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‘No Peru imperam os juízes!’

Sobre o voo de grão-palmeirenses para Lima no qual Toffoli embarcou com um advogado do caso Master no mesmo dia em que virou relator de uma ação movida por Vorcaro contra a operação Compliance Zero.

No finalzinho de novembro, o ministro Dias Toffoli voou para Lima, no Peru, para assistir ao seu Palmeiras na final da Libertadores da América junto e misturado, ida e volta, com o advogado de Luiz Antonio Bull, diretor de compliance do Banco Master e um dos presos na operação Compliance Zero, deflagrada 11 dias antes de a bola rolar na capital peruana. O ministro do STF e o advogado de Bull, Augusto Arruda Botelho, viajaram com outras pessoas em um avião do empresário e ex-senador Luiz Osvaldo Pastore.

A revelação sobre a viagem conjunta de Dias Toffoli e Arruda Botelho ao Peru foi feita neste domingo, 7, por Lauro Jardim, no jornal O Globo.

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No dia 27 de novembro, os advogados do dono do Master, Daniel Vorcaro, protocolaram no STF a Reclamação Constitucional 88.121, pedindo a suspensão das investigações da Compliance Zero até a definição da instância competente para conduzir o caso. Vorcaro tentou direcionar a ação para Kassio Nunes Marques, conforme revelou nesta segunda-feira, 8, a repórter Malu Gaspar, em O Globo também. A presidência do Supremo, no entanto, não caiu na cilada e no dia seguinte, 28 de novembro, o processo foi distribuído por sorteio, mas para Dias Toffoli.

(Os personagens e o contexto fazem lembrar que no dia 3 de outubro de 2020, dia em que o Brasil registrou 580 mortes por covid-19, Toffoli recebeu Nunes Marques e Jair Bolsonaro em sua casa no Lago Norte, área “nobre” de Brasília, todos sem máscara, para assistirem, segundo a evasiva distribuída na época, a um jogo do Palmeiras contra o Ceará).

Em coincidência no mínimo constrangedora, Dias Toffoli e Arruda Botelho embarcaram para Lima no jatinho de Luiz Pastore no mesmo dia em que Toffoli virou relator da Reclamação 88.121. Ainda naquele 28 de novembro, uma sexta-feira, a Justiça Federal em Brasília mandou soltar Daniel Vorcaro, Luiz Antonio Bull e mais três diretores do Banco Master. Horas depois, no sábado, o Flamengo venceu o Palmeiras por 1 a 0 em Lima e os palmeirenses reclamaram muito do juiz, exatos 110 anos depois dos versos de Maiakóvski:

Bananas, ananás! Pencas felizes.
Vinho nas vasilhas seladas…
Mais eis que de repente como praga
No Peru imperam os juízes!

Três dias mais tarde, em 2 de dezembro, a defesa de Luiz Antonio Bull solicitou a Dias Toffoli habilitação nos autos da Reclamação 88.121. No dia 3, Toffoli atendeu a solicitação e, no mesmo despacho, determinou a transferência do caso Master da Justiça Federal para o STF, onde o passageiro mais ilustre do voo do orgulho palestrino tampou as investigações da Compliance Zero com sigilo de nível 3, o segundo mais rigoroso da egrégia corte, quem sabe aos gritos de “aqui é Palmeiras, p@rr4!”.

Em suíte publicada nesta segunda e intitulada “Toffoli, Arruda Botelho e outro lado da moeda do conflito de interesses”, Lauro Jardim afirma que “essa história, contudo, pode beneficiar Arruda Botelho”, citando uma fonte anônima da advocacia: “De certa forma, o Augusto sai poderoso dessa história. Para eventuais futuros clientes enrolados, ele acabou mostrando proximidade, verdadeira ou não, com um ministro do Supremo. É um belo chamariz para novos clientes”.

Notável, não? Fulguras, ó Brasil!

Come Ananás identificou que Arruda Botelho é advogado em pelo menos outros três processos em trâmite no Supremo sob relatoria de Dias Toffoli — duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade e um Recurso Extraordinário com Agravo com repercussão geral.

*Hugo Souza/Come Ananás


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O erro que fez trailer do filme de Bolsonaro virar piada nacional

Nesta segunda (8), foi divulgado o primeiro teaser oficial de “The Dark Horse”, filme no qual o ator Jim Caviezel, conhecido por seu papel como Jesus em “A Paixão de Cristo”, interpretará o ex-presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018. O vídeo rapidamente se tornou alvo de críticas e piadas nas redes sociais, principalmente por conta de erros bizarros de inglês nas legendas e chamadas do vídeo.

Uma das primeiras gafes notadas foi a expressão “direct by Cyrus Nowrasteh”, que deveria ser “directed by”, significando “dirigido por”. Além disso, houve confusão entre as palavras “being” e “begin” na frase “is begin told to the world”, que deveria ser “is being told”.

Os detalhes chamaram a atenção de quem assistiu ao teaser, especialmente por se tratar de um filme que utiliza o inglês como língua principal, dado seu lançamento internacional previsto.

As redes sociais não pouparam críticas e piadas sobre os erros, com muitos usuários apontando a falta de cuidado no conteúdo do teaser. Um comentário no X dizia: “Os caras fizeram um teaser pro filme do Bolsonaro e tinham apenas um trabalho: escrever 3 frases corretamente em inglês. E fracassaram até nisso”.

Outros internautas brincaram, dizendo que o filme parecia ter usado “legendas em inglês de quinta série feitas no chatgpt”.

