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Adeus Papa Francisco

Papa Francisco morre aos 88 anos.

O anúncio da morte do Papa Francisco, aos 88 anos, foi feito, com pesar, por volta das 4h30 (horário de Brasília) desta segunda-feira (21), diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, por Sua Eminêcia, o cardeal KevinFarrell, na TV do Vaticano.

A morte do papa ocorreu duas horas antes, às 2h35.

“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja”, anunciou Farrell. “Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino.”

A morte de Francisco ocorreu um dia após o papa fazer sua primeira aparição pública prolongada desde que recebeu alta, em 23 de março, de uma internação hospitalar de 38 dias por pneumonia.

No domingo de Páscoa, Francisco entrou na Praça de São Pedro em um papamóvel aberto pouco depois do meio-dia, saudando a multidão entusiasmada . Ele também ofereceu uma bênção especial pela primeira vez desde o Natal.

Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa em 13 de março de 2013, surpreendendo muitos observadores da igreja que viam o clérigo argentino, conhecido por sua preocupação com os pobres, como um estranho.

Ele procurou projetar simplicidade em seu grande papel e nunca tomou posse dos ornamentados apartamentos papais no Palácio Apostólico usados ​​por seus predecessores, dizendo que preferia viver em um ambiente comunitário para sua “saúde psicológica”.

Ele herdou uma igreja que estava sob ataque por causa de um escândalo de abuso sexual infantil e dilacerada por disputas internas na burocracia do Vaticano, e foi eleito com o claro mandato de restaurar a ordem.

Mas, à medida que seu papado progredia, ele enfrentou duras críticas dos conservadores, que o acusavam de destruir tradições acalentadas. Ele também atraiu a ira dos progressistas, que sentiam que ele deveria ter feito muito mais para remodelar a igreja de 2.000 anos.

Enquanto lutava contra a dissidência interna, Francisco se tornou um astro global, atraindo grandes multidões em suas muitas viagens ao exterior, promovendo incansavelmente o diálogo inter-religioso e a paz, ficando do lado dos marginalizados, como os migrantes.

Único nos tempos modernos, havia dois homens vestindo branco no Vaticano durante grande parte do governo de Francisco, com seu antecessor Bento XVI optando por continuar a viver na Santa Sé após sua surpreendente renúncia em 2013, o que abriu caminho para um novo pontífice.

Bento, um herói da causa conservadora, morreu em dezembro de 2022, deixando finalmente Francisco sozinho no palco papal.

Francisco nomeou quase 80% dos cardeais eleitores que escolherão o próximo papa, aumentando a possibilidade de seu sucessor continuar suas políticas progressistas, apesar da forte resistência dos tradicionalistas.

*Reuters

 

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Em atrito com os EUA, a China investe para ligar o Brasil ao Pacífico

A China está investindo na construção de um corredor bioceânico para conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, atravessando Argentina, Brasil, Chile e Paraguai. O objetivo é facilitar o comércio entre a Ásia e a América do Sul, especialmente em meio à guerra comercial com os Estados Unidos, liderada por Donald Trump. Esse projeto tem como principais metas a redução dos tempos de trânsito e dos custos logísticos para exportações agrícolas sul-americanas, como soja, carne e grãos, evitando as rotas tradicionais de navegação.

Recentemente, uma delegação chinesa visitou o Brasil para discutir projetos de infraestrutura, incluindo o Corredor Bioceânico. Essa visita está alinhada aos acordos estratégicos firmados entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping durante a viagem de Estado de Xi ao Brasil no ano anterior. Está previsto que o presidente brasileiro retorne a visita em maio do próximo ano.

O Canal do Panamá, que foi inaugurado no início do século passado, serve como uma importante rota para o comércio marítimo internacional, oferecendo uma alternativa para encurtar distâncias. Com seus 77,1 quilômetros, a travessia pelo canal toma entre 20 e 30 horas. As rotas alternativas incluem contornar o continente, passando pelas pontas meridionais da África e da América do Sul ou usar o Canal de Suez.

A crescente influência da China sobre esta infraestrutura estratégica é vista com preocupação pelos Estados Unidos, que a consideram um risco à segurança. O fortalecimento da influência americana na região é uma vitória diplomática para Washington, especialmente considerando a importância do Canal do Panamá no comércio mundial. A conclusão do Corredor Bioceânico pode alterar dinâmicas comerciais e geopolíticas na América do Sul.
Desde 2017, a China tem intensificado seus investimentos no Panamá, especialmente em infraestrutura portuária e logística, visando facilitar seu comércio. Como o segundo maior usuário do Canal do Panamá, atrás dos EUA, a China buscava criar condições comerciais mais vantajosas. O Corredor Bioceânico surge agora como uma alternativa ao canal, permitindo que Pequim mantenha sua influência crescente na América Latina, uma região historicamente dominada pelos EUA.

