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50 países se unem contra veto dos EUA e pedem reunião de emergência da ONU

Num gesto raramente visto na diplomacia internacional, mais de 50 países se uniram para pedir a convocação de uma reunião de emergência da Assembleia Geral da ONU. O objetivo é a de mobilizar apoio político para a proteção ao povo palestino, diante dos ataques de Israel em Gaza.

A decisão ocorre depois que o governo dos EUA vetou um projeto apresentado pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU, pedindo uma “pausa humanitária” e o fim da evacuação de civis do norte de Gaza. A presidência de Joe Biden já havia avisado o governo brasileiro que não queria o envolvimento do Conselho da ONU nas questões envolvendo Israel, depois dos atos terroristas cometidos pelo Hamas, no dia 7 de outubro.

O veto americano foi explicado pela Casa Branca por conta de sua insistência na necessidade de que Israel mantenha seu direito a autodefesa. A resolução, por ter um caráter humanitário, não tratava desse aspecto.

indicou, já na quarta-feira, que iria tomar uma decisão de driblar o veto americano e pensava em convocar a Assembleia Geral da ONU.

Agora, a iniciativa ganhou o apoio de mais de 50 países, entre eles Argélia, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Turquia, Moçambique, Nigéria, Camarões e Paquistão.

No Conselho de Segurança, uma aprovação de uma condenação apenas pode ocorrer se não houver o veto de todos os cinco membros permanentes da entidade. Mas, na Assembleia Geral, a regra é outra: basta que uma resolução tenha a maioria dos 192 votos.

Numa carta obtida pelo UOL e enviada por esses governos para a presidência da Assembleia Geral, o Grupo Árabe e do Grupo da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) nas Nações Unidas em Nova York, “solicitam a retomada da décima sessão especial de emergência da Assembleia Geral após o veto lançado em 18 de outubro de 2023 por um Membro Permanente do Conselho de Segurança sobre um projeto de resolução que aborda a grave situação do Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental”.

Diz a carta:

“À luz da gravidade da situação, devido, em particular, à agressão militar por parte de Israel, a potência ocupante, contra a população civil palestina na Faixa de Gaza, que, até a presente data, matou milhares de civis, incluindo crianças, mulheres e idosos, feriu dezenas de milhares, causou a destruição desenfreada de casas e outras propriedades e infraestrutura civis, e infligiu condições humanitárias catastróficas, arriscando uma desestabilização ainda mais perigosa da situação, colocando em risco mais vidas civis e ameaçando a paz e a segurança internacionais, é urgente que a Assembleia Geral se reúna para tratar dessa crise.”

Ao longo do processo negociador da resolução do Brasil, o Itamaraty cedeu e acomodou vários dos pedidos americanos, na esperança de que o texto pudesse ser aprovado.

Mas a atitude da Casa Branca foi vista como uma tática de protelar qualquer decisão, argumentando até mesmo que o órgão deveria esperar o fim da visita de Joe Biden à região.

Para a diplomacia brasileira, esses eram argumentos apenas para adiar qualquer gesto do Conselho e, mesmo aguardando a visita, não haveria qualquer garantia de que os EUA apoiariam o projeto.

Agora, a manobra dos árabes vai no mesmo sentido da estratégia já usada pelo governo americano contra os russos, quando o governo de Vladimir Putin também usou seu poder de veto no Conselho e impediu a aprovação de uma resolução que os condenava pela invasão da Ucrânia.

A Casa Branca, então, levou o caso para a Assembleia Geral e, ali, conseguiu votos suficientes para aprovar uma resolução condenando Putin.

*Jamil Chade/Uol

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“Falta água para 2 milhões de pessoas em Gaza”, alerta ONU

Uma semana depois de Israel ser alvo de ataques pelo Hamas e de responder com um cerco sobre Gaza, a agência da ONU para os refugiados palestinos – UNRWA – anuncia que mais de 2 milhões de pessoas estão em risco devido à falta de água e que quase 1 milhão de pessoas estão deslocadas dentro da região.

