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Efeito Lula: Ibovespa, pela primeira vez, passa de 139 mil e fecha no maior patamar da história

Recorde! O Ibovespa bateu mais dois recordes nesta terça-feira: fechou com alta de 1,76%, aos 138.963,11 pontos, um ganho de 2.399,93 pontos, no maior patamar de fechamento da história do índice.

Além disso, na máxima do dia, chegou também pela primeira vez a 139 mil, com 139.418,97 pontos, o maior nível de todos os tempos.

O maior patamar de fechamento anterior era 137.343,96 pontos, em 28 de agosto de 2024.

O céu é o limite? Ainda não se sabe, mas o avião do Ibovespa decolou da mesma forma que o real, que viu hoje o dólar comercial cair 1,34%, a R$ 5,609, com a mínima chegando a R$ 5,595.

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Novos investimentos chineses no Brasil podem gerar 150 mil empregos

Do delivery à energia limpa, aportes de gigantes chinesas sinalizam mudança estratégica e somam R$ 27 bilhões

Uma robusta injeção de capital chinês na ordem de R$ 27 bilhões promete agitar diversos setores da economia brasileira, desde o competitivo mercado de delivery até a produção de semicondutores e a transição energética. O anúncio foi feito pelo presidente Lula durante o encerramento do Seminário Empresarial Brasil-China nesta segunda-feira (12), em Pequim, e marca um novo capítulo nas relações bilaterais entre os dois países. Estima-se que os investimentos podem gerar 150 mil empregos diretos.

Gigantes miram consumidor e tecnologia brasileira

Um dos destaques é a entrada da Meituan, gigante chinesa do setor de entregas, que aportará R$ 5,6 bilhões ao longo de cinco anos para disputar o mercado brasileiro, confrontando diretamente o iFood. Operando sob a marca Keeta, já utilizada em Hong Kong e na Arábia Saudita, a empresa planeja instalar uma central de atendimento no Nordeste, com a promessa de gerar entre 3 mil e 4 mil empregos diretos, além de outros 100 mil indiretos, segundo estimativas do governo.

Uma robusta injeção de capital chinês na ordem de R$ 27 bilhões promete agitar diversos setores da economia brasileira, desde o competitivo mercado de delivery até a produção de semicondutores e a transição energética. O anúncio foi feito pelo presidente Lula durante o encerramento do Seminário Empresarial Brasil-China nesta segunda-feira (12), em Pequim, e marca um novo capítulo nas relações bilaterais entre os dois países. Estima-se que os investimentos podem gerar 150 mil empregos diretos.

Gigantes miram consumidor e tecnologia brasileira

Um dos destaques é a entrada da Meituan, gigante chinesa do setor de entregas, que aportará R$ 5,6 bilhões ao longo de cinco anos para disputar o mercado brasileiro, confrontando diretamente o iFood. Operando sob a marca Keeta, já utilizada em Hong Kong e na Arábia Saudita, a empresa planeja instalar uma central de atendimento no Nordeste, com a promessa de gerar entre 3 mil e 4 mil empregos diretos, além de outros 100 mil indiretos, segundo estimativas do governo.

No setor de alimentação, a rede de fast-food Mixue, que ultrapassou o McDonald’s em número de lojas no mundo (são mais de 45 mil), vai investir R$ 3,2 bilhões no Brasil. A meta é gerar 25 mil empregos até 2030, usando frutas brasileiras na produção de seus sorvetes e bebidas.

A tecnologia também ganhou protagonismo. A Zilia, subsidiária da Longsys, vai aplicar R$ 650 milhões na ampliação de fábricas de semicondutores e dispositivos de memória em São Paulo e Manaus. Já a montadora GWM anunciou R$ 6 bilhões para expansão e exportações para a América do Sul e México, enquanto a GAC Motor vai instalar uma fábrica em Goiás, com investimento de US$ 1,3 bilhão.

Energia, saúde e infraestrutura ganham novo impulso

Em energia renovável, os aportes sinalizam a entrada definitiva do Brasil na rota global de transição energética. A CGN vai investir R$ 3 bilhões em um hub no Piauí, volta do à produção de energia eólica e solar. A Envision, por sua vez, anunciou um parque industrial para produção de SAF (combustível sustentável para aviação) e hidrogênio verde, com investimentos de até R$ 5 bilhões.

