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Ex-ministro de Israel admite que militares do país aplicaram a ‘Diretiva Hannibal’ em Gaza e mataram seus próprios cidadãos

O ex-ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant admitiu que o exército israelense ordenou implementar a “Diretiva Hannibal”, o que causou a morte de prisioneiros de Israel junto a militantes do movimento palestino Hamas em Gaza.

“Depois dos eventos de 7 de outubro (em 2023) e antes do início da invasão terrestre em 27 de outubro, recebi alertas de que reféns em Gaza poderiam ser mortos se avançássemos com o ataque”, disse Gallant em entrevista ao Yedioth Ahronoth e ao Channel 12 na quinta-feira (6).

No entanto, ele admitiu que seguiu adiante com a invasão, afirmando: “mas insisti em lutar e em realizar a operação terrestre depois”.

“Ordenamos ao exército que utilizasse a ‘Diretiva Hannibal’, ou seja, que matasse os prisioneiros junto com seus captores”, disse o ex-ministro na entrevista, segundo informou o Al Mayadeen.

Um relatório indica que a ‘Diretiva Hannibal’, reativada por Israel após a ofensiva da resistência palestina em 7 de Outubro, transformou o sul da Palestina ocupada em uma “zona de extermínio”.

Além disso, os meios de comunicação israelenses revelaram em novembro de 2023 que o exército israelense havia massacrado seu próprio povo sob a ‘Diretiva Hannibal’ durante a ofensiva relâmpago da resistência palestina. O regime israelense acusou então o movimento de Resistência Palestina de ter matado entre 1200 e 1400 israelenses, segundo o 247.

No entanto, o relatório revelou que muitos dos 1400 israelenses mortos durante a operação denominada ‘Tempestade de Al-Aqsa’ foram assassinados pelo próprio exército israelense.

Segundo os meios de comunicação, desenvolvida em 1986, após a captura de dois soldados israelenses pelo Movimento de Resistência Islâmica do Líbano (Hezbollah), a ‘Diretiva Hannibal’ permite que os militares israelenses atirem em seus próprios camaradas capturados, alegando que um soldado morto é melhor que um refém vivo.

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Política

PEC do regime semipresidencialista é protocolada na Câmara após aceno de Hugo Motta

Presidente da Câmara indica ser favorável à discussão, mas diz que não tem pressa para iniciar debate.

A PEC (proposta de emenda à Constituição) que prevê a adoção do semipresidencialismo no Brasil foi protocolada na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (6).

O debate acerca desse tema ocorre num momento em que o novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), mostrou-se favorável à discussão, apesar de indicar não ter urgência para iniciar a tramitação da proposta.

De autoria dos deputados Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) e Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), a proposta conseguiu assinaturas de 179 parlamentares –são necessários 171 para que uma PEC seja protocolada.

Essa não é a primeira iniciativa legislativa que discute mudança de regime. Um referendo em 1963 e um plebiscito em 1993 rejeitaram a mudança desse regime.

Em entrevistas recentes, o novo presidente da Câmara indicou ser favorável à discussão desses temas.

Na terça (4), ao ser questionado sobre propostas que tratam de mudanças de sistema de governo do país, Motta disse que não teria “dificuldade nenhuma” nesse sentido, mas afirmou que isso deve ocorrer no longo prazo, “com muita responsabilidade”.

“Penso que a discussão do parlamentarismo deve existir, mas não que isso seja aplicado para 2026, 2030.

Discutir reforma eleitoral para a eleição seguinte é muito difícil de aprovar”, afirmou.

Nesta sexta (7), em agenda na Paraíba, o parlamentar disse que a Casa deve discutir o tema do semipresidencialismo porque há “um interesse da Casa e dos partidos”.

“Nós vamos discutir essa matéria. Há um interesse na Casa, dos partidos de poder se debater. Também não temos compromisso em pautar isso de forma urgente, correndo. Pelo contrário. Discutir o sistema político do Brasil é sempre bom para buscar mais eficiência, mais participação popular e buscar governos sempre de mais resultados para uma população que precisa”, afirmou.

