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Economia Política

PIB surpreende, cresce no segundo trimestre e atinge maior patamar da série histórica

Com esse resultado, Brasil alcançou o maior nível da série histórica iniciada em 1996. Crescimento foi de 0,4%, totalizando R$ 3,2 trilhões

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025, em comparação com o trimestre anterior, totalizando R$ 3,2 trilhões em valores correntes. Com esse resultado, a economia brasileira alcançou o maior nível da série histórica iniciada em 1996, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento foi sustentado, principalmente, pelo aumento no consumo das famílias e pela expansão do setor de serviços. “O total de salários reais segue crescendo e há uma manutenção dos programas governamentais de transferência de renda, o que contribui para o consumo das famílias”, avalia Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Na comparação com o segundo trimestre de 2024, o avanço foi de 2,2%, com destaque para o crescimento de 10,1% da agropecuária, 2,0% dos serviços e 1,1% da indústria. No acumulado do semestre, o PIB subiu 2,5% e, em quatro trimestres, registrou crescimento de 3,2%.

PIB-ibge

Áreas do PIB
Pelo lado da oferta, os setores de Serviços (0,6%) e Indústria (0,5%) cresceram em relação ao primeiro trimestre de 2025, enquanto a Agropecuária recuou 0,1%. Dentro dos serviços, os destaques foram Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,1%), Informação e comunicação (1,2%) e Transporte, armazenagem e correio (1,0%).

“Foi uma alta disseminada pelo setor e puxada pelas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; Informação e comunicação, impulsionado pelo desenvolvimento de software, e Transporte, armazenagem e correio, puxado por transporte de passageiros”, diz Rebeca.

Na indústria, o resultado positivo foi impulsionado pelas Indústrias Extrativas, que cresceram 5,4%. Por outro lado, houve retrações em Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-2,7%), Indústrias de Transformação (-0,5%) e Construção (-0,2%).

Pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias avançou 0,5%, enquanto o Consumo do Governo caiu 0,6% e os Investimentos recuaram 2,2%. “A variação positiva de 0,4% na comparação com o trimestre anterior indica uma desaceleração no crescimento da economia. Era um efeito esperado a partir da política monetária restritiva (alta nos juros) iniciada em setembro do ano passado. As atividades Indústrias de Transformação e Construção, que dependem de crédito, são mais afetadas nesse cenário”, explica Rebeca, acrescentando que os efeitos negativos na Construção e na produção de bens de capital ajudam a explicar a queda nos investimentos.

Exportações em alta
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 0,7% em relação ao primeiro trimestre, enquanto as Importações caíram 2,9%. “Está sendo um ano bom para o agro e para a indústria extrativa, que são commodities que o país exporta”, explica Rebeca.

O bom desempenho da agropecuária no comparativo interanual (+10,1%) se deve, principalmente, ao aumento de produtividade de culturas como milho e soja. “O crescimento interanual do primeiro trimestre já foi significativo. O clima favorável explica as estimativas recordes para a safra recorde de milho e de soja, que puxam esses bons resultados da agropecuária”, avalia Rebeca.

Já a indústria cresceu 1,1% na comparação com o segundo trimestre de 2024, impulsionada pelas Indústrias Extrativas (8,7%) devido ao aumento na extração de petróleo, gás e minério de ferro. A Construção teve variação de 0,2%, e as Indústrias de Transformação ficaram estáveis (0,0%), com desempenhos variados entre os segmentos. Houve alta em setores como metalurgia, máquinas e equipamentos, química e têxtil, mas quedas na fabricação de caminhões e ônibus, alimentos, derivados de petróleo e indústria farmacêutica. O segmento de Eletricidade e gás, água, esgoto e resíduos caiu 4,0%, impactado pela piora nas bandeiras tarifárias e pela queda no consumo total de energia.

O setor de Serviços cresceu 2,0% na comparação anual, com resultados positivos em todos os segmentos: Informação e comunicação (6,4%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (3,8%), Outras atividades de serviços (2,7%), Atividades imobiliárias (2,2%), Transporte, armazenagem e correio (1,3%), Comércio (0,9%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,2%).

