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A era de ouro de tolo dos Estados Unidos começou com a posse de Trump

Trump abasteceu de foguetes a extrema direita.

Tudo indica que sua função nesse segundo mandato será satisfazer o apetite do ponto de vista retórico de sua torcida.

Isso não muda destino de um país.

No primeiro mandato, Trump passou em brancas nuvens com suas promessas de barrar a expansão comercial da China no mundo.

Deu em nada. China seguiu a mesma pegada com as mesmas estratégias.

Nos EUA Trump só abastecia o mercado de rojões.

Mudança de verdade, foi praticamente zero.

Como se diz no jargão do futebol, falar, até papagaio fala.

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União Europeia reage a Trump e defende aproximação com China e Índia

Durante sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ressaltou nesta terça-feira (21) a necessidade de uma abordagem “pragmática” em relação ao governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, enquanto busca fortalecer parcerias estratégicas com a China e a Índia. A declaração reflete a estratégia da União Europeia de equilibrar sua postura diante dos desafios comerciais globais, segundo informações do portal Barron’s, via AFP.

Von der Leyen enfatizou a importância do diálogo com os Estados Unidos, mesmo diante das tensões geradas pela política comercial agressiva de Trump, que inclui ameaças de imposição de tarifas sobre parceiros estratégicos. “Nossa prioridade será engajar precocemente, discutir interesses comuns e estar preparados para negociar”, afirmou. Ela também reiterou o compromisso da União Europeia com seus valores fundamentais, como a defesa do Acordo de Paris, do qual Trump decidiu retirar os Estados Unidos.

Diversificação de parcerias comerciais
Diante de um cenário global marcado por incertezas, a líder europeia enfatizou a necessidade de ampliar os horizontes comerciais e diplomáticos do bloco. Um dos destaques foi a China, com quem a União Europeia celebra, em 2025, 50 anos de relações diplomáticas. Para Von der Leyen, essa é uma oportunidade para “aprofundar o relacionamento e expandir os laços de comércio e investimento”.

Outro ponto central foi a Índia, que Von der Leyen classificou como um parceiro estratégico fundamental. “Junto ao primeiro-ministro Narendra Modi, queremos atualizar a parceria estratégica com o maior país e a maior democracia do mundo”, afirmou. A presidente revelou que a Comissão Europeia realizará uma visita oficial à Índia em breve, marcando a primeira missão internacional de sua nova equipe.

Defesa de interesses e novas alianças
Apesar da postura cooperativa, Von der Leyen garantiu que a UE está pronta para proteger seus interesses caso as ameaças de tarifas por parte dos EUA se concretizem. “Não interessa a ninguém romper os laços da economia global”, declarou. Nesse contexto, o bloco europeu tem trabalhado para diversificar suas parcerias, com avanços recentes em um acordo comercial com o México e na retomada de negociações para um tratado de livre comércio com a Malásia.

Com uma agenda voltada à sustentabilidade e ao multilateralismo, a União Europeia busca consolidar seu papel como um ator global relevante. A estratégia de Von der Leyen reflete a intenção de fortalecer a resiliência do bloco em um cenário internacional cada vez mais polarizado, priorizando diálogo e cooperação.

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Michelle e eduardo foram barrados na posse de Trump. Assistiram de um telão

Não, eles não tinham convite mesmo. Milei e Meloni entraram, mas os dois brasileiros foram deixados de fora após todo o pandemônio gerado por Jair.

Chegou o dia da posse de Donald Trump, o novo presidente dos EUA. Quer dizer, não tão novo assim, já que ele governou o país no mandato anterior ao do agora já ex-presidente Joe Biden. Autoridades norte-americanas e representantes diplomáticos de centenas de países estavam nesta segunda-feira (20) dentro do Capitólio, em Washington, para assistir à cerimônia oficial de assunção do novo governante, e até mesmo o presidente argentino, Javier Milei, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, compareceram, algo incomum por lá porque a festividade de posse não é voltada a chefes de Estado e de governo.

Quem passou os últimos dias criando um verdadeiro pandemônio, porque gritava por todos os cantos que havia sido convidado, foi o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi impedido de ir aos EUA por estar com o passaporte apreendido pela Justiça, que o processa por tentativa de golpe de Estado e acredita que há risco de fuga do extremista. Foi então que ele “enviou oficialmente” o filho Eduardo e a esposa Michelle para “representá-lo”.