Como a Folha mostrou, a Câmara deverá criar ainda neste ano uma comissão especial para discutir uma nova reforma eleitoral, tema frequente de discussões de deputados e senadores. A ideia surgiu a partir de um projeto de lei que altera o sistema eleitoral para o modelo distrital misto.

Ainda não há clareza sobre quais temas poderão ser incluídos no bojo das discussões e, até então, aliados de Motta descartavam discussões sobre mudanças de regime de governo nesse colegiado.

A PEC do semipresidencialismo
A PEC protocolada nesta quinta prevê a adoção do semipresidencialismo no Brasil.

Ela diz que a figura de presidente da República continua existindo, mas com poderes limitados. Pelo texto, o presidente continuará sendo o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas, mas passará a existir um primeiro-ministro -responsável pela administração do governo.

Caberá ao presidente da República nomear o primeiro-ministro, após consulta aos partidos políticos que compõem a maioria da Câmara dos Deputados, assim como os demais integrantes do Conselho de Ministros. O presidente também seria responsável por enviar projetos de lei ao Congresso e manter relações com Estados estrangeiros, entre outras coisas.

A figura responsável pela administração do governo será o primeiro-ministro, que será sempre um parlamentar escolhido pelo Congresso. Caberá a ele elaborar o programa de governo, editar decretos e nomear cargos da administração federal.

A PEC também prevê a implementação do voto distrital misto para eleição de deputados federais. A proposta diz que a emenda entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2026, no começo do último ano do mandato do atual presidente, Lula (PT).

Ainda há um longo caminho para que a PEC chegue ao plenário da Câmara. Primeiro, o presidente da Câmara precisa despachar a proposta para análise na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa.

Depois, caso aprovada na CCJ, caberá também ao presidente da Casa designar uma comissão especial para tratar do mérito da proposta -há um prazo de 40 sessões para votar o texto, sendo que o período para emendas se esgota nas 10 primeiras.

Após passar pela comissão especial, a PEC precisa ser analisada no plenário da Câmara, e são necessários 308 votos (de 513) para a sua aprovação, em dois turnos de votação. Com ICL.

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Política

Sem anistia, dizem aliados de Bolsonarro

Não há a menor chance de Bolsonaro ser anistiado ou aliviado sob qualquer pretexto de ocasião.

Sem ilusões, dizem os próprios aliados do comandante do golpe tentado e frustrado no dia 8 de janeiro de 2023.

Do final do ano não passa. Essae é também a avaliação dos aliados mais próximos.

Bolsonaro reluta em concentrar-se no principal.

Como suportará anos de cadeia que lhe custarão, sobretudo o esquecimento da manada que vive de carne fresca?

Ele sabe que nesse mundo do bolsonarismo de momento a fila anda rápido.

A travessia para a sua liberdade ser devolvida será longa e penosa.

Portanto, não haverá forma de ressuscitar alguém no mundo da política, não com esse horizonte infinito.

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Política

Vídeo e documentos mostram proximidade de Derrite e PM da Rota suspeito de ajudar PCC

Filmagem compartilhada nas redes sociais mostra Secretário de Segurança trabalhando na mesma viatura que policial José Roberto Barbosa de Souza.

Um vídeo antigo e documentos mostram proximidade entre o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, então tenente da Rota, e um sargento da PM paulista atualmente investigado sob suspeito de ajudar integrantes do PCC. A pasta negava essa relação.

Uma filmagem compartilhada nas redes sociais mostra Derrite, na época da tropa de elite da polícia, trabalhando na mesma viatura que o sargento aposentado José Roberto Barbosa de Souza, o Barbosinha.

Conforme nota oficial, a pasta sustentava que o secretário havia tido “contatos esparsos” com Barbosinha, conhecido como Mão de Rã pela habilidade ao volante, no período em que ambos trabalharam no batalhão da Rota (tropa de elite da PM).

