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Kelman, o impostor que usa roupa de “padre” para defender o fascismo

No debate de ontem, dia 29, vejo na tela da TV Globo uma figura que se diz padre.

Ao vê-lo e ouvi-lo lembrei-me de Enric Marco.

Marco tornou-se conhecido na Espanha por lutar contra a ditadura de Franco, ter sido deportado e ir para num campo de concentração nazista.

Na militância antinazista, chegou a presidir a Amical de Mauthausen, associação de vítimas do Holocausto.

Por sua história, depois desmascarada, comparecia a eventos e atos políticos, onde dava depoimentos contra o franquismo e o nazismo, até que dias antes da cerimônia dos 60 anos do fim da Segunda Guerra, o historiador Benito Bermejo revelou que Marco nunca tinha sido preso em campo de concentração.

Javier Cercas recolhe essa história e escreve O Impostor, romance não ficcional.

Enric Marco vestiu-se de uma identidade e de uma memória que não lhe pertenciam.

Isso fez com que passasse a ser considerado o maior impostor do mundo.

Enric Marco construiu e incorporou um personagem para denunciar o franquismo e o nazismo.

Já “Padre” Kelmon é o oposto. Usa a impostura – uma indumentária — para defender o fascismo.

Se Marco é considerado o maior impostor do mundo, será que Padre Kelmon é o maior impostor do Brasil?

Certeza tenho: a impostura do Padre Kelmon é mais criminosa que a de Marco.

*Dr. Rosinha é médico pediatra, militante do PT. Pelo PT do Paraná, foi deputado estadual (1991-1998) e federal (1999-2017). De maio de 2017 a dezembro de 2019, presidiu o PT-PR. De 2015 a 2017, ocupou o cargo de Alto Representante Geral do Mercosul.


PS 1 do Viomundo: Padre Kelmon era o vice de Roberto Jefferson (PTB) na disputa à Presidência da República. Porém, no início de sete

mbro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou a candidatura de Jefferson, que se encontra em prisão domiciliar.

Padre Kelmon foi, então, catapultado à titular da chapa do PTB.

Kelmon Luis da Silva Souza (é o seu nome completo) se apresenta como sacerdote da Igreja Ortodoxa no Brasil.

Nas peças de campanha do PTB, ele aparece em peças de campanha com vestimentas tradicionais da igreja.

O primeiro debate presidencial do qual participou foi no SBT, em 24 de setembro.

Antes disso, em 14 de setembro, a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil, por meio de seu arcebispo, Dom Tito Paulo George Hanna, divulgou uma nota a respeito do candidato à Presidência da República, Padre Kelmon Luís da Silva Souza.

“Chegou ao nosso conhecimento que muitos cidadãos têm questionado membros da nossa igreja a respeito de um candidato à Presidência da República pelo PTB que se auto apresenta como Padre Kelmon, utilizando insígnias de nossa tradição, sobre a veracidade de seu vínculo à nossa Igreja”, diz o documento.

“Diante disso, esclarecemos que, em pleno respeito, mas também gozando da mesma liberdade de pensamento, consciência e religião prevista no 18º artigo da Declaração dos Direitos Humanos e no artigo 5º da Constituição Federal do Brasil, o referido candidato não é membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil em nenhuma de suas paróquias, comunidades, missões ou obras sociais”, revela a nota.

Segundo a nota Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil, o “padre” nunca foi seminarista ou membro do clero da Igreja em nenhum dos três graus da ordem, quer no Brasil ou em outro país.

Ou seja, Kelmon é um padre de araque.

Mesmo com esse “currículo”, o ”padre” Kelmon participou do último debate presidencial, realizado ontem pela TV Globo.

A propósito:

Por que a Globo não barrou a participação do padre de araque?

Por que nem ao menos a Globo alertou os telespectadores sobre a farsa?

Será por que o sonho global continua ser o de levar a eleição para 2º turno?

Se era para levar alguém com 0% nas pesquisas eleitorais, segundo o Datafolha de 29 de setembro, por que não contemplou a Sofia Manzano (PCB) ou a Vera (PSTU), candidatas de esquerda?

Por que a Globo preferiu Felipe d’Ávila (Novo) e o Padre Kelman (PTB), ambos de direita e com 0% nas pesquisas eleitorais?

