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Estado terrorista de Israel coloca em prática plano de Trump de expulsar palestinos de Gaza no projeto de limpeza étnica

Essa é a hora do mundo se posicionar ou continuar se acovardando diante das práticas neonazistas de Israel contra o povo palestino.

Os cachorros loucos do exército neonazista de Israel já foram acionados.

Trump ignora críticas vindas de todo o planeta e defende que Israel entregue Gaza aos EUA após genocídio, sobretudo de crianças.

É como publicou o New York Times, Trump enche de cercas os EUA, expulsa com todo o rigor os imigrantes, mas acha perfeitamente normal invadir a terra dos outros e expulsar sua população para se apossar do país.

Em jogo casado com os sionistas e Trump, Exército neonazista de Israel prepara plano terrorista de ‘saída voluntária’ de palestinos de Gaza por terra, mar e ar.

Esses monstros, que já mataram cerca de 20 mil crianças, além de um número inacreditável de mulheres e idosos, agora, com prescrição de Trump, barbarizarão ainda mais o povo palestino que, em Gaza, vê seu país completamente destruído, mas segue resistindo.

Certamente com patrocínio dos EUA, Trump e Netanyahu apostam no silêncio do planeta para impor outra carnificina em Gaza, mas desta vez, podem ser picados pela serpente nazista que alimentam.

O que fica claro, nesse contexto, é a força da influência sionista nos EUA e como a mente doentia dos neonazistas de Israel funciona.

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Israel sofre derrota e Hamas se fortalece como interlocutor geopolítico

O acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediado pelos governos do Catar, do Egito e dos Estados Unidos, não apenas interrompe temporariamente as hostilidades, mas também marca um momento de profundo impacto geopolítico e humanitário no Oriente Médio. Diversas análises apontam que o conflito expõe fragilidades de Israel, fortalece a resistência palestina e sublinha a necessidade de soluções duradouras. As avaliações convergem em torno do reconhecimento da importância do acordo e da urgência de avanços concretos para uma paz sustentável na região.

O Portal Vermelho consultou analistas do assunto que foram unânimes em apontar uma profunda derrota moral e estratégica para Israel. José Reinaldo Carvalho, presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Emir Mourad, secretário-geral da Confederação Palestina Latino-americana e do Caribe (Coplac), e Amyra El Khalili,a economista socioambiental e editora do Movimento Mulheres pela P@Z!, apontaram seus argumentos para esta conclusão. O governo brasileiro, por meio de Lula e de sua diplomacia, também se manifestou celebrando o acordo (confira ao final).

Objetivos não cumpridos

José Reinaldo Carvalho, Cebrapaz

José Reinaldo Carvalho, que também é membro da Comissão Política do PCdoB, afirmou que o desfecho do conflito representa uma derrota para Israel e um avanço significativo para a resistência palestina. Segundo Carvalho, a ofensiva israelense tinha como objetivo a aniquilação do Hamas, mas terminou com Israel desmoralizado e forçado a negociar diretamente com o movimento.

“Israel sai desmoralizado e isolado no mundo. Internamente, o regime israelense está em crise, enquanto o Hamas demonstrou maturidade política e capacidade de articulação”, declarou Carvalho. Ele também ressaltou que o Hamas emerge como um interlocutor geopolítico incontornável, tendo governos como os do Catar e do Egito em diálogo direto com sua liderança.

Para Carvalho, o cessar-fogo simboliza não apenas uma pausa na violência, mas também uma “derrota significativa” para os agressores. Ele destacou ainda que a resistência palestina deve agora concentrar-se em aliviar a crise humanitária em Gaza, garantir o cumprimento do acordo e fortalecer sua luta histórica por independência.

Acordo e papel do Hamas no cenário internacional

O presidente do Cebrapaz ressaltou que o acordo de cessar-fogo evidencia a influência do Hamas no cenário geopolítico, tornando-se um interlocutor incontornável. “Governos árabes, como os do Egito e Catar, foram negociadores e fiadores do acordo, dialogando intensamente com a direção do Hamas. Já o imperialismo estadunidense e os genocidas israelenses, que tinham como propósito aniquilar o movimento, foram obrigados a reconhecer sua autoridade”, avaliou.

O Hamas, por sua vez, celebrou a trégua como uma vitória da “lendária firmeza do povo palestino”. Carvalho destacou que essa resistência não é apenas retórica, mas uma demonstração de abnegação e persistência diante de adversidades extremas. “A trégua simboliza uma derrota significativa para os agressores, que se viram obrigados a reconhecer a força da resistência e a sentar-se à mesa de negociação”, afirmou.

Prioridades para a resistência palestina

Segundo Carvalho, o próximo passo da resistência é enfrentar a crise humanitária em Gaza, lutar por um cessar-fogo abrangente e permanente e reacumular forças para liderar a luta histórica pela libertação total e independência da Palestina. “O acordo é imperioso e indispensável. Ele representa uma pausa necessária nas agressões contra a população de Gaza, alivia a crise humanitária e abre caminho para soluções mais duradouras”, explicou.

Carvalho também enfatizou a importância de garantir o cumprimento do acordo, exercendo pressão internacional contra possíveis violações. “Os mediadores prometeram emitir uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para apoiar o cessar-fogo, mas os inimigos figadais da paz e da libertação continuam vociferando ameaças de novas agressões”, alertou.

