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Cotidiano

Defensoria compara ação da PM em Guarujá a ‘Esquadrão da Morte’ e aciona Justiça para obrigar uso de câmeras

Órgão afirma que Operação Escudo se pautou por ‘vingança institucional’ e que governo reforça violações de direitos ao não obrigar que policiais usem o equipamento.

A Defensoria Pública de São Paulo e a organização da sociedade civil Conectas Direitos Humanos ingressaram na madrugada desta terça (5) com uma ação civil pública pedindo que a Justiça obrigue o governo de São Paulo a instalar câmeras corporais nos policiais que atuam na Operação Escudo, deflagrada em Guarujá e em outras localidades da Baixada Santista, segundo Mônica Bergamo, Folha.

Elas seriam necessárias para garantir às autoridades competentes, como previsto em lei, “o controle externo do uso da força”, afirmam os defensores.

No caso de impossibilidade de atendimento do pedido, o órgão defende que a operação seja suspensa.

Com 27 mortos, a ação policial já é considerada a mais letal depois do Massacre do Carandiru, chacina em que 102 presos foram assassinados por PMs em 1992.

O número de homicídios por agentes de segurança pública na Baixada já se iguala ao de mortos por policiais em todo o estado de SP nos meses de abril (26) e junho (27).

Houve relatos de execuções sumárias, tortura, invasão de domicílios, destruição de moradias e outros abusos e excessos das forças de segurança, de acordo com o Conselho Nacional de Direitos Humanos.

“Contudo, em apenas uma ocorrência há menção de um policial militar ferido e nenhuma outra traz qualquer referência a viaturas atingidas por disparo de fogo”, registra a Defensoria.

Na ação apresentada à Justiça, os defensores relatam uma série de evidências de abuso de poder e uso desproporcional da força por PMs deslocados para atuarem na Baixada.

De acordo o órgão, “a postura adotada pela administração pública estadual em relação ao uso das câmeras corporais durante a Operação Escudo reforça o cenário de violações de direitos”.

Segundo a própria Secretaria de Segurança Pública de SP (SSP), do total de ocorrências letais da operação, apenas seis envolveram policiais de batalhões que dispõem desse tipo de equipamento.

Em somente três delas, no entanto, as imagens teriam fornecido elementos suficientes para a análise das ocorrências. Em outras duas foram alegados problemas técnicos, e uma das câmeras não trouxe dados relevantes.

“Tal informação causa preocupação porque sabe-se que as nove primeiras ocorrências de morte por intervenção policial foram praticadas por agentes da Rota, batalhão já equipado com câmeras corporais, sendo necessário, portanto, que se esclareça a razão desses agentes não estarem com o equipamento durante as ações da Operação Escudo como medida de tornar mais transparente a atuação policial e garantir o controle externo do uso da força pelas instituições”, reforçam os defensores.

A Defensoria Pública afirma que não teve acesso, até o momento, às imagens das câmeras corporais disponíveis, e pede ao Estado que as envie ao órgão.

Os boletins de ocorrência registrados na operação, e consultados pela coluna, mostram que, em praticamente todos os homicídios, os investigadores ouviram como testemunhas apenas os próprios policiais envolvidos nas mortes.

“Não bastasse esse quadro de violações de direito, chama atenção a postura adotada pela administração pública estadual em relação ao uso das câmeras corporais durante a Operação Escudo. Apesar da mobilização de 600 policiais militares, a Secretaria de Segurança Pública descartou o uso de câmeras por parte dos agentes de segurança envolvidos na operação na Baixada Santista”, dizem ainda os defensores, citando entrevista coletiva da SSP.

Ofícios foram enviados à Secretaria de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas recomendando o uso de câmeras corporais “para que as abordagens sejam capturadas e passem por controle pelas autoridades competentes”. Não houve sequer resposta, relatam os defensores.

Além disso, a Defensoria afirma que os esclarecimentos dados pelo governo a outros questionamentos sobre a operação reforçam que os órgãos de segurança se pautaram por uma “vingança institucional” pela morte do PM da rota Patrick Bastos Reis, de 30 anos. E não por uma atuação racional e técnica.

