Líderes rejeitaram o argumento israelense de ‘autodefesa’ na Faixa de Gaza e exigiram a interrupção imediata das operações militares no local.
Os líderes árabes e o presidente iraniano estão reunidos em Riad, na Arábia Saudita, neste sábado (11/11) para uma cúpula conjunta que deve enfatizar a urgência de acabar com a guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza, um conflito que ameaça engolir a região.
As reuniões de emergência da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) estão sendo realizadas em Riad, cinco semanas após o início da guerra desencadeada pelo ataque sangrento do movimento islâmico palestino Hamas em solo israelense, em 7 de outubro.
Líderes de países árabes e muçulmanos rejeitaram no sábado o argumento israelense de “autodefesa” na Faixa de Gaza e exigiram a interrupção imediata das operações militares israelenses no local. Eles pediram ao Conselho de Segurança da ONU que adotasse “uma resolução decisiva e obrigatória” para pôr fim à “agressão” israelense na Faixa de Gaza.
A declaração final da cúpula realizada na capital saudita diz que os membros da Liga Árabe e os países muçulmanos “se recusam a descrever essa guerra como legítima defesa ou a justificá-la sob qualquer pretexto que seja” e acrescentaram que a abstenção de “uma resolução decisiva” das Nações Unidas “encoraja Israel a continuar sua agressão brutal que está matando pessoas inocentes (…) e reduzindo Gaza a escombros”.
Cerca de 1.200 pessoas foram mortas pelo lado israelense, a maioria civis no dia do ataque do Hamas, de acordo com as autoridades israelenses. E 239 israelenses foram sequestrados e levados para a Faixa de Gaza, segundo as mesmas fontes.
Desde então, Israel tem bombardeado incessantemente o território palestino controlado pelo Hamas. Mais de 11 mil pessoas, incluindo pelo menos 4.500 crianças, foram mortas no enclave, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas.
“Crimes cometidos contra o povo palestino” A Arábia Saudita “considera as autoridades de ocupação (israelenses) responsáveis pelos crimes cometidos contra o povo palestino”, declarou o príncipe herdeiro Mohammed bin Salmane na abertura da cúpula.
“Estamos certos de que a única maneira de garantir a segurança, a paz e a estabilidade na região é pôr fim à ocupação [israelense], ao cerco e aos assentamentos”, acrescentou.
O presidente iraniano Ebrahim Raisi, que visita a Arábia Saudita pela primeira vez desde que os dois países estreitaram seus laços em março, conclamou os países islâmicos a classificar o exército israelense como uma “organização terrorista”.
Israel diz que quer destruir o Hamas e culpa o grupo pelo alto número de mortes, acusando-o de usar civis como escudos humanos, o que o Hamas nega.
Diferenças regionais Inicialmente, a Liga Árabe e a OIC deveriam realizar suas reuniões separadamente, mas o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita anunciou na madrugada deste sábado que as duas cúpulas seriam realizadas em conjunto.
Dois diplomatas árabes disseram que a decisão foi tomada após divergências sobre uma declaração final para a cúpula árabe.
Rompimento dos laços com Israel? Alguns países, principalmente a Argélia e o Líbano, propuseram o rompimento dos laços econômicos e diplomáticos com Israel e a interrupção do fornecimento de petróleo ao país e seus aliados, de acordo com os diplomatas. No entanto, pelo menos três países, incluindo os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, que normalizaram as relações com Israel em 2020, rejeitaram essa proposta.
As organizações humanitárias internacionais redobraram seus apelos por um cessar-fogo em Gaza, onde a água potável e os medicamentos são extremamente escassos.
A Jihad Islâmica, aliada do Hamas em Gaza, no entanto, disse que não esperava “nada” da cúpula por meio de Mohammad al-Hindi, seu vice-secretário geral. Até o momento, Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos, rejeitaram os pedidos de cessar-fogo.
“É vergonhoso que os países ocidentais, que sempre falam sobre direitos humanos e liberdades, permaneçam em silêncio diante dos contínuos massacres na Palestina”, disse o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, enfatizou que Washington tinha “a maior influência sobre Israel” e que “carrega [como resultado] a responsabilidade pela ausência de uma solução política” para o conflito.
O presidente sírio Bashar al-Assad considerou que a ausência de medidas punitivas contra Israel tornaria a cúpula “sem sentido” e defendeu o não envolvimento em um processo político com Israel até que um cessar-fogo fosse alcançado em Gaza.
O Emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad Al-Thani, cujo país está envolvido em esforços para garantir a libertação de reféns israelenses e estrangeiros mantidos em Gaza, disse que “são necessárias medidas persuasivas para acabar com os crimes de guerra”.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, e o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, estão entre os participantes da cúpula. O Irã apoia o Hamas, mas também o movimento islâmico libanês Hezbollah e os rebeldes Houthi no Iêmen, que estão aumentando os temores de uma extensão do conflito.
Israel e o Hezbollah trocam tiros diariamente na fronteira entre Israel e Líbano, enquanto os houthis reivindicaram a responsabilidade por vários ataques com drones e mísseis no sul de Israel.
Tão logo se confirmou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial na noite de domingo (30), líderes e personalidades internacionais começaram a parabenizá-lo.
A lista só cresce.
Joe Biden, presidente dos EUA
“Parabenizo Luiz Inácio Lula da Silva por ser escolhido para ser o próximo presidente do Brasil após eleições livres justas e com credibilidade. Espero que trabalhemos juntos para continuar a cooperação entre nossos dois países nos meses e anos futuros”, disse o líder americano num comunicado.
I send my congratulations to Luiz Inácio Lula da Silva on his election to be the next president of Brazil following free, fair, and credible elections. I look forward to working together to continue the cooperation between our two countries in the months and years ahead.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS)
“Parabéns e parabéns, @LulaOficial, por ser eleito Presidente do #Brasil 🇧🇷 mais uma vez. Nós da @OMS esperamos fazer parceria com você para defender a #HealthForAll, a equidade global em saúde, acabar com a crise climática e muito mais”.
“Parabéns, Lula! Sua vitória abre um novo tempo para a história da América Latina. Um tempo de esperança e futuro que começa hoje. Aqui você tem um parceiro para trabalhar e sonhar alto com a boa vida de nossos povos”.
¡Felicitaciones @LulaOficial! Tu victoria abre un nuevo tiempo para la historia de América Latina. Un tiempo de esperanza y de futuro que empieza hoy mismo.
Acá tenés un compañero para trabajar y soñar a lo grande el buen vivir de nuestros pueblos. pic.twitter.com/ozfyBVpk4f
Em comunicado disse: “O Presidente da República felicita o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela eleição como Presidente da República Federativa do Brasil, com a certeza de que o mandato, que vai iniciar em janeiro próximo, corresponderá a um período promissor nas relações fraternais entre os povos brasileiro e português e por isso também entre os dois Estados”.
Já tive a oportunidade de felicitar calorosamente @LulaOficial pela sua eleição como Presidente da República do Brasil. Encaro com grande entusiasmo o nosso trabalho conjunto nos próximos anos, em prol de #Portugal e do #Brasil, mas também em torno das grandes causas globais.
Saudou a vitória de Lula em português e em português”:
“Parabéns a @LulaOficial por sua eleição! Aguardo com expectativa uma cooperação estreita e confiável com o 🇧🇷 – em particular nas questões de comércio e de proteção climática”.
A Alemanha também se manifestou oficialmente por meio de seu embaixador em Brasília, Heiko Thoms:
“Parabéns, caro @Lulaoficial, por sua eleição que dá início a um novo capítulo da história do Brasil. Juntos, vamos unir nossas forças para enfrentar os muitos desafios comuns e renovar o vínculo de amizade entre nossos dois países”, disse o líder francês no Twitter.
Toutes mes félicitations, cher @LulaOficial, pour ton élection qui ouvre une nouvelle page de l'histoire du Brésil. Ensemble, nous allons unir nos forces pour relever les nombreux défis communs et renouer le lien d'amitié entre nos deux pays.
“Parabéns, Lula, pela sua vitória nestas eleições em que o Brasil decidiu apostar no progresso e na esperança. Vamos trabalhar juntos pela justiça social, igualdade e contra as mudanças climáticas. Seu sucesso vai ser do povo brasileiro”, postou o chefe de governo da Espanha no Twitter.
Enhorabuena, @LulaOficial, por tu victoria en estas elecciones en las que Brasil ha decidido apostar por el progreso y la esperanza.
Trabajemos juntos por la justicia social, la igualdad y contra el cambio climático.
No Twitter, a embaixada da China afirmou que tomou conhecimento dos resultados das eleições. “Expressamos as nossas mais calorosas congratulações ao Sr. Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e ao Sr. Vice-Presidente eleito Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho”, afirmou a embaixada.
Tomamos conhecimento dos resultados das eleições, divulgados pelo TSE. Expressamos as nossas mais calorosas congratulações ao Sr. Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e ao Sr. Vice-Presidente eleito Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho.