Demanda interna
Na ótica da demanda, o Consumo das Famílias teve alta de 1,8% em relação ao segundo trimestre de 2024, impulsionado pelo aumento da massa salarial real, ampliação do crédito e dos programas de transferência de renda. O Consumo do Governo cresceu 0,4%, e os Investimentos subiram 4,1%, puxados pela importação de bens de capital e pelo desenvolvimento de software.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 2,0%, com destaque para veículos automotores, extração de petróleo e gás, metalurgia e máquinas e aparelhos elétricos. As Importações também avançaram, com alta de 4,4%, influenciadas por Produtos químicos, Máquinas e equipamentos, Produtos farmacêuticos e Máquinas e aparelhos elétricos.

*TVTNews


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Economia

Bolsa dispara e dólar desaba

Hoje, 22 de agosto de 2025, o mercado financeiro brasileiro apresentou forte movimentação, impulsionado por fatores globais e domésticos.
Ibovespa: O principal índice da B3 subiu 2,34%, fechando aos 137.656 pontos, conforme dados de 13h39.

A alta foi impulsionada pelo discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que sinalizou um possível corte de juros nos EUA em setembro, animando bolsas globais, incluindo a brasileira. Ações de bancos como Banco do Brasil (+3,4%) e Itaú (+2,39%) lideraram os ganhos, recuperando perdas recentes ligadas a tensões com a Lei Magnitsky.

Dólar: A moeda americana caiu 0,95%, cotada a R$ 5,425 no mercado comercial às 13h53, e o dólar turismo recuou 0,89%, a R$ 5,622. A desvalorização reflete a expectativa de juros mais baixos nos EUA, reduzindo a atratividade de ativos americanos e fortalecendo moedas emergentes como o real.

O otimismo também foi alimentado por dados econômicos recentes, como a inflação controlada no Brasil e nos EUA, além da recuperação parcial de bancos após incertezas jurídicas.

No entanto, o mercado segue atento a desdobramentos da Lei Magnitsky e a questões fiscais internas.
impacto de cortes de juros


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Economia

Brasil bate recorde de exportações aos EUA apesar do cenário de tarifas

Amchan aponta aumento de 4,2% nas vendas do primeiro semestre com estratégia de antecipação de embarques antes da sobretaxa de 50%

Tudo anda muito incerto no cenário do comércio exterior com os Estados Unidos após o presidente Donald Trump implementar oficialmente, na semana passada, uma sobretaxa de 50% a uma longa lista de produtos brasileiros. Dados da Amcham, a Câmara de Comércio americana, porém, revelaram que no período que antecipou o “tarifaço”, as exportações do Brasil para território americano entre janeiro e julho registraram crescimento de 4,2% sobre o mesmo período de 2024, somando US$ 23,7 bilhões (R$ 128,27 bilhões, na cotação atual), o maior valor já registrado para o período.

Segundo edição especial do Monitor do Comércio Brasil-EUA, elaborado pela Amcham, as importações também avançaram, com alta de 12,6%, alcançando US$ 26,0 bilhões. Isso ampliou o superávit americano no comércio com o Brasil para US$ 2,3 bilhões no acumulado do ano, uma expressiva alta de 607,9% frente ao mesmo período de 2024.

O resultado sustenta a tendência de vantagem americana nos negócios com o Brasil, que há 15 anos têm déficit na balança comercial com os Estados Unidos. Apesar disso, mercadorias brasileiras tornaram-se alvo da maior alíquota do tarifaço, de 50%, enquanto outras nações que mantém superávit com Washington são alvo de taxas que variam entre 10% e 30%. Para aplicar tarifas aos produtos tupiniquins, outra justificativa, infundada, foi usada pelo governo Trump: a de que há uma “ditadura judicial” no Brasil, e que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no caso da trama golpista, seria uma “caça às bruxas”.

Embora uma lista de quase 700 produtos brasileiros tenha sido poupada da tarifa de 50%, exportações importantes como açúcar e café ficaram expostas. Ainda não há sinal de negociação entre os governos Trump e Lula, que afirmou recentemente que não vai se “humilhar” para abrir um canal com o presidente dos Estados Unidos, e estados estudam criar programas para proteger a indústria nacional. A maior esperança, por ora, é que os setores privados americano e brasileiro possam conversar e fazer o meio de campo num eventual processo de tratativas.

“As exportações brasileiras para os Estados Unidos seguem resilientes e em trajetória de crescimento até julho. Nosso compromisso é seguir trabalhando de forma coordenada com os dois governos para preservar esse comércio, que impulsiona empregos e oportunidades em ambos os países, sobretudo diante dos desafios adicionais que o aumento das tarifas trará daqui para frente”, afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil à Veja.