Patrick foi alvejado por tiros em Guarujá no dia 27 de julho.

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Com passeio de moto e jet ski, Carnaval de Bolsonaro no Guarujá custou R$ 783 mil aos cofres públicos

Presidente passou cinco dias no Guarujá, litoral de São Paulo.

solicitou via Lei de Acesso à Informação os gastos envolvendo a estadia de Bolsonaro no Guarujá do dia 26 de fevereiro de 2022 a 2 de março de 2022. A Secretaria-Geral da Presidência da República informou que a viagem custou R$ 783.394,17, e o valor envolve gastos com transporte terrestre, passagens e diárias. O pagamento, informam, foi por meio do cartão corporativo do governo federal.

O detalhamento das despesas, no entanto, não foi informado, sob o argumento de que podem colocar em risco a segurança do presidente e de seus familiares. Por isso, a Secretaria-Geral afirmou que esses detalhes ficarão sob sigilo até o término do mandato de Bolsonaro. O órgão informou também que os valores podem sofrer variações “caso ocorram atualizações decorrentes de processo de análise da respectiva prestação de contas”.

Bolsonaro chegou no Guarujá no dia 26 de fevereiro, acompanhado do deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ). Ele ficou hospedado no Forte dos Andradas. Os dias de folga incluíram passeio de jet ski em pelo menos três praias do Guarujá e uma rápida passada por Praia Grande, além de passeio de moto e conversa com apoiadores.

Meses antes, como O GLOBO mostrou, o presidente gastou quase R$ 900 mil durante férias de sete dias em São Francisco do Sul (SC). Na ocasião, ele foi criticado por manter a agenda de passeio mesmo com as fortes chuvas na Bahia, que deixaram ao menos 25 mortos.

No Guarujá, durante o Carnaval, ele foi questionado sobre os gastos com suas férias e afirmou que achava um “absurdo” e “exagerada”. Afirmou, no entanto, que desconhecia o valor, mas que se fosse verídico, ia “pegar no cangote de alguém lá”.

*Com O Globo

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Vídeo: Cinegrafista da Globo é agredido por bolsonarista na chegada de Bolsonaro no Guarujá

Descontrolado, Armando Izzo repetia chavões de Bolsonaro, como “Globo lixo, acabou a mamata”, e ameaçou pegar arma no carro durante ataque a jornalistas. Presidente passa feriado prolongado em forte no litoral paulista.

Um bolsonarista identificado como Armando Izzo agrediu um cinegrafista da TV Tribuna, afiliada da Globo na Baixada Santista, em frente ao Forte dos Andradas, na noite desta sexta-feira (8), no Guarujá, onde Jair Bolsonaro (Sem partido) ficará hospedado até o feriado da próxima terça-feira, 12 de outubro.

Segundo vídeo divulgado pelo jornal A Tribuna, Armando chegou ao local e começou a hostilizar equipes de jornalistas que aguardavam para fazer a cobertura da chegada do presidente.

“Globo lixo, cambada de bandidos. Acabou a mamata, cambada de vagabundos, filhos da puta”, gritava Izzo, repetindo chavões de Bolsonaro.

Izzo ainda deu tapas em cinegrafistas e nas câmeras que registrava os ataques e ameaçou pegar uma arma dentro de seu carro.

Nas redes sociais, Izzo propaga fake news e discurso de ódio disseminados pelo gabinete do ódio.

Confira:

*Com informações da Forum

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Política

A precariedade da condenação de Lula é tanta que coloca a Lava Jato aquém de um jardim de infância

Qualquer pessoa que der um Google sobre a economia na era Lula, verá que o Brasil deslanchou. Lula pegou o Brasil das mãos de FHC sem centavo de reservas internacionais, com dívida no FMI, com mais de 40 milhões de miseráveis, com um índice escandaloso de mortalidade infantil em consequência da fome, isso depois de oito anos privatizando o que FHC pôde privatizar sem assentar um único tijolo no país. FHC terminou o seu mandato de forma melancólica, com uma reprovação recorde , murcho e cabisbaixo, saindo pela porta dos fundos do Palácio do Planalto direto para uma praça de Paris, sozinho e jogando milho aos pombos.