— Embaixada da China no Brasil (@EmbaixadaChina) October 31, 2022
Josep Borrell, representante da União Europeia para assuntos internacionais
“Os cidadãos brasileiros foram às urnas para eleger seu novo presidente em uma eleição pacífica e bem organizada. Parabéns @LulaOficial na sua eleição! Estou ansioso para trabalharmos juntos e avançar as relações UE-Brasil com seu governo e com as novas autoridades do Congresso e do Estado” disse o representante da União Europeia para assuntos internacionais.
Brazilian citizens went to the polls to elect their new president in a peaceful and well-organised election
I look forward to working together & advancing EU-Brazil relations with your government, and with new Congress & State authorities https://t.co/JgSthRYGT9
“O povo do Brasil falou. Estou ansioso para trabalhar com @LulaOficial, fortalecer a parceria entre nossos países, entregar resultados para canadenses e brasileiros e avançar em prioridades compartilhadas – como proteger o meio ambiente. Parabéns, Lula!”, postou em sua conta no Twitter.
The people of Brazil have spoken. I’m looking forward to working with @LulaOficial to strengthen the partnership between our countries, to deliver results for Canadians and Brazilians, and to advance shared priorities – like protecting the environment. Congratulations, Lula!
Lasso é um político de direita, mas parabenizou Lula e disse que seguirão fortalecendo a amizade e a cooperação entre os países.
Felicito a @LulaOficial por su elección como presidente de la República Federativa de Brasil. En democracia, seguiremos fortaleciendo la amistad y cooperación entre nuestros países, por mejores días para nuestros ciudadanos. Nuestra región se sigue integrando en pluralidad.
“Comemoramos a vitória do povo brasileiro, que neste 30 de outubro, elegeu Lula como seu novo presidente. Viva os povos determinados a serem livres, soberanos e independentes! Hoje, no Brasil, a democracia triunfou. Parabéns, Lula! Um grande abraço!”, postou no twitter o mandatário venezuelano.
Celebramos la victoria del pueblo brasileño, quienes este #30oct, eligieron a @LulaOficial como su nuevo Presidente. ¡Qué vivan los pueblos decididos a ser libres, soberanos e independientes! Hoy en Brasil triunfó la democracia. ¡Felicitaciones Lula! ¡Un Gran Abrazo! pic.twitter.com/asnkPLhsNh
“Parabéns irmão Lula, eleito presidente do Brasil! Sua vitória fortalece a democracia e a integração latino-americana. Temos certeza de que você conduzirá o povo brasileiro pelo caminho da paz, do progresso e da justiça social”, escreveu o líder do país vizinho.
“O Peru parabeniza o presidente eleito do Brasil, o camarada @LulaOficial, trabalhador, sindicalista, lutador. Sua vitória é essencial para fortalecer a unidade da América Latina e a justiça social da Pátria Grande”, publicou o presidente peruano no Twitter.
El Perú felicita al presidente electo de Brasil, al compañero @LulaOficial, obrero, sindicalista, luchador. Su triunfo es fundamental para fortalecer la unidad de Latinoamérica y la justicia social de la Patria Grande. https://t.co/hN8Ge3yEnW
Meu reconhecimento ao povo do #Brasil por uma grande jornada democrática nas #Eleições2022
Felicito o novo Presidente @LulaOficial por sua vitória. Conte com a OEA para trabalhar no fortalecimento da democracia, direitos humanos, segurança e desenvolvimento da nossa região.
“Saudamos o presidente eleito do Brasil @LulaOficial. Confiamos em trabalhar por um Mercosul moderno e aberto ao mundo. Da mesma forma, esperamos continuar e melhorar as excelentes relações bilaterais”, escreveu o líder do país vizinho.
Saludamos al presidente electo de Brasil @LulaOficial Confiamos en trabajar para un Mercosur moderno y abierto al mundo. Así mismo esperemos continuar y mejorar las muy buenas relaciones bilaterales.
“Te abraçamos irmão Presidente Lula”, disse o presidente cubano.
Estimado hermano Lula (@LulaOficial), te felicito a nombre del gobierno y pueblo cubanos, quienes festejamos tu gran victoria a favor de la unidad, la paz y la integración latinoamericana y caribeña. Cuenta siempre con #Cuba. pic.twitter.com/dljBeDeHjT
Al Gore afirmou que o resultado das eleições marcam um momento de mudança para o futuro do Brasil e demonstra o poder da democracia para que haja progresso no planeta.
