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Grupo com 30 mil membros que convocou para atos golpistas de 8/1 segue ativo no Telegram

Bolsonaristas discutiram a tentativa de golpe de 8 de janeiro em Brasília em um grupo com mais de 30 mil membros no Telegram — e que tem entre os administradores o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, foragido da Justiça, segundo informações do Jornal do Brasil.

Segundo apurou a Agência Pública, quatro dias antes da invasão, o perfil do grupo enviou para todos os membros um áudio convocando 2 milhões de pessoas para retomarem o país na capital federal. “Vamos pra frente do Congresso, pra frente do STF […] É lá que retomaremos nosso país […] Você, homem, você que quer lutar pelo único restinho que resta do seu país, Brasília é o local”, diz o áudio. O narrador se identifica como o político Renato Gasparim, candidato a deputado estadual pelo Republicanos no Paraná em 2022.

No áudio, também se avisa que haverá ônibus doados, alugados e emprestados para levar bolsonaristas. O recado foi transmitido junto com a mensagem: “Áudio Importante, Repassem, a Retomada começa agora”.

Gasparim admitiu à reportagem ser o autor do áudio. Ele disse, porém, que o áudio seria de novembro, chamando para a Marcha pela Liberdade, que aconteceria no Congresso. Também disse que, em janeiro, o grupo nem existiria mais. Ao ser confrontado pela reportagem com o print acima, ele reconheceu o envio em janeiro, mas disse que seria apenas uma retransmissão.

Além de chamar para o 8 de janeiro, o grupo também tentou articular manifestações contra a diplomação de Lula, em dezembro. O grupo segue ativo no Telegram.

A história do grupo “Supremo é o Povo”, que passou ileso às determinações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de excluir canais com mensagens golpistas, começa no final de 2022. As mensagens mais antigas que acessamos são do dia 15 de dezembro, uma quinta-feira.

Na data, os autointitulados “patriotas” trocavam frases de motivação frente à derrota de Bolsonaro nas eleições.

A reportagem leu todas as mensagens trocadas desde o início do grupo. É possível perceber que, em menos de um mês de atuação, houve uma escalada que começa com convocações aos quartéis, passa por atos contra a diplomação de Lula, em dezembro, e deságua na convocação para o dia 8 de janeiro.

Desde o início, já circulavam mensagens que chamavam os apoiadores de Bolsonaro a irem para os quartéis do Exército, incluindo o de Brasília. “Ele precisa de nós”, escreveu um membro. “Venham para a frente dos quartéis!!”, completou. Também já eram organizadas no grupo caravanas e ônibus para a capital federal.

Havia, entre os membros, um plano inicial para fazer grandes manifestações em Brasília nos dias 18 e 19 de dezembro. Essa era a data prevista para a diplomação do presidente eleito – foi quando diversos governos estaduais diplomaram seus governadores e deputados. A cerimônia de Lula, contudo, foi adiantada para o dia 12 pelo então presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

O apelo dos bolsonaristas era repetir a mobilização dos atos de 7 de setembro, que em 2021 e 2022 foram convocados pelo próprio presidente Bolsonaro. Eles mantiveram o chamado para os atos mesmo após a diplomação de Lula e continuaram convocando apoiadores para os quartéis até o fim do ano, com a justificativa de que era importante manter a mobilização.

No dia de criação do “Supremo é o Povo”, um usuário do grupo compartilhou uma foto dele mesmo e de mais dois homens com a legenda “tá chegando a hora”. Trata-se do político bolsonarista José Renato Gasparim Júnior.

Gasparim atuou como assessor parlamentar do vereador de Curitiba Eder Borges (PP) até o fim de 2021, com salário de R$ 4 mil. Borges foi eleito em 2020.

A reportagem da Agência Pública confirmou que o telefone de Gasparim é o mesmo do usuário chamado “jrgj” — as iniciais de José Renato Gasparim Júnior —, que estava no grupo desde o início.

O número de telefone associado ao usuário é um dos contatos cadastrados no TSE para a candidatura de Gasparim. Ele concorreu pelo Republicanos a deputado estadual no Paraná em 2022 e declarou ter recebido mais de R$ 50 mil pelo partido. Não foi informado, porém, nenhum real em gastos com a campanha. Ele também não declarou ter bens.