“Isso se tornou uma questão de vida ou morte. É uma necessidade. O combustível precisa ser entregue agora em Gaza para disponibilizar água para 2 milhões de pessoas”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, neste sábado.

Há uma semana não é permitida a entrada de suprimentos humanitários em Gaza.

“A água potável está acabando na Faixa de Gaza, depois que a estação de tratamento de água e as redes públicas de água pararam de funcionar”, disse a entidade.

“As pessoas agora são forçadas a usar água suja de poços, aumentando os riscos de doenças transmitidas pela água. Gaza também está sob um apagão de eletricidade desde 11 de outubro, o que afeta o abastecimento de água”, alertou.

Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, alertou que a situação pode ser “mortal” para populações vulneráveis e o surgimento de doenças.

Na base da ONU no sul da Faixa de Gaza, para onde a UNRWA transferiu suas operações, a água potável também está acabando. “Milhares de pessoas buscaram refúgio lá depois que Israel emitiu um aviso aos residentes exigindo que eles deixassem suas casas na parte norte da Faixa”, disse.

“Somente nas últimas 12 horas, centenas de milhares de pessoas foram deslocadas. O êxodo continua à medida que as pessoas se deslocam para a parte sul da Faixa de Gaza. Cerca de 1 milhão de pessoas foram deslocadas somente em uma semana”, constata.

“Precisamos transportar combustível para Gaza agora. O combustível é a única maneira de as pessoas terem água potável”, disse o comissário. “Caso contrário, as pessoas começarão a morrer de desidratação grave, entre elas crianças pequenas, idosos e mulheres. A água é agora a última salvação que resta. Faço um apelo para que o cerco à assistência humanitária seja levantado agora”, acrescentou Lazzarini.

De acordo com a ONU, três usinas de dessalinização de água, que antes produziam 21 milhões de litros de água potável por dia, interromperam suas operações.

“O fornecimento de água potável de Israel foi cortado em 9 de outubro, causando uma grave escassez de água potável para mais de 650.000 pessoas”, completou a agência.

*Jamil Chade/Uol

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A Palestina apagada do mapa

Por Guilherme Boulos.* Análise em 2014.

Já passam de 1.200 palestinos mortos na faixa de Gaza desde o dia 8 de julho. Entre eles centenas de crianças. Os bombardeios de Israel não pouparam nem escolas e hospitais, supostamente “bases para terroristas”. Ontem atacaram um abrigo da ONU, matando 19 palestinos. O Comissário da Agência da ONU para os refugiados disse que crianças foram mortas enquanto dormiam. Não satisfeitos, bombardearam também a única usina que fornecia energia elétrica para Gaza.

Às escuras, sem refúgio seguro nem hospitais e com cadáveres espalhados entre os escombros da destruição – este é o retrato da faixa de Gaza.

É possível uma posição de neutralidade? Só para os hipócritas. Neutralidade perante a barbárie e o genocídio equivale a tomar posição a seu favor. Não há meio termo possível em relação a Israel.

O colunista desta Folha Ricardo Melo teve a coragem de defender que a única solução para a questão é o fim do Estado terrorista de Israel. Foi bombardeado pelos sionistas de plantão e pelos defensores da neutralidade. E, como não poderia deixar de ser, acusado de antissemita.

Um pouco de história faz bem ao debate.

O movimento sionista surgiu no final do século 19, movido pelo apelo religioso de retorno à “Terra Prometida”, em referência à colina de Sion em Jerusalém. A proposta era construir colônias judaicas na Palestina, que então já contava com 600 mil habitantes. Ou seja, não se tratava de uma terra despovoada, mas de um povo lá estabelecido há mais de 12 séculos.

Nem todos os sionistas defendiam um Estado judeu na Palestina. Havia formas de sionismo cultural ou religioso que reconheciam a legitimidade dos palestinos sobre seu território. Albert Einstein, por exemplo, foi um dos que rechaçou em várias oportunidades o sionismo político, isto é, um Estado religioso na Palestina e contra os palestinos.