Today’s election results mark a significant turning point for the future of Brazil and demonstrate the power of democracy to advance progress for our planet and its people. (1/2)
“Parabéns ao Lula pela vitória na eleição do Brasil. Espero trabalhar junto nos temas importantes para o Reino Unido e o Brasil, desde o crescimento da economia global até a proteção dos recursos naturais e promoção dos valores democráticos”
Mais cedo, o governo britânico se manifestou por meio de sua representante no Brasil, a encarregada de negócios da embaixada, Melanie Hopkins:
Congratulations to @LulaOficial on his victory in Brazil’s election.
I look forward to working together on the issues that matter to the UK and Brazil, from growing the global economy to protecting the planet’s natural resources and promoting democratic values.
Mais cedo, o governo britânico se manifestou por meio de sua representante no Brasil, a encarregada de negócios da embaixada, Melanie Hopkins:
“Neste dia tão importante para a democracia brasileira, reconhecemos o importante papel das instituições, em especial o TSE, na condução do processo eleitoral com celeridade, transparência e eficiência. Parabenizo @LulaOficial pela confirmação de sua vitória como o próximo Presidente do Brasil. O novo Presidente e o povo do Brasil podem contar com o Reino Unido neste novo capítulo.”
“Celebramos este ano os 200 anos de parceria entre Reino Unido e Brasil, uma amizade que beneficia os dois povos. Queremos contribuir ainda mais em áreas como sustentabilidade, direitos humanos, inovação e desenvolvimento econômico. Contem com o nosso apoio! Seguimos juntos!”, disse.
“Parabéns @LulaOficial, amigo solidário da luta em Honduras (2009), enfrentou as potências mais conservadoras da história, e junto com o povo do Brasil as derrotou. A América Latina renasce com esperança em um verdadeiro processo humanista de mudança e libertação.
Felicidades @LulaOficial, amigo solidario con la lucha de Honduras (2009), se enfrentó a los poderes más conservadores de la historia, y junto al pueblo de Brasil los ha vencido. América Latina renace con esperanza en un verdadero proceso humanista, de cambio y liberación. pic.twitter.com/vdXqluY9aH
“Parabéns a @LulaOficial por sua vitória eleitoral e desejo-lhe sucesso como próximo presidente do Brasil. Estou ansioso para aprofundar as fortes relações 🇳🇱-🇧🇷 e trabalhar juntos em desafios globais”.
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Presidente não participou de passeio dos líderes do G20, que tiraram uma foto jogando moeda na Fontana de Trevi, tradicional ponto turístico de Roma.
O presidente Jair Bolsonaro participou de uma reunião neste domingo (31) com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Roma, onde participa da cúpula dos líderes das 20 principais economias do planeta, o G20.
Este foi o único encontro com autoridades do dia informado pela Presidência. Segundo afirmou o Planalto no Twitter, o encontro ocorreu “à margem da Cúpula de Líderes do G20”. Não foram divulgados detalhes do encontro.
A agenda oficial de Bolsonaro informa que o presidente participará da sessão de encerramento do encontro do G20 neste domingo, mas não cita reuniões com chefes de estado.
Mesmo com poucos eventos agendados, o presidente não participou pela manhã deste domingo do passeio dos líderes do G20 por Roma, que tiraram uma foto na Fontana de Trevi, conhecido ponto turístico.
Além de Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também foi um dos ausentes na foto.
Não há informações oficiais sobre a razão de Bolsonaro ter optado em não participar do passeio com os outros líderes do G20.
Agenda esvaziada
A participação de Bolsonaro na reunião do G20 tem sido marcada por uma agenda esvaziada. Chefes de Estado e de governo demonstraram pouco interesse em interagir com Bolsonaro.
Nas conversas informais da cúpula, Bolsonaro preferiu conversar, por exemplo, com o presidente Recep Erdogan, da Turquia, do que com o Olaf Scholz, vitorioso nas últimas eleições legislativas da Alemanha. Ao perceber que havia sido ignorado pelo brasileiro, o alemão foi falar com os primeiros-ministros Boris Johnson, do Reino Unido, Justin Trudeau, do Canadá, e Narendra Modi, da Índia, destacou a Radio France Internationale (RFI).
Na cerimônia de abertura do G20 no sábado, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, cumprimentou muitos chefes de Estado e de governo com um aperto de mão. Porém o anfitrião evitou o presidente Jair Bolsonaro. O distanciamento entre os dois líderes chamou a atenção da imprensa italiana, que destacou que o dirigente brasileiro afirmou categoricamente que “não vai se vacinar contra a Covid-19”.
