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Denunciados por fake news, Nikolas Ferreira e Bruno Engler podem perder direitos políticos

O Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais (MPE-MG) pediu a suspensão dos direitos políticos dos deputados Nikolas Ferreira e Bruno Engler, ambos do PL-MG, por ataques difamatórios contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD-MG), durante as eleições de 2024. A ação aponta que os parlamentares divulgaram informações falsas com o objetivo de prejudicar a candidatura de Fuad e favorecer Engler no segundo turno.

Além da perda dos direitos políticos, o MP pede que os acusados indenizem por danos morais a família do ex-prefeito, que morreu em março deste ano, aos 77 anos. Segundo o órgão, a campanha de Engler usou de forma distorcida um trecho do livro Cobiça, escrito por Fuad, para acusá-lo falsamente de apologia à pedofilia. Uma atividade cultural da prefeitura ligada à cena de quadrinhos, associada de maneira caluniosa à exposição de crianças a conteúdo impróprio, também foi alvo de ataques.

Outros nomes do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foram denunciados: Cláudia Araújo Romualdo, conhecida como Coronel Cláudia (PL-MG), que foi candidata a vice-prefeita na chapa de Engler e é presidente do PL Mulher Belo Horizonte, e a deputada Sheila Aparecida Pedrosa, conhecida como Delegada Sheila (PL-MG).

Abaixo, listamos o que o Ministério Público atribui a cada um dos acusados:

  • Bruno Engler: articulou a campanha de desinformação contra Fuad, usou trechos do livro Cobiça de forma distorcida para associar o ex-prefeito a crimes, e levou o livro a um debate na TV para acusá-lo de escrever uma obra “erótica e pornográfica”;
  • Nikolas Ferreira: teve participação central na disseminação das fake news, usando suas redes sociais para publicar conteúdos falsos e ofensivos; também descumpriu ordem judicial para remover essas publicações;
  • Coronel Cláudia: compartilhou as acusações falsas durante a campanha, inclusive em conteúdo veiculado na TV, quando afirmou que o conteúdo do livro era “muito pesado” para ser lido em voz alta;
  • Delegada Sheila: também compartilhou desinformação sobre o livro de Fuad Noman, ajudando a espalhar as peças de campanha difamatórias.

Durante a campanha, a Justiça Eleitoral considerou o conteúdo calunioso e determinou a suspensão da propaganda, além de conceder direito de resposta ao candidato do PSD. Na decisão, de outubro de 2024, o juiz Adriano Zocche afirmou que Engler disseminou desinformação ao sugerir que a obra fazia apologia à pedofilia. Ele também ampliou o tempo de resposta de Fuad na propaganda eleitoral gratuita como forma de compensação pelos ataques.

*BdF


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Máquina de dinheiro: Empresa de Nikolas gasta R$ 750 mil na Meta para convocar cristãos para guerra

Muitos deputados seguem exercendo suas profissões de médicos, advogados e até apresentadores de televisão durante o mandato. Na ficha oficial de cada um deles no site da Câmara, a informação está ali, é pública. No caso de Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais, o membro mais votado da Casa, no entanto, consta o seguinte: “Profissão não declarada”.

Nikolas escolheu esconder algo importante: ele é um empresário que tem enriquecido às custas de sua visibilidade como um dos mais radicais políticos da extrema direita.

Posso provar que Nikolas ganha dinheiro dessa forma porque eu mesmo contribuí com isso. Foram exatos R$ 497 que saíram da minha conta bancária e caíram na conta da Destra Cursos LTDA, uma empresa fundada em 2020 e da qual o Nikolas é sócio.

É um empreendimento relativamente antigo e já foi tema de uma ou outra matéria por aí. Mas que merece muito mais atenção.

Destra: o negócio de Nikolas
Antes de te contar o que aprendi nos cursos concluídos na Destra, vale relembrar: quando a empresa foi fundada, em setembro de 2020, Nikolas era candidato a vereador de Belo Horizonte – e ainda não aparecia no quadro societário.

Com menos de um mês, a empresa fechou contrato de R$ 68 mil com o então candidato a prefeito de BH, Bruno Engler, apoiado por Nikolas. Passada a eleição municipal, ainda naquele novembro pandêmico, Nikolas passou a integrar a sociedade da Destra.

Essa história até chegou a sair em um ou outro veículo da imprensa depois que o jornalista que revelou o caso no Twitter, Diego Feijó de Abreu, acionou o Ministério Público Federal. O órgão, porém, não viu crimes nos fatos e descartou uma investigação. Muita coisa se passou desde então.

Nikolas segue com 15% da participação societária em conjunto com outros dois jovens empresários: o curitibano Ivens Henrique Grahl Ribeiro, de 29 anos, e o goiano Arthur Torres de Assis, de 24 anos. Apesar da pouca idade dos sócios, a empresa tem movimentado cifras cada vez maiores.