O governo brasileiro, por meio do Ministério do Planejamento e Orçamento, está desenvolvendo as cinco rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano, parte de uma agenda de integração regional. Essas rotas foram delineadas após consultas com os 11 estados brasileiros que fazem fronteira com os países sul-americanos e têm o objetivo de promover o comércio entre o Brasil e seus vizinhos, além de reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias para a Ásia.

As rotas de integração incluem 190 obras já integrantes do PAC, garantindo assim recursos orçamentários. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investiu US$ 3 bilhões, enquanto instituições regionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), contribuíram com mais US$ 7 bilhões. Para completar os projetos de logística, investimentos adicionais serão necessários, abrindo espaço para a participação chinesa.

O governo brasileiro estima que as rotas estejam operacionalizadas entre 2025 e 2027, o que poderá transformar a dinâmica do comércio regional e facilitar a conexão entre o Brasil, seus vizinhos e a Ásia, além de potencialmente alterar a influência chinesa na América Latina. Com Metrópoles.

Veja detalhes:

 

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‘Microsoft alimenta o genocídio’ em Gaza, protestam funcionários pró-Palestina

Segundo jornal The Guardian, trabalhadores que têm denunciado empresa de fornecer serviços de inteligência artificial a Israel para facilitar massacre no enclave foram demitidos.

Pela segunda vez em menos de um mês, funcionários da Microsoft interromperam um evento em Redmond, na capital norte-americana de Washington, que celebrava os 50 anos da empresa, em 4 de abril, como protesto contra a cumplicidade da companhia no genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza.

De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian nesta sexta-feira (18/04), as funcionárias Ibtihal Aboussad e Vaniya Agrawal foram demitidas após impedirem diretores de discursar e confrontarem o CEO de inteligência artificial (IA), Mustafa Suleyman.

O veículo também lembrou o caso ocorrido em 20 de março, quando o presidente da Microsoft, Brad Smith, e o ex-diretor Steve Ballmer foram interrompidos por um funcionário e um ex-colaborador durante um evento em Seattle. Na ocasião, também ocorreram protestos do lado de fora, onde manifestantes projetaram mensagens como “A Microsoft alimenta o genocídio”.

A empresa de tecnologia tem vivido uma onda crescente de protestos por parte de engenheiros e outros funcionários que denunciam que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) fazem uso dos serviços de IA e computação em nuvem da Microsoft para facilitar suas operações no território palestino.

Demissões polêmicas na Microsoft após protestos contra IA militar

Nos últimos meses, trabalhadores da companhia têm pressionado pelo rompimento de laços da gigante com o regime sionista. Entretanto, a empresa tem reduzido o debate como um “conflito no local de trabalho”. Segundo fontes ouvidas pelo The Guardian, a tensão abre espaço a mais demissões e saídas voluntárias.

A mobilização na Microsoft também impulsionou ações em outras gigantes de tecnologia, como o Google, onde empregados também foram demitidos após protestos semelhantes. Em fevereiro, o Google alterou suas políticas de IA, retirando veto ao uso da tecnologia em armas e vigilância.

Ao jornal britânico, Hossam Nasr, ex-engenheiro da Microsoft e um dos funcionários demitidos por organizar atos pró-Palestina, mencionou o protesto ocorrido em fevereiro contra o diretor Satya Nadella, quando cinco funcionários exibiram camisetas que tinham a frase “Nosso código mata crianças, Satya?”.

Aboussad, também demitida, relatou ao The Guardian que se sentiu “sem como ter as mãos limpas” após ter conhecimento sobre os contratos que a Microsoft possuía com o regime sionista.

“Não sei se meu salário vem do governo israelense”, afirmou.

Mobilização online e boicote
As discussões começaram em fóruns internos da empresa, como o Viva Engage, onde funcionários criticavam as ações de Israel na Faixa de Gaza. Em novembro de 2023, um mês após o início do massacre, a Microsoft bloqueou o canal “All Company”, que transmite mensagens para todos os 400 mil funcionários e fornecedores da companhia, em meio a debates acalorados sobre a questão palestina.

Fora as declarações públicas, em 2024, Nasr liderou a campanha “No Azure for Apartheid”, uma referência ao conjunto de produtos de computação em nuvem e IA Azure da Microsoft, pressionando a empresa pelo fim do fornecimento de serviços do tipo ao exército israelense. Posteriormente, o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) incluiu a Microsoft em sua lista de boicotes.

