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Explode a pressão da opinião pública internacional contra as ações criminosas de Israel

Sim, a pressão da opinião pública internacional contra as ações de Israel, especialmente após a interceptação da Flotilha Global Sumud em 1º de outubro de 2025, tem crescido de forma exponencial nos últimos dias.

Relatos de maus-tratos a ativistas, como os envolvendo Greta Thunberg, e o contexto mais amplo do bloqueio a Gaza (que agravou a fome e o sofrimento de milhões de palestinos) estão mobilizando protestos globais, greves e mudanças em pesquisas de opinião.

O que se sabe até aqui, 5 de outubro de 2025, com base em fontes recentes, focando em como isso se traduz em pressão concreta contra o governo israelense revelam um engajamento gigantesco que berra aos quatro cantos da terra contra os assassinos sionistas.

Protestos e mobilizações em massa se agigantaram depois da interceptação de mais de 40 embarcações e a detenção de cerca de 450 ativistas (incluindo Thunberg, o neto de Nelson Mandela e parlamentares de vários países) gerou uma onda de indignação.

Itália

O epicentro da resistência. Sindicatos como a CGIL convocaram uma greve geral nacional em 3 de outubro, paralisando o país, centenas de trens cancelados, voos atrasados e escolas fechadas.

Mais de 2 milhões de pessoas saíram às ruas em Roma, Milão e outras cidades, com slogans como “Pare o genocídio” e “Liberdade para a Flotilha”.

Uma pesquisa de setembro mostrou que 73% dos italianos acreditam que Israel comete genocídio em Gaza, pressionando o governo de Giorgia Meloni a reconsiderar sua posição pró-Israel.

Espanha

Em Barcelona (ponto de partida da flotilha), 15 mil manifestantes marcharam no dia 3, gritando “Gaza, você não está sozinha” e “Boicote a Israel”.

A prisão da ex-prefeita Ada Colau e a deputada do PT, Luizianne Lins, ambas detidas na ação, amplificou as denúncias de violações.

Outros países

Protestos eclodiram em mais de 20 cidades globais, incluindo Atenas (Grécia), Bruxelas (Bélgica), Ancara (Turquia), Buenos Aires (Argentina), Cidade do México (México), Karachi (Paquistão) e Nova York (EUA).

Na Turquia, o presidente Erdogan condenou a “agressão israelense” em discurso oficial, chamando-a de “bandidagem”.

Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro rompeu o acordo de livre comércio com Israel e exigiu a libertação de dois ativistas colombianos.
No Brasil, há mobilizações em solidariedade, com posts no X (antigo Twitter) denunciando “sequestro” e “tortura” aos ativistas, incluindo os 10 brasileiros detidos.

Pesquisas recentes mostram uma reversão drástica no apoio a Israel, especialmente nos EUA e Europa.

Nos EUA, 60% dos eleitores querem fim da campanha militar israelense em Gaza, mesmo sem libertação de reféns; 40% acreditam que Israel mata civis intencionalmente (dobrou desde 2023). Maioria opõe-se a mais ajuda militar/econômica.

Na Europa como um todo, crescente apoio a boicotes e sanções; protestos pela flotilha amplificam críticas ao bloqueio como “ilegal”.

Essa mudança é atribuída à visibilidade da flotilha: vídeos de Thunberg detida e relatos de “humilhação” (como forçá-la a segurar e beijar a bandeira israelense) viralizaram, transformando o incidente em símbolo de impunidade israelense.

Condenações oficiais

Turquia, África do Sul, Brasil (via ONU) e Colômbia chamaram a interceptação de violação ao direito internacional.

A Anistia Internacional acusou Israel de desprezo às ordens da CIJ (Corte Internacional de Justiça), que exige fim do bloqueio humanitário.

Pressão diplomática

A ONU e a UE pedem investigações independentes sobre os maus-tratos; a relatora especial Francesca Albanese criticou a abandono do governo italiano aos ativistas.

Resposta de um criminoso israelense

O ministro Itamar Ben-Gvir chamou os ativistas de “apoiadores do terrorismo” e elogiou as “condições covardes” nas prisões, o que só aumentou a backlash.

Israel como sempre nega torturas, alegando que os barcos eram “vazios de ajuda real” e cheios de “propaganda do Hamas”.

No X, hashtags como #IsraelTerroristState e #FreeTheFlotilla estão trending em português e inglês.

Se isso continuar, pode isolar Israel diplomaticamente.

Imagine se mais países seguirem a Colômbia no boicote.


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Vídeo: Israel intercepta Flotilha da liberdade; ataque prioriza ‘navios grandes’, diz jornal

Times of Israel afirma que soldados abordaram ‘Adara’, enquanto Middle East Eye relata interceptação de ‘Alma’; mais cedo, ativistas denunciaram ofensiva de drones

A Marinha israelense começou a interceptar na tarde desta quarta-feira (01/10), pelo horário de Brasília, a Flotilha Global Sumud (GSF, na sigla em inglês), que tentava romper o bloqueio marítimo imposto por Tel Aviv na Faixa de Gaza.

Nas imagens que foram transmitidas ao vivo por membros da GSF, um navio comandado por Israel se aproxima de uma das embarcações da missão humanitária. Enquanto o jornal The Times of Israel informou que os ativistas do barco Adara “jogaram os seus aparelhos telefônicos a bordo” depois que foram abordados por soldados israelenses, o portal Middle East Eye (MEE) relatou que o navio Alma foi interceptado.

Ainda de acordo com o MEE, o regime sionista está priorizando a interceptação de “navios grandes e de alto perfil”.