Quase R$ 1 milhão na Meta
Reformulada, a empresa que nasceu fazendo campanha eleitoral virou uma plataforma de cursos no início de 2022 — o sócio Nikolas assumiu o papel de professor e garoto-propaganda. Em outubro daquele ano, o mineiro se elegeu com uma votação bombástica e virou um dos mais estridentes deputados da extrema direita. Sua estratégia online levantou suspiros de inveja de políticos de todas as matizes.

Já no início deste ano, quando o vídeo do deputado sobre a suposta taxação do PIX ganhou o mundo, com impressionantes 330 milhões de visualizações, muita gente foi atrás de sua relação com as big techs. A suspeita é de que os números pareciam inflados.

À época, algumas boas matérias circularam indicando que a empresa de Nikolas teria investido R$ 100 mil em anúncios nas redes sociais da Meta. Desconfiei que era pouco. E era. Além dos anúncios veiculados pelos perfis com o nome de Nikolas, encontrei milhares de peças pagas diretamente pela Destra. São mais de 3.300 anúncios que totalizam R$ 745,3 mil de abril de 2024 a abril de 2025.

É uma estratégia agressiva de tráfego pago – que se soma ao tráfego orgânico das redes de Nikolas. Na descrição do perfil do deputado no Instagram, utilizado para divulgar sua atividade parlamentar, está lá, à disposição, o link da Destra. Se levarmos em conta informações divulgadas pela própria empresa, a estratégia parece dar resultado, já que ela diz formar “mais de 60 mil cristãos”.

Resolvi fazer as contas. O único produto oferecido pela empresa é um plano de assinatura que garante acesso a dezenas de cursos, que custa R$ 500 – e, antes, chegou a custar R$ 685. Se todas as pessoas pagaram o mesmo valor que eu, o mais baixo, o negócio já trouxe mais de R$ 30 milhões aos seus sócios. Um deles? O Nikolas.

Eu prefiro acreditar que o número de clientes é inflado pela Destra, talvez para encorajar novos alunos. Enviei um e-mail para a empresa na última segunda-feira, 29, com essa e outras diversas perguntas. Até o momento, não houve resposta. O espaço segue aberto.

Minha jornada na Destra
Usei o PIX para garantir acesso ao “Plano Legado”, o produto oferecido pela Destra atualmente. Com isso, tive acesso a uma plataforma fechada com quatro “núcleos de formação”. Na prática, cada um deles é uma página com um layout diferente, mas todas imitando um “Netflix” em que cada pôster representa um curso.

Como assinei um termo que impede a reprodução de materiais do curso, não vou brindá-los com trechos das vídeo-aulas. Trago aqui, no entanto, o que mais me impressionou de tudo o que vi, ouvi e aprendi na plataforma da empresa do Nikolas.

Comecei pelos vídeos introdutórios chamados “Formação Destra”. São quatro minicursos online, cada um com três a oito vídeos com, no máximo, 15 minutos. O apresentador é um jovem que não se apresenta, não menciona qualquer formação acadêmica ou experiência profissional.

No primeiro vídeo que assisti, ele diz: “Você não está aqui por acaso. Talvez você tenha clicado em um link, algum anúncio ou propaganda ou até mesmo tenha sido convidado, mas quero que você saiba que chegou até aqui por um motivo maior. A Destra não é só uma plataforma, somos uma resposta para essa geração. E você, meu querido, faz parte disso”.

Me senti lisonjeado. Ele, então, apresenta a Destra da seguinte forma: “Somos um ecossistema criado para você, cristão, viver o Evangelho no dia-a-dia. A Destra é o fundamento. Não estamos aqui para te dar mais teoria ou te prender em debates. Aqui não há espaço para uma fé rasa”, conclui.

Depois dessas “boas-vindas”, parti para o primeiro núcleo, o “Destra Originais”. Comecei por um curso rápido chamado “Filosofia 10:31” — mais um apresentado por alguém não identificado. A filosofia é uma criação da Destra para oferecer um “novo estilo de vida” integrando a fé a todas as dimensões da existência.

“Vamos te apresentar o novo estilo de vida que você vai viver a partir de hoje”, diz o professor. “Nossa fé não é reservada para momentos de culto”, ele defende.

Depois, descobri que a tal filosofia – que parecia só um curso de autoajuda cristã – é o princípio que estrutura toda a plataforma. Os cursos vão de “como fazer amigos” a “como ter bons hábitos”, passando por “inteligência emocional” e “corrida de rua”. “Você precisa ser um cristão que se posiciona” é o mantra que atravessa os conteúdos, inclusive os de temas mais aparentemente neutros.

O Le Circle do Nikolas
Depois de alguns certificados conquistados, cliquei no núcleo seguinte, o “Le Circle” — por ter sido descrito como uma “comunidade viva e intencional”, com encontros ao vivo e trocas entre cristãos “comprometidos com o propósito”. Mas, infelizmente, essa funcionalidade ainda não estava disponível, apesar de um banner dizer que o lançamento seria em 23 de junho. Até agora, não foi ao ar.