Apurações feitas por veículos como The Guardian, AP e independentes revelaram provas sobre a existência de relações contratuais entre Microsoft e Israel, permitindo que os funcionários tenham maior conhecimento do posicionamento da companhia em relação ao massacre no território palestino. Documentos vazados inicialmente pelo Dropsite no início de 2025 revelaram uma “corrida do ouro” de empresas de tecnologia, incluindo a Microsoft, para fornecer serviços às IDF.

“A Microsoft é uma máquina de fazer dinheiro. Só importam IA e trabalho”, denunciou uma funcionária ao jornal britânico, sob condição de anonimato.

 

 

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Brasil e China, uma aliança estratégica no colapso da ordem neoliberal

A escalada protecionista de Donald Trump, com suas tarifas caóticas e retaliações, representa o fim de uma era, marcando o declínio do neoliberalismo enquanto dogma inquestionável, criando uma oportunidade única para o Brasil redefinir sua inserção internacional. Em um cenário de contradições e medidas autodestrutivas nos EUA, a China se destaca como o parceiro mais lógico para o desenvolvimento soberano do Brasil.

O ex-chanceler Celso Amorim adverte sobre os perigos do ataque ao multilateralismo, lembrando os anos 1930, quando a guerra tarifária contribuiu para a Grande Depressão e para o início da Segunda Guerra Mundial. O “tarifaço” de Trump não é uma política econômica racional, mas uma manifestação de desespero de uma potência em declínio, que nega as regras que impôs globalmente por décadas.

O historiador Francisco Teixeira destaca a hipocrisia do liberalismo econômico dos EUA, que prosperou no século 19 a partir de altas tarifas e subsídios, mas hoje critica práticas semelhantes em outros países. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, agora reconhece que tarifas geram inflação e desemprego, uma ironia dada a prosperidade americana adquirida ao romper com essas normas. Teixeira aponta que o neoliberalismo pós-1991, assim como o protecionismo fascista, serviu a interesses imperiais, sem beneficiar as populações do Sul Global.

Diante desse contexto, a aproximação com a China e com os BRICS é vista como uma necessidade estratégica, não ideológica. Enquanto os EUA restringem seus mercados, a China se estabelece como o maior comprador de commodities brasileiras, como soja, minério de ferro e petróleo, além de demonstrar interesse em diversificar as exportações do Brasil e em transferir tecnologias.

Ao contrário das ofertas do FMI, que impõem condicionalidades, a China sugere investimentos em infraestrutura, como portos e ferrovias, essenciais para a reindustrialização do Brasil. Alinhar-se com a China e os BRICS pode permitir ao Brasil libertar-se da tutela de Washington, que historicamente tem sabota­do projetos nacionais, como os da Petrobras e da Embraer.

A China se destaca como líder na revolução tecnológica e energética do século 21, dominando setores essenciais como energias renováveis, veículos elétricos e inteligência artificial. Uma colaboração estreita com Pequim pode colocar o Brasil na linha de frente da transição ecológica, uma vez que a China controla 80% do mercado global de painéis solares e 60% das turbinas eólicas.

Parcerias com gigantes como a BYD poderiam impulsionar a indústria automotiva verde brasileira, enquanto empresas como Huawei e ZTE oferecem soluções em 5G e infraestrutura digital a preços competitivos, sem os entraves geopolíticos associados a empresas ocidentais.

A dependência dos EUA tem se revelado um projeto derrotado. Desde os desdobramentos da Operação Lava Jato até as pressões contra o 5G chinês, os EUA demonstraram ser um parceiro pouco confiável. Com uma dívida elevada de 130% do PIB e um cenário de polarização política, não oferecem a estabilidade necessária para investimentos de longo prazo.

A atualidade do mundo reflete uma transição histórica, onde a ordem neoliberal se esgota e o unilateralismo dos EUA acelera seu declínio. Tanto Amorim quanto Teixeira evidenciam que este é o momento oportuno para o Brasil aprofundar suas relações com a China, o que poderia ser um pilar na política externa nacional, aproveitando o vasto mercado consumidor chinês de 1,4 bilhão de pessoas e seus investimentos em setores estratégicos. Fortalecer os BRICS como uma alternativa ao G7 proporcionaria ao Brasil um papel ativo na reformulação da arquitetura financeira global. O país deve adotar uma postura pragmática e soberana, rejeitando tanto o fundamentalismo de mercado quanto as alianças automáticas.

A escolha é inequívoca: o Brasil pode optar por ser mero espectador do colapso da antiga ordem ou atuar como protagonista na construção de uma nova. A China oferece um trajeto viável para um Brasil industrializado, tecnológico e verdadeiramente soberano. Como advertiu Celso Amorim, a história é implacável com aqueles que, por razões ideológicas ou submissão, deixarem passar essa oportunidade singular. O futuro é reservado àqueles que têm a audácia de moldá-lo em momentos decisivos. As informações são do 247.