Em 4 de janeiro, o administrador do grupo postou um áudio no qual um homem, que se identifica como Gasparim, diz: “o que tínhamos para fazer no Exército foi feito, agora é hora de darmos um passo atrás, se reorganizar e partir pra retomada do nosso país. Onde será feito isso? Em Brasília. Isso será feito em Brasília. É lá que iremos se juntar [sic] com 2 milhões de pessoas. Toda essa mobilização já está sendo feita em todo o país, aqui em Curitiba, aqui no Paraná. Estamos organizando ônibus para ir para Brasília”. Gasparim confirmou à Pública ser o autor do áudio.

Na gravação, ele afirma que as manifestações não podem mais ser realizadas “dentro dos quartéis”. E convoca: “Se preparem, vamos pra frente do Congresso, pra frente do STF […] É lá que retomaremos o nosso país. Daqui teremos ônibus doados, emprestados, ônibus alugados, e é assim que nós ajudaremos nosso país. Quem tá ouvindo, a hora é agora”.

Gasparim aconselha crianças e idosos a ficarem nos quartéis porque “lá é seguro”. Mas reforça: “Você, homem, você que quer lutar pelo único restinho que resta do seu país, Brasília é o local. A data será informada em breve e os ônibus também em breve”.

O áudio termina com um pedido para que seja repassado e finaliza: “Se preparem, em Brasília será a retomada”.

Na resposta à reportagem, Gasparim afirmou que não estava no Brasil em 4 de janeiro e não participou dos atos do dia 8. Contudo, ele publicou um vídeo no dia 5 no qual diz que estará nas manifestações, que ele chama de “pacíficas”, e chama os apoiadores para estarem em Brasília a partir do dia 7. Já no dia 8, ele postou em seu Instagram um outro vídeo dos manifestantes entrando no Congresso, com a mensagem “TOMADA DO CONGRESSO AGORA 08/01/22. TODO PODER EMANA DO POVO”.

Há indícios de que o principal responsável pela criação do “Supremo é o Povo” seja Bismark Flavio Fugazza, um dos sócios do Hipócritas, canal de humoristas que tem mais de 1,5 milhão de inscritos no YouTube.

O criador do grupo é um usuário com o nome de “Hipócritas Bismark”. Ele postava diversos links do Instagram de Fugazza no grupo. Além disso, Fugazza compartilhou no seu Instagram o link de entrada para o grupo no Telegram. Em diversas mensagens, membros agradecem a “Bibi” pela iniciativa e aos “meninos do Hipócritas”.

Além de administrador, o “Hipócritas Bismark” era extremamente ativo nas mensagens. Foi ele quem alterou o nome do grupo para “Grande Família”, em 5 de janeiro, às vésperas da invasão a Brasília e após a circulação do áudio que convocou 2 milhões para “retomar” o país. Há diversos vídeos de Fugazza nas mensagens, incluindo transmissões do seu Instagram pessoal.

Na manhã da invasão em Brasília, ele postou um novo vídeo junto ao chamado: “a hora é agora”. Na gravação publicada no seu Instagram, Fugazza rebate quem questiona se aquele seria o momento de agir. “Ou o povo luta pelo Brasil, ou Brasil nunca mais será do povo”, afirma.

A reportagem procurou Fugazza a partir do número informado e também pelo seu perfil de Instagram, mas também não obteve resposta até a publicação.

Logo na sequência das mensagens de “Hipócritas Bismark”, quem escreve é Allan dos Santos, blogueiro bolsonarista que está foragido da Justiça nos Estados Unidos.

“Manifestantes acabam de invadir o Congresso Nacional”, postou o administrador do “Supremo é o Povo” próximo às 15 horas de 8 de janeiro. O dono do Terça Livre também abriu uma transmissão ao vivo no grupo durante a invasão.

O usuário de Allan no grupo é o mesmo informado pelo Telegram ao Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2022. Na época, o Telegram respondeu ao ministro Alexandre de Moraes que o usuário “@allansantosbr” era responsável por administrar diversos outros perfis relacionados a Allan, que foram bloqueados.

