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Interventor do DF afirma que invasores dos atos terroristas feriram 44 policiais e quase mataram um PM

Ricardo Cappelli disse ao ‘Fantástico’ que a noite de 8 de janeiro e que é a hora de ‘separar o joio do trigo’ na segurança de Brasília.

Ricardo Cappelli, interventor da segurança no Distrito Federal, afirmou na noite deste domingo ao “Fantástico” que 44 policiais ficaram feridos no embate com os invasores aos três poderes no dia 8 de janeiro. Ele afirmou que havia gente preparada em combate entre os manifestantes golpistas.

— Nós temos 44 policiais militares feridos em combate. Eles enfrentaram homens profissionais entre os manifestantes. Gente treinada e preparada. Gente que tinha noção de tática de enfrentamento, gente que tinha luva própria pra devolver granada e artefatos e gente que por muito pouco não ceifou a vida de um policial militar — afirmou Capelli.

Ao programa, ele afirma que encontrou um comando da segurança do Distrito Federal atordoado.

— Agora é a hora da gente separar o joio do trigo. Os que falharam, os que foram omissos, os que foram cúmplices e aqueles que honram a instituição, a polícia militar do Distrito Federal — afirmou. — A noite do dia 8 ainda não acabou. O dia 8 ainda não acabou. Essa noite ainda tem muita coisa pra ser… muita história por trás dela, muita investigação e a gente vai até o final.

*Com O Globo

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Quando o desespero toma conta

Mensagem de Michelle Bolsonaro nas redes sociais mostra desespero.

Ex-primeira-dama já nem tenta mais esconder a preocupação em relação ao futuro da família.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usou suas redes sociais neste domingo (15) para enviar uma mensagem aos céus. O desabafo mostra uma clara preocupação com o futuro da família uma vez que seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não vive seus melhores dias desde que perdeu as eleições presidenciais para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 30 de outubro de 2022.

E após sua fuga para os Estados Unidos, em 30 de dezembro, e a posse do novo presidente, aparentemente as coisas têm piorado. Bolsonaro é investigado por diversos crimes relacionados à sua gestão e foi apontado como culpado pela Polícia Federal no processo que investiga uma live em que comparou as vacinas de Covid-19 à contaminação por Aids.

Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que ele seja investigado como mentor e incentivador dos ataques que seus apoiadores realizaram em Brasília no último final de semana. Ainda é especulado na imprensa que Moraes esteja preparando um pedido de prisão do ex-presidente e, para piorar, o governo dos EUA já acenou, em paralelo ao seu apoio a Lula (PT), que não teria problemas em extraditar o ex-presidente caso solicitado pela Justiça brasileira.

Para piorar, Bolsonaro ainda recebeu um escracho no condomínio de brasileiros em Miami, na Flórida, onde se encontra, horas do antes da publicação. Com tudo isso em mente, Michelle soltou seu desabafo em formato de ‘stories’ no Instagram. “Senhor, tenha misericórdia de nós. Nós te amamos, pai”, clamou a ex-primeira-dama.

Na mesma publicação ela ainda postou uma frase do evangelista norte-americano Billy Graham. Uma possível interpretação pode apontar o descontentamento de Michelle em relação a fuga com o marido para os EUA. “Têm descansos que acontecem quando o corpo se deita, outros quando o joelho se dobra”, diz a frase.

*Com forum

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Lula destitui diretores da EBC após emissora chamar vândalo de manifestante

Petista nomeou Kariane Costa como presidente interina para liderar processo de transição na empresa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destituiu toda a diretoria da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) na noite de sexta-feira (13) e nomeou a jornalista Kariane Costa para a presidência, de forma interina.

De acordo com a Folha, a troca no comando foi acelerada após a linha editorial adotada nos atos golpistas do último domingo (8), segundo auxiliares do chefe do Executivo. Os diretores eram ainda da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A avaliação é a de que a estatal estava com uma postura distante da adotada pelos demais veículos de imprensa, visando minimizar os atos.

Um integrante do governo citou, como exemplo, que as pessoas que depredaram a sede dos três Poderes eram chamadas de manifestantes, em vez de vândalos ou golpistas.

Outro afirmou que o temor era de que a cúpula indicada por Bolsonaro tivesse sido ainda mais radical na cobertura do ato golpista. Havia receio de que a empresa fosse utilizada para eventualmente propagar ideias antidemocráticas ou que houvesse uma espécie de sabotagem técnica, interrompendo transmissões da Presidência, por exemplo.

No dia seguinte ao ato golpista, o jornal da TV Brasil transmitiu a sessão do Congresso e colocou uma passagem do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o que foi interpretado por petistas como provocação.