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Da Nakba a Gaza: ‘Exterminem todos os selvagens!’

Pais segurando os corpos dilacerados de seus filhos são cenas comuns em Gaza. Antes, uma única imagem assim viraria manchete mundial. Hoje, são tantas que nem sequer são notícia. É o quão baixo o Ocidente afundou.

A guerra de Israel contra Gaza é um genocídio em plena vista — massacres, fome e deslocamento forçado enquanto o Ocidente desvia o olhar.

Nos anos 1960, Bernard Lewis cunhou a frase “choque de civilizações”. Tempos depois, Samuel Huntington a adotou. Era um argumento furado. Governos “colidem” por interesses concretos — dinheiro, território, poder, dominação —, não por algo vago como “civilização”. Mas era uma desculpa conveniente para potências imperialistas predatórias empenhadas em controlar o mundo.

Afinal, o que era a “civilização ocidental” senão uma besta esquizofrênica de duas faces, que ouvia Bach e Mozart enquanto escravizava milhões, massacrava povos, roubava suas terras e saqueava seus recursos?

É essa face hedionda que vemos novamente hoje. O Ocidente cruza os braços e fala de tudo — menos do genocídio em Gaza.

A semente que as potências europeias plantaram na Palestina cresceu e se tornou a maior ameaça à paz mundial desde os nazistas. E isso não é coincidência, dada a afinidade ideológica entre nazismo e sionismo: o racismo, a supremacia, o desprezo pelo direito internacional e pela vida humana, agora expostos em Gaza e no Líbano.

Sem esquecer o equivalente ao lebensraum — expansionismo e maximalismo territorial para abrir caminho a colonos judeus em substituição aos “animais humanos” palestinos. Apenas um degrau acima dos nazistas, que chamavam suas vítimas judias e outras de “sub-humanos”.

Que ironia grotesca: nos anos 1930, nazistas buscavam formas de eliminar judeus; em 2025, judeus buscam formas de eliminar palestinos. E sim, são judeus — não apenas sionistas, mas judeus cruéis, assim como há muçulmanos, cristãos e ateus cruéis. Eles são uma mancha na história judaica que nunca será apagada.

Os campos de extermínio nazistas e a política israelense diferem apenas no eufemismo: enquanto os nazistas falavam em “emigração” antes da morte, Israel nem disfarça. O número real de palestinos massacrados é incerto, mas ultrapassa em muito os 200 mil sugeridos pela revista The Lancet.

Durante o breve cessar-fogo, palestinos desenterraram corpos dos escombros. Mas agora Netanyahu o rompeu. No momento em que escrevo (18 de março, 9h38), Israel já matou 235 palestinos em ataques aéreos. Muitos, é claro, eram crianças — porque milhares já foram assassinadas.

Pais segurando os corpos dilacerados de seus filhos são cenas comuns em Gaza. Antes, uma única imagem assim viraria manchete mundial. Hoje, são tantas que nem sequer são notícia. É o quão baixo o Ocidente afundou.

Sem conseguir convencer ninguém a aceitar a “transferência” populacional que Trump também defende, Israel opta pelo extermínio. Aos palestinos, resta “escolher”: fugir ou ficar e morrer. Fugir para onde? Não há saída. Gaza é uma armadilha, e seus algozes não têm piedade.

“Ainda que a fome e a sede não os matem, nós mataremos.” Essa é a mensagem. Velhos, jovens, deficientes, professores, agricultores, jornalistas — não importa. O “exército mais moral do mundo” os assassinará.

Não em suas casas (já destruídas), mas em campos, tendas, praias ou ruínas urbanas — por bombas, drones, mísseis ou tiros de sniper. Ou pela privação de comida, água, remédios e eletricidade.

Isso acontece agora. “Exterminem todos os selvagens!”, clamou Kurtz em O Coração das Trevas. E é o que se vê no campo de extermínio de Gaza — desta vez, administrado por judeus. Uma verdade repugnante, mas ainda assim verdade. Claro, no livro, era Kurtz, o agente da “civilização”, o verdadeiro selvagem.

Israel nunca deveria ter sido criado em terras alheias. É um Estado usurpador, como tantos na história — mas estamos no século XXI, não no XVII. Israel nunca demonstrou remorso, e o mundo nunca aprendeu a evitar a repetição de horrores passados. Poucos horrores foram tão brutais quanto Gaza.

Israel é a contradição de um Estado colonial surgido no crepúsculo da era colonial. Foi parido pela ONU, a “mãe” que hoje odeia porque esta tenta frear seu comportamento vil.

