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Pânico do mercado com o DeepSeek, da China, e questiona: ‘Ocidente se deu conta de seu atraso tecnológico?’

DeepSeek, IA chinesa de baixo custo, causa pânico em Wall Street e levanta questionamentos sobre atraso tecnológico do Ocidente.

O economista Paulo Gala levantou uma questão crucial em suas redes sociais nesta segunda-feira (27), ao comentar o impacto do lançamento do DeepSeek, uma inteligência artificial (IA) desenvolvida na China, que está causando turbulências nos mercados globais. Em sua postagem, Gala comparou o momento atual ao “momento Sputnik”, quando a União Soviética surpreendeu o mundo com o lançamento do primeiro satélite artificial, em 1957, deixando o Ocidente em alerta sobre seu atraso tecnológico.

“O IA chinês DeepSeek faz tudo que o ChatGPT faz, só que com 1/10 do custo! Será que teremos um novo momento Sputnik em que o Ocidente se dá conta do seu atraso tecnológico?”, questionou Gala. Ele também destacou a queda livre do Nasdaq, que recuava mais de 3% nesta segunda-feira, impulsionada pela notícia do avanço chinês no setor de inteligência artificial.

O DeepSeek, desenvolvido por uma startup chinesa, lançou recentemente um assistente de IA gratuito que, segundo a empresa, utiliza chips de baixo custo e menos dados, desafiando a aposta generalizada dos mercados de que a IA impulsionaria a demanda por componentes de alta tecnologia, como os fabricados pela Nvidia, AMD e Micron Technology. A popularidade do DeepSeek já superou a do ChatGPT, tornando-se o aplicativo gratuito mais bem avaliado na App Store da Apple nos Estados Unidos.

Impacto nas Big Techs e no mercado – O anúncio do DeepSeek gerou uma onda de vendas em Wall Street, especialmente entre as ações de empresas de tecnologia. A Nvidia, uma das principais fabricantes de chips para IA, registrou queda de 6,9% nas negociações de pré-abertura. Outras gigantes do setor, como AMD e Micron Technology, também tiveram quedas significativas, de 3,7% e 6,4%, respectivamente.

Nesta semana, os olhos do mercado também estarão voltados para o Federal Reserve, que anunciará sua decisão sobre a taxa de juros na quarta-feira. A expectativa é que o banco central dos EUA mantenha a taxa de empréstimo estável, mas o cenário de incerteza gerado pelo avanço chinês no setor de IA pode influenciar as decisões futuras.

Enquanto isso, o DeepSeek continua a ganhar popularidade, e seu impacto no mercado e na geopolítica da tecnologia promete ser um tema central nos próximos meses. O Ocidente, agora, enfrenta o desafio de responder a essa nova realidade, que pode redefinir o futuro da inteligência artificial e da competitividade global.

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Trump eleva tarifas contra Colômbia e ameaça Petro após Colômbia não permitir pouso de avião com deportados

“Essas medidas são apenas o começo”, afirmou Trump. Presidente colombiano reagiu: “a partir de hoje, a Colômbia se abre ao mundo”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo uma série de sanções contra a Colômbia após o presidente do país, Gustavo Petro, impedir a entrada de voos com colombianos deportados. Em postagem nas rede sociais, Trump anunciou tarifas emergenciais, sanções de visto para membros do governo colombiano e sanções bancárias.

Confira as sanções anunciadas por Trump:

  • Tarifas de emergência de 25% sobre todos os bens que entram nos Estados Unidos. Em uma semana, as tarifas de 25% serão elevadas para 50%.
  • Proibição de viagens e revogação imediata de vistos para funcionários do governo colombiano e todos os aliados e apoiadores.
  • Sanções de visto para todos os membros do partido, familiares e apoiadores do governo colombiano.
  • Inspeções aprimoradas de Alfândega e Proteção de Fronteiras de todos os cidadãos e cargas colombianos por motivos de segurança nacional.
    Sanções do Tesouro, Bancos e Finanças do IEEPA serão totalmente impostas.

