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Deputado pede quebras de sigilo e vê ligação entre Banco Master, igrejas e INSS

Comissão amplia investigações e mira repasses, estruturas religiosas e movimentações financeiras ligadas a operadores do esquema

A CPMI do INSS abriu a etapa mais sensível de sua investigação ao ampliar o foco para além das entidades suspeitas e alcançar igrejas, operadores financeiros e estruturas paralelas usadas para movimentar recursos desviados de aposentados.

Os novos requerimentos apresentados pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), com apoio da base governista, miram diretamente esse fluxo. Ao ICL Notícias, o parlamentar resumiu a dimensão do esquema afirmando:

“A quantidade de dinheiro roubado foi muito grande, imagina… Isso são milhões de aposentados sendo descontados 40, 50 reais, durante pelo menos de 2023, de 2019 lá no governo, até 2024. Foram bilhões.”

Segundo o deputado, o caráter massivo dos desvios exige que a Comissão avance sobre todos os caminhos percorridos pelo dinheiro. Parte desses valores, afirma ele, continuou circulando mesmo após o fim dos descontos.

“Para fazer lavagem eles usavam de tudo”, relatou, apontando que os indícios já reunidos mostram a necessidade de apurar o envolvimento de instituições religiosas, especialmente da Igreja da Lagoinha, em Belo Horizonte.

Correia acrescentou que “já existem elementos que precisam ser investigados”, citando repasses e vínculos de operadores do esquema com estruturas religiosas.

A prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, reforçou a preocupação da CPMI. Para Correia, as relações entre o banqueiro e operadores ligados ao mercado de consignado revelam conexões que precisam ser esclarecidas.

Ele afirmou que Vorcaro mantinha relações com figuras religiosas e com empresários próximos ao núcleo investigado, e que isso pode ter criado uma rota paralela de circulação de recursos. Em suas palavras:

“Agora, com a prisão do Vôrcaro, que também fazia, através do Master, crédito consignado… e o pastor ligado a ele era ligado também à Igreja da Lagoinha. Recursos que eles receberam dos chamados Golden Boys nos fazem verificar se utilizaram disso para lavar dinheiro.”

O deputado detalhou ainda que o grupo investigado chegou a lavar recursos “em associações, em vinhos, em quadros, em carros, em imóveis, em lanchas, em escritórios de advocacia”, indicando a multiplicidade de mecanismos usados para dar aparência de legalidade aos valores desviados.

Essa multiplicidade de estratégias, segundo o deputado, demonstra a necessidade de rastrear como estruturas religiosas e financeiras foram usadas para dar aparência de legalidade ao dinheiro desviado.

Para organizar as linhas de investigação, os documentos de Correia anexados à CPMI introduzem um recorte mais amplo do que se sabia até agora. O objetivo é conectar os principais operadores, apelidados de “golden boys”, às instituições que, direta ou indiretamente, receberam recursos oriundos de atividades suspeitas.

As informações enviadas pelo COAF e pela Receita Federal mostram que as entidades Amar Brasil, CONAFER, CBPA e AAB operavam em rede, registrando picos de movimentação financeira incompatíveis com sua atuação declarada. Parte desses valores, segundo os RIFs, seguiu em direção a igrejas, fundações religiosas e a uma fintech de caráter cristão, a Clava Forte Bank.

Correia dedica seus requerimentos a detalhar a participação do grupo formado por Felipe Macedo, Américo Monte e Anderson Cordeiro. A partir de 2022, após mudanças societárias registradas na Receita Federal, a Amar Brasil passou para a titularidade de Américo Monte, mesmo após o INSS ter sido formalmente alertado sobre irregularidades.

Ainda assim, um novo Acordo de Cooperação Técnica foi assinado, fato que permitiu que as operações do grupo se expandissem. Em paralelo, o volume de reclamações e processos judiciais relacionados a descontos indevidos cresceu de maneira acelerada.

Repasses expõem atuação de ‘golden boys’
A investigação mostra que o trio movimentava valores elevados, repassando quantias expressivas para igrejas com as quais mantinham relação direta. Uma das instituições mais citadas é a Sete Church, liderada pelo pastor Cesar Beluci, localizada em Alphaville, São Paulo. O COAF identificou que apenas no mês de maio de 2024 a igreja recebeu:

R$ 300.000,00 via Anderson Cordeiro, em 08/05/2024;
R$ 70.338,00 via Anderson Cordeiro, em 21/05/2024;
R$ 124.000,00 via Pix de Américo Monte.
Esses valores, somados, ultrapassam R$ 494 mil, mas documentos analisados pela CPMI e repassados por outras fontes elevam esse total para cerca de R$ 694 mil, indicando que parte das transações ainda não está completamente rastreada.

O padrão de repasses sugere que a Sete Church teria atuado, segundo o texto dos requerimentos, como centro receptor de valores provenientes das práticas fraudulentas atribuídas aos “golden boys”.