O nome de Souza aparece em relatório da Corregedoria como um dos policiais suspeitos de ligação com PCC que teriam fornecido dados sigilosos de operações para criminosos. O documento diz que o PM trabalhou na Rota entre 2008 e 2018 e, durante esse período, também prestou serviços na seção de rádio do batalhão, juntamente com o sargento Alexandre Aleixo Romano Cezário.

“Segundo denunciante, [Souza] passava informações sobre operações que seriam realizadas na Rota ao crime organizado, sendo que, em 2022, em sua candidatura política, teria utilizado de uma agência para montar o seu comitê, os quais teriam ligações com criminosos do PCC”, diz trecho do documento.

Souza foi candidato a deputado federal pelo União Brasil em 2022. Conforme o advogado de Souza, Abelardo Julio da Rocha, a única verdade contada sobre o sargento até agora é que ele foi motorista de Derrite, apesar de negativa oficial. “Eles foram, efetivamente, da mesma equipe, inclusive há outros documentos que mostram Derrite pedindo elogio pra equipe”, disse.

PM foi motorista de Derrite na Rota
Entre as provas de que Souza foi, de fato, motorista de Derrite na Rota, o advogado encaminhou à reportagem um vídeo gravado em 2010 quando ambos participaram juntos de atendimento de ocorrência em Osasco, na Grande São Paulo. O vídeo mostra Souza ao volante e o então tenente Derrite como encarregado.

Além disso, o advogado encaminhou documentos, também de 2010, em que o oficial pede elogios aos superiores para os membros da equipe Rota 91.328, composta pelo tenente Derrite e pelos soldados Barbosa, Da Mata e Bueno, em razão de prisões realizadas na capital e litoral paulista, segundo Rogerio Pagnan, ICL.

Procurada no fim de janeiro, a Secretaria da Segurança reencaminhou nota compartilhada à imprensa, em que sustentava a versão dos “contatos esparsos”. A assessoria do secretário também confirmou ter informado que Souza não foi motorista de Derrite.

Após a reportagem informar à pasta ter um vídeo e documentos que contrariavam essa tese, a Secretaria da Segurança enviou novo posicionamento, sem mais citar o sargento.

“O secretário Derrite, durante toda a sua carreira da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sempre atuou dentro da legalidade com o objetivo de contribuir para o combate à criminalidade e a proteção da população”, diz trecho da nova nota, sem mencionar “contatos esparsos” ou negar ligação com Souza.

A Folha também questionou a PM sobre a versão apresentada pela defesa, de que Souza jamais trabalhou na sala de rádio ou nos órgãos de inteligência da Rota, diferentemente do que apontam documentos da Corregedoria. Ainda segundo a defesa, isso poderia ser confirmado com uma consulta às escalas de serviço do policial.

A pasta não fez comentários sobre esse questionamento. Respondeu apenas que “a conduta do 3º Sargento citado é alvo de investigação por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) que tramita em segredo de Justiça”.
Rocha disse, por fim, que o cliente deve acionar judicialmente os oficiais da Corregedoria, assim como as pessoas que atacaram a honra de Souza na internet, incluindo jornalistas. O advogado afirma que, além do prejuízo emocional, o sargento aposentado perdeu emprego na iniciativa privada.

O advogado disse, ainda, que o sargento aposentado disse estar se sentindo abandonado, principalmente pelos oficiais que trabalharam com ele por anos na Rota e conhecem a índole dele, como os integrantes do Comando-Geral.

“Olha, toda a cúpula hoje da Polícia Militar serviu na Rota e sabe que isso é mentira. Todo mundo ficou absolutamente em silêncio. Isso deixou ele muito triste, decepcionado. Porque a lealdade, você sabe disso, lealdade é uma via de mão dupla, né?”, finalizou o advogado.

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Política

Banco Central Independente? Lucro dos três maiores bancos privados do Brasil sobe 22% e atinge R$ 74,8 bi em 2024

Dilma fez muitos inimigos na casta nativa, mas foi o cartel dos agiotas da nação que adicionou o pedido de sua cabeça.