A produção de “The Dark Horse” foi mantida em sigilo absoluto durante as gravações, com a equipe buscando garantir que o filme fosse lançado sem muitos detalhes vazando antes do esperado. O filme está programado para estrear nos cinemas em 2026, mas a polêmica gerada pelo trailer levanta dúvidas sobre a recepção do público.

Veja o trailer e a repercussão nas redes:

Caio Barbosa
@caiomrb
Os caras fizeram um teaser pro filme do Bolsonaro e tinham apenas um trabalho: escrever 3 frases corretamente em inglês. E fracassaram até nisso. 😂

 

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Vídeo – Ex-juíza diz que foi agredida por Moro na 13ª Vara: “Me pegou pelo pescoço e me ameaçou”

Luciana Bauer afirma que levou o caso ao então ministro do STF Teori Zavascki, que morreu no mês seguinte em um acidente aéreo

Uma acusação gravíssima pode complicar ainda mais a vida do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR), que está na mira da Polícia Federal (PF) após operação deflagrada na 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito de uma investigação que apura denúncias feitas pelo empresário Tony Garcia.

Em entrevista ao Brasil 247 veiculada neste sábado (6), a ex-juíza federal Luciana Bauer afirmou que foi fisicamente agredida por Sergio Moro quando ambos atuavam na Justiça Federal em Curitiba, no período da Operação Lava Jato.

Segundo Bauer, o episódio ocorreu dentro de um elevador reservado a magistrados da 13ª Vara Federal. Ela relata que a agressão aconteceu depois que se recusou a aceitar supostas pressões e interferências relacionadas ao cumprimento de um habeas corpus.

“Me pegou pelo pescoço”
De acordo com seu depoimento, Moro a abordou logo após ela ter confrontado servidoras da vara sobre a supressão de uma ordem de soltura que deveria ter sido cumprida. Dentro do elevador, diz a ex-magistrada, o então juiz tomou uma atitude violenta.

“Assim que fechou o elevador, ele segurou a minha garganta”, afirma. Questionada sobre a cena, detalhou:

“Ele segurou minha garganta com a mão, como se fosse enforcar você. Falou o quê? ‘Fica quieta, fica quieta, entendeu?’”.

Bauer diz ter entrado em choque com o episódio, que descreve como um divisor de águas em sua vida pessoal e profissional. “Eu era uma pessoa que recentemente tinha tido um filho e o meu leite secou”, conta.

Temendo represálias e afirmando que não confiava nas instâncias internas da Justiça Federal para relatar a agressão, ela buscou o então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, de quem era próxima.

Segundo Bauer, ela mal conseguia falar sobre o caso quando o procurou. E lembra o que ouviu do ministro: “Não se preocupa, só fala comigo, não fala para mais ninguém”. Teori morreu semanas depois, em janeiro de 2017, em um acidente aéreo em Paraty.

Veja vídeo com trecho do depoimento:

 

A ex-juíza também afirma que, após o episódio, passou a sentir-se vigiada e temeu por sua segurança e de sua família. Segundo relatou na entrevista, diariamente observava um carro da Polícia Federal passar diante de sua casa, o que a levou a comprar um veículo blindado. “Uma juíza previdenciária comprou um carro blindado. É a prova que eu tenho”, diz.

Bauer afirma que tentou denunciar irregularidades da 13ª Vara Federal e o que descreve como uma “entidade mafiosa” ligada à Lava Jato, mas que “ninguém fez nada”. Segundo ela, a estrutura teria atuado para encobrir abusos, mantido práticas ilegais e se fechado contra quem tentasse expor problemas, segundo a Forum.

Ao falar sobre o impacto psicológico de tudo o que viveu, Bauer diz que chegou a desenvolver sintomas graves. “Eu adquiri, por exemplo, taquicardia quando eu falo do meu próprio caso”, relata, acrescentando que o ambiente de isolamento e hostilidade a levou a considerar abandonar a carreira — decisão que acabou tomando.

Hoje atuando como advogada e vivendo nos Estados Unidos, Bauer afirma que seu depoimento busca incentivar outras vítimas de violência, inclusive dentro de instituições do Estado, a romperem o silêncio.

Até a publicação desta matéria, Sérgio Moro não havia se pronunciado sobre as acusações. O espaço está aberto para eventual manifestação.

A ex-juíza também afirma que, após o episódio, passou a sentir-se vigiada e temeu por sua segurança e de sua família. Segundo relatou na entrevista, diariamente observava um carro da Polícia Federal passar diante de sua casa, o que a levou a comprar um veículo blindado. “Uma juíza previdenciária comprou um carro blindado. É a prova que eu tenho”, diz.

Bauer afirma que tentou denunciar irregularidades da 13ª Vara Federal e o que descreve como uma “entidade mafiosa” ligada à Lava Jato, mas que “ninguém fez nada”. Segundo ela, a estrutura teria atuado para encobrir abusos, mantido práticas ilegais e se fechado contra quem tentasse expor problemas.

Ao falar sobre o impacto psicológico de tudo o que viveu, Bauer diz que chegou a desenvolver sintomas graves. “Eu adquiri, por exemplo, taquicardia quando eu falo do meu próprio caso”, relata, acrescentando que o ambiente de isolamento e hostilidade a levou a considerar abandonar a carreira — decisão que acabou tomando.

