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Debate

O maior desafio de Bolsonaro no debate de amanhã com Lula na Band

O amuleto do presidente é o falso padre. Seria uma surpresa se ele aparecesse por lá.

Jair Bolsonaro chorou algumas lágrimas no programa de propaganda eleitoral na televisão ao falar sobre Laura, sua filha de 11 anos, não vacinada contra a Covid porque ele não deixou.

Um ambiente intimista foi criado pelo cenógrafo para que ele e a locutora do programa conversassem em voz baixa, olhando um para o outro. Houve bolsonarista que se emocionou com a cena.

Não é fácil chorar por encomenda. Em 1994, candidato a presidente, Fernando Henrique Cardoso foi incitado a chorar por um dos publicitários que cuidavam de sua campanha. Negou-se.

Teve a sabedoria de intuir que não precisava chorar para atrair votos. O Plano Real garantiria sua eleição. Cada nota de dinheiro tinha sua assinatura como ministro da Fazenda.

Na campanha presidencial de 1989, a primeira depois da ditadura de 64, Tasso Jereissati, governador do Ceará, viu Fernando Collor, depois de ataque de fúria no palanque, celebrar seu feito.

Nos raros momentos em que não está no palco, Bolsonaro é muito diferente do que estamos acostumados a ver. Não que seja uma pessoa melhor, não é; apenas é diferente, e até engraçada.

Em estado permanente de representação, viciado em holofotes, ele tornou-se escravo do personagem que criou para si ao longo de 30 anos na política. Eduardo, seu filho Zero Três, tenta imitá-lo.

Flávio, o Zero Um, não tem talento para tal. Seu negócio é ganhar dinheiro. E Carlos, o Zero Dois, é instável. Detesta política, mas o pai o pôs no ramo; ama o pai, mas vive brigando com ele.

Não é fácil ser filho de Bolsonaro. No caso de Carlos, aos 17 anos, o pai forçou-o a ser candidato contra a própria mãe, vereadora, que pretendia se reeleger. Carlos derrotou-a e ficou traumatizado.

Jair Renan, o Zero Quatro, é filho de outra ex-mulher de Bolsonaro, e carrega feridas que sangram desde que o pai e a mãe se separaram. Michelle não quer vê-lo por perto.

Michelle também não quer ver Carlos por perto, e quando Bolsonaro quis abrigá-lo no Palácio da Alvorada com medo de que Alexandre de Moraes mandasse prendê-lo, Michelle vetou.

Os Bolsonaros são uma família porque são, com os problemas que muitas famílias têm, mas funcionam acima de tudo como uma empresa, sob o comando do patriarca, interessado em acumular.

“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” foi um achado que impulsionou o enriquecimento da firma por eles montada. E nem uma eventual derrota no dia 30 significará sua falência.

Por ora, o foco dos principais acionistas está no debate de amanhã a ser travado na Band entre Bolsonaro e Lula, um duro concorrente, só que bem mais velho do que eles, e sem herdeiro.

Querem os conselheiros da família que Bolsonaro se preocupe em falar para além dos seus eleitores cativos, como querem os conselheiros de Lula que ele não se irrite com facilidade.

Desta vez, o contraventor do padre Kelman não estará no estúdio, embora Bolsonaro esteja tentado a levá-lo como uma espécie de amuleto, só para assustar Lula. Vai que Kelman começa a rezar…

Debate não decide eleição, salvo se um dos debatedores cometer um erro memorável. Todas as pesquisas de intenção de voto dão Lula com 5 pontos percentuais à frente do seu competidor.

É Bolsonaro que necessita crescer. Lula pode jogar parado. Na eleição de 1989, Lula ganhou o primeiro debate com Collor, perdendo o segundo. Mas não foi por isso que perdeu a eleição.

Lula tem experiência em debates, Bolsonaro, em fugir deles. Será uma boa diversão à falta de um melhor programa.

A conferir.

*Noblat/Metrópoles

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Em ato massivo em Pernambuco, Lula diz que campanha de Bolsonaro em Recife foi um “fiasco”

Lula e Marília Arraes (SD) participaram de coletiva de imprensa no Recife; ato na capital aconteceu durante a tarde.

A primeira agenda do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sua visita a Pernambuco nesta sexta (14) foi uma coletiva de imprensa junto da candidata ao Governo do Estado Marília Arraes (Solidariedade). No evento, Lula disse que os objetivos dele e Marília são complementares. “Eu estou aqui porque eu preciso que ela ganhe e ela precisa que eu ganhe”, afirmou.

