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PGR denuncia Gustavo Gayer por racismo contra Silvio Almeida

A denúncia surgiu após Gayer dizer, em um podcast, que africanos não têm a “capacidade cognitiva” adequada para participar da democracia.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) (foto em destaque). As acusações incluem injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e racismo contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O documento foi assinado pela vice-procuradora-geral da República interina, Ana Borges, e protocolada na Corte na última sexta-feira (17/11), diz o Metrópoles.

As deputadas federais do PSol Erika Hilton (SP), Luciene Cavalcante (SP), Célia Xakriabá (MG) e Talíria Petrone (RJ) foram as responsáveis pela denúncia. As acusações surgiram após Gayer afirmar, durante um podcast, que os africanos não têm “capacidade cognitiva” para exercer a democracia.

“O Brasil está emburrecido. Aí, você pega e dá um título de eleitor para um monte de gente emburrecida. Aí, você vai ver na África: quase todos os países são ditaduras. Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia, é preciso ter o mínimo de capacidade cognitiva para entender o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo e o povo. O Brasil está desse jeito. O Lula chegou à Presidência e o povo burro: “Eeee, picanha, cerveja!”, disse o deputado.

No documento enviado ao STF, a PGR alega que Gustavo Gayer incentivou e instigou “a discriminação e o preconceito de raça, cor e procedência nacional”.

 

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Programa do governo federal vai capacitar pessoas contra o racismo na primeira infância, diz Unicef

O Unicef e o governo federal assinam nesta segunda-feira (20) um acordo para combater o racismo na primeira infância.

À CNN Rádio, a oficial de primeira infância do Unicef do Brasil Maíra Souza afirmou que o PIA (Primeira Infância Antirracista) vai promover capacitação de profissionais no serviço de saúde, educação infantil e assistência social, segundo a CNN.

“Será uma série de formações presenciais e remotas sobre assuntos como letramento, conscientização social, branquitude, racismo estrutural e viés inconsciente”, elencou.

De acordo com Maíra, o racismo acomete crianças desde cedo.

Isso significa que elas sentem a diferença “no olhar, carinho e afeto”, o que traz “impacto na autoestima, autoconfiança e sociabilização.”

 

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Em denúncia ao Ministério do Trabalho, repórteres acusam editora do Estadão de assédio para produção de matéria contra Flávio Dino

A editora-chefe de Política do Estado de S.Paulo, Andreza Matais, está sendo acusado por repórteres de assédio e de forçá-los a publicar uma matéria que ligasse o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, a uma mulher classificada como “dama do tráfico” no Amazonas. A revista Fórum teve recesso à denúncia feita por esses profissionais e enviada ao Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT-DF).

“Somos colaboradores do jornal Estadão e queremos denunciar aqui que a editora-chefe de política do Estadão (jornal Estado de S. Paulo), Andreza Matais, assediou e obrigou repórteres recém-contratados por ela (todos no ano de 2023) a preparar e publicar uma reportagem enviesada que foi previamente concebida por ela para denunciar supostas ligações do ministro da Justiça, Flávio Dino, com uma mulher apresentada jocosamente como ‘dama do tráfico do Amazonas’”, diz trecho da denúncia.

Em outro momento, os denunciantes afirmam que “Andreza preparou e executou a reportagem com o objetivo pessoal oculto de revigorar a candidatura do ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), de quem Andreza se diz ‘amiga pessoal’ e ‘devedora’ à vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Dantas disputa a antiga vaga da ex-ministra Rosa Weber com Dino”.

Posteriormente, os denunciantes também afirmam que “para viabilizar esse seu interesse pessoal oculto de ajudar Dantas e desmoralizar Dino, Andreza também usou uma entrevista do ministro Gilmar Mendes, do STF, igualmente amigo pessoal de Bruno Dantas e de Andreza Matais para inflar a gravidade da visita da ‘dama do tráfico’ e, assim, conferir ares de gravidade ao ‘factoide’ que é o encontro de uma suposta chefe do tráfico com autoridades do governo”.

