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A PEC da compra de votos a três meses da eleição chama-se fraude eleitoral

Enquanto Bolsonaro tenta construir sua candidatura com a carteira alheia para comprar votos com criação de novos “auxílios sociais” e reajustes de outros, o Brasil real mostra uma grande debandada e 6 milhões de pedidos de demissão, fazendo o Brasil bater recorde de desligamentos de trabalho registrados no último ano.

Foi esse Brasil real que apontam dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) compilados pela LCA Consultores. Isso, em um cenário de desemprego extremamente alto em que uma enorme faixa da população tem dificuldade de voltar ao mercado.

Ou seja, com Bolsonaro, nada é tão trágico que não possa piorar. Há sempre um espaço extra para ele encaixar uma nova tragédia que acaba explodindo nas costas do próprio povo.

Essa construção artificial de Bolsonaro, que hoje se encontra no vale dos desesperados, é absolutamente artificial, sob qualquer ponto de vista, porque nem auxílio social isso é, pois termina logo após a eleições, além de uma confissão escancarada e despudorada de que isso não passa de uma fraude eleitoral, que deveria ser coibida pelo TSE que, até agora, não disse um A sobre essa manobra espúria que está sendo aplicada na tentativa de nutrir uma candidatura presidencial que está empacada.

Isso é um deboche  com a própria eleição que, independente de surtir o efeito desejado, é uma confissão de fraude constituída pelo próprio poder para tentar burlar o resultado das eleições que se encontram claramente desfavoráveis a Bolsonaro.

Não é possível que uma fraude de tamanho GG como essa, que contém todos os ingredientes de um crime eleitoral, passe incólume diante dos tribunais brasileiros. Ou se faz algo para suspender esse absurdo ou teremos uma eleição batizada, adulterada por um insano manjado que não vê limites na prática de crimes, justamente porque segue impune, utilizando as próprias instituições para se blindar e aos seus.

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Na hierarquia do clã Bolsonaro, Queiroz e Wassef têm patente de general e Braga Netto de recruta zero

Para começar a conversa, pergunta a ser feita sobre Braga Netto não é o que ele fala, mas quem se importa com o que ele fala.

Se ele vem com o já exaurido fetiche de golpe, se Bolsonaro não vencer as eleições, sejamos francos, não vale a pena gastar uma banana com ele.

Braga Netto não pode sequer ser chamado de general água e sal pela sustança jurídica que seu extrato apresenta. Ele não é alguém considerado o verde Olavo e, muito menos um Hércules medalhonado que tenha força voz de verdade nas quatro linhas do comando das Forças Armadas.

Se hoje, Bolsonaro utiliza Braga Netto como agente químico para dar algum sentido à campanha, é a de neutralidade, ao melhor estilo “muito ajuda quem não atrapalha”.

Por isso, suas palavras a empresários na última sexta-feira têm valor politicamente nulo, para não dizer inútil e descartável.

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Bolsonaro foi de “mito” a encosto. A desistência de Datena e a empacada campanha de Tarcísio, mostram isso

A candidatura de Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo está com os dois pés emperrados, para ser mais explícito, estacados. Para ser ainda mais claro, está bolsonarado. E, se continuar na disputa, sua candidatura nem conservará a pontuação que mostram as pesquisas, a tendência será de queda.

Na verdade, a não confessada desistência de Datena, por estar no partido de Bolsonaro, é um claro sinal de que o “mito” virou um encosto.

Na realidade, para ser justo com a história, no último pleito para prefeitos, todos os candidatos que Bolsonaro botou a mão na cabeça, desabaram de podre. Ele perdeu em todas as cidades em que se meteu a apoiar.

Sua própria candidatura à reeleição segue empacada, sem fazer qualquer movimento, mínimo que seja. Agora, tenta azeitar sua rejeição cometendo claro crime eleitoral de utilização de bilionária verba pública, na tentativa de comprar votos.

O fato é que, no seco, a população não engole Bolsonaro e acompanha atentamente o movimento dos preços do mercado, porque não tem outra forma de mensurar a tragédia desse governo que sente no próprio calo, justamente porque Bolsonaro não só ignorou os pobres, mas fez questão de massacrá-los para dar uma de Robin Hood às avessas, deixando os milionários ainda mais ricos nas costas da imensa maior parte da população.