Ele, que também é administrador do “Supremo é o Povo”, postou próximo às 15 horas de 8 de janeiro que “manifestantes acabam de invadir o Congresso Nacional”. O dono do Terça Livre também abriu uma transmissão ao vivo no grupo durante a invasão.

A Pública questionou Allan, que postou no Twitter negando ser administrador do grupo e disse que “eles [os administradores do grupo] permitiram que eu publicasse os artigos do meu site”. Desde dezembro, apenas administradores têm postado no grupo.

Reportagem da Pública mostrou que, na noite de 8 de janeiro, Allan dos Santos participou de uma conversa no Twitter sobre a invasão em Brasília com Matthew Tyrmand, convidado frequente no podcast de Steve Bannon, o ex-estrategista de Donald Trump. Quando questionado sobre quem estaria pagando pela viagem dos manifestantes, Santos disse: “Não é caro, não no Brasil, é só comprar passagem de ônibus”. A sala durou mais de 5 horas e teve 190 mil visualizações.

No dia seguinte, 9 de janeiro, Fugazza parabenizou os invasores e os chamou de heróis. “Quero parabenizar todos os patriotas que deram a cara a tapa e colocaram sua vida a disposição [sic] pela pátria, vocês são heróis […] Essas pessoas com certeza fizeram muito mais do que qualquer um de nós que temos voz ativa na comunicação”, escreveu em seu Instagram.

Fugazza foi preso em março deste ano pela Polícia Federal, após estar foragido desde dezembro. Ele estava no Paraguai junto ao bolsonarista e blogueiro Oswaldo Eustáquio Filho, que também é um dos administradores do “Supremo é o Povo”, usando o nome de Mariana Volf.

Eustáquio, que também teve pedido de prisão em dezembro, refugiou-se no Paraguai. Lá, ele entrou com pedido de asilo, o que impediu que as autoridades paraguaias o entregassem, como fizeram com Fugazza. Eustáquio já foi aliado da senadora Damares Alves e teve uma passagem paga pelo Ministério da Mulher. Sua esposa foi secretária Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da gestão Damares.

O usuário Mariana Volf está ligado a um número de telefone informado no site de Eustáquio. No grupo, Volf compartilhava links do Instagram de Eustáquio.

Procurado pela reportagem, Eustáquio disse inicialmente: “não sou administrador desse grupo, não faço parte desse grupo e desconheço esse grupo”. Depois de ser confrontado com um print do seu próprio telefone entre os administradores, ele admitiu estar no grupo, mas disse ter sido contra os atos de 8 de janeiro, assim como os demais administradores. “Esse grupo não tem nenhuma relação com 8 de janeiro”, disse. Contudo, afirmou que Gasparim esteve em Brasília.

Eustáquio também escreveu: “Eu saí do Brasil no dia 14 de dezembro em direção ao Paraguai. Decidi sair quando percebi que havia pessoas manipulando os patriotas dentro dos quartéis. Eram intervencionistas ligados a Ana Priscila Azevedo. Mantiveram o povo como gado no QG impedindo que eles saíssem manifestar na Esplanada, onde eu achava que deveria ser o manifesto em dezembro. Depois disso, os intervencionistas foram os principais articuladores de 8 de janeiro, movimento que eu publicamente fui contra”.

No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória a Fugazza, que precisa usar uma tornozeleira.

Grupo é administrado por outros políticos e influenciadores

A lista de administradores do grupo “Supremo é o Povo” inclui outros políticos e influenciadores bolsonaristas.

Um dos membros usa o nome do pastor Ricardo Martins, que se identifica como um “Servo de Cristo” e contra o marxismo na igreja. O nome do usuário no grupo do Telegram é o mesmo que o pastor divulgava antes de criar sua conta secundária. Ele vive nos Estados Unidos.

Outro administrador do grupo é um usuário identificado como Marcelo Guillay — o nome e a foto são de um influencer bolsonarista do Piauí. No grupo, o usuário tem postado recentemente links para o perfil de Twitter de Guillay. No início da tarde de 8 de janeiro, o perfil de Guillay no Twitter fez postagens incentivando os bolsonaristas em Brasília.