Intrigado que a data já havia passado, fui checar no Google algo sobre o tal lançamento e digitei apenas: “Le Circle”. O primeiro resultado foi curioso. Eu não sabia – e espero, do fundo do coração, que o Nikolas também não. Mas Le Cercle (com “e” e não com “i) é o nome de um famoso grupo ultraconservador e anticomunista fundado na Europa.

No pós-Segunda Guerra Mundial, reunia políticos, banqueiros, militares e agentes de inteligência. E aqui vai um bônus: o grupo homônimo ao fórum concebido por Nikolas está ligado ao financiamento de regimes supremacistas, como o apartheid na África do Sul.

Depois, rumei ao núcleo “For The Nations”, cuja proposta é “levar a mensagem ao mundo”. Encontrei aulas de inglês com legendas, vocabulário cristão e conteúdos voltados à formação de uma “comunidade de aprendizado” — com grupos, fóruns e desafios.

O funil da radicalização
Por fim, o núcleo “Destra Front” é onde o jogo fica sério. Aqui, sim, finalmente aparece Nikolas Ferreira, em vídeos que funcionam como a “etapa final” do funil. A estética continua limpa, os vídeos têm ritmo, trilha e edição profissional. A pregação religiosa, embora ainda presente, aparece de forma mais sutil. Aqui, o púlpito vira palanque.

O principal produto oferecido no Front é o curso “O Cristão e a Política”. Nele, Nikolas apresenta a política como uma disputa entre o bem e o mal, em que os cristãos seriam chamados a combater forças que estariam destruindo os valores da família, da fé e da moral. E faz o pacote completo dos temas preferidos da extrema direita, repetindo opiniões e distorções sobre feminismo, socialismo e afins. Vou poupá-los disso.

Depois de atravessar toda a jornada, ficou claro que a intenção da Destra não é, em nenhum momento, dialogar com quem está fora da bolha cristã. Todas as aulas, de todos os módulos, poderiam ser pregações religiosas. A maioria delas, inclusive, se estrutura como tal: há um tom pastoral, versículos e apelos morais.

E aqui não há problema com a evangelização em si – ainda que cobrar tão caro por isso possa soar mal por aí. O que parece ser o objetivo, tanto quanto ganhar milhões de reais, é radicalizar politicamente os fiéis à extrema direita.

Digo isso como aluno: a plataforma funciona como uma usina de radicalização cristã, que não prega para converter, e sim para endurecer. Endurecer posições, fortalecer vínculos internos e, sobretudo, convencer que a agenda político-eleitoral da extrema direita é ungida por Deus.

Eu ainda tenho muitas horas de curso para fazer na Destra. E ainda há muito dinheiro a seguir nesse caso. Tenho algumas pistas. E pretendo trazer novidades em breve, numa edição futura. O que mais vocês querem saber sobre a Destra e as atividades empresariais e políticas do Nikolas?

E, aproveitando, é sempre bom lembrar: se você tiver o próximo grande furo de reportagem do país na mão, ou apenas uma informação que gostaria de dividir comigo, escreva para [email protected] ou responda a esse e-mail. Vamos conversar. Mas, por ora, continue aqui comigo que ainda há um pouco mais a falar sobre Nikolas Ferreira.

Nikolas e a frente ampla cristã
O site Bereia, com o Laboratório de Antropologia da Religião da Unicamp, publicou um ótimo artigo sobre a aproximação de Nikolas com setores ultraconservadores do catolicismo. Ele recomendou livro do padre Paulo Ricardo, leu São Josemaría Escrivá, fez live com o padre Chrystian Shankar e usou conceitos como “abertura à vida”. O texto aponta que, mais do que conversão, Nikolas estaria unificando evangélicos e católicos da extrema direita. Leia aqui.

*Intercept Brasil


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Tarcísio pula fora da disputa presidencial de 2026 por motivos óbvios

Em evento em Portugal, Tarcísio desferiu um golpe mortal na direita nacional.

Agora, sem matéria cósmica, sua sonhada candidatura à presidência da República em 2026, existe mais.

Não quer trocar o “certo” pelo “duvidoso”

Muitas são as razões não confessáveis de seu pulo fora da canoa furada.

Mas ao menos três motivos deram molde a essa decisão.

Ter chances reais de se reeleger governador de SP, enfrentar Lula que venceu todas as eleições com ele ou Dilma desde 2002 e, por último e mais presente no seu radar real, que seria a traição de Bolsonaro que virou o senhor da xepa da direita brasileira.

Bolsonaro não confia em Tarcísio para seus propósitos de ser amistado por um indulto.

Claro que as convulsões que a candidatura de Tarcísio já provoca no clã, tiram o apetite de qualquer um.

Isso significa que a mídia aumentará o tom, que já está lá nas alturas, contra Lula e adicionará mais pólvora e chumbo na direção do presidente.

