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Líder do PT envia notícia-crime contra Bolsonaro após prisão de Ribeiro

O líder do PT na Câmara, deputado federal Reginaldo Lopes (MG), apresentou uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) após a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. O pedido de investigação da conduta do chefe do Executivo federal foi encaminhado ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, com pedido para intimação da PGR (Procuradoria-Geral da República).

O parlamentar pede que seja apurada a “coautoria” e/ou “participação” de Bolsonaro em conjunto com o ex-ministro no caso que culminou com a prisão dele. Isso porque, ressalta o deputado, no áudio obtido pela Folha de S.Paulo, o ex-ministro diz que o envolvimento dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura no MEC foi um pedido de Bolsonaro. No dia seguinte, Ribeiro tentou isentar o presidente.

“Por fim, é importante afirmar que a vinculação do Presidente da República com grupo criminoso antecede a posse do ex-ministro da Educação, na medida em que os Pastores presos e outros, já mantinham uma frequência de encontros com a Primeira Dama Michelle Bolsonaro e visitavam com regularidade o Palácio do Planalto, de modo que a organização delituosa estava sendo estruturada e em atuação há bastante tempo”, explica o deputado Reginaldo Lopes no ofício.

Milton Ribeiro foi preso pela Polícia Federal por suspeita de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos no MEC (Ministério da Educação). A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Ribeiro e dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos.

A PF identificou indícios de crimes na liberação de verbas do fundo com base em documentos, depoimentos e um relatório do CGU (Controladoria-Geral da União) — há três semanas, um novo documento do CGU apontou sobrepreço em edital do FNDE.

*Com Uol

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Polícia Federal: Pastor preso fez depósito de R$ 60 mil na conta de Milton Ribeiro

Defesa de ex-ministro da Educação disse que dinheiro foi depositado porque o Ribeiro vendeu carro para um dos pastores investigados.

A Polícia Federal (PF) identificou um depósito bancário supostamente feito pelo pastor Gilmar Santos ao ex-ministro Milton Ribeiro, segundo a Band. Ambos foram presos por uma operação da polícia na manhã desta quarta-feira, 22.

O valor depositado pelo pastor foi de R$ 60 mil, embora o inquérito seja sigiloso.

O advogado do ex-ministro da Educação alegou que o motivo do depósito seria a negociação de um carro que Ribeiro teria vendido para um dos pastores que também foram presos na operação. São eles: Gilmar Santos ou Arilton Moura Correia.

A defesa diz também que a prisão do ex-ministro é ilegal pois, por ter deixado o Ministério da Educação, não teria condições de atrapalhar as investigações.

*Com 247

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A atriz Guta Stresser revela que está com esclerose Múltipla

A atriz Guta Stresser, 49, revelou em entrevista à Veja que foi “aterrorizante” receber o diagnóstico de EM (esclerose múltipla), doença crônica sem cura, progressiva e autoimune que tem como características inflamação e perdas neuronais.
“Perdi o chão na mesma hora. Nem sabia direito o que era aquilo, só que afetava o cérebro, e só isso me soou aterrorizante”, disse.
Entre os sintomas, a atriz contou que notou perda de memória, inclusive de palavras simples. “Parecia tudo normal até que, durante os ensaios [da Dança dos Famosos)], eu passava a coreografia e, quando terminava, não lembrava de mais nada, nada mesmo. Não entendia o motivo, sempre tive facilidade para essas coisas”
“Mas meu quadro foi se agravando. Comecei a esquecer palavras bem básicas, como copo e cadeira. Se ficava duas horas parada assistindo a um filme na TV, logo sentia dores musculares”, completou a atriz.
O diagnóstico veio após Guta cair na sala de casa e buscar atendimento médico. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de controle da doença. Contudo, as manifestações iniciais da EM compõem um mosaico de sinais e sintomas, e pode ser difícil identificá-la em um primeiro momento. Por vezes, o avanço da enfermidade é lento, os seus sinais poderão ser leves e esporádicos, e ainda se confundirão com os de outras doenças.
“O que é preciso ter em mente é que, ao observar sintomas que aparecem de repente [agudos], especialmente os relacionados à perda de visão ou déficit motor de um dos grupos musculares [perda de força no braço ou na perna], tem de pensar que se trata de uma emergência. Buscar ajuda médica deve ser a decisão imediata”, sugere a médica. O primeiro atendimento pode até ser feito em um pronto-socorro, mas o paciente deverá ser encaminhado para um neurologista.
Saiba reconhecer os sintomas A depender da área acometida pela EM, os sintomas serão variados e podem ser percebidos como um déficit neurológico súbito, que podem até ser confundido com sintomas de AVC (acidente vascular cerebral), como, por exemplo, a perda de movimentos de um lado só do corpo.
Eles ainda podem aparecer e desaparecer e, depois, piorarem.
Apesar disso, a manifestação mais comum é a perda de visão em um dos olhos, dor local, mas também pode ocorrer prejuízo nos movimentos, formigamento ou perda de sensibilidade, e até mesmo de outras funções corporais. Por outro lado, podem ser ainda observados os seguintes sinais:
  • Perda da visão (pode ser de um olho) visão dupla;
  • Tontura ou perda de equilíbrio;
  • Mudança na fala (disastria);
  • Dificuldade para engolir (disfagia);
  • Fraqueza; Tremor;
  • Cansaço;
  • Perda de sensibilidade;
  • Formigamento (parestesia); Perda do tato (disestesia);
  • Incontinência;
  • Constipação;
  • Urgência urinária;
  • Diarreia;
  • Refluxo;
  • Perda de memória;
  • Dificuldade de concentração;
  • Perda das funções executivas;
  • Depressão;
  • Ansiedade.

