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Na contramão do PL, Cláudio Castro afirma que Flávio Dino tem tudo para ser um ministro maravilhoso

O governador Cláudio Castro tem relações fraternas com Flávio Dino. À época em que Dino comandava o Maranhão e Castro, o Rio, após o impeachment de Wilson Witzel, fizeram dupla em defesa do fortalecimento de posições comuns no fórum de governadores, Vem daí a simpatia e a proximidade do político fluminense com o novo integrante do STF.

Por esta razão, o governador do Rio tem ido na contramão de seu partido, o PL, ao analisar a escolha de Flávio Dino para o Supremo.

Aliado de Jair Bolsonaro e membro do mesmo partido, Castro disse à Bela Megale, de O GLOBO, que Dino “tem tudo para ser um ministro maravilhoso”.

— Dino sempre foi muito correto comigo. Fui a Brasília para me reunir duas vezes com Dino. Ele veio ao Rio e esteve duas vezes comigo. Se continuar como foi na pasta da Justiça, nossa relação será ótima. Com Dino fazendo o que disse que fará, que é sair da política ao entrar no Supremo, ele tem tudo para ser um ministro maravilhoso — disse Castro.

Ambos se aproximaram após ações conjuntas para reprimir o crime organizado no Rio. Castro lembrou ainda que foi “elogiado” por Dino na sabatina.

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Queiroz reclama de abandono por Bolsonaro: “Castigo vem a cavalo”

O ex-policial militar Fabrício Queiroz, que foi acusado de operar esquema de rachadinhas, reclama de relação com Bolsonaro ter acabado.

O ex-policial militar Fabrício Queiroz comentou a relação com o clã Bolsonaro. Em entrevista à revista Veja, publicada nesta sexta-feira (15/12), Queiroz reclamou da ingratidão e indicou estar magoado com a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), diz Guilherme Amado, Metrópoles.

“Bolsonaro foi presidente da República. Poderia arrumar algum lugar para eu trabalhar. Já hospedei em casa o Jair Renan, a filha da Michelle… Mesmo assim, nunca tive aceno deles. Até mesmo se eu fosse bandido, não deveria me abandonar. Mas não tem mágoa com a família nesse sentido. Mas a gente vê o que acontece quando tem ingratidão. O castigo vem a cavalo”, afirmou à Veja.

A relação do ex-policial com a família do ex-presidente acabou após o Ministério Público do Rio de Janeiro acusar Queiroz de operar um esquema de rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando o filho “01” de Jair Bolsonaro era na Assembleia Legislativa do Rio. A denúncia, porém, foi anulada pela Justiça.

O ex-policial militar, na entrevista, indicou que, embora seja pressionado para denunciar ações de Bolsonaro, não tem nada para falar e que não guarda nenhum segredo. “E, se tivesse… A família dele não é melhor que a minha para ele sacrificar a minha família e a dele ficar bem. Porque a dele está bem. Na dele, todos são políticos, todos ganham bem. Vou segurar a viola deles para a minha se ferrar? Jamais”, contou.

Queiroz disse que a última vez em que falou com alguém da família Bolsonaro foi em 2022, época em que queria se candidatar a deputado estadual. Mas o apoio não ocorreu.

Reportagem da coluna de Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelou a pressão de Queiroz e a maneira como ele ainda empareda os Bolsonaro. As mensagens foram enviadas por WhatsApp a Alexandre Santini, ex-sócio de Flávio Bolsonaro, quando Queiroz e os Bolsonaro, em razão das investigações sobre as rachadinhas, vinham evitando o contato direto.

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Decisão do Congresso que derrubou vetos ao Marco Temporal deixa terras indígenas mais vulneráveis que sob Bolsonaro

A derrubada pelo Congresso dos vetos de Lula ao marco temporal deixa as terras indígenas menos protegidas por lei do que estavam no governo Bolsonaro.

O Congresso derrubou 41 dos 47 vetos que Lula havia imposto à lei do marco temporal, aprovada em setembro. Com isso, está valendo a regra de que os indígenas só têm direito a terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.