No entanto prevaleceu ao longo dos tempos a posição colonialista. Seu maior representante foi David Ben Gurion que, diante da natural resistência dos palestinos, organizou as primeiras formas de terrorismo sionista, através dos grupos armados Haganá, Stern e Irgun – este último responsável por um ataque à bomba em um hotel de Jerusalém em 1946.

Os palestinos eram então ampla maioria populacional, com apenas 30% de judeus na Palestina até 1947. Porém, por meio das armas, a partir de 1948 – quando há a proclamação do Estado de Israel – a maioria palestina foi sendo expulsa sistematicamente de seu território. Cerca de metade dos palestinos tornaram-se após 1949 refugiados em países árabes vizinhos, especialmente na Jordânia, Síria e Líbano.

A vitória militar dos sionistas só foi possível graças ao contundente apoio militar de países europeus e dos Estados Unidos.

Em 1967, Israel dá o segundo grande golpe. Após o Presidente egípcio Abdel Nasser fechar o golfo de Ácaba para os navios israelenses, os sionistas atacam com decisivo apoio norte-americano, quadruplicando seu território em seis dias, tomando inclusive territórios do Egito e da Síria. Desta forma bélica e imperialista – como corsários dos Estados Unidos – Israel foi formando seu domínio.

Depois de 1967 foram massacres atrás de massacres. Um dos mais cruéis – ao lado do atual – foi no Líbano em 1982. Após invadir Beirute, as tropas comandadas por Ariel Sharon – que veio a ser primeiro-ministro posteriormente – cercaram os campos de refugiados palestinos em Sabra e Chatilla e entregaram milhares de palestinos ao ódio de milicianos da Falange Libanesa. Após 30 horas ininterruptas de massacre, foram 2.400 mortos (de acordo com a Cruz Vermelha) e centenas de torturados, estuprados e mutilados – incluindo evidentemente crianças, mulheres e idosos.

Hoje há 4,5 milhões de refugiados palestinos segundo a ONU. Este número só tende a aumentar pela política higienista de Israel.

Caminhamos neste momento em Gaza para o maior genocídio do século 21. E há os que insistem no cínico argumento do direito à autodefesa de Israel. Quem ao longo da história sempre atacou agora vem falar em defesa?

Tudo isso perante a passividade complacente da maior parte dos líderes políticos do mundo. O Brasil limitou-se a chamar o embaixador para esclarecimentos. Foi chamado de “anão diplomático” pelo governo de Israel e nada respondeu. Romper relações políticas e econômicas com Israel é uma atitude urgente e de ordem humanitária.

A hipocrisia chega ao máximo quando acusa os críticos do terrorismo israelense de antissemitas. O antissemitismo, assim como todas as formas de ódio racial, religioso e étnico, deve ser veementemente condenado. Agora, utilizar o antissemitismo ou o execrável genocídio nazista aos judeus como argumento para continuar massacrando os palestinos é inaceitável.

É uma inversão de valores. Ou melhor, é a história contada pelos vencedores. Como disse certa vez Robert McNamara, Secretário de Defesa dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, se o Japão vencesse a Segunda Guerra, Roosevelt seria condenado por crimes de guerra contra a humanidade e não condecorado com títulos e bustos pelo mundo. A história é contada pelos vencedores.

É possível que Benjamin Netanyahu, comandante do massacre em Gaza, receba o Prêmio Nobel da Paz. E que os palestinos, após desaparecerem do mapa, passem para a história como um povo bárbaro e terrorista.

*Texto no site da Boitempo/Jornalistas Livres

 

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Ordem de Israel é “sentença de morte” para os palestinos, diz ONU

As agências da ONU denunciam, nesta sexta-feira, o que a entidade indica ser uma “punição coletiva” imposta por Israel contra a população palestina, um dia depois de Israel anunciar que ordena que a população do norte da Faixa de Gaza seja transferida e num sinal de que uma invasão terrestre esteja sendo preparada.