A relatora especial das Nações Unidas (ONU) sobre direitos humanos na Palestina, Francesca Albanese, apontou a ilegalidade na interceptação israelense às embarcações da GSF, destacando que qualquer ofensiva em águas internacionais contra navios em movimentações pacíficas configura uma violação a nível global.

Em nota, a GSF confirmou que “por volta das 20h30, horário de Gaza, múltiplas embarcações da Global Sumud Flotilla — em especial Alma, Sirius e Adara — foram ilegalmente interceptadas e abordadas pelas Forças de Ocupação Israelenses em águas internacionais”.

O comunicado denuncia que Israel danificou “propositalmente” os sistemas de comunicação antecipadamente para bloquear sinais de emergência e interromper, assim, a transmissão ao vivo da abordagem ilegal. “Além dos barcos já confirmados como interceptados, a transmissão e a comunicação foram perdidas com várias
outras embarcações”, acrescenta.

Mais cedo, que pelo menos dez navios da GSF sofreram ataques de 15 drones no Mar Mediterrâneo. Não houve relatos imediatos de vítimas. O ativista brasileiro Thiago Ávila afirmou que se tratava de uma tática de “guerra psicológica”. Em vídeo, detalhou que quatro barcos foram alvo de drones que lançavam artefatos explosivos.

De acordo com organizadores da missão, dois navios militares israelenses cercaram as embarcações Alma e Sirius. Todos os sistemas de navegação e comunicação pararam de funcionar, em um episódio que foi classificado por Ávila como “ataque cibernético”. A flotilha conseguiu restabelecer os meios de comunicação pouco depois.

Manobras arriscadas e ataque com drones
A identidade dos navios que atacaram a GSF nesta manhã não foi confirmada. A RFI descreve o vídeo publicado no Instagram oficial da flotilha, que mostra “uma embarcação militar israelense realizando ‘manobras perigosas’ perto dos barcos civis, danificando seus sistemas de comunicação antes de se afastar. A gravação mostra a silhueta de um navio militar com torre de canhão próximo às embarcações”.

Segundo a análise de imagens da agência Reuters, o vídeo foi gravado do barco Sirius, Contudo, não foi possível verificar a identidade da outra embarcação nem a data precisa da filmagem.

Ainda de acordo com a RFI, as autoridades israelenses não responderam imediatamente aos pedidos de comentário. O veículo também lembrou que nos últimos dias, a GSF também foi alvo de ataques com drones que lançaram bombas de efeito moral e substâncias irritantes sobre os barcos. Nesta ocasião, Israel também se negou a comentar o ataque, mas reiterou que usará todos os meios para impedir que os barcos humanitários cheguem a Gaza.

*Opera Mundi


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Microsoft proíbe Israel de usar serviços tecnológicos para espionar palestinos

Militares israelenses armazenavam dados coletados pela plataforma Azure para facilitar preparação de ataques em Gaza e na Cisjordânia

A Microsoft suspendeu o acesso dos militares israelenses à sua plataforma de nuvem, Azure, após investigações de que a tecnologia estava sendo usada diariamente para operar um sistema de vigilância que coletava milhões de chamadas telefônicas de civis palestinos feitos em Gaza e na Cisjordânia, revelou o Guardian nesta quinta-feira (25/09).

De acordo com fontes consultadas pelo jornal britânico, na semana passada, a gigante norte-americana revelou ter notificado as autoridades israelenses que a Unit 8200, a agência de vigilância militar de Tel Aviv, violou os termos de serviço da empresa ao armazenar um acervo de dados pela Azure.

Em parceria com a revista +972 Magazine e o site Local Call, no mês passado, o Guardian publicou uma apuração revelando que a nuvem da Microsoft estava sendo usada para guardar e processar a comunicação feita nos territórios palestinos com o propósito de espionar os civis e facilitar a preparação de ataques aéreos na região.

Palestinians react as they inspect the damage at the site of an Israeli strike on a house, in Gaza City, June 1, 2025. REUTERS/Mahmoud Issa

De acordo com os veículos, a empresa de tecnologia e o Exército israelense “trabalharam juntos em um plano para mover grandes volumes de material de inteligência sensível para a Azure”, ao revelar que o projeto começou após uma reunião em 2021 entre o diretor da Microsoft, Satya Nadella, e o então comandante da unidade, Yossi Sariel.

Em resposta à denúncia, a Microsoft ordenou uma investigação externa para revisar seu relacionamento com a Unit 8200. As medidas iniciais levaram a empresa a cancelar o acesso dos militares israelenses a alguns de seus serviços de armazenamento em nuvem e inteligência artificial.

Decisão da Microsoft foi anunciada nesta quinta-feira, 25

Como funcionava a coleta de dados?
A agência de vigilância israelense, Unit 8200 construiu um sistema que permite que seus oficiais coletem, reproduzam e analisem o conteúdo dss chamadas telefônicas de todos os palestinos nas regiões de Gaza e da Cisjordânia, tirando proveito da capacidade de armazenamento e potencial de computação quase ilimitados da plataforma de nuvem da Microsoft, Azure.

De acordo com fontes ouvidas pelo Guardian, o armazém de chamadas interceptadas – que totalizava até 8.000 terabytes de dados – era mantido em um datacenter da Microsoft na Holanda. Poucos dias depois de o jornal britânico publicar a apuração, a Unit 8200 “pareceu transferir rapidamente os dados de vigilância para fora do país”, em agosto.