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Economia

Enchendo as burras: Megaoperações de R$ 1,22 bilhão em dólar ocorreram horas antes de adiamento do tarifaço

Volume bilionário de contratos foi registrado pouco antes do anúncio da Casa Branca, destoando do padrão de outros pregões

Contratos de dólar futuro negociados na Bolsa em volumes centenas de vezes acima da média chamaram atenção no mercado financeiro por terem sido registrados poucas horas antes de um anúncio crucial da Casa Branca. Na tarde de 30 de julho, às 15 horas, o governo norte-americano comunicou o adiamento da aplicação de tarifas contra o Brasil — decisão com potencial para provocar variações expressivas na taxa de câmbio e gerar ganhos imediatos para quem estivesse posicionado corretamente. A proximidade temporal entre essas negociações e o anúncio levanta sinais de alerta para autoridades e analistas de mercado.

Somando apenas as operações de maior porte realizadas antes das 15h via mesas do BTG Pactual (cód. 85) e da Tullett Prebon (cód. 127), foram 24.430 contratos de dólar futuro do tipo DOLQ25. Cada contrato representa R$ 50 mil, o que totaliza R$ 1,221 bilhão em valor nocional. Esse volume destoa de forma acentuada da média do dia, de apenas 9 contratos por transação, e também dos padrões verificados em outros pregões.

O maior pico ocorreu às 12h29, quando a mesa do BTG intermediou quatro ordens sequenciais — de 5.000, 5.000, 5.000 e 4.930 contratos — executadas com diferença de apenas 47 milissegundos, totalizando 19,9 mil contratos. Mais cedo, às 10h42, a Tullett registrou uma única operação de 4.500 contratos, volume 497 vezes maior que a média diária. Ordens acima de mil contratos também foram identificadas pelas mesas da BGC Liquidez e da CM Capital, sempre antes das 15h.

Embora operações vultosas possam ocorrer por razões legítimas, como hedge ou realocação de portfólio, a concentração extrema em um curto espaço de tempo e a coincidência com um evento de alto impacto econômico e político reforçam a necessidade de apuração. Além disso, a execução em milissegundos sugere uso de sistemas de negociação de alta frequência, geralmente operados por grandes players institucionais.

Comparativo com outros dias do mês
A análise de pregões anteriores e posteriores mostra que o dia 30 de julho foge completamente do padrão. Em outros pregões de junho e julho, os volumes negociados por essas mesas foram bem menores e diluídos ao longo do dia. No dia 31 de julho, primeiro pregão após o anúncio da Casa Branca, o total negociado pelas mesmas mesas despencou para 570 contratos, uma queda superior a 97%. Essa mudança abrupta reforça a percepção de que as operações do dia 30 estavam diretamente relacionadas à expectativa ou ao conhecimento prévio da decisão.

O que caracteriza suspeita de informação privilegiada
No Brasil, a Lei nº 6.385/76 proíbe o uso de informação relevante não pública para obter vantagem no mercado. Posicionar-se com base em dados estratégicos antes de sua divulgação configura crime de insider trading, sujeito a sanções severas. No caso de 30 de junho, a magnitude das ordens, a sincronia com o anúncio e a ausência de padrão similar nos demais pregões reúnem indícios típicos para justificar a abertura de investigações pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Ministério Público Federal.

Movimentações desse porte, especialmente antes de anúncios de grande impacto, podem provocar distorções significativas nos preços e prejudicar investidores que não têm acesso a informações privilegiadas. No mercado de câmbio futuro, oscilações abruptas afetam desde fundos de investimento atrelados ao dólar até empresas com contratos de importação e exportação indexados à moeda americana, com impactos em cadeias produtivas inteiras. Casos suspeitos de insider trading corroem a confiança no sistema financeiro, tornando imprescindível uma atuação rápida e efetiva dos órgãos reguladores.

Anúncio do tarifaço também teve negociações incomuns
Esta não é a primeira grande movimentação atípica envolvendo o tarifaço. Como o ICL Notícias revelou com exclusividade, na manhã de 9 de julho, o mercado de contratos futuros de dólar também teve um movimento fora do comum. Em apenas 75 minutos, entre 11h30 e 12h45, nove negociações somaram mais de R$ 6,6 bilhões, quase 10% do total daquele dia. O maior negócio ocorreu às 11h38, com o BTG Pactual intermediando quase 10 mil contratos, equivalentes a R$ 2,7 bilhões. O anúncio das tarifas foi feito pelo presidente norte-americano Donald Trump às 16h17.