Hoje atuando como advogada e vivendo nos Estados Unidos, Bauer afirma que seu depoimento busca incentivar outras vítimas de violência, inclusive dentro de instituições do Estado, a romperem o silêncio.

Até a publicação desta matéria, Sérgio Moro não havia se pronunciado sobre as acusações. O espaço está aberto para eventual manifestação.


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Arsenal dos bandidos ficou mais forte e mais novo após decretos pró-armas de Bolsonaro

Estudo do Instituto Sou da Paz investigou 255,9 mil apreensões realizadas pelas polícias estaduais e pela Polícia Federal

A flexibilização promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no acesso a armas no Brasil alterou o perfil do armamento apreendido pelas polícias no Sudeste e impulsionou a modernização do arsenal dos criminosos, aponta estudo realizado pelo Instituto Sou da Paz.

Intitulado “Arsenal do Crime: Análise do perfil das armas de fogo apreendidas no Sudeste”, o levantamento investigou 255,9 mil apreensões realizadas pelas polícias estaduais e pela Polícia Federal de 2018 a 2023. Os dados foram obtidos por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).

A quantidade de armas apreendidas sofre queda contínua desde a aprovação do Estatuto do Desarmamento, diz o estudo. Houve reversão em 2023, quando a região registrou 37.994 ocorrências do gênero ante 36.370 do ano anterior.

O ex-presidente está hoje preso na Superintendência da PF em Brasília, condenado no processo da trama golpista.

A flexibilização do acesso a armas no Brasil foi promessa de campanha de Bolsonaro, que historicamente fez críticas ao Estatuto do Desarmamento e alegava que a medida permitia que as famílias se defendessem.

A mudança mais expressiva envolve pistolas 9 mm, cuja compra foi facilitada em norma editada por Bolsonaro em maio de 2019.

Entre todas as apreensões de pistolas na região Sudeste, modelos 9 mm respondiam por 28,5% das ocorrências em 2018, um ano antes da flexibilização, percentual que saltou a 50,5% em 2023. Seu uso até então era restrito às polícias e às Forças Armadas. O presidente Lula (PT) revogou as normas do antecessor ao assumir o Planalto. Na ocasião, o petista chamou as medidas de “criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras”.

O crescimento redesenha as características do arsenal clandestino, diz a pesquisa. Apreensões de revólveres caíram de 42,2%, em 2018, para 37,6%, em 2023, à medida que as de pistolas foram de 25,1% para 35,9% no mesmo período.

Em São Paulo o padrão se repete. Ocorrências do gênero envolvendo pistolas saíram de 25,6% para 33,4% no primeiro e no último ano, respectivamente, enquanto a apreensão de revólveres caiu de 47,4% para 43,5%.

A participação das armas 9 mm no total de pistolas apreendidas no estado, enquanto isso, escalou de 8,4% para 37,2% no período analisado. Foram 273 apreensões no primeiro ano da série e 1.305 no último.

O levantamento aponta também que as armas apreendidas estão mais novas. Em 2018 houve 170 apreensões de modelos fabricados até dois anos antes da respectiva ocorrência, número que em 2023 chegou a 843 somente em território paulista.

Para o instituto, o aumento “traz um indicativo forte de que armas recém-adquiridas no mercado legal estão migrando rapidamente para o universo criminal”.

Fuzis também entram nessa conta: foram 4.444 apreensões no Sudeste, 910 das quais em São Paulo. O estado vem registrando aumento: os fuzis abrangiam 0,9% das apreensões em 2018 e em 2023 corresponderam a 1,5%.

O número de armas artesanais no geral caiu durante período analisado.

O estudo diz que elas representam parte expressiva dos aparatos com maior poder de fogo, a exemplo do que ocorria em Santa Bárbara d’Oeste — onde uma fábrica clandestina foi fechada pela PF em operação que levou 11 pessoas a serem denunciadas neste ano. Investigações apontam que facções se utilizam desse tipo de fábrica para se armar.

Um dos decretos de Bolsonaro permitiu que CACs (Caçadores, Atiradores Desportivos e Colecionadores) comprassem por ano até 5.000 munições para armas de uso liberado e mil para as de uso restrito, como fuzis ou carabinas, por exemplo. O texto também foi revogado.

“Eram quantidades absurdas, fora de qualquer razoabilidade, o que possibilitou esquemas de ‘laranjas’”, afirma o consultor sênior do Sou da Paz, Bruno Langeani, coordenador da pesquisa sobre o Sudeste.

No ano passado, relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) mostrou que 2.579 pessoas mortas estavam registradas como CACs. Na ocasião, de acordo com o relatório do órgão, 9.387 pessoas com mandados de prisão estavam com o registro ativo para possuir armas. Outros 19.479 tinham processos de execução penal em aberto.

Para Langeani, o levantamento “é um raio-x do mercado criminal” e revela também que as armas ilegais estão mais presentes nas casas dos brasileiros e são usadas tanto por organizações como por cidadãos comuns, em crimes patrimoniais.

Em São Paulo, 31,8% das armas foram apreendidas em ambiente residencial, embora ocorrências em vias públicas sejam as mais frequentes.

O levantamento diz também que “a malha rodoviária é um ponto relevante de apreensões, sugerindo que uma parcela significativa estava em trânsito, inclusive para o Rio de Janeiro ou estados do Nordeste”.

A capital paulista lidera as dez cidades paulistas com mais apreensões em números absolutos, com 14.842 armas capturadas de 2018 a 2023, mas não entra no ranking se considerados índices proporcionais, à frente do qual está Guaratinguetá.