Se não tem condição de criar um adversário, no mínimo, competitivo, a mídia concentrará todas as suas armas na cabeça de Lula, para tentar, mesmo perdendo novamente para ele, não dar distnâcia ou folga que lhe garanta a possibilidade de fazer um governo ainda mais à esquerda.


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Lula no encerramento da 17ª Cúpula do Brics: ‘A gente não quer mais um mundo tutelado’,

Questões climáticas, guerras e incômodo que o bloco causa foram temas tratados pelo presidente.

Nesta segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu uma coletiva de imprensa para fechar o calendário de eventos que compôs a 17ª Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro (RJ). Em sua fala, Lula reafirmou questões discutidas pelo grupo de países durante o encontro, como o respeito à soberania, o multilateralismo e a necessidade de ação coletiva em temas como a crise climática e o combate à desigualdade.

“A gente tem a convicção que a gente não quer mais um mundo tutelado. A gente não quer mais guerra fria. A gente não quer mais desrespeito à soberania. A gente não quer mais guerra”, disse Lula.

O multilateralismo, um dos tópicos principais da cúpula, é uma das saídas citadas pelo presidente para as guerras atuais. Mais uma vez, ele afirmou que “estamos vivendo, possivelmente, depois da Segunda Guerra Mundial, o maior período de conflito entre os países”, e voltou a criticar a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU): “O Conselho de Segurança da ONU, que deveria evitar as guerras, são os promotores”.

Ele discutiu a falta de diálogo entre Rússia e Ucrânia, a necessidade de uma instituição multilateral ou um grupo de países que facilite a troca em busca de um cessar-fogo permanente, e reforçou que “o que está acontecendo em Gaza já passou da capacidade de compreensão de qualquer mortal do planeta Terra”.

Neste tópico, Lula argumentou que não é possível afirmar que se trata de uma guerra contra o Hamas, como defendem autoridades israelenses, “já que só se mata inocentes, mulheres e crianças”. E reforçou que não existe uma instituição multilateral para colocar o fim nessa situação, em especial porque a ONU, que deveria estar coordenando esta negociação, não pode, já que está envolvida.

Para ele, que se diz muito satisfeito com a Cúpula deste ano, o Brics — “que não nasceu para afrontar ninguém”, segundo Lula, possivelmente se referindo à fala de Trump de domingo (6) à noite — é apenas outro modo de fazer política.

“Uma coisa mais solidária, que o banco esteja muito mais preocupado em ajudar os países em desenvolvimento a se desenvolver, os países mais pobres, e que tenha consciência de que a questão do clima é muito séria.”

Relevância para as questões climáticas
O presidente citou as questões climáticas com ênfase em seu discurso final. Ele reforçou que não conseguimos controlar as intempéries e, por isso, devemos cuidar mais dos oceanos, das florestas, do ar que respiramos. “Não existe nenhum radicalismo, não é coisa de ambientalista. Não é coisa de universitário, não é coisa de bicho grilo, como se falava antigamente, não. É coisa de gente que acredita na ciência.”

Lula lembrou que o Brasil sediará a COP30 este ano e cobrou seriedade na discussão. “Os líderes do mundo acreditam no que a ciência está falando sobre a questão do clima? É verdade o que a ciência tem nos mostrado, que as mudanças são concretas e irreversíveis se nós não mudarmos de comportamento? Se nós acreditarmos que é, nós vamos ter que tomar atitude.”

Na manhã desta segunda, os países-membros do Brics se reuniram para discutir finanças climáticas e pontos como a necessidade de aumentar a porção do financiamento dirigida à adaptação, particularmente de finanças públicas por parte dos países desenvolvidos para ajudar as populações mais vulneráveis aos impactos adversos da mudança de clima.

Já na coletiva de encerramento, Lula reforça que a China “possivelmente seja o melhor modelo de país que está enfrentando a questão do clima. É o mais rápido na transição energética e está tentando fazer com que a economia, efetivamente, seja de baixo carbono. Deveria ser um exemplo do G7, para muitos países ricos. É isso que tratamos aqui e é isso que eu acho que nós vamos fazer o debate daqui para frente”.

Brics gera incômodo
Para Lula, é por questionar o papel da ONU, ser mais assertivo em relação às questões climáticas e querer incidir na utilização de inteligência artificial — que não pode ser “uma coisa de dominação de meia dúzia de empresas” para “fazer guerra, contar mentiras, inverdades” — que o Brics está incomodando.

“Se a gente não tiver uma instituição de governança mundial com mais representatividade e mais seriedade, nós estamos entrando num sistema muito destrutivo do funcionamento da relação entre Estados, o que não faz bem para ninguém. Me parece que os Brics podem ser essa válvula de escape que a humanidade precisa para fazer alguma coisa nova.”

Lula afirmou que esta foi a reunião mais importante da história do Brics, especialmente por ter convidado mais pessoas, de mais países, como forma de convencer o mundo de que o bloco “é um novo jeito da gente fazer o multilateralismo sobreviver no mundo”.


