Categorias
Brasil

Brasil sobe cinco posições no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU

O Brasil deu um passo adiante no cenário internacional ao subir cinco posições no ranking global do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado nesta terça-feira (6), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Com dados referentes ao ano de 2023, o país alcançou a 84ª colocação entre 193 nações analisadas, depois de ocupar o 89º lugar em 2022.

O novo levantamento aponta que o Brasil atingiu uma pontuação de 0,786 em uma escala que vai de 0 a 1 — quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano. Esse resultado mantém o país na categoria de IDH “alto”, que abrange índices entre 0,700 e 0,799. No ano anterior, o índice brasileiro era de 0,760.

Renda per capita e Saúde
A melhora foi impulsionada principalmente pelo aumento da renda nacional bruta per capita e pela retomada dos indicadores de saúde, especialmente a expectativa de vida, que voltou a subir após os impactos causados pela pandemia de Covid-19. Esses fatores ajudaram a alavancar o desempenho nacional no ranking da ONU.

No entanto, nem todos os indicadores apresentaram avanços. O relatório chama atenção para o desempenho da educação, que continua estagnado. O tempo médio de escolaridade no país segue abaixo da média observada em outras nações com IDH elevado, o que ainda limita o potencial de crescimento do Brasil no ranking global.

Categorias
Política

Conselho de Direitos Humanos denuncia à ONU ato de PMs com teor supremacista

Órgão aborda gravidade de atividade feita por policiais no interior de SP e sugere que a ONU enfatize a necessidade de o país ter uma política de combate a ações neonazistas.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) denunciou à ONU o 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), de São José do Rio Preto (SP), devido ao ato de teor neonazista realizado por policiais da corporação, conforme vídeo publicado e posteriormente apagado das redes sociais nesta semana.

A denúncia foi encaminhada à Relatoria Especial da ONU sobre o Neonazismo e Formas Contemporâneas de Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância. A relatora especial, Ashwini K.P., está elaborando um documento para ser submetido ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Assinada pela presidente do CNH, Charlene da Silva Borges, a denúncia expõe o caso e recomenda que a relatoria especial da ONU “enfatize a necessidade de o Brasil formular uma Política Nacional de Combate a Atos Neonazistas, envolvendo todos os poderes do Estado e com a adoção de ações articuladas nacionalmente que prevejam o enfrentamento desse movimento no campo da segurança pública, cultura e educação”.

Segundo Carlos Nicodemos, relator especial do CNDH para o Enfrentamento ao Discurso de Ódio e os Atos Neonazistas no Brasil, que também assina a denúncia, o episódio, “que aponta para um comprometimento da constitucionalidade do Estado brasileiro, é considerado gravíssimo e, à luz dos parâmetros do CNDH, deve ser monitorado e acompanhado por organismos internacionais de direitos humanos, como a relatoria especial da ONU”.

Além disso, destacou, “o Conselho Nacional de Direitos Humanos vem estabelecendo um contato contínuo com a relatoria da ONU sobre os atos neonazistas no Brasil”.

Funções constitucionais da PM

O documento do CNDH lembra que além da função institucional de preservação da ordem pública e policiamento ostensivo prevista na Constituição brasileira, as polícias militares devem ter como valores fundamentais a dignidade humana e o respeito aos direitos e garantias previstos na Constituição, por meio da proteção, promoção e respeito aos direitos humanos, segundo o Vermelho.

No entanto, argumenta, “o que é mostrado no vídeo representa um total desrespeito à lei e aos direitos humanos, principalmente porque os policiais estão fardados e diversas representações da corporação aparecem no vídeo, associando a prática supremacista ao corpo institucional da Polícia Militar”.

A denúncia aponta ainda a necessidade urgente de que sejam implementadas políticas públicas para combater o crescimento do neonazismo tanto na sociedade quanto no âmbito das instituições e órgãos governamentais do Brasil.

Gesto supremacista

Com pouco mais de 30 segundos, o vídeo, noticiado no dia 15, mostrava cerca de uma dezena de policiais em torno de uma cruz em chamas, fazendo gestos que lembravam rituais de grupos supremacistas brancos, como a Ku Klux Klan, dos Estados Unidos.

“O vídeo foi apagado da rede social poucos minutos depois. No entanto, foi suficiente para alcançar grande repercussão na mídia, dada a associação do ato a práticas supremacistas e a presença de agentes públicos do estado de São Paulo”, diz o documento encaminhado à ONU.