Dessa forma, a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), sob a qual fica subordinada a EBC, decidiu iniciar a transição na EBC. Nos próximos 30 dias, a pasta deve iniciar um processo de reorganização da empresa e retirada de indicados de bolsonaristas em postos-chave.

Kariane conta com a confiança do ministro Paulo Pimenta.

Atualmente, ela integra o Conselho de Administração da empresa, na vaga que representa os empregados da casa.

Por isso, ela já tem o nome aprovado pela Lei das Estatais, processo que dura cerca de 30 dias e pelo qual todos os indicados devem ainda passar.

Assim, Kariane assume de forma interina a presidência e “conduzirá o processo de transição para nova gestão, a ser implementada nos próximos meses”, segundo nota divulgada pelo Planalto.

A jornalista está há mais de dez anos na estatal. Chegou a trabalhar como editora de agosto de 2012 a fevereiro de 2014. Deste então, é repórter de política.

“Aceitei o convite do presidente Lula e do ministro Paulo Pimenta para estar à frente, de forma interina, do processo de transição para a retomada da missão da EBC. Agradeço a confiança! Juntos vamos reconstruir nossa empresa!”, disse Kariane, nas redes sociais.

Já Pimenta afirmou iniciar, na sexta, uma transição na empresa, “que resultará no fortalecimento da comunicação pública, na valorização dos empregados e no aprimoramento da governança.

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Marina Silva: Turba enfurecida em Brasília está ligada a crimes na Amazônia

Para ministra do Meio Ambiente, parte dos golpistas tem conexão com desmatamento e grilagem.

Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), o vandalismo golpista do último domingo (8) em Brasília está diretamente ligado aos quatro anos de aumento no desmatamento e de leniência com crimes ambientais.

Até agora, as investigações sobre a manifestação bolsonarista já identificaram elos, de financiamento ou logística, com setores do agronegócio contrários a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Parte dessa turba enfurecida vem de práticas nos setores ligados a desmatamento, grilagem, tráfico de madeira, pesca ilegal, garimpo ilegal”, diz Marina à Folha.

De volta ao cargo após quase 15 anos, ela defende retomar políticas de proteção ambiental, torná-las mais sólidas e conseguir construir, apesar desses setores conservadores, uma ação transversal para ao menos tentar cumprir o Acordo de Paris. “Vai ter constância [nas políticas]”, define.

Para ela, incentivos, por meio de reforma tributária, podem convencer produtores rurais a cumprirem a legislação, o que não ocorreu na última gestão. “Você investe tudo para fazer sua propriedade ser certificada, aí entra um governo que acaba com tudo e você vai ter que concorrer com ilegais. Parece que você é o bobo da corte”, afirma.


Há relação entre os organizadores dos atos golpistas do último domingo e os agentes de crimes ambientais ligados ao agronegócio da Amazônia? Quando assinou o decreto de intervenção federal na segurança do Distrito Federal, o presidente Lula muito corretamente fez uma correlação entre o que estava acontecendo em Brasília e as práticas ilegais da Amazônia.

Uma boa parte disso são aqueles que estão sendo investigados, que são estrategistas, financiadores, estimuladores, articuladores dessa barbaridade política em vários níveis. Mas uma boa parte era uma turba enfurecida daqueles que, durante o governo Bolsonaro, saíram da expectativa da impunidade que todo criminoso tem para a certeza da impunidade.

Parte dessa turba enfurecida vem de práticas nos setores ligados a desmatamento, grilagem, tráfico de madeira, pesca ilegal, garimpo ilegal. Obviamente, o cuidado que a gente tem que ter é de não fazer generalizações.

A fiscalização ambiental deve encontrar mais resistência do que se previa? Não mudou a percepção. A gente teve certeza aqui do que a gente diagnosticou e do que a gente projetou como ação necessária.

Os elementos que nós tínhamos durante a transição já eram suficientemente fortes para sabermos o tamanho do problema que existe. Não entramos às cegas, mas, estando aqui dentro, a realidade é incomparavelmente pior.

Então, você tem que correr para não deixar prescrever o contrato com helicóptero, um monte de coisa, porque você tem o que foi destruído e tem o que foi armado para continuar não dando certo.

Até que ponto é possível dialogar com o agronegócio, considerando que há setores dele que defendem propostas antiambientais? O diálogo é a possibilidade de convencer e de ser convencido. Não pressupõe uma imposição daquilo que não pode ser aceito do ponto de vista legal e das relações políticas civilizadas.

A academia, por exemplo, tem um momento em que ela não vai abrir mão. Ela diz: isso aqui é ciência. Tem que reduzir as emissões para equilibrar em 1,5°C [como teto do aquecimento global] e não adianta querer convencer o contrário, de que 2°C é possível. O diálogo é exatamente o respeito ao princípio da realidade. Há um momento em que a realidade se impõe.