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Ligações de Ciro Nogueira com empresário que explora jogo do tigrinho são reveladas em relatório, segundo revista

Fernandin OIG comprou três apartamentos em edifício construído pela empresa da família de Ciro Nogueira

Novos detalhes sobre a ligação do senador Ciro Nogueira, presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), com Fernando Oliveira Lima, o Fernandin OIG, dono de empresa de bet associada ao Jogo do Tigrinho, vieram à tona em reportagem da revista Piauí, assinada pelos jornalistas Alessandra Medina e João Batista Jr.

A matéria revela um relatório enviado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) à CPI das Bets sobre Fernandin: ele comprou três apartamentos em Teresina em edifício construído pela Ciro Nogueira Agropecuária e Imóveis, empresa que tem o senador como sócio.

A empresa tem como sócios-administradores Gustavo e Silva Nogueira Lima e Raimundo Neto e Silva Nogueira Lima, irmãos do senador. Eles já atuaram como secretários parlamentares de Ciro Nogueira.

Ao ser questionado sobre a negociação, o senador disse: “Nunca ouvi falar dessa compra”. Para justificar o desconhecimento da negociação, ele alegou que a empresa é administrada pelo irmão.

A reportagem também afirma que Fernandin repassou R$ 625 mil, entre dezembro de 2023 e setembro de 2024, a Victor Linhares de Paiva, ex-assessor de Ciro Nogueira. Hoje, Victor é secretário do prefeito de Teresina, Silvio Mendes (União).

Tigrinho

Ciro Nogueira afirmou à revista que perguntou ao ex-assessor sobre o valor recebido do empresário das bets e foi informado que se referia à venda de um relógio de luxo da marca Richard Mille “e que estava tudo no Imposto de Renda dele e do Fernandin”.

O assessor também repassou mais de R$ 30 mil ao senador entre 2023 e 2024. Nogueira, no entanto, diz que foi reembolso de um hotel na luxuosa Ilha de Capri, na Itália. “Eu desisti da viagem [para Capri, na Itália] e transferi para Victor a reserva [do hotel] que já estava paga, e ele me ressarciu”, respondeu o presidente do PP.

Empresário do Tigrinho poupado ao fim da CPI
Piauí traz a público que os documentos do Coaf não entraram no relatório final da CPI, feito pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que foi reprovado por 4 a 3, em 12 de junho.

Soraya explica que não colocou a íntegra do documento no relatório em razão das ameaças que vinha sofrendo. Ela afastou Ciro Nogueira da CPI, em que era membro suplente, após a divulgação da informação que o senador viajou para a França, onde acompanhou o Grande Prêmio de Mônaco de Fórmula 1, em uma aeronave pertencente a Fernandin.

Os relatórios financeiros mostram que o patrimônio do empresário, que negou à CPI ser dono do jogo do Tigrinho, saltou de R$ 36 milhões em 2022 para R$ 143 milhões em 2023 – um crescimento de 300%.

Apesar de ter começado com muito alarde e imensa expectativa, os trabalhos da comissão chegaram ao fim do dia 12 de junho passado com resultado frustrante. Pela primeira vez na última década, o relatório final de uma cpi foi rejeitado no Senado. Quatro senadores votaram contra. São eles: Angelo Coronel (PSDB-BA), Efraim Filho (União-PB), Professora Dorinha Seabra (União-TO) e Eduardo Gomes (PL-TO), ex-líder do governo de Jair Bolsonaro. Três votaram a favor: Eduardo Girão (Novo-CE), Alessandro Vieira (MDB-SE) e a relatora Soraya Thronicke.

Boa parte do relatório era dedicado a sugestões para conter os avanços e os efeitos nocivos das bets sobre os brasileiros — incluindo a proibição de jogos caça-níqueis, como o Fortune Tiger, conhecido como o Jogo do Tigrinho. Havia também o pedido de indiciamento de Fernandin OIG, por suspeita de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

*ICL/Revista Piauí


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Leia a íntegra do discurso de Lula: não seremos apenas fornecedores de matérias-primas

Presidente destacou que Sul Global tem ‘condições’ para liderar ‘novo paradigma de desenvolvimento’ do meio ambiente.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva criticou a escassez de recursos para uma transição “justa e planejada”, metas que já foram comentadas pelo governo federal em eventos que antecederam a Cúpula dos chefes de Estado do BRICS, nesta segunda-feira (07/07). Segundo ele, os países em desenvolvimento acabam sendo os mais atingidos pelas perdas e danos influenciados por um “negacionismo” e o “unilateralismo” do mundo.

A fala se deu no âmbito da sessão “Meio Ambiente, COP 30 e Saúde Global”, no segundo dia do evento de alto nível, no Rio de Janeiro. Atualmente, o desafio ambiental é, conforme o governo brasileiro, as nações se comprometerem com medidas que impeçam o aumento de 1,5 graus da temperatura mundial.