*Com Uol

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Nazibolsonarismo: Laudo do IML aponta que homem morreu por asfixia por gás em viatura da PRF

Existem três dados centrais para entender as ações violentas de dois policiais Rodoviários Federais em Sergipe e pela chacina ocorrida na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro.

Primeiro, temos que falar sobre o racismo, pois a grande maioria das vítimas dessa violência do estado, estimulada por Bolsonaro, é de negros.

Isso resume não só a comemoração de Bolsonaro e do seu comparsa miliciano, Fabrício Queiroz, que organizava o esquema de peculato e formação de quadrilha no gabinete de Flávio e de Bolsonaro, para entender que o Estado hoje é comandado por uma quadrilha familiar que capturou grande parte das instituições brasileiras, e delas faz gato e sapato.

Ainda ontem Augusto Aras, O PGR, em clara obediência a Bolsonaro, defendeu o indulto de Daniel Silveira, opondo-se frontalmente ao STF.

Naquela reunião ministerial fatídica, Bolsonaro deixou claro que, qualquer um que chegasse perto de algum familiar seu ou aliado estratégico, seria banido de seu governo. Assim tem agido o tempo todo, e nada acontece com ele, mesmo a CPI da covid provando que ele é culpado pela quantidade de mais 665 mil mortos por covid no Brasil.

O fato é que, Bolsonaro, diante dos nossos olhos, quando foi eleito pela fraude eleitoral, em parceira com Moro, junto, acha que recebeu o direito de matar ou mandar matar.

Agora, para manter a horda de imbecis, unida em torno de sua campanha, que está encalhada, com tudo para naufragar, Bolsonaro usa de uma violência nazista verbal para que seus comandados façam de maneira real, como foi o caso ocorrido ontem em Sergipe, em que dois policiais da PRF transformassem a viatura da política em câmara de gás, como os nazistas, matando um homem que sofria de transtorno mental.

É essa a instrução superior de Bolsonaro e, assim, ele faz para manter seus discípulos fieis a uma lógica em que nega a negros, pobres e índios, qualquer resquício de cidadania.

Assistir à narrativa de um desses grupos chamados de elite de polícia, o policial, num flagrante preconceito social, diz que esses policiais são especiais porque sabem atuar nas favelas do Rio de Janeiro. Esse é um detalhe fundamental, não é uma polícia que age assim no Leblon ou em Ipanema, é uma polícia formada para matar favelados, de forma objetiva.

O que ocorreu em Sergipe, assim como no Rio, tem garantia prévia de impunidade. O que mais se lê na internet, é que isso não vai dar em nada, o que é trágico para o país, sobretudo para uma sociedade que, de forma indireta, mantém uma polícia que deveria garantir cidadania e liberdade para todos, através da segurança.