O motivo todos sabem.

Jogou no chão ao menor patamar histórico o spread bancário.
( a diferença financeira entre o que o banco paga a um investidor para obter os recursos e o que ele cobra para emprestar)

Aí, nesse ponto, a atual presidente do banco dos BRICS, Dilma Roussef, selou seu assassinato político patrocinado pela escória do dinheiro grosso.

Não só isso, na cúpula dos piores contraventores “legais”, ficou decidido que o Banco Central seria sequestrado pelos gangsteres para liberar geral o crime de agiotagem em último grau.

Bolsonaro foi quem fez o serviço sujo contra os brasileiros, assinando a “independência” do BC e ainda emplacou, Campos Neto, um canalha de sua total confiança, para presidir tal farra patrocinada pelo sangue do povo.

O resultado é este.

A maior taxa de juros reais do mundo com o aplauso caloroso da mídia oligárquica, sócia da traficância financeira.

Lucros caem do céu!

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Economia

Governo Lula fecha 2024 com contas públicas em ordem, desemprego baixo e aumento de renda

A semana termina bem para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Os números consolidados do Tesouro Nacional para 2024 mostram uma sólida recuperação das contas públicas, com o resultado primário apresentando o segundo melhor desempenho em 10 anos, apenas superado pelos números artificiais de 2022, quando Bolsonaro deu calote nos precatórios.

Segundo o Tesouro, o déficit primário do governo federal, no acumulado de 12 meses, caiu de R$ 228 bilhões ao final de 2023, para R$ 43 bilhões em 2024, um recuo impressionante de 82%.

Com isso, o déficit primário de 2024 correspondeu a apenas 0,36% do PIB, contra 2,09% em 2023. Caso fossem removidos os gastos extraordinários com as enchentes no Rio Grande do Sul, o governo federal teria acertado completamente as contas públicas, visto que, sem essas despesas, o déficit primário seria de 0,09%.

Os números constituem a resposta mais eficiente do governo para a campanha de terrorismo fiscal que a mídia promoveu nos últimos meses.

Eles provam, em primeiro lugar, que o uso da palavra “rombo”, tão frequente no léxico da imprensa, não faz mais sentido, pela simples razão de que não há rombo se as despesas já não são maiores que as receitas.

Em 2024, Haddad conseguiu estabilizar as despesas federais em R$ 2,25 trilhões, valor parecido aos R$ 2,26 trilhões gastos em 2023.

Até mesmo a dívida bruta do governo geral (que inclui todos os entes estatais, de todas as esferas), que havia sido puxada para cima pela alta dos juros, passou a declinar nos últimos meses, fechando dezembro em 76,07% do PIB, o menor nível em 6 meses.

Na comparação com governos anteriores, Lula III leva vantagem, tanto em valores quanto em percentual do PIB.

Em valores ajustados pela inflação de dezembro, o resultado primário anualizado nesses dois primeiros anos de Lula foi um déficit de R$ 141,9 bilhões, quase a metade do déficit de R$ 276 bilhões dos 4 anos de Bolsonaro e bem abaixo dos déficits registrados nos governos Dilma e Temer, segundo o Cafezinho.

Em percentual do PIB, os resultados fiscais de Lula III também foram melhores, com o resultado primário acumulado nesses dois anos perfazendo déficit de 1,19% do PIB, contra 2,43% no governo Bolsonaro. 2,09% na gestão Temer e 1,194% no governo Dilma.

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Economia

Economistas admitem que o Brasil não vive nada parecido com crise econômica

Até o CEO do Banco XP acha que a crise, martelada pela direita na mídia, é inexistente e a política do governo conterá a inflação.

A barra de ferro maciça que a mídia utiliza pra atacar Lula, de olho em 2026, é uma precipitação tola e não fará arranhão no alvo.

Além destes atributos, a mídia não tem mais nada para ser usado contra o governo.

