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PRF impõe sigilo de 100 anos a processos contra policiais que mataram Genivaldo com “câmara de gás”

Corporação alegou se tratar de “informação pessoal” para justificar o sigilo. Genivaldo foi morto no interior de uma viatura com o uso de gás lacrimogêneo.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) negou acesso a procedimentos administrativos dos agentes envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em Umbaúba, Sergipe. A corporação alegou se tratar de “informação pessoal”, o que, na prática, impõe sigilo de 100 anos sobre as informações.

Genivaldo foi morto em 25 de maio deste ano em uma espécie de “câmara de gás” improvisada por policiais no porta-malas de uma viatura, após ser abordado por estar sem capacete.

Via Lei de Acesso à Informação (LAI), o Metrópoles solicitou a quantidade, os números dos processos administrativos e acesso à íntegra dos autos já conclusos envolvendo os cinco agentes que assinaram o boletim de ocorrência policial sobre a abordagem. São eles: Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas.

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Nordeste, mulheres, mais ricos e mais pobres elegem Lula, mostra PoderData

Lula ampliou em 17 pontos a vantagem contra Jair Bolsonaro em um segundo turno, mostra pesquisa PoderData.

Lula ampliou em 17 pontos a vantagem contra Jair Bolsonaro em um segundo turno, mostra pesquisa PoderData, divulgada nesta quarta (22). Antes, a diferença era de 10 pontos.

Lula registrou mais da metade dos votos dos eleitores (52% das intenções) contra 35% do atual presidente, na pesquisa realizada entre 19 e 21 de junho.

A pesquisa anterior, no início do mês, mostrava Lula com 50% contra 40% de Bolsonaro, uma diferença considerada apertada.

No primeiro turno, Lula obtém 44% das intenções de voto, 10 pontos a mais do que Bolsonaro (34%). Apesar de dentro da margem de erro, a oscilação também foi benéfica ao candidato do PT, aumentando 1 ponto percentual e Bolsonaro caindo 1 ponto.

Nordeste dá vitória a Lula

É possível perceber que a vitória de Lula seria decidida pelos nordestinos. É nesta região que o ex-presidente tem larga vantagem, de 58% contra 25% de Bolsonaro no 1º turno.

Lula também tem maioria nas regiões Norte (46% contra 39%) e Sul (44% contra 39%). No Sudeste e Centro-Oeste, há empate técnico, com diferença de 1 ponto percentual para Bolsonaro.

Lula ganha com mulheres, mais ricos e mais pobres

Ainda na estratificação dos eleitores, as mulheres preferem Lula (49% contra 26%) e os homens Bolsonaro (43% contra 39%). E tanto os mais ricos, quanto os mais pobres preferem Lula (47% contra 32% em ambos), sendo Bolsonaro escolhido pela classe média (40% contra 32%).

Repasse de votos

Assim como as demais pesquisas eleitorais, os resultados indicam que Lula poderia vencer as eleições ainda no 1º turno se todos os eleitores de Ciro Gomes (PDT) migrassem para Lula. O pedetista tem 6% das intenções de voto.

A pesquisa PoderData também mostrou que os demais candidatos não tem chances nas eleições presidenciais: Simone Tebet (MDB), escolhida como a “terceira via” com o apoio dos partidos de centro e centro-direita, tem somente 1% das intenções de voto.

Ainda, a soma de todos os demais candidatos, incluindo Bolsonaro, quase empata com os números de Lula, chegando a 44%.

Foram feitas 3 mil entrevistas, em 302 cidades do país, com margem de erro de 2 pontos percentuais.

*Com GGN

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Veja o momento em que Milton Ribeiro foi preso

Imagens do circuito interno de segurança do prédio do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro mostram o momento em que ele é preso pela Polícia Federal. O Correio (veja vídeo) teve acesso ao material, gravado na manhã desta quarta-feira (22/6). No vídeo, é possível ver o ex-chefe do MEC caminhando em direção ao carro da corporação, às 7h47 da manhã e, em seguida, uma mala vermelha é colocada no veículo. O automóvel sai do local em menos de um minuto.