Isso também não deixa de ser fruto de um preconceito no Brasil em que a situação socioeconômica acaba sendo o fiel da balança, porque, no final das contas, isso está na própria formação social e econômica brasileira, simplesmente porque o Brasil tem um modelo cívico herdado da escravidão, seja ele, o modelo cívico cultural, seja o modelo cívico político.

Então, a partir dessa estrutura, vem um cara declaradamente nazifascista, coloca-se acima das instituições e instala um terror racista, enquanto desmonta todas as políticas sociais criadas nos governos Lula e Dilma.

O que ocorreu nesta semana no Brasil, sob o comando de Bolsonaro que, no final das contas foi quem teve peso nessas ações, é parte de um cálculo eleitoral que sua campanha buscou para ver se consegue ao menos deixar de agravar a situação política dele que, como todos sabem, perdendo a eleição perde o poder de controle das instituições e vai direto para cadeia junto com seus filhos, com uma folha corrida de dar inveja aos piores bandidos do país.

Esse é o fato que tem consenso na sociedade brasileira e na mídia.

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Café Antropofágico – Veja o resumo das principais notícias desta quinta, 13/01/2022

  • Covid-19: Brasil recebe 1º lote da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos.

Remessa com 1,2 milhão de doses desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. No total, farmacêutica vai enviar 4,3 milhões de imunizantes em janeiro.

  • Após 6 meses, média móvel de casos conhecidos de Covid volta a superar 50 mil por dia no país.
  • País tem 620.419 óbitos e 22.718.606 casos registrados do novo coronavírus, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. Foram mais de 88 mil novos casos anotados no último dia.
  • Carta de Barra Torres contra Bolsonaro tem 74% de aprovação nas redes. Manifestações favoráveis à vacina levaram o tema a ser o mais debatido no início de 2022.
  • Ataques de Bolsonaro ao Supremo reativam ‘rede do ódio’ contra ministros.
  • Foragido, Allan dos Santos reproduz vídeo com críticas de Bolsonaro e o aconselha a lutar para combater o que ele classifica ‘corja’ do tribunal.
  • PT não abre mão da candidatura de Haddad em São Paulo. O presidente do PT em SP, o ex-ministro Luiz Marinho, diz que não existe nenhuma chance de o partido não lançar candidato ao governo do estado, e que o nome escolhido é o de Fernando Haddad.
  • O dragão da inflação voltou com apetite de leão
  • Inflação no Brasil de Bolsonaro é a 3ª maior em ranking com as principais economias do mundo.
  • Bolsonaro finge que governa enquanto agrada parlamentares com ofertas de vantagens para eles fingirem que acreditam.
  • Presidenciáveis começam a apresentar planos para a economia; conheça as principais propostas. Tema tende a ganhar ainda mais importância no pleito deste ano, em meio a altas taxas de desemprego, inflação.miséria e fome
  • Não existe risco Lula. Grande mídia começa a entender que não há como fazer terrorismo econômico com a volta de Lula. Com o lastro de quem colocou o Brasil entre as 5 maiores economias do planeta, Lula fica imune do velho terrorismo da velha mídia. Economista que passou por vários governos diz que não há qualquer motivo para receio em relação ao ex-presidente, e afirma: “Lula sabe mais de economia do que muitos economistas. Se há descontrole fiscal, o dólar sobe, a inflação sobe, e o trabalhador perde. Isso é muito claro na cabeça dele”
  • “O mercado já está vendo que é muito melhor ter um presidente que gaste um pouco mais com o social, mas sem perder o controle da política fiscal, do que um presidente que pode criar uma crise de grandes proporções a qualquer momento. O gasto a mais pode ter previsibilidade, a instabilidade institucional é um risco incalculável”, diz o ex-ministro ouvido pelo Globo.

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Jair Renan, filho mais novo de Bolsonaro, é intimado para prestar depoimento à PF sobre suspeita de vantagem indevida de empresário

Inquérito apura recebimento de carro elétrico de R$ 90 mil por parte do filho do presidente, doado por empresário com interesses no governo federal.

Segundo O Globo, a Polícia Federal intimou o filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, para prestar depoimento em inquérito que apura o pagamento de suposta propina por empresários com interesses na administração pública. O depoimento deve ocorrer ainda nesta semana.

A investigação tramita na Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal. Documento do inquérito aponta que houve associação de Jair Renan com outras pessoas “no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade. O núcleo empresarial apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários”.