Os valores foram calculados com base no dólar a R$ 5,44, cotação do início do dia. As operações ocorreram pouco antes do anúncio do tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil e agora essas movimentações são investigadas pelo Supremo Tribunal Federal.

*Por Cleber Lourenço e Deborah Magagna. Publicado com exclusividade pelo ICL.


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Economia Mundo

Inflação da carne dispara nos EUA e tarifaço sobre Brasil já é uma das causas

As tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros, como se gaba Eduado Bolsonaro, incluindo carne, a partir de 1º de agosto de 2025, têm gerado impactos significativos.

Nos EUA, a redução das importações de carne bovina brasileira, que representava cerca de 12% das exportações totais do Brasil, contribui para a alta da inflação da carne, já pressionada pela diminuição do rebanho local e outros fatores como pragas.

Isso elevou o preço da carne moída em cerca de 3% só em julho e pode aumentar ainda mais os custos para os consumidores norte-americanos

No Brasil, a suspensão de exportações para os EUA levou frigoríficos a redirecionar a produção para o mercado interno ou outros países, como China, México e Egito, aumentando a oferta local.

Isso poderá reduzir os preços da carne no Brasil no curto prazo, com quedas de até 7,8% no atacado em julho.


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Economia

IBGE confirma mais queda no preço dos alimentos em julho

Inflação de alimentos continua em queda segundo IBGE.

Enquanto bolsonaristas se esforçam para promover uma campanha de que “o Brasil vai quebrar”, a realidade não parece estar dando muita bola para esses esforços. O cenário econômico permanece dinâmico e a inflação está sob controle. O preço de alimentos em especial vem continuando a declinar, o que é fundamental para as faixas mais pobres da população.

Existe uma dupla ironia nos esforços bolsonaristas: ao tentar convencer o governo americano a adotar tarifas gigantescas contra produtos brasileiros, eles podem estar levando os Estados Unidos a tomar medidas que aumentarão a inflação de alimentos por lá. Enquanto isso, se esses alimentos brasileiros – carnes, café, laranja, frutas, pescados e outros produtos – não conseguirem acessar o mercado americano devido às tarifas, eles acabam sobrando mais para o mercado brasileiro, pressionando os preços para baixo.

As carnes em geral registraram queda de -0,36% em julho, com a picanha especificamente tendo uma redução ainda mais expressiva de -1,74%. Apesar da melhoria recente, as carnes ainda acumulam alta no período de 12 meses, reflexo das pressões inflacionárias anteriores. Para quem não gosta de carne vermelha e prefere pescado, a notícia é melhor ainda: os preços dos peixes despencaram -2,03% no mês. Aves e ovos também colaboraram para o alívio no açougue, com queda de -0,57%.

A queda no preço da carne brasileira pode já ter sido influenciada pela palhaçada bolsonarista de convencer o Trump sobre as tarifas. Já que o Brasil é um importante exportador desse produto para os Estados Unidos, a proteína que não consegue ir para o mercado americano acaba ficando mais disponível no Brasil, pressionando para baixo os preços e beneficiando o consumidor brasileiro. Uma ironia deliciosa: quanto mais os bolsonaristas tentam prejudicar o país, mais barata fica a picanha na mesa do brasileiro.

O café moído, que vinha castigando os amantes da bebida nacional com altas sucessivas, finalmente deu uma trégua com queda de -0,36% em julho. É mais um exemplo de como os esforços bolsonaristas para prejudicar o Brasil se mostram um tiro no pé. Os Estados Unidos são o principal comprador do café brasileiro, e se as tarifas trumpistas realmente se concretizarem, esse café que não conseguir chegar ao mercado americano ficará mais disponível no Brasil.

O resultado é que o café, que estava muito caro e acumulava alta de impressionantes 48,2% em 12 meses até junho, agora começa a dar sinais de alívio no mercado interno. Para um país que se orgulha de produzir um dos melhores cafés do mundo, nada mais justo que o brasileiro possa tomar um cafezinho mais barato enquanto os bolsonaristas continuam sua campanha de autossabotagem econômica.

