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Luis Miranda diz que corrupção no governo Bolsonaro é ‘muito maior’

Em entrevista à Folha, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que o esquema de corrupção do Ministério da Saúde pode ser “muito maior” do que o caso da vacina Covaxin, investigado pela CPI da Covid do Senado.

Miranda disse que seu irmão, Luis Ricardo Miranda, chefe do departamento de importação do ministério, vê indícios de operação “100% fraudulenta” para a compra de testes de Covid.

“Se existir algo realmente ilegal, não é só nessa vacina [Covaxin], é na pasta toda. O presidente [Jair] Bolsonaro demonstra claramente que não tem controle sobre essa pasta”, disse o deputado neste domingo (27).

Os dois prestaram depoimento à CPI na sexta-feira (25). O deputado afirmou que seu irmão pode dar mais informações em uma eventual sessão secreta da comissão.

A existência de denúncias de irregularidades em torno da compra da vacina indiana Covaxin foi revelada pela Folha no dia 18, com a divulgação do depoimento sigiloso de Luis Ricardo ao Ministério Público Federal. Desde então, o caso virou prioridade da CPI no Senado.

Na entrevista, o deputado Luis Miranda disse que o diretor de logística do ministério, Roberto Ferreira Dias, é quem dá as cartas. “Nada ali acontece se o Roberto não quiser.”

Dias foi indicado ao cargo pelo ex-deputado Abelardo Lupion e por Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara.

No depoimento à CPI, Miranda disse que o presidente citou o nome de Barros quando foi informado pelo deputado e por seu irmão, no dia 20 de março, sobre irregularidades envolvendo o contrato de R$ 1,6 bilhão assinado pelo ministério com a Precisa Medicamentos para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin.

O deputado deu à Folha mais detalhes da reunião que teve com Bolsonaro naquele dia no Palácio da Alvorada. Segundo ele, o nome de Barros foi mencionado pelo presidente logo nos primeiros dez minutos de conversa.

“Esse pessoal, meu irmão, tá foda. Não consigo resolver esse negócio. Mais uma desse cara, não aguento mais”, teria dito Bolsonaro, segundo o deputado.

A Folha procurou o Ministério da Saúde e Roberto Ferreira Dias, mas não houve resposta.

O senhor sabe se seu irmão será afastado do cargo? Não. Nada oficial. Já descobri agora, com pessoas assim, de confiança, que a Polícia Federal vai agir no sentido de proteger o trabalho dele. Não sei se de fato é concreto. Parece que a partir de segunda-feira a PF vai estar dentro do ministério, a coisa vai mudar um pouco.

O senhor já disse que não gravou a reunião com o presidente. O seu irmão gravou? Não, você me desculpa. Daqui a pouco meu irmão está recebendo busca e apreensão na casa dele. Na desculpa de achar uma gravação, vão devastar a vida do coitado.

É que ficou essa dúvida no ar… É melhor no ar do que a certeza dela. Na hora certa, se precisar… Mas acho que o presidente vai jogar na desconstrução de imagem. Estou vendo todos os aliados dele atacando minha honra.

O servidor Rodrigo de Lima, citado por seu irmão na CPI, negou à Folha que tenha falado em propina, mas disse que um coronel do Exército o procurou para tratar de vacinas. Isso é comum? Não sei. Meu irmão falou que realmente os militares tinham uma presença meio não republicana, mas nunca quis dizer o que seria. Inclusive meu irmão falou algo importante. Ele é técnico, apaixonado, meio metódico, meio paranoico com regulamento, regras. Quando vê um item errado, dois, é muito raro ter erro nessa operação grande, complexa. Não é normal ter tantos erros. Quando tem muitos erros, chama a atenção dele. Ele disse que tem uma operação grande rodando no Ministério da Saúde, de milhões agora. Envolve uma operação que na opinião dele é 100% fraudulenta.

É sobre vacinas? Sobre testes.

Sobre testes de antígenos? Compraram com a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) 3 milhões e estavam abrindo compra para mais 14 milhões. Pelo que vejo aqui, é procedimento totalmente usando a Opas para fazer a jogada, com dinheiro do Banco Mundial. Querem fazer uma compra gigantesca, altamente desnecessária.

O senhor tem mais material para a CPI? Se for em reunião fechada, meu irmão sabe muita coisa. Acho que se a CPI fizer reunião fechada, pedir dados, informações. Meu irmão não quer fazer denúncia, porque, pela forma como o Palácio agiu, qualquer informação que ele der, que porventura não se prove lá na frente, vão tentar colocar uma denunciação caluniosa.

O que ele pode fazer é dar informações que suspeita pela forma que foi feita, como aditivos de aumento de valores, feitos às escuras, aumentando valores de licitações, que esperam bastante tempo para que os demais concorrentes que perderam não observem isso. Aí dão aumentos significativos nos contratos.

Se o presidente confrontar a sua versão do encontro, o que o senhor vai responder? O presidente não é doido de fazer isso. Mas, se fizer, vai tomar um susto. Não pode me chamar de mentiroso, pode falar qualquer coisa, menos que sou mentiroso.

O senhor lembra de cabeça exatamente as frases do presidente naquele dia? Uma muito marcante para mim: “Isso deve ser coisa, mais uma desse cara”. Ele está falando olhando para uma matéria [antiga] sobre a Global [ligada à Precisa Medicamentos, sob investigação]. Na sequência, pergunta para a gente: “Vocês têm informação se o Ricardo Barros realmente está envolvido nisso?” Aí ele fala, nomeia ele.

Durou quanto tempo esse encontro? 50 minutos.