Um outro administrador seria Tacimar Hoendel, que foi secretário parlamentar do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). Hoendel esteve no gabinete de Jordy até julho de 2022, ganhando cerca de R$ 4 mil. Ele concorreu em 2022 a deputado estadual pelo PL, no Rio de Janeiro.

A reportagem apurou que em dezembro um usuário chamado Tacimar Hoendel era administrador do grupo. Ele chegou a enviar uma mensagem para os membros. O usuário, contudo, foi deletado.

Reportagem da Pública mostrou que Hoendel foi um dos bolsonaristas que visitou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) comandado pelo general da reserva do Exército Augusto Heleno, antes da posse de Lula. No dia da visita, Hoendel gravou um vídeo dizendo que “o ladrão não sobe a rampa”. A suspeita de deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal é que o GSI tenha dado apoio aos golpistas que invadiram os prédios públicos.

A reportagem questionou todos os três citados sobre o envolvimento com o grupo no Telegram, que não responderam até a publicação.

Atualmente, o grupo segue ativo com mais de 29 mil membros (no dia 6 de julho), mas é fechado para postagens apenas dos administradores. A última mensagem, do dia 1º de julho, foi de Allan dos Santos. No texto, ele critica Ana Priscila Silva de Azevedo, presa desde janeiro por participar da invasão aos prédios públicos de Brasília, após reportagem apontar que ela pretende “contar a verdade” sobre a invasão. Há oito requerimentos para ela ser ouvida na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro do Congresso.

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Política

Vìdeo: Deputado bolsonarista, Luiz Lima, ataca Moraes: “desvia dinheiro para a Venezuela matar pessoas”

O bolsonarismo, como fenômeno psíquico, se supera a cada dia e quando se pensa que não é possível uma nova teoria esdrúxula surgir, eis que a “verdade” dos amalucados radicais da extrema brasileira se supera. Desta vez, o responsável pela nova sandice foi o deputado federal Luiz Lima (PL-RJ), ex-nadador olímpico, que foi ao plenário da Câmara para fazer uma acusação inacreditável contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)., diz a Forum.

“Eu tô me segurando aqui pra não falar um palavrão, mas vocês são uns belos de uns vagabundos, de uns ladrões, vocês são usurpadores dos recursos dos mais simples brasileiros… Ministro Alexandre de Moraes, e o suspende Telegram? O senhor tá de sacanagem, porra… O senhor tá desviando dinheiro da empregada doméstica pra enviar pra Venezuela pra matar pessoas, e esse Congresso Nacional não faz nada… ‘Seu’ Arthur Lira é um boneco do posto, porra… Esse Congresso Nacional tá calado… 81 senadores e 513 deputados feitos de palhaços… Obrigado, presidente Gilberto”, disse aos berros o deputado, numa fala desconexa, leviana e absurda contra um integrante do Supremo.

Após uma fala tão descompensada, irresponsável e delirante, para os colegas de parlamento de Lima uma coisa é certa: ele está encrencado e deve ser alvo de uma ação por parte do magistrado do STF. Nas redes, já há até apostas para advinhar quando ele será preso por determinação da mais alta corte do Judiciário brasileiro, a exemplo do que aconteceu com o ex-deputado, então no exercício do mandato, Daniel Silveira, que foi parar atrás das grades após insultar de forma violenta e chula, além de ameaçar, ministros do Supremo.

Resta saber se ele tem consciência das consequências de sua fala. A conferir.

https://twitter.com/delucca/status/1656360560198406144?s=20

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Justiça

Telegram obedece decisão de Moraes e apaga mensagem contra PL 2630

Ministro do STF ameaçou tirar o aplicativo do ar por um prazo de 72 horas.

O Telegram apagou por volta das 14h30 desta quarta-feira (10) texto contra o PL das Fake News do canal onde havia publicado a mensagem no dia anterior, segundo a Folha.

A exclusão da mensagem ocorreu minutos após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que ameaçou tirar o aplicativo do ar por um prazo de 72 horas caso o serviço de mensagens não removesse texto com distorções sobre o projeto de lei.