Outro movimento relevante é da Didi, dona da 99, também mira o mercado de entregas e planeja investir na construção de cerca de 10 mil pontos de recarga para veículos elétricos no país.

No campo da saúde, foram fechados oito acordos envolvendo transferência de tecnologia para produção de vacinas, medicamentos e insumos farmacêuticos. A Nortec Química, em parceria com empresas chinesas, também anunciou R$ 350 milhões em uma nova plataforma industrial.

Para o presidente Lula, o fórum empresarial é um marco no fortalecimento das relações bilaterais, que completam 50 anos. “Em novembro passado, o presidente Xi Jinping e eu decidimos estabelecer sinergias entre nossos projetos nacionais de desenvolvimento. Hoje colhemos os primeiros frutos desse trabalho”, afirmou. Ele destacou ainda que a China subiu da 14ª para a 5ª posição entre os maiores investidores diretos no Brasil, com estoque de mais de US$ 54 bilhões.

Além dos anúncios empresariais, Lula participou de audiências com os CEOs de GAC, Windey, Norinco e Envision, que resultaram em acordos para centros de pesquisa em energia renovável e projetos de infraestrutura. Um deles é o Corredor Ferroviário Leste-Oeste e as rotas bioceânicas, que encurtarão a distância para a China e impulsionarão o desenvolvimento regional. A inauguração de uma nova rota marítima direta ligando Zhuhai aos portos de Santana (ES) e Salvador (BA) foi celebrada como um avanço significativo para o Norte e Nordeste, segundo o Vermelho.

Na avaliação do governo brasileiro, a nova onda de investimentos é fruto da retomada da capacidade de planejamento do Estado e da aprovação da Reforma Tributária, que amplia a segurança jurídica e atratividade para investidores estrangeiros. O programa Nova Indústria Brasil também tem sido chave para a formação de parcerias com empresas chinesas.

Com os aportes, o Brasil não apenas se posiciona como polo regional para energia limpa e tecnologia, mas também dá uma resposta clara ao avanço de políticas protecionistas globais, apostando na integração, inovação e geração de empregos.

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Economia

Banco Central eleva juros a um patamar absurdo, 14,75%

Trata-se do maior nível em 20 anos.

Comitê de Política Monetária eleva Selic de 14,25% para 14,75%: ‘Índice beneficia investidores, mas sacrifica desenvolvimento do país, contas públicas e custo de vida de toda a população’, alertam trabalhadores

Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou, no início da noite desta quarta-feira (7), a elevação taxa básica de juros do país (a chamada Selic) de 14,25% para 14,75% ao ano – um dos patamares mais restritivos dos últimos 20 anos. A decisão, que reforça o aperto monetário, é questionada pelo movimento sindical bancário, que aponta que a medida não é eficiente para controlar as raízes principais do tipo de inflação hoje enfrentada no país.

Os membros do Copom indicaram, como justificativa para a alta do juros, a pressão geopolítica, com destaque para a economia norte-americana e, no cenário interno, a pressão inflacionária, que, em relatórios recentes do próprio BC, se devem às altas dos alimentos e energia. “Mas, para enfrentar esse tipo de inflação (alimentos e preços) precisamos entender que esses aumentos não estão ligados à demanda, ou seja, à maior procura das pessoas por alimentos”, explica o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Gustavo Cavarzan.

Um trabalho dos pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), Braulio Borges, André Braz e Francisco Pessoa Faria, aponta que o atual aumento expressivo nos alimentos, enfrentado não apenas no Brasil, está ligado ao mercado agrícola e às mudanças climáticas. Segundo a CUT, eles indicam ainda que não há perspectiva de que a tendência de inflação termine no curto prazo. A questão ambiental também está por trás da alta nos preços da energia, como corrobora a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“A Selic é eficiente para controlar inflação relacionada ao aumento da demanda, ou seja, aumento do consumo. Para a questão dos alimentos enfrentada hoje, o mais assertivo seria a recomposição dos estoques reguladores de alimentos, como o governo federal tem procurado fazer. Já em relação à energia, a saída mais adequada está no combate ao desmatamento e políticas de transição energética”, completou Cavarzan.