E a parte do Barros foi quando? Logo no começo, com 10 minutos de conversa ele já soltou. Quando a gente começa a mostrar os papéis acontece essa conversa, ele dá uma desabafada, fala dos combustíveis, que era aquilo que estava irritando. Ele falou assim: “Vocês têm informações se o Ricardo Barros estava influenciando ou fazendo?”. Eu digo: “Presidente, a gente não sabe o nome de ninguém, trouxemos informações técnicas”. Aí ele disse: “Esse pessoal, meu irmão, tá foda. Não consigo resolver esse negócio. Mais uma desse cara, não aguento mais”.

Ele dá uma desabafada: “Não sei o que fazer mais”. Aí a gente fala que esse caso é grave, tem de dar uma atenção a isso. Aí ele solta que queria encaminhar para o DG [diretor-geral] da PF. ​ Ele deu a entender que sabia de outros problemas inclusive.

Na conversa com o presidente, o senhor acha que ele se surpreendeu ou sabia que Barros estava por trás disso? Ele não sabia nem do caso. É como se a pasta tivesse um dono, e não o presidente da República. É como se aquele ambiente ali não pertencesse a ele. Ele não conhecia o caso.

É do centrão ali. É como se fosse isso, como se dissesse que ali, ele dá até o nome, de uma forma assim “mais uma, mais uma desse cara”.

E ele mantém o Barros como líder do governo. O senhor acha que ele se sente refém do Barros mesmo após tudo isso? Não sei. Gostaria que não fosse verdade, sendo bem honesto. Se for verdade, é pior. Se for verdade, talvez estejamos no maior esquema de corrupção de todos os tempos.

Que envolveria não só essa vacina, mas várias coisas no ministério. Exatamente, se o presidente não conhece o assunto, não tem interesse de conhecer, de que investigue, não tem interesse que testemunhas falem, porque ele reage fortemente contra essas testemunhas, ele quer manter a narrativa de que no governo dele não tem corrupção. Demonstra claramente um sinal para o próprio corrupto, se é que ele existe, né, de que está liberado.

O senhor acha que o esquema, como falou, de testes e outras vacinas, pode ser muito maior do que esse da Covaxin? Acho que pode ser muito maior. Se existir algo realmente ilegal, não é só nessa vacina, é na pasta toda. O presidente demonstra claramente que não tem controle sobre essa pasta. Tem muita coisa que dá para puxar e investigar. E descobrir algo em outra situação que vai ligar diretamente com a Covaxin. É o mesmo grupo.

Esse dos testes é do mesmo grupo? Não, mas são as mesmas pessoas dentro do ministério.

O senhor e o Barros chegaram a conversar? Ele sabia que o senhor iria jogar o nome dele na CPI? Ele mandou para mim [lê a conversa]: “Vamos falar, amigo?”. Às 10h23 da quarta-feira [23]. Escrevi: “Sempre, agora?”. E ele não respondeu. Agora tem de entender o seguinte, ele é o líder do governo. Líder do governo pode querer falar comigo [por outros assuntos]. Tenho várias matérias.

O esquema da Covaxin seria o quê? Superfaturar e desviar? Não, é só você observar o seguinte. O custo dessa vacina, para vender, para governos, internamente, é US$ 5,3. A própria empresa anuncia. Para vendas internacionais, fala que custa de US$ 15 a US$ 20. A empresa indiana, já consciente que, para poder conseguir um governo que tem interesse, talvez tenha algum lobby no meio do caminho, um distribuidor, vai conseguir abrir as portas. Uma empresa que fala que vender a US$ 5,3 está satisfeita e tem lucro, no momento em que fala em vender por US$ 15 para nós, no Brasil…

Alguém está levando… Alguém tá levando muita grana aí. E por isso o pagamento em offshore lá fora. A empresa vai receber o dela. O resto fica essa offshore para fazer a distribuição da forma como foi acordado. Ou seja, com pessoas legítimas ou com operações não republicanas.

Veja mensagens de deputado sobre a Covaxin que citam Bolsonaro

O Roberto Ferreira Dias, diretor de logística do Ministério da Saúde, é indicado do Barros lá dentro? Isso é verdade.

Ele seria o elo do esquema? Eu acho assim, nada ali acontece se o Roberto não quiser. Tudo o que aconteceu, inclusive a pressão sobre o meu irmão, é sob a aprovação dele. Sem ele, ninguém faz nada. Isso é uma das únicas certezas que tenho.

O senhor falou da suspeita em relação a testes. E outros casos de vacina, o senhor ouviu falar, tem detalhes? Além da Covaxin, algum outro processo também foi feito de forma açodada? Também há suspeita sobre outros processos? Vários, inclusive entregamos dossiê ao Onyx [Lorenzoni, ministro].

Mas não era sobre vacina ou era? Não, sobre vários temas. Ali é um problema grave, é foda.

O senhor aceitaria uma acareação com o general Eduardo Pazuello [ex-ministro da Saúde]? Sem problema nenhum, ele não falou nada demais comigo. Estava desabafando a sacanagem que estavam fazendo no ministério. Falou que a pessoa falou na cara dele que ia tirá-lo. Botou o dedo na cara dele e falou: “Vou te tirar dessa cadeira”. Então ele sabe quem é.

Essa pessoa seria o Barros? Não. Ele falou para mim uma outra pessoa. Não vou falar, vão dizer que estou mentindo. Seria um poderoso parlamentar. Ele me conta toda a história da tentativa de atacar vacina. Esse grupo trabalhou alinhado a interesses não republicanos para travar inclusive o começo da vacina no Brasil pelo ministério. Fala que tem interferência direta nos interessados da Coronavac. Influência interna, externa lá na China para assegurar insumos deles.