O envolvimento da Sete Church não se resume às transferências financeiras. Em evento realizado pela própria igreja em junho de 2024, Felipe Macedo afirmou publicamente que “a fase de prosperidade” do grupo começou em setembro de 2022, “logo após o ACT” assinado pelo INSS.

Ele citou nominalmente seus sócios Anderson e Américo, mencionando que o trio realizava “orações de madrugada no escritório” e destinava dízimos ao líder religioso da instituição assim que recebiam recursos. Para a CPMI, esse depoimento público reforça a necessidade de convocar Beluci para esclarecer a relação da igreja com os operadores das fraudes.

Outro foco da CPMI é a atuação da Igreja da Lagoinha e de seu líder, o pastor André Valadão. O requerimento apresentado por Correia cita a proximidade de Valadão com Felipe Macedo e destaca que, em 2024, o empresário suspeito financiou o evento de Réveillon da igreja realizado no Allianz Parque.

A Lagoinha também aparece como instituição orbitando em torno da Clava Forte Bank, apresentada publicamente como um “banco cristão” dedicado a apoiar igrejas em projetos financeiros. Entretanto, a fintech não aparece registrada como instituição autorizada pelo Banco Central, o que levantou suspeitas dentro da CPMI.

A Clava Forte declara atividades como desenvolvimento de softwares e intermediação de negócios, mas suas movimentações financeiras são descritas como incompatíveis com seu escopo formal. Por isso, Correia protocolou requerimento pedindo a quebra de sigilo bancário e fiscal da instituição, assim como a produção de RIFs que permitam analisar padrão de movimentações, origem dos recursos e possíveis vínculos com o grupo investigado.

A comissão quer saber se a fintech funcionou como mecanismo de lavagem ou “esfriamento” de recursos desviados de aposentados.

Além de Sete Church e Igreja da Lagoinha, os documentos apontam para repasses suspeitos envolvendo a CBPA. Segundo o COAF, a entidade enviou R$ 1,9 milhão à empresa Network, que depois distribuiu valores a instituições e pessoas físicas ligadas à família do deputado Silas Câmara. Entre os repasses identificados estão:

  • R$ 11 mil à Fundação Boas Novas, presidida pelo pastor Jônatas Câmara;
  • R$ 37 mil ao filho do deputado, Heber Câmara;
  • R$ 146 mil à filha do parlamentar, Milena Câmara, advogada da própria CBPA;
  • R$ 9 mil diretamente ao deputado Silas Câmara;
  • R$ 37 mil adicionais encaminhados ao filho do parlamentar por meio da empresa Conektah.
  • A CPMI considera esse conjunto de transações como extremamente sensível, sobretudo pelo papel de Silas Câmara na
  • Frente Parlamentar Evangélica. A participação simultânea de familiares em estruturas religiosas, empresariais e políticas sugere, segundo Correia, a necessidade de “investigar vínculos tanto formais quanto informais”.

O escopo investigativo se estende também à Associação dos Aposentados do Brasil (AAB), dirigida por fundadores de igrejas evangélicas no Distrito Federal. A entidade administra filiações e descontos previdenciários, mas seus dirigentes também são responsáveis por instituições religiosas como a Primeira Igreja Pentecostal Cristo a Esperança e a Igreja Pentecostal Ministério Visão de Deus.

Para a Comissão, essa sobreposição pode indicar uma rota paralela de legitimação de recursos provenientes dos descontos investigados.

Em sessão recente, Rogério Correia afirmou que os indícios reunidos pela CPMI revelam um alinhamento entre operações financeiras suspeitas, estruturas religiosas e organizações que orbitam o mercado de crédito consignado.

Ele citou a prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, como exemplo da “intersecção” entre esses mundos. Para Correia, há elementos que conectam a atuação de Vorcaro a operações de consignado que, segundo as suspeitas, se aproximam do modelo utilizado pelos “golden boys”.

Pontos-chave destacados pela CPMI nos requerimentos:

  • Crescimento súbito das movimentações financeiras da Amar Brasil e da CONAFER após 2022;
  • Operações de alto valor destinadas à Sete Church por integrantes do núcleo investigado;
  • Patrocínio do evento da Igreja da Lagoinha por operador suspeito;
  • Existência de fintech cristã (Clava Forte) sem registro no Banco Central;
  • Repasses da CBPA que beneficiam diretamente a família de deputado federal;
  • Sobreposição de lideranças religiosas e dirigentes de entidades de aposentados;
  • Indícios de conexão entre o esquema e práticas financeiras investigadas no Banco Master;
  • Necessidade de acesso a RIFs e dados bancários para rastrear a origem dos valores.