Seu ódio transborda nas redes sociais, no governo, no parlamento, na mídia e nas instituições religiosas. Ódio aos palestinos, árabes, ONU, críticos do genocídio — e até entre si. Talvez seja isso que, um dia, destruirá Israel: ele acabará devorando a si mesmo.

Seus chiliques e fúria teatral são históricos, mas sempre indulgenciados. Políticos dos EUA, Reino Unido, Austrália, Canadá e UE agem com medo. Não chamam o genocídio pelo nome — Israel e seus lobistas não gostariam.

Criticam, mas com códigos: “Compartilhamos seus valores democráticos e estamos do seu lado, mesmo quando reclamamos.” Falam em “solução de dois Estados” sabendo que nunca acontecerá. Israel sabe que sabem. Tudo sob controle.

Expressam “preocupação”, nunca raiva. Afinal, há séculos pessoas de pele branca exterminam as de pele escura. É triste, mas “normal”. Seria anormal só se as vítimas fossem brancas. Alguém imagina 2 milhões de europeus presos em um enclave, esfomeados e massacrados, sem que o Ocidente interviesse?

Isso expõe não só o racismo de Israel, mas o do Ocidente — que assiste passivamente a 18 meses de genocídio.

Israel é apoiado incondicionalmente pelos EUA, cujas instituições infiltrou. Recebe tudo o que quer. Juntos, são uma ameaça à paz global.

Israel não obedece leis, só seus interesses. Suga seus “aliados” e os trai — como fez com a Grã-Bretanha nos anos 1940, matando policiais e diplomatas britânicos.

Lembrem-se do USS Liberty (1967), do plutônio roubado dos EUA, dos ativistas Rachel Corrie, James Miller e Tom Hurndall — todos mortos em Gaza. Lembrem-se do turco-americano Furkan Doğan, assassinado no Mavi Marmara. Israel não respeita nem seus aliados, mas estes insistem em um masoquismo destrutivo.

Netanyahu deixa claro: Israel não mudará. Para sobreviver, deve continuar matando — palestinos, libaneses, sírios, iranianos, quem quer que ouse enfrentá-lo.

Se (ou melhor, quando) Israel for encurralado sem saída, sua mensagem é clara: “Levaremos o mundo conosco.” E quem lhe deu as armas e tecnologia para isso? A resposta é óbvia.

São 11h59. O The Guardian reporta mais de 320 mortos em Gaza. Assassinados em massa. Às 14h08, já eram mais de 400.

*Jeremy Salt*, site da Fepal

* Jeremy Salt lecionou na Universidade de Melbourne, na Universidade Boğaziçi (Istambul) e na Universidade Bilkent (Ankara), especializando-se na história moderna do Oriente Médio. Entre suas publicações estão The Unmaking of the Middle East (2008) e The Last Ottoman Wars (2019). Artigo publicado em 19/03/2025 no The Palestine Chronicle.

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Israel considera atacar instalações nucleares do Irã

Trump não tem pressa em apoiar ação militar, mas Israel mantém planos e pressiona por destruir programa nuclear iraniano.

Israel ainda considera a possibilidade de um ataque pontual às instalações nucleares do Irã, mesmo após o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizar que Washington não está disposto a apoiar uma ação militar nesse momento. A informação foi divulgada pela agência Reuters.

Segundo a reportagem, autoridades israelenses insistem que Teerã não pode adquirir uma arma nuclear e pressionam para que qualquer negociação diplomática tenha como resultado o desmantelamento completo do programa atômico iraniano. Nos bastidores, Israel tem apresentado ao governo Trump diferentes opções de ataque, com cronogramas que variam entre o final da primavera e o verão. Os planos incluem desde bombardeios aéreos até operações de comando e visam atrasar a capacidade do Irã em desenvolver armas nucleares por meses ou, no máximo, alguns anos.

De acordo com o nornal The New York Times, Trump teria informado ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante um encontro na Casa Branca no início de abril, que sua prioridade seria a retomada das negociações com Teerã. Ainda assim, o presidente dos EUA manteve aberta a possibilidade de uma ofensiva militar em caso de ruptura no processo diplomático. “Acho que o Irã tem a chance de ter um grande país e viver feliz sem morte”, disse Trump a jornalistas. “Essa é a minha primeira opção. Se houver uma segunda opção, acho que seria muito ruim para o Irã, e acho que o Irã está querendo dialogar.”

Apesar do posicionamento da Casa Branca, uma autoridade israelense de alto escalão revelou à Reuters que o país ainda não tomou uma decisão definitiva sobre um ataque, mas acredita que poderia agir com um escopo mais limitado, o que exigiria menos apoio logístico e militar dos Estados Unidos. Mesmo assim, a movimentação israelense gera preocupação: um ataque unilateral poderia desgastar a relação com Washington e comprometer o apoio militar norte-americano em caso de retaliação iraniana, segundo José Reinaldo, 247.