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Debate na Globo: A aula de Lula sobre inclusão à elite brasileira

“Lei de Cotas é pagamento de uma dívida que o Brasil tem de 350 anos de escravidão”, diz Lula na Globo.

O tema era “cotas raciais”, e o candidato Felipe D’Avila (Novo) decidiu chamar Lula (PT) para a pergunta, contorcionando para atacá-lo com a pecha corrupção, no último debate presidencial. A estratégia de D’Ávila teve o efeito contrário, garantindo a Lula desmentir a corrupção e uma aula sobre racismo e inclusão social, na mesma resposta.

“Presidente Lula, no seu governo 120 bilhões de reais se perderam na corrupção, e isso afetou muito a questão de cotas. (…) Eu gostaria que o senhor explicasse um pouco para o povo brasileiro, como o senhor, se eleito presidente, vai governar o país?”, perguntou o candidato do Novo.

A fonte? E a Lei de Cotas

“Felipe, você pode pelo menos me dar a fonte sua? Porque eu to vendo aqui uma citação de números sem nenhuma fonte, me dê uma fonte”, introduziu, delicadamente, Lula.

De forma mais firme, continuou: “Deixe eu lhe falar uma coisa, Felipe, e eu quero que você preste a atenção. De vez em quando, as pessoas vêm aqui e falam com uma facilidade de números, etc, sem nenhuma experiência concreta de saber o que é uma máquina pública, o que é gerir uma máquina pública.”

Pausadamente, mas desta vez com rigor visível, Lula prosseguiu a explicar a D’Ávila: “Eu queria que você, apenas, compreendesse que a Lei de Cotas é o pagamento de uma dívida que o Brasil tem de 350 anos de escravidão.”

*Patrícia Farmann/GGN

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Democracia

Organização internacional teme futuro da democracia no Brasil

A carta, que será distribuída para instituições de vários países, afirma que o Brasil vive um “declínio dramático” nas liberdades civis.

Segundo Guilherme Amado, Metrópoles, a organização International Freedom of Expression Exchange (Ifex), que defende, em 90 países, a liberdade de expressão e o direito à informação, divulgou, nesta sexta-feira (30/9), um editorial temeroso sobre o futuro da democracia no Brasil após as eleições. A Ifex afirma que, se Jair Bolsonaro sair vitorioso, “o projeto de autoritarismo vencerá”.

A carta, que será distribuída para instituições de vários países, afirma que o Brasil vive um “declínio dramático” nas liberdades civis e que o presidente vem atacando a lisura do processo eleitoral, mas que, ainda assim, os observatórios internacionais e a sociedade farão com que o resultado seja reconhecido imediatamente após o pleito.

A carta, que será distribuída para instituições de vários países, afirma que o Brasil vive um “declínio dramático” nas liberdades civis e que o presidente vem atacando a lisura do processo eleitoral, mas que, ainda assim, os observatórios internacionais e a sociedade farão com que o resultado seja reconhecido imediatamente após o pleito.

“Como a maior economia da América Latina e a quarta maior democracia do mundo, o Brasil é um termômetro – podemos argumentar que é o futuro da democracia global o que está em jogo neste pleito. Não só da democracia, mas dos direitos humanos e da sustentabilidade ambiental”, diz a carta.

O Ifex afirma também que está observando o processo eleitoral e suas consequências e pede apoio aos seus representantes no Brasil – a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e o Artigo 19.

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Opinião

Por que Lula venceu o debate?

Lula venceu o debate tanto na bola quanto na botinada.

Todos os candidatos presentes no debate tinham a mesma intenção, desidratar Lula para levar o pleito para o segundo turno. Lula teve que lutar com um por um para deixar as coisas às claras. Foi assim com o apagado e medrado Bolsonaro, que não teve coragem de enfrentar Lula no púlpito. Foi assim com o falso padre que Bolsonaro arrumou e que acabou o arrastando para o mesmo inferno.

Ciro flopou. Não estava preparado para enfrentar um contragolpe de Lula, que sempre lhe dispensou palavras gentis, muitas vezes afetuosas. E Lula percebeu que Ciro sentiu o repuxo, tanto que aproveitou o ensejo para dizer a Ciro que ele estava nervoso. Na verdade, Ciro estava com medo de Lula.