Outros alvos da investigação também devem ser ouvidos ao longo da semana. O inquérito está na reta final, de acordo com fontes que acompanham o caso. Depois, a PF produzirá o relatório final para apontar se houve cometimento de crime por parte do filho mais novo do presidente.

As suspeitas sobre Jair Renan Bolsonaro envolvem a utilização da empresa de eventos dele, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para promover articulações entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

O grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção e tem interesses junto ao governo federal presentou Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil. Um mês após a doação, em outubro do ano passado, representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, uma das empresas do conglomerado, se reuniu com Marinho. Segundo o ministério, o encontro, que também teve a participação de Jair Renan, foi marcado a pedido de um assessor especial da Presidência.

Procurado, o o advogado de Jair Renan, Frederick Wassef, disse que não poderia comentar sobre a intimação de seu cliente porque o inquérito corre em segredo de justiça. Wassef, porém, argumentou que o 04 não cometeu nenhuma irregularidade e atribuiu a abertura do inquérito a uma suposta “perseguição da esquerda”.

As investigações ainda estão em curso, e o inquérito tramita em segredo, portanto eu não posso falar absolutamente nada do inquérito. O que eu posso afirmar é que Jair Renan jamais ganhou qualquer carro que seja, e jamais praticou qualquer ato irregular ou ilícito. Trata-se de uma investigação instaurada por manifestação e requerimento de parlamentar de esquerda — afirmou.

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STF anula todas as decisões do juiz Marcelo Bretas na Operação Esquema $

Em acórdão publicado, a 2ª Turma do Superior Tribunal Federal (STF) anulou todas as buscas e apreensões determinadas pelo juiz Marcelo Bretas na Operação Esquema $, e declarou a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro incompetente para julgar o processo.

No documento, divulgado nesta quarta-feira (3/11), foram anuladas apreensões promovidas, por ordem de Bretas, em 75 escritórios de advocacia no último ano. A Operação Esquema $ investiga a atuação de advogados em um esquema de tráfico de influência que abrange a Fecomércio e outras entidades do estado.

O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, destacou na operação a tentativa de fishing expeditions — ampliação de medidas do processo para obtenção de novas provas que fundamentem outras ações. Ainda na decisão da Corte, os ministros apontam uma ligação do então presidente da Confederação Nacional do Comércio, Antônio Oliveira Santos, com a campanha em prol das “10 Medidas de Combate à Corrupção”, projeto de lei apoiado pelo MPF e pelo juiz do caso, Bretas.

Os escritórios que sofreram com as buscas afirmam que irão buscar reparação dos prejuízos e abalos na imagem causados pela operação. A Polícia Federal deve devolver todo o material apreendido nos endereços.

*com informações do Correio Braziliense

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O bolsonarista de aluguel, Caio Coppolla, foi sumariamente demitido da CNN

Plantado dentro da CNN por Bolsonaro para defender seus maiores absurdos, Caio Coppolla é a segunda vítima a sofrer um cancelamento da emissora. O primeiro foi Alexandre Garcia, lacaio de 1ª ordem de Bolsonaro que dispensa apresentações.

Garcia foi tocado da emissora por insistir em propagar kit cloroquina a mando da Secom do governo Bolsonaro.

Em comunicado à imprensa enviado nesta sexta-feira (29), a CNN Brasil explicou que optou pela não renovação do contrato de Coppolla que se encerra em 31 de outubro.

O contrato entre a CNN Brasil e o comentarista político Caio Coppolla se encerra no próximo dia 31, e as partes comunicam que decidiram, em comum acordo, não renovar a parceria de dois anos. A edição da tarde do quadro Liberdade de Opinião, do qual Coppolla fazia parte, não voltará ao ar.

Ou seja, um pelego a menos para defender o genocida.

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STF ordena que o juiz Marcelo Bretas anule suas decisões ilegais no caso da Fecomercio; juiz obedece

Cumprindo decisão do Supremo Tribunal Federal, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, ordenou que sejam levantados os bloqueios de bens e valores de advogados determinados por ele em investigação de supostos desvios na Fecomercio.

No último dia 10, a 2ª Turma do Supremo decidiu pela incompetência absoluta da Justiça Federal para analisar o tema, conforme jurisprudência ampla da Corte.

