 9h.
Maranhão
São Luís – Praça João Lisboa, 9h Imperatriz – Calçadão, Centro, 9h Santa Inês – Praça das Laranjeiras, 8h
Pará
Belém – Escadinha da Presidente Vargas, às 8h
Paraíba
João Pessoa – Ponto dos Cem Réis, 9H
Paraná
Em Curitiba, capital paranaense, o ato irá ocorrer na Praça Generoso Marques, com concentração às 14h30. Cascavel – Em frente a Catedral, 9h Foz do Iguaçu – Praça da Bíblia, às 18h Umuarama – Praça Arthur Thomas, 10h Turvo: Praça 31 de Outubro, às 14h
Pernambuco
Recife – a concentração ocorrerá no Parque Treze de Maio, Rua Santa Isabel, a partir das 09h. O final da caminhada será na Praça do Carmo.
Piauí
Teresina – ato na Praça da Liberdade, ás 8h. Paranaíba – ato em frente à UFDPar,l às 8h30
Rio Grande do Norte
Natal – ato será às 8h00, na Praça Gentil Ferreira, no Alecrim.
Rio Grande do Sul
Na capital gaúcha haverá concentração, às 15h, no Largo Glênio Peres, seguido de caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares, com a participação de trabalhadores, trabalhadoras, estudantes, desempregados, donas de casa e população em geral.
Caxias do Sul – Praça Dante Alighieri, às 9h30 Novo Hamburgo – Praça do Imigrante, 10h Pelotas – Mercado Público, 10h Rio Grande – Largo Dr. Pio, Centro, às 10h Santa Maria – Praça Saldanha Marinho, 14h São Leopoldo – Estação São Leopoldo, às 14h Santana do Livramento – Parque Internacional, às 9h30 Tramandaí – Praça da Tainha, às 15h
Rio de Janeiro
No Rio, a concentração começa às 10h, na Candelária e caminhada até a Cinelândia.
Campo dos Goytacazes – UFF Campos, 9h
Santa Catarina
Em Florianópolis, ato será no Largo da Alfândega, às 9h. Joinville – Praça da Bandeira, 14h
São Paulo
Na capital paulista, a manifestação está prevista para ocorrer na Praça da República, no centro, com concentração a partir das 14h.
Carapicuíba – Calçadão da Av. Rui Barbosa | 10h Botucatu – Praça do Bosque, 14h Jaguariúna – Campinas Largo do Rosário, 9h Marília – Praça da Ilha, em frente a Galeria Atenas, 9h30 Mogi das Cruzes – Largo do Rosário, às 10h Osasco – Estação de Osasco, 12h30 Ribeirão Preto – Esplanada Theatro Pedro II, 9h Santos – Estação da Cidadania, Av. Ana Costa 340, às 16h São Carlos – Ato às 9h (local a confirmar) Estação da Cidadania, Av. Ana Costa 340, 16h São Vicente – Praça Barão, 10h Sorocaba – Boulevard Braguinha x Barão de Rio Branco, às 9h30
Sergipe
Em Aracaju, o ato será na Praça Eventos do Mecardo, no central da capita sergipana, às 8h.
Outros países
Suíça Zurique: Flashmob e ato Rua ao lado da casa do Povo em frente a praça Nenhuma a Menos. Klimarkirche, Wibichstrasse 43, ZH | 17h (horário local)
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Confira lista de locais que serão palco de mais uma manifestação popular contra o governo Bolsonaro.
As Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo divulgaram, nesta sexta-feira (23), a lista atualizada das cidades e países que serão palco de mais um protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ao todo, são 426 atos confirmados em 405 cidades e 15 países integram o rol de atos populares.
Do Acre ao Rio Grande do Sul, o Brasil mais uma vez terá manifestações em todas as regiões. Já pelo mundo as ações irão percorrer México, Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Bélgica, Portugal, Itália, Irlanda, Holanda, Espanha, França, Inglaterra, República Tcheca e Suíça.
Os organizadores orientam que os participantes utilizem máscara, levem álcool em gel e mantenham o distanciamento social durante os atos por conta da covid-19.
Leia aqui: Vai protestar contra Bolsonaro? Saiba como ir às ruas seguindo protocolos sanitários
Os adeptos dos protestos cobram também auxílio emergencial de R$ 600 e políticas contra o desemprego, que atinge mais de 14 milhões de brasileiros. Confira a seguir a lista completa dos locais e horários de cada manifestação.
No Brasil
Norte
AC – Rio Branco – Gameleira | 15h
AM – Itacoatiara – Mirante (ao lado da Pizzaria Panorama) | 16h30
As contas externas do Brasil fecharam 2019 com rombo de US$ 50,76 bilhões em 2019, o pior resultado desde 2015, quando houve déficit de US$ 54,47 bilhões. Os números foram divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo Banco Central (BC).
O déficit em transações correntes, um dos principais dados sobre o setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
No ano passado, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 39,4 bilhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 35,14 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 56 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 53 bilhões.
O resultado não chega a preocupar, já que o déficit foi largamente superado pela entrada de recursos via Investimentos Diretos no País (IDP), que somaram US$ 78,56 bilhões no ano passado. Em 2018, a entrada de recursos nessa conta havia somado US$ 78,16 bilhões.
No ano passado, enquanto o déficit em conta representou 2,76% do Produto Interno Bruto (PIB), o IDP total, de US$ 78,559 bilhões, foi equivalente a 4,27% do PIB.
Já a dívida externa bruta brasileira aumentou de 2018 para 2019, de US$ 320,612 bilhões para US$ 323,593 bilhões, o que representa uma alta de 0,93%.
Nesse caso, a situação também é confortável, já que o Brasil há anos é credor – e não devedor – em moeda estrangeira, com reservas internacionais atualmente na casa dos US$ 357 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.