*Cleber Lourenço/ICL


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Menino brasileiro tem dedos mutilados após agressão em Portugal; Consulado pede providências

Estudante teve dois dedos parcialmente amputados em Portugal

O consulado brasileiro na cidade do Porto, em Portugal, entrou em contato com autoridades portuguesas, solicitando informações sobre o ocorrido com o menino brasileiro de 9 anos, que sofreu amputação parcial de dois dedos em uma escola naquele país.

Os diplomatas brasileiros contactaram também a mãe do menino, Nívea Estevam, a quem foi oferecida assistência jurídica e psicológica à família.

O caso ocorreu em Cinfães, no dia 10 de novembro, na Escola Básica Fonte Coberta. As suspeitas são de que a agressão – cometida por outros estudantes que teriam usado uma porta do banheiro para pressionar os dedos da criança – teria sido motivada por xenofobia e racismo.

Relatos da mãe da criança indicam que estudantes praticavam bullying contra seu filho. O caso chamou a atenção da mídia portuguesa, levando a coordenadora do Bloco da Esquerda (BE), Mariana Mortágua, a questionar o Ministério da Educação de Portugal sobre a possibilidade de se tratar de mais um caso de racismo e xenofobia nas escolas do país.

agressão

Informações e providências
A solicitação de informações sobre o caso foi feita pelo embaixador do Brasil em Lisboa, Raimundo Carrero, a autoridades dos ministérios da Administração Interna e da Educação, Ciência e Inovação.

Segundo as autoridades consulares brasileiras, na solicitação de informações foi pedido também que providências sejam adotadas, caso se confirmem as suspeitas de motivações xenofóbicas ou racistas contra o estudante brasileiro, que é negro.

Denúncia da agressão
Diante do ocorrido, a mãe do menino usou as redes sociais para denunciar o caso. Disse que foi procurada pela escola, que classificou o caso como um acidente. Disse também ter sido mal atendida, ao contactar a polícia pública portuguesa para denunciar o caso, após ter informado sobre a possibilidade de se tratar de um caso de racismo.

Segundo ela, o policial teria batido na mesa e dito que não toleraria que se falasse em racismo ou xenofobia porque todos seriam iguais em Portugal, e que se a escola havia dito que foi algo acidental, é porque, de fato, teria sido um acidente.


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Fundo suspeito de elo com PCC injetou bilhões no Banco Master e empresas de Vorcaro

O proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, preso pela Polícia Federal na terça-feira (18), recebeu investimentos bilionários do fundo Hans 95, apontado pela Operação Carbono Oculto como uma das principais engrenagens de um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC. Com informações do UOL.

Documentos da CVM, Juntas Comerciais e registros imobiliários mostram que o fundo abasteceu negócios de Vorcaro, direta e indiretamente, por meio de uma complexa estrutura de fundos em cascata que dificulta o rastreamento dos reais beneficiários.

O Hans 95, administrado pela gestora Reag, soma cerca de R$ 35 bilhões em patrimônio e deixou de enviar informações obrigatórias à Receita Federal desde 2022, além de não apresentar auditorias à CVM entre 2022 e 2024. A última avaliação disponível, em 2021, teve abstenção de opinião dos auditores por falta de dados.

Ligações com o PCC
Relatórios sigilosos mostram que o fundo recebeu R$ 17 milhões da esposa de Mohamad Hussein Mourad e outros R$ 45 milhões de origem não identificada via BK Bank — ambos citados como parte da engrenagem financeira usada para lavar recursos do PCC.

Nessa cadeia de investimentos, o Hans 95 ainda aportou recursos em outros dois fundos que seriam controlados por Mohamad. Dois níveis abaixo dele estava o fundo Gold Style.

Segundo a investigação da PF, o Gold Style recebeu valores de familiares de Mohamad, direta ou indiretamente por empresas, com movimentações também feitas a partir do BK Bank. Já boa parte do patrimônio declarado pelo Mabruk II estava aplicada em debêntures emitidas por empresas supostamente ligadas a Mohamad, ainda conforme a PF.

Aportes milionários em títulos do Banco Master
Entre os investimentos, o Hans 95 e fundos sob seu controle movimentaram ao menos R$ 849 milhões em títulos do Banco Master desde 2024. Apenas o Astralo 95, subordinado ao Hans, tinha R$ 622 milhões aplicados em CDBs e outros títulos do Master; o Murren 41 detinha R$ 103 milhões; e o próprio Hans investiu R$ 124 milhões em outubro de 2024.

Segundo decisão judicial da operação Compliance Zero, o Master chegou a ofertar ao mercado “títulos de crédito insubsistentes ou ‘podres’” para mascarar sua crise de liquidez e inflar artificialmente seu patrimônio.

R$ 1,65 bilhão no fundo ligado à mansão de Vorcaro
A influência do Hans 95 também aparece na empresa proprietária da mansão de R$ 36,1 milhões onde Vorcaro vive em Brasília. A Super Empreendimentos e Participações, dona do imóvel e de outros 14 bens, recebe investimentos por meio do fundo Termopilas — quatro degraus abaixo do Hans na cadeia financeira.