Lula, ao contrário, tirou 40 milhões de brasileiros da miséria, erradicou a mortalidade infantil, entregou o governo para Dilma com o Brasil sendo a sexta potência econômica do planeta e os dois deixaram os cofres com reservas de US$ 380 bilhões. Lula quitou a dívida com o FMI, considerada impagável e o Brasil virou um canteiro de obras, além do risco país ser um dos menores do mundo o que transformou o Brasil num dos países mais atrativos para investimentos internacionais. Construiu 18 campus universitários e, junto com Dilma, 422 escolas técnicas. Lula saiu do governo com o recorde de aprovação de 87%.

Não dá para listar aqui tudo o que Lula fez por esse país para que os brasileiros acreditassem que o sonho tinha virado realidade.

Mas Moro vende para a sociedade, mesmo diante de provas cabais registradas pela própria imprensa, armazenadas na internet, de que Lula quebrou o país porque comandou o maior esquema de corrupção da história da humanidade.

E o que Moro apresentou como prova do enriquecimento do super gangster que ele criou? Um triplex supostamente reformado no Guarujá. Para começar, o MTST invadiu o apartamento e mostrou que não houve qualquer reforma. e quem viu o apartamento, confirmou que aquilo era um imóvel em condições precárias, principalmente para o alegado maior corrupto da história do planeta, que trocou um muquifo por obras bilionárias na Petrobras quando já não era mais presidente.

No caso do sítio em Atibaia, a coisa era ainda mais ridícula, pois a versão éa  de que Lula trocou aquelas reformas meia sola que qualquer sujeito mediano faz no muro, na cozinha e no quartinho dos fundos em troca de contratos superfaturados com valores estratosféricos.

Duas coisas ficam claras, a mídia estava disposta a comprar qualquer ideia absurda, desde que fosse contra Lula, já que todos sabem que a mídia brasileira é um departamento de marketing do PSDB que foi derrotado por Lula quatro vezes seguidas.

Só isso para explicar que uma história risível, provinciana, vinda da cabeça de um jeca, um medíocre, porcalhão e preguiçoso para vender uma simetria ridícula entre o roubo e o benefício do roubo para embarcar numa narrativa fuleira como essa, porque, sendo assim, Lula foi uma espécie de Midas trouxa, já que o país nunca esteve economicamente tão saudável quanto no seu período de governo, ao mesmo tempo em que Moro o acusa de ter quebrado o país por um rombo inimaginável para comprar um muquifo no Guarujá e fazer um reparo num sítio em que a própria Lava Jato admite que nunca foi dele.

É incrível como esses caras não conseguiram arranjar uma história menos estapafúrdia e mequetrefe diante da grandiloquência do roubo que eles dizem que Lula praticou. Uma criança de 5 anos construiria uma fantasia muito menos patética e infantil do que essa.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Urariano Mota: Começa a cair o castelo de Moro

A sentença do juizeco era tão miserável de provas, que os parágrafos da condenação podiam ser copiados de qualquer lugar do documento, e o resultado seria o mesmo.

Com a decisão do STF, que derruba a condenação em segunda instância, aparece para o grande público a ilegalidade que alcançou a condenação do presidente Lula. Já antes, pude notar aberrações no julgamento de Moro para o famoso caso do tríplex.

A sentença do juizeco era tão miserável de provas, que os parágrafos da condenação podiam ser copiados de qualquer lugar do documento, e o resultado seria o mesmo. As desrazões se repetiam ou apenas mudavam os nomes dos delatores. Mas sempre a nota do samba em uma só: declarou, declarou, declarou…. Ou então se referiam a e-mails, onde Zeca Pagodinho era Lula, Brahma era Lula, Chefe era Lula, Madame era Marisa… Todos arrazoado desarrazoado eram um labirinto de idas e vindas, recuos, voltas, de fixação em busca de um só ponto: a condenação do eterno-presidente Lula.