Governo Lula tem objetivos e projetos claros para o país e para o população viver com mais dignidade e felicidade.

O projeto do governo Lula é o oposto do que foi o projeto Neofascista de Bolsonaro.

Paulo Guedes foi claro ao afirmar que o governo Bolsonaro governava para os ricos que mandam no país.

O desafio do governo no momento, como bem disse Lula, é baixar os preços dos alimentos.

Qualquer análise circunstanciada mostra que a encruzilhada brasileira atual é a alimentação que está pesando no bolso da população.

A luta por uma vida digna passa por aí.

Lula sabe disso e já se movimenta pra buscar uma queda de preços consistente e urgente.

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Mundo

É trágico, mas se Trump decidisse materializar a ‘Riviera de Gaza-Auschwitz’, essa barbárie não seria impedida

É terrivelmente trágico reconhecer, mas se Trump de fato decidisse avançar para materializar a “Rivera de Gaza-Auschwitz”, os EUA não seriam impedidos de escalar a barbárie até a “solução final”, assim como acontece hoje com o Holocausto palestino, que segue sendo executado pelo consórcio criminoso Israel-EUA sem qualquer contenção.

Nem a ONU, nem nenhum país do mundo, incluindo as potências do Conselho de Segurança, estão impedindo a continuidade da “solução final” almejada por Israel e EUA inspirados na experiência nazista de Hitler em relação aos judeus.

Por que seria que dessa vez, por mais absurda que seja a proposta do governo estadunidense, os países impediriam o avanço deste processo em relação ao qual, desde o início, se mostram passivos, impotentes e, por que não dizer, relativamente indiferentes?

Os palestinos estão fartos de receber manifestações de solidariedade e escutarem o repúdio do mundo à barbárie dos seus algozes nazi-sionistas. No entanto, declarações comovidas são inócuas, não detêm o morticínio de milhares de crianças e mulheres assassinadas todos os dias por Israel.

O palestino é um povo deserdado e abandonado pelo mundo e pela humanidade. É um povo condenado à eliminação total e à destruição da sua cultura, da sua memória e da sua história, mas que, apesar disso, continua lutando bravamente pela sua sobrevivência e preservação.

Lamentavelmente, não se pode esperar nada em termos militares e/ou de dissuasão de parte da China, da Rússia e, menos ainda, dos países da OTAN, para deter a barbárie promovida pelos EUA com o regime nazi-sionista de Israel contra os palestinos.

Não será pela defesa desse povo exemplar na sua luta de resistência e de sobrevivência que as potências mundiais entrarão em conflito com os EUA – conflito que teria o caráter de uma terceira guerra mundial e com armas nucleares.

Menos de 24 horas depois da declaração vomitável de Trump sobre o roubo do território de Gaza para realizar o projeto macabro com empreendimentos imobiliários e turísticos de alto luxo naquela parte do Mediterrâneo, sua porta-voz desfez o “mal-entendido” e negou o discurso [frise-se: um discurso lido] dele sobre a ocupação e a construção do empreendimento turístico-imobiliário em Gaza.

Trump não avançará o plano não porque tenha enfrentado dificuldades intransponíveis, ou devido ao enorme repúdio mundial, mas simplesmente porque alcançou o objetivo com sua ofensiva aberrante, ou seja, o de afiançar a Netanyahu o apoio para romper o cessar-fogo e retomar a agressão brutal para a continuidade da dizimação do povo palestino.

A sinalização de Trump fortalece Netanyahu, o comandante em campo do genocídio, e contra o qual pesa um mandado de prisão do procurador da Corte Internacional de Justiça por genocídio e crimes contra a humanidade, além de processos na justiça israelense por corrupção e outros crimes.

Com a autorização para exterminar os palestinos, o fugitivo da justiça internacional preserva a coalizão de governo com os partidos tão ou mais nazi-sionistas quanto ele, evita sua queda e, consequente, os julgamentos nos tribunais israelenses.