Daí em diante, Ciro desapareceu do debate, só apareceu na telinha da Globo para falar frivolidades, completamente diferente daquele Ciro roncador, cheio de bravatas e números inventados. Ficou murcho no restante do debate e com a cabeça pendida para o lado.

Tebet não conseguiu fugir de sua própria limitação, mantendo sua imagem em banho maria. É verdade que atacou mais Bolsonaro que Lula. Quando questionou Lula sobre gastos públicos, o obrigou a recobrar a memória da candidata que, quando prefeita em Mato Grosso do Sul, recebeu grandes benefícios do governo Lula para sua gestão, tanto que ela se calou diante da exposição de investimentos ao seu estado apresentados por Lula.

É fato que, por ter tomado um contragolpe de Lula no debate da Band, Soraya Thronick fez perguntas a Lula de forma lateral, não quis confronto direto, preferiu crescer, o que de fato aconteceu, nas costas da dupla combinada formada por Bolsonaro e o falso padre.

O janota tardio do instituto Millenium, Felipe D’Ávila, que tem como proposta a privatização da própria mãe, tomou um sacode de Lula que o enquadrou como bravateiro que não tem a menor experiência de administração pública e, de lambuja, levou um carimbo na testa como filho da elite mesquinha desse país.

Padre Kelmon achou que poderia cutucar a onça com vara curta, o que fez Lula sair da condição de candidato para assumir uma postura pessoal para desancar o falsário, tanto que o padre charlatão não parava de repetir que Lula o chamou de laranja, querendo jogar a igreja católica contra Lula quando todos já sabiam, que ele sequer foi coroinha e que arrumou um título de padre de uma suposta igreja ortodoxa do Peru como quem apresenta diploma de curso por correspondência.

Lula colocou o impostor abaixo de cachorro e, junto, Bolsonaro plantou no debate um padre vigarista para lhe servir de escudo para não enfrentar Lula no Tête-à-tête. Covardia que está sendo uma das coisas mais comentadas nas redes e na mídia.

Mas uma coisa de extrema importância que ninguém comentou, foram as chamadas pesquisas qualitativas que aconteceram durante o debate em que a sociedade pede que os candidatos mudem o rumo da prosa, porque não aguenta mais o ramerrão sobre corrupção, mostrando que a resposta que Lula sobre o tema quando foi atacado por Ciro, D’Ávila, Bolsonaro e seu padreco, Lula colocou um ponto final no assunto com respostas claras e objetivas, não deixando margem para que ficasse qualquer coisa no ar.

Isso também não deixou de ser um basta que ele deu na mídia e que a sociedade o apoiou.

Sobre as propostas de Lula dentro do limite do tempo, ele soube explorar muito bem a memória afetiva do povo lembrando dos seus feitos e como o Brasil era feliz e respeitado internacionalmente. Ou seja, o oposto do que o Brasil vê e vive hoje.

Certamente, sua vitoriosa participação no debate refletirá a seu favor nas urnas na votação do próximo domingo.

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Debate

Bolsonaro, com medo, põe Padre laranja para atacar Lula e apanhar em seu lugar

Com Kelmon e D’Ávila como estepes, Bolsonaro também deslocou o eixo das pautas de gênero que marcaram debates anteriores.

Como bem disse Lula ao padre, de onde o senhor veio? Não deveria estar aqui. O senhor é um candidato laranja.

Durante o terceiro e último debate presidencial antes do primeiro turno das eleições gerais de 2022, promovido na noite de quinta (29) pela Rede Globo, o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), adotou como estratégia evitar o ex-presidente Lula (PT), líder nas pesquisas, durante os confrontos diretos. Restou ao principal aliado de Bolsonaro no debate, o Padre Kelmon (PTB), perseguir embates contra o petista.

Com Kelmon e, por vezes, Felipe D’Ávila (Novo) servindo como estepes, Bolsonaro não só conseguiu fugir de Lula em algumas situações, como também deslocou o eixo das pautas de gênero que deram margem ao protagonismo de Soraya Thronick (União Brasil) e Simone Tebet (MDB) nos dois primeiros debates.

A estratégia de Bolsonaro ficou escancarada na oportunidade em que ele deveria apontar um adversário para fazer uma pergunta e, mesmo com Lula à disposição, preferiu fazer tabelinha com D’Ávila, já que Kelmon não poderia ser escolhido.