Hoje temos um setor do agro que é incomparavelmente mais resistente, mas nós temos a experiência já aplicada das políticas públicas.

A novidade é que hoje nós temos também um setor relevante do agro comprometido com a agenda da sustentabilidade, que também é incomparavelmente maior e mais atuante do que nós tínhamos há 20 anos. Então temos uma boa base para trabalhar transversalmente o trilho dessa transição para uma agricultura de baixo carbono.

Nessa transversalidade, a senhora precisará dialogar com o agro, mas também com ministros que até há pouco eram governadores em locais com alto índice de desmatamento e com políticas públicas lenientes… Foi o próprio presidente quem deu o termo de referência para nós, para o conjunto do governo, na questão do desmatamento. O presidente Lula é quem está liderando a agenda.

Liguei para o Carlos Fávaro [ministro da Agricultura] e já estamos trabalhando em um acordo de cooperação para materializar a questão da agenda ambiental e de desenvolvimento no setor agrícola. Porque o Brasil não pode pagar o preço dos criminosos. Nós estamos buscando todas as sinergias possíveis, inclusive com o setor produtivo.

O Brasil conseguirá evitar o ponto de não retorno no desmatamento da Amazônia? Já estamos em torno de 19% a 20% de Amazônia destruída, já muito próximo do ponto de não retorno, que é ultrapassar os 20% até 25% de destruição. E isso é uma margem que você não pode arriscar. Tem que parar.

O compromisso assumido pelo Brasil é de desmatamento zero até 2030. Nós estamos correndo atrás de dar conta dessa meta, tendo um verdadeiro abismo de política ambiental durante quatro anos, né?

É um desafio imenso, não é mágica. Mas nós não vamos rebaixar a meta em função do abismo, vamos mantê-la. Se alcançarmos, será um feito enorme. Senão, queremos estar bem próximo dela.

Não tem espaço para o ilegal, o que não é correto, mas o desmatamento zero também é um convencimento. É preciso convencer o dono da terra de que a preservação da área de floresta é mais rentável, mais estratégica, do que usá-la para criar gado ou plantar, mesmo que dentro da lei.

Como fazer esse convencimento? Há uma grande quantidade de pessoas que querem um caminho: vai ter suporte técnico, vai ter algum tipo de incentivo, vai ter constância. Porque, nessa sazonalidade, a gente caminhou por dez anos e olha o que aconteceu? A gente voltou para o zero.

Então você investe tudo para fazer sua propriedade ser certificada, aí entra um governo que acaba com tudo e você vai ter que concorrer com ilegais. Parece que você é o bobo da corte.

É preciso dos incentivos, nós vamos ter uma reforma tributária e nosso querido Fernando Haddad [ministro da Fazenda] tem uma compreensão fantástica.

Ao mesmo tempo, Mato Grosso já está tendo um retardamento na chuva de 27 dias. São prejuízos enormes do ponto de vista da safrinha, são prejuízos de bilhões para o agro.

Se entrar em ponto de não retorno, significa mudar completamente o regime de chuvas, então não compensa eu usar o que eu poderia usar [de um terreno] ao custo de acabar com a chuva de toda a minha propriedade. Então tem um processo complexo, mas já há uma compreensão muito grande.

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Anielle Franco e Sonia Guajajara tomam posse com Lula: governo responde à violência dando voz a indígenas e negros. Assista

Foram as duas últimas posses do governo, que tinham sido adiadas devido aos ataques. “Nunca mais vamos permitir outro golpe no país”, disse Sonia.

As duas últimas posses do governo Lula, no final da tarde desta quarta-feira (11), misturaram simbolismo e resposta aos ataques contra a democracia ocorridos no último domingo (8). Com samba-enredo, cânticos e rituais – como A Dança da Ema, do povo Terena –, a carioca Anielle Franco, 37 anos, e a maranhense Sonia Guajajara, 48, assumiram formalmente os ministérios da Igualdade Racial e dos Povos Indígenas, em cerimônia no Palácio do Planalto, um dos alvos do terror.

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu à cerimônia, ao lado do vice, Geraldo Alckmin, da primeira-dama, Janja da Silva, e vários ministros. Também esteve presente a ex-presidenta Dilma Rousseff. Ao final da cerimônia, Lula, que não discursou, sancionou o projeto (PL 4.566) que tipifica como crime a injúria racial em locais públicos.

“Não iremos nos render”

Logo no início do pronunciamento, Sonia fez referência aos “ataques covardes e violentos” às sedes do Executivo, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. “Estamos aqui de pé para mostrar que nós não iremos nos render. A nossa posse, minha e de Anielle Franco, é o mais legítimo símbolo dessa resistência secular, preta e indígena, do nosso Brasil”, afirmou. “Estamos aqui nesse ato de coragem para mostrar que destruir essa estrutura (as sedes dos três poderes) não vai destruir a nossa democracia. Nunca mais vamos permitir um outro golpe no nosso país. Sem anistia!”, acrescentou a ministra.