“A tática imita operações de desinformação de arapongas e outros profissionais de ‘inteligência’, pois, na ausência de fatos que indiquem um favorecimento ou uma comunhão de desígnios com a tal chefe do tráfico, a fabricação de notícia busca conferir verossimilhança a uma narrativa pela qual Dino pareça alguém ligado ou simpático ao narcotráfico e, assim, seja considerado um nome impróprio para o STF”, continua a denúncia contra Andreza Matais.

Também é destacado o fato de que “Andreza Matais gerencia mais de 30 funcionários do Estadão e goza de prerrogativas profissionais e constitucionais dadas aos jornalistas. O factoide esconde uma sequência de violações constitucionais e trabalhistas que precisam ser analisadas e investigadas com urgência pelo Ministério Público”.

De acordo com os denunciantes, Andreza Matais “submeteu a condições degradantes e humilhantes repórteres envolvidos na fabricação do ‘escândalo da dama do tráfico’. Recém-contratados, oriundos de cidades fora de Brasília, os jornalistas não tiveram alternativas que não fossem cumprir as ordens arbitrárias e enviesadas da chefe. Em paralelo, foram submetidos a jornadas degradantes sem contabilização ou pagamento de horas extras, como denunciado anteriormente, e com o emprego de recursos e objetivos escusos na prática diária do jornalismo, protegido constitucionalmente”.

Dessa maneira, os denunciantes solicitam ao Ministério Público que investigue se Andreza Matais “praticou ilegalidades trabalhistas e profissionais”. Também é solicitado que se investigue se o jornal Estadão “violou leis de imprensa, pois o conteúdo também foi e é amplamente veiculado e turbinado por concessão estatal: rádio Eldorado, controlada pela família dona do Estadão. Solicitamos que essa denúncia seja anexada à notícia de fato”.

Procurada pela reportagem da Fórum, Andreza Matais negou tudo. “A denúncia é improcedente e a direção de jornalismo já encaminhou o caso para o jurídico, que tomará as providências cabíveis”, declarou a editora-chefe de política do Estadão.

A reportagem também entrou em contato com a presidência do Tribunal de Contas da União, mas, até o fechamento desta matéria, não houve retorno. O espaço segue em aberto.

Um dos autores do factóide criado pelo Estadão para atacar o ministro da Justiça, Flávio Dino, o jornalista André Shalders admitiu nas redes sociais que a alcunha de “dama do tráfico”, para definir Luciane Barbosa Farias, presidenta da Associação Instituto Liberdade do Amazonas, foi inventada por ele a partir da declaração de uma fonte.

“Estou respondendo a todo mundo porque tenho como provar tudo o que escrevi. Quanto ao ‘dama do tráfico’, foi uma expressão usada por uma fonte. Achei peculiar e coloquei no texto”, comentou Shalders em resposta a Cynara Menezes, da Fórum, na rede X, antigo Twitter.

O jornalista, no entanto, apagou a publicação em seguida.

Cynara já havia adiantado que não há quaisquer registros na imprensa amazonense ou nos órgãos de investigação dando o rótulo à Luciane Barbosa Farias, que é esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, que seria ligado ao Comando Vermelho.

No entanto, Luciane já afirmou que não faz parte da facção criminosa. Ela foi escolhida pelo Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura do Amazonas (CPTEC-AM) para participar de um encontro do Ministério dos Direitos Humanos, em Brasília.

Luciane também esteve na Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça acompanhando a ex-deputada Janira Rocha, vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da ANACRIM-RJ, no dia 19 de março. E no dia 2 de maio, encontrou-se com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

À época, ela não tinha condenações na Justiça e chegou a ser absolvida por “ausência/fragilidade de provas” em processo sobre tráfico de drogas.

“Fui absolvida na primeira instância, isso os jornais não estão mostrando”, escreveu no Instagram. Condenada em segunda instância somente no mês passado, ela recorre em liberdade.

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Até baleia?: MPF e PF investigam se Bolsonaro ‘importunou’ baleia jubarte em passeio de jetski

De acordo com publicação do Diário Oficial do Ministério Público, ex-mandatário teria sido gravado ao lado do animal em São Sebastião, litoral-norte de São Paulo.

O Ministério Público Federal anunciou nesta sexta-feira que irá acompanhar um inquérito da Polícia Federal que investiga se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) importunou uma baleia jubarte em uma visita à São Sebastião, em São Paulo, em junho deste ano. Na ocasião, o ex-mandatário teria se aproximado do animal enquanto pilotava um jetsky. A informação foi divulgada em edição do Diário Oficial do MPF, segundo O Globo.