Relator do inquérito das fake news na corte, Moraes determinou que a remoção do conteúdo deveria ocorrer no prazo de uma hora, a contar da intimação da defesa da empresa.

A empresa também publicou uma nova mensagem em um de seus canais com texto determinado pelo ministro.

Moraes obrigou o Telegram a enviar uma nova mensagem aos mesmos destinatários dos textos anteriores, com a seguinte redação:

“Por determinação do Supremo Tribunal Federal, a empresa Telegram comunica: A mensagem anterior do Telegram caracterizou flagrante e ilícita desinformação atentatória ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito e à Democracia Brasileira, pois, fraudulentamente, distorceu a discussão e os debates sobre a regulação dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada (PL 2630), na tentativa de induzir e instigar os usuários à coagir os parlamentares”.

Junto ao texto, a empresa escreveu: “recebemos uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil que obriga o Telegram a remover nossa mensagem anterior sobre o PL 2630/2020 e enviar uma nova mensagem aos usuários, que está incluída abaixo”.

Na terça (9), a empresa publicou a mensagem em um de seus canais e enviou a usuários do aplicativo uma notificação com uma mensagem contra o projeto de lei 2630, que está em tramitação na Câmara dos Deputados. A empresa afirmou que “o Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão”.

A empresa também excluiu postagem que tinha feito em seu perfil no Twitter.

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Justiça

Moraes determina suspensão do Telegram, caso não exclua mensagem enviada a usuários

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta quarta-feira (10) que o Telegram apague a mensagem enviada aos usuários nesta terça (9) com críticas ao projeto de lei das fake news, em tramitação no Congresso Nacional.

Se a decisão for descumprida, Moraes determina na mesma decisão a suspensão do aplicativo Telegram em todo o território nacional por 72 horas. Além de apagar a mensagem enviada na terça, Moraes também determinou que o Telegram envie uma mensagem, também a todos os usuários, com o seguinte texto:

“Por determinação do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a empresa Telegram comunica: A mensagem anterior do Telegram caracterizou FLAGRANTE e ILÍCITA DESINFORMAÇÃO atentatória ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito e à Democracia Brasileira, pois, fraudulentamente, distorceu a discussão e os debates sobre a regulação dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada (PL 2630), na tentativa de induzir e instigar os usuários a coagir os parlamentares”.

A decisão de Moraes faz cinco determinações: remoção/exclusão da mensagem enviada pelo Telegram aos usuários na terça, em até uma hora a partir da notificação da empresa; envio de nova mensagem aos mesmos destinatários; em caso de descumprimento dessas medidas ou do prazo, haverá suspensão do Telegram por 72 horas em todo o país; também em caso de descumprimento, multa de R$ 500 mil por hora – mesmo que o app já esteja fora do ar; por fim, que a Polícia Federal tome depoimento dos representantes do Telegram no Brasil em até 48 horas.

Com informações do g1

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Telegram envia mensagem a usuários e diz que PL 2630 vai “acabar com liberdade de expressão”

A rede social de troca de mensagens instantâneas Telegram enviou aos seus usuários, nesta terça-feira (9), um comunicado criticando o PL 2630 – o das Fake News – afirmando que o projeto “irá acabar com a liberdade de expressão” no país e dá “poderes de censura sem supervisão judicial prévia” ao governo.

O texto ainda alega que o PL “é uma das legislações mais perigosas já consideradas no Brasil” em relação aos “direitos humanos fundamentais” e pede que usuários conversem com os deputados federais a fim de votar contra a proposta (há um hiperlink para o endereço de contato com parlamentares brasileiros inserido na mensagem).

https://twitter.com/orlandosilva/status/1656008616871174155?s=20

O Telegram enfrenta embate com a justiça brasileira, após não ter cumprido, segundo as autoridades, pedidos judiciais sobre identificação de usuários em grupos neonazistas na plataforma.

Em uma das investigações da Polícia Federal, por exemplo, é apontado que um adolescente apontado como responsável por um ataque a escolas em Aracruz, no Espírito Santo, no ano passado, fazia parte de chats neonazistas através do Telegram.