Em junho de 2024, mais de 90% do Termopilas já pertenciam ao Hans 95. Durante o período da compra da casa, o cunhado de Vorcaro, Fabiano Zettel, era diretor da Super.

R$ 1 bilhão em empresa associada a Vorcaro
Outra empresa ligada ao banqueiro, a Akka Empreendimentos, recebeu R$ 1 bilhão via Murren 41, apesar de declarar capital social de apenas R$ 31 milhões.

O aporte bilionário é incompatível com o tamanho da empresa e reforça suspeitas sobre a origem e a finalidade desses recursos. Assim como a Super, a Akka é uma sociedade anônima fechada, sem atividades públicas conhecidas.

Fundo ligado à compra de parte do Atlético Mineiro
A rede de investimentos também alcança o futebol. Um dos fundos alimentados pelo Hans 95, o Astralo 95, é o principal cotista do Galo Forte FIP, usado por Vorcaro para adquirir 25% da Galo Holding, que controla o Atlético Mineiro. Em março de 2025, o Astralo já tinha R$ 300 milhões aplicados na operação. Com DCM.


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Alô meu povo, cadê aquele Claudio Castro que não largava o microfone depois da chacina no Rio?

O sujeito evaporou junto com a grana bilionária que o banqueiro pegou com ele.

O dono do Banco Master, foi preso em 2019 por um esquema de pirâmide financeira que lesou milhares de investidores.

Como um camarada desses conseguiu essa montanha de dinheiro com Castro?

Não é aquela mixaria da mochila de propina não, é coisa grande mesmo, Muito além do aquém!

Como Claudio Castro vai sobreviver politicamente depois desse escândalo?

A revolta nas redes por ver a obra desse “artista do crime” só aumenta.
Mistificador vagabundo. Copiando o próprio clã Bolsonaro de quem é capacho.

A máscara fajuta de Castro se esborrachou. Seus crimes mais ocultos agora fede em praça pública.

Aquela soberba pós matança no Alemão e Penha foi para a casa do c…
Agora, como bom Bolsonarista, é lagrima de crocodilo.

Espero que na mesma cela do seu patrão.


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370 votos que ajudam o crime

Se a atuação do deputado Guilherme Derrite como relator do PL Antifacção tivesse uma trilha sonora, a música ideal seria aquele prefixo do antigo programa “Os Trapalhões”. Nunca se viu vexame maior de um parlamentar nessa função: sem negociar, Derrite jogou no lixo a proposta do governo e apresentou um primeiro substitutivo que foi malhado por todos como Judas em sábado de aleluia. Foi assim com a segunda, a terceira, a quarta e a quinta versões. Nesta terça-feira (18) foi votada na Câmara a sexta versão do monstrengo, aprovada por 370 votos a 110.

Não seria tão grave se as trapalhadas de Derrite fossem apenas cômicas, como acontecia com Didi, Dedé, Zacarias e Mussum. Mas, infelizmente, são trágicas.

A grande tragédia consiste no esforço bizarro que fizeram o deputado relator (licenciado do cargo de secretário de Segurança de São Paulo) e Hugo Motta para avacalhar um debate sério, que tinha o objetivo de ajustar a legislação ao grave cenário da criminalidade no país, com facções cada vez mais poderosas.

Na frente das câmeras o discurso dessa turma é de endurecimento no combate aos criminosos e integração das forças de segurança pública. Na prática, Derrite e seu grupo ignoraram o trabalho de meses feito pelo governo e se esforçaram ao máximo para tirar da Polícia Federal, da Receita Federal e da Justiça Federal as prerrogativas no enfrentamento ao crime organizado.

O problema aqui não é meramente político, de busca de protagonismo dos governadores nessa área que rende dividendos eleitorais. Se fosse só isso já seria péssimo.

Mas é pior.

Pela insistência em escantear a PF e outros órgãos federais, o que Derrite, Motta,Tarcísio de Freitas, Cláudio Castro, Ronaldo Caiado, além dos mentores semi-ocultos da proposta (Arthur Lira e Eduardo Cunha) pretendem mesmo é tornar menos eficaz as principais corporações brasileiras de combate aos bandidos — especialmente os de colarinho branco.

As trapalhadas dessa turma sinistra — Derrite à frente — ajudaram a escancarar uma verdade dolorosa, que todos já conheciam, mas nunca havia se mostrado tão explicitamente: há no Brasil um grande número de políticos empenhados em atrapalhar o combate ao crime organizado e favorecer bandidos poderosos.

O texto de Derrite tira recursos da PF, minimiza as chances de asfixia financeira, mantém facções de posse de seus bens, cria dubiedade sobre a legislação a ser aplicada contra as quadrilhas, endurece penas contra bagrinhos e facilita a vida dos financiadores bilionários da bandidagem.

Foi isso que 370 deputados aprovaram.