Segundo Trump, a não permissão para a chegada dos voos com os deportados na Colômbia representa um risco à segurança dos americanos. “A negação desses voos por Petro colocou em risco a Segurança Nacional e a Segurança Pública dos Estados Unidos, então ordenei à minha Administração que imediatamente tome as seguintes medidas retaliatórias urgentes”, escreveu.

Após anunciar as medidas, o presidente fez novas ameaças a Petro, afirmando que essas medidas são “só o começo”. “Essas medidas são apenas o começo. Não permitiremos que o Governo Colombiano viole suas obrigações legais com relação à aceitação e retorno dos Criminosos que eles forçaram a entrar nos Estados Unidos”, completou.

Em postagem nas redes sociais, Petro reagiu. Ele disse que, “a partir de hoje, a Colômbia se abre ao mundo, com os braços abertos. Somos construtores da liberdade, vida e humanidade”.

Petro também afirmou na postagem: “me derrube, presidente, e as Américas e a humanidade responderão”; “me matará, mas sobreviverei no meu povo que é anterior ao seu, nas Américas” e “pode, com sua força econômica e sua soberba, tentar dar um golpe de Estado como fizeram com (Salvador) Allende. Mas eu morro na minha lei. Resisti à tortura e resisto a você”.

Entenda – As tensões entre os governos colombiano e norte-americano começaram após Gustavo Petro criticar a política migratória de Donald Trump e anunciar que iria proibir a chegada de voos com colombianos deportados ao país. Em resposta, a Embaixada dos EUA na Colômbia informou que iria parar de emitir vistos.

Na sequência, Petro determinou que os mais de 15 mil norte-americanos sem visto que vivem na Colômbia se apresentassem no serviço imigratório do país para regularizar a situação. “Há 15.660 estadunidenses estabelecidos na Colômbia de maneira irregular. Eles devem se aproximar do nosso serviço migratório para regularizar sua situação”, disse.

Após essa medida do presidente colombiano, Trump anunciou as sanções econômicas.om 247.

 

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EUA suspende emissão de passaportes com gênero ‘X’, pessoas não binárias, após decreto de Trump

Novo governo reconhece a existência de apenas dois gêneros.

Os Estados Unidos suspenderam a emissão de passaportes com o gênero “X” para pessoas que se identificam como não binárias, após um decreto do presidente Donald Trump logo no primeiro dia de mandato, informou o Departamento de Estado americano. “O Departamento de Estado não está mais emitindo passaportes americanos marcados com X”, disse um porta-voz do órgão à AFP.

Como resultado, o processamento de solicitações de passaportes com essa opção foi suspenso, precisou o responsável na sexta-feira. “As diretrizes relativas aos passaportes com a menção de sexo X emitidos anteriormente serão anunciadas” e publicadas no site do Departamento de Estado, acrescentou.

Após sua posse na última segunda-feira, Trump assinou um decreto no qual sua administração reconhece a existência de apenas dois gêneros definidos ao nascer.

“A partir de hoje, a política governamental dos Estados Unidos é que existem apenas dois gêneros: masculino e feminino”, afirmou Trump em seu discurso no Capitólio, após tomar posse como 47º presidente do país.

Trump: ‘restaurar verdade biológica’
O decreto, que visa “restaurar a verdade biológica”, também estipula que “os fundos federais não devem ser usados para promover a ideologia de gênero”.

Entre as medidas está a de eliminar o gênero “X” para pessoas que se reconhecem como não binárias “nos documentos oficiais do governo, incluindo passaportes e vistos, que refletirão fielmente o sexo” de nascimento, precisou um responsável do novo governo.

Gênero neutro foi reconhecido por Biden
A possibilidade de emitir documentos com o gênero X foi autorizada durante a administração do democrata Joe Biden.

