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Ministro da Defesa de Israel diz que Hezbollah decidiu entrar no conflito: ‘Está pagando preço alto’

Grupo libanês é considerado ‘o irmão mais velho do Hamas’

O ministro da defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que o grupo Hezbollah, milícia xiita libanesa por vezes definida como o irmão mais velho do Hamas, está pagando um “preço alto” pelos ataques ao norte de Israel nos últimos dias. A declaração foi dada às tropas israelenses no campo de Biranit, na fronteira com o Líbano, neste sábado.

— O Hezbollah decidiu participar nos combates, e estamos cobrando um preço elevado por isso. Presumo que os desafios vão tornar-se maiores [do que são agora], e é preciso ter isso em mente, estar pronto, como uma mola, para qualquer situação — afirmou Gallant.

O principal trunfo do Hezbollah reside no arsenal de mísseis. Tal como no caso do Hamas, não há transparência nem dados verificados. Segundo o centro de pesquisa israelense Alma, o grupo possui algumas centenas de mísseis de alta precisão, cerca de 5 mil mísseis com alcance superior a 200 quilômetros (sendo o Fateh-110, capaz de atingir cerca de 300 quilômetros), cerca de 65 mil foguetes com alcance de até 45 quilômetros e mísseis de menos de 200 quilômetros, e cerca de 2 mil drones. Uma radiografia do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais também sublinha a relevância da Fateh-110, segundo O Globo.

Durante a guerra de 2006, que durou 34 dias, o Hezbollah disparou cerca de 4 mil foguetes contra Israel, de um arsenal de cerca de 15 mil, segundo estimativas israelenses. E está melhor preparado agora do que estava à época.

Em termos de tropas, a variação vai dos 25 mil combatentes estimados pela revista especializada Jane’s, em 2017, aos 100 mil declarados pelo próprio chefe do Hezbollah, Hasan Nasrallah, em 2021, número considerado exagerado pelos especialistas.

Sem dúvida, a sua intensa participação na Guerra da Síria ao lado de Bashar al-Assad, causou enormes baixas nos últimos anos, mas fez com que o grupo extremista também desenvolvesse experiência de combate — o que é sempre um elemento valioso para qualquer força armada. A presença persistente na Síria de células do grupo é uma vantagem potencial.

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EUA e Israel esnobam cúpula de paz no Cairo, enquanto Gaza é bombardeada

Enquanto alguns dos principais líderes mundiais e chanceleres se reúnem neste sábado numa imponente sala no Cairo, os governos de Israel e dos EUA esnobam a cúpula da paz, organizada pelo Egito. Se a reunião conta com presidentes, monarcas e ministros de vários países, Tel Aviv não enviou ninguém e o governo americano apenas destacou uma diplomata sem qualquer influência. Enquanto isso, Gaza continuava sendo alvo de bombardeamentos.

O foco dos principais países árabes foi o de rejeitar qualquer tentativa de Israel de deslocar a população palestina para um novo território, eventualmente no Egito. O temor da região é de que um dos objetivos de Tel Aviv seja a de forçar a saída dos palestinos.

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, insistiu que não aceita que seu povo seja expulso de Gaza. “Nunca vamos aceitar uma transferência. Nunca vamos deixar nosso território”, disse, apelando por um corredor humanitário e o fim do conflito.

Ele ainda defendeu que o Conselho de Segurança da ONU atue para “proteger os palestinos” e para que seu governo possa ganhar status de membro pleno nas Nações Unidas.

O príncipe herdeiro do Kuwait, Meshal al Ahmad al Sabah, também reforçou o coro de que não haverá uma aceitação qualquer plano de deslocar os palestinos para fora de Gaza.

Ao abrir o evento, o presidente do Egito, Abdul Fatah Al-Sissi apresentou o que acredita que ser um plano para lidar com a crise, envolvendo um cessar-fogo, a entrega de ajuda humanitária e o início de uma efetiva negociação entre palestinos e israelenses.

Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, também pediu um cessar-fogo e alertou para o risco de que ambas as partes comecem a receber armas de potências. “O conflito pode sair do controle”, disse.O encontro ainda contou com Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, além chanceleres da França, Reino Unido e Alemanha. A Rússia enviou seu vice-ministro de Relações Exteriores.

O Egito havia convidado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o evento. Mas, recuperando-se de uma operação, ele ordenou que seu chanceler, Mauro Vieira, representasse o país.