Com 121 mil habitantes e 380 armas apreendidas no período, o município registrou 312,2 armas capturadas a cada cem mil habitantes, maior índice do estado, segundo a pesquisa.

A PM concentra 72% das 68.204 apreensões em São Paulo, percentual bastante superior aos 14,9% que registra a Polícia Civil, diferença que mostra fragilidades na política de segurança, diz Langeani.
“O estado não tem nenhuma delegacia especializada para combater tráfico de armas nem um trabalho de fiscalização específico contra grupos vulneráveis.”

Bolsonaro defendeu armamento da população
Quando assinou os primeiros decretos flexibilizando as regras para armas, logo ao assumir o governo, Bolsonaro afirmou que a medida devolvia à população a vontade de decidir. “Por muito tempo, coube ao Estado determinar quem tinha ou não direito de defender a si mesmo, à sua família e à sua propriedade”, declarou na ocasião.

Mais tarde, afirmou que armar a população poderia evitar golpes de Estado. “Nossa vida tem valor, mas tem algo com muito mais valoroso do que a nossa vida, que é a nossa liberdade. Além das Forças Armadas, defendo o armamento individual para o nosso povo, para que tentações não passem na cabeça de governantes para assumir o poder de forma absoluta”, disse.

Na campanha de 2022, por sua vez, reafirmou as declarações e disse que armas garantem segurança às famílias e à soberania nacional. O instrumento, declarou, é “a garantia de que a nossa democracia será preservada”.

*André Fleury Moraes/ICL


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Vetos de Michelle expõem racha no PL

A articulação no Rio e no Ceará evidencia o crescimento da influência de Michelle e expõe divergências entre grupos que defendem pragmatismo eleitoral

O universo político do PL vive dias de tensão — e de certo constrangimento — diante do novo movimento de Michelle Bolsonaro, que parece cada vez mais à vontade para ocupar o espaço que o marido, hoje preso, não pode exercer. Em tom que soa quase como candidatura não declarada, a ex-primeira-dama decidiu estender sua lista de proibições internas e agora tenta barrar também qualquer aproximação da sigla com Eduardo Paes (PSD) na disputa pelo governo do Rio de Janeiro em 2026.

A articulação, revelada por Igor Gadelha, do Metrópoles, tem causado ruído entre dirigentes do partido, que veem Michelle agir como se fosse a verdadeira líder do bolsonarismo — mesmo sem mandato e sem a legitimidade eleitoral que Bolsonaro sempre reivindicou para si. Apesar disso, ela segue repetindo a aliados que simplesmente “não engole” Paes e promete trabalhar pessoalmente para impedir qualquer acerto político com o atual prefeito do Rio.

Michelle convoca Malafaia para reforçar veto
Nos bastidores, Michelle afirma que tratará do assunto “no momento oportuno” com Silas Malafaia, pastor de forte influência entre evangélicos e aliado histórico da família Bolsonaro. A expectativa da ex-primeira-dama é que Malafaia ajude a bloquear o acordo no Rio — uma tarefa que pode ser delicada, já que ele mantém boa relação com o próprio Paes.

Desse jeito a Michelle vai é desbancar a ninhada do Bolsonaro que continuam malucos com a ideia de alianças com centristas e esquerdistas que jogaram Jair Bolsonaro num presídio.”

“É isso o que o povo quer!

Ciro Gomes e Eduardo Paes é o cacete”

— Oliver Noronha (@OliverNoronha) December 2, 2025″

Enquanto cresce a impressão de que Michelle tenta conduzir o partido com mão firme, lideranças do PL admitem desconforto com o tom e com a disposição da ex-primeira-dama de atuar como fiadora de decisões estratégicas. Para alguns, o movimento soa como exagero — para outros, como um ensaio de protagonismo num campo político carente de comando desde a prisão de Jair Bolsonaro.

Paes defende diálogo com PL e cita acordo
A polêmica ganhou corpo depois que Eduardo Paes declarou publicamente não ter dúvidas de que marcharia politicamente ao lado de Altineu Côrtes (PL-RJ), presidente estadual do partido. O prefeito afirmou, durante evento em outubro, que a união seria “por amor ao estado do Rio de Janeiro”.

A negociação envolve, de um lado, o apoio do PL a Paes na disputa pelo governo fluminense; de outro, o empenho do prefeito na tentativa de eleger Cláudio Castro (PL) ao Senado. Uma troca política comum no tabuleiro eleitoral, mas que encontrou a resistência imediata de Michelle.

A crise no Ceará reacende a disputa pelo comando.

A interferência da ex-primeira-dama não se limita ao Rio. No domingo, ela também criticou a aproximação entre o PL do Ceará e Ciro Gomes, que ocorreu durante o lançamento da pré-candidatura de Eduardo Girão (Novo) ao governo estadual. A articulação, conduzida por André Fernandes, irritou profundamente os filhos de Bolsonaro — Flávio, Carlos e Eduardo —, que acusaram Michelle de “desautorizar” o ex-presidente.

O clima ficou tão pesado que Flávio Bolsonaro irá pessoalmente à prisão nesta terça-feira (2) para pedir ao pai que “segure” Michelle e a faça recuar dos ataques à aliança cearense. Depois da visita, o PL se reunirá para, segundo integrantes da sigla, “enquadrar” a ex-primeira-dama, lembrando que a presidência do PL Mulher é subordinada à Executiva Nacional e que decisões estratégicas cabem — ao menos oficialmente — a Jair Bolsonaro.