De acordo com a procuradora Marília Soares Ferreira Iftim, vídeos e fotos publicados em redes sociais mostraram o momento em que a mota náutica, de motor ligado, chegou a 15 metros da baleia, que estava na superfície. “Considerando que as imagens foram feitas a partir de outra embarcação e é possível identificar que há uma única pessoa na moto náutica, que está pilotando e gravando um vídeo no celular ao mesmo tempo. Atribui-se a identidade desta pessoa, supostamente, ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”, disse, afirmando que ainda há necessidade de melhor elucidação dos fatos.

Em junho deste ano, durante o feriado de Corpus Christi, Bolsonaro a cidade de São Sebastião, quando se hospedou em uma casa na Praia de Maresias e posou para fotos com apoiadores.

Em agosto deste ano, um vereador foi multado em R$ 2,5 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por ‘molestar intencionalmente’ uma baleia jubarte justamente nesta região. Wagner Teixeira (Avante) publicou, em suas redes sociais, um vídeo que ao lado do animal no dia 12 de junho.

De acordo com a legislação brasileira, ‘molestar de forma intencional qualquer espécie de cetáceo’ é uma infração administrativa contra o meio ambiente. ” É vedado a embarcações aproximar-se de qualquer espécie de baleia com motor ligado a menos de 100 metros de distância do animal”, diz uma portaria do Ibama.

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Matérias sobre “dama do tráfico” são a “fritura antecipada” de Flávio Dino por vaga no Supremo

A saga do Estadão sobre visitas da esposa de um líder do Comando Vermelho do Amazonas ao Ministério da Justiça não passa de uma tentativa de queimar o ministro Flávio Dino, cotado para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

A avaliação é do procurador aposentado e membro do Grupo Prerrogativas, o jurista Roberto Tardelli. Em entrevista ao programa Onze News, comandado por Gustavo Conde na TVGGN e pool de canais, Tardelli avaliou que a história da dama do tráfico é um falso escândalo e afirmou que o governo federal não fez mais do que sua obrigação em receber Luciane Farias na condição de esposa de preso e presidente de uma associação que luta por direitos fundamentais nos presídios.

Tardelli ainda desnudou a hipocrisia de setores da classe política e de formadores de opinião pública que têm repercutido a história de Luciane com uma carga preconceituosa por se tratar de esposa de preso.

“A gente aceita que policiais envolvidos em chacinas, envolvidos em homicídios, possam ser secretários de Estado e ninguém fala nada”, disparou Tardelli.

“O fato de ser ela casada com quem quer que seja não é o que está no foco de interesse. O foco é o que ela faz: se o marido está preso em condições indignas, ela tem legitimidade para falar”, defendeu Tardelli.

“O governo não cometeu nenhuma ilegalidade. O governo atendeu a uma obrigação primordial dele. O que a extrema-direita está fazendo é criar para Flávio Dino um ambiente hostil no Senado, caso ele venha a ser, como parece, indicado para ministro do Supremo”, disse.

“O Flávio Dino começa uma fritura antecipada. (…) Se ele for indicado e sabatinado [e acabar sendo rejeitado], dificilmente terá condições de seguir [no Ministério] num segundo momento. Ele não pode voltar com o rabo entre as pernas para o Ministério. Ou seja, a operação é para cortá-lo”, analisou Tardelli.

*GGN

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Assassinatos de quilombolas quase dobraram durante período Bolsonaro

Entre os anos de 2018 e 2022, 32 quilombolas foram assassinados no Brasil;  o número é quase o dobro do registrado entre os anos de 2008 e 2017 e abrange todo o mandato de Jair Bolsonaro. Naqueles anos, a média anual foi de 3,8, passando para 6,4 no período mais recente. Os picos ocorreram nos anos de 2019 a 2021, com oito assassinatos. Ao todo, nesses 15 anos, 70 quilombolas foram mortos.

As informações fazem parte da pesquisa Racismo e violência contra Quilombos no Brasil, uma iniciativa da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e da Terra de Direitos.

