Categorias
Opinião

A derrocada do fascismo tropical

Com décadas a fio de um projeto da mídia de imbecilização nacional, o Brasil levou ao poder máximo da República os dois piores fascistas da sua história, Moro e Bolsonaro. Um complementava o outro e, com um silêncio profundo sobre um caso bisonho em que  um juiz condena e prende sem provas de crime, um candidato à presidência da República, que venceria a eleição no primeiro turno em 2018, num combinado prévio entre os dois vigaristas, de transformar Bolsonaro em presidente e Moro, em super ministro do mesmo governo.

Somente esse fato, narrado com detalhes, daria volume de uma enciclopédia.

Diante de tais vitórias, os pilantras tinham certeza de que jamais cairiam em desgraça, mas caíram.

Na verdade, houve uma sucção de quem estava entorpecido pelo poder e achou que a conjuntura política daria aos dois plenos poderes de intocáveis.

Sim, tanto Moro quanto Bolsonaro, para toda a direita nacional, viraram vaca sagrada. Os dois comparsas carregaram o mesmo defeito, o de matracolejar sem parar, acreditando que poderiam aprofundar suas popularidades nas zonas vivas da burrice nacional, hoje cada vez mais morta e tolhida de abrir a boca para defender as súbitas bestas.

Há sim uma paralisia no fascismo nativo, condicionado pelas reiteradas acusações de crimes praticados tanto por Bolsonaro quanto por Moro.

Ou seja, lentamente essas duas almas, sem um pingo de luz, viram o tempo fechar, pior, mostrando que um era produto conjugado do outro. E a coisa fez progresso, deixando que um rastilho de pegadas dos seus crimes marcasse com cal cada passo dado por cada um de seus crimes, sempre se refugiando no poder com proteção da mídia que, mesquinhamente, aceitava qualquer comportamento, porque, na essência, era antipetista, até que as 700 mil mortes por covid, provocadas pelos crimes de Bolsonaro, o transformassem num monumento de monstruosidade.

Enquanto isso, Moro seguia como um grande vulto da terceira via que a mídia insistia em emplacar, mas o mesmo encontrou na população janelas e portas fechadas.

Não havia mais tempo sequer para rabiscar uma nova estratégia de imagem, chegou ao ponto de um depender da garupa do outro, apesar das rusgas.

Hoje, os dois são só desolação. Para eles, foi um baque, que acreditavam que Lula apodreceria na prisão, mas tiveram que engolir que Lula voltaria triunfante a presidir o Brasil e, de lambuja, para ampliar ainda mais seu histórico de vitórias, presidir o G20, o Mercosul e ainda emplacar Dilma Rousseff no Banco dos BRICS.

Enquanto isso, os prodigiosos fascistas não poderão voltar nem aos seus mequetrefes mundos políticos.

Bolsonaro teve seus direitos políticos cassados e, certamente, não será poupado de amargar uma longa estadia na cadeia por uma série de crimes que não tem graça enumerar.

Já Moro, na marca do pênalti, perderá seu mandato, fato dado como líquido e certo dentro do próprio Senado e, por conta da mesma casca grossa de crimes, vai, de forma acarrapatada, acompanhar seu amo numa mesma penitenciária.

O resto, é história entristecedora para aqueles imbecis incapazes de abandonar o próprio umbral, admitir que o fascismo tropical foi para o vinagre.

Categorias
Opinião

O fascismo tropical só se sustenta e de forma residual com o apoio da mídia

Uma pergunta que sempre se deve fazer nesse momento, como chegamos a isso?

Esta pergunta se destina à ascensão e queda de Bolsonaro, assim como a prisão política e glória de Lula.

Bolsonaro não é em si a referência principal de um processo que desembocou nessa coisa inominável que foram os seus quatro anos de comando da nação, ladeado a uma junta militar palaciana que sonhava em nos devolver ao século passado, mais precisamente a 1964, quando o império midiático não tem mais sombra do poder que tinha naquela época.

Assim, a mídia segue como um grande poder, mas não manda mais em nada.

Bolsonaro surgiu num daqueles momentos em que a direita tradicional, para produzir dois golpes, em Dilma e em Lula, acabou por pagar o preço amargo da implosão, ficando aquém de uma personalidade medíocre até para o baixo clero, como é o caso de Bolsonaro.

Ou seja, Bolsonaro é fruto e não a semente do fascismo no Brasil, semente esta que teve como vítima primeira os próprios criadores.

Ainda assim, isso levou quase duas décadas de uma campanha doentia na mídia contra o PT, com miras apontadas para Lula e Dilma.

Todo esse processo sintetiza, de forma fidedigna, a herança escravocrata brasileira em que os barões da casa grande da atualidade enxergam nos trabalhadores, escravos, e no Partido dos Trabalhadores, uma insurreição que merece ser punida com os piores castigos de uma colônia escravocrata.