“É inadiável promover a transição justa e planejada para o fim do uso de combustíveis fósseis e para zerar o desmatamento […] O Sul Global tem condições de liderar um novo paradigma de desenvolvimento, sem repetir os erros do passado. Não seremos simples fornecedores de matérias-primas”, declarou o mandatário, ao enfatizar a necessidade do acesso e desenvolvimento de tecnologias que permitam participar “de todas as etapas das cadeias de valor”.

Ainda de acordo com Lula, menos de 60 empresas no mundo são responsáveis pela emissão de 80% de carbono, sendo que a maioria atua nos setores de petróleo, gás e cimento.

“Os incentivos dados pelo mercado vão na contramão da sustentabilidade”, destacou. “Em 2024, os 65 maiores bancos do mundo se comprometeram a conceder 869 bilhões de dólares para o setor de combustíveis fósseis”.

Por outro lado, a chamada Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do BRICS adotada hoje pelo bloco, de acordo com Lula, configura-se como uma solução pois apresenta “fontes necessárias e modelos alternativos” para o financiamento climático.

“O Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que lançaremos na COP 30, irá remunerar os serviços ecossistêmicos prestados ao planeta”, disse.

Defesa da saúde global
Lula também destacou em seu discurso que a “defesa da saúde dos pobres é urgente”. Ele reforçou que, embora seja um direito humano e um motor do desenvolvimento, “a saúde global é afetada pela pobreza e pelo unilateralismo”.

O presidente brasileiro também afirmou que é fundamental recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde como “foro legítimo para o enfrentamento às pandemias”. Além disso, destacou que é necessário ter espaço fiscal para garantir a saúde e o bem-estar dos povos.

Ele complementou: “Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda.”

Leia o discurso na íntegra

“Os regimes multilaterais de clima e de saúde foram palco de grandes esforços de mobilização do Sul Global.

As três convenções da ONU adotadas aqui no Rio de Janeiro, em 1992, colocaram o desenvolvimento sustentável no centro dos debates sobre o futuro do planeta.

Consagramos o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.

Mesmo sem o passivo histórico dos países desenvolvidos, os membros do BRICS não deixaram de fazer a sua parte.

Na Organização Mundial da Saúde e na Organização Mundial do Comércio, lutamos juntos pelo acesso a medicamentos e vacinas essenciais para vencer a epidemia de HIV/Aids, a malária, a tuberculose e outras mazelas que afetam, principalmente, os países mais vulneráveis.

Nas Conferências de Cairo e Pequim, há três décadas, reafirmamos os direitos humanos de mulheres e meninas, inclusive à saúde sexual e reprodutiva.

Hoje, o negacionismo e o unilateralismo estão corroendo avanços do passado e sabotando nosso futuro.

O aquecimento global ocorre em ritmo mais acelerado do que o previsto.

As florestas tropicais estão sendo empurradas para seu ponto de não retorno.

A Conferência de Nice, há poucas semanas, deixou claro que o oceano está febril.

Uma década após o Acordo de Paris, faltam recursos para a transição justa e planejada, essencial para a construção de um novo ciclo de prosperidade.

Os países em desenvolvimento serão os mais impactados por perdas e danos.

São também os que menos dispõem de meios para arcar com mitigação e adaptação.

Justiça climática é apostar em ações comprometidas com o combate à fome e às desigualdades socioambientais.

Ao proteger, conservar, e restaurar nossos territórios, criamos também oportunidades para as comunidades locais e povos indígenas.

A geração de empregos decentes, a igualdade entre homens e mulheres e o fim do racismo em todas as suas esferas são imperativos.

O Consenso dos Emirados Árabes Unidos, a partir do Balanço Global de avaliação de cumprimento do Acordo de Paris, deve ser a base de sustentação de nossas ações de implementação.

Nosso desafio é alinhar ações para evitar ultrapassar 1,5 graus de aumento da temperatura do planeta.

Será preciso triplicar energias renováveis e duplicar a eficiência energética.

É inadiável promover a transição justa e planejada para o fim do uso de combustíveis fósseis e para zerar o desmatamento.

Faz parte desse desafio viabilizar os meios de implementação necessários, hoje estimados em 1.3 trilhão de dólares, partindo dos 300 bilhões já acordados na COP29 no Azerbaijão.

O Sul Global tem condições de liderar novo paradigma de desenvolvimento, sem repetir os erros do passado.

Não seremos simples fornecedores de matérias-primas.

Precisamos acessar e desenvolver tecnologias que permitam participar de todas as etapas das cadeias de valor.

80% das emissões de carbono são produzidas por menos de 60 empresas.

A maioria atua nos setores de petróleo, gás e cimento.

Os incentivos dados pelo mercado vão na contramão da sustentabilidade.

Em 2024, os 65 maiores bancos do mundo se comprometeram a conceder 869 bilhões de dólares para o setor de combustíveis fósseis.