Com base nessas análises, as entidades constataram que, no período analisado — que abrange os quatro anos de Jair Bolsonaro e um ano de Michel Temer na presidência da República — houve um  agravamento das desigualdades e violências historicamente praticadas contra as comunidades quilombolas.

“Um olhar sobre a motivação desses casos mostra que, ainda que sejam vítimas de diferentes tipos de violência – que são também resultado de processos de negação de outros direitos – quilombolas têm morrido mais por conta dos conflitos por terra ou em razão de feminicídios”, diz o relatório.

No caso do recorte por gênero, o levantamento mostra que a maioria dos caos, 23, foram assassinatos de homens e nove de mulheres entre 2018 e 2022. No entanto, aponta, “a proporcionalidade de mulheres quilombolas assassinadas mais do que dobrou em relação à pesquisa anterior. A primeira edição (2008-2017) identificou oito lideranças femininas assassinadas em dez anos, enquanto o segundo volume registrou o assassinato de nove mulheres em cinco anos”.

Segundo a pesquisa, no caso das mulheres assassinadas, cônjuges, companheiros, ex-cônjuges e ex-companheiros foram identificados como os autores em 100% dos casos de feminicídio. Já os homens foram majoritariamente mortos por outros agentes privados, ou seja, sujeitos que não estão ligados ao Estado.

O principal meio utilizado para os assassinatos de quilombolas foram as armas de fogo (19), seguido de arma branca (dez). Demais casos foram causados por arma de compressão, estrangulamento e espancamento.

Quando analisadas as regiões onde houve mais casos, o Nordeste vem na frente (65,6%), seguidos da região Norte (12,5%) e Sudeste (9,4%). As regiões Sul e Centro-Oeste registraram 6,25% dos casos de assassinatos.

Outro dado importante trazido pela pesquisa diz respeito à ligação dessas mortes com a disputa de terras: 69 % dos assassinatos foram registrados em quilombos que não foram titulados.

“Um olhar sobre a violência registrada nos quilombos a partir do estágio do processo de titulação revela que a garantia do território é essencial para a amenização da violência resultante de conflitos fundiários, mas que é preciso avançar na efetivação de outras políticas públicas para proteção das famílias. Os casos de feminicídio, por exemplo, foram registrados em quilombos que estavam em diferentes fases do processo de titulação, inclusive em quilombos titulados. A titulação é um primeiro passo no combate às violências, mas é preciso ir além”, salienta o estudo.

Para lidar com essa situação, o relatório aponta medidas que precisam ser tomadas para combater o racismo e a violência contra quilombos no Brasil. Entre elas estão, além das titulações, o acesso a políticas públicas de saúde, educação, cultura e geração de renda; a efetivação de políticas públicas de enfrentamento à violência contra mulheres, considerando as especificidades quilombolas; proteção integral e interinstitucional de quilombolas ameaçados; investigação e responsabilização dos envolvidos nas ameaças e assassinatos de quilombolas e o estabelecimento de ações antirracistas pelo poder público, entre outras.

* Vermelho

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Lula conversa com presidente de Israel e avisa que Brasil apresentará nova lista com brasileiros que desejam deixar Gaza

Uma nova lista de brasileiros e parentes palestinos está em elaboração e será apresentada pelo Brasil. A informação foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente de Israel, Isaac Herzog, em conversa telefônica que durou 40 minutos nesta quinta-feira (16). Lula agradeceu a Herzog pela liberação de 32 nacionais, que chegaram a Brasília na última segunda-feira, após atravessarem a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.

De acordo com o Palácio do Planalto, o presidente de Israel revelou sua preocupação com os reféns sequestrados pelo grupo extremista Hamas, entre eles diversos latino-americanos. Herzog pediu que o presidente Lula reforce o apelo pela sua libertação, em articulação com outros países da América Latina.

Lula reafirmou a posição do Brasil em defesa de dois Estados, o de Israel e o da Palestina, “vivendo lado a lado, com fronteiras seguras e mutuamente aceitas”. Lembrou que o governo brasileiro defende uma ampla reforma da governança global, que também seja voltada e eficiente para a prevenção e resolução de conflitos como o que se prolonga no Oriente Médio.