As entidades já falam abertamente em possíveis crimes de guerra, cometidos tanto por Israel como pelo Hamas. “Fazer civis como reféns é proibido e pode ser considerado como crimes de guerra”, disse a entidade, numa referência aos atos do grupo com sede em Gaza. Mas a ONU é clara que o cerco de Israel, conduzindo a população à fome, “é também definido como crimes de guerra”.

Para o comissário da agência da ONU para Refugiados Palestinos, Philippe Lazzarini, o apelo das forças israelitas para que se desloquem mais de um milhão de civis que vivem no norte de Gaza no prazo de 24 horas é “horrível”. “Esta medida só conduzirá a níveis de miséria sem precedentes e empurrará ainda mais a população de Gaza para o abismo”, disse.

A escala e a rapidez da crise humanitária que se está a desenrolar são de arrepiar os ossos. Gaza está a tornar-se rapidamente um buraco infernal e está à beira do colapso
Philippe Lazzarin, comissário da agência da ONU para Refugiados Palestinos

De acordo com a entidade, 423 mil palestinos já foram obrigados a abandonar suas casas, enquanto a OMS (Organização Mundial de Saúde) insiste que qualquer operação de transferência significaria uma “sentença de morte” para pessoas que hoje estão internadas em hospitais da Faixa de Gaza.

“É impossível evacuar doentes de hospitais”, alertou Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS. “Pedir que sejam transferidos é uma sentença de morte. E pedir aos trabalhadores da saúde de fazer isso seria cruel”, insistiu.

Segundo ele, os hospitais estão lotados e em “ponto de ruptura”. Mesmo assim, 76 ataques ocorreram contra instalações e ambulâncias.

Aqueles funcionando contam com eletricidade para poucas horas e devem ficar em total colapso em “poucos dias”. Há ainda uma “escassez aguda de médicos” e remédios.

“Nunca vi algo parecido”, afirmou Jens Laerke, porta-voz do Escritório Humanitário da ONU, sobre a ordem israelense.

“Continuamos acompanhando, com horror cada vez maior, a situação desesperadora dos civis em Gaza e em Israel”, disse Ravina Shamdasani, porta-voz da ONU para Direitos Humanos, que alerta para a “situação calamitosa” caso a evacuação tenha de ser realizada.

“Como já enfatizamos, os civis nunca devem ser usados como moeda de troca. No entanto, continuamos a receber mensagens desoladoras de impotência das pessoas em Gaza, que estão se mudando de casa em casa, aterrorizadas, em busca de uma segurança ilusória”, afirmou.

“E os civis continuam a ser mantidos como reféns por grupos armados palestinos, em clara violação do direito internacional humanitário. Pedimos, mais uma vez, que eles sejam tratados com humanidade e libertados imediata e incondicionalmente”, disse Ravina.

Segundo ela, mais de 2.700 pessoas, incluindo civis, já foram mortas tanto em Israel quanto em Gaza. “Pedimos aos grupos armados palestinos que interrompam o uso de projéteis inerentemente indiscriminados, que violam o direito internacional humanitário, bem como os ataques dirigidos contra civis”, disse.

Mas ela mandou um recado claro ao outro lado. “Pedimos que Israel garanta o total respeito às leis internacionais humanitárias e de direitos humanos em toda e qualquer operação militar”, disse.

“Ataques aéreos e ataques de artilharia já levaram à destruição de grandes partes de bairros densamente povoados em Gaza, e a retórica de oficiais de alto escalão levanta preocupações de que uma mensagem está sendo enviada aos membros das Forças de Defesa de Israel de que a lei humanitária internacional se tornou opcional em vez de obrigatória. É absolutamente crucial que os líderes israelenses deixem claro, sem ambiguidade, que as operações militares devem ser conduzidas em total conformidade com o direito internacional”, disse.

Todo sábado, Jamil escreve sobre temas sociais para uma personalidade com base em sua carreira de correspondente.

Os bombardeios israelenses por ar, mar e terra continuaram e se intensificaram na Faixa de Gaza pelo sexto dia consecutivo. Em apenas 24 horas, 317 palestinos foram mortos e 929 ficaram feridos. No total, 1.417 pessoas foram mortas e 6.268 ficaram feridas em Gaza desde 7 de outubro.