Na quarta-feira (16), um dia após reportagens noticiarem o ato, o Ministério Público de São Paulo instaurou investigação sobre o caso.

Segundo a PM, “o material foi produzido durante o encerramento de um treinamento noturno, conduzido pelas próprias equipes do batalhão, com o intuito de representar simbolicamente a superação dos limites físicos e psicológicos enfrentados ao longo da instrução”.

Diz, ainda, que “em nenhum momento houve intenção de associação a ideologias de natureza religiosa, racial ou política”, mas que o episódio será apurado em procedimento interno.

Categorias
Mundo

China convoca ONU para denunciar tarifas de Trump e isolar EUA

Pequim reúne países no Conselho de Segurança para acusar os EUA de desestabilizar a economia global com tarifas; países do Sul Global aderem ao protesto.

Em meio à escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o governo chinês convocou para o dia 23 de abril uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU com o objetivo de denunciar o que classifica como “atos de intimidação e unilateralismo” por parte de Washington.

A iniciativa marca mais um passo da estratégia diplomática de Pequim para isolar internacionalmente a política tarifária da Casa Branca e projetar-se como defensora do multilateralismo e da estabilidade econômica global.

A reunião, aberta a todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas, terá como tema “o impacto do unilateralismo e das práticas de intimidação nas relações internacionais”. No conceito divulgado pela delegação chinesa, os Estados Unidos são acusados de usar tarifas como “instrumento de pressão extrema”, em flagrante violação das regras do comércio internacional.

Segundo o documento, a prática estaria “lançando uma sombra sobre os esforços globais pela paz e o desenvolvimento”.

A ofensiva diplomática chinesa ocorre após a imposição, por parte do presidente Donald Trump, de tarifas que somam até 145% sobre importações da China – número que sobe para 245% se incluídas as taxas anteriores à atual gestão.

Em retaliação, Pequim anunciou tarifas de 125% sobre bens norte-americanos e passou a fortalecer sua articulação com países do Sul Global, que também vêm sendo afetados pelas barreiras tarifárias unilaterais de Washington.

O porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou em entrevista coletiva que o abuso das tarifas norte-americanas “causa sérios danos aos interesses e ao bem-estar de todos os países”.

Ele acusou os EUA de ignorarem os resultados de negociações multilaterais ao recorrerem à retórica de “reciprocidade e justiça” para justificar medidas protecionistas que ameaçam o sistema multilateral. “Tais ações unilaterais criam desafios sem precedentes à ONU e ao próprio multilateralismo”, disse.

Na avaliação de Lin, é fundamental que a comunidade internacional utilize espaços como o Conselho de Segurança para aprofundar o debate sobre as consequências do unilateralismo econômico, fortalecer o papel da ONU e proteger os direitos ao desenvolvimento legítimo de todos os países.

Ele acrescentou que a reunião de 23 de abril será uma oportunidade para “construir consenso contra o protecionismo e reafirmar os princípios da Carta das Nações Unidas”.

O contexto também inclui o fortalecimento do Grupo de Amigos em Defesa da Carta da ONU, que reúne países como China, Rússia, Venezuela, Irã e Laos. Em nota conjunta divulgada nesta semana, o grupo condenou o uso de tarifas como instrumento político e acusou os EUA de promover ações “unilaterais e coercitivas para subjugar outros países”. Para o governo chinês, esse tipo de articulação reflete a crescente disposição do Sul Global de resistir coletivamente a pressões externas consideradas injustas.

Embora os Estados Unidos ainda não tenham se pronunciado oficialmente sobre a reunião convocada por Pequim, fontes diplomáticas ouvidas pela imprensa norte-americana indicam preocupação com a perda de apoio de países intermediários.

Cerca de 70 nações já teriam iniciado negociações com Washington para escapar das tarifas, mas a estratégia norte-americana de isolar a China enfrenta resistência em países que também são alvos das medidas protecionistas, de acordo com o Vermelho.

Em paralelo, o impacto das tensões comerciais já preocupa organismos internacionais. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) alertou que o crescimento econômico global pode cair para 2,3% em 2025.

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, foi ainda mais enfática, prevendo uma possível contração de até 7% do PIB global caso a economia mundial se fragmente em blocos rivais. Para Pequim, o cenário atual exige uma resposta coordenada da comunidade internacional em defesa do livre comércio, da cooperação multilateral e do desenvolvimento comum.