Tudo o que Trump faz e diz tem método. Principalmente quando ele declara distopias atordoantes e anuncia aberrações impensáveis, que logo em seguida são desmentidas, ou, simplesmente, “esquecidas”.

Depois de escandalizar o senso comum com algo totalmente absurdo e estapafúrdio, ele então recua alguns degraus da “escada do absurdo”, mas a essas alturas o absurdo já estará normalizado e naturalizado como uma possibilidade concreta, que passa a ser assimilada como um “novo normal”, como algo aceitável na arena pública.

A ideia nojenta e macabra da “Riviera de Gaza-Auschwitz” é um exemplo disso.

Trump declarou o roubo do território palestino para a edificação, no local, de um resort em cima da cultura, da história, da memória e de milhares de cadáveres palestinos.

Muito provavelmente o empreendimento imobiliário seria liderado pelas empresas do próprio Trump em parceria com conglomerados estadunidenses e europeus.

Trump escandalizou o mundo e angariou a repulsa da opinião pública mundial, é fato, mas na prática ele conseguiu o essencial: a continuidade e o aprofundamento da barbárie – que se dará em outros termos, é verdade, mas alcançando o objetivo real, ou seja, a “solução final” nazi-sionista de limpeza étnica através do Holocausto palestino.

*Jeferson Miola em seu blog

*Ilustração: Renato Aroeira

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Mundo

Trump diz que Israel entregará Gaza aos EUA; Netanyahu elogia plano de ocupação

Ações isolacionistas de Trump levam o mundo inteiro a ficar contra os EUA. Veremos os resultados.

Presidente norte-americano detalha que, no fim da guerra, palestinos serão expulsos do enclave para construção de ‘um dos mais espetaculares desenvolvimentos na Terra’.

Um dia após receber críticas da comunidade internacional sobre suas intenções de ocupar a Faixa de Gaza, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a afirmar nesta quinta-feira (06/02) que o seu plano é assumir o enclave palestino e expulsar sua população para construir a “Riviera do Oriente Médio”.

Pela plataforma Truth Social, o mandatário norte-americano declarou que o Estado de Israel deverá transferir o território aos EUA e, assim, seu país “começará gradual e cuidadosamente a construção do que será um dos maiores e mais espetaculares desenvolvimentos desse tipo na Terra”.

“A Faixa de Gaza será entregue aos EUA por Israel no final dos combates. Palestinos, pessoas como Chuck Summer [senador democrata de Nova York e ex-líder da maioria no Senado de 2021 a 2025], já terão sido realocados para comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas, na região [do Oriente Médio]. Eles terão uma chance real de serem felizes, seguros e livres. Os EUA, trabalhando com grandes equipes de desenvolvimento de todo o mundo, começarão lenta e cuidadosamente a construção do que será um dos melhores e mais espetaculares desenvolvimentos desse tipo na Terra. Nenhum soldado dos EUA será necessário! A estabilidade reinará na região!!”, escreveu o magnata.

O posicionamento de Trump foi elogiado pelo seu aliado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que, em entrevista ao canal estadunidense de extrema direita Fox News classificou-o como uma “ideia extraordinária” que “realmente deveria ser implementada”.

“O que há de errado com isso? Eles [palestinos] podem sair, podem depois voltar, podem se realocar e voltar. Mas é preciso reconstruir Gaza”, disse Netanyahu, apoiando a iniciativa trumpista.

Na terça-feira (04/02), o presidente norte-americano recebeu o premiê israelense na Casa Branca, em uma visita durante a qual sugeriu que os palestinos deveriam abandonar Gaza “para sempre e viver em paz em outros países”. A ideia foi rejeitada pela comunidade internacional, sobretudo por países como Brasil, China, Rússia, Reino Unido, Espanha, França, Arábia Saudita, incluindo também as Nações Unidas (ONU), que consideraram a manobra como uma “limpeza étnica” na região e um crime contra a humanidade, conforme os termos do Tribunal Penal Internacional (TPI).

