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Assassinatos de quilombolas quase dobraram durante período Bolsonaro

Entre os anos de 2018 e 2022, 32 quilombolas foram assassinados no Brasil;  o número é quase o dobro do registrado entre os anos de 2008 e 2017 e abrange todo o mandato de Jair Bolsonaro. Naqueles anos, a média anual foi de 3,8, passando para 6,4 no período mais recente. Os picos ocorreram nos anos de 2019 a 2021, com oito assassinatos. Ao todo, nesses 15 anos, 70 quilombolas foram mortos.

As informações fazem parte da pesquisa Racismo e violência contra Quilombos no Brasil, uma iniciativa da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e da Terra de Direitos.

Com base nessas análises, as entidades constataram que, no período analisado — que abrange os quatro anos de Jair Bolsonaro e um ano de Michel Temer na presidência da República — houve um  agravamento das desigualdades e violências historicamente praticadas contra as comunidades quilombolas.

“Um olhar sobre a motivação desses casos mostra que, ainda que sejam vítimas de diferentes tipos de violência – que são também resultado de processos de negação de outros direitos – quilombolas têm morrido mais por conta dos conflitos por terra ou em razão de feminicídios”, diz o relatório.

No caso do recorte por gênero, o levantamento mostra que a maioria dos caos, 23, foram assassinatos de homens e nove de mulheres entre 2018 e 2022. No entanto, aponta, “a proporcionalidade de mulheres quilombolas assassinadas mais do que dobrou em relação à pesquisa anterior. A primeira edição (2008-2017) identificou oito lideranças femininas assassinadas em dez anos, enquanto o segundo volume registrou o assassinato de nove mulheres em cinco anos”.

Segundo a pesquisa, no caso das mulheres assassinadas, cônjuges, companheiros, ex-cônjuges e ex-companheiros foram identificados como os autores em 100% dos casos de feminicídio. Já os homens foram majoritariamente mortos por outros agentes privados, ou seja, sujeitos que não estão ligados ao Estado.

O principal meio utilizado para os assassinatos de quilombolas foram as armas de fogo (19), seguido de arma branca (dez). Demais casos foram causados por arma de compressão, estrangulamento e espancamento.

Quando analisadas as regiões onde houve mais casos, o Nordeste vem na frente (65,6%), seguidos da região Norte (12,5%) e Sudeste (9,4%). As regiões Sul e Centro-Oeste registraram 6,25% dos casos de assassinatos.

Outro dado importante trazido pela pesquisa diz respeito à ligação dessas mortes com a disputa de terras: 69 % dos assassinatos foram registrados em quilombos que não foram titulados.

“Um olhar sobre a violência registrada nos quilombos a partir do estágio do processo de titulação revela que a garantia do território é essencial para a amenização da violência resultante de conflitos fundiários, mas que é preciso avançar na efetivação de outras políticas públicas para proteção das famílias. Os casos de feminicídio, por exemplo, foram registrados em quilombos que estavam em diferentes fases do processo de titulação, inclusive em quilombos titulados. A titulação é um primeiro passo no combate às violências, mas é preciso ir além”, salienta o estudo.

Para lidar com essa situação, o relatório aponta medidas que precisam ser tomadas para combater o racismo e a violência contra quilombos no Brasil. Entre elas estão, além das titulações, o acesso a políticas públicas de saúde, educação, cultura e geração de renda; a efetivação de políticas públicas de enfrentamento à violência contra mulheres, considerando as especificidades quilombolas; proteção integral e interinstitucional de quilombolas ameaçados; investigação e responsabilização dos envolvidos nas ameaças e assassinatos de quilombolas e o estabelecimento de ações antirracistas pelo poder público, entre outras.