Categorias
Mundo

“atos genocidas” de Israel por impedir nascimento de palestinos, reconhece ONU

Comissão da ONU aponta destruição de centros de fertilidades e o bloqueio da entrada de medicamentos necessários parto e cuidados neonatais.

As Nações Unidas concluíram, por meio de uma investigação, que Israel cometeu “atos genocidas” na Faixa de Gaza com a destruição de instalações de saúde sexual e reprodutiva no território, informa O Globo. Segundo a Comissão de Investigação da ONU, Israel “atacou e destruiu de maneira intencional” o principal centro de fertilidade do território palestino e bloqueou a entrada de medicação necessária para gravidez, parto e cuidados neonatais.

A comissão acusa Israel pela “destruição parcial da capacidade reprodutiva dos palestinos em Gaza como grupo através da destruição sistemática do sistema de saúde sexual e reprodutiva”. Os investigadores apontam que a prática se enquadra em duas das cinco categorias definidas pela Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio: a “submissão intencional do grupo a condições de existência que acarretem sua destruição física, total ou parcial” e a imposição de “medidas destinadas a impedir nascimentos no grupo”.

Play Video
O documento afirma que os hospitais e departamentos de maternidade em Gaza foram sistematicamente destruídos, assim como a principal clínica de fertilização in vitro do território, bombardeada em dezembro de 2023. A comissão acredita que o ataque foi intencional e não encontrou nenhuma evidência confiável de uso militar da clínica, que armazenava 4.000 embriões.

O documento também expõe o uso de violência sexual, reprodutiva e de gênero por parte das forças israelenses desde o início da guerra em outubro de 2023. Durante audiências públicas realizadas em Genebra, a comissão ouviu relatos de vítimas e testemunhas de violência sexual, e concluiu que mulheres e meninas palestinas foram alvo de ataques direcionados, incluindo assassinatos, complicações relacionadas à gravidez e partos, além de abusos sexuais sistemáticos. A comissão destacou que tais ações constituem crimes de guerra e contra a humanidade.

A missão diplomática israelense em Gaza afirmou que o país “rejeita categoricamente as alegações infundadas”. Os israelenses acusam os investigadores de trabalhar “com uma agenda política tendenciosa e pré-determinada (…) em uma tentativa sem vergonha de incriminar as Forças de Defesa de Israel”.

Categorias
Mundo

ONU e líderes mundiais rejeitam plano de Trump para expulsar palestinos de Gaza: ‘Estritamente proibido’

Presidente palestino Mahmud Abbas rejeitou a proposta: ‘Direitos palestinos não são negociáveis’.

Após o anúncio de Donald Trump de assumir o controle de Gaza e deslocar sua população, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, ressaltou nesta quarta-feira (5) que obrigar populações a sair de um território ocupado é “estritamente proibido”.

“Qualquer transferência ou deportação forçada de pessoas de um território ocupado é estritamente proibida”, disse Türk em um comunicado, lembrando que “o direito à autodeterminação é um princípio fundamental do direito internacional e deve ser protegido por todos os Estados”.

Embora a visita de Netanyahu à Casa Branca tenha sido planejada para se concentrar em uma segunda fase da trégua, ela rapidamente se transformou na revelação de uma proposta que, se implementada, transformará completamente o Oriente Médio. Trump, que também sugeriu viajar para Gaza, afirmou que ela não seria reconstruída para os palestinos.

“Ela não deveria passar por um processo de reconstrução e ocupação pelas mesmas pessoas que… viveram lá, morreram lá e tiveram uma existência miserável lá”, disse ele.

Em Washington, Netanyahu não descartou o retorno das hostilidades com o Hamas ou com seus outros inimigos na região, incluindo o Hezbollah do Líbano e o Irã. “Terminaremos a guerra vencendo a guerra”, disse Netanyahu, prometendo garantir o retorno de todos os reféns mantidos em Gaza.

O primeiro-ministro israelense expressou confiança de que um acordo com a rival regional Arábia Saudita para normalizar as relações “vai acontecer”, mas lideranças sauditas descartaram o acordo sem um Estado palestino, rejeitando quaisquer “tentativas de deslocar o povo palestino de suas terras”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quarta (5) o plano do governo estadunidense em assumir o controle da Faixa de Gaza.