Concluindo, José Reinaldo Carvalho destacou que o cessar-fogo é apenas o início de um longo caminho rumo à paz duradoura e à justiça para o povo palestino. “A vitória da resistência é também a derrota dos agressores. Este acordo é um marco histórico e prova que, mesmo diante das adversidades mais extremas, é possível obter conquistas concretas. A luta pela liberdade da Palestina segue mais legítima e urgente do que nunca.”

Apenas uma batalha

Emir Mouad, secretário-geral da Confederação Palestina Latino-americana e do Caribe (Coplac)

Emir Mourad apresentou uma visão mais cautelosa. Para Mourad, o cessar-fogo é um passo necessário, mas insuficiente para mudar a dinâmica de opressão contra os palestinos. O histórico do conflito e a continuidade de práticas como a limpeza étnica contra os palestinos lançam dúvidas sobre a efetividade e a durabilidade do acordo.

“O cessar-fogo momentâneo pode servir para a troca de reféns, mas a limpeza étnica segue em curso. Desde 1948, essa política vem sendo construída e nada nos garante que haverá mudanças significativas no médio e longo prazo”, afirmou Mourad. Ele também destacou as pressões internacionais sobre Israel, especialmente dos Estados Unidos, como fatores determinantes para o acordo.

Mourad alertou sobre as violações ao cessar-fogo e a escalada de tensões em regiões como o Líbano, apontando que os impactos militares e políticos do conflito ainda estão em curso. Ele também observou que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu enfrenta pressões internas significativas, refletindo a instabilidade política em Israel.

O secretário-geral da Coplac enfatizou que o acordo, além de permitir aliviar a crise humanitária, revelam fracassos de Netanyahu. “Israel não alcançou seus objetivos políticos, como a expulsão dos palestinos do norte de Gaza e a destruição completa da resistência. Esses fracassos são evidentes quando analisamos os resultados concretos”, avaliou.

O impacto humanitário e as limitações do acordo

Apesar das limitações, Mourad reconheceu que o cessar-fogo trouxe um “respiro” para a população palestina. “Esse momento é importante para reconstruir a infraestrutura de saúde e oferecer um alívio mínimo ao povo de Gaza. Mas devemos lembrar que o acordo é dividido em três fases, e apenas a primeira foi formalizada até agora, com monitoramento permanente ao longo de 42 dias. O que ocorrerá depois disso é incerto”, pontuou.

A escalada de tensões no Líbano e as violações ao cessar-fogo na região são outros pontos de preocupação. Mourad lembrou que a resistência libanesa também sofreu ataques, mas que Israel não conseguiu alcançar seus objetivos militares no país. “A derrubada da Síria e as ações no Líbano mostram como o redesenho do Oriente Médio segue em curso, com impactos militares e políticos profundos”, analisou.

Contexto político em Israel e nos EUA

Mourad destacou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta pressões internas significativas, inclusive risco de colapso do governo. “Netanyahu teve que costurar alianças políticas para garantir a aprovação do acordo. Há descontentamento entre setores da extrema direita israelense que abominam qualquer concessão à resistência palestina”, explicou.

Nos Estados Unidos, tanto o presidente Joe Biden quanto Donald Trump, que reassume a presidência em breve, têm interesses estratégicos na região. Segundo Mourad, Biden tenta deixar um “legado positivo” ao mediar o cessar-fogo, enquanto Trump busca consolidar alianças no Oriente Médio e retomar os Acordos de Abraão.

Mourad concluiu com uma análise realista sobre os próximos passos: “Este é apenas um pequeno passo em uma batalha que está longe de terminar. A resistência palestina precisará se adaptar às novas realidades e continuar lutando por seus direitos. A comunidade internacional, por sua vez, deve se manter vigilante para garantir que acordos como este não sejam usados como pretextos para perpetuar a opressão.”

Derrota da “vitrine de extermínio”

Amyra El Khalili, rede Movimento Mulheres pela P@Z!

Amyra El Khalili, compartilhou uma análise contundente sobre a situação, voltando anos antes para demonstrar a dimensão dos interesses em jogo e das perdas e ganhos. A análise parte de um contexto em que Israel, segundo El Khalili, enfrenta derrotas significativas em diversos campos, da opinião pública internacional à economia interna, enquanto a resistência palestina conquista avanços simbólicos e políticos.

Para Amyra, o contexto atual é marcado por um misto de emoções: “Os palestinos estão emocionados. Eu falo com jornalistas, com as mulheres palestinas, as mães dos militantes e dos prisioneiros. Todos compartilham uma dor coletiva e uma resistência que transcende as fronteiras de Gaza”.

Ela explica que a presença de policiais nas ruas de Gaza após o cessar-fogo não é apenas uma questão organizacional, mas também uma mensagem estratégica: “Esses homens são policiais do governo de Gaza, que é liderado pelo Hamas, um partido eleito. Essa mobilização é uma reafirmação de que o governo ainda está operante, contrariando a narrativa israelense de colapso”.

A história do conflito: genocídio e resistência

Amyra destaca que os objetivos israelenses estão enraizados em um plano de longa data: o “Plano de Decisão”, anunciado em 2017 pelo ministro Bezalel Smotrich. Segundo ela, o plano oferecia três opções à população palestina: viver como cidadãos de segunda classe, emigrar ou enfrentar a morte. “Os palestinos de Gaza decidiram que, se é para morrer, será lutando. A operação ‘Tempestade de Al Aqsa’, desencadeada em 7 de outubro de 2023, foi um contra-ataque preventivo ao genocídio planejado para novembro”, defende ela.