Os rumores de que o convite era uma farsa já rolavam pelas redes há pelo menos duas semanas. É fato que Trump tem algum nível de relação com Bolsonaro e que eles pertencem a uma mesma tendência ideológica radical, para além do fato de terem ocupado as presidências de seus países num mesmo período. No entanto, o que parecia óbvio apenas se confirmou: tudo era uma forçação de barra de Eduardo, que manobrava para o pai aparecer como um “papagaio de pirata” perto do homem mais poderoso do mundo.

Nesta tarde, com a cerimônia em andamento, Eduardo e Michelle não foram ao Capitólio porque não foram convidados. Os dois assistiram ao ato pela TV, na Heritage Foundation, uma think tank conservadora, expressão pomposa para indicar uma espécie de grupelho de lunáticos ultrarreacionários endinheirados que propõem as maiores insanidades como políticas públicas. O bizarro “Projeto 2025”, por exemplo, que levaria os EUA praticamente a uma nação com visão de mundo medieval, é encampado pela Heritage Foundation.

 

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A posse de Trump e a democracia capturada pelos algoritmos

Percorri as ruas de Washington horas antes da posse de Trump e vi pessoas cansadas, indiferentes à democracia.

Washington amanheceu fria nesta segunda-feira (20), com – 4ºC. Todos os blocos próximos à Casa Branca estavam hermeticamente fechados para carros. Perguntei ao funcionário do hotel se toda cerimônia de posse presidencial era sempre assim e ele respondeu que não. Disseram que Trump já havia sofrido dois atentados e que toda essa segurança era devido ao risco de um novo atentado.

Estou em Washington a trabalho e sabia que iria passar o fatídico dia aqui. Saí para fotografar a movimentação por volta das 10 horas da manhã. A posse aconteceria só ao meio-dia, mas me surpreendi. Não havia alegria nas ruas. Para falar a verdade, as ruas estavam vazias. Estou retomando a fotografia e levei uma pequena Leica. Não havia autorização para câmeras grandes sem apresentar credenciais ou dar explicações. Saí com essa pequena Leica e vi pessoas cansadas.

Não havia absolutamente nenhum jovem ou grupo de jovens que poderia ter votado no MAGA (sigla em inglês para Faça América Grande de Novo, o slogan de Trump). Havia pessoas velhas que vieram no dia anterior de ônibus, muitos trabalhadores, crianças dormindo ou no colo dos pais, e algumas maiores brincando com as bandeiras. Mas pouquíssimos negros e latinos. Uma senhora muito idosa passa com andador, ajudada pela filha, vestindo um pijama com a estampa da bandeira americana. Ela segue vagarosamente, numa parábola do que são os Estados Unidos neste dia de posse.

Havia alguns cosplays com muitos adereços. Passou um com chapéu de alce, chamando a atenção de dois jornalistas. Ele celebra a invasão do Capitólio como um ato de “liberdade suprema”. Eu e os repórteres, que são franceses, nos olhamos com extrema consciência do que estamos presenciando. Talvez o fato mais importante deste século. Trocamos algumas palavras em francês e fomos para lados opostos. Sabemos, eu e eles, que a democracia está nas mãos dos “riots” agora.

A democracia que presenciamos é indiferente às mudanças climáticas, ao valor do salário mínimo congelado há vinte anos, à pobreza que as barracas de moradores de rua testemunham. A democracia capturada pelos algoritmos, pelo big oil, pelo capital e pelas corporações. A democracia da oligarquia, que Bernie Sanders denunciou há poucos dias. A democracia de Martin Luther King – que tem hoje o seu dia – presencia a queda dos valores de tolerância e cooperação de forma acelerada.

Na frente do restaurante Hamilton havia um checkpoint calmo. As pessoas chegavam e tinham tempo de comprar bonés e camisetas. Estavam felizes porque a América cindida, a América dividida, retornou com seu showman. Tirei algumas fotos dos apoiadores de Trump pelo reflexo dos letreiros deste restaurante. E pensei: Alexander Hamilton e James Madison foram os responsáveis por não se adotar a democracia total, mas a democracia parcial das elites e dos colégios eleitorais. Madison, com seu medo tremendo de que o povo empoderado dos novos estados fizesse, por exemplo, uma reforma agrária com as terras da maioria dos congressistas constitucionais, grandes latifundiários. O paradoxo da Revolução Americana de 1776 e da Constituição Americana, que garantiu que todos os homens eram livres, enquanto mantinha seus pés sobre as cabeças dos negros e indígenas que construíram esta nação.