Internautas anotaram que Bolsonaro “pipocou”, ou seja, fugiu do confronto com Lula. Até mesmo antigos aliados, como o deputado federal Kim Kataguiri, do MBL, registrou a situação:

O embuste padre Kelmon, o escudo de Bolsonaro, decidiu provocar Lula com perguntas hostis relacionadas à corrupção e à suposta proximidade do ex-presidente com governos de esquerda pela América Latina que, segundo ele, promovem perseguição religiosa em seus países.

Candidato laranja

Em um dos pontos altos do debate, o padre – que usa vestes da Igreja Ortodoxa indevidamente – acabou sendo chamado de “impostor” e “candidato laranja” por Lula, que não admitiu ter sua fé e respeito às diversas religiões colocadas em xeque.

“Eu sou cristão, casado na igreja, batizado e frequentador, e não vejo na sua cara um respeitador da igreja, vejo um impostor”, disparou Lula.

Lula ainda disse que o padre sequer deveria ter se apresentado para o debate. “Se presta ao serviço de enganar o povo”, comentou Lula.

Kelmon também teve duelos marcantes com Soraya Thronick, que perguntou se o padre não tem medo de ir para o inferno e se não se arrepende de defender o governo Bolsonaro, responsável por uma gestão desastrosa na pandemia, entre outros maus feitos.

Descontrolado, Kelmon interferiu na resposta dos adversários em diversas oportunidades e recebeu inúmeras advertências do moderador do debate, William Bonner. Soraya chegou a chamar Kelmon de “padre de festa junina” e insinuou que ele não é um padre de verdade. A Igreja Sirian Ortodoxa negou vínculo com Kelmon.

Kelmon também teve duelos marcantes com Soraya Thronick, que perguntou se o padre não tem medo de ir para o inferno e se não se arrepende de defender o governo Bolsonaro, responsável por uma gestão desastrosa na pandemia, entre outros maus feitos.

*Com informações do GGN

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Pesquisa

Datafolha: Lula cresce e Bolsonaro continua estacionado

A três dias das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a corrida com 50% dos votos válidos, o que mantém aberta a possibilidade de vencer já no primeiro turno. Em busca da reeleição, Jair Bolsonaro (PL) tem 36%, seguido por Ciro Gomes (PDT), com 6%, e Simone Tebet (MDB), com 5%.

É o que revela a mais recente pesquisa do Datafolha, que ouviu 6.800 pessoas em 332 cidades de terça (27) a esta quinta (29). Ela foi encomendada pela Folha e pela TV Globo e registrada com o número BR-09479/2022 no Tribunal Superior Eleitoral.

A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O instituto passa a divulgar o resultado dos válidos, que exclui da conta de intenção de votos brancos, nulos e indecisos, pois esse é o critério usado pelo TSE para contabilizar o resultado do pleito.

Assim, se mantém no limiar da vitória no primeiro turno, que demanda 50% dos válidos mais um voto ao menos, numa onda de recuperação: chegou a ter 54% em maio, descendo em setembro para 48%, patamar em que permaneceu até a semana passada, quando oscilou para 50%. Assim, o ex-presidente pode ter de 48% a 52% dos válidos.

Ou seja, a situação é de estabilidade —Bolsonaro tinha 35% dos válidos na semana passada e passou para 36%.

A campanha petista intensificou sua busca por votos, particularmente de Ciro, cuja reação energética contra a ofensiva resultou num comunicado à nação na segunda (27), quando disse que não deixaria a disputa. Não foi muito ouvido pelos eleitores: neste levantamento, ele oscilou negativamente ante o da semana passada, de 7% dos válidos para 6%.

A senadora Tebet, por sua vez, manteve-se estável, provando que, se a campanha não lhe trouxe uma candidatura viável, ao menos a mostrou inoxidável em seu patamar. O Datafolha havia mostrado que 1 em cada 5 eleitores dela e de Ciro estava disposto a votar útil em Lula.

Quando o critério é a totalidade dos votos, incluindo brancos, nulos e indecisos, Lula oscilou de 47% para 48% ante a pesquisa anterior. Bolsonaro foi de 33% para 34%, Ciro, de 7% para 6% e Tebet manteve seus 5%.