Organizações de direitos humanos expressaram preocupação com incidentes em que civis e objetos civis parecem ter sido alvos diretos de ataques aéreos israelenses

*Jamil Chade/Uol

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Incansável na luta pela paz, Lula convoca reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Gaza

Enquanto o vampirismo bolsonarista está na arena medieval querendo ver sangue no massacre promovido pelos terroristas de Israel, Lula luta incansavelmente para que ao menos atenue tanta iniquidade e marca para sexta-feira (13) uma nova rodada de debate com o Conselho de Segurança da ONU, em busca de uma solução negociada com Israel e Palestina para se chegar a um bom termo e, consequentemente, à paz.

Tudo indica que Lula não descansará enquanto não conseguir avançar no caminho da paz para debelar o morticínio.

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ONU sobe o tom e define o ataque de Israel a Gaza como crime de guerra

A ONU apela para que o sionista Netanyahu cumpra com as regras internacionais e não ataque civis, alertando que o cerco e extermínio em massa contra a população de Gaza se constitui crime de guerra.

Mesmo que a mídia hegemônica queira dar peso de igual monta ao Hamas e ao exército do Estado terrorista de Israel que usa as piores praticas de guerra desde 1948, a ONU faz uma separação clara e justificável entre as duas partes e forças.

Os dados divulgados pela ONU são alarmantes e mostram que a operação de resposta dos terroristas de Israel já atingiu 5,3 mil prédios, gerou 187 mil deslocados e deixou 610 mil palestinos sem água potável. O abastecimento de energia é precário e desumano para garantir luz em Gaza.

Já a OMS denuncia o fato de que a ofensiva do exercito terrorista do estado de Israel atingiu muitos hospitais, ambulâncias e matou médicos e enfermeiras no território de Gaza. Um massacre aos moldes dos campos de concentração nazistas.

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ONU critica cerco de Gaza por Israel, exige acesso a civis e denuncia Hamas

Jamil Chade*

Numa declaração emitida nesta segunda-feira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticou o cerco estabelecido por Israel sobre Gaza e alertou para os ataques contra escolas e hospitais palestinos. A declaração ocorreu depois de uma reunião extraordinária dos principais chefes das agências da ONU, na qual ele também denunciou o Hamas e fez um apelo por negociações.

Guterres deixou claro que condena os “ataques abomináveis do Hamas e de outros grupos contra cidades e vilarejos israelenses na periferia de Gaza, que deixaram mais de 800 israelenses mortos e mais de 2.500 feridos”.

“Infelizmente, espera-se que esses números aumentem, pois os ataques estão em andamento e muitas pessoas ainda não foram encontradas”, disse, lamentando ainda o número de pessoas sequestradas.

Guterres também criticou a decisão do Hamas de lançar “foguetes indiscriminados que atingiram o centro de Israel, incluindo Tel Aviv e Jerusalém”. “Reconheço as queixas legítimas do povo palestino. Mas nada pode justificar esses atos de terror e a morte, mutilação e sequestro de civis”, disse.

O chefe da ONU fez um apelo para que os palestinos interrompam os ataques e libertem todos os reféns.

Guterres critica cerco de Israel contra Gaza
Mas também denunciou o fato de que a resposta israelense vem ocorrendo contra civis. “Estou profundamente alarmado com as informações de que mais de 500 palestinos – incluindo mulheres e crianças – foram mortos em Gaza e mais de 3.000 ficaram feridos”, disse. “Infelizmente, esses números estão aumentando a cada minuto à medida que as operações israelenses continuam”, afirmou.

Guterres não deixou de mandar um recado ao governo israelense. “Embora eu reconheça as legítimas preocupações de segurança de Israel, também lembro a Israel que as operações militares devem ser conduzidas em estrita conformidade com o direito humanitário internacional”, disse. “Os civis devem ser respeitados e protegidos em todos os momentos e infraestrutura civil nunca deve ser um alvo”, disse.