Ela apontou ainda certo desconhecimento histórico, inclusive nos livros, a respeito da população indígena no Brasil. “É importante saberem que nós existimos de muitas e diferentes formas. Estamos nas cidades, nas aldeias nas florestas,, exercendo os mais diferentes ofícios que vocês possam imaginar.” Segundo Sonia, “a invisibilidade secular” teve impacto direto nas políticas públicas do Estado, que ela chamou de inadequadas.

“Reflorestar “mentes e corações”

Políticas que resultam do racismo, do atraso e da baixa institucionalidade, prosseguiu a nova ministra. Ela também fez referência à pandemia e seu impacto sobre os povos indígenas: “Milhares de vidas ceifadas pelo negacionismo criminoso do governo anterior”. Dirigindo-se a Lula, afirmou que muitos povos vivem em situação de crise humanitária. Falou sobre o agronegócio, garimpo ilegal e emergência climática. “A proteção dos diferentes biomas é essencial para qualquer produção agrícola.” E ressaltou a necessidade da demarcação das Terras Indígenas, “importantes aliadas na luta contra o aquecimento global”.

No final, propôs “reflorestar mentes e corações, rumo a uma democracia do bem viver”. A ministra também apresentou a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), que passará a comandar a Funai, agora com o nome de Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

Anielle Franco toma posse, lembra Marielle e diz que racismo merece direito de resposta eficaz | Política | G1

Do luto à luta

Anielle começou sua fala agradecendo “as mulheres negras que seguraram a minha mão desde o dia 14 de março de 2018 e nunca mais soltaram”. A data é referência ao assassinato de sua irmã, a vereadora Marielle Franco. Desde então, uma “travessia do luto à luta” resultou na criação do instituto que leva o nome de Marielle – cuja filha, Luyara, hoje com 25 anos, estava presente à cerimônia de posse. Anielle lembrou ainda que se beneficiou da política de cotas, “na primeira turma da Uerj”.

“Os dias desde o golpe da minha eterna presidente Dilma tem sido difíceis, principalmente desde 2018. A nossa resposta tem sido a luta pela vida”, afirmou Anielle, para quem o Brasil será de quem, historicamente, resistiu ao “projeto violento” que criou o país. E também falou sobre a “barbárie” do último domingo. “O fascismo, assim como o racismo, é um mal a ser combatido na nossa sociedade. (…) Ela defendeu uma “conversa franca e honesta” sobre a violência contra moradores de comunidades. “Essa guerra nas favelas e nas periferias nunca funcionou. Apenas segue dilacerando famílias e alimentando um ciclo de violência sem fim. Já passou da hora de seguirmos fórmulas fracassadas.”

“Não sairmos daqui”

Anielle falou no fortalecimento das políticas de cotas e em esforços para aumentar a presença de estudantes negros da universidades. E também na administração pública, destacou. Mas lembrou que é preciso participação e apoio de todas as áreas de governo. E dos não negros, contra o mito da democracia racial e contra a violência praticada pelo próprio Estado. “O racismo merece um direito de resposta eficaz. (…) Não sairemos daqui.” Ela terminou recitando o poema Vozes-Mulheres, de Conceição Evaristo.

Sonia Guajajara foi apresentada pela deputada Célia Xacriabá (Psol-MG). “A luta pela terra é a mãe de todas as lutas. Chegamos ocupando um lugar que sempre foi nosso, que é o Brasil. A ancestralidade toma posse. O turbante e o cocar tomam posse”

Já Anielle, “cria do Complexo da Maré”, teve apresentação da ativista Camila Moradia, “cria do complexo da Alemão”. E lembrou que a nova ministra será defensora das políticas de inclusão. O vídeo que apresentou Anielle foi narrado pelo cantor Emicida.

E Marina Irís cantou o samba-enredo Histórias para ninar gente grande, apresentado pela Mangueira em 2019.

Brasil, meu dengo
A Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500
Tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato
Assista à íntegra da posse de Sonia Guajajara e Anielle Franco:

*Com Rede Brasil Atual

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Deputados dos EUA pedem que Bolsonaro seja extraditado ao Brasil

O deputado democrata Joaquin Castro, do estado americano do Texas, defendeu que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja extraditado ao Brasil, após milhares de manifestantes bolsonaristas invadirem e atacarem na tarde deste domingo, 8, os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.