Sub da Sub da Sub
Mas, no caso americano, a opção foi por destacar apenas a embaixadora alterna que ocupa a representação dos EUA no Cairo, Beth Jones. Hoje, os americanos não contam com um embaixador pleno no Egito e Jones é apenas uma chargé d’affair. Na hierarquia diplomática, trata-se de um sinal de que o governo americano não vê o encontro como prioritário.

o redor da mesa, porém, os discursos alertavam sobre o risco de um colapso da região. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou que a região está “a um passo do precipício”. Em seu discurso, ele destacou que a ajuda humanitária permitida a entrar em Gaza neste sábado está longe de ser ideal.

“Ontem fui ao posto de fronteira de Rafah”, disse. “Lá, vi um paradoxo: uma catástrofe humanitária acontecendo em tempo real. Por um lado, vi centenas de caminhões repletos de alimentos e outros suprimentos essenciais. Por outro lado, sabemos que, do outro lado da fronteira, há dois milhões de pessoas sem água, comida, combustível, eletricidade e medicamentos”, afirmou.

“Caminhões cheios de um lado, estômagos vazios do outro”, lamentou.

Ele destacou como um comboio de 20 caminhões está se deslocando hoje. “Mas o povo de Gaza precisa de um compromisso muito, muito maior – uma entrega contínua de ajuda a Gaza na escala necessária”, disse.

Guterres, porém, deixou claro que tanto Israel como Hamas precisam terminar com a onda de violência.

“Vamos ser claros. As queixas do povo palestino são legítimas e longas. Não podemos e não devemos ignorar o contexto mais amplo desses eventos trágicos: o conflito de longa data e 56 anos de ocupação sem fim à vista”, disse.

*Jamil Chade/Uol

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Vídeo: Al Jazeera desmonta tese fantasiosa de Israel sobre ataque a hospital. Foram mais de 500 vítimas

Acusado de ser o autor do ataque, o governo israelense buscou culpar a Jihad Islâmica pelo bombardeio. TV local mostra por que a tese não se sustenta.

A Al Jazeera analisou o vídeo divulgado pelo governo de Israel sobre o bombardeio ao hospital Al-Ahli, em Gaza, ataque que deixou mais de 500 palestinos mortos. Acusado de ser o autor do ataque, o governo israelense foi a público divulgar sua versão e culpou a Jihad Islâmica pela explosão. No entanto, a TV local encontrou evidências que dizem o contrário.

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Militares têm “sinal verde” para invadir Gaza, diz ministro de Israel

O ministro da Economia de Israel afirmou que o governo tem como prioridade a destruição do grupo radical Hamas. Israel ameaça invadir Gaza.

O ministro da Economia de Israel, Nir Barakat, afirmou, nesta quinta-feira (19/10), que o exército israelense tem “sinal verde” para invadir a Faixa de Gaza quando estiver pronto. A informação é da ABC News.

Durante entrevista coletiva, Barakat acrescentou que o país se empenhará na recuperação dos reféns capturados pelo Hamas, mas destacou que a destruição do grupo extremista é a prioridade do governo.

Mais cedo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallantn, afirmou que um ataque a Gaza virá em breve. “Quem vê Gaza de longe agora verá de dentro. Eu prometo. A ordem virá”, apontou Gallant.

Esta quinta-feira (19/10) marca o 13º dia do conflito entre Israel e Hamas. No último dia 7, o grupo radical realizou um ataque-surpresa ao território israelense. Desde então, Israel tem promovido bombardeios à Faixa de Gaza.

Crise humanitária
O território da Faixa de Gaza encontra-se em cerco total desde 9 de outubro. Com a determinação, a população da região lida com escassez de itens de primeira necessidade, como comida, combustível e alimentos.

A fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito deverá ser aberta para a entrada de ajuda humanitária nesta sexta-feira (20/10) pela manhã. A informação é do canal de televisão egípcio AlQahera News, que cita fontes do governo do país.

Nesta quinta-feira (19/10), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que permitirá a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza a partir do Egito.

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O que a face oculta da viagem de Biden a Israel pode esconder

Uma invasão, por ora, adiada.

Há uma face visível da viagem do presidente americano Joe Biden a Israel e outra oculta. Na primeira, Biden conseguiu que o governo do primeiro-ministro de extrema-direita Benjamin Netanyahu admitisse a entrada na Faixa de Gaza de 22 caminhões carregados de alimentos, garrafas de água e remédios.