“Os EUA participaram do incentivo a tudo que Israel fez na Faixa de Gaza. Então, não faz sentido se reunir com o presidente de Israel e dizer: ‘Nós vamos ocupar Gaza, vamos recuperar Gaza, vamos morar em Gaza’. E os palestinos vão para onde?”, questionou Lula na manhã desta quarta-feira (5) em entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, de Minas Gerais.

“É uma coisa praticamente incompreensível para qualquer ser humano. As pessoas precisam parar de falar aquilo que lhe vem na cabeça. Cada um governa o seu país e vamos deixar os outros países em paz”, disse Lula.

O presidente também voltou a classificar o massacre palestino como “genocídio”. “O que aconteceu em Gaza foi um genocídio, e eu sinceramente não sei se os Estados Unidos, que fazem parte de tudo isso, seriam o país para tentar cuidar de Gaza. Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos. O que eles precisam é ter uma reparação de tudo aquilo que foi destruído, para quem possam reconstruir suas casas, hospitais, escolas, e viver dignamente com respeito”, continuou o presidente brasileiro.

Não é a primeira vez que Trump sugere que os palestinos devem sair de Gaza. Nos últimos dias, ele citou o Egito e a Jordânia como possíveis destinos, mas as pessoas do território disseram que querem ficar.

“Criamos dignidade porque somos a dignidade aqui, e dizemos em poucas palavras a Trump e Netanyahu que a Palestina não está à venda”, disse à AFP Ahmed al-Minawi, de 24 anos, morador de Gaza.

O Egito e a Jordânia rejeitaram qualquer reassentamento de Gaza, com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, pedindo na quarta-feira uma rápida reconstrução “sem que os palestinos saiam”.

O Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, também atacou, dizendo que deslocar os palestinos era algo que “nem nós nem a região podemos aceitar”. Para os palestinos, qualquer tentativa de forçá-los a sair de Gaza evocaria lembranças sombrias do que o mundo árabe chama de “Nakba”, ou catástrofe – o deslocamento em massa dos palestinos durante a criação de Israel em 1948.

O presidente palestino Mahmud Abbas rejeitou a proposta, dizendo que “os direitos palestinos legítimos não são negociáveis” e que isso constituiria uma “grave violação” da lei internacional.

“Eles devem ter permissão para voltar para casa”, disse o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. “O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que Gaza “pertence aos palestinos”, enquanto o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou: “Nós nos opomos à transferência forçada dos residentes de Gaza”.

Trump foi vago quanto aos detalhes, mas sugeriu que isso poderia exigir o uso de militares estadunidenses “se necessário”.

*BdF

Categorias
Política

Erika Hilton denuncia Meta na ONU por mudanças que agridem comunidade LGBTQIA+

Zuckerberg anunciou o fim do programa de checagem de fatos da empresa, criado para conter a desinformação.

A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) protocolou, na quarta-feira (8), uma denúncia na Organização das Nações Unidas (ONU) contra as mudanças nas diretrizes das redes sociais controladas pela Meta – Facebook, Instagram e WhatsApp.

Na terça-feira (7), uma alteração na política da empresa de Mark Zuckerberg passou a permitir que usuários associassem transexualidade e homossexualidade a doenças mentais, especialmente em contextos de discurso político ou religioso. O ofício protocolado por Erika Hilton foi enviado à relatoria especial da ONU sobre questões de minorias.

Em uma postagem no X sobre a denúncia, a deputada afirmou que as “alterações promovem a disseminação de discursos de ódio, incitação à violência e desinformação contra minorias, impactando gravemente a comunidade LGBTQIA+”.

“No Brasil, onde a transfobia e a violência contra LGBTQIA+ já atingem níveis alarmantes, decisões corporativas como essas colocam vidas em risco e enfraquecem o trabalho árduo por justiça e igualdade”, concluiu Hilton.

Também na quarta-feira, a Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra) protocolou uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra a empresa. “O estado brasileiro precisa dar respostas contundentes a essa situação! Inadmissível que isso ocorra quando temos leis que nos protegem!”, informou a organização.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) não considera homossexualidade ou qualquer orientação sexual e identidade de gênero como doença desde maio de 1990, quando as retirou da “Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde”.