“Bolsonaro não deve receber refúgio na Flórida, onde está se escondendo da responsabilidade de seus crimes”, disse em publicação no Twitter. “Me posiciono junto a Lula e ao governo democraticamente eleito do Brasil. Terroristas domésticos e fascistas não podem usar o roteiro de Trump para enfraquecer a democracia”.

Em entrevista à rede CNN, o deputado também mencionou extradição do ex-presidente brasileiro.

“No programa de hoje, o deputado democrata Joaquin Castro pediu a extradição do ex-presidente Bolsonaro (…) visto na Flórida nos dias recentes”, escreveu Jim Acosta, âncora da emissora, no Twitter.

Um pouco mais tarde, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, também do Partido Democrata, afirmou que “os EUA devem parar de garantir refúgio a Bolsonaro na Flórida”.

Bolsonaro chegou em Orlando, no estado americano da Flórida, em 30 de dezembro, após deixar o Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira. Lá, ele está hospedado em uma casa de veraneio do ex-lutador de MMA José Aldo, um de seus mais fiéis apoiadores. O imóvel conta com oito quartos e cinco banheiros, além de cozinha ampla, quartos com decoração temática do Mickey Mouse, salão de jogos e uma sala privativa de cinema. Os valores da diária começam em US$ 519, cerca de R$ 2.743.

Neste domingo, após as cenas em Brasília, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, reiterou apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e condenou a violência aos prédios públicos brasileiros.

“Condenamos estes ataques à Presidência, ao Congresso e ao Supremo Tribunal do Brasil hoje. Usar violência para atacar instituições democráticas é sempre inaceitável. Nos juntamos a @lulaoficial em instar um fim imediato a estas ações”, escreveu o secretário americano, marcando a conta oficial de Lula no Twitter.

+ Líderes estrangeiros condenam invasão ao Congresso, Planalto e STF

Em uma dura condenação ao “atentado à democracia e à transferência pacífica de poder”, o presidente dos EUA, Joe Biden, reforçou “as instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada”.

Já o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que o mandatário “acompanha de perto a situação e nosso apoio às instituições democráticas do Brasil é inabalável”.

“A democracia brasileira não será abalada por violência”, escreveu Sullivan.

*Com Veja

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Deputado italiano diz que está “atento” com possível fuga de Bolsonaro para a Itália

Em novembro de 2022, dias após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro para o presidente Lula (PT), os filhos do ex-mandatário, Eduardo e Flávio Bolsonaro, foram até a embaixada da Itália em Brasília para tentar fazer avançar um pedido de reconhecimento de cidadania italiana que eles tinham protocolado em 2019. Caso obtenham sucesso na solicitação, o deputado federal e o senador poderiam morar legalmente no país europeu.

Especula-se que o próprio Jair Bolsonaro também esteja tentado obter a dupla cidadania a partir de seus antepassados italianos. O ex-presidente, antes da posse de Lula, empreendeu uma espécie de fuga aos Estados Unidos e a Itália seria um destino almejado por ele para escapar dos processos judiciais dos quais é alvo no Brasil.

Sem foro privilegiado, já que deixou a presidência, Bolsonaro passaria a ser investigado pela Justiça de primeira instância no âmbito de inquéritos que tramitam, atualmente, no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente, segundo aliados, teme ser preso e a obtenção da cidadania italiana seria um caminho para evitar a cadeia.
“Estamos atentos”

À Fórum, o deputado italiano Fabio Porta, do Partido Democrático, revelou que a tentativa da família Bolsonaro de obter cidadania italiana é assunto no parlamento de seu país e que os deputados estão “atentos” para uma eventual estratégia do ex-presidente de usá-la para fugir da Justiça brasileira.

“Um colega deputado italiano fez um pedido oficial, uma interrogação ao Ministério do Interior para conhecer detalhes justamente com essa preocupação, de que esse pedido de cidadania dos filhos, ou mesmo do Bolsonaro, possa ser relativo à possibilidade de fugir de eventuais condenações e investigações”, afirma Porta.

Esse colega deputado é Angelo Bonelli, da Aliança Verde e de Esquerda, que alertou o governo de seu país sobre os casos de corrupção que envolvem o clã Bolsonaro. “Se Bolsonaro também tivesse pedido a cidadania italiana, haveria um sério risco de que a família, em relação aos julgamentos envolvendo o presidente, quisesse usá-la para evitar ser julgada pelos tribunais. Isso seria inaceitável”, disse Bonelli no ofício.

Segundo Fabio Porta, não há, por hora, nenhuma confirmação de que, assim como os filhos, Bolsonaro também esteja solicitando o reconhecimento da cidadania italiana, mas que está monitorando o caso.

“Vamos acompanhar, ficar monitorando, estamos de olho, principalmente se as acusações contra o ex-presidente vão continuar e se de alguma maneira se ele virá à Itália como possível lugar de moradia, se realmente for essa a intenção… Vamos ficar atentos para acompanhar o andamento desta situação”, declara.