Antes disso, porém, o juiz promoveu uma devassa na vida de advogados que estavam na mira da “lava jato”, determinando o bloqueio de mais de R$ 1 bilhão no âmbito de uma investigação de supostos desvios de R$ 151 milhões — a título de “dano moral coletivo”, o que não pode ser feito em ação penal, segundo jurisprudência do Supremo. Os escritórios passaram meses com as contas sequestradas e relataram dificuldade para tocar suas operações.

Em ofício enviado ao Conselho Nacional de Justiça, a Procuradoria-Geral da República, recentemente, informou já ter celebrado três acordos de delação premiada que implicam o juiz Marcelo Bretas, por irregularidades e fraudes praticadas por ele.

Na decisão de levantar o bloqueio, nesta quarta-feira (18/8), em obediência ao STF, Bretas também determina a remessa de duas ações penais, quatro cautelares, uma busca e apreensão e do sequestro dos bens para o setor de distribuição da justiça comum do estado do Rio, conforme ordenado pelo Supremo.

A Polícia Federal também deve devolver todo o material apreendido nas buscas, que, segundo relatos de advogados à ConJur, corroborados pelos depoimentos registrados pela OAB na reclamação, não tiveram acompanhamento de representantes da Ordem.

No processo, Bretas aceitou denúncia formulada com base na delação de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomercio-RJ. Diniz foi parar na cadeia duas vezes por suposto desvio de verbas entre 2007 e 2011 e tentou por mais de dois anos emplacar sua colaboração premiada. Só conseguiu, segundo publicou a revista Época, depois que concordou em delatar advogados que estavam na mira da “lava jato” por defender clientes acusados de corrupção. Em troca da delação, Diniz ganhou a liberdade e o direito de ficar com cerca de US$ 250 mil depositados no exterior, de acordo com o MPF do Rio.

*As informações são do Conjur

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Exclusivo: Dallagnol comprou apartamento de luxo por valor abaixo do de mercado

O procurador da república Deltan Dallagnol comprou em setembro de 2018 apartamento que ocupa um andar inteiro na rua Manoel Eufrásio, 235, em área nobre de Curitiba, o bairro Juvevê, que tem um dos metros quadrados mais caros da cidade.

A escritura, registrada no 8º Tabelionato de Notas de Curitiba, informa que Dallagnol pagou R$ 1,8 milhão pelo imóvel, em duas parcelas. A primeira foi de R$ 750 mil. A segunda foi quitada três meses depois, no valor de R$ 1,05 milhão.

O imóvel ocupa todo o terceiro andar do Plymouth Hill’s, com área construída privativa de 393 metros quadrados, mais áreas comuns e três vagas na garagem que totalizam quase 600 metros quadrados.

Um imóvel no mesmo condomínio está sendo vendido hoje — dois anos e seis meses após a compra feita por Dallagnol — por R$ 3,1 milhões.

O apartamento que fica um andar abaixo do de Dallagnol, o 241, foi vendido dois anos e três meses antes, em junho de 2017, por R$ 2,375 milhões.

Os dois valores indicam que Deltan Dallagnol pagou um preço abaixo do de mercado, o que pode revelar subfaturamento, que ocorre quando o comprador não pode justificar receita para a compra ou o vendedor quer sonegar impostos.

Os apartamentos do Plymouth Hill’s tem quatro vagas na garagem, vista panorâmica, com hall de entrada, lavabo, escritório, living para três ambientes, sala, varanda ampla, sala de jantar, sala íntima com lareira, espaço gourmet com churrasqueira, quatro quartos (duas suítes), lavanderia e “dependência completa para empregada”.

O imóvel igual ao de Dallagnol que está hoje à venda informa que o padrão do condomínio é “Hugo Peretti”.

Dallagnol, que é casado com Fernanda Murão Ribeiro Dallagnol, advogada, comprou o imóvel da Ebel Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda, uma empresa de Curitiba que não tem site nem telefone de contato.

Suas proprietárias são Thereza Elizabeth Bettega Castor e duas filhas, Carolina e Adriana. Thereza é tia do procurador Diogo Castor de Mattos, que foi estagiário de Deltan Dallagnol dois anos antes de assumir uma vaga no Ministério Público Federal e integrar a Lava Jato, como uma de suas primeiras atribuições.