Teerã, por sua vez, já reagiu à possibilidade. Um alto funcionário de segurança iraniano, sob condição de anonimato, declarou à Reuters que “um ataque provocaria uma resposta dura e inabalável do Irã”. O mesmo oficial afirmou que Israel estaria tentando sabotar as negociações em curso e que Netanyahu teria motivações políticas internas: “Temos informações de fontes confiáveis de que Israel está planejando um grande ataque. Isso decorre da insatisfação com os esforços diplomáticos e da necessidade de Netanyahu de conflito como meio de Enquanto as negociações diplomáticas entre EUA e Irã estão prestes a iniciar uma nova rodada em Roma, o impasse sobre o programa nuclear iraniano permanece como um dos principais focos de tensão no Oriente Médio.

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Programa militar dos EUA depende de minerais raros da China Uma admissão surpreendente de um senador republicano: “Estamos todos com medo”

Certamente, não é só a guerra tarifária de Trump que faz até os republicanos se sentirem sem chão.

A decisão da China de retaliar o aumento de tarifas de Trump, ordenando restrições às exportações de uma ampla gama de minerais críticos e ímãs, é um aviso à segurança nacional americana, afirmaram especialistas da indústria e de defesa.

Em caças da Força Aérea Americana, ímãs feitos de minerais raros, que são extraídos ou processados na China, são necessários para ligar os motores e fornecer energia de emergência.

Em mísseis balísticos, guiados de precisão, preferidos pelo Exército americano, ímãs contendo materiais raros da China fazem as aletas traseiras girarem, permitindo que os mísseis se dirijam a alvos pequenos ou em movimento.

Em novos drones elétricos e movidos a bateria que estão sendo adaptados pelos fuzileiros navais, ímãs de terras raras são insubstituíveis nos motores elétricos compactos.

Ao anunciar que agora exigirá licenças especiais de exportação para seis metais pesados de terras raras, que são refinados inteiramente na China, assim como ímãs de terras raras, 90% dos quais são produzidos na China, Pequim lembrou ao Pentágono — se, de fato, precisava ser lembrado — que uma ampla gama de armamentos americanos depende da China.

As terras raras são um grupo de 17 elementos, incluindo neodímio, ítrio, escândio e disprósio, que são difíceis de separar em formas utilizáveis.

Elas estão presentes em quase todas as formas de tecnologia de defesa americana. Podem formar ímãs muito poderosos, para uso em caças, navios de guerra, mísseis, tanques e lasers.

O ítrio é necessário para revestimentos de motores a jato de alta temperatura; ele permite que os revestimentos de barreira térmica nas lâminas das turbinas evitem que os motores de aeronaves derretam durante o voo.

“A China minera e refina a maior parte das terras raras do mundo e domina a cadeia de suprimentos”, disse Aaron Jerome, um comerciante da Lipmann Walton and Co., uma empresa de comércio de metais com sede na Grã-Bretanha.

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Trump deporta imigrante por engano; Justiça cobra grave erro

Um tribunal federal de apelações dos Estados Unidos criticou severamente o governo do presidente Donald Trump por sua inércia no caso do imigrante Kilmar Abrego Garcia, deportado por engano para El Salvador. Em decisão unânime, os juízes do 4º Circuito classificaram como “chocante” a alegação de que não há mais nada a ser feito para trazê-lo de volta ao país e exigiram que o Executivo tome medidas imediatas.

A Corte rejeitou o pedido do governo para suspender a ordem da juíza federal Paula Xinis, de Maryland, que determinou o depoimento, sob juramento, de ao menos quatro autoridades dos departamentos de Imigração, Segurança Interna e Estado. A exigência visa esclarecer o que foi feito — ou negligenciado — para reverter a deportação indevida.

Os juízes afirmaram que o governo Trump estaria “reivindicando o direito de esconder residentes deste país em prisões estrangeiras, sem qualquer aparência de devido processo legal”. Para o tribunal, a justificativa de que Garcia já foi deportado e, por isso, nada mais pode ser feito, é inaceitável.

“Isso deveria chocar não apenas juízes, mas qualquer cidadão que valorize a liberdade”, destacou a decisão.

A corte também advertiu para um risco institucional maior: o agravamento da tensão entre os poderes. “Estamos perigosamente próximos de um atrito irreversível que ameaça enfraquecer tanto o Executivo quanto o Judiciário”, afirmaram os magistrados.

Crise diplomática e resistência do governo
Garcia foi deportado em 15 de março, e desde então, a juíza Xinis tem cobrado do governo documentos e explicações sobre as tentativas de corrigir o erro. Em 4 de abril, ela ordenou que o Executivo “facilitasse e efetivasse” o retorno do imigrante, atualmente preso no CECOT, presídio de segurança máxima em El Salvador.