No fim da votação na Câmara, Centrão e extrema direita comemoraram.

Ao mesmo tempo, os bandidos mais poderosos do país também fizeram festa.

A noite desta terça-feira (18) diz muito sobre o Brasil.

Que saudade dos trapalhões originais…

*Chico Alves/ICL


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Mudo, Claudio Castro e sua pureza de alma, está até o talo nessa história do Banco Master

Comecemos do começo

O que é o Banco Master?

O Banco Master é uma instituição financeira brasileira, fundada em 2008, com sede em São Paulo. Ele se destacou nos últimos anos por um crescimento acelerado, especialmente na captação de recursos via Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que oferecia com rendimentos bem acima do mercado – até 40% acima do CDI em alguns casos. Isso atraiu investidores pessoa física e fundos de pensão, mas também levantou bandeiras vermelhas por causa de investimentos de alto risco, como em precatórios e empresas em recuperação judicial.

O banco faz parte de um conglomerado que inclui corretoras, bancos de investimento e o Will Bank (um banco digital). Em 2024-2025, o conglomerado chegou a R$ 86 bilhões em ativos, mas representava apenas 0,57% do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

A Crise Recente: Liquidação e Prisão

A crise do Banco Master explodiu de vez em novembro de 2025, culminando na liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central (BC) no dia 18/11/2025.

2024 – Início 2025
Banco cresce rápido com CDBs caros. BRB (Banco de Brasília) injeta R$ 16,7 bilhões no Master, com apoio do governador Ibaneis Rocha (MDB-DF). Tentativa de fusão barrada pelo BC por falta de transparência e riscos ao erário público.

Maio-Setembro 2025
Crise de liquidez: Master pega empréstimo emergencial de R$ 4 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), renovado duas vezes. Rejeição final da fusão com BRB. Investidores tentam vender CDBs no secundário, forçando taxas a subir para 177% do CDI.
Outubro 2025

Alerta do TCE-RJ: Rioprevidência (fundo de previdência do RJ) investe quase R$ 1 bilhão em títulos do Master, apesar de sinais de risco. Roberto Campos Neto (ex-presidente do BC) diz que não há risco sistêmico, mas o mercado fica nervoso.
Novembro 2025 (até 17/11)

Proposta de venda para Fictor Holding (com investidores estrangeiros) por R$ 3 bilhões é anunciada, mas barrada pelo BC. Suspeitas de fraudes em emissões de títulos (até R$ 12 bilhões sem lastro).
18/11/2025

Banco Central decreta liquidação do conglomerado (incluindo Banco Master S/A, Master Corretora e Letsbank). Dono Daniel Vorcaro é preso pela PF ao tentar fugir para Abu Dhabi. Indisponibilidade de bens de controladores e ex-administradores. Banco Master Múltiplo vai para Regime de Administração Especial Temporária (RAET) para preservar o Will Bank, que atrai interesse de fundos como Mubadala.

Conexões Políticas e o “Escândalo Maior”A crise tem cheiro de política pesada:Ibaneis Rocha (DF): Pressionou pela compra pelo BRB com dinheiro público. Adversários cobram investigação por possível prejuízo ao erário.

Cláudio Castro (RJ): Sob fogo cruzado pelo investimento do Rioprevidência. TCE-RJ alertou contra mais aportes, mas o fundo prosseguiu. Críticos ligam a “incompetência ou propina”, especialmente com a reeleição em 2026 no horizonte.

Hugo Motta, presidente da Câmara, e Alessandro Vieira (oposição) trocam farpas sobre a PEC da Bengala, que”atrapalharia” investigações como essa.

“Banco Master: onde o CDB rendia mais que o jogo do bicho, mas agora é o FGC que paga o pato”

Ah, o rolo do Cláudio Castro com o Banco Master está cada vez mais complicado, né?

Com a liquidação do banco nesta terça (18/11) e a prisão do Daniel Vorcaro (dono do Master), o foco está todo no governador do RJ, que parece ter enfiado a mão no vespeiro com dinheiro público.

O que rolou com os investimentos do governo Castro?O epicentro é o Rioprevidência, o fundo que cuida das aposentadorias e pensões de mais de 235 mil servidores públicos do RJ (civis e militares). É o terceiro maior fundo de pensão do país, com um patrimônio bilionário.
Sob o governo Castro, eles jogaram pesado no Master, mesmo com bandeiras vermelhas piscando:

Outros tentáculos no governo Claudio Castro, a coisa não para por aí.

A Cedae (companhia de águas do RJ) tinha R$ 248 milhões investidos no Master até o balanço do segundo trimestre de 2025.

E o governo Castro autorizou a Credcesta (cartão consignado ligado ao Master) a descontar direto na folha dos aposentados da Rioprevidência – contrato assinado em março de 2025.

No total, órgãos do estado somam quase R$ 3 bilhões expostos. Isso é dinheiro de royalties, venda de estatais e contribuições dos servidores, né?