O que querem essas pessoas cansadas e empobrecidas que vejo nos checkpoints? Querem o retorno da meritocracia ou o privilégio branco? Querem se livrar da vida baseada em empréstimos infindáveis ou da dupla jornada? Querem se livrar do idioma espanhol ou chinês que ouvem pelas suas ruas? Pensam que os anos de ouro do milagre econômico estadunidense, no início do século passado, são possíveis e retornarão simplesmente anexando territórios como Groenlândia e Canadá?

Essas pessoas não sabem, e nem lhes interessa saber, que as big techs têm muito a ver com os algoritmos que fizeram com que os Estados Unidos estivessem em seu estado de irreconciliabilidade. Em seu modo mais refratário aos ideais de liberdade e igualdade que moldaram pensadores como John Rawls e Henry David Thoreau. Elas não sabem que uma elite muito mais poderosa que a Inglaterra colonial chegou ao poder agora. Que brinda nos salões privados e chiques da capital norte-americana a ascensão do projeto 2025, que vai desmontar o sistema de freios e contrapesos que Madison pensou para evitar oligarquias ou tiranias. O projeto que já deu certo na Polônia e na Hungria de desmontar o estado por dentro, retirando funcionários de carreira e colocando pessoas fieis ao ideal MAGA.

E o Brasil é a próxima parada dessa oligarquia que abocanhou a democracia com seus algoritmos e poder econômico das corporações. A viralização do vídeo de um deputado federal contra o Pix demonstra que toda a máquina de moer democracias já se dirige para as cabeças dos Brics. Os Brics, que hoje são o único contraponto que temos para obstar a subjugação total do capital sobre a democracia real. De uma ágora real contra a ágora inventada pelo rolar da timeline.

Como lidar com a indiferença à democracia é a grande pergunta que faço. A verdadeira liberdade ainda nos importa? O que Rawls ou Thoreau diriam de pessoas como Zuckerberg ou Musk, que cooptaram e se aliaram ao fascismo?

Abandono as ruas vazias de Washington. A democracia vazia tornou-se indiferente ao futuro da humanidade. O mundo totalitário do século 21 não terá tortura, prisões políticas ou extermínio em massa. O mundo totalitário pós-Hannah Arendt, que tão bem descreveu o estado totalitário clássico, terá os algoritmos de persuasão certos. E alguns poucos, com cabeça de alce, para celebrar isso.

*BdF

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Com 204 novos bilionários no ano passado, concentração de renda mundial aumenta

Relatório da organização não governamental (ONG) internacional Oxfam sobre concentração de renda mostra que o ritmo de concentração em 2024 teve novo pico, a exemplo do que ocorreu durante a pandemia de covid-19. Surgiram 204 novos bilionários no planeta, e o ritmo de enriquecimento dos super-ricos aumentou três vezes em relação a 2023.

O relatório antecede o encontro anual do Fórum Econômico de Davos, que concentra diretores das principais instituições empresariais e líderes de governos em reuniões de negócios e lobby na cidade suíça.

Os bilionários, pouco mais de 2.900 pessoas, enriqueceram, em média, US$ 2 milhões por dia. Os dez mais ricos, por sua vez, enriqueceram em média US$ 100 milhões por dia. Alguém que receba um salário mínimo no Brasil demoraria 109 anos para receber R$ 2 milhões e, pela cotação atual, 650 anos para receber U$$ 2 milhões.

“No ano passado, a Oxfam previu um trilionário em uma década. Se as tendências atuais continuarem, haverá agora cinco trilionários em uma década. Enquanto isso, de acordo com o Banco Mundial, o número de pessoas que vivem na pobreza praticamente não mudou desde 1990”, destaca o relatório, que aponta que os 44% mais pobres do mundo vivem com menos de US$ 6,85 por dia.

Para efeito de comparação, o Produto Interno Bruto (PIB) Global, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), teve aumento de cerca de 3,2%, para uma população que a Organização das Nações Unidas (ONU) estima de 8 bilhões de pessoas.