Thereza é viúva de Belmiro Valverde Jobim Castor, irmão de Cristina Jobim Castor, mãe de Diogo. Belmiro foi secretário de Estado em três governos do Paraná e também integrou a diretoria do Bamerindus.

Em ações na Justiça, uma das advogadas que defende Thereza é Analice Castor de Mattos, irmã de Diogo e sócia do escritório de advocacia Delivar de Mattos & Castor, que representou diversos clientes que celebraram acordo de delação premiada com a Lava Jato, inclusive o casal João Santana e Mônica Moura.

Em 2017, Moro chegou a liberar R$ 10 milhões da conta do casal para, entre outras despesas, pagar honorários advocatícios. O dinheiro não foi liberado naquele momento porque a Procuradoria da Fazenda Nacional interveio e lembrou ao magistrado que os créditos fiscais tinham precedência sobre os honorários dos advogados.

Em 2019, Diogo Castor de Mattos foi afastado da Lava Jato após ser flagrado em uma atitude ilegal.

Ele assumiu que pagou por outdoor com elogios a si próprio e a outros integrantes da Lava Jato, mas ocultou o pagamento.

Na empresa que instalou o painel, a Outdoormídia, aparece indevidamente o nome de João Carlos Queiroz Barbosa como contratante.

João Carlos, que é músico e professor e se mudou de Pernambuco para o Paraná há alguns anos, denunciou o caso à Polícia e à corregedoria do Ministério Público Federal. Ele mora na periferia de Curitiba.

“Usaram o meu nome, talvez porque eu seja do Nordeste e acharam que eu não ia saber ou reclamar”, disse ao Brasil 247 João Carlos, que é conhecido como JC Batera.

As mensagens acessadas pelo hacker Walter Delgatti Neto mostram Deltan Dallagnol acobertou o caso, juntamente com o corregedor-geral do Ministério Público Federal da época, Oswaldo Barbosa.

Castor de Mattos pediu afastamento da Lava Jato na sequência, sob alegação que estava se submetendo a tratamento psiquiátrico — ao que tudo indica, uma desculpa para ocultar a real motivo.

Quando as mensagens foram divulgadas e JC Batera denunciou o uso indevido de seu nome, o caso foi reaberto na Corregedoria, que reconheceu o crime de falsidade ideológica, mas disse não poder punir Castor de Mattos em razão da prescrição.

O Conselho Nacional do Ministério Público abriu processo administrativo que pode resultar na demissão de Castor de Mattos — o corregedor do CNMP recomendou três meses de suspensão.

A imagem da Lava Jato nem de longe é a mesma de setembro de 2018, quando Dallagnol comprou o imóvel.

Ele ainda demorou alguns meses para se mudar com a família, já que esperou pela conclusão da reforma contratada junto a um escritório de arquitetura de Curitiba.

Naquela época, o Brasil já afundava na crise econômica, e Deltan exibia sinais de prosperidade. Para comprar o imóvel e fazer a reforma, não precisou nem vender o apartamento padrão Minha Casa Minha Vida que adquiriu em Ponta Grossa em 2013.

Ele comprou duas unidades, na planta, de um programa destinado a pessoas de classe média baixa. Pagou cerca de R$ 80 mil.

O imóvel vale hoje cerca R$ 180 mil, e está vazio, embora seja grande a demanda por residência na região, por se encontrar a 400 metros de uma universidade pública.

Fechado, o apartamento serve à especulação.

O procurador Deltan Dallagnol foi procurado por meio da assessoria de imprensa do Ministério Público Federal, a quem enviei o seguinte texto:

O procurador da república Deltan Dallagnol comprou apartamento na rua Manoel Eufrásio, 235, Curitiba, conforme escritura lavrada no 8o. Tabelionato de Notas da cidade, em 6/09/2018. Ele teria pago R$ 1,8 milhão pelo apartamento, bem abaixo do valor de mercado. Consulta a uma imobiliária dá conta de que um imóvel no mesmo condomínio está sendo vendido hoje a R$ 3,1 milhões. Também soa estranho que a vendedora do imóvel seja uma empresa que tem como titular a tia do também procurador Diogo Castor de Mattos.