Resumo do resumo: o “herói da segurança” pode ter ferrado 235 mil aposentados pra sempre. A bomba está armada

PF já investiga Castro, diretores do fundo e o dono do Master (preso tentando fugir).

Castro ainda não se pronunciou diretamente (só notas do fundo), mas isso vai explodir mais.

A conferir.


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Mendonça ataca ministros do STF em almoço com empresários

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que parte da Corte tem atuado com “ativismo judicial” e que alguns colegas defendem essa postura. A declaração foi feita durante um almoço com empresários promovido pelo Lide, em São Paulo.

Segundo ele, o Judiciário deve aplicar a lei, mas também reconhecer seus próprios limites. “Tem que ter lei, tem que aplicar a lei. O grande problema é compreender que cabe ao Judiciário dar a última palavra e criar os próprios marcos limitadores”, disse.

Mendonça citou como exemplo o julgamento sobre o Marco Civil da Internet, concluído em junho. Na ocasião, o STF considerou inconstitucional a exigência de ordem judicial prévia para que redes sociais atuem em conteúdos graves, como pornografia infantil e terrorismo.

Para o ministro, essa decisão extrapolou o texto legal. “Na própria decisão do Marco Civil da Internet, nós criamos restrições sem lei. Isso se chama ativismo judicial. E os próprios colegas têm defendido esse ativismo. Eu não defendo”, afirmou.

No evento, o ministro buscou se apresentar como alguém alinhado à segurança jurídica e à livre iniciativa, fazendo acenos diretos ao público empresarial. Em determinado momento, afirmou que empresários brasileiros seriam “heróis que amanhecem o dia já devendo praticamente um terço do seu faturamento a um sócio oculto, que é o Estado”.

O encontro contou com a presença de executivos e autoridades, entre elas o prefeito Ricardo Nunes e o vice-governador Felício Ramuth, que saudaram Mendonça como defensor de “valores da família”. Indicado ao STF por Bolsonaro para a vaga prometida a um ministro “terrivelmente evangélico”, ele também comentou benefícios e penduricalhos concedidos ao Judiciário.

Questionado sobre supersalários e indenizações, disse ser a favor de uma revisão administrativa. Segundo ele, há preocupação dentro do próprio Supremo sobre o volume de vantagens concedidas em órgãos do sistema de Justiça. “A gente tem que ter um nível de normalidade”, afirmou.

Mendonça disse que magistrados e promotores precisam receber bons salários diante das responsabilidades e dos custos da profissão, mas defendeu mais rigor no cumprimento do teto constitucional.

“Nós, em tese, integramos uma classe média, então a gente tem que procurar um plano de saúde diferente, uma escola com custo. Isso acaba impactando muito a questão salarial, mas, ao mesmo tempo, precisamos ter um teto mais respeitoso e mais respeitado”, afirmou. Com DCM.

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Mulas sem cabeça

Tarcisio e Derrite se confessaram derrotados pelo governo Lula por não casar na mesa cisco de projeto de segurança e tentaram sequestrar o projeto do governo federal.

As duas mulas acabaram se entregando.

Projetos de Segurança Pública do Governo Lula

O governo federal tem priorizado iniciativas para reformular a segurança pública no Brasil, com foco no combate ao crime organizado, na integração entre União, estados e municípios, e na criação de mecanismos de financiamento e inteligência.

Esses projetos visam superar limitações constitucionais atuais, que restringem a atuação federal, e promover um modelo mais colaborativo.

Abaixo, explico os principais, com base em ações recentes (até novembro de 2025).

1. PEC da Segurança Pública (PEC nº 18/2025)O que é? Proposta de Emenda à Constituição que eleva o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) — criado em 2018 por lei ordinária — a status constitucional.

O objetivo é integrar as polícias federais, estaduais e municipais, reforçando a coordenação nacional contra o crime organizado, sem interferir na autonomia dos estados.

Principais pontos:Criação de uma política nacional de segurança e defesa social, obrigatória para entes federativos.

Instituição do Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária, com recursos vedados a contingenciamentos, para financiar ações integradas.

Ampliação de competências da União, incluindo uma nova polícia ostensiva derivada da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e maior foco em inteligência contra facções.

Entregue ao Congresso em abril de 2025 pelo presidente Lula e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Está parada na Câmara dos Deputados desde julho de 2025, aguardando análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Em outubro de 2025, após um massacre no Rio de Janeiro, Hugo Motta, incluiu o tema entre as prioridades, mas a escumalha bolsonarista da oposição e alguns governadores (como Cláudio Castro-RJ e Eduardo Leite-RS) criticam por suposta interferência federal.

Lula defendeu um “pacto federativo” em reuniões com governadores.
Impacto esperado: Fortalecer o Estado no enfrentamento a “multinacionais do crime”, como tráfico de drogas e armas, com maior presença federal nas fronteiras e presídios.