* Vermelho

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Brasil

Assassinatos ‘sepultam’ planos de Bolsonaro no exterior e aprofundam crise

Jamil Chade – Os assassinatos de um indigenista e um jornalista escancaram uma crise de imagem “sem precedentes” para o Brasil, que já era alvo de questionamentos, críticas e preocupações internacionais. Para experientes diplomatas ouvidos pela coluna, a confirmação das mortes de Bruno Pereira e de Dom Phillips aprofunda um mal-estar e pode “sepultar” qualquer tentativa de inserção do governo de Jair Bolsonaro no exterior.

A coluna apurou que haverá, a partir de agora, uma pressão intensa sobre as autoridades brasileiras para que realizem uma investigação imparcial e independente sobre as mortes, com o governo britânico, a ONU e entidades internacionais cobrando tais atos.

Dentro do Itamaraty, a ordem nos últimos dias foi a de passar a informação para agências internacionais e governos estrangeiros de que o Planalto estava comprometido na busca pelos dois homens. Mas, sem credibilidade por anos de um discurso negacionista, a palavra do Brasil está sendo recebida com desdém e desconfiança.

Segundo ex-embaixadores, o caso neste momento pode ter um impacto maior que o de Chico Mendes ou de Dorothy Stang, ambos assassinados por seu trabalho na floresta. Hoje, dizem eles, a Amazônia está no centro do debate internacional e nunca, no período de democracia, o governo brasileiro foi tão criticado no exterior como agora.

O caso também pode ter impactos econômicos e comerciais. No último ano, o maior fundo soberano do mundo – na Noruega – reduziu investimentos no Brasil sob a alegação de que o país vivia uma crise tanto no que se refere aos direitos humanos como em questões ambientais.

Cenários feitos por diplomatas apontam que essa tendência, agora, pode aumentar. Não há confiança na palavra do Brasil de que age para defender a Amazônia, indígenas ou ativistas.

Acordos comerciais já com sérias dificuldades para serem aprovados agora seriam congelados. Um deles envolve o Mercosul e a União Europeia. A coluna apurou que, nesta semana, indígenas brasileiros levaram o tema para deputados no Parlamento Europeu, ampliando a pressão para que os europeus não ratifiquem nenhum tipo de aproximação comercial com o Brasil.

Membros de governos estrangeiros indicam que haverá uma reação internacional muito dura e que o dedo vai estar apontado ao desmonte promovido por Bolsonaro em toda a política ambiental e de direitos humanos no país.

Na ONU, funcionários do mais alto escalão da entidade destacam para a incoerência de uma situação de violência só agora ganhar o noticiário internacional, por conta da existência de uma vítima estrangeira. Mas a agência admite que a pressão de governos estrangeiros para que haja uma cobrança maior sobre o Brasil vai aumentar.

Já na semana passada, a ONU criticou a reação “extremamente lenta” do governo na busca pelos dois homens, além de atacar os comentários feitos pelo presidente Jair Bolsonaro difamando o trabalho do indigenista e do jornalista.

Um dia depois, coube ao embaixador do Brasil na ONU, Tovar Nunes, desmentir Bachelet e dizer que o governo atua contra atividades ilegais em reservas indígenas. Ele também destacou programas de proteção a ambientalistas e jornalistas.

Nos corredores da ONU, um só comentário: quem é que vai acreditar na palavra do Brasil?

A pressão também virá de entidades da sociedade civil. Laura Canineu, diretora do Brasil da Human Rights Watch, deixou claro que as cobranças continuarão. Ela pede que o processo de investigação seja realizado “de forma minuciosa, independente e imparcial, em estrito cumprimento da lei”. “É essencial que a investigação esclareça as circunstâncias e a motivação do crime, e leve à responsabilização de todos os envolvidos”, afirmou.

“Esta é uma grande tragédia para as famílias de Bruno e Dom, assim como para todos que defendem a Amazônia e os direitos dos povos indígenas, e todos que reportam e dão visibilidade a esses temas”, disse.

“É urgente que medidas imediatas e contundentes sejam adotadas pelo governo federal, governadores estaduais e ministérios públicos federal e estaduais para combater a ilegalidade e as redes criminosas na Amazônia”, completou.