Ele comentou o cenário em Pernambuco: “Eu não conheço a adversária da Marília, não posso falar mal dela porque não conheço. O que eu sei é que todas as pessoas ligadas ao Bolsonaro foram apoiar ela e não a Marília. É isso que eu tenho acompanhado”, disse.

Marília Arraes afirmou a centralidade das eleições deste ano. “Hoje vivenciamos não somente uma eleição, uma eleição onde discutimos projeto para Pernambuco e o Brasil, mas principalmente porque estamos defendendo o Estado Democrático de Direito, contra o retrocesso na conquista de direitos e defendendo a democracia. Em Pernambuco, unimos as forças democráticas, os projetos progressistas, passando por cima de qualquer divergência, colocando como foco reconstruir o Brasil e retomar o crescimento do nosso estado”, disse.

Além de Lula e Marília, estiveram na coletiva o candidato a vice-governador Sebastião Oliveira (Avante), o prefeito do Recife João Campos (PSB), o senador Humberto Costa (PT), a vice-governadora do estado Luciana Santos (PCdoB), o deputado federal Carlos Veras (PT), o deputado estadual Doriel Barros (PT), a deputada estadual eleita Rosa Amorim (PT) e diversos outros políticos do estado, além de parlamentares de outros estados, como Paulinho da Força (SD-SP), Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Ato de Bolsonaro foi um “fiasco”

Lula diz que mesmo em atos fora do Nordeste, o público está repleto de nordestinos e parentes de nordestinos. “Depois que o meu adversário disse que o povo nordestino vota em mim porque é analfabeto eu resolvi provocar o povo nordestino a transformar o voto contra Bolsonaro numa questão de honra. Em todos os atos que participo, eu peço pra levantar a mão quem é nordestino ou tem parente no Nordeste. É impressionante, 80% do povo levanta a mão” diz.

Apesar da grande estrutura com trio elétrico e ruas interditadas, poucas pessoas foram ao ato com Bolsonaro no Recife (PE) / Rodolfo Rodrigo/Brasil de Fato PE

Ele também comentou o ato do candidato Jair Bolsonaro (PL) no Recife ontem (13), que ficou marcado pela presença inexpressiva do público. “Como ele já não gostava de negro, de mulher, de indígena, de sindicato, de prefeito, de governador, agora ele diz que não gosta de nordestino. É por isso que o ato que ele fez foi um fiasco. Eu tenho orgulho de ser nordestino. Quero que o Nordeste seja igual ao melhor estado do Brasil”, disse.

*Com Brasil de Fato

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Vídeo: “Pesquisadoras” dão panfleto de Bolsonaro quando eleitor diz que vota Lula

Enquanto o governo Bolsonaro tenta cercear institutos de pesquisa com inquéritos, supostos cabos eleitorais se passam por entrevistadores para fazer campanha ao presidente.

Uma cena registrada em Alagoas mostra duas mulheres e um homem vestidos de branco, com crachás escrito “pesquisador” e prancheta em mãos, supostamente fazendo um levantamento de opinião com os eleitores. Por trás das pranchetas, no entanto, os “pesquisadores” traziam panfletos da campanha de Jair Bolsonaro (PL) que, segundo relatos, eram entregues às pessoas que diziam que vão votar em Lula (PT).

“Interessante, acabou de chegar uma pesquisa e todos os pesquisadores estão com cartazes do Bolsonaro. Interessante que a pesquisa é tendenciosa. Complicado, não dá para entender. Um aqui, não sei de onde veio, mas todos estão com cartaz do Bolsonaro”, diz o homem que grava o vídeo, filmando os “pesquisadores”.

Uma das mulheres, que em dado momento vira o crachá com a palavra “pesquisador”, se nega a mostrar ao homem da filmagem os panfletos pró-Bolsonaro. A outra, no entanto, decide exibir o “santinho”, que que contém a frase: “Sabe quem fez mais por Alagoas? Bolsonaro!”, além de “feitos” do presidente na região e seu número eleitoral.

O vídeo passou a circular nas redes sociais nesta sexta-feira (14) e usuários vêm encaminhado a postagem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e marcando o nome de usuário do presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, apontando suposto crime eleitoral.

Assista

https://twitter.com/Street04383149/status/1580958103205728256?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1580958103205728256%7Ctwgr%5Ef80a34e88308cb3bef07493783bedf9db328c20b%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fd-22650642771862695092.ampproject.net%2F2209142312000%2Fframe.html

*Com Forum

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Opinião

Sombra da ameaça militar valida vale-tudo da máquina bolsonarista

Jeferson Miola – A eleição deste ano está marcada por um sem-fim de práticas ilícitas, corrupção, desvios, banditismo político, usos e abusos da máquina pública pelo candidato situacionista. É um verdadeiro vale-tudo criminoso do bolsonarismo.