Segundo o Banco Mundial, o PIB Global era de US$ 33,86 trilhões em 2000, e chegou aos US$ 106,7 trilhões em 2023, ainda que com diminuição dos índices de extrema pobreza (aqueles que recebem menos de U$$ 2,15 por dia), que eram 29,3% da população mundial em 2000 e são ainda 9% da população nos dados de 2023. A Oxfam destacou que os 10% mais ricos, por sua vez, detém 45% de toda a riqueza do mundo.

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Bilionários lucram R$ 34 bilhões por dia enquanto pobreza global segue intocada desde 1990, aponta Oxfam

Relatório diz que conta dos mais ricos cresceu quase R$ 12 trilhões em 2024, três vezes mais rápido que no ano anterior.

A riqueza somada dos bilionários do mundo aumentou US$ 2 trilhões (cerca de R$ 12 trilhões) em 2024. Isso representa crescimento três vezes maior do que o registrado no ano anterior. Ocorreu enquanto o número de pessoas pobres quase não muda desde 1990.

Esses dados fazem parte de um relatório divulgado nesta segunda-feira (20) pela Oxfam. O documento “As custas de quem: A origem da riqueza e a construção da injustiça no colonialismo” foi revelado no mesmo dia em que políticos e grandes empresários se reúnem para mais uma edição do Fórum Econômico de Davos, na Suíça.

Segundo a Oxfam, durante 2024, o número de bilionários no mundo subiu de 2.565 para 2.769. O patrimônio combinado deles passou de 13 trilhões de dólares para 15 trilhões de dólares (R$ 78 trilhões para de R$ 90 trilhões).

Relatório da Oxfam mostra que acumulação de riqueza dos bilionários triplicou em 2024 ante 2023 / Reprodução/Oxfam

Essa ínfima minoria da população ficou 5,7 bilhões de dólares mais rica por dia – R$ 34 bilhões. Cada um dos dez mais ricos do mundo, em média, ganhou 100 milhões de dólares por dia, ou cerca de R$ 600 milhões.

De acordo com a Oxfam, mesmo que essas dez pessoas perdessem 99% de sua riqueza, eles ainda permaneceriam bilionárias.

Trilionários em 2035

A Oxfam dedica-se a monitorar a desigualdade social no mundo há anos. Ela denuncia por meio de estudos o crescimento vertiginoso da concentração de renda.

Por conta dessa concentração, em 2023, a Oxfam previu o surgimento do primeiro trilionário dentro de uma década. Neste ano, porém, por conta do aumento do ritmo de acumulação dos bilionários, ela alertou que em dez anos o mundo deve ter pelo menos cinco trilionários.

“Essa crescente concentração de riqueza é possibilitada por uma concentração monopolista de poder, com os bilionários exercendo cada vez mais influência”, declarou a organização.

“O auge dessa oligarquia é um presidente bilionário [Donaldo Trump], apoiado e comprado pelo homem mais rico do mundo, Elon Musk, governando a maior economia do planeta [EUA]. Apresentamos este relatório como um alerta severo de que as pessoas comuns em todo o mundo estão sendo esmagadas pela enorme riqueza de um número ínfimo de pessoas”, acrescentou Amitabh Behar, diretor-executivo da Oxfam.

Riqueza não merecida

De acordo com a Oxfam, boa parte da riqueza dos mais ricos não é fruto do trabalho deles. É imerecida. “60% da riqueza dos bilionários de hoje vem de herança, monopólio ou conexões com poderosos”.

Uma pesquisa da revista Forbes citada pela Oxfam aponta que todos os bilionários com menos de 30 anos herdaram sua riqueza. Outro levantamento, este do banco UBS, mil bilionários deixarão 5,2 trilhões de dólares (mais de R$ 30 trilhões) para seus herdeiros.

“Os super-ricos gostam de nos dizer que ficar rico exige habilidade, determinação e trabalho árduo. Mas a verdade é que a maioria da riqueza é tomada, não criada. Muitos dos chamados ‘autodidatas’ na verdade são herdeiros de vastas fortunas, passadas por gerações de privilégio imerecido”, disse Behar.

“Muitos dos super-ricos, particularmente na Europa, devem parte de sua riqueza ao colonialismo histórico e à exploração de países mais pobres”, acrescenta a Oxfam, que denuncia que tal exploração existe ainda hoje.