O Pazuello quis fazer, assinar contrato, o presidente vetou. O Pazuello entende que existiam interesses não republicanos em não começar a vacinação pelo ministério. Essa coisa do lobby está pesando, misturando Saúde e Planalto, e dificultou a vida dele. Ele quis fazer de tudo para lançar primeiro [a vacinação].

O senhor chegou a falar com o ministro Marcelo Queiroga [Saúde] sobre esse caso? Única vez que consegui encontrar o Queiroga na vida foi num jantar na casa de um amigo, que é parlamentar também. E eu falei rapidamente com ele, falei: “Ministro, preciso despachar com você”. Ele: “A hora que você quiser”. E mesmo assim também não consegui. Oficiei, fiz acontecer. É difícil de acreditar que a pessoa não conseguiu ter agenda comigo. É oficial, gabinete pedindo.

O senhor é favor do impeachment do presidente? Tudo o que fiz foi tentando ajudar o governo. Para que ele pudesse evitar uma possível corrupção no governo dele. Então, o que mais me decepciona e deixa mais desagradado com essa situação é agora a real suspeita, com a reação do governo, de que talvez o governo sabia e tentou ocultar mesmo, maquiar.

*Mateus Vargas e Leandro Colon/Folha

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Renan desafia: ou Bolsonaro desmente ter citado Ricardo Barros ou passa a ser, pelo silêncio, seu maior acusador

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, desafiou Jair Bolsonaro neste domingo (27) a se posicionar sobre a revelação da comissão na última sexta-feira (25), quando o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que o nome de Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, foi citado pelo presidente como alguém que estaria comandando um esquema de corrupção na compra de vacinas através do Ministério da Saúde.

Ou o presidente da República desmente cabalmente ter citado o líder de seu governo aos irmãos Miranda ou o presidente passa a ser, pelo silêncio, o maior acusador do deputado Ricardo Barros”, escreveu Renan no Twitter.

Desde a sessão de sexta, Bolsonaro apenas atacou a CPI, dizendo que o grupo era composto por “sete pilantras”, e que não iriam “ganhar no tapetão ou inventando narrativas”. Mas nada falou sobre saber do envolvimento de Ricardo Barros. O próprio líder do governo negou na sexta estar envolvido no esquema.

A CPI prepara uma notícia-crime para impetrar junto ao STF e à PGR, indicando que Bolsonaro prevaricou. Segundo Luis Miranda, durante um encontro com o presidente no Palácio da Alvorada, ao receber provas de um esquema de corrupção na compra da Covaxin, Bolsonaro disse que era “coisa do Ricardo Barros”. O deputado insinuou ter gravação do diálogo.

*Com informações do 247

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Mais escândalo: Governo comprou R$ 5,2 bilhões de vacina representada por empresa de amigo de Ricardo Barros

No dia 16 de junho o site da CNN divulgou nota do Ministério da Saúde em que se comemorava a intenção de compra de 60 milhões de doses da vacina CanSino. A reportagem informava que teria tido acesso ao documento assinado no dia 4 de junho.

O governo federal, ainda segundo a reportagem, iria pagar 17 dólares por dose. Ou seja, R$ 5,2 bilhões por 60 milhões de doses. O valor mais alto de todas as vacinas compradas pelo governo incluindo a Covaxin, 15 dólares. Ambos os imunizantes são aplicados em dose única.

O detalhe da operação é que o acordo de intenção de compra, assinado pelo secretário em Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, se deu com a empresa Belcher Farmacêutica do Brasil, que representa a CanSino.

A Belcher Farmacêutica que havia entrado com pedido de uso emergencial junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no dia 19 de maio e cujo processo de análise ainda estaria em andamento tem sua sede em Maringá, como pode ser vista na imagem abaixo.

Maringá, no Paraná, é a cidade em que Ricado Barros tem sua base eleitoral e onde foi prefeito. Ricardo Barros foi acusado pelos irmãos Miranda de ter sido citado por Bolsonaro como o dono do esquema de compra da Vacina Covaxin que está sendo investigado pela CPI do Covid.

O paranaense Emanuel Catori é o diretor presidente da Belcher Farmacêutica do Brasil, de Maringá. Ele junto com os empresários bolsonaristas Luciano Hang, das lojas Havan, e Carlos Wizard, liderou um movimento para que empresas privadas conseguissem permissão para comprar e distribuir imunizantes, criando o “camarote das vacinas”. Em março deste ano ele esteve em Brasília para uma conversa com o governo federal acerca deste tema.
A Belcher pertence a Emanuel Ramalho Catori e também a Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, filho de Francisco Feio Ribeiro Filho, ligado a Ricardo Barros.
Chiquinho Ribeiro, como é conhecido em Maringá, foi presidente da Urbamar na gestão de Barros como prefeito de 1989 a 1992, e conselheiro da Sanepar no curto governo de Cida Borghetti, esposa de Barros.

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O fio dessa história começou a ser levantado pelo jornalista Hugo Souza que que publicou o texto que segue.

“Atenção, CPI e colegas jornalistas.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, apontado ontem por Luis Miranda como o homem acobertado por Bolsonaro na fraude da Covaxin, é próximo do empresário Francisco Feio Ribeiro Filho.

Conhecido como Chiquinho Ribeiro, o dono da Pneumar foi presidente da Urbamar, empresa de urbanização de Maringá, quando Barros foi prefeito da cidade, lá no início da década de 90. Na declaração de Imposto de Renda de Barros para o exercício 2002 aparece o nome de Francisco Feio Ribeiro Filho na seção ‘pagamentos e doações efetuados’, e o valor de R$ 16 mil, algo que hoje seria em torno de R$ 50 mil, pela correção IPCA.