Milton Ribeiro foi preso em uma investigação apura o envolvimento dele nos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência em um suposto envolvimento em um esquema para liberação de verbas do MEC.

O ex-ministro mora em Santos, litoral paulista, onde foi preso nesta manhã. No mandado de prisão emitido, o juiz da 15ª Vara Federal ordenou que ele se apresente na Superintendência da PF, em Brasília. No entanto, a defesa pede que ele permaneça em São Paulo e participe da audiência de custódia, marcada para quinta-feira (23/6), aconteça por videoconferência. Os advogados ainda vão apresentar um pedido de habeas corpus para Ribeiro.

*Com Correio Braziliense

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Ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, é preso pela Polícia Federal

Operação deflagrada pela Polícia Federal tem como objetivo investigar balcão de negócios no Ministério da Educação.

A Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, na manhã desta quarta-feira (22/6), em operação que investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos durante a gestão dele à frente do MEC.

Segundo apurou a coluna com fontes da PF e do Palácio do Planalto, Ribeiro foi preso no início da manhã em sua casa na cidade de Santos, no litoral paulista. A expectativa é que ele seja transferido para Brasília ainda nesta quarta.

A prisão foi determinada pelo juiz federal Renato Borelli. No mandado de prisão, ao qual a coluna teve acesso, o magistrado elenca ao menos quatro crimes que teriam sido cometidos por Ribeiro: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.

Mandado de prisão preventiva contra o ex-ministro Milton Ribeiro

A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. Eles são ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontados como lobistas que atuavam no MEC, quando a pasta era comandada por Ribeiro.

Os pastores negociavam com prefeitos a liberação de recursos federais – mesmo sem ter cargo no governo.

*Com Metrópoles

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Vídeo aterrorizante: Procurador espanca brutalmente colega de trabalho em Registro (SP)

Um vídeo que mostra uma agressão brutal, a socos e chutes, de um procurador municipal contra uma colega de trabalho que tem o mesmo cargo que o dele, ocorrido em Registro (SP), chocou o Brasil a partir da tarde desta terça-feira (21). O horrendo caso ocorreu no fim da tarde de segunda-feira (20), dentro da Procuradoria do Município, que fica no extremo-sul paulista, na região do Vale do Ribeira.

Demétrius Oliviera de Macedo, de 34 anos, aparece nas imagens espancado de forma muito violenta a procuradora Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39 anos, que mesmo caída no chão e com o rosto sangrando segue sendo chutada e alvo de socos. O criminoso a xinga várias vezes de “puta” e “vagabunda”, enquanto uma outra funcionária tenta intervir, mas também é agredida, sendo arremessada contra uma porta.

As primeiras informações dão conta de que os servidores lotados na Procuradoria Municipal de Registro vinham reclamando da forma grosseira e agressiva com que eram tratados por Demétrius. A procuradora Gabriela, então, por razões obviamente burocráticas e administrativas abriu um processo de averiguação para apurar a conduta do colega, acusado pelos demais funcionários do órgão. Esse teria sido o “motivo” para que o procurador espancasse a companheira de repartição.

A Prefeitura Municipal de Registro afirmou em nota que já suspendeu o agressor, que ficará sem receber.

“A administração municipal está tomando as providências necessárias e já determinou, de imediato, que o agressor seja suspenso, nos termos do art. 179, c/c inc. III do art. 180, ambos da Lei Complementar nº 034/2008 – Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Registro, com prejuízo de seus vencimentos, a partir de 21 de junho”, explicou a administração pública local, que ainda se solidarizou com a vítima e com os demais servidores que foram alvos de Demétrius.