O primeiro passaporte americano com o gênero “X” foi entregue em outubro de 2021 pelo Departamento de Estado, que então especificou que “X” estava reservado para “pessoas não binárias, intersexo” e, de forma mais ampla, para aquelas que não se reconhecem dentro dos critérios propostos até então.

Durante sua campanha, Trump criticou as políticas de diversidade, equidade e inclusão do governo Biden e do setor empresarial, e prometeu acabar com o que chamou de “delírio transgênero” nos Estados Unidos.

Além disso, anunciou que ordenaria que todas as agências federais suspendessem auxílios para tratamentos hormonais para transição de gênero e sugeriu proibir que mulheres transgênero participem de competições esportivas femininas. Essa proibição já está em vigor em escolas de metade dos estados do país.

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Trump libera armas de destruição em massa para Israel, que estavam proibidas por Biden

Governo estadunidense liberou bombas de duas mil libras para Israel, que podem ser desvastadoras.

WASHINGTON (Reuters) – A Casa Branca do presidente Donald Trump instruiu as Forças Armadas dos Estados Unidos a liberar uma restrição imposta pelo governo Biden sobre o fornecimento de bombas de 2.000 libras a Israel, disse uma fonte da Casa Branca à Reuters no sábado.

A medida era amplamente esperada. Biden suspendeu a entrega dessas bombas devido à preocupação com o impacto que elas poderiam ter na guerra de Israel contra o Hamas em Gaza. Um cessar-fogo para interromper a guerra foi acordado recentemente.

A preocupação especial do governo Biden era com o uso de bombas tão grandes na cidade de Rafah, onde mais de um milhão de palestinos em Gaza se refugiaram.

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Trump aprendeu com Netanyahu como perder peso político rápido no mundo

Israel não buscou praticas nazistas pra atacar a Palestina agora em que seu exército se alimenta principalmente de sangue de crianças e mulheres de Gaza.

A maior coleção de assassinatos de Israel começa na própria invasão e colonização das terras palestinas em 1948.

O mundo só ficou a par disso, com a chegada da revolução informacional promovida pela internet.

Mais que isso, com o domínio sionista da mídia ocidental a narrativa sempre buscava o foco na vitimização do colonizador. Assim a catequese neofascista de

Israel garantia apoios cegos e ate denguices nas populações mundo afora.

Mas parece que os Palestinos, levaram a ferro e fogo um provérbio africano que diz: “Até que os leões inventem as suas próprias histórias, os caçadores serão sempre os heróis das narrativas de caça”

Isso, resultou nos dias que correm, numa tática de guerrilha virtual que deixou buraquento o monopólio da comunicação sionista, e a história mudou o rumo dos ventos.

Esse duelo de morte, está dando vitória aos palestinos que conquistam cada dia mais apoio a causa Palestina e a conquista dos oprimidos sobre os opressores, não tarda.

Sem saber como lidar com a perda da hegemonia econômica para a

China, os últimos presidentes dos EUA, cada qual a seu modo, usaram táticas raquíticas para tentar ao menos frear essa economia chinesa que se agiganta na frente dos EUA, com força de sobra para passar de passagem a dos EUA.

E o que faz Trump com essa rabeada contra os imigrantes nos EUA, caçando e mandando-os de volta a seus países algemados?

Piora e entorna o caldo ainda mais na limagem norte americana.

Essa provocação jurássica, na era da globalização além de ineficaz para a economia dos EUA, é gasolina na fogueira anti-imperialista e fermento num bolo crescente de antiamericanismo no mundo.

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Vídeo: Brasileiros deportados por Trump desembarcam com pés e mãos algemados

Governo brasileiro denuncia “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais” de primeiros brasileiros deportados na era Trump.

Os brasileiros e cidadãos de outras nacionalidade deportados dos Estados Unidos no primeiro voo do tipo desde a posse de Donald Trump chegaram a Manaus (AM) algemados e acorrentados. As imagens registradas na chegada do avião, na noite de sexta-feira (24/1), mostram a cena, que foi classificada pelo governo federal brasileiro como um “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais” dos cidadãos.