Quando Chiquinho Ribeiro completou 70 primaveras, em 2016, o irmão de Ricardo, Silvio Barros – que também já foi prefeito da terra do Marreco -, publicou no Instagram uma foto sua e de sua consorte na comemoração: ‘festa linda, merecida e abençoada do nosso amigo Chiquinho Ribeiro’.

Quando Cida Borghetti, esposa de Ricardo Barros, tornou-se governadora do Paraná, em 2018, Chiquinho foi parar na direção da Companhia de Saneamento do estado (Sanepar).

Há dois meses, Cida Borghetti foi nomeada por Bolsonaro para o Conselho de Administração de Itaipu Binacional, rendendo o indefectível Carlos Marun e com salário de R$ 27 mil para participar de umas reuniões.

Há 15 dias, meados de junho, o Ministério da Saúde assinou intenção de compra de 60 milhões de doses de uma vacina contra a covid-19 chamada Convidecia, do laboratório chinês CanSino. O preço é de nada menos que 17 dólares a dose, mais cara que a Covaxin. A se confirmar o negócio, que está na dependência da Anvisa, será a vacina mais cara negociada pelo Brasil (É dose única, mas a Janssen também e custa US$ 10).

Estamos falando de um negócio de mais de R$ 5 bilhões. Para quem não queria ‘vaChina’, que coisa, hein?

A representante da CanSino no país é a Belcher Farmacêutica do Brasil, com sede em… Maringá. Há um ano, em julho do ano passado, a Belcher foi alvo da Operação Falso Negativo, contra empresas que se lambuzaram em superfaturamentos aproveitando-se da dispensa de licitação para aquisição de testes rápidos de covid-19.

Um dos sócios da Belcher é Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, que é filho de… Chiquinho Ribeiro.

No dia 6 de janeiro de 2021, há poucos meses, portanto, foi aberta em Maringá a empresa Rcy Brasil & Belcher Spe Ltda, com atividade principal de ‘Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano’. No quadro de sócios e administradores da novíssima firma consta a Belcher e a Ribetech Participacoes Sociais LTDA, pessoa jurídica com capital social de mil reais representada pela pessoa física Francisco Feio Ribeiro Filho – Chiquinho Ribeiro, o velho conhecido de Ricardo Barros.

A Rcy Brasil & Belcher funciona no mesmo endereço da Belcher em Maringá, no número 21102 da rua Rodolfo Cremm, numa construção tipo galpão rodeada por terrenos baldios, segundo mostra o último registro feito pelo Google Street View, em 2020. A farmacêutica maringaense que é parte em um contrato de mais de R$ 5 bilhões com o Ministério da Saúde, para compra de vacinas, tem o número de identificação do seu imóvel-sede apenas e tão somente escrito à mão no poste de ligação de energia.

Cereja: informações da imprensa dão conta de que por trás do pedido de liberação da vacina Convidecia na Anvisa estão Luciano Hang, Carlos Wizard e o outro sócio da Belcher, Emanuel Catori. Hang e Wizard são os dois grandes empresários brasileiros mais próximos do presidente da República. Um anda na garupa, o outro é do gabinete paralelo.

Pode ser apenas mais uma grande Convidecia, digo, coincidência, já que este é o país delas, vide a lista de condôminos do Vivendas da Barra.

Mas acho que convinha dar uma olhada no tocante a essa cuestão aí. Talquei?”

No dia seguinte, Hugo completou as informações:

“Muito além da Covaxin:

Ontem publiquei post sobre a ligação de Ricardo Barros com a família responsável pela Belcher, a farmacêutica de Maringá – reduto político de Barros – que assinou contrato com o Ministério da Saúde para intermediar a compra de uma vacina Chinesa chamada Convidecia por US$ 17 a dose, num negócio que vai passar de R$ 5 bilhões. Será a vacina mais cara do Brasil. O negócio está na dependência de aval da Anvisa.

Hoje acrescentei informações ao post. A principal, esta:

‘No dia 6 de janeiro de 2021, há poucos meses, portanto, foi aberta em Maringá a empresa Rcy Brasil & Belcher Spe Ltda, com atividade principal de ‘Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano’. No quadro de sócios e administradores da novíssima firma consta a Belcher e a Ribetech Participacoes Sociais LTDA, pessoa jurídica com capital social de mil reais representada pela pessoa física Francisco Feio Ribeiro Filho – Chiquinho Ribeiro, o velho conhecido de Ricardo Barros’.

‘A Rcy Brasil & Belcher funciona no mesmo endereço da Belcher em Maringá, no número 21102 da rua Rodolfo Cremm, numa construção tipo galpão rodeada por terrenos baldios, segundo mostra o último registro feito pelo Google Street View, em 2020. A farmacêutica maringaense que é parte em um contrato de mais de R$ 5 bilhões com o Ministério da Saúde tem o número de identificação do seu imóvel-sede apenas e tão somente escrito à mão no poste de ligação de energia’.”

*As informações são da Forum

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Irmãos Miranda, a batata que queima no colo de Bolsonaro

O dia que parecia balançar o Governo na CPI da Pandemia era cercado de expectativas pela presença dos dois Miranda que levantaram suspeitas de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin e de eventual omissão do presidente Jair Bolsonaro. Um é deputado, espalhafatoso e midiático. O outro, um discreto servidor público no Ministério da Saúde de fala baixa e econômica. Água e óleo que se encontraram na CPI, com um verniz Ruth e Raquel. Luis Miranda, eleito em 2018 pelo DEM, chegou com colete a prova de balas por no Senado argumentando que recebeu ameaças de morte. Horas antes havia postado uma foto em seu Instagram ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira, para lhe desejar feliz aniversário. Fez promessas de chacoalhar a República na CPI da Pandemia, que chegou a criticar até pouco tempo.