Segundo ele, a ONU já tem relatos de mísseis israelenses “atingindo instalações de saúde dentro de Gaza, bem como torres residenciais de vários andares e uma mesquita”. “Duas escolas que abrigavam famílias desabrigadas em Gaza também foram atingidas”, afirmou..

Guterres destacou que cerca de 137 mil pessoas estão abrigadas em instalações da ONU, e esse número aumenta à medida que os bombardeios e ataques aéreos continuam.

Essa não é a primeira vez que um alto funcionário da ONU denuncia a situação imposta por Israel sobre Gaza. Relatores das Nações Unidas já qualificaram o bloqueio estabelecido desde 2007 contra a região de “crime de guerra”.

“A situação humanitária em Gaza já era extremamente terrível antes dessas hostilidades; agora, ela só vai se deteriorar exponencialmente”, alertou Guterres.

Segundo ele, equipamentos médicos, alimentos, combustível e outros suprimentos humanitários são “extremamente necessários”, juntamente com o acesso da equipe humanitária. “O socorro e a entrada de suprimentos essenciais em Gaza devem ser facilitados, e a ONU continuará se esforçando para fornecer ajuda para atender a essas necessidades”, afirmou.?

Num apelo, ele insistiu que todos os lados devem permitir o acesso das Nações Unidas para prestar assistência humanitária urgente aos civis palestinos presos e desamparados na Faixa de Gaza.

“Faço um apelo à comunidade internacional para que mobilize apoio humanitário imediato para esse esforço”, disse, apontando como ele e o Coordenador Especial da ONU estão conversando com os líderes da região para evitar que a crise se amplie.

Essa não é a primeira vez que um alto funcionário da ONU denuncia a situação imposta por Israel sobre Gaza. Relatores das Nações Unidas já qualificaram o bloqueio estabelecido desde 2007 contra a região de “crime de guerra”.

“A situação humanitária em Gaza já era extremamente terrível antes dessas hostilidades; agora, ela só vai se deteriorar exponencialmente”, alertou Guterres.

Segundo ele, equipamentos médicos, alimentos, combustível e outros suprimentos humanitários são “extremamente necessários”, juntamente com o acesso da equipe humanitária. “O socorro e a entrada de suprimentos essenciais em Gaza devem ser facilitados, e a ONU continuará se esforçando para fornecer ajuda para atender a essas necessidades”, afirmou.?

Num apelo, ele insistiu que todos os lados devem permitir o acesso das Nações Unidas para prestar assistência humanitária urgente aos civis palestinos presos e desamparados na Faixa de Gaza.

“Faço um apelo à comunidade internacional para que mobilize apoio humanitário imediato para esse esforço”, disse, apontando como ele e o Coordenador Especial da ONU estão conversando com os líderes da região para evitar que a crise se amplie.

“Mesmo nos piores momentos – e talvez especialmente nos momentos mais difíceis – é vital olhar para o horizonte de longo prazo e evitar ações irreversíveis que encorajariam os extremistas e arruinariam qualquer perspectiva de paz duradoura”, disse.

*Uol

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Opinião

ONU e OMS denunciam o extermínio da população civil palestina pelo Estado de Israel

Longe da paixão que os bolsonaristas tentam impor ao Brasil, envolvendo a questão da Palestina, até porque, como se sabe, os bolsonaristas aplaudiram o genocídio do governo Bolsonaro contra os Yanomami, os terroristas de 8 de janeiro e o genocídio por covidm praticado por Bolsonaro, na sua busca doentia e declarada da tal imunidade de rebanho, essa gente que, durante anos, foi imbecilizada pela mídia, tem que ser ignorada em qualquer  debate minimamente civilizado.

Os poucos neurônios que essa gente tinha, Bolsonaro capturou e fez rachadinha, na sua velha prática de peculato.

Então, esqueçamos os cabeças ocas do território nacional e vamos fugir da Waldvogel e outras figuras do folclore midiático, sempre voltado a enfiar Lula e PT em qualquer assunto que eles julgam ser negativo.