Não é a primeira vez que uma rede se posiciona contrariamente ao PL 2630. No dia 1 deste mês, o Google incluiu na página inicial de sua busca um link que dizia: “O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”. A plataforma foi alvo de críticas e chegou ter multa milionária imposta pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) caso não retirasse o texto do ar.

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Justiça ordena suspensão do Telegram no Brasil por não cumprir medidas contra neonazistas

Além disso, a multa aplicada à plataforma foi de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia de recusa em fornecer os dados solicitados pela Polícia Federal.

Segundo a PF, as empresas de telefonia e lojas de aplicativo devem tirar aplicativo do ar imediatamente.

O aplicativo de mensagens Telegram não entregou à Polícia Federal todos os dados sobre grupos neonazistas da plataforma pedidos pela corporação, e a Justiça determinou que operadoras de telefonia e lojas de aplicativos retirem o aplicativo do ar imediatamente.

Segundo a Diretoria de Inteligência da PF, as empresas de telefonia Vivo, Claro, Tim e Oi e o Google a Apple, responsável pelas lojas de aplicativos Playstore e App Store vão receber o ofício sobre a suspensão do Telegram ainda na tarde destas quarta-feira (26).

O Telegram chegou a entregar parte dos dados pedidos pela PF na sexta-feira (21), após a justça pedir uma intervenção do judiciário.

A corporação, entretanto, quer contatos e dados dos integrantes e administradores de um grupo com conteúdo neonazista, e o Telegram não forneceu os números de telefone.

Além de determinar a suspensão do aplicativo, a Justiça ampliou a multa aplicada ao Telegram por não entregar os dados de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia de recusa em fornecer os dados.

*Com G1

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Telegram cumpre exigências e Moraes revoga o bloqueio

Em decisão publicada na tarde deste domingo (20/3), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) revogou sua decisão da última sexta (18/3), de bloquear o aplicativo de mensagens Telegram em todo o território nacional.

De acordo com Moraes, a empresa cumpriu todas as determinações da Corte, que incluíam a exclusão de conteúdos publicados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e a nomeação de um representante legal no Brasil.

O ministro já havia tomado decisão no sábado (19/3), informando que a plataforma havia começado a cumprir as demandas cujo descumprimento anterior havia motivado o bloqueio. Na ocasião, o magistrado concedeu mais 24 horas para o cumprimento total das exigências, o que, segundo ele, foi feito.

Diz a decisão: “Em nova mensagem enviada diretamente ao e-mail deste Gabinete, às 14h45min de hoje, 20/3/2022, o Telegram informou o cumprimento integral das medidas faltantes, indicando representante oficial no Brasil e informando acerca da sua política de combate à desinformação”.

O Telegram designou Alan Campos Elias Thomaz como representante legal no Brasil. “Alan tem experiência anterior em funções semelhantes, além de experiência em direito e tecnologia, e acreditamos que ele seria uma boa opção para essa posição enquanto continuamos construindo e reforçando nossa equipe brasileira. Alan Campos Elias Thomaz tem acesso direto à nossa alta administração, o que garantirá nossa capacidade de responder as solicitações urgentes do Tribunal e de outros órgãos relevantes no Brasil em tempo hábil”, disse a empresa ao STF.

Outra medida citada foi a “capacidade de marcar postagens específicas em canais como imprecisas”:

“Nas últimas 24 horas, integramos meios técnicos para marcar postagens específicas em canais um-para-muitos como potencialmente contendo informações imprecisas. Esses avisos agora podem ser adicionados ao final de qualquer mensagem no Telegram e também permanecerão visíveis quando essas mensagens forem encaminhadas do canal para bate-papos privados ou em grupo”, explicou o Telegram.

*Com Metrópoles

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Política

Telegram cumpre ordem de Moraes e apaga link de canal de Bolsonaro

Após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o Telegram apagou o link no canal de mensagens do presidente Jair Bolsonaro (PL) que permitia que o cidadão tivesse acesso a documentos de um inquérito sigiloso da Polícia Federal.

A investigação da corporação policial trata do ataque hacker ao sistema interno do TSE, que ocorreu em 2018. Não há evidência, porém, de que as urnas eletrônicas foram corrompidas. A corporação também apura as acusações feitas por integrantes do governo contra o sistema de votação brasileiro.