Já seu irmão, Luis Ricardo, veio direto do aeroporto depois de sair de Miami para desembaraçar a chegada das vacinas Janssen, doadas pelos Estados Unidos ao Brasil. Mesmo cansado, o servidor que apontou a pressão de superiores para aprovar a vacina Covaxin em prazo recorde, respondeu a todas as perguntas pausadamente, em voz baixa, mas de maneira direta. Sentando do lado direito do presidente da CPI, Omar Aziz ( PSD-AM), Miranda deu nomes dos chefes acima dele que o pressionaram de final de semana e tarde da noite — Alex Leal Marinho, Coronel Pires e Roberto Ferreira Lima —para acelerar a liberação da vacina Covaxin, ainda quando a documentação não estavam em ordem. Relatou também que outro servidor de nome Rodrigo lhe comentou que “um rapaz que vendia vacina disse que seus gestores estavam pedindo propina.”

Miranda é chefe de Importação desde 2018, lotado no Departamento de Logística em Saúde, de onde fiscaliza contratos e responde pela execução de importação. “Somos a ponta final do processo para que os insumos estratégicos da saúde cheguem ao País”. Sua maior ousadia foi dizer “meu partido é o SUS”. De camisa azul clara e colarinho um pouco torto, manteve a calma para responder a todas as perguntas que lhe foram feitas, sem perder o fio da meada nem mesmo com as agressivas investidas dos senadores governistas, como Marcos Rogério (DEM-RO). Foi elogiado por governistas e opositores pela sua postura séria.

Já Miranda, o deputado, manteve o estilo dramático em seu relato, sentado ao lado esquerdo de Omar Aziz. Em terno impecável, leu, com sua voz de radialista, ponto a ponto a comunicação que teve com o irmão por WhatsApp quando este lhe relatava o clima desconfortável que ele e sua equipe estavam vivendo em função da pressa para aprovar a vacina indiana. Depois, a comunicação com Diniz Coelho, assessor do presidente, para cobrar que o presidente Bolsonaro ouvisse o relato seu irmão. “Pelo amor de Deus, Diniz, isso é muito sério. Meu irmão precisa saber do PR como agir!”, repetiu, sobre a insistência em falar com o presidente sobre as suspeitas na compra da Covaxin.

Não deixou de fazer marketing de si mesmo. “Cheguei de cabeça erguida com a missão de combater qualquer tipo de corrupção. Não tem partido nem ideologia”, disse ele, eleito na onda bolsonarista e que defende com unhas e dentes a pauta do Governo em suas redes sociais. Embarcou nos elogios ao irmão dizendo que mudaria de posição sobre a reforma administrativa para apoiar a estabilidade que protege servidores como ele.

Marinheiro de primeira viagem na política, o deputado democrata comprou inimigos na velocidade da luz. Foi literalmente peitado no intervalo do depoimento pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), chamado de “picareta” pelo senador Jorginho Mello (PSC-SC), e contou ter sido chamado de “171”, referente a crime de estelionato, pelo deputado Eduardo Bolsonaro. Mas se embananou em insinuações dos nomes que estariam por trás da pressão sobre seu irmão.

O deputado relatou, por exemplo, que quando esteve no dia 20 de março com o presidente junto com o irmão, Bolsonaro teria reagido dizendo: “Vocês sabem quem que é, né? Puta merda, se mexer vai ferrar…”. Ele ouviu do presidente o nome de um deputado que teria ingerência no Ministério da Saúde, mas ao longo de horas na sessão não admitiu de quem se tratava. Àquela altura a maioria dos senadores já estavam ligando o nome do deputado Ricardo Barros (PP-PR), e o questionavam, mas Luis Miranda não admitia. “Minha memória falha”, esquivava.

Foi o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) quem o colocou no lugar quando pediu novamente para ele relatar qual era o deputado que ele tentava proteger. “O senhor não se coloca à altura da imagem que tenta vender. O senhor assumiu o compromisso de falar a verdade, mas tivesse a coragem diria o nome”, afirmou completando: “Só muda o país quando as pessoas tiverem coragem. O servidor [Luis Ricardo Miranda] sim, cumpriu sua missão, o senhor não.” Parece ter batido numa comparação freudiana e o deputado capitulou. “Já perdi a relatoria da reforma tributária, já perdi tudo”, lamentava Miranda para admitir na sequência, quando era questionado por Simone Tebet (MDB), o nome de Ricardo Barros como o deputado nomeado pelo presidente.

*Carla Jiménez/El País

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Com a citação de Barros por Miranda, Cúpula da CPI vê evidências de “crime gravíssimo”

Senadores da cúpula da CPI da Covid disseram hoje, após o encerramento de uma sessão longa, tumultuada e repleta de trocas de farpas, que há evidências de um “crime gravíssimo” por parte do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na negociação da vacina indiana Covaxin.

A declaração da direção do colegiado foi feita depois que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, durante o depoimento de hoje, que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), foi o nome que Bolsonaro relacionou às supostas irregularidades na Covaxin.

“A CPI entrou em uma outra fase a partir do depoimento de hoje”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão. “Até agora tínhamos comprovado que houve omissões na aquisição de vacinas, […] tínhamos comprovado que houve uma estratégia deliberada de imunidade coletiva, […] tínhamos comprovado a existência de um gabinete paralelo negacionista”.

Nós só não tínhamos a informação, até agora, é que tudo isso era por dinheiro, que esse esquema todo tinha como alicerce um enorme e estruturado esquema de corrupção”.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que a situação é muito grave. “Essa pessoa [Barros] que é citada pelo presidente [Bolsonaro] é líder do governo dele na Câmara”, afirmou. “Nos estranha ele ter falado até aqueles impropérios e não ter tomado nenhuma providência”.