“Reafirmamos nosso compromisso com a prevenção e enfrentamento a todas as formas de violência, principalmente aquelas que vitimizam mulheres. Os servidores da Procuradoria-Geral Municipal e da Secretaria de Negócios Jurídicos receberão todo apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico”, assinalou a prefeitura.

Gabriela fez exame de corpo de delito no IML e o caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Registro, que ficará incumbida de dar sequência nas investigações e procurar o agressor da procuradora.

Veja o vídeo das agressões:

*Com Forum

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Governo Bolsonaro anuncia alta de até 64% nas bandeiras tarifárias da conta de luz

O reajuste equivale a 63,7% de alta na bandeira vermelha e 59,5% na amarela; bandeira verde segue sem alteração.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (21/6), o reajuste das bandeiras tarifárias na conta de luz para o período de julho de 2022 a junho de 2023.

A bandeira amarela passa a ser de R$ 2,989 para cada 100 quilowatts-hora (kWh), alta de 63,7%, consumidos no mês. A bandeira tarifária vermelha patamar 1 será de R$ 6,50, aumento de 59,5%, a cada 100 kWh.

No caso da bandeira vermelha patamar 2, o valor aprovado pela Aneel é de R$ 9,795, acréscimo de 3,2%, a cada 100 kWh.

A bandeira tarifária de julho será anunciada pela Agência nesta sexta-feira (24/6), já com os novos valores.

O que são as bandeiras tarifárias?

Criado pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias busca sinalizar o custo real da energia gerada, possibilitando aos consumidores planejar como usar a energia elétrica.

Se a bandeira está vermelha, ele sabe que é conveniente economizar, ter um consumo mais consciente e evitar o desperdício de água e energia.

*Com Metrópoles

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Todas as respostas que Bolsonaro quer em CPI estão no site da Petrobras

Governo Bolsonaro trabalha por uma CPI contra a estatal; alta dos preços é reclamação constante do Planalto.

As dúvidas do governo Bolsonaro sobre a formação de preços da Petrobras, que têm levado os governistas a trabalhar por uma CPI, poderiam ser resolvidas acessando o site da estatal, diz Guilherme Amado, Metrópoles

No portal, a Petrobras deixa claro que os reajustes seguindo o preço internacional, chancelados no governo Temer, estão de acordo com a lei. Também divulga gráficos nacionais e estaduais com o detalhamento dos centavos dos litros de gasolina e diesel, além do botijão de gás de cozinha. Os dados incluem impostos federais, estaduais, custo do etanol, parcela da Petrobras, distribuição e revenda.

Há também uma seção “mitos e verdades”, com exemplos práticos. A afirmação “A Petrobras é responsável pelo preço final da gasolina” foi carimbada de “mito”, seguida da “verdade”: “Grande parte do preço vem da carga tributária e varia de acordo com o estado”.

Entre outros mitos apontados pela empresa estão “A Petrobras define sozinha o preço final da gasolina” e “A Petrobras tem o monopólio da produção de gasolina”. São discursos recorrentes entre os bolsonaristas.

Na última sexta-feira (17/6), disse Jair Bolsonaro, defendendo a CPI: “É inconcebível conceder reajustes com o combustível lá em cima e os lucros exorbitantes da Petrobras”, acrescentando: “A CPI é o caminho para colocar a nu todos os que comandam esse processo irracional de reajuste de combustíveis no Brasil”.

O foco no preço do combustível também fica claro em falas do presidente da Câmara, Arthur Lira, e o líder do governo na Casa, Ricardo Barros, que já recolheu 65 das 171 assinaturas necessárias para instaurar a apuração parlamentar.

No domingo (19/6), Lira afirmou que “o Brasil vai enfrentar a Petrobras. E não é uma ameaça. É um encontro com a verdade”. Um dia depois, Barros declarou que o objetivo da CPI será “avaliar o preço dos combustíveis e as razões de serem tão altos”.

Por trás de tudo isso, somente um motivo, PRIVATIZAÇÃO.