Esta é a primeira aeronave vinda dos Estados Unidos com deportados na era Trump. Eles, porém, foram presos ainda no governo Biden, por imigração ilegal. O voo tinha 158 pessoas a bordo e pousaria em Belo Horizonte, com conexão prevista em Manaus, mas, devido a problemas técnicos, o voo para Minas Gerais foi cancelado. Agora, por ordem do presidente Lula (PT), os deportados serão levados de Manaus a Belo Horizonte num avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

O que está acontecendo:

Os brasileiros deportados no primeiro voo da era Trump chegaram algemados nas mãos e nos pés a Manaus e foram soltos por policiais federais brasileiros, por ordem do governo federal.
A aeronave pousaria na noite dessa sexta (24/1) no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), mas o avião precisou pousar em Manaus para abastecer. Na capital amazonense, tripulantes perceberam problemas técnicos e cancelaram o voo seguinte.

Por ordem do presidente Lula, a FAB fará o transportes dos deportados do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus (AM), ao Aeroporto de Confins.

Dos 158 passageiros de várias nacionalidades, 88 são brasileiros, segundo relatos de fontes do Itamaraty ao Metrópoles. Quatro deles já teriam saído do grupo em solo brasileiro.

 

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‘Se os latinos nos EUA fossem uma única economia, seria a quinta maior do mundo’, diz pesquisadora

Anualmente, mais 50% das novas empresas nos Estados Unidos são fundadas por latinos.

Somente em 2022, as comunidades latinas foram responsáveis pela produção – em bens e serviços – de 3,6 trilhões de dólares do PIB dos EUA (cerca de R$ 21,24 trilhões). Isto significa que, se os latinos fossem um país separado dentro dos Estados Unidos, representariam a quinta maior economia do mundo, à frente de países como o Reino Unido, a França ou mesmo o Brasil.

Os dados foram apresentados por Ana Tereza Ramirez Valdez, presidente e diretora executiva da Latino Donor Collaborative, durante a coletiva de imprensa da presidente mexicana Claudia Sheinbaum na manhã desta quinta-feira (23). Eles fazem parte dos resultados do estudo Fast Facts: Latinos in the United States 2024, que, com base em fontes oficiais dos EUA, mostra o impacto econômico da comunidade latina no país.

“Estes dados sobre mexicanos e latinos são surpreendentes e ajuda muito que sejam conhecidos no México, mas também que esta informação seja conhecida nos Estados Unidos, porque a comunidade mexicana contribui muito”, disse a presidente Claudia Sheinbaum.

Ela assegurou também que os mexicanos nos Estados Unidos são “heróis e heroínas”, a quem agradeceu porque “contribuem para a economia nacional com remessas que representam o amor por suas famílias, o amor por seu país”.

O estudo mostra que atualmente existem mais de 4,7 milhões de empresas latinas nos Estados Unidos, as quais contribuem anualmente com cerca de 800 bilhões de dólares para a economia dos EUA. No entanto, apenas 463 mil dessas empresas latinas empregam mais de 3,5 milhões de trabalhadores no país. Além disso, anualmente, 50% das novas empresas nos Estados Unidos são fundadas por latinos.

Fundada em 2010, a Latino Donor Collaborative é uma organização sem fins lucrativos que, de acordo com sua própria apresentação, é “dedicada a mudar a percepção dos latinos como parte da sociedade dominante dos EUA”.

Nas últimas semanas, em resposta à retórica e às políticas cada vez mais xenófobas do presidente Trump, que – sem qualquer base na realidade – tem apontado os migrantes como a fonte dos problemas que o país enfrenta, o governo mexicano da Quarta Transformação vem implementando uma campanha integral para proteger os direitos humanos dos migrantes perseguidos e promover o “orgulho de ser mexicano”.