Ela aponta que a resistência conseguiu desarmar sistemas de segurança israelenses, invadir territórios ocupados e levar reféns para negociar a liberdade de prisioneiros palestinos. “Esses prisioneiros são uma questão sensível para o povo palestino, pois quase todos têm algum parente ou conhecido que sofreu tortura ou morreu nas prisões israelenses”.

Amyra acredita que os objetivos da resistência foram alcançados até certo ponto: “A Palestina voltou à agenda mundial. Gaza era bombardeada semanalmente sem receber atenção da imprensa. Agora, o mundo está discutindo o genocídio e os crimes de guerra contra os palestinos”. Ela também ressalta que o objetivo de trocar prisioneiros está em curso, apesar dos desafios impostos por Israel.

Segundo Amyra, Gaza foi transformada em um campo de concentração e uma vitrine para o mercado armamentista israelense. “Israel bombardeava Gaza e exibia vídeos para vender suas tecnologias de extermínio ao mundo”, denuncia.

O acordo mediado: uma vitória estratégica

Amyra enfatiza que o reconhecimento de um Estado palestino sempre encontrou barreiras no Knesset, o parlamento israelense, que rejeita a solução de dois estados. “A resistência palestina continua a lutar não apenas pela sobrevivência, mas pela dignidade e pela liberdade de seu povo”.

De acordo com El Khalili, o recente acordo mediado é uma reedição do que fora proposto anteriormente pelo Qatar, mas rejeitado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em dezembro do ano passado. Essa rejeição inicial submeteu reféns israelenses a meses de cativeiro em Gaza, com consequências graves, incluindo a morte de alguns durante ataques dos próprios israelenses.

“Não interessa ao Hamas matar reféns. Devolver essas pessoas sãs e salvas é uma das maiores estratégias geopolíticas que eles podem empregar”, argumenta a professora. Para ela, o ato de liberar reféns em boas condições é uma demonstração política e moral que reforça a imagem do Hamas perante a opinião pública global e, especialmente, entre os israelenses. Ela também sublinha o impacto da propaganda sionista, que, segundo ela, intoxica muitos israelenses ao perpetuar a ideia de que os palestinos são terroristas.

El Khalili destaca como Israel tem sofrido derrotas em várias frentes. No âmbito interno, muitos israelenses, especialmente aqueles com dupla cidadania, estão deixando o país devido à insegurança crescente. “Israel perde na economia, na comunicação e na segurança de sua própria população”, afirma.

O martírio e a luta pela liberdade

Para os palestinos, a resistência é uma questão de sobrevivência e dignidade. Amyra ressalta que a ideia de martírio é frequentemente mal interpretada no Ocidente: “Dizer que os islâmicos gostam de morrer ou cultuam o martírio é uma visão distorcida. Para eles, trata-se de lutar com orgulho contra a humilhação e a opressão”.

Ela lembra que Gaza tem sido palco de massacres recorrentes desde que foi isolada por muros. Apesar disso, o povo palestino segue resistindo, preferindo enfrentar a violência a aceitar a subjugação.

Amyra também aborda os interesses geopolíticos que alimentam o conflito. Segundo ela, Israel busca controlar recursos energéticos estratégicos, como petróleo e gás, e usar Gaza como uma rota para exportação desses recursos. “O objetivo é claro: atacar o Irã e consolidar o domínio sobre as riquezas naturais da região”, afirma.

A professora também destaca o papel do Irã como um agente diplomático cauteloso. Apesar de apoiar a resistência, o país evita confrontos diretos devido à presença de armas nucleares em Israel. Essa diplomacia cuidadosa reflete a complexidade do cenário e a importância de evitar uma escalada que poderia ter conseqüências devastadoras.

Para ela, o acordo recente representa uma vitória simbólica e estratégica para a resistência palestina. “É uma demonstração de que a resistência não se intimida diante do poderio militar israelense e de que a luta por liberdade é inegociável”, conclui. A troca de reféns e a resposta popular palestina mostram que, mesmo diante de desafios extremos, a resistência permanece viva e resiliente.

Posição do governo brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) também se posicionaram sobre o cessar-fogo, reforçando o compromisso do Brasil com soluções pacíficas no Oriente Médio. Lula celebrou a trégua como um sinal de esperança, destacando a necessidade de construção de uma solução duradoura para o conflito.

“Que a interrupção dos conflitos e a libertação dos reféns ajudem a construir uma solução duradoura que traga paz e estabilidade a todo Oriente Médio”, escreveu o presidente em suas redes sociais.

O Itamaraty, em nota oficial, saudou o cessar-fogo e sublinhou a importância de respeitar os termos do acordo, garantindo ajuda humanitária e a reconstrução da infraestrutura de Gaza. O comunicado reiterou o compromisso brasileiro com a solução de dois Estados, com um Estado palestino independente e viável, convivendo em paz com Israel.

Embora o cessar-fogo seja amplamente saudado, ele é visto apenas como um passo inicial em um longo caminho. A resistência palestina precisará lidar com as adversidades humanitárias e manter sua luta por direitos, enquanto a comunidade internacional deve garantir que o acordo não seja usado como pretexto para perpetuar a opressão. Como enfatizou o Itamaraty, o compromisso com o diálogo e a solução de dois Estados permanece essencial para uma paz duradoura. Com Vermelho.

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Ualid Rabah: “Genocídio na Palestina fez o mundo saber o que é Israel e apartheid”

Presidente da FEPAL criticou a postura dos Estados Unidos e de Israel, denunciando o genocídio em Gaza e apontando os interesses econômicos e políticos.

Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), denunciou o que classificou como o maior genocídio da história da Palestina, destacando o papel decisivo dos Estados Unidos no apoio a Israel. Segundo Rabah, “mais de 25 mil, talvez 30 mil pessoas” foram mortas desde a declaração de cessar-fogo pelo Conselho de Segurança da ONU, vetada diversas vezes pelos Estados Unidos.

Rabah, criticou a insistência dos EUA e de Israel em bloquear propostas de cessar-fogo, afirmando que “todas as vezes o boicote ao cessar-fogo foi estadunidense e israelense”. Ele destacou ainda o papel do governo norte-americano no fornecimento de armas: “Os Estados Unidos continuaram fornecendo armamento, munições e sistemas, e o genocídio prosseguiu”.

Ao abordar a dinâmica do conflito, Rabah apontou a desproporcionalidade do impacto na população civil palestina. “Foram sequestrados por Israel, incluindo profissionais de saúde, 18.700 pessoas, dos quais 6.600 em Gaza e 12.100 na Cisjordânia”, afirmou. Ele também ressaltou a ausência de discussão sobre temas cruciais para a Palestina: “Nenhuma palavra sobre o desbloqueio, nenhuma palavra sobre Jerusalém, nenhuma palavra sobre a retirada dos colonos da Cisjordânia”.

Rabah relacionou o apoio incondicional dos EUA a Israel ao governo do presidente Joe Biden. “Biden é o gestor desse genocídio… sem o apoio incondicional dos Estados Unidos, Israel não teria condições de manter esse conflito”, afirmou. Ele comparou a atuação de Biden com a gestão nazista na Alemanha, dizendo que “Biden faz a mesma coisa” ao dedicar um terço de seu mandato ao conflito.

Ao ser questionado sobre a disputa política nos EUA e as tentativas de Donald Trump em se apropriar de méritos por um eventual cessar-fogo, Rabah declarou: “Quem determina o cessar-fogo é quem determina que ele aconteça, e esses são os Estados Unidos”. Ele ainda criticou a proposta de Israel de estabelecer uma área desmilitarizada em Gaza: “Não tem cabimento… cinco vezes mais zona de segurança israelense, onde a soberania é de Israel”.

Sobre as causas econômicas envolvidas no conflito, Rabah destacou a existência de reservas de gás na costa de Gaza e a proposta de construção do Canal Ben-Gurion, que ligaria o Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Segundo ele, “a ideia é roubar isso dos palestinos e ficar com essa reserva”.

Rabah também alertou para o risco de apagamento das provas do genocídio durante a reconstrução de Gaza. “Se você não reconstrói Gaza sob coordenação palestina… você corre o risco de apagar os vestígios e as provas do genocídio”, disse, referindo-se à destruição de hospitais e ao assassinato de profissionais de saúde e jornalistas.

Encerrando a entrevista, Rabah ressaltou que, apesar da tragédia, o conflito tornou visível a realidade vivida pelos palestinos. “Graças aos próprios palestinos, o mundo hoje sabe o que é Israel, o mundo sabe hoje o que é o sionismo, o mundo sabe hoje o que é apartheid”, concluiu. Com 247.

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Gabinete de segurança de Israel aprova acordo, mas cessar-fogo em Gaza ainda depende do aval de Netanyahu

Ministros israelenses se reuniram para debater trégua com Hamas na Faixa de Gaza.

O gabinete de segurança de Israel aprovou, nesta sexta-feira (17), o acordo de trégua com o Hamas na Faixa de Gaza que permitirá a troca de reféns por prisioneiros palestinos, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

A pré-aprovação pelo gabinete de segurança vêm após Israel acusar o Hamas, na última quinta-feira (16) de “não ter cumprido partes do acordo em uma tentativa de obter concessões de última hora”. Mas um alto dirigente do movimento islamista palestino, Sami Abu Zuhri, respondeu que as acusações não tinham “nenhum fundamento”.

A denúncia veio acompanhada de uma ameaça de que o governo Netanyahu não se reuniria para aprovar o cessar-fogo enquanto o grupo palestino não recuasse nos supostos descumprimentos. Apesar da advertência, as autoridades israelenses recuaram.

O governo Netanyahu se reunirá ainda nesta sexta-feira para decidir o veredito final sobre o acordo. Caso aprovado, o cessar-fogo deve entrar em vigor no próximo domingo (19). De acordo com manifestações de seus ministros nos últimos dias, alguns ministros de extrema direita do governo Netanyahu devem rejeitar o acordo, mas sendo minoria, o cessar-fogo deve ser aprovado.

O ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, declarou que renunciaria se o governo adotasse a resolução, que classificou como “terrível” e alegou que “conhecia bem os seus detalhes”, mesmo antes de sua publicação. No entanto, enfatizou que seu partido, Poder Judaico, não deixaria a coalizão com Netanyahu, do Likud.

Acordo de três fases

O acordo anunciado pelo Catar e Estados Unidos após 15 meses de genocídio na Faixa de Gaza prevê, em uma primeira fase de seis semanas, liberar 33 reféns em Gaza, em troca de mil prisioneiros palestinos que estão presos em Israel.

Um responsável governamental israelense declarou à AFP que as famílias dos reféns foram informadas e estavam realizando os preparativos para recebê-los. Neste primeiro momento, mulheres e crianças devem ser libertados.

Como parte do acordo, as tropas israelenses se retirarão das áreas densamente povoadas no enclave palestino. A segunda fase, ainda em negociação, verá a libertação dos reféns restantes, homens e soldados, e a retirada das tropas israelenses do território palestino.

A terceira e última fase terá como foco a reconstrução da Faixa de Gaza e o retorno dos corpos dos reféns mortos.