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Caso Marielle: ‘Nunca havia visto um crime tão bem planejado’, diz delegado

Primeiro delegado designado para investigar o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, Giniton Lages deixou o caso após um ano de investigações, em março de 2019. Foi logo depois das prisões do sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa e do ex-PM Élcio Queiroz, acusados de serem os executores. De lá para cá, outros quatro delegados trabalharam para a elucidação do crime, mas as perguntas – Quem mandou matar Marielle e Por quê? – permanecem sem respostas.

Lages, que atualmente é diretor do Departamento-Geral de Polícia da Baixada Fluminense, está lançando junto com o cientista político Carlos Ramos o livro Quem Matou Marielle? (Editora Matrix). Na obra, ele se propõe a revelar “os bastidores do caso que abalou o Brasil e o mundo”. O delegado, que na época das investigações não dava entrevistas, conversou durante quase duas horas com o Estadão. Ele contou que saiu do caso “transformado em um ser humano melhor”.

Também afirma que, ao longo das investigações, “se apaixonou” por Marielle ao mergulhar no trabalho político feito pela vereadora e ouvir muitas horas de suas conversas pessoais e profissionais em busca de alguma pista para o crime.

Nesta entrevista, ele conta em detalhes como usou de forma inédita as novas tecnologias para chegar aos executores do crime. Uma das hipóteses levantadas por Lages – e ainda em aberto – é a possibilidade de que um informante, alguém próximo à vereadora, estivesse passando informação aos criminosos. Na análise de Lages, não vai tardar muito até que os mandantes sejam descobertos.

“A investigação fez o caminho inverso”, explicou. “Não deu para ir dos vestígios para o autor, então fomos do autor para os vestígios. E encontramos os autores no mundo online porque no mundo offline eles tomaram todos os cuidados para não serem identificados.”

O senhor acha que estamos próximos da resolução definitiva deste crime, mais de quatro anos depois?

Eu tenho um pouco de dificuldade de pensar no que pode ser. Até porque, conheço apenas um fragmento dessa história, o primeiro ano (das investigações). Muita coisa foi feita depois. Mas estou muito otimista. Conheço a minha instituição e sei que, quem está lá agora é um excelente profissional. Então, tenho muita fé de que, a partir do material que produzimos no primeiro ano, podemos guardar a esperança de que uma resposta está por vir muito brevemente.

O senhor ficou frustrado por ter prendido os executores, mas não ter conseguido chegar ao mandante e à motivação do crime?

Quando a gente começa uma investigação, a expectativa é encontrar todas as respostas, ser capaz de dizer quem foi, por que, de onde veio, que arma usou, quem participou, para onde foi depois do crime. Para além da questão do mando, ainda há uma série de outras questões em aberto. A arma do crime foi mesmo jogada no mar? A arma foi escondida depois do crime? Onde? Enfim. Tínhamos uma grande expectativa de que, com os autores presos, iríamos avançar. Em geral, se avança muito depois de uma prisão assim, inclusive em detalhes a que nunca chegaríamos de outra forma. Mas eles não falaram naquela época e não falaram até hoje.
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O anúncio do seu afastamento do caso foi feito no mesmo dia em que foram anunciadas as prisões de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz e pegou o senhor meio de surpresa, como mostra o livro. O senhor ficou ressentido de ser afastado?

O investigador se apega ao trabalho, e nós estávamos muito apegados. Queríamos entregar uma resposta e entregar o mais rápido possível. Até porque, para além das cobranças, havia muita desconfiança. A gente vivia um cenário de muita desconfiança nas instituições. Havia muita desconfiança sobre o meu trabalho, o trabalho da delegacia de homicídios. Então queríamos fechar o mais rápido possível. Mas não foi simples, e o caso foi se arrastando. Todas as técnicas que usamos, uma a uma, foram caindo e não alcançávamos os objetivos. Quando soube que ia deixar o caso, houve, sim, um sentimento de frustração. Eu queria continuar. Por outro lado, já sabemos desde que entramos na polícia que a incerteza é certa. Um dia você está na Homicídios, no dia seguinte, na Roubos e Furtos. A frustração seria muito maior se não tivesse entregado os executores. Óbvio que eu queria continuar, mas, por outro lado, estava muito cansado.