A alta da Selic confirmada hoje é a sexta elevação consecutiva iniciada pelo Banco Central em setembro do ano passado, quando o índice passou de 10,5% para 10,75%. Nas reuniões seguintes, houve um aumento de 0,5 ponto e três seguidos de 1 ponto percentual, até chegar em 14,25%, em março deste ano.

A indicação mais recente, do mercado, é que o ciclo de aperto econômico chegou ao fim, mas ainda não há definições se a Selic será mantida ou se haverá o início da queda nos próximos encontros, que ocorrem a cada 45 dias. No texto sobre a decisão de hoje, o Copom disse que segue com cautela e não indicou se irá alterar ou não o ciclo.

“O brasileiro já convive com uma taxa básica de juros proibitiva para o desenvolvimento econômico e que aumenta o custo de vida, o endividamento das famílias, das empresas e os gastos do governo federal. Gabriel Galípolo, atual presidente do BC, e os demais membros do Copom não foram indicados para manter os interesses do mercado financeiro, mas sim ps interesses da população. Por isso, nós exigimos que o Banco Central cumpra o papel de fazer uma política econômica para a população e não para o mercado financeiro, o único que se beneficia com a especulação da Selic“, critica a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Juvandia Moreira.

Por meio da imprensa e do boletim Focus, que é produzido somente escutando o mercado financeiro e não a população, o Banco Central orienta sua política monetária, incluindo o nível da Selic.

“Como esse índice é a base para a definição de outras taxas da economia brasileira, incluindo a dos bancos, a manutenção elevadíssima impacta negativamente o desenvolvimento do país”, explica o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Walcir Previtale. “Por mais que o governo federal, trabalhadores e o setor produtivo se esforcem, dia após dia, para fazer o país crescer, quando o Banco Central decide, por meio do Copom, manter uma taxa básica de juros tão alta, torna o custo do dinheiro, portanto dos empréstimos e investimentos, mais caro. Isso dificulta toda a economia, que não expande como poderia expandir, caso o crédito fosse mais barato”, conclui.

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BRICS preparam resposta ao pacote tarifário de Trump

Chanceleres negociam declaração conjunta contra restrições unilaterais ao comércio mundial.

Os chanceleres do BRICS se reunirão no Rio de Janeiro nos dias 28 e 29 para discutir uma resposta conjunta ao pacote tarifário dos EUA, implementado durante o governo de Donald Trump. Além da crise comercial, as discussões incluirão o financiamento para ações contra as mudanças climáticas.

O pacote tarifário, que havia sido suspenso temporariamente, impõe tarifas sobre produtos de quase todos os países, visando proteger a indústria norte-americana, causando quedas nas bolsas e aumentando o risco de recessão. A China, como maior economia do bloco, continua sujeita a essas tarifas.

O embaixador brasileiro, Mauricio Carvalho Lyrio, destacou que o grupo pretende reafirmar seu apoio ao comércio multilateral e criticar as medidas unilaterais. Ele também mencionou a necessidade de fortalecer a Organização Mundial do Comércio (OMC), cujas funções de mediação estão comprometidas desde as ações de Trump em 2019, segundo o Congresso em Foco..

Essa reunião serve como preparação para a cúpula de chefes de Estado do BRICS, agendada para julho no Rio, onde o ministro Mauro Vieira liderará os debates. A reunião busca transformar-se em uma plataforma contra práticas protecionistas, também abordando financiamento climático, o papel do Sul Global no comércio e a reforma da governança internacional, além de apoiar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).

 

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Economia Mundo

Os efeitos negativos da crise entre Donald Trump e o Fed para a economia mundial

Ameaça do presidente americano de demitir o chefe do Federal Reserve, o BC de lá, sem ter poder para isso cria uma turbulência institucional em que todos perdem.

A ofensiva do presidente americano Donald Trump sobre o banco central de lá, o Fed (Federal Reserve), foi vista com preocupação por integrantes do governo brasileiro. A ameaça de demissão forçada de Jerome Powel, presidente da instituição independente e modelo para vários países, avaliam os técnicos, é algo ruim para o mundo. Segundo um interlocutor oficial, uma coisa é não gostar de uma política ou pessoa e criticar uma decisão, e outra é dizer que “se eu quiser, ele sairá de lá muito rápido” – até porque Trump não tem poder sobre uma instituição que tem que prestar contas, na verdade, ao Legislativo.