Um motor de crescimento

Enquanto o discurso oficial do trumpismo e a mídia de direita constroem falsos estereótipos em que os latinos estão ligados ao crime ou fingem viver de esmolas do governo, os dados mostram que a grande maioria são famílias e pessoas trabalhadoras.

Atualmente, as comunidades latinas são o segundo maior grupo do país, atrás apenas dos anglo-saxões. Elas representam 19,5% da população total, o que significa que uma em cada cinco pessoas que vivem nos Estados Unidos é de origem latina. De todos os latinos, 60% são de origem mexicana.

Diferente da narrativa preconceituosa propagada pela Casa Branca, a maioria dos latinos tem algum tipo de status legal no país. E na grande maioria dos casos em que isso não acontece, são pessoas que trabalham e querem regularizar sua situação imigratória.

De acordo com os dados apresentados, 81% dos latinos (4 em cada 5) são cidadãos americanos. “Dos 20% que não são cidadãos, a maioria tem permissão”, afirmou Ramirez Valdez.

“Venezuelanos, cubanos, salvadorenhos chegam aos Estados Unidos com licenças. Portanto, a verdade é que a porcentagem, o número de migrantes sem documentos nos Estados Unidos é muito menor do que toda a retórica de que falam os jornais e a mídia nos Estados Unidos”, afirma.

Estima-se que 93% dos jovens latinos são nascidos no país. Enquanto 8 em cada 10 latinos nos EUA são bilíngues.Trata-se de uma potência cultural.

Além disso, o enorme peso demográfico que as comunidades latinas têm no país significa que elas representam uma crescente influência cultural, econômica e também política. Em nível eleitoral, as comunidades latinas – levando em conta sua diversidade – representam um setor estratégico na política dos EUA. Nas últimas eleições de novembro, 14,7% dos eleitores foram latinos.

A população latina é também uma das mais jovens do país. Isso projeta um grande potencial de crescimento nos próximos anos. De acordo com dados apresentados por Ramirez Valdez, em 2022 a idade média dos latinos foi de 30,7 anos, quase dez anos a menos do que a idade média dos anglo-americanos, que foi de 41,1 anos.

A população jovem das comunidades latinas faz delas um importante contribuinte para os setores economicamente ativos do país. Atualmente, os latinos representam 19% de todos os trabalhadores do país. Espera-se que, até 2030, 78% da nova força de trabalho seja composta por latinos.

*BdF

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EUA detém imigrantes para serem deportados

Desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro, o governo anunciou a detenção de 538 imigrantes em situação irregular, muitos classificados como criminosos.

A informação foi divulgada pela Casa Branca através da rede social X e confirmada por fontes como a AFP e Folha. Segundo o governo, várias deportações já foram realizadas utilizando aviões militares.

A administração Trump, que tem adotado uma postura rigorosa em relação à imigração, não especificou claramente se todos os detidos foram condenados por crimes, incluindo indivíduos apenas acusados.

Exemplos dados incluem um dominicano condenado por abuso sexual de menor e um equatoriano sentenciado por estupro. A opacidade das informações sobre as prisões e as legalidades das deportações provocou críticas de organizações internacionais.

Nos primeiros dias de seu mandato, Trump implementou várias medidas controversas, como a suspensão da concessão automática de cidadania para filhos de imigrantes nascidos nos EUA, desafiando a 14ª Emenda da Constituição, e a declaração de “emergência nacional” na fronteira com o México, uma ação que entra em conflito com o Código Federal que permite a solicitação de asilo.

A porta-voz da ONU para direitos humanos, Ravina Shamdasani, expressou preocupações sobre essas políticas, enfatizando a necessidade de conformidade com as obrigações internacionais.

Além disso, a nova administração começou a revogar programas estabelecidos pelo governo anterior de Joe Biden que visavam reduzir a imigração ilegal. Um memorando interno revelou que os agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE) foram autorizados a deportar imigrantes que haviam obtido vistos temporários por meio de programas que permitiam a cidadãos de países como Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela residir nos EUA temporariamente ou usar um aplicativo para formalizar pedidos de asilo. Desde 2023, aproximadamente 1,4 milhão de migrantes entraram nos EUA por esses métodos.