O caso Marielle marca uma diferença nos processos de investigação, sobretudo naquele primeiro ano, com a quebra de sigilo telemático de várias pessoas, interceptação de dados de telefonia, a colaboração de plataformas como Google e Facebook. Como foi isso?

Foi um crime milimetricamente pensado. Tenho 14 anos como delegado, nove deles na investigação de homicídios, e nunca tinha visto um crime tão bem preparado, tão bem pensado tanto no pré-crime quanto no pós-crime. E isso dificultou demais a investigação para chegar à autoria de forma rápida. A investigação trabalha com vestígios encontrados na cena do crime, imagens, testemunhas, papiloscopia. Mas não tínhamos nada disso. Não havia imagens da execução porque a câmera daquele trecho estava inoperante. Mas, mesmo que houvesse, a imagem não revelaria nada. O assassino joga para fora do veículo apenas parte do braço e a arma. A mão está envolta em um manguito, então nem sequer teríamos certeza da cor da pele. Ele não desce do veículo, não toca em nada. Ninguém mais fala por telefone, todo mundo usa a internet para falar. Esse foi mais um campo de dificuldade que tivemos.

Mas essa é uma realidade que veio para ficar. Sei que houve resistência por parte da Google de entregar dados, mas o fato é que cada vez mais haverá essa demanda…

Sim, por isso o livro é importante. O livro vai apresentando cronologicamente as dificuldades para que as pessoas tomem contato com o que é a realidade policial brasileira. Não é um seriado de TV americano, é muito mais complexo. Ao mesmo tempo, a investigação é considerada um “case” de sucesso, que inaugura uma relação entre as polícias judiciárias e as empresas de telecomunicação. As relações das investigações com as empresas de telefonia, provedores de internet, multinacionais de comunicação, detentoras de plataformas de redes sociais são muito melhores hoje, justamente após o caso Marielle e toda complicação que houve.

O senhor estava explicando que, normalmente, numa investigação, a polícia parte dos vestígios deixados no local do crime para buscar os suspeitos. Neste caso, não havia vestígios. Vocês tiveram que seguir um caminho diferente, então?

Se não tínhamos vestígios, a investigação fez o caminho inverso. Não deu pra ir dos vestígios para o autor, então fomos do autor para os vestígios. E a gente encontrou os autores no mundo online. Porque, no mundo offline, eles tomaram todos os cuidados, para não serem identificados.

Mas no mundo online também é possível se esconder, não?

Sim, ainda temos algumas fragilidades técnicas que permitem que as pessoas se escondam. Por exemplo, hoje, as operadoras permitem que qualquer pessoa habilite um celular pré-pago, com um número de CPF inexistente, ou o CPF de outra pessoa. É um cadastro bucha. Quebramos muitas antenas de telefonia no caso Marielle e descobrimos muitos usuários se comunicando, mas quando chamávamos a pessoa para depor, não era ela. Era alguém com o CPF dele se comunicando naquele local. Recentemente, o STF (Supremo Tribunal Federal) travou o Telegram. Todas as polícias do Brasil vinham lançando a perspectiva de que a criminalidade estava usando o aplicativo para a prática dos mais diversos crimes e a polícia não conseguia nem sequer mandar um ofício pedindo a identificação de um criminoso. Não tinha nem sequer uma sede aqui no Brasil para conversar com a polícia. Não pode ser terra de ninguém. Foi só o STF suspender o serviço da plataforma que eles nomearam um representante.

Muitos críticos dizem que as provas contra Ronnie Lessa são muito circunstanciais. O que o senhor diz sobre isso?