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Centrão em crise: Ações da PF chegam a líderes do União Brasil em sete estados

Dirigentes do União Brasil em diversos estados enfrentam uma série de desgastes no decorrer de 2025 devido a investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) que atingem tanto os próprios caciques do partido quanto seus aliados próximos.

Entre os casos mais recentes, destaca-se a prisão do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar, acusado de vazar informações sobre uma operação da PF contra o deputado estadual TH Joias (MDB).

Além disso, investigações que envolvem desvios de emendas parlamentares e o uso de fundos de previdência em papéis do Banco Master também têm minado a reputação de lideranças do União Brasil.

O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, e os deputados Elmar Nascimento (BA) e Pedro Lucas Fernandes (MA), ex e atual líderes do partido na Câmara, estão entre os nomes citados em investigações de diferentes naturezas.

Essas apurações têm enfraquecido a imagem da sigla, enquanto a relação entre o partido e o governo Lula se deteriora. Em resposta, o União Brasil ordenou que seus filiados entregassem seus cargos no governo nos últimos meses.

Embora Rueda não tenha sido formalmente investigado, ele foi citado em investigações relacionadas às operações Carbono Oculto e Poço de Lobato, que apuram fraudes e sonegação no setor de combustíveis.

A operação “Unha e Carne”, que resultou na prisão de Bacellar, também afetou o União Brasil no Rio de Janeiro, estado onde o dirigente preside o diretório estadual. Caso a prisão seja mantida, o desgaste para o partido no Rio será ainda maior.

Rueda, segundo o DCM, que almeja uma candidatura a deputado federal em 2026, tem demonstrado alinhamento com Bacellar, e no mês passado, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o partido fosse admitido como defensor dele no julgamento do caso Ceperj, no qual o deputado estadual pode ser cassado por abuso de poder econômico.

Além de suas divergências com o governo Lula, Rueda também foi vinculado a operações que envolvem o tráfico de drogas e fraudes fiscais. Em uma dessas investigações, um piloto de aeronaves afirmou à PF que Rueda seria o verdadeiro dono de aviões usados por uma facção criminosa.

Em outra operação, a empresa Refit, cujo dono tem laços com Rueda, foi investigada por supostas irregularidades. O dirigente do União Brasil negou qualquer envolvimento com os crimes, mas a associação tem prejudicado a imagem do partido.

O escândalo envolvendo o Banco Master também afetou o União Brasil. O banco foi liquidado pelo Banco Central em novembro de 2025 por suspeita de gestão fraudulenta, e a operação “Compliance Zero” da PF resultou na prisão do proprietário Daniel Vorcaro.

Fundos de previdência estaduais, como o Rioprevidência no Rio de Janeiro, foram apontados como os principais compradores de papéis do banco, com investimentos que somam centenas de milhões de reais. Deivis Antunes, aliado do União Brasil no estado, foi o responsável por esses investimentos.

Além do Rio, outros estados, como Amapá e Amazonas, também se viram envolvidos no escândalo. Institutos de previdência desses estados realizaram investimentos consideráveis em papéis do Banco Master.

O instituto de previdência do Amapá, dirigido por Jocildo Lemos, e o do Amazonas, cujos investimentos foram autorizados por Ary Renato Vasconcelos, ex-presidente do fundo, estão sob investigação. Ambos os dirigentes são ligados ao União Brasil, embora neguem envolvimento em qualquer irregularidade.

As investigações sobre emendas parlamentares também têm afetado a imagem do partido. O deputado Elmar Nascimento (BA) foi citado em uma apuração sobre o desvio de recursos destinados ao município de Campo Formoso, sua base eleitoral.

Em outro caso, Pedro Lucas Fernandes (MA), sucessor de Elmar na liderança do União Brasil na Câmara, foi citado em uma investigação sobre o destino de emendas que ele destinou à prefeitura de Arari (MA). Fernandes afirmou que cabe à prefeitura prestar contas do uso dos recursos.

Além dessas investigações, a PF também conduz apurações sobre o desvio de recursos públicos em Alagoas e Sergipe. Em Alagoas, Luciano Cavalcante, presidente do diretório estadual do União Brasil, foi investigado por irregularidades na compra de kits de robótica com verba do orçamento secreto.

Já em Sergipe, o ex-deputado André Moura firmou um acordo de não persecução penal com o STF após ser acusado de desvio de recursos públicos na prefeitura de Pirambu.


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Política

ERA MAIS UM GOLPE

Flávio quer trocar a “candidatura” pela anistia

Como muitos observadores políticos previram, o senador Flávio Bolsonaro admitiu publicamente neste domingo (7) que pode abrir mão de sua pré-candidatura ao Planalto. O preço cobrado pela desistência é que algum dos presidenciáveis de direita inclua em suas promessas de campanha a anistia ou indulto a Jair Bolsonaro.

Ou seja, Flávio, que é nacionalmente conhecido pelo envolvimento no golpe da rachadinha, reconheceu que a sua candidatura é um novo golpe: para dar apoio a um candidato, cobrará como pedágio a anistia.

“Olha, tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço para isso. Eu vou negociar. Eu tenho um preço para não ir até o fim”, disse ele.

A declaração, feita de maneira espontânea a jornalistas após seu primeiro compromisso público como pré-candidato pelo PL, evidenciou que o movimento tem menos relação com um projeto eleitoral consistente e mais com a preservação do espaço político da família Bolsonaro.