Por isso, São Paulo, que hoje amarga o título de capital com o maior número de pessoas em situação de rua, devolve a Bolsonaro a expressão mais clara de um governo que fez de tudo para pisar no pescoço dos desvalidos e fazer degraus políticos no meio dos muito ricos, transformando-se num encosto eleitoral concentrado e ativo.

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Quase fui às lágrimas com a “história de vencedor” do banqueiro Luis Stuhlberger que prefere Bolsonaro a Lula

Segundo o agiota verde, Lula, que tirou 40 milhões da miséria e colocou o Brasil entre as 6 maiores economias do planeta, é incompetente.

Para ele, Bolsonaro que devolveu 33 milhões de brasileiros a miséria e a fome, nos chutando para a 14ª posição entre as economias globais, é competente.

Temos que respeitar o sujeito banqueiro. Sua história é de “superação”
O cara veio do nada, só tinha um pai banqueiro, que também era dono de uma grande construtora e uma petroquímica. A única coisa que o modesto disse que tinha era uma inteligência aguda.

Fico pensando aqui com meus botões de uma blusa de malha, que essa porra chamada elite brasileira, não mudou merda nenhuma um século depois que Mário de Andrade recitou na Semana de Arte Moderna de 1922 “Ode ao Burguês” do seu livro Pauliceia Desvairada.

“Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros!
que vivem dentro de muros sem pulos;
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os “Printemps” com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
o èxtase fará sempre Sol!
Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
– Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
– Um colar… – Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!
Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burguês!…
Escrever para C Henrique Machado

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Datafolha: 1 em cada 4 brasileiros diz que falta comida em casa. O culpado disso se chama Bolsonaro

Como um pilantra que, junto com o juiz herói, fraudou a eleição em 2018 e detonou a vida dos brasileiros desancando o país?

Essa mistura de vagabundagem, perversidade, corrupção e bandidagem em estado puro, curtida por insanos das classes média e alta, faz com que, segundo o Datafolha, 26% dos brasileiros sofram com a falta comida em casa.

É uma loucura, porque, como disse Dilma, todos os países que erradicaram a fome e a miséria, como os governos do PT fizeram, diferente do Brasil, nunca mais voltaram a viver essa privação que assola um quarto da população.

Esse desvairado, que fez do pais um balcão de ofertas para bilionários, estelionatários, charlatães, milicianos, garimpeiros e madeireiros, promoveu um distúrbio social fora do comum em menos de quatro anos de governo.

E ainda quer se reeleger. Que as eleições cheguem logo!

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Cúpula militar avisa que usa luva de látex e não se contamina por um insano golpista expulso do exército

O primeiro sinal de que Bolsonaro está envolvido numa barafunda de malfeitos, é ele ameaçar dar golpe, isso quando não foge para o hospital Albert Einstein, dizendo que está entupido por conta daquela cômica farsa da facada.

E foi exatamente isso que fez agora, quando a PF escancarou que ele e Milton Ribeiro, aos olhos da realidade, são vistos como uma só pessoa.

Ou seja, a corrupção no MEC é um produto que tinha um comando que operava a quatro mãos diante desse escândalo que tomou o país de assalto, mas não de surpresa e, por isso Bolsonaro sacou a esfarrapada carta da manga de que, se o apertarem muito, ele pode dar um golpe.

Estamos falando de um sujeito que não tem aonde estar mais afundado numa posição rastejando para o Centrão que, na verdade, é quem manda nessa joça que está levando o país à insolvência com orçamento secreto e uma gama de inconfessáveis práticas nada republicanas.

Quando a cúpula das Forças Armadas diz que não compactua com as ameaças de golpe, ela, simplesmente tira o chão do cínico, que foi expulso do exército há 34 anos por picaretagem e ameaça de terrorismo, deixando claro que Bolsonaro vive de fraudes e embustes.

Não é sem motivos que o Datafolha revelou que a imensa maioria do povo brasileiro não acredita numa vírgula dita pelo delinquente.