*Com informações do G1
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Presidente, em troca, tentaria garantir apoio para se defender de processos na Justiça contra ele e os filhos.
A possibilidade de Jair Bolsonaro não disputar a sucessão de 2022 já começou a ser discutida entre os principais líderes do centrão. Por esse raciocínio, em vez de insistir em contestar as eleições em caso de dificuldade de vitória, o presidente escolheria outro candidato para apoiar, escapando de uma derrota fragorosa nas urnas.
Bolsonaro, em troca, tentaria garantir apoio para se defender de processos na Justiça contra ele e os filhos, considerados inevitáveis caso ele deixe o poder.
O próprio Bolsonaro já levantou a possibilidade de ser preso ao discursar no dia 7 de Setembro para apoiadores —dizendo que isso pode ser tentado, mas que nunca ocorrerá. “Eu nunca serei preso”, disse.
A preocupação em evitar o pior na Justiça seria central no raciocínio de Bolsonaro, consideram os líderes do centrão que convivem com o presidente e apoiam seu governo.
*Mônica Bergamo/Folha
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Signatários de carta afirmam que atos convocados por Jair Bolsonaro colocarão em risco a democracia no país; veja documento.
Uma carta assinada por ex-presidentes, ex-premiês e parlamentares de 26 países afirma que os protestos convocados por Jair Bolsonaro (sem partido) para o dia 7 de Setembro são “uma insurreição” que “colocará em risco a democracia no Brasil”.
O documento deve ser divulgado nesta segunda (6). Entre os mais de 150 signatários estão o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo, o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper, o ex-presidente do Equador Rafael Correa, o ex-presidente da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero e o vice-presidente do Parlamento do Mercosul, Oscar Laborde.
Os professores Noam Chomsky e Cornel West, dos Estados Unidos, e o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel também assinam, além de parlamentares de países como Grécia, Reino Unido, EUA, França, Nova Zelândia, Austrália, Equador, Chile e Uruguai.
“O presidente Jair Bolsonaro e seus aliados —incluindo grupos supremacistas, polícia militar e servidores públicos em todos os níveis do governo— estão preparando uma marcha nacional contra a Suprema Corte e o Congresso em 7 de setembro, alimentando temores de um golpe na terceira maior democracia do mundo”, afirmam.
Leia a íntegra do documento:
Nós, representantes eleitos e líderes de todo o mundo, estamos soando o alarme: em 7 de setembro de 2021, uma insurreição colocará em risco a democracia no Brasil. No momento, o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados – incluindo grupos de supremacia branca, polícia militar e funcionários públicos em todos os níveis do governo – estão preparando uma marcha nacional contra a Suprema Corte e o Congresso em 7 de setembro, alimentando temores de um golpe na terceira maior democracia do mundo. O presidente Bolsonaro intensificou seus ataques às instituições democráticas do Brasil nas últimas semanas. Em 10 de agosto, ele dirigiu um desfile militar sem precedentes pela capital, Brasília, enquanto seus aliados no Congresso promoviam reformas radicais no sistema eleitoral do país, amplamente considerado um dos mais confiáveis do mundo. Bolsonaro e seu governo ameaçaram – várias vezes – cancelar as eleições presidenciais de 2022 se o Congresso falhar.
Agora, Bolsonaro convoca seus seguidores a viajarem a Brasília no dia 7 de setembro, em um ato de intimidação às instituições democráticas do país. De acordo com uma mensagem transmitida pelo presidente em 21 de agosto, a marcha é a preparação para um “contragolpe necessário” contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. A mensagem afirmava que a “constituição comunista” do Brasil tirou o poder de Bolsonaro e acusou “o Judiciário, a esquerda e todo um aparato de interesses ocultos” de conspirar contra ele. Membros do Congresso no Brasil alertaram que a mobilização de 7 de setembro teve como modelo a insurreição na capital dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, quando o então presidente Donald Trump encorajou seus partidários a “parar o roubo” com falsas alegações de fraude eleitoral em eleições presidenciais de 2020. Estamos seriamente preocupados com a ameaça iminente às instituições democráticas do Brasil – e estamos vigilantes para defendê-las antes de 7 de setembro e depois. O povo brasileiro tem lutado por décadas para proteger a democracia do regime militar. Bolsonaro não deve ter permissão para roubá-lo agora.”
*Mônica Bergamo/Folha
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