Os ataques aos civis da Palestina mostra o despudor humano praticado pelo Estado de Israel, que alarma a ONU e a OMS que, em outras palavras, dizem que Israel transformou Gaza num campo de extermínio aos moldes nazistas.

Na verdade, o mundo inteiro sabe que essa é uma prática corriqueira de Israel. O que ocorreu nesta segunda 9, foi uma aula de Netanyahu que sintetiza os 70 anos de massacre, de ocupação colonial que Israel pratica contra os palestinos.

Tudo está condensado nas práticas mais espúrias contra seres humanos, uma barbárie em que as maiores vítimas são crianças e bebês, com hospitais destruídos, demolidos, bombardeados pelo nazifascismo de Israel.

Israel nunca precisou de um Hamas para justificar suas ações violentas, isso é padrão pela sua própria existência.

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Brasil

Lula se diz chocado e Brasil convoca reunião na ONU

Presidente brasileiro repudiou ato terrorista e quer que a comunidade internacional se engaje em negociações de paz.

O governo brasileiro condenou neste sábado, 7, os ataques de mísseis do Hamas a Israel, que deixaram ao menos 40 mortos e cerca de 800 feridos em solo israelense, e anunciou que vai convocar uma reunião de emergência no Conselho de Segurança das Nações Unidas, segundo o Estadão.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se pronunciou no início desta tarde sobre os ataques a Israel. Ele se disse “chocado” e repudiou o “terrorismo em qualquer de suas formas”.

“O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU”, escreveu. “Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados.”

Mais cedo, o governo israelense declarou que está “em guerra”, após a ofensiva sem precedentes de insurgentes da Palestina, e respondeu contra-atacando alvos em Gaza. Segundo autoridades palestinas, o número de mortos na região chegou a 198.

O Brasil exerce ao longo de outubro a presidência rotativa do Conselho de Segurança, em Nova York, e tem a prerrogativa de convocar reuniões de última hora para discutir situações graves de segurança no mundo.

“Na qualidade de Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão”, disse o Ministério das Relações Exteriores, em nota.

O Itamaraty afirmou que a continuidade do conflito em Israel e na Palestina não é uma “alternativa viável” e considerou ser “urgente a retomada de negociações de paz”. O governo brasileiro pediu que os dois lados no confronto evitem a escalada da situação.

“O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz”, disse o Itamaraty.

Segundo o governo federal, até o momento não há informações de vítimas brasileiras, seja em Israel ou na Palestina.

Leia a íntegra da nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores:

“O governo brasileiro condena a série de bombardeios e ataques terrestres realizados hoje em Israel a partir da Faixa de Gaza, provocando a morte de ao menos 20 cidadãos israelenses, além de mais de 500 feridos. Expressa condolências aos familiares das vítimas e manifesta sua solidariedade ao povo de Israel.

Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação.

Não há, até o momento, notícia de vítimas entre a comunidade brasileira em Israel e na Palestina.

O Brasil lamenta que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina.

Na qualidade de Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão.

O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz.”

 

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Política

Na ONU, indígenas denunciam ataques e pedem proteção para voltar ao Brasil

Jamil Chade*

Lideranças indígenas temem represálias depois de denunciar, na ONU, invasores em suas terras. Eles, porém, agora pedem que as autoridades brasileiras tomem medidas de proteção para garantir que emboscadas e ameaças não ocorram em seu retorno ao Brasil. O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania informou aos indígenas que a proteção será assegurada e, nesta quinta-feira, acionou os órgãos competentes no país.

Nesta semana, lideranças do povo Arara estão nas Nações Unidas para relatar aos órgãos internacionais a situação de vulnerabilidade de sua comunidade. Em encontros fechados ou em discursos diante dos governos, eles insistiram sobre o fato de que, se os anos de Jair Bolsonaro foram superados, a situação continua sendo ameaçadora.