Isso dá conta de como a classe dominante brasileira, herdeira dessa mentalidade, não saiu dos anos oitocentistas.

De forma objetiva, a pergunta que anda sendo feita nos quatro cantos do país, é se o bolsonarismo, que foi criado por uma cúpula fascista de cunho militarista, com ramificações na milícia e congêneres, conduziu uma massa de zumbis vinda da direita tradicional e catequizada pela mídia industrial.

Existem pormenores fáceis de identificação para explicar o nível de indigência intelectual dessa gente em que se sobressaem pessoas da classe média e alta.

O fato concreto é que a saída de Bolsonaro do governo, de maneira tão humilhante, não dá procuração para a direita brasileira se aventurar numa substituição automática do mito de barro.

As referências que esses zumbis têm da direita são as piores possíveis. A própria mídia está muito desgastada, sem falar que hoje não goza mais da força que gozava duas ou três décadas atrás.

Ainda são desconhecidos os rumos que tomará a direita no Brasil, quais serão suas referências e literatura voltada a seu papel tradicional.

Na verdade, a direita ficou viciada em dar golpes, acomodando-se de maneira inacreditável, ao passo que a esquerda, ao contrário do que se diz, mantém acesa a chama simbólica que foi derradeira para decidir o reencontro de Lula com a cadeira da presidência.

O que se pode dizer com isso é que a sociedade caminhou muito mais no sentido proposto pelos governos Lula e Dilma do que os caminhos golpistas propostos pela nostálgica direita brasileira.

Por isso a direita tradicional terá um gigantesco trabalho pela frente, enquanto esse grupo militaresco que orbita em torno de Bolsonaro, terá cada vez menos ambiente institucional para impor seu molde fascista num mundo cada vez mais globalizado e, consequentemente, mais vigiado pela população global, que tem atitudes cada vez mais repulsivas contra ditadores e fascistas.

Daí que poderemos ouvir alguns ruídos do bolsonarismo daqui por diante, mas aqueles chiqueirinhos jamais voltarão à cena central da política nacional, até porque a mídia já entendeu que esse caminho só trará tragédias como a do governo Bolsonaro que, com certeza, deixará uma fatura pesada para toda a direita pagar.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Vídeo: Vera Magalhães e o fascismo tropical do camisa preta, Sergio Moro

A mídia, que ajudou a eleger Bolsonaro, está em plenos pulmões apresentando como grande novidade da disputa de 2022 o neofascista, Sergio Moro.

A carinha de idiota com os olhinhos virados de Vera Magalhães, seguidos de um discurso oficial da mídia sobre um senhor doutor, a V. Exa, Sergio Moro, não deixa dúvidas, o ex-juiz é o neofascista que a mesma Faria Lima que comprou Bolsonaro, o compra, na mesma medida e preço com um verniz um cadico mais civilizado.

A cena patética de Vera Magalhães falando sobre um suposto enxadrista Sergio Moro já denunciava o que explodiria em todos os meios midiáticos, como já ocorreu com Pedro Bial e Danilo Gentili. Os barões da comunicação, os mais rastejantes pelegos do sistema financeiro já estão em plenos pulmões assumindo a campanha de Moro. Nada de novo no front.

A Lava Jato foi, antes de tudo, uma peça publicitária, um outdoor permanente do fascismo cordial, do camisa preta tropical, a ressignificação do próprio Bolsonaro e do bolsonarismo para atender à mesma freguesia do monstro que ceifou a vida de mais 613 mil brasileiros por interesses nada republicanos que ocorreram dentro do Ministério da Saúde o qual Bolsonaro controla com mãos de ferro.

Detalhe, Moro estaria até hoje no governo se não fosse Bolsonaro ter lhe cortado as asas, como é típico na guerra das milícias para que não fosse traído pelo próprio comparsa.

Dito isso, o que a Faria Lima sonha é trocar Bolsonaro, um psicopata sem modos, por Moro, um Zorro tupiniquim forjado no Projac, para que nada mude e que, na verdade, a exclusão de milhões de brasileiros se aprofunde.

Se Bolsonaro segregou negros e pobres do Enem, Moro pretende mergulhar mais fundo com o seu “excludente de ilicitude” em que estimula, através de uma permissibilidade perversa, que agentes do Estado eliminem inocentes a partir de um suposto estado emocional de um policial que se sentir ameaçado por alguém.

Certamente, um projeto de extermínio como esse passaria longe da Faria Lima ou dos bairros ricos Brasil afora e atingiria frontalmente negros e pobres das periferias e favelas do Brasil como um todo.

Esse é o projeto que a classe dominante sonha para acabar com os pobres e não com a pobreza.

A camisa, a gravata e o paletó pretos, que tanto encantam Vera Magalhães, são emblemáticos pelo que representam em termos históricos o fascismo de Mussolini, como em sua transposição para o fascismo neoliberal que comanda o sentimento dos endinheirados no Brasil.