2. Projeto de Lei Antifacção (PL 5582/2025) O que é?
Projeto de lei enviado pelo Executivo para tipificar e combater a atuação de facções criminosas, como o PCC e o Comando Vermelho, com penas mais duras para líderes e financiamento de organizações criminosas.

Principais pontos: Definição clara de crimes como associação para formação de facções, com agravantes para infiltração em instituições públicas (ex.: Judiciário, política).

Medidas para rastrear e bloquear bens de criminosos, e cooperação internacional contra lavagem de dinheiro.

Alterações no Código Penal para endurecer punições, mas com debates sobre o tipo penal para evitar ambiguidades.

Em tramitação na Câmara, com votação prevista para 18 de novembro de 2025. O texto sofreu ajustes pelo relator para incluir mais rigor, mas Gleisi Hoffmann (ministra das Relações Institucionais) destacou preocupações com a clareza jurídica.

Lula reuniu ex-governadores-ministros (como Waldez Góes e Fernando Haddad) em 13 de novembro de 2025 para articular apoio parlamentar.

Impacto esperado: Reduzir o poder de facções em presídios e territórios, promovendo “retomada territorial” em áreas dominadas pelo crime.

Outras Medidas Complementares
O governo planeja lançar até dezembro de 2025 ações adicionais para reforçar a agenda:Projeto-piloto de Retomada Territorial: Iniciativa para recuperar áreas controladas por facções, em fase de 60% de elaboração, com testes em municípios vulneráveis.

Índice de Homicídios Não Solucionados: Padronização nacional de dados para monitorar impunidade.
Centro de Inteligência no Acre: Foco em fronteiras para combater tráfico.

Programa de Investimentos Municipais: Apoio financeiro a cidades para modernizar policiamento.

Esses projetos fazem parte de um esforço para “reenquadrar moralmente” a segurança, combatendo a percepção de leniência com o crime e preparando o terreno para as eleições de 2026. Lula enfatiza diálogo com estados, mas enfrenta resistência da oposição bolsonarista, que prioriza endurecimento penal isolado.

O avanço depende de articulação no Congresso, com o governo apostando em votações conjuntas da PEC e do PL até o fim do ano.Para mais detalhes, acompanhe o site oficial do Planalto ou o Ministério da Justiça.

Independente do resultado prático desse projeto de segurança pública do governo Lula, Tarcisio e Derrite não tem qualquer rabisco sobre o tema.

Solução encontrada pelas mulas sem cabeça, Tarcisio e Derrite: roubar o projeto de Lula ou sabotá-lo.

Deu no que deu.


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PL Antifacção: o projeto da extrema direita e o erro de Hugo Motta

Chacina do RJ jogou luz para o objetivo da extrema direita: colocar a morte como solução para um problema complexo

A chacina do Rio de Janeiro (RJ) abriu novamente o bueiro das ideias reacionárias da extrema direita: morte enquanto solução política. E a discussão do PL Antifacção expôs a incapacidade de articulação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o projeto violento da extrema direita para a segurança pública no Brasil.

Ao invés de tentar atuar com inteligência, a opção do governo fluminense foi um confronto armado em uma das cidades mais populosas do país. A ação não só foi defendida pela extrema direita, como tentaram incorporar essa lógica de violência em um dos principais projetos do governo para a segurança pública no país.

O texto apresentado pretendia criar mecanismos para combater o crime organizado no Brasil. Uma das questões trazidas era o aumento das penas para pessoas ligadas a facções, algo criticado por especialistas em segurança pública. Isso, por si só, já era um aceno à extrema direita, que apresenta soluções fáceis para a redução da violência.

Ainda assim, a discussão de um projeto como esse não seria fácil depois da chacina e da politização promovida. Mas aí Motta entrou em cena, escolhendo, talvez, o pior deputado possível para ser relator do PL e um dos que mais representa o projeto político da extrema direita: Guilherme Derrite (PP-SP).

Não porque Derrite tenha sido tenente da Rota, polícia conhecida pela alta taxa de letalidade nas ações. E muito menos por ele ter comandado as operações na Baixada Santista (SP), em 2023, que resultaram na morte de 28 pessoas em 40 dias.

O erro de Motta foi escolher um deputado que estava afastado para ser secretário de segurança pública de Tarcísio de Freitas, um dos principais nomes para enfrentar Lula em 2026. Motta diz que “essa discussão não é política”, mas conseguiu colocar um palanque eleitoral em um debate sensível. Ele tinha 513 deputados para escolher, mas decidiu pelo 514º em meio a uma das maiores crises de segurança pública da história do país.

E essa escolha está cobrando seu preço. Derrite, logo de cara, tentou colocar no projeto do governo o PL do Terrorismo, que foi a “solução” apresentada pela extrema direita depois da chacina, classificando o crime organizado brasileiro como terrorista.

