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O fã-clube do Queiroz vai à luta

Novamente aquela pergunta, o que é ser classe média verde e amarela no Brasil? É não ser cidadão e, muito menos se interessar por cidadania, por direitos, mas sim, por privilégios. Aliás, se há uma palavra que o cidadão médio verde e amarelo odeia é a palavra direito que, naturalmente, exige cidadania não só para si, mas para todos os brasileiros. E isso é tudo que o cidadão médio brasileiro mais detesta.

Antes de começar a falar sobre essa gente estranha que compõe o fã-clube do Queiroz, é bom lembrar que são pessoas que nunca lutaram por direitos, passando a vida em busca de privilégios.

Dito isso, vai-se diretamente à ideia de justiça e como a classe média escolhe quem deve ser tratado com polícia e quem deve ser tratado com justiça. Com justiça, devem ser tratados os próprios no exercício de sua individualidade. Já os pobres, devem ser tratados com polícia.

Essa é a evolução contemporânea desse ornitorrinco social. Portanto, é bom esquecer as palavras bom senso, consciência ou coisa do gênero. Não se espera também que instrução superior e títulos garantam algum grau de raciocínio desse ser, o cálculo dessas pessoas é sempre econômico. Por isso, os serviços sociais são sempre odiados por eles que, em regra, beneficiam os mais pobres.

É assim que eles veem a justiça e, por isso, hoje foram para as ruas contra a liberdade de Lula, contra a constituição que não permite a prisão após condenação em 2ª instância.

Coloque tudo no mesmo saco, classe média, Queiroz, Aécio, Cunha, Bolsonaro, Moro, Dallagnol, a milícia do Porto das Pedras, o clã, que o resultado será o de sempre, polícia para os pobres e omissão a favor dos corruptos, bandidos e assassinos de estimação.

É isso que esse pessoal chama de cidadão de bem, que tem como principal fermento a anti-solidariedade com o povo pobre, o preconceito social e racial e, como reflexo disso, o ódio ao Lula e ao PT. Ou seja, são pessoas que representam uma minoria que não corresponde a 7% dos brasileiros, mas se dizem povo.

Essa classe média folclórica com discursos inflamados a favor da justiça é a que ajuda a aumentar a pobreza e a miséria, estimulando a violência do Estado contra os pobres ou contra quem luta por eles. Essa é, entre tantas mazelas das classes dominantes, a mais absoluta e contraditória ideia de cidadão.

Por isso passaram esse tempo todo vendo esquemas de laranjas e fantasmas do clã Bolsonaro serem escancarados, os filhos do presidente mostrando uma multiplicação absurda de patrimônio sem dar um pio, assim como não deram sobre os 39 kg de cocaína encontrados na comitiva do avião presidencial e, muito menos sobre o Queiroz, o faz tudo da família Bolsonaro, o miliciano que tem pesados crimes nas costas e que convive fraternalmente com Bolsonaro há 35 anos.

E o que essa gente fala sobre isso? Nada. Pior, justifica, quando não se cala sobre esse personagem central do governo Bolsonaro.

Mas muitos desses estavam hoje nas ruas, indignados com o STF, porque acabou a prisão após a condenação em 2ª instância. Ou seja, começa-se a perceber que o criminoso Queiroz chega a ser boboca se comparado a essa gente, tal o cinismo e a picaretagem com que trata as questões políticas do Brasil.

E é bom que se esqueça qualquer possibilidade de um dia essa gente abandonar o seu ódio contra os pobres, seu racismo contra negros, nordestinos e, principalmente que um dia ela será minimamente menos hipócrita.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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