“A decisão extraordinária da Microsoft de encerrar o acesso da agência de espionagem a tecnologia-chave foi tomada em meio à pressão de funcionários e investidores sobre seu trabalho para os militares de Israel e o papel que sua tecnologia desempenhou na ofensiva de quase dois anos em Gaza”, diz o Guardian.

A investigação impulsionou protestos na sede da Microsoft nos Estados Unidos e em um de seus datacenters europeus. O grupo de campanha liderado por funcionários da empresa “No Azure for Apartheid” promoveu atos que repercutiram internacionalmente, pedindo para que a gigante norte-americana rompa todos os laços com Israel.

Segundo o jornal britânico, nesta quinta-feira, o vice-presidente da Microsoft, Brad Smith, confirmou à equipe que a empresa “cessou e desativou um conjunto de serviços para uma unidade dentro do Ministério da Defesa de Israel”, incluindo armazenamento em nuvem e serviços de IA.

*Opera Mundi


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Médicos Sem Fronteiras suspende atividades na Cidade de Gaza após ataques ‘implacáveis’ de Israel

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou na tarde de sexta-feira (26/09) que suspendeu suas atividades na Cidade de Gaza em virtude dos amplos e “implacáveis” ataques das Forças de Defesa de Israel (IDF) na região.

Segundo o MSF, a segurança do município do enclave palestino se deteriorou rapidamente, pois ataques aéreos acontecem de maneira constante. A entidade acrescentou que tanques estão passando a menos de um quilômetro de suas instalações de saúde.

A organização afirmou que a decisão foi inevitável, não tendo outra escolha a não ser suspender as atividades, pois as “clínicas estão cercadas por forças israelenses”.

Israel prepara expulsão de palestinos em meio ao repúdio internacional -  Liga Internacional dos TrabalhadoresLiga Internacional dos Trabalhadores

“Isso é a última coisa que queríamos, pois as necessidades na Cidade de Gaza são enormes e as pessoas mais vulneráveis não conseguem se locomover e correm grave perigo”, declarou Jacob Granger, coordenador de emergências da MSF.

Antes da decisão, equipes do MSF ainda realizaram atendimentos e consultas no enclave, atendendo cerco de 1.655 pacientes com desnutrição. Essa condição vem sendo denunciada por organismos humanitários.

Mais recentemente, um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), sistema apoiado pelas Nações Unidas para monitoramento da fome, declarou oficialmente que Gaza enfrenta condições de Fase 5 — a mais grave da escala de insegurança alimentar aguda, que significa fome.

Fotos de 'fome e desespero' em Gaza são manipuladas, revela imprensa alemã  - Diário do Poder

Sem saída e hospitais em colapso
A organização internacional mencionou que ainda existem centenas de milhares de pessoas impossibilitadas de deixar a Cidade de Gaza.

O grupo, além disso, afirmou que os hospitais que estão funcionando de forma parcial estão sobrecarregados em virtude da escassez de funcionários, suprimentos e combustível.

Faixa de Gaza: o retrato do desespero Leia em:  https://veja.abril.com.br/mundo/faixa-de-gaza-o-retrato-do-desespero/

“Aqueles que conseguem sair ainda enfrentam uma decisão insustentável: ou permanecem, apesar das intensas operações militares e das ordens de evacuação, ou abandonam o que resta de suas casas, pertences e memórias pessoais para se mudarem para áreas onde as condições humanitárias estão se deteriorando rapidamente”, informou a MSF.

*Ansa/Opera Mundi


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Vídeo: Ao lado de outros países, Brasil boicota discurso de Netanyahu na ONU

Delegações abandonam plenário após premiê israelense subir ao pódio; discurso envolveu crítica aos líderes mundiais

Assim que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, subiu ao pódio para abrir os discursos da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (26/09), diversas delegações abandonaram o plenário em forma de protesto contra a política genocida promovida pelo seu governo na Palestina. Entre os países que deixaram o local, está o Brasil, conforme apurado por Opera Mundi.

Nas imagens transmitidas, é possível ver alguns funcionários usando o keffiyeh (lenço palestino) em expressão de solidariedade ao povo da Palestina. Na plateia houve vaias, enquanto aqueles que aplaudiram permaneceram no local para acompanhar o discurso de Netanyahu.

Às vésperas da Assembleia da ONU, nações como Austrália, Canadá, França, Reino Unido e Portugal, reconheceram o estabelecimento do Estado palestino e o genocídio promovido por Israel foi o tema mais enfatizado nos discursos proferidos ao longo das sessões.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que participou por videoconferência ao ser proibido de participar presencialmente do evento devido à negação de visto pelo governo de Donald Trump, denunciou na quinta-feira (25/09) o que chamou de um genocídio “monitorado e documentado” cometido por Israel em Gaza.

Ao longo do massacre israelense no enclave, que na semana seguinte completa dois anos e deixa, de acordo com os dados do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 65 mil mortos, a comunidade internacional tem pressionado cada vez mais por um cessar-fogo e condenado o regime sionista por sabotar as negociações e intensificar os ataques no território palestino.

Em seu discurso, Netanyahu culpou os líderes internacionais de “cederem à pressão de uma mídia enviesada de parceiros dos regimes islâmicos radicais” e “antissemitas”.

“Ao lutarmos contra terroristas que assassinaram nossos cidadãos, vocês lutaram contra nós. Vocês nos condenaram, lançaram sanções contra nós e fizeram uma guerra política ilegal. Isso é contra nós”, criticou o premiê. “Muitos líderes que estão representados neste salão mandaram uma mensagem muito diferente. Logo após o 7 de outubro, apoiaram Israel, mas esse apoio acabou evaporando rapidamente quando fizemos o que qualquer nação que se respeita teria feito depois de um ataque tão selvagem”.