Ele deu um passo a mais na tentativa de agradar seus chefes (ou coronéis, como preferir) quando tentou subordinar a Polícia Federal aos governos estaduais. Essa era a principal demanda do autodenominado “Consórcio da Paz”, grupo de governadores que tinha, além de Tarcísio, Cláudio Castro (RJ), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO).

Derrite não conseguiu nem um, nem outro e, em 4 dias, teve que escrever mais 3 relatórios. Não precisa ser letrado em direito criminal para entender que, em 4 dias, Derrite e as ideias já batidas do campo conservador – de matar o máximo possível – não resolveriam o problema.

O erro de Motta custou tão caro para o presidente da Câmara que nem o glorioso Consórcio da Paz se satisfez com Derrite e foi à Brasília pedir “mais tempo para negociar”. Com isso, entrou em ação outro projeto da extrema direita para a segurança pública no Brasil.

Já é mais do que sabida a crítica de diferentes setores da sociedade sobre a incapacidade da esquerda em apresentar propostas para o enfrentamento a grupos criminosos. Mas, em 2025, o governo sentou e elaborou dois textos sobre o tema.

Além do PL Antifacção, a PEC da Segurança Pública foi apresentada em abril e tinha como objetivo integrar as forças de segurança, articulando o trabalho da PF com as polícias locais, a inteligência, o Ministério Público e as polícias civis, além de criar o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Mesmo com críticas, o projeto era uma resposta a uma das principais demandas da sociedade.

O dito Consórcio da Paz e os partidos da extrema direita se posicionaram contra e o Centrão não ajudou a avançar a tramitação do texto. A PEC voltou à tona depois da chacina no Rio.

O grupo não apresentou nenhuma proposta nova e mais pareceu um Consórcio da Violência Policial que, ao defender a morte de centenas de pessoas, protegeu e tentou preservar a sua própria paz nas urnas em 2026. Eles sabem que ações policiais como essas dão popularidade. A população é a principal atingida pelo crime organizado e quem mais precisa de ações concretas para resolver esses problemas. Ao apresentar violência como solução, penalizam justamente as vítimas do reacionarismo das facções.

E tudo isso com respaldo da imprensa hegemônica. Castro só precisou colocar a polícia e o exército em um campo de batalha para ouvir de comentaristas que houve “inteligência” nas operações. A cobertura dos principais canais de televisão desumanizou, mais uma vez, as vítimas e as famílias ao dar espaço para jornalistas que entendem que esse é o caminho para a segurança brasileira.

Por outro lado, houve um esforço em valorizar a figura dos policiais, fortalecendo a narrativa da “violência para a segurança”. E deram todo o palco que esse tipo de ideia precisa: é necessário combater violência com mais violência.

O projeto da extrema direita não se dá pela falta de propostas, mas pela apresentação daquelas que já se provaram inúteis. O caminho, definitivamente, está na reestruturação das forças de segurança, na atuação em conjunto de diferentes frentes e na articulação dos entes federativos. A PEC da Segurança Pública não é a saída definitiva para esse debate, mas pavimenta um caminho possível de discussão.

*BdF


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Política

Facções ameaçam serviços públicos e fiscalização no país, de internet a tráfego aéreo

O Fantástico deste domingo (13) mostrou como facções criminosas vêm expulsando provedores legais de internet e assumindo o fornecimento clandestino do serviço.

“Quem manda aqui é o Peixão. Vou te matar se não sair daqui.” A ameaça, enviada por áudio a um técnico de internet no Rio de Janeiro, não deixa dúvidas sobre quem controla o acesso à rede em comunidades dominadas pelo tráfico.

O Fantástico deste domingo (13) mostrou como facções criminosas vêm expulsando provedores legais e assumindo o fornecimento clandestino do serviço, transformando a internet em uma nova moeda do crime – e um dos negócios mais lucrativos para o crime organizado.

O modelo se espalha pelo país, com relatos de extorsão, ameaças de morte, incêndios e ataques também no Pará e no Ceará.

“Internet é a nova boca de fumo”, resume o delegado Pedro Brasil, que investiga a atuação da facção Terceiro Comando Puro.

O chefe dessa facção é Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão — traficante mais procurado do Rio. Só no estado, mais de 120 investigações foram abertas pela Polícia Civil desde o ano passado. As ações miram grupos que instalam redes ilegais, impedem empresas autorizadas de atuar e, em muitos casos, cobram pedágio das operadoras.

Os investigadores não têm dúvida de que a internet oferecida por criminosos é um negócio altamente lucrativo e hoje compete em importância com a venda de drogas.

“A internet é um produto que chega para todos, que toda a população tem necessidade de consumir. Essa distribuição do sinal gera um lucro astronômico”, afirma Pedro Brasil.

Segundo ele, as facções exploram o serviço em praticamente quase todo o estado do Rio, segundo o G1.

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