A lei prevê outras mudanças que prejudicam os indígenas, além do marco temporal. Foram 321 votos de deputados para derrubar os vetos de Lula e 137 favoráveis à manutenção. No Senado, 53 votaram contra o governo e 19 a favor.

Alguns trechos criam regras inéditas. Elas facilitam a exploração econômica das terras sem consentimento dos povos, dificultam novas demarcações e ameaçam as já consolidadas.

Com as mudanças aprovadas, a proteção às terras indígenas fica menor do que nos governos anteriores, desde 1988. São as gestões de Jair Bolsonaro, Michel Temer, Dilma Rousseff, Lula 1 e 2, FHC, Itamar Franco, Fernando Collor e José Sarney (o último ano).

Apenas 6 vetos de Lula foram acatados pelos parlamentares. Esses trechos permitiam o cultivo de transgênicos em terras indígenas, enfraqueciam a proteção a povos isolados e previam a perda do território em caso de “alteração dos traços culturais da comunidade indígena”. Mas perderam a validade, já que o Congresso aceitou o não do presidente da República.

A lei prevê intervenções nos territórios sem o consentimento dos indígenas. Um dos artigos permite a instalação de bases militares, construção de estradas, exploração de energia e “resguardo das riquezas de cunho estratégico” sem necessidade de consulta aos povos afetados.

A Constituição determina que os indígenas sejam consultados com antecedência. O art. 231 da Carta, que trata dos povos indígenas, afirma que o aproveitamento de recursos hídricos, de energia e de mineração só pode ser feito quando “ouvidas as comunidades afetadas”.

A lei ainda proíbe indígenas de cobrarem pela entrada de pessoas nas terras ou pelo uso das estruturas no local. Ao barrar estes trechos, o governo afirmou que eles “contrariam o interesse público ao impedir a cobrança de tarifas por atividades econômicas desenvolvidas por povos indígenas, como o turismo de base comunitária”. Porém, o veto foi derrubado no Congresso.

Além do marco temporal, a lei tem outros trechos que dificultam novas demarcações de terras indígenas. O principal deles obriga a União a indenizar todos os fazendeiros pelas benfeitorias que construíram nas áreas indígenas para que a demarcação seja validada.Continua após a publicidade

Está proibida a ampliação das terras indígenas já demarcadas. A lei impede, dessa forma, que demarcações desfavoráveis aos indígenas possam ser revistas.

A lei considera nulas as demarcações que não atendam ao marco temporal. Para o governo, isso abre margem para que fazendeiros contestem inclusive a validade de terras indígenas já regularizadas.

A lei aprovada pelo Congresso abria brecha para aumentar o contato com povos indígenas isolados. O texto previa, de forma vaga, que esse contato seria permitido “para intermediar ação estatal de utilidade pública”.

Lula vetou esse trecho, e o veto foi mantido pelo Congresso. Ao barrar o texto, o governo argumentou que a mudança permitiria o contato forçado com indígenas isolados, implicando em risco de epidemias, por exemplo.

Com a manutenção do veto, o contato com isolados continua proibido. Hoje, apenas servidores especializados da Funai são autorizados a entrar em contato com essas populações.

O Congresso manteve a proibição de transgênicos em terras indígenas. Um trecho da lei, que foi barrado por Lula, permitia que as áreas fossem abertas ao cultivo de organismos geneticamente modificados.

Ao vetar esse trecho, o governo afirmou que ele contrariava o interesse público. Segundo o Executivo, a liberação dos transgênicos provocaria “potencial dano à agrobiodiversidade, ao patrimônio genético e à segurança alimentar e nutricional dos povos indígenas e outras comunidades afetadas”.

A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) disse que restaurar o marco temporal é garantir o direito de propriedade e a segurança jurídica.

“Todas as iniciativas para garantir o direito de propriedade são válidas, e o marco temporal é uma de extrema importância. Derrubamos os vetos e deixamos o projeto de lei como foi aprovado em sua plenitude. Não pode haver negociação e relativização do direito de propriedade no país. Hoje foi uma vitória de todos os trabalhadores rurais e do Brasil”, afirmou o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), em entrevista à Agência FPA.

Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas afirma que vai acionar o Supremo para garantir a validade da decisão tomada pela Corte, em setembro, que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, diz o Uol.

“Essa decisão vai totalmente na contramão dos acordos climáticos que o Brasil vem construindo desde o início deste ano, para o enfrentamento à emergência climática que também coloca em risco os direitos dos povos indígenas e de seus territórios. Vale reforçar mais uma vez que a decisão é inconstitucional”, afirma o Ministério dos Povos Indígenas.

 

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Bolsonarismo transformou sabatina de Dino em passeio no circo

Senadores receberam indicado ao STF com abobrinhas, delírio ideológico e defesa do golpismo.

Os senadores ainda se acomodavam em suas cadeiras quando o bolsonarista Eduardo Girão pediu a palavra. Estava inconformado com o fato de o ministro Flávio Dino ser sabatinado num 13 de dezembro.

“Tem uma coincidência aí grande”, apontou, em tom conspiratório. “Não apenas é o número do PT, mas também o aniversário do Ministro Alexandre de Moraes. Essas coincidências, não é?”, insistiu.

O senador poderia ter mencionado outras efemérides do dia, como o título mundial do Flamengo e a abertura do bar Bip Bip. Além da edição do AI-5, que seus aliados teimam em cultuar.

A revolta contra o calendário foi só um aperitivo. Durante mais de dez horas, os bolsonaristas encenariam um longo festival de abobrinhas e delírios ideológicos.

“Como ministro do STF, o senhor vai seguir a cartilha de Lenin?”, indagou o senador Marcos do Val, que se apresenta como instrutor da Swat. “Tenho medo da influência da ideologia comunista nas suas decisões”, emendou a pastora Damares Alves.

O senador Magno Malta perguntou se o futuro ministro usaria camisa vermelha por baixo da toga. Jorge Seif acusou o governo de criar um “Ministério da Verdade” para transformar o Brasil na Venezuela.

Marcio Bittar afirmou que as ONGs recebem dinheiro americano para impedir o progresso da Amazônia. Cleitinho falou em Deus e contou uma anedota que unia São Pedro, o diabo e um político em campanha.

Em meio ao besteirol, os bolsonaristas retomaram o coro que embalou os atos golpistas. Izalci Lucas repetiu a mentira de que a urna eletrônica não é auditável. Girão, Malta e Seif acusaram o STF de implantar uma “ditadura judicial”.

Carlos Portinho propôs uma anistia aos extremistas do 8 de janeiro. Alegou que o perdão aos criminosos ajudaria a “distensionar o país”.

A sabatina mostrou que a oposição continua presa ao universo mental do ex-presidente. Melhor para Dino, que cumpriu o ritual como quem faz um passeio no circo.

Coube ao senador Flávio Bolsonaro a revelação do dia. Bacharel em Direito, foi sondado pelo pai para assumir uma vaga no Supremo. O capitão pode ser acusado de muitas coisas, menos de não zelar pelo futuro dos filhos.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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PGR aponta ilegalidade em decreto de privatização da Sabesp por Tarcísio

Parecer da PGR destaca que trechos do decreto são inconstitucionais ao infringir a autonomia dos municípios que compõem as Unidades Regionais de Abastecimento de Água e Esgotamento.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se pronunciou sobre um decreto do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), emitiu um parecer que considera parte do decreto que facilitou o processo de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) inconstitucional.

Segundo a Folha de S. Paulo, a procuradora-geral interina, Elizeta Maria de Paiva Ramos, emitiu o parecer em resposta a uma ação direta de inconstitucionalidade protocolada pelo PSOL e PT. A ação questiona diversas atribuições das Unidades Regionais de Abastecimento de Água e Esgotamento (Uraes), que agrupam municípios em um conselho deliberativo. As Uraes são consideradas cruciais para o governo de Tarcísio, pois possibilitam a renegociação e prorrogação coletiva de contratos com a Sabesp, agilizando o processo de privatização.