O senador também reconheceu a existência de uma articulação política nesse sentido, cujo teor seria divulgado nesta segunda-feira (8). Questionado sobre a possibilidade de esse “preço” envolver a tramitação de uma proposta de anistia no Congresso, Flávio afirmou que o tema “está quente”. Com isso, trouxe novamente ao centro do debate a busca de Jair Bolsonaro por uma alternativa jurídica que possa restituir seus direitos políticos e aliviar sua situação penal.

Nos bastidores, prevalece a avaliação de que a pré-candidatura foi transformada em instrumento de pressão sobre o Congresso. A estratégia estaria voltada sobretudo aos líderes do Centrão, que demonstram resistência ao nome de Flávio e enxergam a movimentação como uma iniciativa estimulada pelo próprio Jair Bolsonaro. O movimento recebeu reação fria, inclusive entre aliados que defendem uma opção considerada mais viável para 2026.

A reação do mercado financeiro foi negativa. A simples divulgação da pré-candidatura provocou queda no principal índice da bolsa e valorização do dólar, sinalizando desconfiança dos investidores diante do risco de instabilidade política. Flávio classificou a reação como “natural”, porém “precipitada”, em uma tentativa de reduzir os impactos, sem fornecer sinais concretos de estabilidade.

Entre lideranças do Centrão, a leitura é de que a fala do senador reforçou a percepção de que sua entrada na disputa responde mais à urgência política de seu pai do que a uma estratégia eleitoral estruturada. Para esses dirigentes, a candidatura serviria como moeda de troca na defesa de uma anistia e como instrumento para manter Jair Bolsonaro no centro do debate político.

*ICL


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Pesquisa

Datafolha: apenas 8% preferem Flávio; Michelle tem 22% e Tarcísio, 20%

Para 50% dos eleitores, no entanto, receber apoio de Bolsonaro tira qualquer chance de voto

Flávio Bolsonaro, senador pelo PL-RJ que se declarou o nome do pai para o pleito de 2026, só é visto como ideal para ser lançado pelo ex-presidente por 8% dos eleitores brasileiros.

Preferem a ex-primeira-dama Michelle 22% e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), 20%.
Foi o que aferiu a nova pesquisa do Datafolha sobre a sucessão presidencial do ano que vem, na qual a direita se vê dividida com seu principal nome preso e inelegível, enquanto o campo da esquerda se concentra em torno do presidente Lula (PT).

O instituto ouviu 2.002 pessoas de 2 a 4 de dezembro, antes, portanto, do anúncio de Flávio de que seria o candidato. A fotografia não favorece o senador, que já sofre resistências do centrão.

Em julho, 23% citavam Michelle como o nome que deveria ser indicado por Jair Bolsonaro (PL) para concorrer à Presidência. O índice foi agora para 22%, oscilação na margem de erro de dois pontos do levantamento. Tarcísio tinha 21% e oscilou para 20%. O governador Ratinho Jr. (PSD-PR) também variou, de 10% para 12%, enquanto o irmão de Flávio, o deputado exilado Eduardo (PL-SP), foi de 11% para 9%.

O senador fluminense também oscilou, de 9% para 8%, numa estabilidade registrada também pelos governadores Ronaldo Caidado (União Brasil-GO), que ficou com 6%, e Romeu Zema (Novo-MG), que foi de 5% para 4%.

Michelle responde filhos de Bolsonaro e volta a criticar Ciro Gomes:  'Respeito a opinião, mas penso diferente'

Para 50%, candidato de Bolsonaro não é opção
Não que o apoio de Bolsonaro seja, segundo os eleitores ouvidos, uma coisa necessariamente boa. Para 50% deles, um nome indicado pelo ex-presidente nunca receberia seu voto. Já 26% dizem o contrário, que com certeza iriam com um bolsonarista com selo de origem, e 21%, que talvez o fizessem. Já 3% não souberam responder.

Até pelo óbvio “recall”, Bolsonaro é o segundo nome mais lembrado na pesquisa espontânea feita pelo Datafolha, com 7% de citações para a Presidência. Lula lidera esse ranking com 24%, enquanto Tarcísio (2%) empata com Ratinho Jr. (1%).

Como pela regra vigente o ex-presidente condenado a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe pelo Supremo só poderá disputar num longíquo 2060, quando terá 105 anos se estiver vivo, o foco se vira para os herdeiros presumidos.

Pelo peso político e econômico de São Paulo, Tarcísio, um desconhecido ministro da Infraestrutura de Bolsonaro que serviu discretamente sob os governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), sendo sacado pelo então chefe para a disputa no estado que mal conhecia em 2022, emergia como o nome óbvio.

Mas o oblívio de Bolsonaro forçou a família a refazer cálculos, buscando a manutenção da relevância no cenário da direita. Foi assim que foi lida, entre líderes de partidos do centrão e do centro, a indicação anunciada pelo próprio Flávio na sexta-feira (5).

Resta agora convencer os fiéis do bolsonarismo, para começar, um grupo estimado em 20% do eleitorado em um recorte feito pelo Datafolha que leva em conta fatores como o voto em 2022 e o arrependimento dele.

É um segmento com características que batem com o que o folclore político considera um bolsonarista: homem, mais evangélico do que católico, branco, de classe média a alta.

Nesse grupo, Michelle é vista como nome ideal que Bolsonaro deveria ungir para levar sua bandeira contra a de Lula em 2026: 35% dos ouvidos acham isso. Já 30%, um empate técnico na margem de erro específica calculada, preferem o governador de São Paulo.