Taxonomias sustentáveis e unidades de contagem de carbono justas e inclusivas podem atrair investimentos produtivos verdes e justos.

A Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do BRICS, que adotamos hoje, apresenta fontes necessárias e modelos alternativos para o financiamento climático.

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que lançaremos na COP 30, irá remunerar os serviços ecossistêmicos prestados ao planeta.

Meus amigos e minhas amigas,

Apesar de ser um direito humano, bem público e motor de desenvolvimento, a saúde global também é profundamente afetada pela pobreza e pelo unilateralismo.

Recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde como foro legítimo para o enfrentamento às pandemias e na defesa da saúde dos povos é urgente.

A recente adoção do Acordo de Pandemias é um passo nessa direção.

O BRICS está apostando na ciência e na transferência de tecnologias para colocar a vida em primeiro lugar.

No Brasil e no mundo, a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre.

Muitas das doenças que matam milhares em nossos países, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global.

Implementar o ODS 3 — saúde e bem-estar — requer espaço fiscal.

Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda.

A Parceria pela Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, que lançaremos hoje, propõe superar essas desigualdades sistêmicas com ações voltadas para infraestrutura física e digital e para o fortalecimento de capacidades.

A consolidação da Rede de Pesquisa de Tuberculose, com o importante apoio do Novo Banco de Desenvolvimento e da Organização Mundial da Saúde, bem como a cooperação regulatória em produtos médicos são exemplos concretos do quanto já avançamos como grupo.

Estamos liderando pelo exemplo.

Cooperando e agindo com solidariedade em vez de indiferença.

Colocando a dignidade humana no centro de nossas decisões.

Muito obrigado.”

*Opera Mundi


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Cresce a popularidade de Lula após campanha de taxação dos super-ricos

Levantamentos internos realizados pelo Palácio do Planalto apontam uma melhora expressiva na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a campanha popular contra recentes medidas do Congresso Nacional.

A última semana foi marcada por uma forte campanha nas redes contra o presidente da Câmara, Hugo Motta, após ele quebrar um acordo feito com o governo e pautar a derrubada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A campanha, que mobilizou o uso de inteligência artificial, hashtags e influenciadores digitais, foi aclamada pelos analistas como uma das primeiras vitórias da esquerda no campo da comunicação nos últimos anos.

O aumento da popularidade foi noticiado pela jornalista Bela Megale, de O Globo. De acordo com a Forum, esquisas diárias de opinião, conhecidas como trackings, indicaram um avanço consistente na avaliação positiva de Lula, acompanhado por uma queda relevante nos índices de reprovação.

“O Centrão queria usar o IOF para transformar o governo Lula em um pato manco até a eleição. Mas o que eles fizeram foi nos dar um presente”, afirmou um ministro à coluna da jornalista.


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BRICS sobe o tom contra neoliberalismo imposto pelo Norte

Cúpula chega ao segundo dia com foco em financiamento climático, saúde global e papel do Sul nas decisões multilaterais.

A 17ª Cúpula do BRICS chega ao seu último dia nesta segunda-feira (7), no Rio de Janeiro (RJ), com expectativa para o lançamento de uma declaração sobre financiamento climático e a criação da Parceria Brics para Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas. No domingo (6), os chefes de Estado dos países-membros elevaram o tom contra o sistema financeiro global e cobraram uma nova arquitetura internacional mais justa, plural e centrada no Sul Global.

Reunidos pela primeira vez com 11 membros permanentes, os líderes do bloco aprovaram a “Declaração do Rio de Janeiro”, que condena as sanções unilaterais, propõe a reforma das instituições de Bretton Woods e defende a criação de alternativas ao dólar e ao sistema SWIFT.

Em uma de suas falas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as atuais estruturas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) sustentam “um Plano Marshall às avessas”, no qual os países em desenvolvimento financiam os mais ricos. “O modelo neoliberal aprofunda as desigualdades.”

Para Marta Fernández, coordenadora do Brics Policy Center, a declaração final da cúpula cumpriu o objetivo brasileiro de protagonizar uma agenda propositiva. “Foi uma declaração cautelosa, que buscou não tocar no calcanhar de Aquiles dos Estados Unidos, mas, ao mesmo tempo, muito enfática na defesa da soberania, da integridade territorial do Irã e da solução de dois Estados para a Palestina”, avaliou.

egundo ela, o texto reconhece o déficit democrático das instituições internacionais e reforça a centralidade da ONU como “organização multilateral por excelência”.

Para Fernández, o Brics buscou um ponto de equilíbrio entre o enfrentamento simbólico ao Norte Global e a construção de consensos. “Os países do bloco estão negociando acordos com os Estados Unidos, então evitaram uma retórica frontal. Mas o texto é contundente ao reivindicar soberania, justiça fiscal e reformas multilaterais”, avaliou.