De acordo com a organização, o 1% mais rico em países do Norte Global, como EUA, Reino Unido e França, extraiu 30 milhões de dólares (cerca de R$ 180 milhões) por hora de países de baixa e média renda em 2023. “O Norte Global controla 69% da riqueza global, 77% da riqueza dos bilionários e abrigam 68% dos bilionários, apesar de representarem apenas 21% da população global.”

“O dinheiro desesperadamente necessário em todos os países para investir em professores, comprar remédios e criar bons empregos está sendo desviado para as contas bancárias dos super-ricos”, disse Behar.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) citados pela Oxfam indicam que países de baixa e média renda gastam em média quase metade de seus orçamentos para pagar dívidas com credores ricos. Isso supera em muito o investimento combinado em educação e saúde. Entre 1970 e 2023, os governos do Sul Global pagaram 3,3 trilhões de dólares (cerca de R$ 20 trilhões) em juros para credores do Norte.

A Oxfam recomenda que governo taxem os mais ricos, acabem paraísos fiscais e com o fluxo de riqueza do Sul para o Norte. “Isso significa desmontar monopólios, democratizar patentes e regular as corporações para garantir que paguem salários dignos, como limite aos [salários] dos CEOs.”

“Os governos precisam se comprometer a garantir que as rendas dos 10% mais ricos não sejam mais altas do que as dos 40% mais pobres”, pediu a entidade. “Reduzir a desigualdade poderia acabar com a pobreza três vezes mais rápido”.

*BdF

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Trégua entre Israel e Hamas começa com ajuda humanitária e liberação de presos e reféns

Domingo, 19 de janeiro de 2025, começa a entrar para a história como o dia em que foi colocada em prática a trégua tão esperada após 15 meses de ferozes ataques de Israel contra a população da Faixa de Gaza, que resultou num verdadeiro massacre. Nesta data, entra em vigor o cessar-fogo negociado entre Israel e Hamas, com a ajuda de mediadores internacionais.

É aguardada para este domingo a libertação de três mulheres israelenses — Romi Gonen, Doron Steinbrecher e Emily Damar —, de um total de 33 reféns a serem soltos nesses primeiros dias, em troca da liberação de 30 prisioneiros palestinos e do recuo das tropas israelenses.

Também já está acontecendo a entrada de caminhões com suprimentos, 200 ao todo, para ajuda humanitária à população de Gaza, que sofre graves problemas de saúde, desnutrição e miséria desde que o Exército de Benjamin Netanyahu iniciou os ataques, em 7 outubro de 2023, após ação do Hamas que deixou 1,2 mil israelense mortos.

Desde então, ao menos 48 mil pessoas já foram mortas em Gaza — número que é tido como subestimado por especialistas —, a maioria, crianças, mulheres e idosos, e mais de 110 mil foram feridas.

Na região, agências internacionais já mostram também o deslocamento de centenas de palestinos, que voltam aos seus locais de moradia para tentar retomar a vida, mesmo após a destruição quase completa da região.

Os ataques israelenses deixaram um rastro de sangue e escombros e, como resultado, a infraestrutura de Gaza, bem como equipamentos de serviços básicos, como hospitais e escolas, foram devastados.

O Papa Francisco se manifestou sobre a trégua e disse que “tanto israelenses quanto palestinos precisam de sinais claros de esperança. Espero que as autoridades políticas de ambos, com a ajuda da comunidade internacional, possam chegar à solução correta de dois estados. Que todos digam sim ao diálogo, sim à reconciliação, sim à paz”.

Ao longo do dia, o Portal Vermelho irá atualizar a situação dos primeiros passos do cessar-fogo.

*Com agências

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Ualid Rabah: “Genocídio na Palestina fez o mundo saber o que é Israel e apartheid”

Presidente da FEPAL criticou a postura dos Estados Unidos e de Israel, denunciando o genocídio em Gaza e apontando os interesses econômicos e políticos.

Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), denunciou o que classificou como o maior genocídio da história da Palestina, destacando o papel decisivo dos Estados Unidos no apoio a Israel. Segundo Rabah, “mais de 25 mil, talvez 30 mil pessoas” foram mortas desde a declaração de cessar-fogo pelo Conselho de Segurança da ONU, vetada diversas vezes pelos Estados Unidos.