“Além de se comprometer com o pedido, o presidente Lula recordou que já fez apelos pela libertação de todos os reféns em contatos mantidos com vários líderes do Oriente Médio (Irã, Emirados Árabes, Turquia, Catar, Egito, Autoridade Palestina), além de França, Rússia e Índia. Informou ter realizado videoconferência com familiares israelenses dos reféns”, diz nota divulgada pelo Planalto, diz O Globo.

Sobre a nova lista em elaboração, Lula afirmou estar certo de que continuará a contar com o apoio do governo de Israel para que essas pessoas consigam atravessar a fronteira entre Gaza e o Egito. Ouviu do presidente Herzog que serão feitos todos os esforços para que esses cidadãos possam sair de Gaza com a devida rapidez.

“O presidente Lula reafirmou a tradição pacífica do Brasil, onde judeus e árabes sempre conviveram em paz. Reafirmou, ainda, repúdio a atos de antissemitismo e reiterou o empenho do governo brasileiro para coibir essas manifestações”, destacou o Palácio do Planalto.

Disse que uma de suas grandes preocupações, em meio à crise humanitária em Gaza, e com a perda de civis, especialmente crianças.

Ainda há uma demanda de mais de 60 pessoas que pedem para entrar em uma segunda lista. Lula quer que o Brasil seja o mais flexível possível, liberando o ingresso no país, por exemplo, de cidadãos em graus de parentesco a partir do segundo grau, como irmãos.

A questão é que as regras a serem estabelecidas não são do Brasil. Por isso, o governo brasileiro conversa com autoridades israelenses, egípcias e palestinas: é preciso conhecer bem as condições exigidas para que seja possível aos estrangeiros sair da zona de conflito entre Israel e o grupo extremista palestino Hamas.

Em uma avaliação interna, a previsão é que essa segunda fase pode ser demorada. Se Israel não atender à resolução aprovada na última quarta-feira pelas Nações Unidas, que prevê pausas humanitárias para o ingresso de suprimentos e a saída de estrangeiros de Gaza, a autorização para a saída de cidadãos brasileiros e seus parentes deve levar, pelo menos, duas semanas.

Além disso, a saída de brasileiros e parentes de Gaza vai significa uma mudança radical, que terá como bojo a vinda para um país com o qual muitas pessoas que querem fugir da região têm vínculo limitado. Entre as dificuldades a serem solucionadas, por exemplo, é a falta de documentação.

Os dois presidentes não comentaram as críticas de Lula a Israel feitas recentemente. Uma delas é que a “atitude” de Israel com mulheres e crianças é “igual a terrorismo”, em referência aos bombardeios à Faixa de Gaza, que já deixaram mais de 18 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.

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Lula endureceu críticas contra Israel ao longo de quase 40 dias de ataques em Gaza; veja histórico de declarações

O discurso de Lula sobre a guerra entre Israel e o Hamas passou por mudanças ao longo de quase 40 dias de conflito. O presidente subiu o tom após concluir a repatriação dos cidadãos brasileiros e palestinos em processo de naturalização que solicitaram retorno ao país.

Ao receber o grupo de repatriados em Brasília, Lula voltou a classificar os ataques de Israel a Gaza como terroristas, equiparando à ofensiva do Hamas no dia 7 de outubro.

“Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra; ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra; ao não levar em conta que eles não estão matando soldados, estão matando junto crianças”, discursou Lula. “Não estão matando soldados, estão matando junto crianças”.

O número de mortos em Gaza superou os 11 mil, segundo informações do Ministério da Saúde em Gaza. Desse total, 5 mil são crianças. “Tem mais de 1,5 mil crianças desaparecidas que certamente estão no meio dos escombros”, destacou o presidente brasileiro.

Enquanto o avião voava em direção ao Brasil, Lula fez um discurso enfático sobre a maneira como os palestinos estão sendo tratados. Afirmou que Israel está “matando inocentes sem nenhum critério” e que as consequências dos ataques israelenses são tão graves quanto foi o ataque do Hamas no dia 7 de outubro, que deixou cerca de 1,2 mil israelenses mortos, 240 sequestrados e serviu de pretexto para o massacre que Israel vem protagonizando em Gaza.