O deputado pontua que, de qualquer modo, vai exigir que o tempo de espera para obtenção da cidadania seja respeitado, como acontece com qualquer cidadão, e que Bolsonaro não tenha tratamento especial. “Com relação a eventuais acusações ou situações que poderiam envolver o lado penal de uma pessoa, seja o Bolsonaro ou qualquer outro cidadão italiano ou brasileiro, é claro que existem entre Itália e Brasil acordos em matéria de cooperação penal, extradição de presos ou cooperação jurídica. Nós queremos que neste caso se respeite todos os instrumentos legais para que tanto a Itália quanto o Brasil não sejam utilizados como países para fugir das próprias responsabilidades. Então, nesse caso, vamos acompanhar os acontecimentos e também a parte judiciária, se houver algum tipo de processo”, diz.

Fabio Porta destaca, ainda, que “cidadania italiana não significa ser isento ou poder ter algum tipo de tratamento especial”, e afirma que seu país deve colaborar com a Justiça brasileira caso Bolsonaro, de fato, obtenha a cidadania e eventualmente seja condenado morando no país europeu.

“Bolsonaro e os filhos poderiam ter cidadania, mas não deixam de ser cidadãos brasileiros. Nesse caso, a Justiça tem que obedecer as regras, obrigações e recomendações que vêm da cidadania brasileira. Ter uma cidadania italiana não significa deixar de respeitar todas as obrigações da cidadania brasileira. Isso acontece também para o italiano que tem cidadania de outros países, tem que obedecer em primeiro lugar a própria cidadania italiana”, sentencia o parlamentar.

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Movimentos sociais se inspiram em Dilma para proteger Lula

Governo sem estrutura de organização popular fica sujeito a ‘ruptura’, disse ex-presidente que sofreu impeachment em 2016.

Segundo a Folha, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) lançou um apelo nas primeiras horas da gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que reforçou a pressão de movimentos sociais por uma blindagem do novo mandato, com o alerta de que a ausência de mobilização popular poderá paralisar e até derrubar o governo.

A fragilidade política de um presidente eleito com margem apertada e refém de uma oposição hostil no Congresso e nas ruas está por trás da preocupação. Organizações ligadas ao petista dizem que é preciso dar suporte às medidas do governo, que promete buscar diálogo com a base.

Dilma afirmou na segunda-feira (2), durante a posse da ministra Esther Dweck (Gestão), que um governo não se mantém “sem uma estrutura de organização popular” e condicionou o lema “Democracia para sempre” —exaltado por Lula após ser empossado— ao convencimento da sociedade.

“Temos de nos organizar para conseguir apoiar que as medidas legislativas e políticas que o governo venha a tomar tenham apoio, tenham sustentação, e que não ocorra nenhuma ruptura que nós não possamos enfrentar”, afirmou a petista, que sofreu impeachment em 2016.

“Porque a gente diz que ‘ditadura nunca mais’, que daqui pra frente é ‘democracia sempre’. ‘Democracia sempre’ sem uma estrutura de organização popular não se mantém, sinto informar.”

A advertência ressoou como uma senha em movimentos como MST (dos sem-terra), MTST (dos sem-teto) e UNE (União Nacional dos Estudantes), que já previam mobilização permanente para fazer avançar suas agendas de interesse, em boa parte alinhadas com o discurso de Lula.

“É uma fala de quem sabe que foi golpeada por grupos poderosos e que a organização e a mobilização populares não tiveram forças suficientes para impedir”, diz Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP (Central de Movimentos Populares) e filiado ao PT.

Segundo ele, é consenso no segmento que a vigilância será necessária “para implementar o programa vitorioso nas urnas e impedir tentativas de golpe”. Porta-vozes dos militantes descrevem um período de profunda crise, que obriga os setores organizados a se equilibrarem entre cobrança e endosso.

Os movimentos conquistaram espaço na administração depois do afastamento que começou com Michel Temer (MDB) e atingiu níveis inéditos sob Jair Bolsonaro (PL). O ministro Márcio Macêdo (PT-SE) assumiu a Secretaria-Geral da Presidência com o discurso de que agora o segmento deve “se sentir em casa”.

“Acho que é uma fala [de Dilma] importante porque reconhece as organizações da sociedade civil como pilares da democracia”, diz Josué Rocha, da coordenação do MTST, aliviado com uma aproximação que ocorre “depois de quatro anos de ataque e criminalização”.

“Nossa mobilização será fundamental”, afirma a presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Bruna Brelaz. “Temos que ser guardiões da democracia e da reconstrução do Brasil depois da escalada autoritária, com a radicalização do discurso fascista, que alimentou uma parte da população.”