Desavenças entre líderes do Executivo e de bancos centrais independentes, cuja autonomia costuma garantida pelo Congresso, são vistas como algo normal. No Brasil, o próprio presidente Lula protagonizou, nos seus dois primeiros anos de mandato, uma briga declarada com o ex-presidente do BC Roberto Campos Neto, herdado da gestão de Jair Bolsonaro. “Mas nunca ameaçou arrancá-lo do cargo ou criar uma crise entre instituições sem precedentes”, ressalta a fonte oficial. O governante brasileiro foi ácido nas críticas à condução da política monetária de Campos Neto e até chegou a dizer que quando ele saísse do cargo, iria avaliar o que a independência do BC custou ao país.

Depois de períodos de turbulência no mercado financeiro, Campos Neto saiu – mas só ao final de seu mandato. No lugar dele, assumiu Gabriel Galípolo, que já era diretor de Política Monetária na equipe do BC, e condução seguiu a mesma, com Lula rasgando elogios ao novo presidente. O conflito Trump-Fed, porém, tem uma repercussão maior, acreditam especialistas.

Com a queda de braços com Powell, por essa avaliação, Trump está dando um passo a mais no modelo de poder que ele vem sinalizando ao mundo com várias atitudes desde que iniciou o mandato. “São os 100 dias de governo mais turbulentos da história”, diz um analista de investimento de uma grande instituição financeira internacional. “Trump quer alterar o sistema de crescimento da economia americana e não está respeitando a separação de poderes nem as instituições, a base da democracia americana, considerada um porto seguro até agora”.

O saldo dessas novas ameaças do governante dos Estados Unidos foi um início de semana agitado no mercado financeiro. A moeda americana abriu o dia em queda frente às moedas mais fortes do mundo, como euro, iene, franco suíço e libra esterlina. Num primeiro momento, a análise é que os investidores em ações estão se desfazendo das participações na bolsa de valores dos Estados Unidos diante da expectativa de queda nos retornos esperados, fruto, principalmente, do risco de recessão econômica e de alta da inflação, que impacta o consumo.

A crise já escalou para o financiamento da dívida. O governo americano está gastando mais para se financiar porque os juros nos títulos com vencimento em dez anos estão subindo. “O mundo está perdendo as referências de segurança”, diz o analista. “Ninguém ganha com essa loucura toda. Enfraquecer o Fed é dar um tiro no pé porque um sucessor não terá credibilidade diante dessa aventura trumpista”, prossegue.

*PlatôBR

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Brasil Economia

Com Lula, desigualdade teve queda recorde e não foi em função do Bolsa Família

Dados da FGV mostram que aumento da renda dos mais pobres superou a dos mais ricos.

A renda do trabalho da população mais pobre do Brasil cresceu 10,7% em 2024, quase o dobro do avanço observado entre os 10% mais ricos (6,7%), informa a Agência Gov.

O dado integra estudo divulgado pela FGV Social, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), e aponta para a maior redução da desigualdade de renda registrada no país em anos recentes.

A média de crescimento da renda do trabalho foi de 7,1% no ano.

“Tivemos uma redução muito forte da desigualdade em 2024. E tudo isso está mais forte em termos de renda do trabalho do que em relação a outros componentes de renda”, afirmou Marcelo Neri, pesquisador da FGV e responsável pelo estudo.

Neri destaca o papel da Regra de Proteção do Bolsa Família, que permite a manutenção do benefício por quem consegue emprego com carteira assinada. “O mecanismo criou um colchão de segurança para que beneficiários não perdessem o apoio ao ingressar no mercado formal, garantindo que o crescimento fosse mais forte justamente na base da pirâmide, e no momento chave”, analisou.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, também destacou a importância da medida: “A Regra de Proteção do Bolsa Família é um instrumento essencial para garantir que os beneficiários possam buscar novas oportunidades no mercado de trabalho sem perder o apoio do governo”.

Além disso, o Brasil registrou a menor média anual de desemprego da história: 6,6%. Segundo o MDS, 75,5% das vagas formais em 2024 foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família, e 98,8% por pessoas do Cadastro Único. Com Forum.

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Economia Mundo

Bolsas dos EUA despencam e mostram que Trump mira na China e acerta o próprio pé

Ações despencam novamente com aumento da angústia em relação à guerra comercial de Trump

O S&P 500 caiu 3,5% ao dia.