Pontos delicados como o futuro político de Gaza não estão sendo debatidos ainda. Netanyahu exige que o Hamas, que atua como um grupo armado de resistência e administra partes do enclave, e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) – governo limitado estabelecido para o enclave após os acordos entre Tel Aviv e Gaza em 1993, não façam parte da administração.

Já o primeiro-ministro palestino, Mohammed Mustafa, da ANP, defende a pressão internacional sobre Israel para garantir a criação do Estado Palestino. As autoridades de Gaza também rejeitam qualquer interferência estrangeira.

Israel intensifica ataques

Antes do cessar-fogo entrar em vigor, bombardeios israelenses no território palestino ainda ocorrem. Nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde de Gaza registrou 88 mortes. Essa cifra eleva o número total de mortos em Gaza para 46.876 em mais de 15 meses de conflito, a maioria civis, entre mulheres e crianças, de acordo com dados considerados confiáveis pela ONU.

Na quinta-feira, o Exército israelense indicou que atacou “50 alvos” em 24 horas. As Forças de Defesa Israelenses (IDF) apostam na narrativa da eliminação de “terroristas do Hamas”, quando, na verdade, a maioria das vítimas são civis. Os ataques de Tel Aviv na Faixa de Gaza causaram mais de cem mortos, segundo as equipes de emergência, desde o anúncio do acordo na última quarta-feira (15).

O genocídio de Israel contra os palestinos, que deixou Gaza com um nível de destruição “sem precedentes na história recente”, de acordo com a ONU, eclodiu em 7 de outubro de 2023 após um ataque do Hamas em solo israelense.

Os comandos palestinos mataram 1.210 pessoas, em sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Eles também sequestraram 251 pessoas, 94 das quais permanecem em Gaza. Pelo menos 34 delas teriam morrido, de acordo com o Exército israelense. De acordo com o Hamas, os reféns mortos foram vítimas dos próprios bombardeios de Tel Aviv no enclave.

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Por que Israel bombardeia as casas dos palestinos no meio da noite?

Bombardeios noturnos de Israel são parte da estratégia de forçar os palestinos a fugirem de suas casas; quase mil famílias palestinas já foram aniquiladas,

s 22 horas do dia 28 de outubro de 2024, a força aérea israelense atingiu um prédio de cinco andares em Beit Lahiya, na área norte de Gaza. Esta região tem sido bombardeada pelos israelenses desde 8 de outubro de 2023. Não houve trégua para os moradores dessa cidade, que fica ao norte do campo de refugiados de Jabaliya. Durante os primeiros meses do bombardeio, Sahar, de 42 anos, fugiu da área com seu filho de onze anos e o restante de sua família. Ela disse à Human Rights Watch que isso se deu “devido ao bombardeio excessivo contra casas de civis, que matou famílias inteiras”. Asma, de 32 anos, saiu de Beit Lahiya para a área supostamente segura de al-Mawasi. “Vivemos em um cenário de desastre”, diz ela. “E não temos esperança, morremos de fome e estamos sitiados.”

A família Abu Nasr não deixou a região de Beit Lahiya. Na verdade, encontraram abrigo no prédio da outra parte da família, achando que a localização do prédio, em uma área residencial, poderia lhes dar alguma imunidade contra os ataques israelenses. Na noite de 28 de outubro de 2024, havia 300 pessoas morando nos dez apartamentos do edifício. O local estava cheio, mas eles se sentiam seguros.

Quando o míssil foi lançado às 22h, a escada foi destruída e, portanto, impediu a fuga de qualquer pessoa que não estivesse no térreo do edifício. Muhammed Abu Nasr, de 29 anos, morava no térreo com sua esposa e filhos. Eles pularam o muro do edifício e foram para a casa de um vizinho. Mais tarde, Muhammed disse ao escritor Asil Almanssi: “Não dormi aquela noite inteira, pensando em meus pais, meus irmãos, minhas sobrinhas e sobrinhos. Como pude deixá-los e fugir? Eu fui realmente um covarde, um traidor? Os pensamentos me atormentavam, e eu não conseguia saber se tinha feito a coisa certa ou não.” Mas era a única coisa que ele poderia ter feito. Ter ficado em um prédio com uma escada bombardeada teria sido insensato. As famílias presas no prédio ligaram para a Defesa Civil de Gaza. Não havia nada que pudesse ser feito por elas até a manhã seguinte. Eles fizeram as malas e aguardaram o amanhecer, quando esperavam que pudessem ser resgatados dos andares superiores do prédio danificado.

Então, como se tivessem previsto isso durante toda a noite, às 4h da manhã, os israelenses atacaram esse edifício residencial mais uma vez. Dessa vez, eles atingiram o núcleo dos apartamentos. Muhammed Abu Nasr, agora deitado na casa de um vizinho, ouviu “uma explosão mais alta do que qualquer outra coisa que eu já havia ouvido. Parecia que um terremoto havia sacudido toda a área, com o chão tremendo violentamente e partes das paredes da casa em que eu havia me refugiado desabando”. Era uma bomba enorme. Muhammed ouviu sua família pedindo ajuda e gritando que havia cadáveres entre eles. Não havia nada a ser feito. Os aviões israelenses enchiam os céus. Era possível que houvesse outro ataque.