Com duas semanas, Lula classifica ataques do Hamas de terrorismo e reação de Israel de ‘insana’

Cobrado por um posicionamento em relação aos ataques do Hamas contra Israel no dia 7 de outubro, que resultaram na morte de cerca de 1.400 pessoas, o Ministério das Relações Exteriores se manifestou no dia 12 de outubro por meio de uma nota em que explicou a motivação do governo Lula para não adotar a classificação de grupo terrorista ao se referir ao Hamas.

“No tocante à qualificação de entidades como terroristas, o Brasil aplica as determinações feitas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão encarregado de velar pela paz e pela segurança internacionais, nos termos do Artigo 24 da Carta da ONU”, disse a pasta no comunicado.

Na véspera do comunicado, um requerimento assinado por 61 deputados bolsonaristas, entre representantes do PL, Podemos, MDB, PSD e Republicanos, cobraram que o governo Lula (PT), por meio do Itamaraty, reconhecesse o Hamas como uma “organização terrorista”.

Uma semana após a divulgação da nota, no dia 20 o presidente brasileiro classificou pela primeira vez os atos de Hamas como terrorismo e classificou a reação de Israel como “insana”.

Em discurso durante a cerimônia de 20 anos do Bolsa Família, Lula chamou a atenção para o número de crianças mortas no conflito pelos ataques israelenses. “Hoje, quando o programa completa 20 anos, fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza. Que não pediram para o Hamas fazer ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel, mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e matassem eles. Exatamente aqueles que não tem nada a ver com a guerra, que só querem viver, que querem brincar, que não tiveram direito de ser criança.”

Na terceira semana, presidente classifica guerra como ’genocídio’ e diz que Netanyahu quer ‘acabar com a Faixa de Gaza’
No dia 25 de outubro, Lula usou pela primeira vez o termo “genocídio” para classificar os ataques de Israel contra Gaza em uma endurecimento do discurso contra a reação desproporcional de Israel em relação aos ataques do Hamas.

“Não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra, são vítimas dessa guerra. E sinceramente, eu não sei como um ser humano é capaz de guerrear sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de crianças inocentes”, disse.

Naquele dia, Lula tinha uma conversa por telefone com o emir do Qatar como parte do esforço diplomático para a repatriação de brasileiros, diante do impasse entre as autoridades sobre a abertura da fronteira com o Egito. Naquele momento, o presidente brasileiro já havia conversado com líderes de diversos países, incluindo Israel, Autoridade Palestina, Egito, Irã, Turquia, França, Rússia e Emirados Árabes, com o objetivo de mediar uma solução para o conflito.

Naquele momento, o número de mortes em Gaza pelos ataques israelense já se aproximava de 5 mil pessoas. Dois dias depois, durante um café da manhã com jornalistas que cobrem a Presidência da República no Palácio do Planalto no dia 27, Lula endureceu novamente o discurso ao afirmar que o objetivo do primeiro-ministro de Israel seria “acabar com a Faixa de Gaza”.

“Agora, o que nós temos é a insanidade do primeiro-ministro de Israel querendo acabar com a Faixa de Gaza, se esquecendo que lá não tem só soldado do Hamas, que lá tem mulheres e crianças, que são as grandes vítimas dessa guerra”, disse. Na ocasião, o presidente brasileiro deixou claro que seu governo não considera o Hamas como um grupo terrorista, apesar de adotar essa classificação para o ataque do dia 7.

“Não queria que a imprensa brasileira tivesse dúvidas sobre o comportamento do Brasil. Ele só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece. E o Hamas não é reconhecido pelo Conselho de Segurança da ONU como uma organização terrorista, porque ele disputou eleições na Faixa de Gaza e ganhou. O que é que nós dissemos? Que o ato do Hamas foi terrorista”, disse Lula.

*Opera Mundi

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Estadão fabrica “conexão fantasiosa” entre Ministério da Justiça e facção criminosa

Estadão ataca entrada de mulher do Comando Vermelho no MJ e ignora sua passagem pelo governo do Amazonas e Congresso

O Estadão publicou nesta segunda-feira (13) uma matéria cuja manchete é “Ministério da Justiça recebeu mulher de líder do Comando Vermelho para duas reuniões”. Escrita em tom de alarde, a reportagem insinua que a inteligência do MJ não é capaz de barrar a entrada de uma “integrante do Comando Vermelho” em suas dependências, o que representa um risco à segurança dos servidores.