Os resultados tornam ainda mais importante para Lula e para Bolsonaro o debate desta quinta na TV Globo, o último grande evento da campanha. Qualquer escorregão mais grave pode atrapalhar; empates ou vitórias por pontos são o que usualmente se espera desses encontros, cuja mística é algo exagerada na crônica política.

Com efeito, a ausência de Lula no encontro do SBT no sábado passado (24) em nada lhe prejudicou a intenção de voto. Assim como a algo folclórica apresentação ao mundo das redes sociais de Padre Kelmon não ajudou o candidato do PTB, que não pontuou.

Problema maior para o PT é a questão da abstenção, que atinge tradicionalmente mais eleitores de baixa rende que compõem a força de Lula nesta campanha. Não há como prever essa taxa, dada a imprevisibilidade de fatores, e segundo o Datafolha havia apurado na semana passada, 3% dos eleitores admitiam não ir às urnas.

Problema maior para o PT é a questão da abstenção, que atinge tradicionalmente mais eleitores de baixa renda que compõem a força de Lula nesta campanha. Não há como prever essa taxa, dada a imprevisibilidade de fatores, e segundo o Datafolha havia apurado na semana passada, 3% dos eleitores admitiam não ir às urnas.

Entre os eleitores que ganham até 2 salários mínimos, 50% dos ouvidos neste levantamento, o petista mantém dianteira de 31 pontos sobre o presidente: 57% a 26% dos totais. Lula já havia ganho cinco pontos na pesquisa anterior, e manteve o patamar.

Significativamente para Bolsonaro, que investiu tudo em medidas econômicas populares, como a queda forçada de preços administrados de energia e o aumento do Auxílio Brasil para 20 milhões de famílias mais necessitadas, quem recebe o benefício que substituiu o Bolsa Família criado por Lula segue votando mais no petista: 58%, enquanto 26% declaram apoio ao presidente.

Em outro grupo expressivo, o das mulheres (52% da amostra populacional em questão), Lula mantém também vantagem, com 50%, ante 29% de Bolsonaro. A mais alta rejeição do atual mandatário entre elas é o preço de anos de discurso machista que a sua campanha tentou alterar na reta final, sem sucesso até aqui.

Na região mais populosa do país, o Sudeste (43% do eleitorado), Lula seguiu na dianteira, com 43% a 35% dos totais. O petista oscilou dois pontos ante a semana passada, e o presidente, um para baixo, perdendo metade do avanço que havia conseguido na rodada anterior. No segundo maior colégio regional, o Nordeste com seus 27% do eleitorado na amostra, o petista tem 41 pontos de vantagem (63% a 22%).

Se esta fosse uma eleição decidida apenas levando em conta o critério renda, contando da classe média baixa para cima, Bolsonaro estaria em situação melhor: ele empata com Lula ou tem vantagem sobre o antecessor em todos os segmentos a partir dos R$ 2.440 de renda média mensal no lar do entrevistado.

O fato é que esta é uma eleição definida nos detalhes, sem variações dramáticas nos números gerais. Com o voto cristalizado pela maioria dos eleitores há mais de um mês, tudo sugere que a propaganda gratuita teve impacto reduzido no resultado que se aproxima —todos os quatro principais candidatos aumentaram o tom dos ataques entre si, com Bolsonaro chamando Lula de ladrão diuturnamente.

O mesmo marasmo relativo se viu no fim da tabela, com os candidatos que ou nunca pontuaram, ou ficaram na margem de erro do nada. Neste levantamento, Soraya Thronicke (União Brasil) tem 1%, empatada com Vera (PSTU), Leo Péricles (UP), Felipe D’Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Constituinte Eymael (DC) e Kelmon, todos sem sair do traço.

*Com Folha

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Para debate, campanha busca acalmar Bolsonaro, ‘fora de si’ com Moraes

Jair Bolsonaro está, na descrição de um aliado, “possesso”, “fora de si” e no “grau 10 da escala da raiva” em relação ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, que ele acredita ter sido o responsável pelo vazamento da informação sobre a investigação em torno da origem do pagamento de contas pessoais da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A existência da investigação foi revelada na segunda-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.

O QG bolsonarista teme que esse assunto, em especial, possa desestabilizar o ex-capitão no debate da Rede Globo, programado para hoje, às 22h30. O presidente vem sendo orientado pelo marqueteiro Duda Lima e os ministros Fábio Faria e Ciro Nogueira a repetir o comportamento que teve no debate do SBT, sem agressividade ou arroubos de humor.