Apesar de a Suprema Corte dos EUA ter mantido a decisão, apontou que o termo “efetivar” poderia ser ambíguo e exceder a autoridade do tribunal. Diante disso, Xinis exigiu um cronograma claro para a repatriação de Garcia. Como a ordem foi ignorada, ela passou a cobrar relatórios diários sobre as medidas adotadas.

Em resposta, no último domingo (13), o governo afirmou que “facilitar” significava apenas remover obstáculos domésticos, sem envolver negociações diplomáticas com El Salvador. Trump, por sua vez, disse que só agiria mediante ordem direta da Suprema Corte.

Reações na Casa Branca e em El Salvador
Na segunda-feira (14), Trump se reuniu com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, na Casa Branca. Durante o encontro, o ex-presidente chamou de “gente doente” os jornalistas que o questionaram sobre o retorno de Garcia. Bukele negou envolvimento e afirmou que não tem poder para devolver o imigrante aos EUA.

“Essa pergunta é absurda. Como eu poderia contrabandear um terrorista para os Estados Unidos?”, disse o presidente salvadorenho.

Pressão do Congresso
O senador democrata Chris Van Hollen, de Maryland, manifestou indignação com a postura do governo. Em nota, afirmou que, caso Garcia não esteja de volta até o meio da semana, ele próprio viajará a El Salvador para negociar sua libertação.

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China convoca ONU para denunciar tarifas de Trump e isolar EUA

Pequim reúne países no Conselho de Segurança para acusar os EUA de desestabilizar a economia global com tarifas; países do Sul Global aderem ao protesto.

Em meio à escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o governo chinês convocou para o dia 23 de abril uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU com o objetivo de denunciar o que classifica como “atos de intimidação e unilateralismo” por parte de Washington.

A iniciativa marca mais um passo da estratégia diplomática de Pequim para isolar internacionalmente a política tarifária da Casa Branca e projetar-se como defensora do multilateralismo e da estabilidade econômica global.

A reunião, aberta a todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas, terá como tema “o impacto do unilateralismo e das práticas de intimidação nas relações internacionais”. No conceito divulgado pela delegação chinesa, os Estados Unidos são acusados de usar tarifas como “instrumento de pressão extrema”, em flagrante violação das regras do comércio internacional.

Segundo o documento, a prática estaria “lançando uma sombra sobre os esforços globais pela paz e o desenvolvimento”.

A ofensiva diplomática chinesa ocorre após a imposição, por parte do presidente Donald Trump, de tarifas que somam até 145% sobre importações da China – número que sobe para 245% se incluídas as taxas anteriores à atual gestão.

Em retaliação, Pequim anunciou tarifas de 125% sobre bens norte-americanos e passou a fortalecer sua articulação com países do Sul Global, que também vêm sendo afetados pelas barreiras tarifárias unilaterais de Washington.

O porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou em entrevista coletiva que o abuso das tarifas norte-americanas “causa sérios danos aos interesses e ao bem-estar de todos os países”.

Ele acusou os EUA de ignorarem os resultados de negociações multilaterais ao recorrerem à retórica de “reciprocidade e justiça” para justificar medidas protecionistas que ameaçam o sistema multilateral. “Tais ações unilaterais criam desafios sem precedentes à ONU e ao próprio multilateralismo”, disse.

Na avaliação de Lin, é fundamental que a comunidade internacional utilize espaços como o Conselho de Segurança para aprofundar o debate sobre as consequências do unilateralismo econômico, fortalecer o papel da ONU e proteger os direitos ao desenvolvimento legítimo de todos os países.

Ele acrescentou que a reunião de 23 de abril será uma oportunidade para “construir consenso contra o protecionismo e reafirmar os princípios da Carta das Nações Unidas”.

O contexto também inclui o fortalecimento do Grupo de Amigos em Defesa da Carta da ONU, que reúne países como China, Rússia, Venezuela, Irã e Laos. Em nota conjunta divulgada nesta semana, o grupo condenou o uso de tarifas como instrumento político e acusou os EUA de promover ações “unilaterais e coercitivas para subjugar outros países”. Para o governo chinês, esse tipo de articulação reflete a crescente disposição do Sul Global de resistir coletivamente a pressões externas consideradas injustas.

Embora os Estados Unidos ainda não tenham se pronunciado oficialmente sobre a reunião convocada por Pequim, fontes diplomáticas ouvidas pela imprensa norte-americana indicam preocupação com a perda de apoio de países intermediários.