Meta

Mudanças na Meta
Na terça-feira (7), juntamente com a alteração nas diretrizes sobre discurso de ódio, o empresário Mark Zuckerberg, dono da Meta, anunciou o fim do programa de checagem de fatos da empresa, criado em 2012 para conter a disseminação de desinformação em seus aplicativos de mídia social.

No mesmo pronunciamento, ele também destacou que a eleição do extremista de direita Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos marcou um período em que seria possível priorizar a liberdade de expressão e afirmou que países latino-americanos “têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa”.

Na quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou, em resposta ao pronunciamento, que as redes sociais só continuarão a operar no Brasil se respeitarem a legislação do país.

“A nossa Justiça Eleitoral e o nosso STF, ambos já demonstraram que aqui é uma terra que tem lei. As redes sociais não são terra sem lei”, declarou o ministro.

Categorias
Mundo

Lula denuncia na ONU forças de extrema-direita no Brasil e nos EUA e aponta crise democrática

‘A extrema-direita tem um discurso identitário às avessas’, afirmou o presidente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta nesta terça-feira (24) sobre as tentativas de golpes da extrema-direita no Brasil e condenou a agenda defendida por esse campo político. Em discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), o chefe de Estado criticou propostas anti-imigração, como as defendidas pelo candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), e destacou a importância da preservação da democracia, da agenda ambiental e do respeito aos direitos humanos.

“A extrema-direita também se tornou viável eleitoralmente ao organizar os descontentes em torno de um discurso identitário às avessas. Culpam migrantes, mulheres e minorias pelos problemas da atualidade. E fazem isso tensionando os limites das instituições democráticas”, afirmou durante o discurso na ONU.

“Ceder diante dessas narrativas é cair em uma armadilha. Recuar não vai apaziguar o ânimo violento de quem ataca a democracia para silenciar e retirar direitos. Não há contradição entre coesão social e o respeito à diversidade. O pluralismo nos fortalece. A democracia em sua plenitude é a base para promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres do medo e da violência. Ela é fundamental para um mundo de paz e prosperidade.”

De acordo com o presidente, “a História nos ensinou que a democracia não pode ser imposta”. “Sua construção é própria de cada povo e de cada país. Para resgatar sua legitimidade, precisamos recuperar sua essência, e não apenas sua forma”, continuou.

Em seu pronunciamento, Lula afirmou que a “participação social é um dos principais caminhos para o fortalecimento da identidade democrática”. “A democracia não é um pacto de silêncio. Precisamos ouvir movimentos sociais, estudantes, mulheres, trabalhadores, empreendedores, minorias raciais, étnicas e religiosas”, disse.

“Proteger quem defende os direitos humanos, o meio ambiente e a democracia também é imprescindível. A experiência brasileira mostra que o equilíbrio entre os poderes constituídos, a resiliência e o fortalecimento das instituições são cruciais na proteção desses princípios. Somente uma democracia revigorada nos permitirá equacionar os dilemas de nossas sociedades e do mundo contemporâneo.”

Categorias
Mundo

Histórico: Palestina conquista lugar na Assembleia Geral da ONU

Nesta terça-feira (10), a Palestina fez história ao assumir um assento oficial na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Este é o primeiro assento palestino na Assembleia em mais de 70 anos de história da organização.

Imediatamente após a posse, as autoridades palestinas anunciaram a intenção de apresentar uma resolução que solicita a retirada de Israel dos territórios ocupados em um prazo de seis meses, informa Jamil Chade, no UOL.

O momento foi celebrado como histórico pela diplomacia árabe, com a delegação egípcia anunciando a chegada dos palestinos e recebendo aplausos da Assembleia. O embaixador palestino, Riyad Mansour, foi saudado por diversas delegações. A presença palestina foi destacada como um marco importante, já que 140 países reconhecem a Palestina como um estado soberano.

Israel criticou a medida e disse que Palestina não deveria ter assento

Em resposta, o governo de Israel criticou a medida, alegando que a Palestina não deveria ter um assento na Assembleia e acusando a decisão de favoritismo político. Israel argumenta que apenas estados soberanos podem ocupar tal posição e questionou se houve uma mudança na Carta da ONU para justificar a inclusão da Palestina.

Apesar da aprovação de uma resolução em maio, patrocinada pelo Brasil e que pede o reconhecimento da Palestina como um estado e sua entrada na ONU, a adesão plena ainda não foi garantida. A resolução precisa ser aprovada pelo Conselho de Segurança, onde os EUA já vetaram a proposta.