*Com Uol

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Vídeo: Brasil tem 22.169 casos de covid-19, 1.223 mortes e Bolsonaro espalha vírus de dentro do Palácio do Planalto

Todos sabem que Bolsonaro está orquestrando as ações nas ruas e estradas contra o isolamento social.

Agora à tarde, como mostra no vídeo publicado em seu twitter, Bolsonaro compartilha uma manifestação de motoristas orquestrada por ele e escreve: “Além do vírus, agora também temos o desemprego, fruto do “fecha tudo” e “fica em casa”, ou ainda o “TE PRENDO”.
– Para toda ação desproporcional a reação também é forte. O Governo Federal busca o diálogo e solução para todos os problemas, e não apenas um.”

O cara é imundo, todos sabem, inclusive os que o apoiam, na verdade o apoiam porque ele é imundo e isso fascina os que são tão imundos quanto ele.

EUA, França, Itália, Inglaterra, entre outros, vêm pedindo para seus cidadãos deixarem o Brasil o mais cedo que puderem. Motivo: Bolsonaro quer transformar o Brasil no epicentro do coronavírus no planeta. O mundo todo já sabe disso, só os bolsonaristas que não.

Não satisfeito, Bolsonaro disse também hoje, em transmissão ao vivo pelas redes sociais do Planalto: “Precisamos cada vez mais de liberdade. O país precisa ser informado do que realmente está acontecendo. E não através do pânico, mas através de mensagens de paz, de conforto, [para] cada um se preparar para a realidade”.

Sua fala ocorreu na abertura de uma videoconferência com representantes católicos e evangélicos com o objetivo de celebrar a Páscoa.

Bolsonaro só tem uma intenção, infectar todos os brasileiros o mais rápido possível para tentar salvar a economia, ter a proteção do mercado para salvar as cabeças dos três filhos criminosos e a sua própria nos casos envolvendo assassinatos, milícia, Marielle, Adélio, corrupção da rachadinha, Queiroz e outras tramas com as quais o clã está envolvido até a alma. Casos que estão sendo barrados de avançar na justiça pelos poderes que o mandato de presidente confere a Bolsonaro. Se ele cair, o castelo do clã vai ao chão.

Por isso, Bolsonaro vai até o fim nessa sua política genocida para salvar os filhos e ele próprio da cadeia, mesmo que, para isso, tenha que matar milhões de brasileiros espalhando vírus pelo país todo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Moro e a volta do Esquadrão da Morte

Reportagem do jornal New York Times, o maior e mais influente do mundo, diz que o Brasil hoje, as milícias policiais “operam nas sombras da repressão do governo brasileiro” e que os assassinatos são estimulados pelo presidente e claro, no mínimo pela omissão do ministro da justiça e segurança pública Sergio Moro.

Mas Moro como é cínico, comemora essa imagem do Brasil no exterior dizendo que reduziu o numero de crimes e assassinatos no país.

É fato que, mesmo num gigantesco desemprego, inflação começando a sair de controle, faltando até a carne bovina na mesa dos brasileiros, gasolina chegando a 6 reais em muitos postos, e o recorde de fuga de capitais do país Paulo Guedes comemora sua política econômica, afinal os ricos estão ganhando na Bolsa.

Mas no caso do Esquadrão da Morte, Moro está diretamente envolvido nessa nova imagem que o Brasil está vendendo ao mundo aonde o jornal americano denuncia ao planeta que “Alguns membros de milícia são abertos sobre suas motivações criminosas, cobrando altas somas ao estilo da máfia”, para fornecer suposta segurança ou para conceder permissão para “atuar no comércio local”

Lógico que Bolsonaro faz apaixonada defesa da ação de um esquadrão da morte que vem aterrorizando o país para matar jovens negros da periferia, assim como faz com a máfia do garimpo para assassinar índios e tocar fogo na Amazônia, mas Moro é o ministro diretamente responsável pela pasta da justiça e segurança e não dá um pio sobre o problema, sublinhando o juiz que foi e como atuou nas sombras da Lava Jato.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Flip, a feira de indústria de livros, terá Bolsonaro na abertura e escritora americana entusiasta do golpe de 1964

Enfim, cai a máscara da indústria livreira. A Flip nunca foi feira literária coisa nenhuma, sempre foi mercantilista, elitista e rasa.