*Rocio Paik/Opera Mundi

 


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Política

Discurso de Lula na ONU terá como prioridade a Soberania, COP30, recados a Trump e Gaza

O presidente Lula (PT) abrirá o debate geral da Assembleia Geral da ONU em Nova York na próxima terça-feira (23). Seu discurso aborda temas como soberania, democracia, multilateralismo, mudanças climáticas e o genocídio em Gaza, com mensagens diplomáticas dirigidas ao presidente dos EUA, Donald Trump. Tradicionalmente, o Brasil inicia os discursos na ONU, e Lula será o primeiro a falar, o que pode levar a um encontro com Trump.

O presidente reafirmará a defesa da soberania nacional e criticará a sobretaxa de 50% imposta por Trump sobre produtos brasileiros, interpretada como uma tentativa de influenciar o julgamento de Jair Bolsonaro. Aliados esperam que Lula se posicione contra a guerra tarifária, evitando ataques diretos.

Na agenda ambiental, Lula, como anfitrião da COP30, cobrará maior comprometimento dos países desenvolvidos com a preservação das florestas tropicais e enfatizará o objetivo de zerar o desmatamento da Amazônia até 2030.

Lula pedirá que os países ricos apresentem metas mais ambiciosas e defenderá a soberania dos países amazônicos em questões de segurança, criticando a presença de navios militares americanos no Caribe.

O discurso também tratará da necessidade de reformas no Conselho de Segurança da ONU, do cessar-fogo na Ucrânia, e do genocídio de Israel em Gaza, reiterando a importância da criação de um Estado palestino que conviva pacificamente com Israel.


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Espanha anuncia investigação sobre crimes de guerra israelenses em Gaza

Apuração responde a inquérito da ONU que demanda colaboração de Estados-membros com o Tribunal Penal Internacional (TPI) na coleta de evidências contra Israel

O procurador-geral da Espanha, Álvaro García Ortiz, autorizou nesta quinta-feira (18/09) a abertura de uma investigação sobre os crimes praticados por Israel na Faixa de Gaza. A apuração foi solicitada por Dolores Delgado, procuradora da Câmara de Direitos Humanos e Memória Democrática, após o recebimento de um relatório sobre o tema da comissária-geral de Informações do Corpo Nacional de Polícia espanhol.

Segundo comunicado oficial, “o Procurador-Geral [Álvaro García Ortiz] emitiu um decreto que cria uma equipe para investigar violações do Direito internacional em Gaza”, visando “recolher provas e disponibilizá-las ao órgão competente, cumprindo assim as obrigações da Espanha em relação à cooperação internacional e aos Direitos Humanos”.

O objetivo do inquérito é apurar se os ataques de Israel na Faixa de Gaza configuram “graves violações do Direito Internacional, dos Direitos Humanos e do Direito Internacional Humanitário” conforme o artigo 607 do Código Penal espanhol, informa o texto.

A nota também menciona a existência de dois processos tramitados em tribunais internacionais contra Israel: um no Tribunal Internacional de Justiça e outro na Procuradoria do Tribunal Penal Internacional. Em ambos, justifica o texto, o Estado espanhol tem obrigação de colaborar em virtude da legislação adotada e tratados subscritos.

O Ministério Público ressalta que o procedimento coincide com as recomendações do relatório da Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU divulgado nesta semana. Nele, as Nações Unidas acusam Israel pelo genocídio em Gaza, pedindo aos Estados-membros que cooperem com a investigação do TPI.

Em novembro de 2024, o TPI emitiu mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

A partir da medida, a Espanha realizará diligências formais de apuração que serão comunicadas ao TPI, reunindo provas em cumprimento com suas obrigações de cooperação internacional.

*Opera Mundi


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Como Israel vem usando vídeos pagos para negar fome em Gaza

País investe milhões em vídeos de propaganda para negar fome na Faixa de Gaza ou desacreditar agências da ONU

Uma investigação do Eurovision News Spotlight (rede investigativa de verificação de fatos do qual faz parte a redação DW Fact Check) revelou que Israel vem veiculando campanhas publicitárias no YouTube e na plataforma X para desacreditar agências da ONU e contestar conclusões de órgãos de fiscalização internacionalmente reconhecidos.

Essas campanhas internacionais pagas visam a opinião pública em partes da Europa e da América do Norte. Um documento do governo mostra que pelo menos 42 milhões de euros foram gastos em campanhas publicitárias em plataformas como YouTube e X desde meados de junho de 2025.

Esses esforços fazem parte de uma estratégia mais ampla conhecida como Hasbara, um termo hebraico que pode ser traduzido como “explicar” e é usado para descrever os esforços para promover a imagem de Israel no exterior.

Em 22 de agosto, mesmo dia da publicação da avaliação do Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC, um organismo da ONU) que indica uma situação de fome em grande parte da Faixa de Gaza, a Agência de Publicidade do Governo de Israel (Lapam, em hebreu) lançou uma campanha negando a escassez de alimentos no enclave palestino.

Dois vídeos foram promovidos por meio de anúncios pagos no canal oficial do Ministério do Exterior de Israel no YouTube, que tem um selo de verificado. Os vídeos mostram mercados repletos de comida e restaurantes servindo refeições, supostamente filmados em Gaza durante julho e agosto de 2025. Eles apresentam texto na tela e uma narração gerada por IA, que termina com a declaração “há comida em Gaza, qualquer outra alegação é mentira.”