Status de observador

Atualmente, na sua função de observador, a Palestina não pode votar ou apresentar candidaturas para órgãos da ONU, mas agora tem um lugar simbólico entre os estados membros. A partir deste ponto, a delegação palestina poderá se sentar na ordem alfabética, inscrever-se para falar em assuntos não relacionados especificamente ao Oriente Médio, e propor itens para a pauta das sessões da Assembleia Geral. Além disso, poderá participar de conferências e reuniões internacionais convocadas sob os auspícios da Assembleia.

Em maio, a resolução que reconheceu a Palestina recebeu 143 votos favoráveis, com apenas 9 países se opondo e 25 se abstendo. Esse resultado evidenciou o isolamento dos EUA na questão e aumentou a pressão sobre o respeito à soberania palestina.

Categorias
Mundo

EUA apresentam resolução no Conselho de Segurança da ONU para cessar-fogo em Gaza

A resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Gaza pode ser votada ainda esta semana, disse um diplomata familiarizado com o assunto à CNN. A resolução, que os Estados Unidos vêm trabalhando há semanas, pede “um cessar-fogo imediato e sustentado, além da libertação de todos os reféns.”

O diplomata disse que o trabalho está em andamento para tentar garantir a aprovação da medida, mas a Rússia ameaçou vetar.

A resolução dos EUA vem depois que os americanos vetaram várias propostas anteriores que pediam por um cessar-fogo imediato. A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse depois de vetar uma resolução argelina no final de fevereiro que “colocaria negociações sensíveis em perigo.”

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse em uma entrevista na quarta-feira que espera “muito que os países apoiem” a proposta americana, diz a CNN..

“Acho que isso enviaria uma mensagem forte, um sinal forte”, disse ele ao canal de notícias saudita Al Hadath, de acordo com uma transcrição do Departamento de Estado.

“Claro, estamos com Israel e seu direito de se defender, para garantir que o 7 de outubro nunca mais aconteça, mas ao mesmo tempo, é imperativo que os civis que estão em perigo e que estão sofrendo – que nos concentremos neles, que os tornemos uma prioridade, protegendo os civis, obtendo-lhes assistência humanitária”, acrescentou.

Categorias
Mundo

ONU: Expansão dos assentamentos israelenses é crime de guerra

Assentamentos podem eliminar qualquer possibilidade prática de estabelecer um Estado palestino.

A expansão dos assentamentos israelenses nos territórios palestinos ocupados constitui “crime de guerra” e corre o risco de eliminar “qualquer possibilidade prática” de um Estado palestino viável, alertou o chefe dos direitos das Nações Unidas na sexta-feira.

Volker Turk disse que houve uma aceleração drástica na construção ilegal de assentamentos por Israel na Cisjordânia ocupada, ao mesmo tempo em que o país trava uma guerra implacável no território palestino de Gaza.

O alto comissário da ONU para os direitos humanos disse que a criação e expansão de colonatos equivalia à transferência por parte de Israel da sua própria população civil para territórios ocupados.

“Essas transferências constituem um crime de guerra que pode envolver a responsabilidade criminal individual dos envolvidos”, disse ele num relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Os planos israelenses relatados para construir outras 3.476 casas para colonos nas colônias de Maale Adumim, Efrat e Kedar, na Cisjordânia, foram “contrariando o direito internacional”, disse ele.

Israel tomou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza na guerra árabe-israelense de 1967 em que mais de um milhão de palestinos foram expulsos das suas casas durante a guerra de 67 e mais 718 mil estão deslocados internamente.

É ilegal, segundo o direito internacional, que Israel estabeleça colonatos nestes territórios palestinos.

Apesar da pressão internacional, Israel construiu nas últimas décadas dezenas de colonatos em toda a Cisjordânia. São agora o lar de mais de 490 mil israelenses, que vivem no mesmo território que cerca de dois milhões de palestinos.

Israel aprovou a construção de novas casas menos de duas semanas depois de o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ter dito que qualquer expansão dos colonatos seria “contraproducente para alcançar uma paz duradoura” com os palestinianos.

Turk disse que durante o período abrangido pelo seu relatório – 01 de novembro de 2022 a 31 de outubro de 2023 – cerca de 24.300 casas foram adicionadas aos assentamentos israelenses existentes na Cisjordânia.