Segundo o relato de Miranda à CPI, ao ser avisado por ele e pelo irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, de irregularidades no processo de aquisição da Covaxin, Bolsonaro disse dito que o “rolo seria coisa do…”, sem citar o nome de Barros, que foi confirmado por ele mais tarde.

Após pressão de senadores, Miranda afirmou após insistência da senadora Simone Tebet (MDB-MS) que Barros era deputado que ele havia citado anteriormente. Ao longo do depoimento, Miranda disse 12 vezes “não se lembrar” do nome do líder do governo, que teria sido citado por Bolsonaro.

“O presidente da República demonstrou ter conhecimento [da denúncia] e de quem era o principal agente, o líder de seu governo na Câmara”, afirmou Randolfe. “Estamos diante de evidências de um crime gravíssimo. Mesmo com a denúncia tendo chegado ao presidente, ele só vem tomar providências, pedindo a instalação de inquérito por parte da Polícia Federal no dia de hoje, exatamente no dia do depoimento do depoimento do servidor público e do deputado federal”, disse o vice-presidente da comissão parlamentar de inquérito.

Segundo Aziz, a CPI vai analisar uma proposta da senadora Simone Tebet de fazer uma acareação entre o ex-ministro Eduardo Pazuello (Saúde) e servidores envolvidos no processo da Covaxin com a Precisa Medicamentos, farmacêutica que agiu como intermediária na aquisição da vacina. Segundo Randolfe, além de Pazuello, participariam o ex-secretário executivo da pasta Elcio Franco e dois servidores “que participaram da construção do processo da Precisa”.

*Gabriel Toveg/Uol

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CPI pode denunciar Bolsonaro ao STF por crime de prevaricação

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a comissão parlamentar de inquérito vai avaliar a possibilidade de comunicar a ocorrência de suposto crime cometido pelo presidente Jair Bolsonaro, no caso da compra da vacina Covaxin, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Estadão, por Amanda Pupo – “A direção dessa CPI analisará a possibilidade de comunicar ao STF a ocorrência desse crime para as devidas observâncias do que está disposto no art. 86 da Constituição da República”, disse Randolfe, após citar que existem “todos os elementos” para indicar um “crime de prevaricação” por parte de Bolsonaro.

Randolfe fez as afirmações após o depoimento de 7 horas e meia dos irmãos Miranda à CPI da Covid. Depois de muita insistência dos parlamentares, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que o presidente teria citado o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), ao ouvir denúncias de irregularidades na compra da Covaxin durante encontro no dia 20 de março. Barros negou envolvimento no caso.

“Foram apresentados aqui todos os elementos de um crime cometido pelo presidente da República”, disse Randolfe. “O senhor presidente, através de representante de seu governo, dias depois, tenta intimidar as testemunhas que vão depor nesta CPI. Mais grave que tudo isso, ao ser comunicado do feito criminoso, relata ter suspeita de quem estaria operando e providência não é tomada. Estão dados todos os elementos de crime de prevaricação”, afirmou Randolfe. “Tudo isso era por dinheiro. O esquema todo tinha como alicerce um enorme e estruturado esquema de corrupção”, completou.

O artigo 86 da Constituição, citado pelo senador, estabelece as regras para processo de investigação contra um presidente da República. De acordo com o texto, admitida a acusação contra o mandatário, por dois terços da Câmara dos Deputados, ele será submetido a julgamento perante o STF nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o dia foi “histórico”, iniciando, “efetivamente”, uma nova fase da comissão. “Essa negociação da Covaxin é completamente eivada de irregularidades e fraude. Com a vinda dos irmãos Miranda, possibilitamos esse grande dia. Hoje começamos, efetivamente, nova fase da CPI. Nós já avançamos bastante com relação às teses do plano de trabalho e entramos para valer nessa coisa de desvio de dinheiro público, no beneficiamento pessoal”, argumentou Renan. “A gravidade é muito maior do que vocês estão imaginando”, disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).

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Vídeo: Luis Miranda confirma na CPI que foi Ricardo Barros o deputado citado por Bolsonaro na corrupção da Covaxin

“Vocês não sabem o que eu vou passar”, declarou o deputado Luis Miranda, logo após confirmar o nome do líder do governo na Câmara, integrante do centrão. “Existem momentos na nossa vida que era melhor esquecer o que a gente escutou”

O deputado federal Luis Miranda (DEM) confirmou à CPI da Covid no Senado, na noite desta sexta (25), que foi Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, o deputado citado por Jair Bolsonaro no encontro no Palácio da Alvorada que estaria envolvido na corrupção da compra da Covaxin. Segundo Luis Miranda, Bolsonaro, neste dia, teria “dado a entender” que “não tem força” para combater o “grupo” deste deputado.

Ministro da Saúde durante o governo Michel Temer, Ricardo Barros é suspeito de favorecer empresas ligadas a Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, a representante da Bharat Biotec no Brasil para o fornecimento da vacina Covaxin.

A confissão aconteceu logo após a fala do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que afirmou que Luis Miranda não tinha coragem de dizer que o nome era de Ricardo Miranda.

“Está lhe faltando coragem para falar o nome de Ricardo Barros”, declarou Vieira. “Quando o senhor diz que não se lembra, está ofendendo a inteligência dos senadores, dos brasileiros, e perdendo uma oportunidade”, completou.

Miranda respondeu: “Existem momentos na nossa vida que era melhor esquecer o que a gente escutou”. “O senhor não teve coragem de dizer o nome, eu tenho: Ricardo Barros”, disse então Vieira. “Essa CPI já sabe o caminho que ela tem que seguir. Se ela fizer o ‘follow the money’, provará que estamos vivendo uma ilusão”, devolveu o depoente.