Os dois outros postulantes da família Bolsonaro ficam bem mais atrás: querem como candidato do clã Eduardo 14%, ante apenas 9% que citam o escolhido anunciado, Flávio. Mais atrás ficam Caiado, com 4% de citações, e Zema, com 2%.

*ICL


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Política

Mulheres Vivas: Brasil se levanta contra a barbárie do feminicídio

Em meio ao avanço da violência de gênero, movimentos feministas convocam atos nacionais neste domingo (7) para exigir proteção, justiça e ação imediata do poder público; confira agenda

O Brasil ultrapassou, ainda em 2025, a marca de mil feminicídios — quatro mulheres assassinadas por dia — e a resposta veio das ruas. Diante de uma violência que não é acidental, mas estrutural, alimentada pelo machismo, pela impunidade e pelo desmonte de políticas públicas, movimentos feministas como a União Brasileira de Mulheres (UBM), o Levante Mulheres Vivas, entre outros, convocam atos em todo o país no próximo domingo (7). De acordo com o Vermelho, a mobilização pretende transformar indignação em ação coletiva e pressionar o Estado a cumprir seu papel de proteger a vida das mulheres.

A convocação ganha força após crimes que expuseram, mais uma vez, a brutalidade do patriarcado que rege as relações sociais no país. O assassinato de Catarina Karsten, em Florianópolis (SC), o ataque no Cefet Maracanã, no Rio de Janeiro, que tirou a vida de Allane Pedrotti e Layse Costa Pinheiro, e a violência extrema contra Tainara Souza Santos, arrastada por um quilômetro na Marginal Tietê (SP), tornaram impossível ignorar a urgência de uma resposta nacional.

“O feminicídio é uma emergência nacional, e só a luta coletiva pode virar esse cenário. No próximo ato da Mobilização Nacional contra o Feminicídio, milhares de vozes vão ocupar as ruas em todo o país para exigir políticas públicas eficazes, justiça, proteção e respeito às nossas vidas.”, afirmou a UBM nas redes sociais.

Parlamentares também reforçam que não se trata apenas de reagir a casos isolados, mas de enfrentar um sistema que legitima a violência. Para deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a hora é de mobilização massiva. “O Brasil inteiro se levanta para denunciar o feminicídio e todas as formas de violência que tiram das mulheres o direito de viver com liberdade, respeito e segurança. […] Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas!”, afirmou.

Alice Portugal (PCdoB-BA) destacou que o avanço da violência revela falhas do Estado: “Todos os dias mulheres são mortas no Brasil. Essa escalada […] evidencia a insuficiência das medidas de prevenção. As mulheres têm o direito de viver!”

Para Sâmia Bonfim (Psol-SP), a mobilização de rua é fundamental para romper com o ciclo de violência:
“Nós vamos tomar as ruas para dizer um basta à violência contra as mulheres. […] Nós não suportamos mais.” Em Brasília, o chamado foi reforçado pela deputada Érika Kokay (PT-DF). “Traga sua voz, sua força, sua revolta. Por nós, pelas que vieram antes e pelas que precisam viver”, afirmou.

Lula anuncia ‘movimento dos homens’

O presidente Lula (PT) reforçou que o enfrentamento à violência exige compromisso político e mudança cultural, inclusive entre os homens. “O vagabundo que bate em mulher não precisa votar no Lula para presidente”, afirmou, criticando explicitamente a complacência social com agressores.

Durante cerimônia em Fortaleza, ‘anunciou que pretende liderar uma mobilização masculina pelo fim da violência de gênero. “Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, 80 anos de idade, vou liderar o movimento dos homens que prestam nesse País, para defender as mulheres brasileiras. Não só as nossas, mas as mães deles, as filhas, as noras, todas”. Para ele, é preciso reconhecer a responsabilidade masculina: “A luta contra o feminicídio tem que ser nossa. Nós somos a parte violenta da sociedade”.

Violência estrutural e omissão social

Os dados mostram que a violência é sistêmica. A Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher (DataSenado, 2025) indica que 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica neste ano. Em 40% desses casos, havia testemunhas adultas presentes que não prestaram qualquer ajuda — um retrato da naturalização da violência e da cumplicidade social que mantém o ciclo de agressões.

Os atos também terão intervenções artísticas, leitura de manifestos e homenagens às vítimas, reforçando que lutar por políticas públicas é também honrar cada vida interrompida pela violência de gênero. Entre as principais reivindicações nacionais estão delegacias da mulher 24h, casas-abrigo, medidas protetivas ágeis, proteção às crianças, autonomia emergencial para mulheres em risco, paridade no poder público e enfrentamento da violência digital.

A mobilização se espalha por todas as regiões do país — do Masp à Torre de TV, de Belém a Porto Alegre — afirmando que o Brasil não aceitará mais que mulheres sigam morrendo enquanto o Estado se omite.

