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Justiça

PGR rejeita queixa-crime apresentada por Bolsonaro contra Lula por injúria e difamação em discurso

Paulo Gonet argumenta que Constituição garante ao presidente da República ‘imunidade processual temporária’ durante o mandato.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou neste sábado uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) recomendando a rejeição de uma queixa-crime apresentada por Jair Bolsonaro contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro acionou o STF em outubro do ano passado, alegando que Lula cometeu injúria e difamação durante um discurso em Salvador, em maio.

Na visão de Bolsonaro, o petista indiretamente vinculou o ex-presidente a uma mansão nos Estados Unidos, que seria de propriedade do irmão do ajudante de ordens Mauro Cid.

Durante o discurso, Lula disse: “Agora mesmo, acabaram de descobrir uma casa, uma casa de US$ 8 milhões do ajudante de ordem do Bolsonaro. Certamente, uma casa de US$ 8 milhões não é para o ajudante de ordem. Certamente, é para o paladino da discórdia, o paladino da ignorância, o paladino do negacionismo”.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumenta que a Constituição garante ao presidente da República uma “imunidade processual temporária” durante o mandato. Por isso, para Gonet, não cabe a abertura de uma ação penal.

“Na visão do Ministério Público Federal, as condutas narradas, por serem estranhas às suas funções, invocam a aplicação da imunidade constitucionalmente conferida ao Presidente da República e impedem a instauração da ação penal, enquanto não cessar o respectivo mandato”, escreveu.

Na época, os advogados de Bolsonaro afirmam que, apesar do presidente não ter mencionado diretamente seu nome, “muito provavelmente a fim de evitar qualquer responsabilização jurídica”, “é inegável que a intenção por trás da fala do ora Presidente da República era atingir pessoalmente” o ex-presidente. Eles também afirmam que “não há e nem nunca houve qualquer relação” de Bolsonaro com o imóvel e que a declaração de Lula “é absolutamente inverídica”.

 

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Política

ONG espionada pela Abin quer entrar com queixa-crime no STF contra Ramagem

Para a PF, Abin tentou usar um trabalho feito na ONG — que defende acusados de integrar CV e PCC — para ligar ministros do STF e políticos do PT a essas facções.

A ONG Instituto Anjos da Liberdade quer ajuizar uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal contra o deputado Alexandre Ramagem, do PL do Rio de Janeiro, por ter espionado a diretora da organização, Nicole Fabre, e a presidente, a advogada Flávia Fróes.

Segundo o colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, as investigações da Polícia Federal apontam que a Abin tentou usar um trabalho feito dentro da ONG — que visa defender acusados de integrar o Comando Vermelho e o PCC — para incriminar ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos do PT.

A PF suspeita de que, durante o governo de Jair Bolsonaro, a Abin, sob comando de Ramagem, tenha usado o software israelense FirstMile para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas como governadores e até integrantes do Supremo Tribunal Federal.

O relatório produzido pela corporação diz que foram produzidos documentos sobre as diligências da Anjos da Liberdade no STF e audiências realizadas no Senado Federal.

A PF ressalta também que a ação de espionagem foi motivada pela ação da ONG na Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 2019, contra Jair Bolsonaro em razão de violações de Direitos Humanos no Sistema Penitenciário Federal.

Fróes disse à reportagem que a ONG, citada no relatório da PF, pediu acesso aos autos e que irá ajuizar uma ação contra Ramagem por espionagem.

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Justiça

“Misógino”: Moraes vota a favor de queixa-crime de Tabata contra Eduardo Bolsonaro

Filho do ex-presidente disse que deputada era patrocinada por bilionário por defender proposta de distribuição de absorventes para população carente. Ação foi retomada pelo plenário virtual do STF, informa o Correio Braziliense.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta sexta-feira (24/2), a favor de uma queixa-crime protocolada pela deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por difamação e disseminação de fake news. O filho do ex-presidente disse, em uma série de posts nas redes socais, que a parlamentar teria elaborado um projeto de lei “com o propósito de beneficiar ilicitamente terceiros”.

A proposta trata da distribuição de absorventes em espaços públicos. Para Moraes, as declarações “constituem ofensas que exorbitam os limites da crítica política, uma vez que constituem abuso do direito à manifestação de pensamento, em integral descompasso com as funções e deveres parlamentares”.

Tom misógino

O ministro também destacou o tom misógino de Eduardo Bolsonaro. “O deputado federal, nas publicações em referência, na plataforma digital Twitter, extrapolou da sua imunidade parlamentar para proferir declarações abertamente misóginas e em descompasso com os princípios consagrados na Constituição Federal, cuja ilicitude deverá ser devidamente apreciada por esta Suprema Corte”, ressaltou no voto.

A queixa-crime havia sido rejeitada pelo ministro Dias Toffoli em maio do ano passado. À época, o magistrado argumentou que imunidade parlamentar ampara as declarações de Eduardo Bolsonaro neste caso. No entanto, Moraes pediu vista, ou seja, mais tempo para análise da ação, e o caso foi para o plenário virtual da Corte. O julgamento teve início nesta sexta-feira, com previsão de terminar no próximo dia 3.

O ataque ocorreu em 2021, após Amaral reprovar o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto de lei que distribuiria absorventes para mulheres de baixa renda. Eduardo Bolsonaro disse que a deputada agia de “maneira quase infantil” para “atender ao lobby de seu mentor-patrocinador Jorge Paulo Lemann, um dos donos da produtora de absorventes P&G, do que realmente conseguir um benefício ao público”.

Eduardo Bolsonaro ainda afirmou na internet que Tabata Amaral é financiada por Lemann e disse ainda que o bilionário é da P&G, empresa de bens de consumo que fabrica, entre outros, absorventes. A informação é falsa.

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Justiça

Moraes dá 15 dias para Magno Malta explicar declarações contra Barroso

Ex-senador acusou o ministro do STF de “bater em mulher” durante congresso conservador em Campinas, São Paulo.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 15 dias para Magno Malta (PL), ex-senador e aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), explicar acusações feitas contra o também ministro Luís Roberto Barroso durante congresso conservador realizado no último fim de semana, em São Paulo, segundo o Metrópoles.

Em discurso no evento, Malta afirmou que Barroso é “defensor de ONGs abortistas” e “bate em mulher”. Além disso, o ex-senador falou sobre a atuação do ministro como advogado de defesa do ativista Cesar Battisti.

“Esse homem [Barroso] é sabatinado no Senado, e, quando é sabatinado, a gente descobre que ele tem dois processos no STJ [Superior Tribunal de Justiça], na Lei Maria da Penha, sobre espancamento de mulher”, declarou o ex-parlamentar no congresso, promovido pelo deputado e filho do presidente da República, Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Após os ataques, Barroso apresentou queixa-crime contra Malta.

Na decisão, Moraes declarou que as falas de Malta “assemelham-se, em acentuado grau, ao ‘modus operandi’ da organização criminosa” investigada pelo ministro no inquérito que apura a divulgação de notícias falsas por uma milícia digital.

Em nota, o ministro Luís Roberto Barroso afirma que o caso citado pelo ex-senador aconteceu em 2013, e que a mulher em questão apresentou ação contra diversos agentes públicos ligados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“A referida advogada, numa história delirante, dizia ter sido atacada moralmente na tribuna durante uma sustentação. O ministro nunca sequer viu a referida advogada. O fato simplesmente não aconteceu, vindo o recurso a ser arquivado. Não há qualquer vestígio de veracidade na fala de Magno Malta”, salientou.

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