Essas ações de Trump levaram a várias reações legais. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) processou o governo, alegando violações da legislação federal. Em Newark, Nova Jersey, o prefeito Ras Baraka acusou agentes do ICE de deter pessoas sem ordens judiciais. Simultaneamente, o Congresso aprovou uma lei que amplia a detenção preventiva de estrangeiros suspeitos de crimes.

Essas medidas indicam um endurecimento significativo da política de imigração sob a administração Trump, refletindo seu compromisso de campanha com a retórica anti-imigração e gerando uma série de desafios legais e críticas por parte de defensores dos direitos humanos.

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Tribunal impede decreto de Trump que ataca cidadania por nascimento

Um juiz federal dos Estados Unidos emitiu, nesta quinta (23), uma ordem de restrição temporária para bloquear a ordem executiva do presidente Donald Trump que busca encerrar a cidadania por direito de nascimento.

A decisão representa o primeiro revés de Trump na Justiça desde que retornou à Casa Branca, na segunda (20), e ocorre após 22 estados entrarem com processos contra a medida, assinada um dia após a sua posse.

“Este é um decreto flagrantemente inconstitucional”, disse o juiz distrital de Washington John Coughenour durante a audiência. “Olhamos para trás na História e dizemos: ‘onde estavam os juízes, onde estavam os advogados?’. Francamente, tenho dificuldade em entender como um membro da ordem dos advogados possa afirmar com confiança que esse é um decreto constitucional”, afirmou, questionando a medida de forma mais ampla.

Uma ordem executiva de Trump, assinada no primeiro dia de seu mandato, tenta restringir esse direito para filhos de imigrantes indocumentados e visitantes temporários. A medida provocou reações imediatas: 22 estados ingressaram na Justiça para barrar a medida, alegando que ela viola princípios constitucionais e pode deixar milhares de recém-nascidos apátridas.

Tribunais federais, incluindo o estado de Washington, emitiram liminares contra a implementação da ordem. O caso deve chegar à Suprema Corte, reabrindo um debate jurídico que remonta ao caso Wong Kim Ark, de 1898.

Wong Kim Ark nasceu em São Francisco, Califórnia, em 1873, filho de imigrantes chineses que estavam sujeitos às leis de exclusão racial e imigração restritiva da época. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, Wong teve sua cidadania contestada pelo governo americano após retornar de uma viagem à China, sob a alegação de que, como filho de imigrantes chineses, ele não teria direito à cidadania americana.

A Suprema Corte decidiu a seu favor, estabelecendo que qualquer pessoa nascida nos Estados Unidos, independentemente da cidadania ou status migratório de seus pais, é cidadã americana, conforme a 14ª Emenda. Este precedente é um dos pilares da interpretação moderna do princípio do jus soli (direito de solo) nos Estados Unidos.

Para muitos juristas, o decreto de Trump fere a 14ª Emenda da Constituição, que garante o chamado jus soli (“direito de solo”), ou seja, o acesso à cidadania aos nascidos em um território, independentemente da nacionalidade dos seus pais.

O entendimento é comum em diversos países nas Américas, como o Brasil, e contrasta com o jus sanguinis (“direito de sangue”), frequente em nações europeias como a Itália, por exemplo, que permite a cidadania sob o critério da ascendência.

No texto original da lei, “todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos, e sujeitas à sua jurisdição, são cidadãos dos Estados Unidos e do estado em que residem”.

Representando o estado de Washington, a advogada Lane Polozola argumentou que “os nascimentos não podem ser interrompidos” enquanto o tribunal analisa o caso e, por isso, fazia-se necessário a restrição imediata ao decreto.

“Os bebês estão nascendo hoje aqui, nos estados demandantes e em todo o país, com uma nuvem sobre sua cidadania”, disse Polozola, afirmando que crianças com a cidadania negada sofrerão “impactos negativos substanciais de longo prazo”.