Rabah, criticou a insistência dos EUA e de Israel em bloquear propostas de cessar-fogo, afirmando que “todas as vezes o boicote ao cessar-fogo foi estadunidense e israelense”. Ele destacou ainda o papel do governo norte-americano no fornecimento de armas: “Os Estados Unidos continuaram fornecendo armamento, munições e sistemas, e o genocídio prosseguiu”.

Ao abordar a dinâmica do conflito, Rabah apontou a desproporcionalidade do impacto na população civil palestina. “Foram sequestrados por Israel, incluindo profissionais de saúde, 18.700 pessoas, dos quais 6.600 em Gaza e 12.100 na Cisjordânia”, afirmou. Ele também ressaltou a ausência de discussão sobre temas cruciais para a Palestina: “Nenhuma palavra sobre o desbloqueio, nenhuma palavra sobre Jerusalém, nenhuma palavra sobre a retirada dos colonos da Cisjordânia”.

Rabah relacionou o apoio incondicional dos EUA a Israel ao governo do presidente Joe Biden. “Biden é o gestor desse genocídio… sem o apoio incondicional dos Estados Unidos, Israel não teria condições de manter esse conflito”, afirmou. Ele comparou a atuação de Biden com a gestão nazista na Alemanha, dizendo que “Biden faz a mesma coisa” ao dedicar um terço de seu mandato ao conflito.

Ao ser questionado sobre a disputa política nos EUA e as tentativas de Donald Trump em se apropriar de méritos por um eventual cessar-fogo, Rabah declarou: “Quem determina o cessar-fogo é quem determina que ele aconteça, e esses são os Estados Unidos”. Ele ainda criticou a proposta de Israel de estabelecer uma área desmilitarizada em Gaza: “Não tem cabimento… cinco vezes mais zona de segurança israelense, onde a soberania é de Israel”.

Sobre as causas econômicas envolvidas no conflito, Rabah destacou a existência de reservas de gás na costa de Gaza e a proposta de construção do Canal Ben-Gurion, que ligaria o Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Segundo ele, “a ideia é roubar isso dos palestinos e ficar com essa reserva”.

Rabah também alertou para o risco de apagamento das provas do genocídio durante a reconstrução de Gaza. “Se você não reconstrói Gaza sob coordenação palestina… você corre o risco de apagar os vestígios e as provas do genocídio”, disse, referindo-se à destruição de hospitais e ao assassinato de profissionais de saúde e jornalistas.

Encerrando a entrevista, Rabah ressaltou que, apesar da tragédia, o conflito tornou visível a realidade vivida pelos palestinos. “Graças aos próprios palestinos, o mundo hoje sabe o que é Israel, o mundo sabe hoje o que é o sionismo, o mundo sabe hoje o que é apartheid”, concluiu. Com 247.

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Milei, o tosco, coloca os argentinos de joelhos na fila do osso.

Na Argentina de Milei consumo de carne vai ao chão com o pior resultado desde 1920

Com o poder de compra pífio, argentinos na era Milei estão amargando o resultado de uma política econômica que tem como alvo a busca pelo empobrecimento do povo para sustentar o crescimento dos muito ricos.

O que se tem de concreto, pela realidade nua e crua, é que a população vive hoje na Argentina é um consumo de carne que se coloca como segundo pior nível histórico.

Com o gritante aumento da pobreza no país e deterioração da renda dos trabalhadores, e o tombo do PIB na ordem de 3,5%, a carne virou desfalque na mesa dos argentinos.

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Juízes da Suprema Corte do Irã são mortos a tiros

O órgão do Judiciário iraniano disse que sofreu um ataque “terrorista”

Dois juízes da Suprema Corte do Irã foram mortos em seus escritórios em Teerã neste sábado (18). A informação foi divulgada por uma autoridade oficial do judiciário iraniano, Mizan Online, e publicada pela agência de notícias Associated Press (AP). A Corte classificou o ataque como “terrorista”. Um guarda-costas de um dos juízes ficou ferido.

Os responsáveis pelas 39ª e 53ª divisões do tribunal, os juízes Ali Razini e Mohammad Moghisseh, foram mortos no complexo do tribunal, localizado no sul da capital iraniana. O responsável pelos disparos cometeu suicídio após o assassinato.

Investigadores estão apurando a causa do crime. O porta-voz do judiciário, Asghar Jahangir, afirmou à televisão estatal que os dois juízes estavam envolvidos há muito tempo em “casos de segurança nacional, incluindo espionagem e terrorismo”.