Esses vídeos foram visualizados mais de 18 milhões de vezes e publicados em inglês, italiano, alemão e polonês.

Anúncios segmentados
De acordo com a Central de Transparência de Anúncios do Google, anúncios no YouTube podem ser segmentados por gênero, idade e região. Israel visou espectadores na Alemanha, Áustria, Itália, Polônia, Reino Unido e Estados Unidos, de acordo com o Google.

Restaurante aberto não é prova de que não haja fome
A DW Fact Check analisou um dos vídeos e rastreou os clipes originais até as contas em redes sociais dos restaurantes apresentados (aqui estão alguns exemplos). A maioria dos vídeos foi publicada em junho e julho de 2025. No entanto, a presença de restaurantes abertos não desmente a existência de fome.

Vários restaurantes reclamaram de escassez de suprimentos, de inflação e de fechamentos temporários.

A DW Fact Check entrou em contato com todos os restaurantes e cafés apresentados no vídeo. Por exemplo, o Estkana Cafe, no bairro de Rimal, na Cidade de Gaza, confirmou fechamentos frequentes devido à falta de alimentos básicos.

Os responsáveis disseram que sacos de farinha de tamanho comum de supermercado estavam sendo vendidos pelo equivalente a centenas de euros, mas os preços variavam dependendo do dia e da situação geral do abastecimento no território. Os itens do cardápio do café no final de agosto incluíam um waffle de Nutella que custava cerca de 25 euros (cerca de R$ 160), e uma pequena sobremesa com nozes e chocolate tinha preço semelhante.

Outro restaurante, o O2, na Cidade de Gaza, publicou seu cardápio em seus stories do Instagram em 3 de setembro, com os preços. Um crepe de Nutella custava cerca de 12 euros (cerca de R$ 75).

Relatos confirmam preços elevados
A jornalista Riham Abu Aita, cofundadora da plataforma palestina de checagem de fatos Kashif, confirmou os altos preços durante suas sessões de treinamento em Gaza, de abril a julho. “Compramos um quilo de açúcar por 250 shekels [cerca de R$ 410]. Um pedaço de pão com um pedaço de falafel custava 30 shekels [cerca de R$ 50] na época”, disse à DW.

No final de julho, um vídeo publicado por veículos como o The Jerusalem Post mostrou uma barraca de vegetais em Gaza, gerando ceticismo em relação às alegações de fome. A DW entrevistou o jornalista palestino Majdi Fathi, que fez a filmagem, e ele confirmou a autenticidade dela. Mas ele ressalvou que esses vegetais e frutas são muito caros. “A maioria das pessoas em Gaza não tem condições de comprá-los”, disse.

Abu Aita acrescenta que nem todas as áreas de Gaza sofrem da mesma forma. “Se houver um cerco numa cidade, talvez seja possível encontrar comida em outra”, diz. Mesmo assim, os preços são extremamente altos, afirma.

A DW Fact Check conclui que os vídeos promovidos pelo Ministério do Exterior de Israel são enganosos. Embora haja alimentos disponíveis em algumas áreas, eles são escassos ou inacessíveis em outras.

Há evidências de que a fome (fase 5 do CPI) está ocorrendo atualmente na província de Gaza e a previsão é de que se espalhe para Deir al-Balah e Khan Younis até o fim de setembro.

Os vídeos de propaganda negando a fome não foram divulgados apenas no YouTube, mas também em muitos outros canais israelenses em diversas plataformas e em vários idiomas europeus.

A DW Fact Check contatou a Embaixada de Israel em Berlim sobre a campanha publicitária que nega a fome em Gaza. A embaixada respondeu referindo-se a uma publicação do Ministério do Exterior na rede social X que reitera a afirmação de que “não há fome em Gaza”. A embaixada também compartilhou um documento que teria sido enviado ao IPC para contestar suas conclusões.

Anúncio patrocinado têm como alvo o IPC
A DW Fact Check também descobriu um link patrocinado que aparece no topo dos resultados de busca do Google para usuários que pesquisam “IPC famine” (IPC fome). O link leva a uma página do governo israelense que contesta a metodologia do IPC e o acusa de usar dados não representativos.

Ela afirma que “a declaração foi emitida não apenas sem evidências que a justificassem de acordo com os próprios critérios do IPC, mas também com base em dados parciais ou não representativos – principalmente uma suposta violação do limite de desnutrição aguda apresentada como justificativa principal.” O IPC negou essas alegações e afirmou que seus padrões permanecem inalterados.

Esse tipo de publicação patrocinada também pode ser facilmente direcionado a usuários específicos que buscam informações específicas, de acordo com as informações da Central de Transparência de Anúncios do Google. O Google não respondeu aos questionamentos da DW Fact Check sobre a campanha publicitária de Israel.

Desinformação de ambos os lados
O coordenador de verificação de fatos do Observatório Europeu de Mídia Digital, Tommaso Canetta, diz que há um objetivo claro por trás da propaganda e da desinformação israelenses disseminadas em vários idiomas europeus.

“A ideia geral é conquistar a simpatia da opinião pública ocidental na Europa e também nos Estados Unidos”, diz em entrevista à DW Fact Check. “Israel enfrenta um risco sem precedentes de isolamento dentro da comunidade internacional.”

Segundo Canetta, o reconhecimento do Estado palestino por cada vez mais países é “uma enorme derrota diplomática” para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O especialista observa que o lado palestino também está disseminando ativamente desinformação, mas ressalva que “está claro que, neste momento, estamos vendo mais desinformação vindo do lado pró-Israel.”