Cerca de 70 nações já teriam iniciado negociações com Washington para escapar das tarifas, mas a estratégia norte-americana de isolar a China enfrenta resistência em países que também são alvos das medidas protecionistas, de acordo com o Vermelho.

Em paralelo, o impacto das tensões comerciais já preocupa organismos internacionais. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) alertou que o crescimento econômico global pode cair para 2,3% em 2025.

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, foi ainda mais enfática, prevendo uma possível contração de até 7% do PIB global caso a economia mundial se fragmente em blocos rivais. Para Pequim, o cenário atual exige uma resposta coordenada da comunidade internacional em defesa do livre comércio, da cooperação multilateral e do desenvolvimento comum.

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Bloqueio de ajuda humanitária é ‘principal ferramenta’ de Israel em Gaza

Todas as passagens de fronteira para Gaza permaneceram fechadas enquanto piora uma grave crise humanitária

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse que Tel Aviv não permitirá a entrada de nenhuma ajuda humanitária na Faixa de Gaza, enfatizando que a prevenção de ajuda é uma “ferramenta principal” usada para pressionar o Hamas.

“Como mencionei na minha declaração, a política de Israel é clara e nenhuma ajuda humanitária está prestes a entrar em Gaza”, disse ele, acrescentando que a prevenção de ajuda é “uma das principais ferramentas” que Israel está usando para pressionar o Hamas, “além das outras medidas que Israel está tomando”.

“É uma pena que haja quem tente enganar. Na realidade atual, ninguém vai levar ajuda humanitária para Gaza, e ninguém está se preparando para trazer tal ajuda. Enfatizei que, em relação ao futuro, um mecanismo para o uso de empresas civis deve ser construído, para não permitir que o Hamas tenha acesso [à ajuda] no futuro”, continuou o ministro da Defesa.

Katz havia anunciado em uma declaração anterior na quarta-feira que Israel eventualmente retomaria as entregas de ajuda a Gaza, mas apenas por meio de “empresas civis”.

A declaração de Katz enfatizou “antes de mais nada, fazer todos os esforços para conseguir a libertação de todos os reféns dentro da estrutura do [enviado dos EUA Steve] Witkoff e construir uma ponte para a derrota do Hamas no futuro”.

Ele enfatizou “interromper a ajuda humanitária, que mina o controle do Hamas sobre a população, e criar uma infraestrutura para a distribuição [de ajuda] por meio de empresas civis no futuro”.

“Até agora, centenas de milhares de moradores foram evacuados e dezenas por cento do território foi adicionado às zonas de segurança”, referindo-se à recente tomada de território em Gaza. “A pressão sobre o Hamas para executar o acordo é pesada e a tensão entre ele e a população local está aumentando”, continuou.

Ele acrescentou que o Egito, pela primeira vez, estabeleceu “o desarmamento do Hamas e a desmilitarização de Gaza” como condição “para um acordo abrangente e para o fim da guerra”.

Katz enfrentou críticas significativas de membros da coalizão e das famílias dos prisioneiros israelenses mantidos na faixa.

O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, disse que fará tudo o que estiver ao seu alcance para impedir o “erro histórico” de permitir a entrada de ajuda em Gaza.

“É uma pena que não aprendamos com nossos erros. Enquanto nossos reféns estiverem morrendo nos túneis, não há razão para que um grama de comida ou ajuda entre em Gaza”, afirmou.

O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas chamou as declarações de Katz de “fantasia”, criticando especificamente a insistência do governo em priorizar a tomada de território em Gaza em detrimento das vidas dos reféns.

“Chegou a hora de acabar com as falsas promessas e slogans. É impossível continuar a guerra e, ao mesmo tempo, libertar todos os reféns”, afirmou o fórum.

Todas as passagens de fronteira para Gaza permaneceram fechadas, com o fluxo de ajuda para a faixa interrompido. Hospitais em Gaza estão à beira do colapso total devido à falta de suprimentos médicos desesperadamente necessários, tornando quase impossível tratar as dezenas de palestinos feridos que chegam aos centros médicos diariamente.

Desde a recente retomada e expansão das operações terrestres em Gaza, Israel assumiu o controle de pelo menos 50% do território da faixa. Katz anunciou no sábado a captura pelo exército israelense do recém-criado Corredor Morag, que isola a cidade de Rafah, no extremo sul, da cidade de Khan Yunis.

Katz também disse que o exército em breve ampliará “vigorosamente” sua ofensiva em Gaza.

Mais de 1.630 palestinos foram mortos e mais de 4.300 feridos por Israel em toda a Faixa de Gaza desde que a guerra em Gaza recomeçou em 18 de março.

Enquanto isso, os EUA aprovaram um novo carregamento de milhares de bombas para a Força Aérea Israelense.