De acordo com a contestação dos estados, 255 mil bebês de mães indocumentadas ou com visto temporário nasceram nos Estados Unidos em 2022 e 155 mil com os dois pais nessas condições. Um estudo do Instituto de Política Migratória em parceria com a Universidade Estadual da Pensilvânia aponta que o decreto pode aumentar exponencialmente o número de pessoas em situação irregular no país — o exato oposto do que a plataforma republicana diz almejar.

“Em um cenário que negasse a cidadania americana a bebês com um dos pais não autorizado, nossa análise conclui que a população não autorizada aumentaria para 24 milhões em 2050, em comparação com os 11 milhões atuais”, afirmou o instituto à rede britânica BBC.

Trump amplia poderes policias

Enquanto enfrenta resistências legais, o decreto de Trump ampliou o alcance das operações de deportação. Agências como a DEA (Agência Antidrogas dos EUA), o FBI (Departamento Federal de Investigação) e o ATF (Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos) passaram a atuar diretamente em casos migratórios, desviando-se de suas atribuições originais.

Essa expansão tem gerado críticas internas: servidores alertam que a medida sobrecarrega as instituições, comprometendo a eficiência no combate ao crime organizado.

Além disso, as diretrizes das ordens do republicano eliminam restrições para prisões em locais sensíveis, como escolas e hospitais, intensificando o clima de medo entre comunidades imigrantes.

O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos deteve quase 500 imigrantes ilegais em todo o país durante as primeiras horas do mandato do presidente Donald Trump, informou a imprensa internacional citando a agência nesta quinta-feira.

Foram aproximadamente 460 prisões em um período de 33 horas, incluindo pessoas com históricos criminais como agressão sexual, roubo, violência doméstica e outros delitos.

Na fronteira sul, a situação é descrita como caótica. O programa “Remain in Mexico” é reinstaurado, obrigando solicitantes de asilo a aguardarem no território mexicano até que seus casos sejam julgados. Cidades como Tijuana e Ciudad Juárez enfrentam uma crise humanitária, com abrigos superlotados e cartéis explorando a vulnerabilidade dos migrantes.

O governo mexicano, liderado por Claudia Sheinbaum, tenta mitigar os efeitos dessa política com a criação de novos abrigos e distribuição de auxílio financeiro. No entanto, especialistas apontam que os recursos são insuficientes frente à magnitude do problema.

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Palestinos na Cisjordânia fogem de ataques israelenses; Tel Aviv afirma que não emitiu ordem de evacuação

‘Estamos em guerra em várias frentes e agora é a vez da área norte da Cisjordânia’, afirmou governo de Israel.

Centenas de palestinos abandonaram, nesta quinta-feira (23), o acampamento de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, em meio a uma operação do Exército de Israel contra a região ocupada.

“Centenas de moradores do campo começaram a sair depois que o Exército israelense ordenou que eles evacuassem, por meio de alto-falantes em drones e veículos”, declarou o governador de Jenin, Kamal Abu al Rub.

Salim Al Sadi, membro do comitê de gestão do campo, confirmou as ordens de evacuação. “Pediram aos moradores do campo que saíssem antes das 17h locais (12h de Brasília) e há dezenas de pessoas que começaram a ir embora.”

Segundo a emissora Al Jazeera, além de forçados ao deslocamento, alguns palestinos, incluindo homens, mulheres e crianças, também foram presos após serem revistados em postos de controle.

Apesar do relato, o porta-voz do governo de Israel, David Mencer, afirmou que “pessoas que vivem em Jenin e não estão ligadas ao terrorismo são livres para sair, para se afastarem de nossas ações”.

Contudo, rejeitou que o exército israelense tenha emitido ordens de evacuação ao povo de Jenin. Consultadas pela AFP, as forças de Tel Aviv fizeram declarações semelhantes: “por enquanto, não temos informações sobre a ordem de evacuação dos moradores de Jenin”.