A situação na Palestina também foi destaque nas falas e documentos do primeiro dia. A declaração final do Brics exige cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza, e denuncia o uso da fome como arma de guerra por parte de Israel. O bloco defende a criação de um Estado palestino soberano, com Jerusalém Oriental como capital, e manifesta apoio à ação em curso na Corte Internacional de Justiça que investiga crimes de genocídio.

Esta edição da cúpula foi marcada por uma novidade histórica: pela primeira vez, movimentos populares tiveram voz em uma plenária oficial do Brics. Representantes do recém-criado Conselho Civil apresentaram aos chefes de Estado um documento com propostas nas áreas de saúde, educação, soberania digital e finanças.

Brics endossa ruptura com ordem financeira e cobra justiça fiscal
O primeiro dia da cúpula aprofundou o diagnóstico de que o sistema financeiro internacional se baseia em desigualdades. Em resposta, os países do bloco formalizaram a Iniciativa de Pagamentos Transfronteiriços do Brics, que visa a criação de uma rede própria de transações, menos dependente do dólar e fora do alcance de sanções unilaterais. O documento final também defende o fortalecimento do uso de moedas locais no comércio entre os países-membros.

A declaração dos líderes reitera o apoio à reforma das cotas de poder no FMI e à ampliação do papel do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff. O banco é apontado como plataforma estratégica para o financiamento em moeda local e para a oferta de garantias multilaterais em projetos de infraestrutura.

No campo da justiça fiscal, o Brics apoiou a criação de uma convenção tributária global sob a ONU e saudou a proposta brasileira de taxação dos super-ricos. “Três mil bilionários ganharam US$ 6,5 trilhões desde 2015”, apontou Lula ao defender justiça tributária.

Marta Fernández também destaca que a declaração final chamou atenção para a necessidade de redirecionar recursos militares para áreas como saúde, meio ambiente e combate às desigualdades. “O tema da desigualdade aparece com muita força, seja ao tratar das doenças socialmente determinadas, da segurança alimentar ou da exclusão digital. É uma tentativa de responder a problemas concretos, com foco nas populações vulnerabilizadas.”

Inteligência artificial e soberania digital entram na pauta do bloco

Os países também lançaram a Declaração sobre a Governança da Inteligência Artificial, com foco em regulação multilateral, soberania digital e combate à concentração de dados. Lula alertou que o desenvolvimento da IA não pode se tornar “instrumento de manipulação nas mãos de bilionários”, e defendeu que a ONU tenha papel central nas discussões sobre o tema.

A declaração propõe regras internacionais para garantir acesso equitativo às tecnologias e medidas de cibersegurança. O bloco também manifestou apoio à criação de instrumentos próprios de conectividade, como cabos submarinos entre os países-membros, para assegurar soberania no tráfego de dados.

Clima e saúde encerram a cúpula com foco na implementação
A agenda desta segunda-feira (7) terá como foco as mudanças climáticas, a saúde global e os mecanismos de financiamento para países em desenvolvimento. A expectativa é pela adoção de uma declaração conjunta sobre financiamento climático, articulada pelo Brasil, e pela criação de uma parceria voltada à eliminação de doenças socialmente determinadas.

*BdF


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A esquerda pautou Motta e a mídia

A mídia brasileira, que parou na antiguidade, está trazendo um paladar a mais no tsunami que varreu as redes nos últimos dias com os memes do Congresso inimigo povo.

Toda a teia da chamada grande mídia tenta, sem sucesso, hostilizar a hecatombe que se abateu sobre o Congresso, mais precisamente sobre a cabeça de Hugo Motta.

Isso ajuda a definir quem está contra ou a favor do povo, mas a mídia, de tão cega de ódio pela goleada que Motta e o Congresso levaram dos memes da esquerda que, os desavisados repetem sem parar o erro de refutar a realidade perdida em seu próprio anacronismo de pedra.

É a famosa “solução de gênio”

Do alto da torre da classe dominante a mídia deflagrou uma guerra até contra a Inteligência Artificial.

Tudo para agradar a altíssima roda dos super-ricos que ficaram nus junto com Motta e seu congresso particular voltado a gracejos e agrados aos milionaríssimos

Para piorar um pouco mais, a Câmara, comandada por Motta, alega sigilo para esconder informações sobre a ida de Motta, em jatinho da FAB, ao evento comandado por Gilmar Mendes em Portugal, sem falar da sua ida à Nova York para jantar com João Dória e empresários.


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Instituto ligado à igreja da santa, Michelle Bolsonaro, recebeu recursos públicos de emendas parlamentares

Que coisa hein!

O projeto fascista é mesmo uma festa no céu!

Entidade ligada à pura, recebeu a bagatela pública de R$ 700 mil destinados pelos deputados Alexandre Ramagem e Hélio Lopes, aliados de Bolsonaro

O halo guerreiro da santa cheia de fulgor é pura luz.

Tal resplendor não é pouca coisa.

A moça é pé de coelho para quem dela recebe a luz da glória.


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