O parecer da PGR acata parcialmente a ação, destacando que trechos do decreto são inconstitucionais ao infringir a autonomia dos municípios que compõem as Uraes. Um ponto de destaque é a forma de cálculo que atribui mais votos ao estado e para a capital, concentrando o poder decisório nas mãos de poucos entes federativos.

“Com efeito, concentrar poder decisório ao alvedrio de apenas um ou dois entes federativos no âmbito das unidades regionais de saneamento básico resulta tanto em afronta abstrata à autonomia dos outros municípios dela integrantes, quanto pode ensejar que sejam proferidos atos concretos dentro da mesma unidade amplamente favoráveis aos entes com maior poder de decisão”, destaca um trecho do parecer da PGR, segundo a reportagem.

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CCJ do Senado aprova Flávio Dino para o STF e Paulo Gonet para a PGR

Após aprovação na CCJ, indicações de Flávio Dino ao STF e Paulo Gonet à PGR devem ser avaliadas pelo plenário do Senado.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (13/12), as indicações de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) e de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR). Agora, as análises seguem para o plenário da Casa.

A votação na CCJ ocorreu após 10h de sabatina. Flávio Dino recebeu 17 votos favoráveis, 10 contrários e zero abstenções. Gonet teve apoio de 23 senadores, além de 4 votos contrários e zero abstenções. O quórum da votação foi de 27 senadores.

 

 

 

 

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Assista à sabatina de Flávio Dino e Paulo Gonet no Senado

 

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Lula sanciona lei que taxa offshores e fundos exclusivos de super-ricos; governo espera arrecadar até R$ 30 bi com a medida

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei para tributar os fundos offshore e fundos exclusivos dos “super-ricos”. O texto era uma das prioridades do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a arrecadação e cumprir a meta de zerar o déficit fiscal das contas públicas.

A sanção foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (13/12). A taxação de rendimentos de ativos em outros países poderá gerar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões de arrecadação para os cofres públicos entre 2024 e 2026, segundo as contas do governo.

O projeto de lei foi aprovado na Câmara dos Deputados em outubro, e na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na segunda quinzena de novembro. Por fim, o plenário do Senado Federal aprovou em 29 de novembro a PL, segundo o Metrópoles.

A tributação de offshores será feita anualmente, em 31 de dezembro, com taxa de 15%. Já os fundos exclusivos de super-ricos serão taxados semestralmente, por meio do “come-cotas”. Os investimentos de longo prazo serão tributados em 15%, e os de curto prazo (com um ano ou menos) em 20%.

As chamadas offshores são fundos de investimentos baseados no exterior, geralmente em paraísos fiscais. O projeto de lei para regular estes fundos foi incluído à medida provisória (MP) nº 1184/23 que já tramitava na Câmara para taxar os super-ricos.

 

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Lula: governo promete ato pela democracia em Brasília 1 ano após o 8/1

Presidente Lula afirmou que pretende reunir governadores, parlamentares e empresários na capital federal para lembrar força da democracia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (12/12), que o Planalto prepara um ato com a presença de governadores e parlamentares em Brasília, no próximo dia 8 de janeiro, para lembrar o marco de um ano da vitória da democracia sobre a invasão das sedes dos Três Poderes, na capital federal, diz o Metrópoles.

Em 8 de janeiro deste ano, dias após a posse de Lula, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), na tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022, que garantiram a vitória do petista sobre o candidato à reeleição.

“Estou convidando todos os governadores, porque dia 8 de janeiro vamos fazer um ato aqui em Brasília para lembrar o povo que tentou se dar um golpe dia 8 de janeiro, e ele foi debelado pela democracia desse país”, declarou o petista.

A declaração de Lula ocorreu em evento com governadores no Palácio do Planalto, nesta terça, para o anúncio de investimentos de Bancos Públicos nos estados.

“Eu pretendo ter todos os governadores aqui, os deputados, senadores, empresários. Para a gente nunca mais deixar as pessoas colocarem em dúvida que o regime democrático é a única coisa que dá certeza das instituições funcionarem e o povo ter acesso a participar da riqueza que ele produz. O restante é balela”, seguiu.