O temor do grupo é de que, no retorno ao Brasil, a situação seja transformada em uma ameaça à vida dos dois líderes. Ao UOL, os represetantes do povo Arara confirmaram que vem sofrendo intimidações e alertas.

“Estamos denunciando o desmatamento na Amazônia e queremos que a ONU pressione o governo para cumprir suas obrigações”, afirmou Mobu Odó Arara, cacique do povo Arara da Terra Indígena Cachoeira Seca.

Segundo ele, sua comunidade conta com 120 famílias. Mas outras 2 mil pessoas também vivem dentro de suas terras.

“Transitamos pela mesma estrada que essas famílias usam. É nossa única forma de chegar em nossa comunidade. Recebemos ameaças antes mesmo de fazer essas denúncias na ONU. Eu estou aqui e não sei o que vai acontecer depois”, disse o cacique.

Mobu Odó conta que já teve de ser escoltado duas vezes para chegar até sua aldeia e que seu sogro foi assassinado por pescadores. Hoje, ele diz que as ameaças vêm de fazendeiros e grileiros. “Com o governo Lula, as coisas melhoraram. Mas ainda não temos segurança+, disse.

Numa carta enviada ao Itamaraty e outros órgãos do governo no dia 22 de setembro, a Associação Direitos Humanos em Rede (“Conectas Direitos Humanos”), Instituto Maíra e Associação Kowit do povo Arara pediram que “providências acerca da proteção integral das lideranças indígenas do povo Arara da Terra Indígena Cachoeira Seca no regresso de sua missão à Genebra, em razão da participação de duas de suas lideranças na 54ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU”.

“A Terra Indígena Cachoeira Seca e seu povo guardião, aqui representados pelas lideranças do povo Arara, têm sido submetidos a inúmeras violações e violências enquanto povos de recente contato, estão dentro de um território enquadrado, desde 2019, enquanto um dos mais desmatados do Brasil”, diz a carta, obtida com exclusividade pelo UOL.

“Junto disso, os impactos sofridos a partir da instalação do empreendimento de Belo Monte tem gerado contínuas consequências gravíssimas para o aumento das invasões que, por sua vez, geram violências diversas para as lideranças no território. Isso ocorre mesmo diante da exigência de desintrusão do território presente nas condicionantes ambientais de instalação do empreendimento”, afirmou.

Segundo as entidades, neste cenário de violações crescentes e do aumento massivo de invasores no território, representantes do povo Arara estiveram em junho de 2023 em Brasília para uma série de agendas com autoridades do Governo Federal.

“Na ocasião, buscaram informações e providências acerca do processo necessário, ainda que tardio, de desintrusão do território. Inclusive, até o momento, restam pendentes importantes encaminhamentos, a respeito de providências listadas em reunião sobre o Plano de Desintrusão da TI Cachoeira Seca”, disse.

De fato, durante a reunião em junho, Maria Janete Carvalho, diretora da Diretoria de Proteção Territorial da FUNAI, explicou que o processo de regularização fundiária da TI Cachoeira Seca começou na década de 1970. A TI, segundo ela, foi reduzida por conta da Rodovia Transamazônica e assentamentos do INCRA.

Ela ainda indicou, em junho, que em 90 ocorreria a desintrusão e admitiu que a demora na retirada dos invasores aumenta a violência contra os indígenas. Por outro lado, o governo está tomando cuidado com a publicação da lista dos ocupantes de boa e má fé para não agravar ainda mais a violência.

Mas, três meses depois, a carta ao governo deixa claro que muitas das promessas feitas durante a reunião ainda não foram implementadas.

O grupo, portanto, fez dois pedidos:

A garantia da logística de segurança dos indígenas, com a adoção de todas as providências necessárias à tutela da vida e integridade física ao longo do trajeto de retorno de Altamira até a TI Cachoeira Seca, a partir do dia 1º de outubro; e

A designação de representante desse órgão para que se possa realizar o contato direto nos próximos dias, em caso de emergência relativa a segurança, e também para tratativas a respeito da logística necessária à proteção da vida e integridade física das pessoas envolvidas na missão

*Uol