Quando entrarão? Não se sabe. Estão na fronteira do Egito com Gaza, mas só começarão a se movimentar com autorização de Israel. É Israel que controla todas as portas de entrada em Gaza. E embora só exista uma que liga diretamente o Egito a Gaza, esta porta permanece sob controle militar de Israel.

A face oculta da viagem de Biden a Israel só é conhecida por ele e Netanyahu que conversaram a sós por uma hora e meia. Israel anunciou que invadiria Gaza por terra, mar e ar, e está pronto para fazê-lo. Mas ainda não invadiu. Será que invadirá? Voltará a reocupá-la? A reocupação foi desaconselhada por Biden.

Israel bombardeia Gaza desde 7 de outubro, quando foi alvo do ataque do Hamas que matou 1.300 pessoas e sequestrou entre 200 e 250. Até aqui, a guerra já matou 3.478 moradores de Gaza, dos quais 70% eram crianças, mulheres e idosos, e feriu 12.065.; em Israel, os mortos somam 1.300, e os feridos 4,2 mil.

Os bombardeios a Gaza já danificaram 27 hospitais, dos quais quatro deles foram evacuados e suspenderam os atendimentos; outros funcionam a meia-boca. A Organização Mundial da Saúde já havia documentado 57 ataques a unidades de saúde que resultaram na morte de ao menos 16 profissionais da área.

Cerca de 5.500 unidades habitacionais foram danificadas e tornaram-se inabitáveis. Mais de um milhão de pessoas deslocaram-se de um lugar para outro em Gaza na tentativa de escapar às bombas e aos mísseis. Há 352 mil vivendo em abrigos de emergência no centro e no sul do enclave.

Martin Griffiths, o responsável pela ajuda humanitária da ONU, disse que a água está sendo racionada para um litro por dia por pessoa em instalações da ONU para palestinos em Gaza. “As pessoas são cada vez mais forçadas a procurar água de fontes inseguras”, acrescentou. Gaza está sem energia, cortada por Israel.

“Vivemos num Estado de direito, a guerra tem de ser feita pelas regras de um Estado de direito. Não podemos esquecer estas regras, senão os terroristas ganham”, sublinhou Biden antes de embarcar de volta a Washington. Quase ao mesmo tempo, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, declarou em Lisboa:

“Israel tem de respeitar o direito humanitário e internacional (e o bloqueio de Gaza] não cumpre nem respeita esse direito.”

*Blog do Noblat

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Os EUA não votaram contra o Brasil, mas a favor do crime de guerra perpetrado por Israel denunciado assim pela ONU.

Os EUA votaram pelo direito de Israel de se “defender” assassinando bebês, crianças, mulheres e pessoas doentes. Pior, votaram pelo cerco nazista, pela manutenção do campo de concentração em que os sionistas transformaram Gaza. Sem comida, água, luz, gás e sem dignidade.

Até agora, já foram contabilizadas as mortes que totalizam 3.478 palestinos de Gaza pelos ataques assassinos de Israel. Dessa soma, 70% eram bebês, crianças, mulheres e idosos.

Os EUA, com seu voto na ONU nesta quarta-feira (18), anunciou ao mundo que acha pouco e quer muito mais vítimas fatais para efetivar a limpeza étnica.

Hoje, Israel fez novo ataque a Gaza, ataque aéreo em Rafah, e diz que supostamente matou um dos chefes dos Comitês de Resistência Popular, segundo os militares. Sobre civis mortos em mais esse bombardeio, nem um pio.

Segundo a Folha, palestinos brasileiros que estão no sul de Gaza, foram afetados diretamente pela guerra de Israel X Hamas. Desde que ela explodiu, eles não podem mais sair de suas cidades por determinação do Estado judeu, que bloqueou todas as localidades do território.

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Israel autoriza entrada de ajuda humanitária em Gaza pelo Egito após visita de Biden

Tel Aviv seguirá interditando envio de mantimentos de seu próprio território até que Hamas liberte reféns israelenses.

Israel anunciou nesta quarta-feira (18) que autorizará o envio de “comida, água e medicamentos” do Egito para a Faixa de Gaza após pedido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que desembarcou em Tel Aviv durante a manhã. O território palestino, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas, está totalmente bloqueado por Israel desde o ataque do grupo terrorista Hamas, no dia 7 de outubro.