*Com Cafezinho


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Economia Política

Economia forte e resiliência nas pesquisas sinalizam boas chances para Lula em 2026

Desde muito tempo, poucas atividades me dão mais prazer do que descontruir crises políticas ou econômicas fabricadas artificialmente, tão comuns ao senso comum de quem pensa ou analisa a política nacional.

Boa parte dessas crises, eu sei, nasce da mídia corporativa, ou “legacy media”, como agora chamam os americanos, atolada em tantos vícios de linguagem, presa a tantas regras obsoletas, que desenvolveu enorme dificuldade de fazer o básico, que é se apegar estritamente aos fatos.

Nem vou falar aqui de geopolítica, onde a mídia tradicional afunda melancolicamente nesta cultura sombria, maligna, de um imperialismo baseado puramente em mentiras e violência.

Hoje vamos falar de economia brasileira e eleições nacionais.

Outra origem importante dessa neurastenia insuportável das redes sociais vem de setores da esquerda, que transformaram seu radicalismo num moralismo despolitizado, para o qual o governo não apenas comete erros, como o faz de propósito, por que é mau, covarde e desonesto. Dentro de bolhas da própria esquerda, afastamo-nos de uma discussão, mesmo que dura, sobre estratégias, e a transformamos num jogo pesado de acusações morais e xingamentos ad hominem.

Daí o debate pũblico degenera numa algaravia caótica, esquizofrênica, em que o governo é ao mesmo tempo comunista e gastador, de um lado, e conservador e neoliberal, de outro. De um lado, o Brasil é amigo da China, da Rússia, do Irã, dos Brics, de outro abandonou os Brics e se vendeu aos EUA. Essa confusão afasta o brasileiro médio, que encontra ainda mais dificuldade para entender o que está acontecendo e se torna presa vulnerável de oportunistas políticos, picaretas religiosos e influencers mal intencionados.

“O que observamos não é a natureza em si, mas a natureza exposta ao nosso método de questionamento”, dizia Werner Heisenberg, um dos pais da física quântica, inaugurando um maneira de ver o mundo que deveríamos usar também na análise política.

Vamos em frente. Comecemos examinando rapidamente as últimas pesquisas Datafolha (11 de junho) e Quaest (1 de junho). Volto em seguida.

Os números mostram uma situação de empate técnico entre dois pólos políticos muito bem definidos: um lado mais conservador, liderado pelo campo que apoiou Bolsonaro em 2022, outro mais progressista, ligado àqueles que apoiaram Lula nas últimas eleições.

Interessante notar que não se trata mais apenas de Lula ou Bolsonaro. Aparentemente, o eleitor está se identificando com um campo político, não com nomes. Tanto é que Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda, apresenta uma performance não muito diferente de Lula, num eventual embate direto contra Bolsonaro. Segundo o Datafolha, Haddad teria 40% contra 45% de Bolsonaro. Já o presidente Lula pontuaria 44% X 45%.

Tanto na Quaest quanto no Datafolha, o presidente Lula empata ou vence em todos os cenários com seus principais adversários.

Entretanto, a eleição de 2026 não acontecerá no vácuo. Apesar de alguns analistas entenderem que a situação econômica não parece mais tão determinante hoje como se dava no passado, eu consideraria isso com mais cuidado. De fato, nota-se na psicologia política dos últimos anos, em alguns países como EUA e Brasil, uma influência maior das chamadas “guerras culturais”, em que fatores puramente ideológicos parecem determinar mais o voto, ao menos de alguns setores, do que o bem estar econômico.

Mas isso também pode ser uma ilusão de ótica, baseada numa interpretação possivelmente mesquinha do que entendemos por “fator econômico”. Se a qualidade do transporte usado pelo cidadão, incluindo o tempo gasto para ir de seu trabalho à casa, está piorando, isso não deveria ser também incorporado às suas preocupações econômicas?

O mesmo raciocínio poderia ser aplicado para a sensação de segurança pública, que expõe o cidadão a situações que lhe causam impacto financeiro.

Entretanto, independente dessas especulações sobre a influência direta da economia sobre a formação do voto, é obrigação cívica de todos oferecer uma análise independente e objetiva da situação econômica do país. Não é prudente terceirizar essa análise nem para a mídia tradicional, tampouco para setores emocionados da militância.

Eu reuni muitos dados nesta postagem para ajudá-los e pensar por conta própria. Eles nos ajudarão, a propósito, desconstruir muitas mentiras, exageros, fantasias, que vem se falando sobre a economia brasileira.