A Secretaria-Geral concentrará o diálogo com os movimentos no governo, mas há planos de descentralizar a tarefa, com representantes em outros ministérios para ouvir as reivindicações de cada área.

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Base de Bolsonaro se frustra com ex-presidente, e antigos aliados agora acenam a Lula

Antigos aliados comparecem a posses de ministros de Lula enquanto ex-presidente permanece recluso no exterior.

Segundo a Folha, o silêncio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a derrota na eleição presidencial e a viagem para os Estados Unidos às vésperas de deixar o cargo criaram um sentimento de frustração entre aliados do ex-chefe do Executivo.

A avaliação de antigos aliados é que Bolsonaro adotou decisões equivocadas após perder o pleito e que isso estremeceu sua base eleitoral.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, publicou um vídeo nas redes sociais nesta semana para se dirigir a quem está “magoado” e reforçou o apoio do partido ao ex-mandatário. A fala foi replicada no Instagram da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“Acredito que muitos brasileiros e brasileiras, crianças, jovens, adolescentes, pessoas de todas as idades sentiram orgulho da bandeira nacional, orgulho das nossas cores, orgulho do nosso país. Isso a gente deve a Jair Bolsonaro”, disse Valdemar no vídeo.

“Quero dizer que, se existe alguém, por algum motivo, que teve alguma decepção, mágoa ou frustração, queria dizer a vocês: Jair Messias Bolsonaro tem nosso crédito, tem nosso apoio, tem um significado incrível para o nosso país e vai continuar tendo”, completou.

A mensagem tem endereço: trazer um alento para a militância decepcionada e buscar evitar um racha ainda maior na base de Bolsonaro.

Havia uma expectativa entre aliados do então chefe do Executivo de que ele pudesse aproveitar o seu capital político e se tornar uma liderança forte e emblemática da oposição, o que, até o momento, não ocorreu. Bolsonaro perdeu a disputa, mas teve 58 milhões de votos.

Um dos reflexos da desmobilização da base bolsonaristas é que alguns parlamentares que foram leais ao ex-mandatário agora já sinalizam uma aproximação com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Há casos de aliados que marcaram presença em posses de ministros do petista e até compartilharam fotos nas redes sociais.

Os dois meses que se seguiram após o segundo turno das eleições foram marcados por uma mudança radical de postura de Bolsonaro, até então acostumado a usar as redes sociais em transmissões ao vivo e realizar passeios de moto para interagir com a população.

Ao mesmo tempo em que militantes bolsonaristas acampavam em frente a quartéis do Exército, o presidente praticamente transferiu seu gabinete para a residência oficial, o Palácio da Alvorada, e desde então foram raras as suas aparições públicas.

Aumentou assim o clima de suspense a respeito de sua postura na hora de entregar o cargo. Apoiadores bolsonaristas acampados em frente a quartéis esperaram até o último momento uma intervenção militar.

Os aliados políticos, por sua vez, esperavam que Bolsonaro atuasse como liderança e mantivesse sua base informada de que não teria como evitar a posse de Lula. O que todos viram, entretanto, foi um Bolsonaro acuado e em silêncio, o que fomentou teorias da conspiração.

Interlocutores do ex-presidente dizem que ele ainda ficará recluso por alguns meses. Eles apostam que, passado esse período, Bolsonaro deve ressurgir politicamente.

Outros ex-auxiliares dizem que Bolsonaro já conquistou seu papel na história como alguém que conseguiu pautar politicamente o debate da direita conservadora.

Mesmo com a reclusão, aliados apostam que ninguém terá força suficiente para ocupar o espaço de Bolsonaro como líder do campo conservador até a próxima eleição presidencial.

“Eu pessoalmente acho natural [a posição do ex-presidente]. Ele [Bolsonaro] teve uma derrota, isso abala. Ele optou pelo silêncio, embora muitos quisessem que ele botasse lenha na fogueira, outros já falavam em prendê-lo, porque ele estaria à frente de movimento. Ele manteve o silêncio, manteve recluso. Cada um reage de uma maneira a isso. Eu tenho a compreensão que realmente foi a escolha dele”, afirma o ex-líder do governo Bolsonaro no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ).

O senador rebate a ideia de que a base bolsonarista está sofrendo com defecções, pelo menos na Casa legislativa em que atua.

“Eu não vejo esse sentimento [de mudança de lado de bolsonaristas, por causa da postura de Bolsonaro], pelo menos no Senado. No Senado não houve nenhum, pelo menos que eu me recorde aqui”, afirmou.