O governo militar aparelhou o Estado para fins eleitorais como nunca antes visto. Aviões da FAB transportam políticos, fundamentalistas religiosos, militares e celebridades de extrema-direita de ponta a ponta do país para eventos da campanha eleitoral.

Instituições de Estado são instrumentalizadas para viabilizar objetivos ilegais do governo –como se deu, por exemplo, com a atuação do CADE [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] na investida para intimidar os institutos de pesquisas.

O orçamento secreto, abastecido com dinheiro desviado do SUS, das Universidades e de áreas essenciais, irriga um esquema bilionário e corrupto de clientelismo e compra de votos. Favores e auxílios demagógicos de última hora são criados magicamente para cooptar o eleitorado.

As repartições públicas foram aparelhadas e convertidas em comitês de campanha. O gabinete presidencial é uma usina de fabricação e disseminação de mentiras.

Empresários inescrupulosos e charlatães religiosos turbinam redes criminosas que atuam em variadas frentes, da coação a trabalhadores ao doutrinarismo vulgar nos cultos dos templos caça-níquel.

A escória bolsonarista “nada de braçada” no esgoto das redes sociais, um ecossistema sem-lei a partir de onde fazem circular impensáveis delírios e baixarias.

A chamada “família militar”, espaço ampliado da sociabilidade reacionária e ferozmente antipetista, fornece o substrato ideológico que concatena a ofensiva contra Lula de atores barra-pesada das polícias militares, das Forças Armadas, CAC’s, empresas de segurança e milícias.

Perto dos ilícitos e da montanha de crimes perpetrados por Bolsonaro e cúpulas militares na eleição deste ano, os esquemas fraudulentos da chapa militar Bolsonaro/Mourão na eleição de 2018 ficam parecendo coisa de amadores.

O candidato Bolsonaro, que coleciona mais de uma centena de pedidos de impeachment pela prática continuada de crimes comuns e de responsabilidade, também comete crimes eleitorais em série.

Bolsonaro e as cúpulas militares constantemente atacam as instituições e insultam ministros do TSE e STF para quebrarem as resistências às ofensivas autoritárias.

Em democracias minimamente funcionais e com o sistema de justiça funcionando livremente e sem intimidações explícitas ou veladas, a chapa do governo militar Bolsonaro/Braga Netto sequer poderia concorrer, pois já teria sido cassada.

Todo mundo – mas todo mundo mesmo – sabe o que está acontecendo na eleição brasileira, marcada por ameaças, corrupção, banditismo fascista e, ainda, pela intimidação e propagação do medo.

A débil democracia brasileira, tutelada pelas cúpulas partidarizadas das Forças Armadas, resiste o que pode para não sofrer o golpe fatal. A sombra da ameaça militar valida o vale-tudo da máquina fascista-bolsonarista.

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Pesquisa

Nova pesquisa Datafolha para presidente mostra estabilidade

Pesquisa foi feita nesta quinta-feira (13) e nesta sexta-feira (14); margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Se a eleição fosse hoje, Lula teria 53% dos votos válidos, e Bolsonaro, 47%. Os resultados se referem à intenção de voto no momento das entrevistas. De acordo com o instituto, o cenário de 2º turno segue estável.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14), encomendada pela Globo e pela “Folha de S.Paulo”, aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 49% de intenção de votos no segundo turno e que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 44%.

O novo levantamento foi feito nesta quinta-feira (13) e nesta sexta, e os resultados se referem à intenção de voto no momento das entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. De acordo com o instituto, o cenário de segundo turno continua estável. Se eleição fosse hoje, Lula teria 53% dos votos válidos, e Bolsonaro, 47%.

Intenção de voto (estimulada — votos totais)
Resposta única, em %

  • Lula (PT): 49%
  • Bolsonaro (PL): 44%
  • Brancos e nulos: 5%
  • Não sabe: 1%

Nos votos válidos, o levantamento apontou que Lula tem 53%, e Bolsonaro, 47% (veja o infográfico abaixo). Para calcular os votos válidos, são excluídos os brancos, os nulos e os de eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.

Intenção de voto (estimulada — votos válidos)
Resposta única, em %

Já na sondagem espontânea, os entrevistadores não apresentam previamente o nome de nenhum dos dois candidatos. Nesse cenário, Lula aparece com 46%, e Bolsonaro, com 41% (veja infográfico abaixo). Além disso, 2% responderam “candidato do PT”, e 1% respondeu “22”. Brancos e nulos somaram 6%; outros 3% responderam que não sabem em quem votar; 1% dos entrevistados deram outras respostas.