Mídia israelense dá o tom das campanhas
A DW Fact Check também conversou com o jornalista Oren Persico, do The Seventh Eye, um conhecido blog de mídia em Israel dedicado ao jornalismo e à liberdade de imprensa. Persico afirma que a agenda de Israel é dar a impressão de que não há fome generalizada em Gaza: “Somos os mocinhos, ou somos as vítimas, e não tentamos ferir nenhum civil de propósito.”

Ele criticou a negação da fome como “antijornalismo”, afirmando: “O fato de haver um, dois ou dez supermercados com prateleiras lotadas não significa que, a 10 quilômetros de distância, as pessoas não estejam dentro de casa, sem poder sair em segurança e sem comida.”

Ele diz que a cobertura da mídia israelense dá o tom das campanhas internacionais: “Enquanto houver reféns em Gaza, é fácil para os israelenses se verem como vítimas. Essa é a linha principal.”

Em 7 de outubro de 2023, o grupo islâmico palestino Hamas lançou um ataque mortal a Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e levando cerca de 250 como reféns para Gaza. Quarenta e oito pessoas permanecem reféns, das quais 20 estariam vivas.

Em resposta, Israel iniciou uma campanha militar em Gaza que resultou na morte de mais de 60 mil pessoas, segundo dados de autoridades de saúde palestinas. Quase um terço das vítimas teria menos de 18 anos.

A pressão internacional sobre Israel aumentou. Especialistas da ONU, pelo menos duas ONGs israelenses e a Associação Internacional de Acadêmicos de Genocídio descreveram a escala das mortes como genocida. Israel nega veementemente essas acusações.

Enquanto isso, o que a Organização Mundial da Saúde chama de fome provocada pela ação humana continua a evoluir. Apesar das crescentes necessidades humanitárias, Israel mantém seu bloqueio à ajuda humanitária e as operações militares persistem, de acordo com relatórios das Nações Unidas e de outras organizações humanitárias.

O grupo de jornalismo investigativo é composto por jornalistas das seguintes organizações de mídia de serviço público: BR24 (Alemanha), ORF (Áustria), DW (Alemanha), VRT (Bélgica) e EBU (Suíça).

*Opera Mundi


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O “novo e violento sionismo” de Israel como prenúncio da geopolítica imperial de submissão e obediência

A estratégia israelense das últimas décadas continua a se basear na esperança de alcançar uma quimera literal e transformadora “desradicalização” tanto dos palestinos quanto da região, em sentido amplo – uma desradicalização que tornará “Israel seguro”. Este tem sido o objetivo “santo graal” dos sionistas desde a fundação de Israel. A palavra-chave para essa quimera hoje é “Acordos de Abraão”.

Ron Dermer, Ministro de Assuntos Estratégicos de Netanyahu, ex-embaixador israelense em Washington e principal “sussurrador” de Trump – escreve Anna Barsky no Ma’ariv (hebraico) em 24 de agosto – “vê a realidade com olhos políticos frios. Ele está convencido de que um acordo real [sobre Gaza] jamais será concluído com o Hamas, mas [apenas] com os Estados Unidos. O que é necessário, diz Dermer, é a adoção pelos americanos dos princípios de Israel: os mesmos cinco pontos aprovados pelo Gabinete: desarmamento do Hamas, devolução de todos os reféns, desmilitarização completa de Gaza, controle da segurança israelense na Faixa de Gaza – e um governo civil alternativo que não seja o Hamas nem a Autoridade Palestina”.

Da perspectiva de Dermer, um acordo parcial de libertação de reféns – que o Hamas aceitou – seria um desastre político. Em contraste, se Washington endossasse o resultado de Dermer – como um “plano americano” – Barsky infere que Dermer sugeriu: ” teríamos uma situação em que todos se beneficiariam“.

Além disso, na lógica de Dermer, “a mera abertura de um acordo parcial dá ao Hamas uma janela de dois a três meses, durante a qual pode se fortalecer e até mesmo tentar obter um ‘cenário final’ diferente daquele dos americanos – um que seja mais conveniente [ao Hamas] “. “Este, segundo Dermer, é o cenário verdadeiramente perigoso “, escreve Barsky.

Dermer insiste há anos que Israel não pode ter paz sem a prévia “desradicalização transformadora” de todos os palestinos. “Se fizermos isso direito “, diz Ron Dermer, “tornaremos Israel mais forte — e os EUA também!”

Alguns anos antes, quando Dermer foi questionado sobre qual seria a solução para o conflito palestino, ele respondeu que tanto a Cisjordânia quanto Gaza deveriam ser totalmente desarmadas. No entanto, mais importante do que o desarmamento, porém, era a absoluta necessidade de que todos os palestinos fossem mutacionalmente “desradicalizados”.

Quando solicitado a expandir, Dermer apontou com aprovação para o resultado da Segunda Guerra Mundial: os alemães foram derrotados, mas, mais significativamente, os japoneses foram totalmente “desradicalizados” e se tornaram dóceis ao final da guerra:

O Japão teve forças americanas por 75 anos. A Alemanha teve forças americanas por 75 anos. E se alguém pensa que isso foi um acordo no início, está se enganando. Foi imposto, e depois entenderam que era bom para eles. E, com o tempo, houve um interesse mútuo em mantê-lo.