Vamos começar pela inflação, que possivelmente é o indicador econômico mais diretamente ligado à aprovação do governo nacional, porque o eleitor faz essa associação de maneira muito direta. Se a calçada em frente à sua casa tem um buraco, o cidadão culpa o prefeito. Se o transporte coletivo se deteriora, a responsalidade é compartilhada com o governador. Mas um eventual aumento no preço dos produtos e serviços cai diretamente na conta do presidente da república.

Para entender a inflação, temos que observar os seguintes indicadores. O mais importante é o IPCA, informado mensalmente pelo IBGE. O último foi divulgado no dia 10 de junho, e mostrou uma inflação de 0,26% em maio, e de 5,32% no acumulado 12 meses. No caso do acumulado, é a primeira queda em meses.

Ainda segundo o IPCA, houve melhora no preço dos alimentos em domicílio para 0,02% em maio, o menor em quase um ano.

No acumulado em 12 meses, todavia, a inflação de alimentos ainda está acima de 7%, um patamar muito elevado. A sensação de alívio nos preços dos alimentos apenas será plenamente sentida pelo consumidor quando estes efetivamente caírem na média e no acumulado.

Há dados mais recentes que confirmam a tendência de queda na inflação para este ano. O IPCA-15, outro indicador do IBGE, divulgado no dia 26 de junho, registrou inflação de 0,26% em junho e 5,27% em 12 meses; ainda segundo o mesmo indicador, a inflação de alimentos ficou em 0% em junho e 6,94% em 12 meses.

Um termômetro importante vem da Fundação Getúlio Vargas. O IGP-M, divulgado no dia 27 de junho, caiu para abaixo de 4,5% em 12 meses. Mais promissor: o IPA-M, indicador do preço dos alimentos também da FGV, e responsável por cerca de 60% do IGP-M, caiu para 4,0% em 12 meses.

Um fator extremamente positivo da economia brasileira, neste terceiro mandato do presidente Lula, tem sido a recuperação do parque industrial brasileiro.

Segundo o IBGE, a indústria brasileira de tranformação vem crescendo de maneira vigorosa desde o início de 2024, o que é, aparentemente, resultado de políticas de fomento do governo federal para o setor. E não são apenas setores de baixa complexidade, pois o crescimento na produção de bens de capital e bens duráveis mostra que as áreas mais sofisticadas, com mais valor agregado, vem desempenhando um papel relevante no processo de neoindustrialização do país.

*O Cafezinho


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Economia

Desemprego cai para 6,2% e emprego com carteira assinada bate recorde

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, o menor patamar para o período desde o início da série histórica do IBGE em 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua). O número de desempregados foi de 6,8 milhões, uma queda de 8,6% em relação ao trimestre anterior e de 12,3% comparado ao mesmo período de 2024.

O emprego com carteira assinada no setor privado atingiu um recorde de 39,8 milhões de trabalhadores, com alta de 0,5% no trimestre e 3,7% no ano. A população ocupada alcançou 103,9 milhões, um aumento de 1,2% no trimestre e 2,5% em 12 meses.

A massa salarial também bateu recorde, chegando a R$ 354,6 bilhões, impulsionada pela estabilidade dos rendimentos e pelo crescimento do emprego formal.

A informalidade caiu, com 39,3 milhões de trabalhadores informais, e o número de desalentados (2,89 milhões) foi o menor desde 2016, com queda de 10,6% no trimestre e 13,1% no ano.

O mercado de trabalho aquecido sugere uma economia resiliente.


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Economia

Ao contrário das expectativas do mercado, Prévia do PIB mostra crescimento de 3,5%

O índice IBC-Br do Banco Central (BC), considerado a “prévia do PIB” (Produto Interno Bruto), marcou quatro meses seguidos de aumento com os resultados consolidados de abril. A soma de todos os bens e serviços produzidos no país no mês teve aumento de 0,2% entre abril e março.

Os dados apresentam um sólido crescimento econômico no país. Comparado a abril de 2024, o crescimento é de 2,5%. Já o acumulado de 12 meses soma alta de 4%, enquanto o acumulado nos quatro primeiros meses de 2025 alcança um aumento de 3,5%.

Em abril, o setor de Serviços foi o único a apresentar crescimento, mas o suficiente para o resultado geral positivo, uma vez que é o maior, representando 70% do PIB. Portanto, Serviços marcou alta de 0,4%, revertendo os índices negativos da agropecuária (-0,9%) – que tiveram maior força no primeiro trimestre com a comercialização da safra de verão – e indústria (-1,1%) – afetada pela alta da taxa de juros.