Isto marca o maior número já registrado desde o início da contagem em 2017 e inclui quase 9.700 unidades em Jerusalém Oriental, disse o escritório de direitos da ONU.

O relatório de Turk concluiu que as políticas do governo israelense “parecem alinhadas, numa extensão sem precedentes, com os objetivos do movimento de colonos israelenses de expandir o controle a longo prazo sobre a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e de integrar de forma constante este território ocupado no Estado de Israel.”

Vista dos assentamentos israelenses estabelecidos na Cisjordânia em Maale Adumim

Incidentes violentos
Ao mesmo tempo, os palestinos estão sendo forçados a abandonar as suas casas pelos colonos israelenses e pela violência estatal, afirmou. Também apontou despejos forçados, falta de licenças de construção, demolições de casas e restrições de movimento impostas aos palestinos.

“A violência dos colonos e as violações relacionadas com os colonatos atingiram novos níveis chocantes e correm o risco de eliminar qualquer possibilidade prática de estabelecer um Estado palestino viável”, alertou Turk.

O relatório conclui que houve 602 ataques de colonos contra palestinos desde 07 de outubro, quando o ataque do Hamas dentro de Israel, levou à guerra em Gaza.

O escritório de direitos humanos da ONU disse ter documentado nove palestinos mortos por colonos usando armas de fogo e outros 396 mortos pelas forças de segurança israelenses.

Outros dois foram mortos pelas forças de segurança israelenses ou por colonos.

Espremendo palestinos
A redução da população palestina e o aumento da população de Israel tem sido uma característica do sionismo. A criação de Israel envolveu a expulsão de 750.000 palestinos pelas forças sionistas na Nakba de 1947–48. Cinco milhões desses palestinos e os seus descendentes ainda são refugiados registados na ONU. De acordo com a BADIL, uma ONG que tem estatuto consultivo especial junto do Conselho Econômico e Social da ONU, mais 2,25 milhões de palestinos tornaram-se refugiados desde 1948.

Israel impede os refugiados de exercerem o seu direito de regressar às suas casas, enquanto, em contraste, a Lei do Retorno de Israel permite que qualquer pessoa na Terra que o Estado de Israel considere ser judia possa migrar para Israel e tornar-se automaticamente cidadão.

Israel foi além de garantir que os refugiados continuassem refugiados, a fim de construir o seu etno-Estado. A barreira de separação é funcionalmente um muro de anexação, já que 85% dela é terra palestina. Israel encolhe Gaza ao assumir o controle de terras palestinas na Faixa e ao chamá-las de “zona tampão”, privando os palestinos que lá vivem das suas casas e da agricultura.

De acordo com o grupo israelense de direitos humanos B’Tselem, a política israelense em Jerusalém Oriental foi concebida para pressionar os palestinos a abandonarem a cidade, para moldar “uma realidade geográfica e demográfica que impediria qualquer tentativa futura de desafiar a soberania israelense naquele local”. Desde 1967, como aponta o grupo, Israel revogou a residência permanente de aproximadamente 14.500 palestinos de Jerusalém Oriental.

É quase impossível para os palestinos obter licenças de construção na cidade e, em 1973, Israel determinou legalmente uma vantagem demográfica de 73-26 para o povo judeu em Jerusalém. Israel aumentou a sua própria população e o território ao seu alcance ao instalar ilegalmente 620 mil pessoas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Após a Nakba, Israel aprovou a Lei de Propriedade dos Ausentes, que define os palestinos expulsos como “ausentes”, criando um pretexto para Israel apropriar terras, casas e contas bancárias dos palestinos. A lei criou a categoria do “presente/ausente”, para que Israel pudesse confiscar as propriedades dos palestinos que ainda estavam na Palestina, mas que tinham sido deslocados internamente. Estas medidas criaram simultaneamente mais uma barreira ao regresso dos palestinos.

A empresa estatal israelense de água Mekorot retira água aos palestinos na Cisjordânia para abastecer os israelenses – incluindo aqueles que vivem em colonatos ilegais – para fins domésticos, agrícolas e industriais. Muitas vezes vende essa água aos palestinos a preços inflacionados que podem absorver metade do rendimento mensal de uma família pobre.

Os colonatos controlam pouco mais de 85% das terras mais férteis da Cisjordânia: o Vale do Jordão, em particular, é uma região agrícola rica em recursos.

*Opera Mundi