Logo depois, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) assumiu a fala na CPI e voltou a estimular Miranda a responder que se tratava de Ricardo Miranda. Ele então finalmente confirmou: “Foi o deputado Ricardo Barros que o presidente falou”. Confira no vídeo:

*Com informações do 247

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Após tomar o comando da Câmara, Centrão busca lugar de militares no governo

Como nenhum almoço é de graça, começa a ser cobrada pelo Centrão a fatura de Bolsonaro.

A vitória nas eleições do Congresso impulsionou o apetite do Centrão por espaços no governo do presidente Jair Bolsonaro, que agora terá um novo esteio para blindar seu mandato. O bloco de partidos da chamada “velha política”, atacada por Bolsonaro na campanha eleitoral, busca dividir protagonismo político com os generais na Esplanada dos Ministérios e voltar aos cargos de seus redutos tradicionais na máquina pública.

A lista de alvos de cobiça da nova base do governo é cirúrgica e conhecida. O grupo mira as pastas da Saúde, chefiada pelo general Eduardo Pazuello, e de Minas e Energia, comandada pelo almirante Bento Albuquerque, e setores da Infraestrutura, de Tarcísio Gomes. Esses ministérios têm órgãos vinculados espalhados pelo País, chefiados também por militares. Outras pastas na mesa de apostas são Cidadania e Desenvolvimento Regional, ambos controlados por políticos de carreira.

A pasta de Minas e Energia pode voltar à órbita do Senado, sendo oferecida a aliados pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), empoderado pelo Palácio do Planalto e um dos responsáveis pela vitória do governo. Ele sondou o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) para o cargo. Bento Albuquerque também foi questionado por causa do prolongado apagão no Amapá no ano passado. Alcolumbre atribui ao apagão a derrota do irmão Josiel, que disputava a prefeitura de Macapá.

Dentro do ministério do almirante Bento, o Centrão mira especialmente os cargos da Itaipu Binacional. A empresa binacional é presidida pelo ex-ministro da Defesa Joaquim Luna e Silva. Oficiais do Exército ocupam postos estratégicos. Na Infraestrutura, o alvo dos aliados do governo é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), presidido pelo general Antônio Leite dos Santos Filho.

Para conter o assédio do Centrão, Bolsonaro chegou a reconhecer a possibilidade de recriar pastas como Cultura, Esporte e Pesca. Mas depois recuou. Esses ministérios já não teriam uma disputa de espaços tão direta com militares, nem são considerados de primeira linha. “Quem está correndo atrás de ministério da Cultura, do Esporte e da Pesca?”, desdenhou Ricardo Barros (Progressistas-PR), líder do governo na Câmara, um dos expoentes do bloco que forma agora a base do governo.

Na semana passada, o Estadão revelou pressão de Barros para “enquadrar” a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ex-ministro da Saúde, ele negou intenção de retornar ao cargo. A agência reguladora é presidida pelo contra-almirante Antônio Barra Torres, mas uma mudança no comando é considerada remota, porque ele exerce mandato de cinco anos, com respaldo de Bolsonaro.

Ricardo Barros descarta uma reforma ampla e a substituição de Eduardo Pazuello do comando da Saúde, apesar da cobiça de seu partido. Setores do Progressistas, porém, deixam claro o interesse de voltar ao ministério. Bolsonaro tenta dar sobrevida ao general do Exército. A obediência do militar a suas orientações chegou a ponto da pasta recomendar tratamentos de cura sem comprovação científica no combate à covid-19. O ministro é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) pela gestão na pandemia. Ele é o único da ativa oficial a permanecer como ministro, fato que contraria o Alto Comando do Exército.

Traição

O ingresso do Centrão no primeiro escalão de Bolsonaro constrange os militares, afirmam oficiais da ativa e da reserva, ciosos da imagem das Forças Armadas. “O que está acontecendo agora é mais uma traição às promessas de campanha, mais uma que vai para o ralo. A política do toma lá, da cá é agora praticada de maneira aberta e escancarada. Considero um fato grave e se eu estivesse no governo ficaria muito constrangido e certamente estaria pensando em abandonar o barco”, diz o general Francisco Mamede de Brito Filho, da reserva do Exército.

Sob anonimato, generais da ativa dizem que a formação será mudada, mas ponderam que “ainda é cedo” para saber no que a nova aliança vai dar. Eles reconhecem que a chegada do Centrão pode reduzir a presença militar, mas lembram que os partidos já ocuparam “silenciosamente” grande parte dos cargos de segundo escalão. Os militares tinham 6 mil em funções civis, segundo levantamento do Tribunal de Contas da União do ano passado. Os oficiais dizem que o governo estava “emparedado” e foi forçado a buscar amparo político, na base do fisiologismo. Também lembram que não será o primeiro governo a se aliar ao Centrão, apesar das promessas do presidente de não ceder, e que o bloco pode dar sustentação à agenda de campanha.

O general de Exército Maynard de Santa Rosa, ex-secretário de Assuntos Estratégicos de Bolsonaro, afirma que não considera saudável rotular um arranjo político inteiro como corrupto. Reconhece, porém, que existe esse preconceito com o bloco entre os militares. “Só vai ter problema se o Centrão confirmar o preconceito”, afirma. “O que acontece fora do Exército não necessariamente influi na tropa, a não ser que haja interesses afetando os dois lados. O que pode afetar é a imagem na opinião pública.”
Generais do Planalto estão blindados

O presidente Bolsonaro tem feito afagos ao Congresso. “Somos um só corpo”, disse aos parlamentares na última quinta-feira. Na nova conformação política do governo, militares podem voltar a perder espaço para indicados de partidos. Mas não apenas de segundo escalão, como ocorreu na troca na articulação política em 2019. O chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha, em alta com Bolsonaro e cada vez mais influente na política externa, estava prestes a virar ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Pelo combinado até o momento, o cargo voltará a ser de Onyx Lorenzoni (DEM), que deixará o Ministério da Cidadania, prometido ao Republicanos. Um dos mais cotados para assumir é o deputado João Roma (BA).