O segundo assunto potencialmente sensível no debate, na opinião de assessores, diz respeito ao relatório encomendado pelo PL ao Instituto Voto Legal (IVL) que questiona a segurança das urnas eletrônicas. O relatório, divulgado ontem pelo deputado do partido Capitão Augusto, motivou a abertura de um procedimento administrativo no TSE por conter “elementos fraudulentos”. O TSE também quer apurar se o PL e seus dirigentes cometeram crime de desvio de finalidade na utilização de recursos do Fundo Partidário. O relatório encomendado ao IVL custou R$ 225 mil ao partido de Valdemar Costa Neto.

Conselheiros do presidente na campanha não querem que ele aborde o assunto na TV. Consideram que, se insistir no tema das urnas eletrônicas neste momento, Bolsonaro corre o risco de dar “a impressão de que já perdeu e está indo para o tapetão”.

Já assessores como o ex-secretário Fabio Wajngarten e o publicitário Sérgio Lima, especializado em redes sociais, avaliam que tanto o relatório do PL quanto a investigação determinada pelo TSE podem favorecer o presidente ao reforçar a ideia de que o ministro Alexandre de Moraes está empenhado numa “perseguição de ordem pessoal” contra ele.

A campanha também está dividida quanto ao impacto que o debate pode ter sobre os números de Bolsonaro na pesquisas.

Aliados políticos (chamados de “analógicos” por integrantes da campanha) consideram que esse impacto será pequeno, já que o debate começará tarde e “acabada a novela Pantanal, quem tem de trabalhar cedo vai desligar a televisão e dormir”, como diz um deles.

Já assessores familiarizados com a dinâmica das redes sociais têm outra preocupação: o de que qualquer “erro crasso” cometido pelo presidente na TV vire meme nas redes sociais no dia seguinte e, com isso, acabe atingindo quem viu e não viu o debate.

Desde ontem, Lula suspendeu a agenda de campanha para se preparar para o evento da Rede Globo. Está no Rio há dois dias cercado apenas de assessores.

O presidente Jair Bolsonaro segue para o Rio hoje. Seu treinamento se resume a ler uma ou outra informação passada por assessores e a receber frases de efeito sugeridas por Duda Lima. Como sempre faz, ele recusou o “media training” proposto pela campanha e diz que está “com tudo na cabeça”. Quão quente e inflamável ela estará é o que se saberá hoje à noite.

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Matéria

Flávio Bolsonaro não usou o próprio salário, nem o da esposa, para comprar imóveis, diz Juliana Dal Piva

Em entrevista ao GGN, Juliana Dal Piva disse que depósitos na conta de Flávio Bolsonaro coincidem com momentos em que ele precisava dar entrada ou pagar boletos dos imóveis.

O dinheiro vivo usado na compra de imóveis pelo senador Flávio Bolsonaro não partiu do seu salário nem de sua esposa. É o que diz a jornalista, em entrevista exclusiva ao GGN [assista abaixo], com base nos trabalhos do Ministério Público do Rio de Janeiro.

As investigações contra o filho do presidente se iniciaram em 2019, com suspeitas de crime de peculato. Popularmente, rachadinha. A prática consiste em utilizar parte do salário de assessores parlamentares ou funcionários fantasmas, portanto dinheiro público, para enriquecimento pessoal.

Ao longo das apurações, que tiveram de voltar à estaca-zero em 2021 por ordem judicial, os procuradores do MP carioca diziam que Flávio Bolsonaro utilizou o dinheiro vindo de supostas rachadinhas da época em que era deputado estadual no Rio na compra de imóveis e outros investimentos.

Dal Piva analisou o processo e explicou em entrevista ao jornalista Luis Nassif, na noite de quarta (28), que o filho de Jair Bolsonaro não usou o próprio salário, nem o de sua esposa, para concluir as transações imobiliárias.

Como o Flávio teve sigilo bancário quebrado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, se sabe concretamente, porque as investigações comprovaram isso, fazendo todo o caminho do dinheiro, que este dinheiro que custeou vários imóveis não veio do salário do senador nem da mulher dele. Se comprovou que tinham vários depósitos de dinheiro em espécie que eram depositados na conta dele (Flávio) e da mulher dele, sem identificação de onde veio.