O Senado foi onde a força bolsonarista se mostrou mais claramente no primeiro turno das eleições, com o presidente conseguindo transformar a bancada do PL na maior da Casa, além de eleger aliados próximos e ex-ministros, como Damares Alves (Republicanos-DF), Marcos Pontes (PL-SP) e o ex-secretário da Pesca Jorge Seif (PL-SC).

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ONU: Itamaraty rompe pela 1ª vez com bolsonarismo no Conselho de Segurança

Jamil Chade, Uol – Em sua primeira participação no Conselho de Segurança da ONU desde que tomou posse, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rompe com as posturas adotadas nos últimos quatro anos pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) e alerta sobre o comportamento do governo de Israel.

O Brasil foi eleito no ano passado para um dos assentos rotativos no conselho, para um mandato de dois anos. Mas, com eleição presidencial no meio, a participação do Brasil promete ser radicalmente diferente em 2023, em comparação aos pontos adotados em 2022.

Israel era considerado como um dos principais parceiros do bolsonarismo que, desde que assumiu o Itamaraty em 2019, modificou a tradicional postura do Brasil nos temas do Oriente Médio. O Itamaraty passou a votar ao lado dos israelenses e americanos nas decisões que a ONU deveria tomar sobre a região, isolando-se de grande parte do mundo em desenvolvimento.

Ao tomar posse da chancelaria no último dia 2 de janeiro, o novo ministro Mauro Vieira indicou que o Brasil voltaria a adotar uma postura mais “equilibrada” nos temas sobre Israel e que a posição nacional seria baseada no direito internacional. Ou seja, o Brasil reconheceria as fronteiras estabelecidas em acordos internacionais e os arranjos, inclusive para que se evite considerar Jerusalém como capital de Israel.

Nesta quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU foi convocado às pressas para debater a crise na região, diante da decisão do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, de fazer uma incursão na Esplanada das Mesquitas (“Haram-El-Sharif”). A visita foi considerada como uma provocação por parte da comunidade muçulmana, tanto nos territórios palestinos como em todo o mundo.

Num discurso, porém, a delegação brasileira deixou claro que está adotando uma nova postura e que, ao contrário do que ocorreu nos últimos quatro anos, não hesitará em denunciar as ações de Israel que considere que viole os tratados internacionais.

“O Brasil seguiu com grande preocupação as recentes incursões do ministro de Segurança Nacional de Israel”, afirmou a delegação brasileira. Para o Itamaraty, trata-se de um gesto “profundamente alarmante” e que pode “ampliar a violência”.

O governo Lula ainda insistiu que considera importante o respeito pelos acordos de décadas que estabelecem como deve ocorrer a gestão dos locais sagrados do muçulmanos em Jerusalém.

O Itamaraty ainda indicou que está “profundamente comprometido” com uma “solução justa” para a crise entre Israel e Palestina, e que quer ajudar as partes a estabelecer o diálogo.

Segundo a chancelaria, por esse motivo, a comunidade internacional deve “se opor a qualquer ação que possa alterar o status quo” desses acordos.

O Brasil ainda pediu que ambos os lados evitem ações unilaterais e discursos de ódio que possam ampliar a tensão.

O Itamaraty indicou também que reafirma seu compromisso com uma solução de dois estados viáveis na região e que cabe ao Conselho de Segurança da ONU também assumir um papel para buscar a estabilidade na região.

Como foi o debate? O Brasil, de fato, não foi o único a criticar Israel. Vários dos membros do Conselho de Segurança manifestaram preocupação diante da ação de Itamar Ben-Gvir.

Os acordos estabelecem que só muçulmanos visitem o local para cultos. Mas Israel insiste que os tratados permitem aos não muçulmanos visitarem, sem que façam orações.

Na ONU, o representante palestiniano, Riyad Mansour, afirmou que chegou a hora de o Conselho de Segurança tomar medidas contra Israel. “Que linha vermelha precisa Israel de atravessar para que o Conselho de Segurança finalmente diga, basta”, disse Mansour.

Com o governo americano mantendo o direito ao veto no conselho, dificilmente uma ação seria aprovada contra Israel.

Khaled Khiari, representante da ONU para Assuntos Políticos, confirmou que o incidente foi a primeira visita ao local por um ministro do gabinete israelita desde 2017 e que, mesmo sem violência, foi considerada como “inflamatória”.

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, disse à imprensa que Israel não alterou o status quo do local e que “os judeus são autorizados a visitar o local mais sagrado do judaísmo”.

Numa reunião que tinha sido convocada pela China e Emirados Árabes, o governo dos EUA se mostrou preocupado. Mas deixou claro que confiava no fato de que o governo de Israel havia sinalizado que defenderia a preservação do status quo em relação aos lugares santos e evitou condenar os israelenses.

“Esperamos que o governo de Israel cumpra esse compromisso”, disse Robert Wood, embaixador americano na ONU.

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