Quando as equipes de resgate começaram a remover os escombros, encontraram sobreviventes, feridos com pernas quebradas e pulmões perfurados. Mas também descobriram que mais de 100 pessoas da família Abu Nasr estavam mortas. Esse foi um massacre horrendo de uma família em uma área residencial bem conhecida. Carroças e ombros resistentes transportaram os feridos para o Hospital Al-Helou, uma maternidade que sofreu ataques israelenses em novembro de 2023, mas que agora segue funcionando parcialmente. Foi no hospital que Asil Almanssi ouviu Bassam Abu Nasr (de cinco anos), o único sobrevivente de sua família imediata, dizendo repetidamente: “Quero meu pai”. Mas seu pai havia sido morto pelos israelenses.

Por que às 4 horas da manhã?
Durante a Primeira Grande Guerra (1914-1919), ambos os lados usaram aeronaves para transportar bombas que pudessem ser lançadas em alvos inimigos, inclusive em áreas residenciais. Essas aeronaves não possuíam bons dispositivos de navegação, mas seus adversários tampouco tinham algo além de holofotes para encontrá-las no céu. Voar com bombardeiros lentos à luz do dia os teria exposto aos velozes caças, e é por isso que eles voavam sob a cobertura da escuridão da noite. É por isso que os bombardeios durante a Grande Guerra e a Segunda Guerra Mundial foram realizados à noite. Após a Grande Guerra, o primeiro-ministro britânico Stanley Baldwin disse à Câmara dos Comuns a verdade sobre o uso do bombardeio aéreo naquela época: “O bombardeiro sempre conseguirá passar. A única defesa está no [ataque], o que significa que você precisa matar mais mulheres e crianças e mais depressa do que o inimigo se quiser se salvar” (10 de novembro de 1932).

Os comentários de Baldwin em 1932 ocorreram sete anos após duas outras potências europeias (Espanha e França) terem incentivado mercenários dos Estados Unidos a bombardear a cidade marroquina de Chefchaouen em plena luz do dia. A Espanha e a França queriam acabar com a rebelião liderada por Abd el-Krim, conhecida como a Guerra do Rif (1921-1926). Os pilotos dos Estados Unidos, que formavam o Esquadrão Lafayette, voaram em bombardeiros biplanos Breguet 14 e realizaram 350 bombardeios. Como os combatentes do Rif tinham armas antiaéreas razoáveis onde estavam localizados, o Esquadrão Lafayette foi instruído a bombardear áreas indefesas, como a cidade de Chefchaouen e seus vilarejos vizinhos.

“Nosso objetivo”, escreveu o capitão Paul Rockwell, “era Chefchaouen, a cidade sagrada das tribos Djebala”. A cidade, observou ele, “já havia sido bombardeada anteriormente e, devido ao seu prestígio e sacralidade como santuário sagrado, esperava-se que um ataque aéreo contra ela intimidasse os Djebalas e fosse eficaz para afastá-los da causa de Abd el-Krim”. Em outras palavras, o bombardeio não tinha como fim atingir alvos militares, mas causar sofrimento psicológico entre os combatentes do Rif. O esquadrão bombardeou a cidade e seus arredores cerca de cinco vezes por dia, lançando “mais de quatro toneladas de projéteis”, o que era muito para aquela época. Eles até bombardearam um vilarejo que já havia se rendido. Não sabemos o número de mortes de civis. Esse número não foi registrado.

“A cidade parecia adorável vista do ar”, escreveu Rockwell, “abraçada por sua alta montanha e cercada por muitos jardins e plantações verdes”. A cidade foi bombardeada para enviar uma mensagem aos rebeldes do Rif. Essa foi a guerra colonial em sua forma mais voraz. E, por ter ocorrido nas colônias, o massacre em Chefchaouen foi esquecido (ao contrário, por exemplo, do bombardeio espanhol e alemão de Guernica – uma cidade europeia – em 1937, agora eternizado na famosa pintura de Pablo Picasso).

Na década de 1970, as autoridades municipais determinaram que as paredes da cidade fossem pintadas de azul para atrair turistas e – dizem alguns – para repelir mosquitos; a cidade, quando a visitei há uma década, é lembrada por suas paredes azuis e não pelo massacre de 1925. Nunca aprendemos as lições da história.

O povo de Gaza não tem capacidades antiaéreas. Eles não podem abater as aeronaves israelenses. No máximo, eles conseguem atingir drones que voem baixo. As aeronaves que bombardeiam as áreas residenciais de Gaza não voam à noite porque têm medo de serem abatidas. Eles voam à noite porque são capazes de amedrontar totalmente a população, matando famílias inteiras em suas casas e, assim, ameaçando outras famílias com a aniquilação. “Intimide os Djebalas”, escreveu Rockwell, o que pode ser facilmente atualizado para “intimide os palestinos”. Uma bomba que cai em uma casa às 4h da manhã com certeza matará os civis que estiverem dormindo lá. Isso faz com que os civis queiram fugir de suas casas. Criar as condições para essa fuga é o crime de limpeza étnica. “Vivemos em um desastre”, disse Asma, que fugiu de sua casa, mas não saiu de Gaza.

O inimaginável
Para muitos palestinos, mesmo depois desse ano terrível de genocídio, sair de Gaza é perder a Palestina, ou seja, fazer parte da Nakba (catástrofe) permanente que foi iniciada pelos israelenses em 1948. Eles não se abalarão, mesmo com as ondas de bombardeios noturnos que exterminam família após família. Até o momento, quase mil famílias foram totalmente aniquiladas. Uma investigação da Al Jazeera registra que 393 membros da família al-Najjar foram mortos, 226 membros da família al-Masry e 225 da família al-Astal.