Motivo: a Casa Branca esclareceu que as novas tarifas sobre produtos chineses totalizaram 145%.

Para fabricantes de vestuário dos EUA, política tarifária caótica do estabanado Trump, não ajuda, ao contrário, atrapalha.

A ideia geral nos EUA é a de que produzir algo tão estúpido como as tarifas de Trump, é para a vida toda.

Com a lambança de Trump, EUA e China caminham para uma divisão “monumental”, colocando a economia mundial em alerta.

Um aprofundamento da guerra comercial pode enfraquecer ainda mais os laços entre as superpotências. Os efeitos repercutirão no mundo como um todo.

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Economia Mundo

China dá o troco e anuncia que adotará tarifas de 84% contra os EUA

Pequim adotou um imposto de 34% sobre os produtos americanos que entrará em vigor amanhã.

Em resposta às tarifas de 104% impostas pelos Estados Unidos à China, o governo chinês anunciou a aplicação de tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos, a partir da quinta-feira, superando os 34% previamente divulgados. Essa informação foi divulgada pelo Ministério das Finanças na quarta-feira (9). As novas tarifas já entraram em vigor e atingem dezenas de países, com uma taxa extraordinária de mais de 100% sobre produtos chineses, intensificando uma guerra comercial global.

Essas tarifas de importação afetam quase 60 parceiros comerciais dos EUA, com taxas adicionais que variam de 11% a 50%, exceto a China, que enfrenta a maior tarifa de 104%. Horas antes de implementarem novas tarifas sobre importações, Trump pressionou ainda mais Pequim. Desde sua volta ao poder em janeiro, ele já havia aplicado uma sobretaxa de 20% sobre produtos chineses, que deveria subir para 54% com os 34% anunciados na semana anterior, mas que agora chegará a 104% devido a um adicional de 50%, em resposta às tarifas chinesas sobre produtos americanos, mesmo após avisos da Casa Branca.

Pequim já tinha planejado uma taxa de 34%, que começa a valer na quinta-feira (10). Apesar dos impactos negativos em muitos índices do mercado, as bolsas chinesa e de Hong Kong terminaram com ganhos, com a bolsa chinesa subindo 2,21% e a de Hong Kong, 0,68%. Já o índice japonês Nikkei caiu 3,78% e a Coreia do Sul, 1,74%. Na Europa, as bolsas enfrentaram quedas significativas, com a Alemanha caindo 2,08%, França 2,18%, Reino Unido 2,19%, Itália 1,96%, Espanha 1,83% e Suíça 4,03%.

Desde que Trump anunciou, em 2 de agosto, tarifas para a maioria das importações, investidores perderam bilhões. O presidente considera que seus parceiros comerciais “saqueiam” os Estados Unidos, levando à imposição de uma tarifa universal adicional de 10% sobre produtos importados, com algumas exceções, como ouro e energia. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês considerou as ameaças de aumento das tarifas pelos EUA como um “erro após outro”, ressaltando a natureza chantagista de Washington. O primeiro-ministro Li Qiang assegurou que a China possui “ferramentas” suficientes para contornar a turbulência econômica.

Enquanto a maioria dos índices acionários globais enfrentou recessão, as bolsas da China e de Hong Kong conseguiram manter um desempenho positivo. A situação evidencia a crescente tensão entre as duas potências e as complexidades envolvidas na atual guerra comercial, que continua a impactar os mercados financeiros e a economia global de maneira significativa.

A partir da quarta-feira (9), uma nova tarifa será imposta a importantes aliados comerciais dos Estados Unidos, incluindo a União Europeia (20%), o Vietnã (46%) e a China. A administração americana, porém, ressalta sua disposição para negociações, o que trouxe um certo alívio aos mercados. O presidente Donald Trump se referiu a esses acordos como “sob medida”, ressaltando que estão sendo adaptados às necessidades específicas das partes envolvidas.

Na terça-feira, Trump reportou ter tido uma “conversa muito boa” com o primeiro-ministro e presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck Soo, conforme comunicado compartilhado na plataforma Truth Social. Kevin Hassett, principal assessor econômico da Casa Branca, reiterou que a prioridade do presidente está nos aliados e parceiros comerciais, como Japão e Coreia do Sul, antes de qualquer diálogo com a China.