Nesse sentido, o PIB nacional tem mostrado resiliência, ainda que tenha desacelerado, e deverá surpreender novamente este ano, apesar das dificuldades impostas pelo mercado financeiro.

Os resultados da “Prévia do PIB”, que monitora todos os meses a atividade econômica, são acompanhados de perto pelos diretores do BC, reunidos no Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira (17) e quarta-feira (18), em que será definido o direcionamento da taxa de juros (Selic), hoje em 14,75%. Analistas apontam que o ciclo de aumentos deverá terminar com a atividade econômica em desaceleração, porém, a taxa deverá ser mantida no atual patamar, diz o Vermelho.


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Economia

Absurdo! Petrobras corta 12% do preço do diesel em 2025; postos sobem 3%

Alta no preço do combustível tem relação com aumento do ganho dos postos, que subiu 50% desde o fim de 2024.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (10) os dados da inflação de maio e registrou que, de janeiro até o final de abril, o preço do óleo diesel em postos de combustíveis do país havia subido 3,02%. A alta ocorreu enquanto a Petrobras cortou em 12% o preço do combustível vendido às distribuidoras do produto.

A Petrobras é a maior produtora de diesel do país, fornecendo cerca de 80% do combustível que abastece a frota nacional de caminhões. A estatal, no entanto, não controla os preços do derivado de petróleo, já que ele depende também do ganho das distribuidoras e dos postos de combustíveis com a revenda.

Dados públicos compilados pelo economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), indicam que, desde o final de 2024, a margem dos postos sobre o preço do diesel já subiu 50%. Saltou de R$ 0,59 por litro para R$ 0,89 por litro de dezembro até o final de abril.


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Não há dados disponíveis sobre o margem em maio e junho.

Hoje, segundo pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o litro do diesel no Brasil é vendido, em média, a R$ 6,05.

Desse valor, a Petrobras responde por pouco mais da metade. Desde o início de maio, a estatal vende o litro de diesel a distribuidoras por R$ 3,27.

O preço do litro vendido pela companhia chegou a esse valor após três quedas promovidas em 2025. O diesel começou o ano vendido a R$ 3,72; baixou a R$ 3,55 em janeiro; para R$ 3,43 em março; e depois para R$ 3,43 em abril.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, admitiu em maio que essa queda não se refletiu no preço cobrado nos postos e recomendou que consumidores questionem os revendedores sobre o assunto.

“A gente recomenda que o consumidor pergunte por que isso não está chegando à ponta”, disse ele. “Pressiona, pergunta por que isso está acontecendo.”

“Se percebe que a margem bruta tanto da distribuição quanto da revenda aumentou”, explicou Mahatma dos Santos, diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep). “A redução [na Petrobras] não é repassada de maneira completa para o consumidor porque há uma absorção da margem pelo setor de distribuição e revenda, que foi privatizado no Brasil durante o governo Bolsonaro.”

No governo Bolsonaro, a Petrobras vendeu a BR Distribuidora, que distribuía e revendia gasolina e diesel. A estatal vendeu também a Liquigás, distribuidora de gás.

Gasolina e gás
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já criticou o preço do gás de cozinha no Brasil. Hoje, um botijão custa, em média, R$ 108, segundo a ANP.

“A Petrobras manda o gás de cozinha a R$ 37. Quando é que chega aqui? Cento e dez reais, R$ 120, tem estado que é R$ 140. E eu posso dizer para vocês que está errado. Vocês não podem pagar R$ 140 por uma coisa que custa R$ 37 da Petrobras. Está certo que tem o custo do transporte, mas não precisa pagar tanto”, disse Lula, em maio.

Segundo o IBGE, desde o início do ano, o botijão subiu 1,4%. A Petrobras não anunciou nenhuma mudança no preço do gás em 2025.

A gasolina, por sua vez, já subiu 2,88%. Neste mês, a Petrobras reduziu o preço do litro do combustível em 5,31%. O impacto da redução só poderá ser medido com a divulgação dos dados da inflação deste mês, que ocorrerá em julho.

Desde o início do ano, a margem dos postos sobre a revenda de gasolina já subiu 11%, de acordo com os cálculos de Gil Dantas.

*ICL

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