A matéria – cuja intenção parece ser a de balançar um pouco mais a cadeira do ministro Flávio Dino – tem repercutido por outros meios de comunicação e políticos alinhados à direita, que tratam de ampliar a fábula.

O texto destaca que as agendas no MJ foram divulgadas sem o nome da mulher ligada à facção criminosa – como se o propósito fosse esconder sua passagem pela Pasta.

Em vários parágrafos, Estadão narra atrocidades e crimes cometidos por Luciane Barbosa Farias (“conhecida como dama do tráfico amazonense”) e Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho no Amazonas, com quem a mulher é casada há 11 anos.

“Ela e o marido foram condenados em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa. Tio Patinhas cumpre 31 anos no presídio de Tefé (AM). Luciane foi sentenciada a dez anos e recorre em liberdade”, publicou o Estadão. “Sobre Luciane, o Ministério Público do Amazonas aponta que ela atuou como o braço financeiro da operação do marido”, acrescentou.

Na apuração do jornal, Luciane esteve em março numa agenda de advogadas com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos do MJ. Depois, em maio, as mulheres foram encaminhadas para uma agenda com Rafael Velasco, chefe da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Luciane também teria se encontrado em maio com Paula Godoy, da Ouvidora Nacional de Serviços Penais (Onasp), e Sandro Abel Barradas, diretor de Inteligência Penitenciária da Senappen.

Os encontros foram tornados públicos pela própria Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), da qual Luciane Farias. Nas redes sociais, ela postou fotos de encontros no MJ e em outras instituições e poderes da República – o que mostra que a implicância do Estadão era apenas com o Ministério da Justiça.

Colocando os pingos nos is, o MJ divulgou nota à imprensa informando que quem solicitou as agendas este ano foi uma advogada vinculada à ANACRIM.

Também em nota, nesta segunda (13), o núcleo federal da ANACRIM esclareceu que não é autora do pedido, mas sim a advogada Janira Rocha, que é vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da ANACRIM-RJ e integrante de diversos outros movimentos sociais. Foi o nome de Janira que apareceu na agenda pública do MJ.

Segundo o Estadão, Janira, que é ex-deputada pelo PSOL, teria participado do evento de fundação da Associação Instituto Liberdade do Amazonas. O jornal também dedicou linhas ácidas à descrição de Janira, frisando que ela é defensora da ex-deputada Flordelis e também que teria sido condenada em 2021 pela acusação de rachadinha na ALERJ. O GGN procurou a advogada, que preferiu se manifestar em nota que será divulgada à imprensa [LEIA A SEGUIR].

A presidência nacional da ANACRIM sublinhou que Janira Rocha “compareceu [à reunião no MJ] sem solicitar absolutamente nada em nome da ANACRIM, sendo certo que a mesma faz parte de diversos movimentos sociais e, neste sentido, por sua atuação pessoal e de outras entidades, levou ao Ministério da Justiça a legítima reivindicação de tratamento digno à família de presos, especialmente nos presídios federais, onde não há resquício de tratamento digno ou humano, pauta que somente a advocacia criminal conhece, mas que, infelizmente, não interessa à pequena parte conservadora dos veículos de comunicação.”

*GGN

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“Israel joga bombas onde tem crianças e mata inocentes sem nenhum critério”, diz Lula

Presidente declarou que reação do governo israelense é tão grave quanto os ataques de 7 de outubro do Hamas, que ele classificou como atos terroristas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (13) que Israel bombardeia locais onde há crianças e mata inocentes sem critério algum.

“Eles estão matando inocentes sem critério nenhum. [Israel] joga bomba onde tem criança, onde tem hospital, a pretexto que um terrorista está lá. Não tem explicação”, declarou Lula durante evento em Brasília.

“A quantidade de mulheres e crianças que já morreram e a quantidade de crianças desaparecidas, a gente não tem conhecimento em outra guerra. Nessa guerra, depois do ato provocado, e eu digo ato de terrorismo do Hamas, as consequências, as soluções de Israel, é tão grave quanto foi a do Hamas.”

A CNN procurou a Embaixada de Israel para comentar as declarações do presidente Lula e aguarda retorno.