Essa é a segunda sondagem do Datafolha após o primeiro turno das eleições, em 2 de outubro. Foram entrevistadas 2.898 pessoas, em 180 municípios, nos dias 13 e 14 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-01682/2022.

*Com G1

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Opinião

Um plano nacional de fraude às eleições

“Bolsonaro conseguiu uma outra forma de fraudar as eleições. Agora, antes da apuração”, analisa Fernando Horta.

Passados quase doze dias do primeiro turno, já é possível falar com um pouco mais de informações a respeito do que teria ocorrido para explicar a discrepância entre as pesquisas científicas que medem as intenções de votos e os votos que saíram das urnas. Houve falhas que não eram aleatórias e, por isso mesmo, pouco se pareciam com “falhas metodológicas”. Não houve erro de estimação, por exemplo, para Lula, Tebet ou Ciro. Não houve erro com candidatos com menor representação nas amostragens, como o falso padre ou a senadora Soraia. O erro nas pesquisas para presidente foi apenas uma faceta do problema. Candidatos ao senado, que estavam em terceiro lugar distante, saíram eleitos. O mesmo fenômeno, aliás, de 2018, em que se elegeu um governador com esses “votos invisíveis”. Também muito estranho é o fato de que esses votos invisíveis nunca iam para a esquerda. Nenhum candidato de esquerda surpreendeu. O mesmo fenômeno de “brotamento” de votos nas urnas não aparecia em outros candidatos que não os de extrema direita.

Como se poderia explicar tais fenômenos sem se pensar em fraude? Como se pensar em fraude se a esquerda atestou a inviolabilidade as urnas?

Hoje, temos grandes indícios de que houve fraude. Um conluio de vários setores do governo para fraudar as eleições. O tipo de ação que não poderia ser pensada e colocada em prática por meios civis e que, no meu entendimento, é característico de ação militar de sabotagem.

Primeiro é preciso dizer que o termo “eleições” não se restringe somente à apuração de votos. Das variadas formas de fraude que vimos, por exemplo, na República Velha brasileira, as que tratavam de fraude no escrutínio (apuração) eram em números pequenos. Claro que houve, lá atrás, até quem levasse as urnas para a casa para “melhor contar os votos”, mas a eleição é muito maior do que o momento da contagem.

Eleição envolve o cadastramento dos eleitores e um aparato de Estado para defender o direito ao voto. Envolve estabelecer uma “paridade de armas” entre os candidatos. Envolve também o respeito aos direitos civis, eleitorais e humanos de todos os envolvidos, sejam candidatos ou não. Envolve dar condições iguais de acesso e segurança ao voto, e também que todos tenham informações suficientes para votar. A segurança das urnas e da apuração é apenas uma pequena parte disso tudo.

Se analisarmos esse quadro mais amplo, ficará claro que foi posto em prática no Brasil um enorme plano de fraude às eleições. Mais ainda, este plano – muito provavelmente – explica o “erro” dos institutos.

As fraudes ao cadastramento de eleitores, outrora comuns no Brasil, ocorreram em 2018. Quando o TSE impôs às vésperas da eleição a famigerada biometria, ela virtualmente impossibilitou que parcela mais pobre e sem recursos do eleitorado pudesse votar. Isso provocou um sem número de ações e reclamações dos partidos de esquerda, historicamente beneficiados pelos votos dos mais humildes. Em 2022 as ações não foram diretamente para dificultar o cadastro, mas as diversas mudanças de endereço e tamanho das seções eleitorais pegaram de surpresa até mesmo mesários. Não são poucos os testemunhos de seções superlotadas que implicava num aumento do tempo de cada voto individualmente. Estranhamente o sistema de biometria das urnas – em todo território nacional – apresentava problema e em todas as seções chegaram a requerer que o votante tentasse a biometria por 4 vezes para então passar ao reconhecimento “analógico”. Isso daria um atraso de, digamos, 5 minutos por eleitor? O resultado desse “erro” seria previsível. Demora nas filas e aumento da abstenção.

Sabendo-se que a abstenção historicamente é maior entre os mais pobres, cada ponto de abstenção favoreceria Bolsonaro.