Os generais que atuam no Planalto, porém, não estão sob ameaça. Militares e parlamentares ouvidos pelo Estadão observam o fortalecimento do ministro Luiz Eduardo Ramos na Secretaria de Governo, após a vitória no Congresso. O general da reserva montou um QG para azeitar com cargos e verbas a eleição de Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na Câmara e no Senado. Quem lhe faz sombra é o ministro das Comunicações, Fabio Faria (PSD), que tem sintonia com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, na articulação.

Militares não deixaram de notar que virou motivo de chacota nas redes sociais um vídeo da campanha de Bolsonaro protagonizado pelo general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional. Em 2018, o ministro substituiu a palavra “ladrão” por “Centrão”, numa associação, ao improvisar no palanque de Bolsonaro o verso da música Reunião de Bacana, do grupo Os Originais do Samba. “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, cantarolou Heleno.

Oficiais ouvidos pela reportagem destacam a discrição recente de generais outrora na linha de frente, como Heleno e Braga Netto. Os generais continuam fortes junto ao presidente, embora tenham mudado de comportamento. Conselheiro de Bolsonaro, Heleno se viu envolvido em investigações sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Militares amigos dele afirmam que o ministro se sente responsável pelo “projeto” Bolsonaro, mas demonstra cansaço. Por sua vez, o ministro-chefe da Casa Civil, dono da caneta das nomeações políticas no Diário Oficial da União, recolheu-se após assumir protagonismo na comunicação do governo no início da pandemia.

Ao mesmo tempo que abraça políticos do Centrão, Bolsonaro desprestigia o vice-presidente Hamilton Mourão, general da reserva que costuma vocalizar opiniões do Exército. A família Bolsonaro desconfia de conspiração do vice. O presidente enfraqueceu os espaços de Mourão e o chamou de “palpiteiro”, após o vice sugerir que a reforma ministerial atingiria o chanceler Ernesto Araújo no Itamaraty.

Ex-chefe de gabinete no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o general Brito afirma que é difícil a população desvincular os militares, ainda que da reserva, das Forças Armadas, e diferenciar os ocupam cargos técnicos na máquina pública dos que desempenham funções políticas e servem ao governo Bolsonaro.

Para ele, a quantidade de ministros militares incomoda a ativa. “A imagem da instituição já está arranhada. Ficam do lado de um governo que comete as barbaridades que estamos presenciando”, afirma. Ele comenta a presença na vitrine de Ramos, general quatro estrelas que articulou a eleição dos vencedores. “Não tem como dizer que ele está a serviço do País, ele serve ao governo. Se não se envergonha de ter feito isso, como não se envergonhou em outros eventos passíveis de constrangimento, eles vão continuar, têm suas motivações.”

*Do Estadão

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Ricardo Barros, Líder do governo Bolsonaro, disse o óbvio que todos sabem, prisão em 2ª instância só foi feita para tirar Lula da eleição

É preciso entender certas coisas e ligar um fio ao outro. O Brasil tem hoje 40 milhões de pessoas na miséria, e o próprio Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, disse que não terá recursos para um novo Auxílio Emergencial, porque a banca assim exige.

Dito isso, Jorge Lemann, o bilionário brasileiro disse, em encontro com banqueiros, que “a miséria é uma grande oportunidade que o ser humano tem para ficar milionário”, foi o grande patrocinador das manifestações tocadas pelo Vem pra Rua e MBL para golpear Dilma. Detalhe, manifestações convocadas e transmitidas ao vivo pela Globo.

Já Dilma, depois de 12 anos de governo do PT, oito anos de Lula e 4 anos dela, foi justamente quem apresentou o melhor resultado da redução da miséria da história do país.

Junte isso ao fato da Lava Jato que fez campanha a partir de 2014 para o STF atropelar a constituição e passar a prender os acusados após condenação em segunda instância num projeto que já tinha em mente não só a derrubada de Dilma, que os documentos liberados por Lewandowski mostraram que a Lava Jato mantinha relações escusas com o Departamento de Justiça Americano, sem o conhecimento do Ministério da Justiça de Dilma, o que é ilegal, para colher na frente o próprio golpe na presidenta e a prisão política de Lula, fazendo Bolsonaro presidente e Moro o ministro da Justiça e Segurança Pública.

Não é preciso fazer muito exercício para bater tudo isso no liquidificador e resultar num caldo podre de um chorume da escória que produz, mais que isso, que patrocina a miséria nesse país.

No caso de Lemann, usando seu poderio econômico, no caso de Moro, usando as instituições do próprio Estado. Fim.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: Guedes é interrompido por ministro e deputado durante coletiva de imprensa

Uma cena inusitada marcou a coletiva realizada após a reunião entre membros do grupo da articulação política do governo, do Ministério da Economia e do Palácio do Planalto.

Após o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), terminar sua fala, o ministro Paulo Guedes assumiu o microfone e começou a falar sobre “tributos alternativos para desonerar a folha”.

Barros e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, encerraram a coletiva e o “escoltaram” para fora do púlpito. Com as mãos para o alto, Guedes disse que foi interrompido pela “articulação política”.
O ministro da Economia, Paulo Guedes

 

*Com informações da CNN