Nós não temos nenhuma dúvida da participação do Ronnie Lessa e do Élcio Queiroz. E nos acompanham outros atores da persecução penal, como o Ministério Público e o juiz. Eles (Ronnie e Elcio) estão indiciados, denunciados, pronunciados e serão julgados no tribunal do júri. As provas que reunimos sustentam a prisão deles. Eu não tenho nenhuma dúvida, a equipe não tem nenhuma dúvida de que eles estavam naquele veículo, monitoraram a vítima, puxaram o gatilho e mataram Marielle e Anderson.

Quando a investigação começou estávamos em um ano eleitoral já bastante polarizado. Muitas fake news surgiram contra Marielle. Como administrar a polarização dentro da polícia de forma a não interferir nas investigações?

Tínhamos consciência do momento e tentava deixar os policiais distantes disso. Policiais têm as suas convicções político-partidárias, eles não vivem numa bolha. E eu tentava dizer o tempo todo que era preciso deixar tudo isso do lado de fora da delegacia, que o nosso trabalho era mais importante que qualquer outra coisa, que estávamos numa investigação histórica, que tínhamos uma oportunidade de sairmos do caso maiores do que entramos.

A grilagem, da milícia, e as máquinas de caça-níqueis, do bicho, seriam os negócios ilegais que podem estar por trás do assassinato de Marielle. Qual o tamanho desses negócios na história do crime organizado no Rio?

Na primeira fase, quando desenhamos as linhas de investigação, esses dois aparecem. Interessava saber onde o mandato de Marielle tocou. E o mandato dela era muito bem organizado, tinha uma estrutura muito coesa, multitemática, e uma das veias desse mandato era a questão da posse e regularização de terra em Vargem Grande e Vargem Pequena, na zona oeste. Mas não conseguimos avançar, não percebemos uma visão de que teria sido uma atuação contundente o bastante para que o homicídio acontecesse. Mas é uma linha aberta, e a perspectiva é que seja aprofundada. As duas linhas são capazes de produzir homicídios. Onde tem terra e contravenção há um histórico de homicídio no Rio. Mas é preciso buscar uma motivação.
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No livro, o senhor levanta a hipótese de que os assassinos tinham um informante, alguém próximo a Marielle. Por quê?

Nós conseguimos muitas imagens do pré-crime. Ao analisar essas imagens, a gente vê que eles não tinham pressa, nenhuma preocupação com o tempo. Se eles tivessem apenas uma informação tirada da rede social, de que ela tinha um evento às 17h30, eles não iam chegar a tempo. Então eles podiam estar trabalhando com informação privilegiada. Na primeira fase, nós chegamos a fazer esse levantamento dentro da Câmara e no entorno da Câmara, para ver se tinha alguém passando informação, mas não conseguimos cravar.

O senhor falou do pré-crime. Mas e o pós-crime? Por que nunca foi possível determinar para onde os assassinos foram depois da execução?

Temos imagens deles indo até o local (Casa das Pretas, onde Marielle tinha um compromisso naquela noite), do local, da perseguição e de logo depois da execução. Depois, temos algumas rotas de fuga possíveis, tentamos todas, mas não conseguimos imagem nenhuma. As câmeras públicas estavam desligadas ou danificadas e as OCRs (Optical Carachter Recognition, um sistema de monitoramento, que faz a leitura automática das placas dos carros) não estavam operantes. Os contratos estavam vencidos e muitas foram desinstaladas; apenas algumas continuaram funcionando na expectativa de que o contrato fosse renovado. Por isso, não tenho nada do pós-crime. Eles somem, desaparecem, por conta dessa ausência de cobertura. Essas tecnologias são valiosíssimas para solucionar crimes.

O senhor conta no livro que, ao longo da investigação, se apaixonou por Marielle. Como foi isso?