Pergunto: 1) O MPF tem conhecimento dessa transação imobiliária? 2) Se tem conhecimento, está investigando? 3) O que o procurador Deltan Dallagnol tem a dizer sobre essa compra? 4) Ele daria entrevista? 5) Deltan Dallagnol só mudou para o apartamento depois de concluída reforma contratada por ele mesmo. Ele próprio teria pago pela reforma. Quanto custou? 6) De onde vieram recursos para a compra e reforma de um apartamento de alto padrão? Com o salário de procurador, é possível fazer essa compra? Observação: Para comprar o apartamento e fazer a reforma, ele nem precisou vender uma das duas unidades do Minha Casa Minha Vida que adquiriu em 2013 e que se encontra fechada. Como vou mencionar que ele tem essa propriedade, pergunto: comprar imóvel (destinado a pessoas de classe média baixa) e deixar fechado por tanto tempo não pode ser considerada especulação imobiliária?

Seguem as respostas do procurador:

“1. O apartamento adquirido pelo procurador e sua esposa em 2018 custou R$ 1.800.000,00, valor absolutamente compatível com a idade e estado de conservação do apartamento (da década de 90), com os anúncios de venda da época em patamar bastante inferior ao atual, com o andar baixo, com sua baixíssima liquidez, com o fato de estar há vários anos anunciado para venda sem que tenham surgido outros compradores e com o fato de que, dos 28 apartamentos do edifício, nove estavam à venda, vários anunciados há bastante tempo. Para os anúncios à época, não surgiam compradores, o que permitiu a aceitação da proposta feita, com pagamento de valor significativo à vista. Negociação em patamar semelhante à do negócio feito foi iniciada com os donos dos vários apartamentos do mesmo prédio naquele ano, em paralelo.

2. O valor da venda foi também totalmente compatível com o preço de mercado de imóveis similares da região, com idade e estado de conservação semelhantes. Assim, por exemplo, o preço de metro quadrado pago foi superior ao preço de dois apartamentos vendidos na mesma época no edifício Michelângelo (por cerca R$ 4.400,00 por metro quadrado), situado na mesma região e com características semelhantes, embora aquele outro prédio (Michelângelo) tenha área compartilhada mais ampla, com mais utilidades e benfeitorias.

3. O valor do apartamento adquirido, assim como da reforma feita, é plenamente compatível com o patrimônio e a renda do procurador, que tem dezoito anos de serviço público como procurador da república, e de sua esposa. Diversos procuradores e juízes, aliás, têm imóveis de valor semelhante ou maior. Os vencimentos do procurador são publicados no portal da transparência e pode-se facilmente constatar sua compatibilidade com a aquisição da moradia. Se o apartamento tivesse valor maior do que as condições dos adquirentes – o que não era o caso -, poderia ter sido financiado.

4. O procurador Deltan Dallagnol e sua esposa adquiriram o apartamento com recursos próprios, oriundos do patrimônio, do salário e da renda sua e de sua esposa, que incluem a venda de dois imóveis anteriores, tudo declarado em imposto de renda. De fato, para a aquisição, Deltan Dallagnol e sua esposa venderam seu imóvel anterior por R$ 980 mil, e um segundo imóvel por R$ 117.700.

5. O procurador comprou há muitos anos, à vista, dois apartamentos localizados em Ponta Grossa, que estavam disponíveis para venda pela construtora FMM, sem qualquer tipo de restrição. A compra aconteceu à vista, ou seja, não houve financiamento pelo programa Minha Casa Minha Vida ou de qualquer outro tipo. O procurador não recebeu qualquer informação, quando da compra, sobre o modo como se deu a construção, isto é, se a construtora efetuou a construção dos imóveis com recursos próprios ou mediante financiamento. As operações foram declaradas em imposto de renda e plenamente legais.

6. O procurador Deltan Dallagnol repudia tentativas espúrias de lançar dúvidas levianas sobre negócios privados absolutamente lícitos e regulares, bem como de invadir e expor a intimidade de sua família por meio de drones com câmeras utilizados pela reportagem.”

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A compra do apartamento de luxo por Deltan Dallagnol foi descoberta na apuração do documentário sobre o hacker Walter Delgatti Neto e a verdade sobre a Lava Jato. O documentário contará esta e outras histórias inéditas.

*Joaquim de Carvalho/247

*Foto destaque: Apartamento do Dallagnol (Foto:Thiago Monteiro) (Foto: Apartamento do Dallagnol (Foto:Thiago Monteiro).

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