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Sem saída, Bolsonaro volta a defender Milton Ribeiro para defender-se do indefensável

Não há qualquer nobreza em Bolsonaro na estratégia de voltar a defender a indefensável inocência do ex-ministro do MEC, ao contrário, diante de extrato tão explícito de provas do envolvimento de Bolsonaro com Ribeiro, e este com os pastores vigaristas que faziam lobby no MEC e os mesmos charlatães com Bolsonaro, podemos ver o círculo de fogo que o escorpião está metido.

Todos sabem que só existem duas opções para Bolsonaro neste momento, ou peita o fogo ou se envenena. Como é insuicidável, e não tem bala na agulha para enfrentar o fogo na base do cuspe, porque não tem respaldo dos militares para dar golpe, coisa que, convenhamos, está fora de moda no mundo, Bolsonaro teve que enfiar a viola no saco e defender o pastor Milton Ribeiro que, hoje, está num nível de desgaste dentro do universo evangélico que, sem sombra de dúvida, atinge frontalmente a candidatura de Bolsonaro.

Temos muitos cálculos aí que a “inteligência” de Bolsonaro colocou na mesa. A única equação possível a essa altura do campeonato, foi essa, o cinismo esdrúxulo e oco de defender a moral ilibada de um tremendo picareta.

Bom, pelos parâmetros de um presidente que sempre nos perguntamos, qual crime esse portento polivalente ainda não cometeu? faz sentido Bolsonaro dizer que não há indício sequer de prova de corrupção envolvendo seu ex-ministro da Educação, aquele que Bolsonaro, por obra de sua mediunidade de premonição, ligou para dizer para ele se preparar porque o bicho ia pegar e, antes da PF chegar, ele se livrar, queimar, apagar, destruir qualquer prova que engrossasse ainda mais sua lista de delitos que, por osmose, aumentaria a do próprio Bolsonaro.

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Estavam juntos em motociata nos EUA, ministro da Justiça, que passou a informação da PF para Bolsonaro e o fugitivo Allan dos Santos

O ministro da Justiça, Anderson Torres, como a maior autoridade judicial do país, não quis explicar por que participou de uma motociata com Bolsonaro nos EUA, ao lado do fugitivo da justiça, Allan dos Santos.

Torres que, provavelmente, passou para Bolsonaro a informação sobre a operação da PF na casa de Milton Ribeiro, recusou-se a tocar no assunto sobre Allan dos Santos, onde esteve em audiência pública na Comissão dos Direitos Humanos, quando o deputado Davi Miranda lhe perguntou por que Torres não informou à Polícia Internacional, à Interpol, a localização de Allan dos Santos, procurado pela justiça brasileira.

Ou seja, siga os passos já dados pelo ministro da Justiça e tirem vocês mesmos a conclusão de que ele passou ou não informação a Bolsonaro sobre a busca e apreensão da PF na casa de Milton Ribeiro, na mesma viagem para os EUA em que ele participa da motociata ao lado de Allan dos Santos.

Outra pergunta que se faz, o que o sistema de justiça brasileiro tem a dizer sobre mais essa atitude do ministro da justiça. Será que nós assumimos de vez institucionalmente a condição de país bananeiro?

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O grampo da PF com Ribeiro, mostra Bolsonaro agindo como um criminoso fugindo da polícia durante uma operação policial

A história apertou o passo contra Bolsonaro.

A cada momento surge uma nova revelação e seu inútil esforço de tentar segurar a marimba, só aumenta a pressão sobre ele.

O fato é que esse seu telefonema sensitivo a Ribeiro virou o principal assunto o país inteiro, porque se parece com a de um criminoso comum fugindo de uma batida policial e avisando a um comparsa para ele sumir com um flagrante. Ou seja, é uma cena cotidiana que o brasileiro lê nas páginas policiais dos jornais populares.

Numa visualização, seja ampla ou cirúrgica, a imagem que se tem de Bolsonaro hoje é que seus crimes gritam e ecoam pelo país.

Há sempre muito dinheiro em jogo envolvendo os filhos e o próprio.

Dizem por aí que, para a justiça, não tem certo nem justo. É só a versão mais convincente.

A versão de Bolsonaro sobre esse escabroso escândalo que envolve seu telefonema sensitivo ao enrolado ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, não convence ninguém.