Ela ainda detalha que depósitos na conta bancária de Flávio, vindos de assessores, coincidiam com o momento em que o político precisava pagar determinada despesa relacionada aos imóveis.

Foi identificado um depósito de 25 mil reais do Fabrício Queiroz e, se não me engano, outro de 20 mil do atual chefe de gabinete dele, o coronel Miguel Braga. E isso (depósito) sempre casava com quando o Flávio tinha que pagar ou a entrada de um apartamento, ou então o boleto do apartamento. O tempo todo o Ministério Público descreve que o cruzamento de dados mostrava que, geralmente, não tinha lastro dentro da conta bancária do Flávio com os pagamentos em espécie.

*Com GGN

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Leandro Demori deixa o Brasil para se proteger da violência eleitoral

O jornalista Leandro Demori anunciou em suas redes na noite desta quarta-feira (28), que deixou o Brasil por conta dos episódios de violência no período eleitoral.

“Eu decidi junto com a minha família sair do Brasil durante esse período. Nós não estamos mais no Brasil, a gente vai passar um bom tempo fora”, disse. “Os episódios de violência não param de aumentar e eu sou uma pessoa muito visada. Me tornei uma pessoa reconhecível na rua. É uma coisa que eu posso dizer pra vocês tranquilamente que eu nunca busquei, sempre fui repórter e editor, quem me acompanha sabe como é minha carreira”, completou.

“Não posso votar”

Demori lembrou que é uma pessoa que não pode sequer ir votar. “Como é que eu vou votar, ser reconhecido e acontecer alguma coisa? Tenho filho pequeno. A minha família tomou essa decisão em conjunto, então não estamos mais no Brasil, saímos por esse motivo, é uma coisa que é bom deixar claro aqui”, avisou.

“Vou seguir fazendo o programa daqui de onde estamos. Nosso maior desejo é que essa fase passe, que tudo volte ao normal e que eu possa sim, a partir de 2023, criticar o governo Lula de modo legítimo e democrático”, encerrou o jornalista.

https://twitter.com/demori/status/1575293832605966338?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1575293832605966338%7Ctwgr%5E9adbd2b68d77f7056e08b0ec22bfdd19a939fe13%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fd-961838270200925116.ampproject.net%2F2209072154000%2Fframe.html

*Com Forum

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Justiça

TSE dá 24 horas para o PL explicar uso do Fundo Partidário para produzir documento falso sobre as urnas

O corregedor da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, atendeu a uma determinação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, e determinou que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, preste informações sobre o uso de verbas públicas para a elaboração de um relatório de auditoria questionando a segurança das urnas eletrônicas.

De acordo com O Globo, o corregedor deu 24 horas para que o partido de Jair Bolsonaro explique “o uso de recursos públicos oriundos do Fundo Partidário na contratação de serviços que resultaram no documento”.

Chamado de “Resultados da Auditoria de Conformidade do PL”, o parecer que veio a público nesta quarta-feira, com base em ilações, afirma haver um “quadro de atraso” no TSE em relação a “medidas de segurança da informação”, o que geraria “vulnerabilidades relevantes”. Segundo o documento, essas falhas podem “resultar em invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais, com grave impacto nos resultados das eleições de outubro”.

Logo depois da divulgação do documento, o TSE disse que as afirmações do partido são falsas, mentirosas, fraudulentas e visam tumultuar as eleições.

A divulgação do relatório pelo PL ocorre no momento em que Bolsonaro voltou a elevar o tom das acusações infundadas ao TSE e a fazer questionamentos, sem qualquer prova, sobre a integridade das urnas eletrônicas. Bolsonaro tem indicado que, caso não vença, deve contestar o resultado da votação.

Em nota, o TSE afirmou que “as conclusões do documento intitulado ‘resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE’ são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial à Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”.

O presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, determinou ainda a remessa do documento ao inquérito das fake news, que tramita no Supremo Tribunal Federal e sob a relatoria do próprio magistrado, “para apuração de responsabilidade criminal de seus idealizadores.

Moraes também determinou o envio do documento produzido pelo PL à Corregedoria Geral Eleitoral “para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade do Partido Liberal e seus dirigentes, em eventual desvio de finalidade na utilização de recursos do fundo partidário”.

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