O governo dos EUA aparenta estar positivo em relação à situação. Scott Bessent, secretário de Finanças, divulgou à Fox News que “cerca de 70 países” já se manifestaram em busca de discussões sobre as novas tarifas. Jamieson Greer, representante comercial, comentou com senadores sobre a necessidade de uma transição de uma economia centrada no setor financeiro e no gasto governamental para uma economia pautada na produção real de bens e serviços. Greer também fez um alerta, mencionando a perda de cinco milhões de empregos industriais e 90 mil fábricas nos últimos 30 anos, desde a implementação do acordo de livre-comércio entre os três países da América do Norte.

Enquanto isso, a União Europeia se prepara para uma resposta, que será divulgada no início da próxima semana, conforme um porta-voz da Comissão Europeia. Especialistas temem que essa guerra comercial possa impactar negativamente a economia global, trazendo riscos como inflação, aumento do desemprego e desaceleração do crescimento econômico.

As novas tarifas geraram até discordâncias dentro do governo dos EUA. Elon Musk, o homem mais rico do mundo e assessor de Trump, teceu críticas ao conselheiro comercial Peter Navarro, chamando-o de “completo imbecil”. Musk se opôs à afirmação de Navarro de que ele não é um fabricante de automóveis, mas um “montador” que depende de componentes importados da Ásia. Esta troca de farpas ilustra as tensões existentes entre as diferentes esferas do governo em relação à política comercial e aos impactos da guerra tarifária.

A questão das tarifas e seu impacto sobre as relações comerciais internacionais continua a ser uma fonte de preocupação significativa e debate, ilustrando a complexidade das interações econômicas no atual cenário global. A espera pela resposta da UE e o andamento das negociações são claramente pontos de atenção nos dias que seguem.

*Com AFP

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Trump impõe tarifa de 104% contra China após expirar prazo dado a Pequim para recuar de medidas retaliatórias

Pequim manteve a retaliação e não fez contato com Washington até o limite imposto pelo presidente dos EUA. Tarifas entram em vigor nesta quarta-feira.

As tarifas de 104% dos Estados Unidos sobre produtos chineses passarão a valer nesta quarta-feira (9), conforme confirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em entrevista à Fox Business na tarde desta terça-feira (8). A decisão entra em vigor após a China se recusar a desistir da retaliação econômica dentro do prazo estabelecido por Donald Trump. As informações são do g1.

Segundo Leavitt, Pequim ignorou o limite fixado por Trump, que expirou às 13h desta terça, para encerrar as represálias comerciais iniciadas após o anúncio de tarifas pelos EUA no início do mês.

Mais cedo, o presidente norte-americano afirmou em sua rede social Truth Social que aguardava uma ligação da China para tratar das medidas, o que acabou não acontecendo. A resposta de Pequim veio ainda na madrugada: o governo chinês declarou que não recuaria e que estava “pronto para continuar respondendo aos aumentos tarifários”, embora tenha alertado que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.

O novo embate entre as duas maiores potências econômicas começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou um pacote de tarifas de importação sobre 180 países. O continente asiático foi o mais atingido, e a China teve uma alíquota inicial de 34% anunciada naquele momento, elevando os tributos totais sobre produtos chineses nos EUA para 54%.

Em resposta, a China informou na sexta-feira (4) que também imporia uma tarifa de 34% sobre itens norte-americanos. Diante do gesto, Trump ameaçou aumentar ainda mais os encargos caso os chineses não recuassem até esta terça-feira. Como a posição de Pequim foi mantida, as tarifas norte-americanas foram aumentadas para 104%. 247.

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Wall Street despenca ainda mais enquanto Trump se aprofunda no tarifaço

As ações dos EUA caíram após perdas na Ásia e na Europa. O presidente Trump disse que não recuaria em sua guerra comercial, reforçando os temores de uma crise econômica global.

Guerra comercial eleva a fasquia para cortes nas taxas da Fed.

As tarifas, que entrarão em vigor esta semana, correm o risco de provocar uma inflação ainda maior e um crescimento mais lento, complicando as decisões do Federal Reserve sobre política monetária.

Trump pode levar Os EUA a um buraco sem fundo.