“Um acordo parcial [com o Hamas] quase certamente levará à renúncia de Smotrich e Ben Gvir [do governo]… O governo se desintegrará… Um acordo parcial significa o fim do governo de direita-direita… Netanyahu sabe disso muito bem, e é por isso que sua hesitação é tão difícil. E, no entanto, há um limite para o tempo que se pode segurar a corda pelas duas pontas.”

Trump aparentemente aceita a “Tese de Dermer”:

“Acho que eles querem morrer, e isso é muito, muito ruim”, disse Trump sobre o Hamas antes de partir para sua recente viagem de fim de semana à Escócia. “Chegou a um ponto em que você [ou seja, Israel] vai ter que terminar o serviço”.

Mas a ideia de Dermer de ter a consciência dos adversários marcada pela derrota nunca se referiu apenas ao Hamas. Estendeu-se a todos os palestinos e à região como um todo – e, claro, ao Irã em particular.

Gideon Levy escreve que devemos agradecer ao ex-chefe da Inteligência Militar, Aharon Haliva, por admitir no Canal 12:

“Precisamos de genocídio a cada poucos anos; o assassinato do povo palestino é um ato legítimo, até mesmo essencial”. É assim que um general “moderado” das Forças de Defesa de Israel (IDF) fala… matar 50.000 pessoas é “necessário” .

Essa “necessidade” não é mais “racional”. Transformou -se em sede de sangue. Benny Barbash, um dramaturgo israelense, escreve sobre os muitos israelenses que encontra, inclusive nas manifestações a favor de um acordo entre reféns e prisioneiros, que admitem francamente:

Escute, sinto muito dizer isso, mas as crianças morrendo em Gaza realmente não me incomodam nem um pouco. Nem a fome que existe lá, ou não. Realmente não me interessa. Vou ser franco: no que me diz respeito, todos eles podem cair mortos lá.

“Genocídio como legado das FDI, em prol das gerações futuras”; “Para cada [israelense] em 7 de outubro, 50 palestinos têm que morrer. Não importa agora, crianças. Não estou falando por vingança; é uma mensagem para as gerações futuras. Não há nada a ser feito, eles precisam de uma Nakba de vez em quando para sentir o preço”, Gideon Levy cita sobriamente a frase do General Haliva (ênfase adicionada).

Isso deve ser entendido como uma mudança profunda no cerne do pensamento sionista (de Ben Gurion a Kahane). Yossi Klein escreve (em hebraico, no Haaretz ) que:

Estamos de fato na fase da barbárie, mas este não é o fim do sionismo… [Esta barbárie] não matou o sionismo. Pelo contrário, tornou-o relevante. O sionismo teve várias versões, mas nenhuma se assemelhava ao novo, atualizado e violento sionismo: o sionismo de Smotrich e Ben-Gvir…

O antigo sionismo não é mais relevante. Estabeleceu um Estado e reviveu sua linguagem. Não tem mais objetivos… Se você perguntar a um sionista hoje qual é o seu sionismo, ele não saberá como responder. ‘Sionismo’ se tornou uma palavra vazia… Até que Meir Kahane apareceu. Ele veio com um sionismo atualizado, cujos objetivos são claros: expulsar árabes e colonizar judeus. Este é um sionismo que não se esconde atrás de palavras bonitas. “Evacuação voluntária” o faz rir. “Transferência” o encanta. Ele se orgulha do “apartheid”… Ser sionista hoje é ser Ben-Gvir. Ser não sionista é ser antissemita. Um antissemita [hoje] é alguém que lê o Haaretz…

Smotrich declarou esta semana que o povo judeu está vivenciando ‘fisicamente’, “ o processo de redenção e o retorno da presença divina a Sião – enquanto eles se envolvem na ‘conquista da terra’ ”.

É essa linha de pensamento apocalíptico que está se infiltrando no governo Trump em seus vários formatos: está metamorfoseando a postura ética do governo para uma de “guerra é guerra e deve ser absoluta”. Qualquer coisa menos que isso deve ser vista como mera postura moral. (Este é o entendimento talmúdico que surge da história da exterminação dos amalequitas (ver Jonathan Muskat em Times of Israel).

Assim, podemos ver o novo fascínio de Washington pela decapitação de lideranças intransigentes (Iêmen, Síria e Irã); o apoio à neutralização política do Hezbollah e dos xiitas no Líbano; a normalização do assassinato de chefes de estado recalcitrantes (como foi proposto para o Imam Kamenei); e pela derrubada de estruturas estatais (como planejado para o Irã em 13 de junho).

A transformação de Israel neste sionismo revisionista – e seu domínio sobre facções-chave do pensamento dos EUA – é precisamente a razão pela qual a guerra entre o Irã e Israel passou a ser percebida como inevitável.

O Líder Supremo do Irã articulou sua compreensão das implicações explicitamente em seu discurso público no início desta semana:

Essa hostilidade [americana] persiste há 45 anos, em diferentes governos, partidos e presidentes dos EUA. Sempre a mesma hostilidade, sanções e ameaças contra a República Islâmica e o povo iraniano. A questão é: por quê?

No passado, eles escondiam o verdadeiro motivo por trás de rótulos como terrorismo, direitos humanos, direitos das mulheres ou democracia. Se o declaravam, o faziam de forma mais educada, dizendo: ‘Queremos que o comportamento do Irã mude’.

Mas o homem que hoje ocupa o cargo nos Estados Unidos revelou tudo. Ele revelou o verdadeiro objetivo: ‘Nosso conflito com o Irã, com o povo iraniano, é porque o Irã deve obedecer aos Estados Unidos’. É isso que nós, a nação iraniana, devemos entender claramente. Em outras palavras: uma potência mundial espera que o Irã — com toda a sua história, dignidade e seu legado como uma grande nação — seja simplesmente submisso. Essa é a verdadeira razão de toda essa inimizade.