A retirada da postagem pela ferramenta russa, mas com sede nos Emirados Árabes Unidos, contudo, faz parte dos requisitos estabelecidos pelo ministro Alexandre de Moraes para que o Supremo anule a decisão que bloqueou o uso do aplicativo no Brasil.

Na decisão de ontem, que estabeleceu as condições para a liberação do Telegram no país, o ministro também determinou outras três medidas a serem cumpridas pela empresa.

Veja todos os requisitos estabelecidos por Moraes:

  • Indicar à Justiça um representante oficial do Telegram no Brasil (pessoa física ou jurídica);
  • Informar ao STF, “imediata e obrigatoriamente”, as providências adotadas pelo Telegram para “o combate à desinformação e à divulgação de notícias fraudulentas, incluindo os termos de uso e as punições previstas para os usuários que incorrerem nas mencionadas condutas”;
  • Bloquear o canal “Claudio Lessa”, fornecer os dados cadastrais da conta ao STF e preservar a íntegra do conteúdo veiculado nesse espaço.

Sobre o bloqueio, o presidente Bolsonaro havia dito ontem que a decisão de Moraes “não tinha amparo na Constituição” e no Marco Civil da Internet.

“Olha as consequências da decisão monocrática de um ministro do STF. É inadmissível uma decisão dessa magnitude. Porque ele não conseguiu atingir duas ou três pessoas, que, na cabeça dele deveriam ser banidas do Telegram… Ele atinge 70 milhões de pessoas”, declarou o mandatário.

Antes da decisão de Moraes, porém, o Telegram havia ignorado duas tentativas de contato pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o que irritou ministros da Corte superior e do STF.

A primeira tentativa de contato foi feita pelo ministro Luís Roberto Barroso em 16 de dezembro de 2021 e a segunda carta foi enviada pelo atual presidente do TSE, Edson Fachin, em 8 de março deste ano.

*Com Uol

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Uma pequena história da censura no Brasil mostra que Jorge Pontual está certo, censurar rede social, é um absurdo

Nós, que sentimos na pele a censura do Facebook ao blog Antropofagista e aos administradores, sabemos bem aonde  e por que desemboca a censura.

Rede social não é tribunal de justiça. Censura é um maldito vício da direita que, além de não prestar, é uma medida falsificada. Basta que não se caia no fogo de um cabeça febril para lembrar o que significou a maldita censura nesse país.

E se a posição de Jorge Pontual deixou histéricos os bolsonaristas, é porque os burros acreditam que fake news elegeu Bolsonaro. Mentira, o monstro é capaz de tudo, no entanto, não foi facada, não foi fake news, não foi mamadeira de piroca, não foi kit-gay e outras paspalhices que o elegeram, mas a condenação e prisão de Lula sem provas feitas por Moro em troca de um ministério, previamente combinado com Bolsonaro. Pior, foi o Barroso que, em relatoria do TSE, deu de ombros para a recomendação da ONU de manter Lula candidato até o julgamento final que acabou por inocentá-lo.

Trocando em miúdos, e passa na imaginação de alguém de esquerda que, censurar rede social, por pior que ela seja, é bom negócio, descobrirão da pior forma possível que esse é um dos piores contos do vigário. A esquerda será a primeira a virar recheio de rocambole.

Nossa história desenha o quanto nos custou a censura.

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Humor

“Carluxo” bomba nas redes após bloqueio do Telegram: “furioso com gabinete do ódio fora do ar”

Internautas apontam o elo entre o Telegram e o gabinete do ódio bolsonarista.

Após o STF vetar o funcionamento do Telegram no Brasil, internautas apontam neste sábado (19) que Carlos Bolsonaro deve estar muito irritado com o fato.

O motivo seria o bloqueio do gabinete do ódio após o veto do STF.

Sem o Telegram, os bolsonaristas encontrarão maior dificuldade para espalhar suas fake news cotidianas.

Veja as repercussões:

https://twitter.com/macunaimaz21/status/1504923533482283012?s=20&t=zgrdqTLLN0hlrMYSODLIVg

*Com 247

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