Víamos as razões de “culpa” no português medíocre do inquisidor. Algumas das suas provas “documentais”, o adjetivo que ele usava:

c) Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia Lula da Silva pagaram cinquenta de setenta prestações, sendo a última delas paga em 15/09/2009…;
k) O Jornal O Globo publicou matéria em 10/03/2010, com atualização em 01/11/2011, ou seja, muito antes do início da investigação ou de qualquer intenção de investigação, na qual já afirmava que o apartamento tríplex no Condomínio Solaris pertencia a Luiz Inácio Lula da Silva e a Marisa Letícia Lula da Silva e que a entrega estava atrasada…”

A inteligência de qualquer leitor exigiria que não se pusessem pontos de exclamação depois de tais provas. Mas bem que mereciam: !!!!!!!!!!!!!!! As tais provas documentais voltavam a se repetir mais adiante. E depois de tão repetitivas “provas”, o senhor Moro concluía ao fim de grande esforço:

“601. Considerando o conjunto das provas documentais e das provas orais consistentes com as provas documentais, tem-se por provado o que segue.

..Desde o início, o que se depreende das rasuras na ‘Proposta de adesão sujeita à aprovação’ e ainda do termo de adesão e compromisso de participação com referência expressa ao apartamento 174, que, embora não assinado, foi apreendido na residência do ex-Presidente, havia intenção oculta de aquisição do apartamento 174-A, que tornou-se posteriormente o apartamento 164-A, triplex, Edifício Salinas, Condomínio Solaris, no Guarujá”.

Então possuía a lembrança de um diálogo de Lula frente a seu algoz:

Moro – Senhor ex-presidente, pode esclarecer se havia a intenção desde o início de adquirir um triplex no prédio invés de uma unidade simples?

Lula: Não havia no início e não havia no fim. Eu quero falar, porque tenho direito de falar que não requisitei, não recebi e nem paguei um apartamento que dizem que é meu.

Moro: Nunca houve a intenção de adquirir esse tríplex?

Lula: Nunca houve a intenção de adquirir o tríplex.

Moro: Aqui, tem uma proposta de adesão, sujeita à aprovação, relativamente ao mesmo imóvel. Isso foi assinado pela senhora Marisa Leticia, vou mostrar aqui para o senhor.

Lula: De quando que é essa data aqui?

Moro: 01/04/2005. Consta nesse documento, não sei se o senhor chegou a verificar, uma rasura. O número 174 correspondente ao tríplex nesse mesmo edifício foi rasurado e, em cima dele, foi colocado o número 141. Este documento em que a perícia da PF constatou ter sido feita uma rasura, o senhor sabe quem o rasurou?

Lula: A Polícia Federal não descobriu quem foi? Não?! Então, quando descobrir, o senhor me fala, eu também quero saber.

Moro: Aqui, consta um termo de adesão de duplex de três dormitórios nesse edifício em Guarujá, unidade 174 A, que depois, com a transferência do empreendimento a OAS, acabou se transformando triplex 164 A. Eu posso lhe mostrar o documento?

Lula: Tá assinado por quem?

Moro: .. A assinatura tá em branco…

Lula: Então o senhor pode guardar por gentileza!”

E com tais provas, enfim, o juizinho sentenciou:

“Condeno Luiz Inácio Lula da Silva”

A recente decisão do STF não julgou esse processo estúpido, ilegal e injusto. O mérito foi outro, o de retirar de juízes à semelhança de Moro o poder de condenar em segunda instância. Mas essa foi a primeira sentença do juizeco a cair. Em 7/11/2019 teve início a queda do castelo de Moro. Um castelo de cartas, já se vê. Um castelo de cartas marcadas pela perseguição, mentiras e abusos. Hoje, bem merecemos ouvir e cantar a composição de Ivan Lins, na voz de Elis Regina:

 

 

*Vermelho http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=10321&id_coluna=93