A “paridade de armas” entre os candidatos foi fulminada já no início desta eleição. O STF e o TSE ainda fazem vistas grossas para toda sorte de estratagema que o governo Bolsonaro usa no sentido de liberal dinheiro federal APENAS para a eleição. Todos os auxílios, todas as diminuições de preço de tarifas controladas ou influenciadas pelo governo são exemplos disso. Prática não usual do atual governo. Aliás, o Guedes liberal que ajudou a colocar o país no mapa da fome como ministro da economia parece ter sido abduzido e no seu lugar colocaram um impostor paternalista justamente para os meses de eleição. Bilhões de reais distribuídos e até antecipação do calendário de presentes para que os votantes possam receber o dinheiro antes das urnas. Tudo bem debaixo do nariz do judiciário que não vê nada.

É possível tomar-se como dado certo que a derrama de dinheiro produzido pelo governo federal às vésperas da eleição diminuiu a rejeição de Bolsonaro e lhe concedeu uma não desimportante percentagem de votos.

A questão do respeito aos direitos dos candidatos e dos eleitores é antiga no Brasil. Desde a já citada República Velha que “ações policiais” às vésperas ou nos dias da eleição aconteciam nas regiões mais pobres das cidades e não raro com foco nos eleitores negros. Em alguns municípios chegava-se a prender negros e pobres “por atacado” no dia da eleição. Cadeias cheias, urnas vazias. Tão logo se resolvia o pleito e os presos eram liberados em menos de 24 horas. As razões iam desde o “álcool”, até denúncias de roubo e vandalismo que nunca se comprovavam. Na eleição de 2022 vimos isso acontecer. Jovens negros sendo presos e aviltados por “boca de urna”, enquanto cabos eleitorais da extrema direita enfestavam o entorno das seções inclusive adesivando os próprios locais de votação, bastante próximos às urnas. E tudo isso com a anuência de mesários que iam votar com as cores dos candidatos da mesma extrema direita.

Aliás, o voluntariado para atuar nessa eleição foi incomumente alto. Não é sem errado dizer-se que houve um movimento coordenado para povoar as seções com mesários lenientes com práticas ilegais perpetradas por apenas um lado da eleição.

Eis que chegamos ao ponto mais escabroso de todo o planejamento de Bolsonaro e seus apoiadores para a eleição. As informações disponíveis para o dia do pleito, seu significado e suas condições foram substancialmente alteradas para parcela da população. Olhando-se os números houve um aumento brutal do número de votantes com mais de 60 anos. A lei brasileira não impõe restrição de idade, mas sabe-se que o esforço de votar pode não estar à altura das condições físicas dos mais idosos. Ocorre que apurações da imprensa mostram que, desde janeiro de 2022, o governo informa que o voto serviria como “prova de vida” para a população mais velha.

A prova de vida é um procedimento desgastante que os recebedores de pensão, benefício ou aposentadoria precisam fazer. É literalmente provar que o beneficiário está vivo e que não houve apropriação indébita dos valores. Normalmente envolve comparecer até o local de pagamento do benefício ou uma das agências do governo. É chato, penoso e quase sempre implica em problemas para a saúde dessas pessoas, especialmente os acamados. A perversidade de fazer da eleição a “prova de vida” ganhou contornos quando se localizou disparos próximos à eleição que afirmavam que apenas o voto no número “22” (número do candidato do governo) daria essa prova de vida. São também numerosos os testemunhos de mesários afirmando um número não usual de idoso comparecendo às seções, no limite de suas faculdades civis para o voto. Muitos requerendo acompanhamento inclusive dentro da urna pois não conseguiam se lembrar dos números ou mesmo enxergar a tela que supostamente estavam votando.

Por pesquisas sabia-se que Bolsonaro tinha ampla vantagem nos votos das pessoas com mais de 60 anos. As informações criminosas prestadas por agentes do governo e disseminadas como forma de “ajuda ou incentivo” ao ato de votar foram direcionadas, portanto, a um setor da sociedade que se sabia de antemão votaria em massa num dos candidatos.

Se você somar a isso tudo a tentativa da campanha de Jair Bolsonaro de proibir o “passe livre” nas cidades no dia da eleição, é possível verificar um plano nacional de fraude à eleição. Usando todos os meios de Estado disponíveis para alterar significativamente o padrão de votação em benefício de um candidato, enquanto tomavam-se medidas explícitas para dificultar o acesso às urnas do eleitorado do outro candidato.

Bolsonaro conseguiu uma outra forma de fraudar as eleições. Agora, ANTES da apuração. Se as urnas são seguras, nossas instituições não souberam se proteger das fraudes contra a consciência do eleitor (as fake news, disparos e massa e financiamentos ilegais) e nem contra o planejamento logístico criminoso que visava alterar o padrão de abstenção da eleição para favorecer Bolsonaro. É certo que toda essa manipulação lhe rendeu a possibilidade do segundo turno. Em vez de incidir da forma histórica como sempre fez sobre a eleição, as abstenções puniram demasiadamente a candidatura Lula e foram tremendamente minoradas em favor de Bolsonaro.