Confira a agenda nacional do atos Levante Mulheres Vivas

  • Região Sudeste – 07/12 (domingo)
    São Paulo
  • Araraquara/SP – Praça Santa Cruz – 9h
  • Bauru/SP – Delegacia da PF – 9h30
  • Botucatu/SP – Praça da Pinacoteca – 10h
  • Campinas/SP – Estação Cultura – 9h
  • Ilhabela/SP – Praça Elvira Estoraci – 16h
  • Ribeirão Preto/SP – mais informações em breve
  • São Paulo/SP – MASP (Vão Livre) – 14h
  • Santos/SP – Praça das Bandeiras – 10h
  • São José dos Campos/SP – Largo São Benedito – 15h
  • São José do Rio Preto/SP – Praça Rui Barbosa – 9h
  • Sorocaba/SP – Parque das Águas – 10h
  • Ubatuba/SP – Pista de Skate – 11
  • Minas Gerais
  • Belo Horizonte/MG – Praça Raul Soares – 11h
  • Cambuquira/MG – Praça da Biblioteca – 10h
  • Cataguases/MG – Praça Santa Rita – 10h
  • Divinópolis/MG – Praça do Planalto – 8h30
  • Juiz de Fora/MG – Escadaria da Câmara – 15h
  • Perdões/MG – Praça da Matriz – 14h
  • Poços de Caldas/MG – Parque da Zona Sul – 15h
  • Pouso Alegre/MG – Praça Senador José Bento – 11h
  • Sete Lagoas/MG – Lagoa Boa Vista – 10h
  • Santa Rita do Sapucaí/MG – Pracinha da Câmara – 10h
  • São João del Rei/MG – Sinal da Leite de Castro com Frei Cândido – 14h
  • Tiradentes/MG – Largo do Rosário – 17h
  • Uberaba/MG – Concha – 14h
  • Uberlândia/MG – Av. Monsenhor Eduardo, esquina com Rua
  • Buriti Alegre – 10h

 

  • Rio de Janeiro
  • Rio de Janeiro – Copacabana (Posto 5) – 14h
  • Espírito Santo
    Vitória – Praia de Camburi – 15h
  • Região Nordeste – 07/12 (domingo)
  • São Luís/MA – Praça Igreja do Carmo – 9h
  • Parnaíba/PI – Parnaíba Shopping – 16h
  • Teresina/PI – Praça Pedro II – 17h
  • Fortaleza/CE – Estátua Iracema Guardiã – 16h
  • Natal/RN – Mercado da Redinha – 9h
  • Maceió/AL – Praça Sete Coqueiros – 15h
  • Recife/PE – Rua da Aurora, Ginásio Pernambucano – 14h
  • Vitória da Conquista/BA – Feirinha do Bairro Brasil – 9h
  • Arraial d’Ajuda/BA – Praça do Santiago – 9h
  • Aracaju/SE – Arcos da Orla – 8h30
  • João Pessoa/PB – Busto de Tamandaré – 15h

Salvador/BA – 14/12 (sábado)

  • Barra (Cristo ao Farol) – 10h
  • Região Centro-Oeste
    06/12 (sábado)
  • Cuiabá/MS – Praça Santos Dumont – 14h

07/12 (domingo)

  • Brasília e Entorno/DF – Feira da Torre de TV – 10h
  • Campo Grande/MS – Av. Afonso Pena – 9h
  • Paranaíba/MS – Feira da Praça da República – 8h
  • Goiânia/GO – Praça Universitária – 15h

Região Sul 06/12 (sábado)

  • Porto Alegre/RS – Praça da Matriz – 17h
  • Joinville/SC – Praça da Bailarina – 14h

07/12 (domingo)

  • Florianópolis/SC – Cabeceira da Ponte Hercílio Luz – 13h
  • Chapecó/SC – Praça Coronel Bertaso – 14h
  • Garopaba/SC – Café Mormaii – 9h
  • Itajaí/SC – Praça da Beira Rio – 14h
  • Curitiba/PR – Praça João Cândido (Largo da Ordem) – 10h

13/12 (sábado)

  • Santa Maria/RS – Praça Saldanha Marinho – 9h

Região Norte
06/12 (sábado)

  • Belém/PA – Boulevard Gastronomia – 8h

07/12 (domingo)

  • Marabá/PA – Praça da Marabá Pioneira – 18h
  • Manaus/AM – Praça do Congresso – 17h
  • Boa Vista/RR – Tribuna em frente à ALE-RR – 16h30
  • Palmas/TO – Feira do Bosque – 17h
  • Parintins/AM – Catedral (Centro) – 16h30

10/12 (quarta-feira)

  • Santarém/PA – Praça Tiradentes – 17h30

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Pesquisa

Datafolha: Aprovação de Lula cresce e chega a 49%

Presidente mantém popularidade estável, segundo novo levantamento

Nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (5), aponta que a aprovação ao trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu para 49%, ante 48% no levantamento anterior. A desaprovação segue em 48%, dentro da margem de erro, indicando estabilidade na avaliação pessoal do presidente.

Gestão mantém quadro estável
Na avaliação do governo, 32% classificam a gestão como ótima ou boa, 30% a consideram regular e 37% a avaliam como ruim ou péssima — índices praticamente idênticos aos registrados em setembro. Segundo Forum, os números confirmam a estabilidade apontada pelo Datafolha, mas também mostram que a queda observada no início do ano foi superada, com o governo mantendo um patamar mais confortável.

A pesquisa revela ainda que Lula continua apresentando desempenho acima da média entre idosos, pessoas com menor escolaridade, nordestinos e católicos. Entre trabalhadores que ganham entre dois e cinco salários mínimos, houve leve avanço — associado, segundo o instituto, a medidas recentes como a nova faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil.

Mesmo sem grandes oscilações no cenário político recente, Lula mantém aprovação pessoal numericamente superior à reprovação e encerra o período com uma base sólida de apoio em setores importantes do eleitorado.


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