“À luz do pedido do presidente Biden, Israel não impedirá a assistência humanitária via Egito, desde que seja apenas de alimentos, água e medicamentos para a população civil localizada no sul da Faixa de Gaza”, indicou o gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, segundo a Folha.

Outra condição para a autorização é que os mantimentos não sejam entregues ao Hamas, que domina Gaza. O envio de ajuda humanitária por Israel, por sua vez, seguirá interditado até que o grupo terrorista liberte os reféns capturados no ataque, afirmou Tel Aviv em um comunicado.

Biden confirmou que Israel havia autorizado a entrada de ajuda humanitária em Gaza via Egito “o mais rápido possível” e acrescentou que Washington está trabalhando com seus parceiros para que os caminhões cruzem a fronteira. O líder americano anunciou ainda uma ajuda de US$ 100 milhões (505,6 milhões) dos EUA para Cisjordânia e Gaza.

Nos últimos dias, diversos caminhões com suprimentos se dirigiram ao cruzamento de Rafah, no Egito —o único ponto de acesso ao território palestino fora do controle de Israel. Até esta quarta, porém, não havia garantia de que os veículos conseguiriam atravessar.

Segundo Cairo, Rafah era uma artéria vital antes do início dos atuais combates e não foi oficialmente fechada, mas tornou-se inoperante devido aos ataques aéreos israelenses no lado de Gaza.

A urgência se devia à crise humanitária no território palestino. Após os ataques terroristas, Israel cortou o fornecimento de água, eletricidade, combustível e alimentos a Gaza e deu um ultimato para que todos os moradores no norte do território, onde está metade da população total, fosse para o sul.

Segundo atualizações desta terça do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), diversas famílias estavam retornando para sua casas após se deslocarem por causa das condições que encontraram no sul, onde bombas continuam sendo lançadas por Israel.

Diversas organizações pediram que Tel Aviv liberasse a chegada de mantimentos, já que até mesmo os hospitais começavam a entrar em colapso.

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Biden promete ajuda militar “sem precedentes” a Israel e acende alerta para ampliação do conflito no Oriente Médio

“O mundo saberá que Israel estará mais forte do que nunca. Não ataquem Israel, não façam isso”, declarou o presidente dos Estados Unidos.

Após se encontrar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na manhã desta quarta-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que pedirá ao Congresso de seu país a liberação de um pacote de ajuda militar “sem precedentes” a Israel: “o mundo saberá que Israel estará mais forte do que nunca”.

“Israel nunca estará sozinho enquanto os Estados Unidos existirem. (…) O Estado de Israel nasceu para ser um lugar seguro. Se Israel não existisse teríamos que inventá-lo. Talvez vocês não sintam assim hoje, mas Israel precisa de novo ser um lugar seguro para o povo judeu. E prometo a vocês, faremos tudo para que isso aconteça. Vou pedir ao Congresso americano um pacote sem precedentes para sua defesa. Nós vamos dar suprimentos, vamos ajudar a salvar vidas israelenses. O mundo saberá que Israel estará mais forte do que nunca. Minha mensagem para qualquer ator: não ataquem Israel, não façam isso”, declarou.

Biden ainda comparou o ataque do Hamas a Israel no último dia 7 ao Holocausto, mas ignorou o genocídio que Israel promove contra o povo palestino na Faixa de Gaza. “A brutalidade que nós vimos seria profunda em qualquer país do mundo. Mas aqui, num dia sagrado para s judeus, se tornou o dia mais triste desde o Holocausto. Trouxe lembranças do antissemitismo, do genocídio contra o povo judeu. O mundo não fez nada. Nós não vamos ficar de lado e não fazer nada de novo. Não hoje, não amanhã nem nunca. Aqueles que estão no limbo, esperando saber notícias de seus entes queridos, vocês não estão sozinhos. Estamos tentando de todas as maneiras trazer os reféns do Hamas. Para mim, como presidente americano, não há prioridade maior do que a libertação desses reféns”.

*Com 247

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Após bombardeio em hospital, ministro do Irã pede ‘embargo completo’ e expulsão de embaixadores de Israel: ‘O tempo acabou’

Hossein Amir Abdollahian apela por formação de equipe de advogados islâmicos para analisar possíveis crimes de guerra cometidos em Gaza.