Em 10 de outubro de 2023, às 20h30, uma bomba de 2 mil libras (907 kg) aterrissou na casa da família al-Najjar em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza. A bomba matou 21 membros da família, parte dos 393 membros da família al-Najjar mortos ao longo do ano passado. Suleiman Salman al-Najjar, de 48 anos, estava no Hospital Mártires de al-Aqsa naquela noite. Ele sobreviveu à bomba. Mas sua esposa, Susanne Subhi Asalam Najjar, de 40 anos, e quatro de seus filhos – Farah (23 anos), Nadim (20 anos), Yazan (14 anos) e Safa (17 meses) – morreram. Mais tarde, ele disse à Anistia Internacional que, embora tenha conseguido recuperar o corpo de seu filho Nadim, só conseguiu encontrar uma mão da filha Safa. “Todos estavam sob os escombros. A casa foi completamente pulverizada. Os corpos foram reduzidos a pedaços. Nossas vidas foram destruídas em um momento. Nossa família foi destruída. Algo que era impensável agora é nossa realidade.”

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Israel apresenta aos EUA exigências para fim do conflito no Líbano

Entre as exigências estão a liberdade de operação e ação militar, além do uso do espaço aéreo, contra o Hezbollah, desafiando resoluções da ONU.

Israel entregou aos Estados Unidos, no último domingo (20), um documento delineando suas exigências para uma solução diplomática que busque encerrar a guerra no Líbano, diz a agência Sputnik, citando o portal Axios. O documento foi enviado pelo ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, confidente do premiê Benjamin Netanyahu, ao enviado especial da Casa Branca, Amos Hochstein, na quinta-feira (17).

Entre as demandas apresentadas, segundo a reportagem, Tel Aviv requer que as Forças de Defesa de Israel (FDI) sejam autorizadas a realizar “execução ativa” para evitar que o Hezbollah se reforce e reconstrua sua infraestrutura militar nas proximidades da fronteira.

Além disso, o governo israelense exige que sua Força Aérea tenha liberdade de operação no espaço aéreo libanês, uma solicitação que contradiz a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU. Essa resolução determina que as Forças Armadas libanesas (LAF) e a Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL) devem garantir um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah.

Uma fonte do governo dos EUA afirmou ao Axios que é “altamente improvável que o Líbano e a comunidade internacional” aceitem as condições impostas por Israel. Em resposta a essa situação, Hochstein está programado para visitar Beirute nesta segunda-feira (21) com o objetivo de discutir uma possível solução diplomática para o conflito.

Na noite de domingo (20), a situação escalou quando a Força Aérea israelense conduziu ataques aéreos no Líbano, atingindo diversos alvos associados ao Hezbollah, incluindo um prédio em Beirute. Esses ataques ocorreram em um contexto em que o Pentágono, por meio do secretário de Defesa, Lloyd Austin, havia solicitado a Israel que “reduzisse os ataques” à capital libanesa, citando o número “excessivo” de vítimas civis decorrente das operações militares.

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Expectativa é que Israel ataque alvos no Irã nos próximos dias

Netanyahu afirmou que o Irã cometeu um “grande erro” com o ataque e que “pagará” o preço.

Fontes do governo iraquiano avaliaram à coluna que a expectativa é de que Israel ataque alvos estratégicos no Irã já nos próximos dias, o que seria uma ação inédita. Segundo eles, a possibilidade é de que o governo de Benjamin Netanyahu possa ter como alvo instalações elétricas ou até nucleares do Irã.

Netanyahu afirmou que o Irã cometeu um “grande erro” com o ataque e que “pagará” o preço.

Na avaliação dos iraquianos, o ataque do Irã foi uma mensagem devido à pressão que o governo iraniano sofria pelos ataques de Israel ao Hezbollah e da morte de Hassan Nasrallah, líder do grupo.

Os iraquianos também estão atentos para a possibilidade de os ataques chegarem ao sul do Iraque e, eventualmente, as milícias locais apoiarem os iranianos. Circularam, nesta terça-feira (1), imagens dos iraquianos, que vivem no sul do país, comemorando o ataque dos mísseis iranianos contra Israel.

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Israel rejeita proposta dos EUA e aliados para cessar-fogo com o Hezbollah

Governo israelense afirmou que exército foi ordenado a ‘combater’ o grupo libanês ‘com força total’.

O governo de Israel rejeitou a proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, uma organização política e paramilitar libanesa, feita pelos Estados Unidos e seus aliados.

“Não haverá cessar-fogo no norte. Nós vamos continuar lutando contra a organização terrorista Hezbollah com toda a nossa força até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”, escreveu o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, em suas redes sociais, nesta quinta-feira (26).

Mais cedo, uma nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que o Exército foi ordenado a continuar “combatendo” o Hezbollah “com força total”.

Escalada do conflito

Os países haviam proposto uma trégua de 21 dias para frear o avanço do conflito. Na madrugada desta quinta-feira (26), 23 sírios morreram na cidade libanesa de Younine, em decorrência de ataques aéreos feitos pelas Forças Armadas de Israel contra instalações do Hezbollah. Entre as vítimas, no entanto, a maioria são mulheres e crianças, de acordo com o prefeito Ali Qusas.

Israel começou a atacar o Líbano na semana passada, quando ocorreram centenas de explosões de pagers e walk talkies, tecnologias obsoletas escolhidas justamente para evitar interceptações. Um informe do ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, apontou para 37 mortos e 3.539 feridos.

Na segunda-feira (23), Israel iniciou os ataques aéreos, matando 558 pessoas e ferindo cerca de 1.8 mil. Segundo as autoridades libanesas, é o número mais alto em um dia desde o fim da guerra civil no país (1975-1990).