Aqueles que argumentam: “Por que não negociar diretamente com os Estados Unidos para resolver seus problemas?” também estão olhando apenas para a superfície. Essa não é a verdadeira questão. O verdadeiro problema é que os EUA querem que o Irã seja obediente às suas ordens. O povo iraniano está profundamente ofendido por um insulto tão grande e se posicionará com todas as suas forças contra qualquer um que alimente uma expectativa tão falsa sobre eles… o verdadeiro objetivo dos EUA é a submissão do Irã. Os iranianos jamais aceitarão esse ‘grande insulto’.

“Desradicalização”, no sentido da tese de Dermer, significa instalar um despotismo Leviatânico que reduz a região a uma impotência total – incluindo a impotência espiritual, intelectual e moral. O Leviatã total é um poder único, absoluto e ilimitado, espiritual e temporal, sobre outros humanos “, como observou o Dr. Henri Hude, ex-chefe do Departamento de Ética e Direito da prestigiosa Academia Militar de Saint-Cyr , na França .

O ex-Ombudsman das FDI, Major-General (Res.), Itzhak Brik também alertou que a liderança política de Israel está “jogando com a própria existência de Israel”:

Eles querem realizar tudo por meio de pressão militar, mas, no final, não conseguirão nada. Eles colocaram Israel à beira de duas situações impossíveis [–] a eclosão de uma guerra total no Oriente Médio [e, ou, em segundo lugar] a continuação da guerra de atrito. Em qualquer uma das situações, Israel não conseguirá sobreviver por muito tempo.

Assim, à medida que o sionismo se transforma no que Yossi Klein definiu como “barbárie em estágio avançado”, surge a pergunta: poderia a “guerra sem limites” funcionar, apesar do profundo ceticismo de Hude e Brik? Poderia tal “terror” israelense impor ao Oriente Médio uma rendição incondicional “que lhe permitiria mudar profundamente, militar, política e culturalmente, e se transformar em satélites israelenses dentro de uma Pax Americana geral?”

A resposta clara que o Dr. Hude dá em seu livro Philosophie de la Guerre é que a guerra sem limites não pode ser a solução, porque não pode proporcionar “dissuasão” duradoura ou desradicalização:

Pelo contrário, é a causa mais certa da guerra. Deixando de ser racional, desprezando oponentes mais racionais do que ele, despertando oponentes ainda menos racionais do que ele, o Leviatã cairá; e mesmo antes de sua queda, nenhuma segurança estará garantida.

Hude também identifica essa extrema “vontade de poder” sem limites como contendo necessariamente a psique da autodestruição dentro dela.

Para que um Leviatã funcione, ele deve permanecer racional e poderoso. Deixando de ser racional, desprezando oponentes mais racionais e irritando oponentes menos racionais do que ele, o Leviatã deve – e irá – cair.

É precisamente por isso que o Irã, mesmo agora, sabe que precisa se preparar para a Grande Guerra com a “surgência” do Leviatã. E a Rússia também precisa se preparar – pois se trata de uma única guerra travada contra os recalcitrantes da nova ordem americana.

*Por Alastair Crooke*, em Strategic Culture/Viomundo

*Alastair Crooke é ex-diplomata britânico, fundador e diretor do Fórum de Conflitos, sediado em Beirute.


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Reservistas do Exército de Israel rejeitam participar da tomada de Gaza

Capitão israelense classificou a decisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, de expandir a ocupação, como uma ‘ordem flagrantemente ilegal’

Um grupo de centenas de reservistas que se opõem aos planos das Forças de Defesa de Israel (IDF) de tomar a Cidade de Gaza anunciou que não irá mais se apresentar para o serviço, caso sejam convocados para lutar na guerra em curso contra o Hamas. Mais cedo o Exército anunciou a mobilização de 60 mil reservistas para ocupar o enclave.

“Somos mais de 365, e esse número continua crescendo, soldados que serviram durante a guerra e declararam que não se apresentarão novamente quando forem chamados”, disse o Sargento de Primeira Classe Max Kresch em uma coletiva de imprensa em Tel Aviv, reportou o jornal Times of Israel.

“Nos recusamos a participar da guerra ilegal de Netanyahu e consideramos um dever patriótico recusar e exigir responsabilidade de nossos líderes”.

Kresch, que é socorrista de combate, afirmou que o grupo de reservistas e soldados é o mesmo que correu para a linha de frente em 7 de outubro para proteger Israel. “É justamente esse mesmo senso de dever que nos leva a recusar“, declarou.

O sargento Dor Menachem afirmou que a ordem para ocupar a Cidade de Gaza “coloca em risco os reféns e os próprios soldados”, alegando que todo o estamento militar demonstrou uma “posição firme contra” essa medida.

Feiner também destacou que muitas famílias de reféns se manifestaram contra a ampliação da guerra, temendo que a pressão militar aumente o risco para seus entes queridos. “Por ideias messiânicas como essa, nós não iremos nos apresentar. Aqui e agora, estamos dizendo: basta” concluiu.

A mobilização faz parte de um plano de reocupação em fases aprovado pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em 8 de agosto. Segundo a emissora pública israelense KAN, a estratégia prevê forçar os residentes a se deslocarem para o sul, cercar a Cidade de Gaza e, em seguida, lançar incursões mais profundas em áreas residenciais.

*Opera Mundi


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