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Janio de Freitas: O Brasil real escancara-se com Milton Ribeiro e pastores e a delinquência se desnuda

O jantar era um velório antecipado e os convivas não sabiam. Foram convidados a homenagear Gilmar Mendes pelos 20 anos completados no Supremo. Nunca houve isso, nem o patrocinador do gasto público, presidente da Câmara, é dado a finezas. Quem não percebeu na ocasião ainda pode saber que Arthur Lira aproveitou a data para proporcionar na casa oficial, entre dezenas de figurantes ilustres ou longe disso, o encontro desejado por Bolsonaro com o ministro Alexandre de Moraes.

Há dúvida sobre o tempo em que conversaram o acusado e o condutor das ações penais contra Bolsonaro. Menos de 48 horas depois, o que tenha sobrado da conversa destroçava-se, ao som de diálogos a um só tempo suaves e fulminantes do casal Milton Ribeiro.

O aviso de Bolsonaro ao ex-ministro e pastor, sobre busca da Polícia Federal em sua casa, não foi só interferência contrária a uma investigação da Polícia Federal. Não foi só a violação de sigilo oficial por interesse particular e criminal. Não foi só o conhecimento de motivos para prevenir o ex-ministro.

É também um chamado ao Tribunal Superior Eleitoral para considerar a nova condição do candidato Jair Bolsonaro. No mínimo, suspendendo-lhe o registro até que o Supremo defina os rumos processuais do caso e, neles, a condição do candidato implicado. Isso independe da responsabilização de Bolsonaro como presidente.

É um sistema quadrilheiro que começa a desvendar-se. Ficam bem à vista duas estruturas que têm a Presidência da República como elo entre elas. Uma age dentro da administração pública, em torno dos cofres, e reúne pastores da corrupção religiosa, ocupantes de altos cargos e políticos federais e estaduais. A outra age do governo para fora, na exploração ilegal da Amazônia, em concessões injustificáveis, e em tanto mais. Duas estruturas independentes que se conectam na mesma fonte de incentivos, facilitações e proteção para as práticas criminais.

A investigação de todo esse dispositivo de saque é complexa. O desespero do pastor Arilton Moura emitiu uma informação de dupla utilidade, para os investigadores e para os seus camaradas de bandidagem: “eu vou destruir todo mundo”, se a sua mulher for atingida de algum modo.

Logo, são muitos os implicados, incluindo esposas como possíveis encobridoras de bens ilegais. E, contrariando sua simpática discrição, mesmo Michelle Bolsonaro e suas ligações com pastores da corrupção, a começar com Milton Ribeiro por ela feito ministro.

O que se sabe do “todo mundo” está longe da dimensão sugerida pelo pastor. Uma das várias dificuldades iniciais para avançar com a investigação está na própria PF, em que se confrontam a polícia de policiais e a polícia de delinquentes (por comprometimento político ou não).

O embate público dos dois lados apenas começou, com a certeza de que o aviso dado por Bolsonaro partiu da PF contra a PF e, preso o ex-ministro, com ações a protegê-lo.

É imprevisível o que se seguirá no confronto de extrema gravidade: sem uma limpeza no quadro de chefes de inquéritos, a confiança na PF dependerá de saber, como preliminar, se a ação policial é de policiais ou de delinquentes. E não é fácil sabê-lo.

Note-se, a propósito, que eram dois os informados da então próxima prisão de Milton Ribeiro: o diretor-geral da PF, delegado Márcio Nunes de Oliveira, e o delegado Anderson Torres, ministro da Justiça que acompanhava Bolsonaro nos Estados Unidos, sem razão oficial para isso, quando o ex-ministro recebeu de lá o telefonema sobre a busca policial. Sem o esclarecimento dos seus papéis nessa transgressão, os dois bastam para comprometer a PF até como instituição.

Quando Bolsonaro procurava o ministro Alexandre de Moraes, com pedidos ou propostas, já o lado policial da PF cuidava de expor, na voz do ex-ministro, o crime de responsabilidade do presidente ilegítimo. Bolsonaro ruía com seu governo e seus pastores. O Brasil real escancarava-se outra vez, faltando-lhe mostrar, no entanto, onde o bolsonarismo militar vai encaixar, no novo cenário, o seu inimigo —a urna eletrônica, preventiva da corrupção também eleitoral.

*Com Folha

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