O que é importante que se diga é que esta fraude foi conseguida com planejamento ativo e criminoso do governo federal, numa ação criminosa e organizada que não pode simplesmente ser vista como o exercício das funções executivas de forma equidistante e impessoal.

Se as eleições de 2018 foram fraudadas pelo judiciário, liderados por Moro e Dallagnol, prendendo o então líder nas pesquisas, as eleições de 2022 foram fraudadas pelo executivo com um rol concatenado de ações que podem ser entendidas sim como criminosas porque tinham o deliberado motivo de alterar os padrões de votação.

Minha aposta para isso tudo é que o TSE somente vai reagir se Lula vencer. Em caso de vitória do fascismo, teremos novamente uma fala como a Rosa Weber e Carmem Lúcia naquele fatídico domingo de 2018 quando, alegremente falsas, as ministras declararam que aquelas eleições tinham sido as “mais limpas e corretas” que elas já tinham presenciado. E, àquela altura, já se sabiam de todas as ilegalidade cometidas por Bolsonaro.

*Fernando Horta/247

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Opinião

Bolsonarismo ataca democracia de todas as formas

Por Flávia Oliveira – O risco democrático que o bolsonarismo representa não se restringe aos ataques do presidente da República a autoridades eleitorais — em particular, ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — nem às insinuações recorrentes contra a segurança e a credibilidade das urnas eletrônicas. Há muito mais. A Constituição de 1988 e o Estado Democrático de Direito também saem feridos quando a percepção supremacista dos extremistas de direita avança sobre mulheres, negros, indígenas, homossexuais, pessoas trans e sobre os direitos à educação, à saúde, a manifestações, e, agora, à liberdade religiosa. É um grupo político antidemocrático de cabo a rabo, de A a Z.

Mesmo após a divulgação do resultado do primeiro turno, realizado em todo o país sem intercorrência na votação ou na apuração, nem Jair Bolsonaro nem as Forças Armadas atestaram publicamente a integridade do pleito. Até hoje, os militares não divulgaram o relatório de fiscalização, por óbvio, positivo. Nos subterrâneos digitais do candidato à reeleição, circulam mensagens que põem em dúvida a totalização dos votos, pretexto para, à moda Donald Trump, contestar a possível derrota no segundo turno. Sem falar na força-tarefa de desqualificação das pesquisas eleitorais.

É ataque à democracia a ameaça de interferência no Judiciário via aprovação de lei para aumentar de 11 para 15 o total de ministros, o que permitiria ao autocrata em construção a indicação de seis ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF). Na hipótese de aprovação da lei, viriam quatro novos nomes, além dos substitutos de Rosa Weber e Ricardo Lewandowski, que alcançarão a idade-limite, 75 anos, em 2023.

A democracia sai ferida quando instituições de Estado são aparelhadas ou desidratadas em favor de interesse pessoal ou político-partidário do mandatário e aliados. Sobram denúncias de interferência do governo Bolsonaro na PF, na PGR, na Petrobras, no Ibama, nos ministérios da Educação e da Saúde, no Inep, entre outros órgãos públicos.

Também violenta-se a democracia quando a liberdade religiosa é ameaçada. Durante a campanha eleitoral, a mulher do presidente, Michelle Bolsonaro, assumiu protagonismo político ao tratar o presidente como um escolhido de Deus, ao demonizar o principal adversário do marido, o ex-presidente Lula, e ao compartilhar conteúdo de perseguição às religiões de matriz africana. Aliados de Jair Bolsonaro, além do próprio presidente, chegaram a dizer que não é cristão quem vota na esquerda ou deixa de votar no candidato do PL.

O presidente tentou se apropriar do Círio de Nazaré, numa tentativa de avançar entre eleitores católicos. E patrocinou uma inédita e malvista ocupação da Basílica de Nossa Senhora Aparecida no feriado dedicado à padroeira do Brasil. Obrigou o padre Camilo Júnior a se pronunciar em plena cerimônia de consagração solene:

— Hoje não é dia de pedir voto, é dia de pedir bênção.

Baderna em templos, mulheres e homens constrangidos na fé em nome da política são evidentes violações à liberdade de credo num Estado laico.

A democracia está em risco se agentes do Estado atuam para cercear direitos sexuais e reprodutivos de meninas e mulheres. Bolsonaristas fizeram isso quando agiram para impedir o acesso de meninas estupradas ao aborto legal no Espírito Santo, em Santa Catarina, no Piauí.