Nesta quinta-feira, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, emitiu um comunicado ordenando que os militares de seu Exército preparassem um plano para permitir a “partida voluntária da população de Gaza”, ao alegar que os palestinos devem ter “liberdade de movimento e de imigração”. Acrescentou ainda que será apresentado um projeto de reconstrução de uma “Gaza desmilitarizada”, após um possível cenário pós-guerra no enclave.

O gabinete de Katz sugeriu que a população de Gaza partisse para diversas regiões do mundo, citando Espanha, Irlanda e Noruega, países que o ministro criticou de fazerem “falsas acusações” contra Israel referentes ao massacre no território palestino. A autoridade israelense afirmou que, se estas nações se recusarem a aceitar os palestinos, “sua hipocrisia será exposta”.

*Opera Mundi

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Política

Meta teve lucro com anúncios sobre falsa ‘taxa do Pix’, indica estudo da UFRJ

Conteúdo enganoso atraiu as pessoas com ameaças de multas ou promessas de benefícios.

Estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgado nesta semana mostra que a Meta lucrou com a recente onda de fake news em torno do Pix. A empresa recebeu pagamentos para impulsionar a divulgação de anúncios fraudulentos que mencionavam a falsa “taxação do Pix” e o sistema Valores a Receber, do Banco Central.

O conteúdo citava políticas públicas e se apropriou de imagens do governo e de empresas públicas, como a Caixa Econômica Federal, para obter informações sensíveis e dinheiro de vítimas. O alcance das publicações foi ampliado pela ferramenta de anúncios do conglomerado de redes sociais, que controla Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp.

Um vídeo falso do ministro Fernando Haddad (Fazenda), feito por inteligência artificial, levantou uma onda de desinformação ao fazer circular o dado mentiroso de que haveria taxação do Pix. A crise alcançou um estágio elevado quando o deputado Nikolas Ferreira (PL) publicou um vídeo sobre o assunto.

No material, visualizado mais de 300 milhões de vezes, o deputado comenta uma norma da Receita Federal para fiscalizar transações via Pix acima de R$ 5.000 em fintechs. A identidade de Ferreira também foi usada na aplicação de golpes virtuais, em conteúdos gerados por IA.

Também foram usadas imagens de outras pessoas famosas, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o presidente Lula (PT) e o jornalista William Bonner. Essas pessoas tinham a imagem associada a formulários que pediam transferências via Pix e dados sensíveis como o CPF.

Nikolas Ferreira, Meta e os anúncios fraudulentos sobre o Pix

UFRJ identificou mais de 1 mil anúncios fraudulentos
A Meta permite que usuários paguem a partir de US$ 5 por semana para impulsionar seus posts. Isso ocorreu no caso dos anúncios fraudulentos em relação ao Pix. Quanto mais o usuário pagar, mais pessoas visualizarão a peça golpista. A BBC mostrou que parlamentares de oposição, por exemplo, gastaram R$ 18 mil em anúncios contra o monitoramento do Pix.

Entre os dias 10 e 21 de janeiro, foram identificados 1.770 anúncios fraudulentos impulsionados no Facebook e no Instagram, segundo nota técnica do NetLab.

A coordenadora do estudo da UFRJ, professora Marie Santini, disse que o medo e a dúvida das pessoas podem ter sido motores da engrenagem que favoreceu os golpistas. “É possível que os estelionatários tenham se aproveitado de medo, dúvida e desconfiança causada na população devido à enxurrada de desinformação para atrair vítimas a clicarem em seus anúncios”, afirma.

Os anúncios fraudulentos identificados pelo NetLab atraíam as pessoas com ameaças de multas ou com promessas de benefícios. Páginas que usavam a identidade visual do Governo Federal sem permissão, o que configura crime de acordo com o Código Penal, fizeram 40,5% das propaganda fraudulenta.

O estudo da UFRJ mostra que o número de anúncios enganosos cresceu após o governo voltar atrás em relação às novas normas do Pix, revogando a instrução normativa da Receita Federal. ICL.