O ministro das Relações Exteriores do Irã disse que “o tempo acabou” para Israel após o bombardeio em um hospital de Gaza deixar centenas de mortos, nesta terça-feira. Em uma postagem na rede social X (antigo Twitter), Hossein Amir Abdollahian culpou as forças de Tel Aviv pelo “massacre de mulheres e crianças inocentes” na unidade de saúde al-Ahli.

O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, culpou Israel pelo ataque ao hospital e afirmou que ao menos 500 pessoas morreram durante o bombardeio — números apresentados por outras autoridades palestinas citam até 870 vítimas. Já as Forças Armadas israelenses culparam outro grupo armado palestino, a Jihad Islâmica, pelo bombardeio, chegando a publicar um vídeo institucional demonstrando o porquê de o ataque ter sido conduzido pelo grupo. A peça foi posteriormente apaga. A Jihad Islâmica nega envolvimento, segundo O Globo.

“Chegou a hora da unidade global da humanidade contra este falso regime mais odiado que o Isis [Estado Islâmico, na sigla em inglês] e a sua máquina de matar”, afirmou o ministro iraniano.

Nesta quarta-feira, Amirabdollahian afirmou que os membros da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) deveriam impor um embargo ao petróleo e expulsar todos os embaixadores israelenses. Uma reunião urgente do grupo foi convocada na cidade de Jeddah para discutir a escalada do conflito, deflagrado a partir do ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro.

“O ministro das Relações Exteriores [do Irã] pede um embargo imediato e completo a Israel por parte dos países islâmicos, incluindo sanções ao petróleo, além de expulsar os embaixadores israelenses se as relações com o regime sionista tiverem sido estabelecidas”, afirmou o ministério, em comunicado.

Abdollahian também pressiona pela formação de uma equipe de advogados islâmicos para documentar e analisar possíveis crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza.

Na segunda-feira, ao voltar de viagem para se reunir com líderes do Hamas, do Hezbollah e da Síria, Abdollahian havia alertado que múltiplas frentes seriam abertas contra Israel se os ataques do país continuassem a matar civis.

A versão de Israel não convence países árabes, como destaca o colunista do GLOBO Guga Chacra. Como consequência imediata do ataque no hospital, foram cancelados o encontro de líderes árabes com o presidente americano, Joe Biden, na Jordânia, e a reunião do Conselho de Segurança da ONU que iria votar uma resolução patrocinada pelo Brasil sobre o conflito e a ajuda humanitária a Gaza. Biden desembarcou nesta quarta em Tel Aviv para demonstrar apoio ao aliado israelense e endossou a narrativa israelense sobre o bombardeio no al-Ahli.

— Fiquei profundamente triste e indignado com a explosão ontem no hospital em Gaza. E com base no que vi, parece que foi feito pelo outro time, não por vocês — disse Biden, em um pronunciamento a jornalistas no hotel Kempinski, ao lado de Netanyahu.

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Washington Post: Israel já atingiu 11 hospitais em Gaza

Mesmo que se prove não ser o responsável pelo ataque de ontem (e cabe a Israel provar, pois é Israel que está bombardeando a região), restam ainda outros 10 hospitais atingidos por ataques aéreos. Essas acusações Israel não nega.

Pra quem acha que “há limites” nessa guerra, que “pelo menos o ataque ao hospital pode não ter sido intencional”, que explique os outros 10 ataques.

Importante:

1. Os vídeos mostrados até agora para culpar a Jihad Islâmica são absolutamente inconclusivos. Para além disso, não foram periciados de modo independente.

2. O Exército israelense mente de modo contumaz e não é de hoje (leiam sobre o caso da jornalista Shireen Abu Akleh, pra começar).

3. Não há, sobretudo, explicação sobre como um foguete da Jihad teria matados centenas de pessoas com uma única explosão, algo sem precedentes na história (como bem apontado ontem por diversos especialistas militares que postei aqui, entre eles na MSNBC e BBC).

Por ora ninguém sabe a verdade. O que temos é o contexto e as evidências. Quem bombardeia Gaza? Quem já bombardeou hospitais em Gaza? Quem tem armamento pra matar centenas de pessoas com uma explosão? Quem já mentiu sobre suas responsabilidades no conflito? Quem mandou evacuar o hospital em questão, informação confirmada pela ONU?

Israel.

Qualquer análise que não levar esses fatores em conta está indo contra um punhado de obviedades.

Imagem

*Do Twitter de Leandro Demori