Afronta o direito fundamental à igualdade o candidato a governador que profere insinuação homofóbica contra o adversário. Foi o que fez o ex-ministro Onyx Lorenzoni, bolsonarista, na propaganda eleitoral no Rio Grande do Sul em relação ao tucano Eduardo Leite:

— Os gaúchos e as gaúchas entenderam que vão ter, se for da vontade de Deus e do povo gaúcho, um governador e uma primeira-dama de verdade.

Leite assumiu a homossexualidade um ano e meio atrás numa entrevista a Pedro Bial.

Agride a Constituição o parlamentar que, no plenário da Câmara dos Deputados, reverencia um torturador, como já fez Jair Bolsonaro em 2016. Um ano antes, ele justificara a desigualdade salarial de gênero, porque mulheres engravidam e têm direito a benefícios trabalhistas por isso. Tanto como candidato quanto como presidente desumanizou homens negros ao referir-se ao peso em arrobas de quilombolas e de um apoiador. Bolsonaro foi denunciado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) ao Tribunal Penal Internacional por genocídio. Não é democracia se a população nativa é abandonada à própria sorte ou se decisões do governante atentam contra ela. Ou se favelas são criminalizadas, como o Complexo do Alemão, quando abrigam ato político tão bem-vindo quanto necessário.

Tampouco há democracia se uma comemoração de aniversário termina em assassinato, porque o tema da festa eram Lula e o PT. Aconteceu em Foz do Iguaçu (PR), onde o petista Marcelo Arruda foi morto a tiros pelo bolsonarista Jorge Guaranho. Parlamentares trans sofrem ataques e ameaças, com prejuízos ao exercício do mandato, caso de Benny Briolly, vereadora em Niterói (RJ). A violência política elegeu um governador, um deputado federal e um estadual no Rio de Janeiro em 2018. A flexibilização do acesso a armas de fogo e munição, como viabilizadas pelo presidente em 42 atos executivos, ameaça os brasileiros. A ponto de o TSE ter proibido circulação de armamento por caçadores, atiradores e colecionadores da véspera ao dia seguinte às eleições.

Há inúmeras formas de golpear a democracia. O bolsonarismo recorre a todas.

*O Globo

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Justiça

Moraes suspende investigações do Cade sobre institutos de pesquisa

Em despacho, publicado quinta-feira (13/10), o ministro disse que houve “usurpação da competência” da Justiça Eleitoral, que em sua avaliação teria a atribuição para instaurar eventual investigação.

De acordo com o Correio Braziliense, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, suspendeu as investigações abertas por determinação do Ministério da Justiça e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre os institutos de pesquisa eleitoral. Em despacho, publicado nesta quinta-feira (13/10), o ministro disse que houve “usurpação da competência” da Justiça Eleitoral, que em sua avaliação teria a atribuição para instaurar eventual investigação.

O presidente do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no ano passado, havia pedido nesta quinta-feira a abertura de um inquérito administrativo para apurar se os institutos de pesquisa manipularam os resultados das sondagens sobre intenção de voto no primeiro turno da eleição presidencial. Em ofício enviado ao superintendente da autarquia, o dirigente disse que é “improvável que os erros individualmente cometidos sejam coincidências ou mero acaso”, e indicam um “comportamento coordenado” das empresas Datafolha, Ipec e Ipespe.

Para o presidente do TSE os procedimentos foram “açodados” e “parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral” de Bolsonaro, o que segundo Moraes poderia caracterizar desvio de finalidade e abuso de poder das autoridades que determinaram as apurações.

“Patente, portanto, a competência desta Corte Eleitoral para, no exercício de seu poder de polícia, disciplinado no art. 23 do Código Eleitoral, fazer cessar as indevidas determinações realizadas por órgãos incompetentes e com indicativos de abuso de poder político e desvio de finalidade”, escreveu o ministro, que determinou ainda que a Corregedoria-Geral Eleitoral e a Procuradoria-Geral Eleitoral apurem se houve abuso de autoridade e abuso de poder político no uso de órgãos administrativos para favorecer a candidatura de Bolsonaro.

*Com Correio Braziliense

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‘Bolsonaro se comportou como Satanás’, diz bispo após tumulto bolsonarista em Aparecida

“Com seus endiabrados seguidores deveriam ser presos em flagrante como arruaceiros. São Miguel, cuidado!”, escreveu Dom Mauro Morelli em seu Twitter.

O bispo Dom Mauro Morelli, emérito da Diocese de Duque de Caxias e Presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (Consea-MG), criticou a postura de Jair Bolsonaro e seus apoiadores na Basílica Nacional de Aparecida neste feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro.