Dizem por aí que Moro é muito pior que Bolsonaro por ser mais cínico, sobretudo por nutrir um ódio mais visceral contra Lula, por ser este o líder político mais popular da história do Brasil.

É possível, porém, como sempre teve consciência e cantou isso nos quatro cantos da mídia nativa, que a publicidade que foi o ponto central da imagem de Moro como herói, assim como da própria Lava Jato, seja requentada, logicamente junto com a mídia que não para de produzir descredibilidade por não conseguir sobreviver sem o amparo do grande capital, que é, em última análise, o quartel-general do fascismo brasileiro.

Não foi sem motivos que Moro anunciou como seu provável ministro da Economia o ultraneoliberal que serviu à ditadura no Banco Central, Affonso Celso Pastore, também conhecido como o pai da hiperinflação brasileira.

Caros Leitores, precisamos de um pouco mais de sua atenção

Nossos apoiadores estão sendo fundamentais para seguirmos nosso trabalho. Leitores, na medida de suas possibilidades, têm contribuído de forma decisiva para isso. Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica

Agência 0197
Operação 1288
Poupança: 772850953-6
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450. 139.937-68
PIX: 45013993768

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Vídeo: Mangueira dá uma chinelada no bolsonarismo

“E se fôssemos ensinados, desde criança que Jesus também poderia ser uma mulher, será que o Brasil estaria no topo do feminicídio?” (Evelyn Bastos)

Muito mais do que uma disputa política, do ponto de vista eleitoral, a Mangueira produziu, na maior manifestação cultural do mundo, os temas que são especialidade da escola, as várias formas de segregação que as camadas mais pobres da população estão sofrendo com um governo que nega cidadania aos negros, aos índios, aos gays e às mulheres, o que sintetiza a própria imagem de Bolsonaro, mas sobretudo do bolsonarismo, que consegue ser muito pior do que a criatura que ele pariu, porque, antes de qualquer coisa, não se pode perder de vista que o bolsonarismo é um vírus que sofreu mutação política depois de ter o PSDB como nascedouro dessa onda de ódio que conduziu uma pessoa inclassificável como Bolsonaro à Presidência da República.

Talvez seja esse o grande problema a ser enfrentado pela sociedade, a imposição de limite ao ódio de classe que, potencializado pela grande mídia, principalmente pela Globo, contra qualquer causa social que ameace o poder das oligarquias.

Baianas da Mangueira vieram fantasiadas como orixás crucificados

A Mangueira, com um dos sambas enredo mais bonitos de 2020, tem autoridade para colocar esse tema tão urgente na avenida, porque sua história se confunde com as marcas de um modelo de civilização herdado da escravidão e que marcou o próprio território e que marca até hoje as relações entre o Estado e a comunidade.

O cálculo político da Mangueira foi perfeito, Jesus, a quem os hipócritas bolsonaristas rogam e do qual Bolsonaro faz uso político, foi apresentado de várias formas em seu sentido mais profundo, mostrando que a situação dos negros, dos índios, dos gays e das mulheres, no Brasil, é idêntica ao que Jesus sofreu por ser pobre e ter levantado a voz contra as injustiças, pagando com o próprio martírio da crucificação.

Quando o Presidente da República chama de herói Adriano da Nóbrega, um miliciano que assassinou um flanelinha por ter denunciado a milícia, no dia seguinte da denúncia, ele sublinha a questão central da crítica que a Mangueira trouxe, assim como todos os Cristos representados pelos oprimidos que a Mangueira soube muito bem destacar na avenida, respaldada em dados reais, do aumento significativo da violência contra esses Cristos, com a chegada de Bolsonaro ao poder e o esgoto bolsonarista que cerca essa visão de mundo baseada no ódio ao outro.

O que não se pode esquecer é que os governadores Dória e Witzel, que promoveram os maiores massacres, com suas PMs, nas favelas e periferias de São Paulo e Rio de Janeiro, são frutos do  bolsonarismo e se elegeram na carona do fascismo tropical e, logicamente, da hipocrisia cordial, baseada numa falsa legalidade inspirada nas práticas de Moro e de seus comandados da Lava jato. Por isso, não por acaso, ele é o Ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro.

A Mangueira sintetizou, de forma precisa e organizada, o desfile que denuncia os elementos característicos do bolsonarismo que condena as pessoas consideradas socialmente inferiores, a partir de sua régua, respaldado na ideia de que o governo precisa organizar o país na base do racismo, do preconceito e da discriminação para se chegar à condição celeste de ser a pátria do evangelho, na ótica dos opressores contra os oprimidos.

https://twitter.com/GeorgMarques/status/1231907007449444352?s=20

 

*Carlos Henrique Machado Freitas