A incursão militar, batizada de “Muro de Ferro” e que conta com retroescavadeiras, aviões e veículos blindados, foi iniciada na última terça-feira (21), dois dias após o início de uma trégua entre Israel e o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza.

“Estamos preparados para realizar uma série de operações no campo de Jenin que levarão o campo a uma situação diferente. Estamos em uma guerra em várias frentes e agora é a vez da área norte da Cisjordânia”, diz um comunicado emitido pelos chefes do Estado-Maior Militar de Israel e da agência de segurança Shin Bet.

A operação visa “erradicar o terrorismo em Jenin”, declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em referência à cidade e ao campo de refugiados no norte da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.

O Exército israelense indicou, também nesta quinta-feira, que matou dois combatentes do grupo de resistência palestino Jihad Islâmica na periferia de Jenin, ambos acusados de terem assassinado três israelenses em um ataque em janeiro.

O chefe do Exército, o general Herzi Halevi, classificou como “boa” a decisão de lançar a ofensiva na região: “uma vez que reconhecemos que o campo de Jenin se tornou um centro para aqueles que planejam ataques ou buscam refúgio depois de cometê-los, foi a decisão correta entrar lá por meio da força”, afirmou em comunicado.

Já o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, justificou a operação em Jenin por uma “mudança na abordagem de segurança”. “Vamos atacar decisivamente os tentáculos de polvo até que sejam cortados”, afirmou.

Na Faixa de Gaza, onde o cessar-fogo prossegue pelo quinto dia, em meio ao intenso frio de inverno e inundações provocadas por fortes chuvas, palestinos voltam às suas casas, completamente destruídas pelos bombardeios, e procuram os corpos de seus familiares mortos.

O Ministério da Saúde do enclave palestino adicionou outras 122 mortes em sua contagem oficial, apesar da trégua em vigor, devido à descoberta de novas vítimas que estavam sob os escombros, em um conflito que já deixou 47.283 mortos.

Os corpos das 122 pessoas “chegaram aos hospitais nas últimas 24 horas”, indicou o ministério, que também reportou “306 feridos”.

“Em defesa dos palestinos”

Os Houthis, grupo de resistência que atua no Iêmen, acusaram os Estados Unidos, nesta quinta-feira (23), de classificá-los como “organização terrorista” devido ao apoio ao “povo palestino oprimido”.

“A classificação aponta para todo o povo iemenita e sua posição honrosa em apoio ao povo palestino oprimido”, afirmou um comunicado do grupo, citado pelo canal de televisão Al Masirah.

A decisão também “reflete o grau de parcialidade da atual administração americana a favor da entidade sionista usurpadora”, acrescentou, fazendo referência a Israel.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto para classificar novamente os combatentes do Iêmen como “organização terrorista estrangeira”, segundo indicou a Casa Branca na última quarta-feira (22).

O ex-mandatário Joe Biden havia retirado o rótulo quando sucedeu Trump após seu primeiro mandato, antes de mais tarde classificá-los como uma entidade “terrorista global especialmente designada”, uma definição menos severa que ainda permitia que ajuda humanitária chegasse ao país devastado pela guerra civil.

O grupo controla a capital do Iêmen, Sanaa, bem como grandes áreas do país e, desde o início da guerra em Gaza em outubro de 2023, lançou dezenas de mísseis e drones contra Israel.

Desde novembro de 2023, os houthis têm realizado ataques contra navios que consideram estar ligados a Israel na costa do Mar Vermelho, alegando agir em solidariedade aos palestinos no contexto do genocídio na Faixa de Gaza.

Com estes ataques, o grupo rebelde, que faz parte do “eixo de resistência” do Irã, interrompeu o tráfego no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, uma área crucial para o comércio mundial.

Em resposta, os EUA estabeleceram uma coalizão naval multinacional e atacaram alvos rebeldes no Iêmen, por vezes com a ajuda do Reino Unido.

*BdF