O que dizem os países envolvidos?

O governo israelense diz que a investida contra o Hezbollah é necessária para permitir que seus cidadãos voltem para o norte de Israel, quase um ano após terem deixado suas casas devido a ataques do grupo libanês em apoio aos palestinos da Faixa de Gaza. O Hezbollah é aliado do Hamas e vem lançando foguetes do Líbano em direção ao norte de Israel desde outubro de 2023.

Por sua vez, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, afirmou que o governo de Benjamin Netanyahu vem matando civis em território libanês, durante reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), no começo da semana. “Israel está violando nossa soberania ao enviar seus aviões de guerra e drones para nossos céus”, disse Mikati.

“Os libaneses rejeitam a guerra e acreditam na estabilidade. Israel nunca parou de violar as resoluções adotadas pela ONU. O Líbano não está pedindo por caridade”, completou.

Por sua vez, o Irã, patrocinador do Hezbollah, disse nesta quarta (25) que o Oriente Médio enfrenta uma “catástrofe em grande escala” e advertiu que Teerã apoiará o Líbano “por todos os meios” caso Israel intensifique sua ofensiva contra o Hezbollah.

“A região está à beira de uma catástrofe em grande escala. Se não for controlada, o mundo enfrentará consequências catastróficas”, declarou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, também em reunião da ONU, acrescentando que seu país “apoia o povo do Líbano por todos os meios”.

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Acusado de cometer genocídio, Israel se recusa a aplaudir discurso de Lula na ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as grandes potências globais e a concentração de poder durante discurso na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (24).

“Na fundação da ONU, éramos 51 países. Hoje somos 193. Várias nações, principalmente no continente africano, estavam sob domínio colonial e não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamento. (…) Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século 21 com as Nações Unidas cada vez mais esvaziada e paralisada. É hora de reagir com vigor a essa situação, restituindo à Organização as prerrogativas que decorrem da sua condição de foro universal”, afirmou.

Ao colocar os países emergentes no centro de sua fala, Lula destacou a crise humanitária em Gaza e na Cisjordânia, mencionando a expansão do conflito para o Líbano e o impacto sobre a população palestina.

“Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano. O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino. São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças. O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o cessar-fogo”, afirmou.

Na ocasião, o presidente brasileiro também fez referência à presença do presidente palestino, Mahmoud Abbas, na Assembleia. Esta é a primeira vez em aproximadamente 80 anos que a Palestina se senta ao lado dos demais países na ONU. Ao final do discurso, a delegação de Israel optou por não aplaudir.

Nesta terça-feira, durante a Assembleia Geral da ONU, Lula ainda condenou a guerra entre Rússia e Ucrânia, destacando a iniciativa conjunta do Brasil e da China para promover um diálogo entre Moscou e Kiev. Ele também enfatizou que, sem uma maior participação dos países em desenvolvimento na liderança do FMI e do Banco Mundial, não haverá mudanças efetivas no cenário internacional.

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Israel bombardeia Beirute no maior ataque ao Líbano desde o início da guerra; Hezbollah lança 150 foguetes

Fontes do governo do Líbano afirmaram à agência de noticias Reuters que dispositivos tinha PETN, explosivo muito utlizado em operações militares. Aparelhos explodiram em série na quarta-feira (18), matando 25 e ferindo centenas. Hezbollah culpou Israel e lançou 150 foguetes nesta sexta.

Israel e o Hezbollah trocaram fortes ataques nesta sexta-feira (20) após a explosão de pagers e “walkie-talkies” do grupo terrorista no Líbano esta semana.

Nesta manhã, o Exército de Israel bombardeou o subúrbio de Beirute. O ataque foi o maior ataque ao Líbano desde o início da guerra com o Hamas, em outubro do ano passado, segundo disseram fontes do governo libanês disseram à agência de notícias Reuters.

A imprensa local afirmou que cinco crianças morreram no ataque e que um dos chefes do Hezbollah na capital libanesa também foi atingido. A rádio militar de Israel confirmou que um dos alvos da ofensiva era o Ibrahim Aqil, comandante de operações do Hezbollah em Beirute.

Já o Hezbollah disse ter lançado 150 foguetes no norte de Israel em sete ataques separados. Já Israel disse ter bombardeado alvos do grupo extremista no sul do Líbano, onde o Hezbollah atua.

O Hezbollah afirmou ter utilizado nos ataques os foguetes do tipo Katyusha, desenvolvidos na antiga União Soviética e que são capazes de driblar os sistemas de defesa de Israel.

O serviço de emergência israelense disse que não havia relato de vítimas até a última atualização desta reportagem.

O grupo extremista culpa Israel pela série de explosões de pagers e “walkie-talkies” de membros do Hezbollah entre terça (17) e quarta-feira (18) matou 37 pessoas e deixou mais de três mil feridos no Líbano, segundo o Ministério da Saúde libanês.

Israel não se não se pronunciou, mas, um dia após as explosões, anunciou que estava transferindo o foco de suas ações militares para o norte do país, perto da fronteira com o sul do Líbano.

Também nesta sexta, fontes do governo libanês afirmaram à agência de notícias Reuters que as baterias dos “walkie-talkies” do grupo extremista Hezbollah que explodiram na quarta-feira (18) estavam contaminadas com PETN, um composto altamente explosivo, afirmaram nesta sexta-feira (20) .

Membros do governo próximos à investigações do caso disseram à Reuters que a maneira como o PETN foi integrado às baterias, muito sofisticada, fez com que os explosivos não fossem detectados ao entrar no Líbano.