Muito, me apaixonei muito. Veja bem, quando trabalhamos num inquérito, a gente se apega, não somos máquinas. Temos um sentimento de revolta, ficamos indignados, queremos alcançar o autor que cometeu aquela brutalidade. Mas existem alguns casos que mexem demais com a humanidade do policial. E o caso Marielle foi um desses. Não só para mim, mas para toda a equipe, na medida em que fomos mergulhando na história daquela pessoa que, para muitos, era só um personagem, alguém na televisão. Até por conta da polarização que estávamos vivendo, houve muitos ataques à imagem dela, muitas fake news. E nós, que estávamos cuidando do caso, que estávamos conhecendo ela de verdade, percebíamos rapidamente que nada daquilo era verdadeiro. No livro, citamos uma frase da (escritora americana) Toni Morrison: “As definições pertencem aos definidores, não aos definidos”. Esse era o nosso sentimento. Um dado muito concreto foi que tivemos a oportunidade de conhecer Marielle um ano antes do crime. Ela tinha um aplicativo instalado no celular que gravava todas as ligações que ela fazia e recebia. Esse aplicativo permitiu que a gente retrocedesse e conhecesse essa mulher, essa mãe, essa guerreira, essa profissional que acreditava piamente em seus propósitos. A gente imagina o que vai ouvir de um político durante um ano, em todos os telefonemas gravados…. Já imaginou instalar esse aplicativo no celular de alguns políticos por ai e poder ouvir tudo, durante um ano, sem barreiras? Mas no dela não tinha nada. Era uma pessoa absolutamente ética, com objetivos, uma excelente filha, uma mãe dedicada, apaixonada pelo seu mister, que acreditava que estava transformando as pessoas. A relação dela com os assessores, ela cuidava de cada um deles, a relação com a filha, com a companheira. Então, realmente, não tinha como não se apaixonar por ela.

Mesmo os policiais que não eram de esquerda?

Eu dizia sempre que tínhamos que deixar a polarização lá fora. Mas, nesse momento, todos quebraram. O policial também é um ser político, ele também tem suas preferências. E a polarização vai pra dentro da delegacia também. Mas, rapidamente, aquele pequeno núcleo que operava no caso Marielle, todos foram conhecendo ela e, assim como eu, se apaixonando por ela. E isso fez com que, aos nossos olhos, aumentasse a violência contra ela e levou o nosso ímpeto de encontrar respostas para outro patamar. Muitos saíram do caso Marielle transformados para melhor. Muitos não, acho que todos, inclusive eu.

Transformado como?

Sou um ser humano melhor. Marielle foi uma morte cruel, violenta, uma perda para a democracia, uma voz que foi calada, um vazio que se abriu. Era para ela estar aí, falando. Por que abrir mão de uma fala, de uma voz? Por que essa morte? Não pode ser em vão. Da mesma forma que não podem ser em vão as mortes da juíza (Patrícia Acioli) e de outros tantos defensores de direitos humanos, como Chico Mendes e a irmã Dorothy Stang.

*Com Estadão

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Francia Márquez, de ex-doméstica e ativista à primeira vice-presidente negra na Colômbia

Os ex-presidentes mais recentes da Colômbia foram educados no exterior e estão ligados às famílias poderosas.

New York Times

Pela primeira vez na história da Colômbia, uma mulher negra está perto do topo do poder executivo.

Francia Márquez, uma ativista ambiental do departamento montanhoso de Cauca, no sudoeste da Colômbia, tornou-se um fenômeno nacional, mobilizando décadas de frustração eleitoral, e tornando-se a primeira vice-presidente negra do país no domingo, como companheira de chapa de Gustavo Petro.

A chapa Petro-Márquez venceu a eleição de domingo, de acordo com os resultados preliminares. Petro, um ex-rebelde e legislador de longa data, se tornará o primeiro presidente de esquerda do país.