“Bolsonaro em Aparecida comportou-se como Agente de Satanás. Desrespeitou a Mãe de Jesus e seus outros filhos e filhas, peregrinos famintos de vida com dignidade e esperança. Com seus endiabrados seguidores deveriam ser presos em flagrante como arruaceiros. São Miguel, cuidado!”, escreveu o bispo em seu Twitter.

Durante a tradicional missa realizada em homenagem à data, apoiadores do atual chefe do Executivo transformaram a ocasião em um campo de guerra, encurralando funcionários da TV Aparecida e vaiando o arcebispo Dom Orlando Brandes após ele afirmar que “o Brasil precisa vencer o dragão do ódio, da mentira, do desemprego, da fome e da incredulidade.”

São Miguel, a quem o bispo Dom Mauro Morelli se referiu, é o arcanjo da Justiça que combate as forças do mal e das trevas com o exército de Deus na religião católica.

*Com 247

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Crime eleitoral

Moraes diz que assédio eleitoral de patrão com funcionários é crime, e anuncia reunião com o MP?cmpid=copiaecola

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou que se reunirá com o Ministério Público Eleitoral e o Ministério Público do Trabalho para discutir uma linha de atuação contra o assédio eleitoral, situação em que o empregador tenta coagir o funcionário para votar ou deixar de votar em determinado candidato.

Moraes não deu a data de quando a reunião será conduzida, mas disse que o tribunal acompanhará os trabalhos.

Isso é crime. Isso é crime comum, é crime eleitoral e vai ser combatido como já vem sendo combatido, principalmente pelo Ministério Público do Trabalho. Essa atuação será mais efetiva, mais rápida, porque não é possível que, em pleno século XXI, se pretenda coagir o empregado em relação ao seu voto” (Alexandre de Moraes, presidente do TSE)

Segundo o ministro, em conversas com os 27 comandantes das Polícias Militares, o TSE foi informado até caso de empregador que queria comprar o título de eleitor do funcionário, para impedi-lo de votar.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho, já foram recebidas 212 notícias de fato —uma espécie de boletim de ocorrência— de episódios envolvendo assédio eleitoral em todo o Brasil até hoje (13).

O levantamento indica que a região Sul lidera com folga o número de denúncias: foram 103 casos, sendo 42 deles no Paraná, 31 em Santa Catarina e 30 no Rio Grande do Sul.

Na sequência vem a região Sudeste (43), Nordeste (31), Norte (18) e Centro-Oeste (17). Veja a lista completa no final do texto.

Na semana passada, a Procuradoria divulgou uma nota técnica cobrando que empregadores se abstenham de oferecer ou prometer dinheiro ou vantagens a empregados para que votem em determinados candidatos, assim como difundir ameaças ou constranger funcionários a deixarem de votar em alguma pessoa.

O MPT relembra que, além de ser passível de punição por crime comum e eleitoral, o empregador poderá ainda responder processo trabalhista.

“O poder diretivo do empregador é limitado pelos direitos fundamentais da pessoa humana, não podendo tolher o exercício dos direitos de liberdade, de não discriminação, de expressão do pensamento e de exercício livre do direito ao voto secreto, sob pena de se configurar abuso daquele direito, violando o valor social do trabalho, fundamento da República e previsto como direito social fundamental e como fundamento da ordem econômica”, disse o MPT.

Denúncias de assédio eleitoral avançam no país: Desde o início da campanha, em agosto, o MPT monitora episódios de assédio eleitoral. Segundo o levantamento feito pelo órgão até a manhã desta quinta (13), a região Sul acumula mais episódios envolvendo o crime. A região Centro-Oeste é a que teve menos registros. Veja abaixo a lista com cada Estado:

Região Norte (18)

  • Acre (1) Amapá (0)
  • Amazonas (1) Pará (5)
  • Roraima (0)
  • Tocantins (4)

Região Nordeste (31)

  • Maranhão (4) Piauí (9)
  • Piauí (9)
  • Bahia (2)
  • Ceará (2)
  • Rio Grande do Norte (3)
  • Paraíba (3)
  • Pernambuco (1)
  • Alagoas (1)
  • Sergipe (6) Região

Centro-Oeste (17)

  • Distrito Federal (7)
  • Mato Grosso (9)
  • Mato Grosso do Sul (0)
  • Goiás (1)

Região Sudeste (43)

  • São Paulo (23)
  • Rio de Janeiro (8)
  • Espírito Santo (1)
  • Minas Gerais (11)

Região Sul (103)

  • Rio Grande do Sul (30)
  • Santa Catarina (31)
  • Paraná (42)

*Com Uol

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