Na verdade, a Flip sempre foi a cara das excrescências chamadas “leis de incentivo à cultura”. E ganhou muito dinheiro com isso.

Se alguém quer entender o que é projeto de cultura neoliberal, estude o sistema montado pela Flip em todos esses anos.

O convescote de Paraty não resistiu ao charme sangrento da milícia bolsonarista.

Isso seria fatal.

Essa gente nunca teve compromisso com literatura, sempre trabalhou com a cabeça em best-seller.

E não me venham falar dos escritores brasileiros medalhonados que ela “promoveu”.

Eles sempre promoveram a indústria do livro e não o oposto.

Por isso, a grana que vai entrar para os produtores do evento e para a indústria do livro com Bolsonaro sendo o paraninfo, não será pouca não, porque será marcada pela abertura de um idiota de fama mundial e dará destaque ao panfleto fascista da estadunidense Elizabeth Bishop, que já descreveu o golpe militar de 1964 no Brasil como “uma revolução rápida e bonita”

A coisa será nesse nível.

A figura que terá papel de destaque na Flip, diz que a suspensão dos direitos no Brasil, a cassação de boa parte do Congresso, torturas e assassinatos produzidos pelo golpe de 1964, segundo a esperta, “tinha de ser feito, por mais sinistro que pareça”

Espero que o banquete bolsonarista signifique o fim daquele piquenique “cultural” feito com grana pública há anos para encher as burras do mercado privado do livro e produzir furúnculos conceituais e outras futilidades.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Porteiro está sumido há 27 dias

Com os antecedentes que Bolsonaro seus filhos têm e tentam descaracterizar, inclusive a cena do crime, numa clara violação para obstruir a justiça, como confessou Bolsonaro sobre a secretária eletrônica da portaria do seu condomínio, saber que o porteiro está sumido há 27 dias, dá um frio na espinha, principalmente porque se trata de uma história que envolve assassinos frios que mataram Marielle.

A coluna de Lauro Jardim desta segunda-feira (4) deu o alerta:

“Há 27 dias o porteiro — personagem relevante, mas ainda sem nome — do condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro morou até 31 de dezembro e onde mora um dos filhos do presidente — deu o primeiro de dois depoimentos polêmicos no caso Marielle.

Em seguida, o porteiro entrou de férias. E, sabe-se lá o porquê, ainda não prestou um novo depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Cadê o porteiro?”

O que mais assombra nisso é que na semana passada, Bolsonaro citou a “ponta da praia” para se referir aos servidores públicos de órgãos federais ambientais:

“Eu tenho ascendência, porque os diretores, o presidente têm mandato, porque se não tivessem, eu cortava a cabeça mesmo. Quem quer atrapalhar o progresso vai atrapalhar na ponta da praia, aqui não”, disse o presidente durante transmissão feita em suas redes sociais.

Ponta da praia, para quem não sabe, era um local de execução da ditadura militar no Rio de Janeiro.

E quem não sente calafrios pensando no porteiro, sumido há 27 dias, depois dessa declaração de Bolsonaro, se o sujeito se mostra um fanático por torturas e assassinatos durante a ditadura militar.

Não vamos apressar os passos para chegar a conclusões ou mesmo acender fogueira para queimar as bruxas, mas o tom agressivo de Bolsonaro faz temer pela vida do porteiro.

Bolsonaro vem de uma cultura perturbada que produziu muito sangue nesse país. Vai que ele acha que o porteiro quis atrapalhar o progresso do Brasil.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

*Foto: DepositPhotos