A ascensão da Sra. Márquez é significativa não só porque ela é negra em uma nação onde afro-colombianos estão regularmente sujeitos ao racismo e devem enfrentar barreiras estruturais, mas porque ela vem da pobreza em um país onde a classe econômica muitas vezes define o lugar de uma pessoa na sociedade. Os ex-presidentes mais recentes foram educados no exterior e estão ligados às famílias poderosas e reis do país.

Apesar dos ganhos econômicos nas últimas décadas, a Colômbia permanece totalmente desigual, uma tendência que piorou durante a pandemia, com as comunidades negras, indígenas e rurais ficando mais distantes. Quarenta por cento do país vive na pobreza.

Márquez, 40 anos, escolheu concorrer ao cargo, disse ela, “porque nossos governos viraram as costas para o povo, sobre a justiça e a paz”.

Ela cresceu dormindo em um chão de terra em uma região agredida pela violência relacionada ao longo conflito interno do país. Ela engravidou aos 16 anos, foi trabalhar nas minas de ouro locais para sustentar seu filho, e eventualmente procurou trabalho como empregada doméstica.

Para um segmento de colombianos que clamam por mudanças e por uma representação mais diversificada, a Sra. Márquez é sua campeã. A questão é se o resto do país está pronto para ela.

Alguns críticos a chamaram de divisiva, dizendo que ela faz parte de uma coalizão de esquerda que busca se despedaçar, em vez de construir sobre normas passadas.

Ela também nunca ocupou um cargo político, e Sergio Guzmán, diretor da Colombia Risk Analysis, uma consultoria, disse que “há muitas perguntas sobre se Francia seria capaz de ser comandante-em-chefe, se ela gerenciaria a política econômica, ou a política externa, de uma maneira que daria continuidade ao país”.

Seus oponentes mais extremos têm mirado diretamente nela com tropos racistas, e criticam sua classe e legitimidade política.

Mas no rastro da campanha, a análise persistente, franca e mordedora da Sra. Márquez sobre as disparidades sociais na Colômbia abriu uma discussão sobre raça e classe de uma maneira raramente ouvida nos círculos políticos mais públicos e poderosos do país.

Esses temas, “muitos em nossa sociedade negam ou os tratam como menores”, disse Santiago Arboleda, professor de história afro-andina na Universidade Andina Simón Bolívar. “Hoje, eles estão na primeira página.”

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*Com GGN

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Conselho da Petrobras contraria Bolsonaro e nomeia diretor da empresa como interino

Fernando Borges, que está na diretoria de Exploração e Produção, foi nomeado presidente da estatal interinamente.

Logo após informar a renúncia de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras, a companhia informou em outro comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que o presidente do Conselho de Administração, Márcio Weber, nomeou como presidente interino da companhia Fernando Borges, que hoje é diretor-executivo de Exploração e Produção.

A nomeação ocorre com base no artigo 4 do art. 27 de seu Estatuto Social, “até a eleição e posse de novo Presidente nos termos do art. 20 do Estatuto Social.”

Mais cedo, fontes do governo indicavam que Caio Paes de Andrade assumiria interinamente a presidência da companhia e que, depois de ter seus documentos analisados pelo Comitê de Pessoas, seria efetivado no cargo em poucos dias.

Após terem as negociações suspensas duas vezes durante o pregão, os papéis da Petrobras operavam com volatilidade. Por volta de 12h20, as ações ordinárias (PETR3, com direito a voto) cediam 0,07%, negociados a R$ 29,91 e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 0,15%, cotadas a R$ 27,25.

Análise de documentos

A análise dos documentos foi iniciada, mas ainda não foi finalizada. Os conselheiros chegaram a discutir internamente uma brecha para que que Paes de Andrade pudesse ser eleito de forma interina sem o aval da assembleia de acionistas, mas optou-se pela nomeação de um dos diretores da empresa.

A nomeação de Borges é vista como uma solução temporária porque o estatuto exige que algum nome seja indicado à presidência quando o cargo fica vago. Paes de Andrade assumiria num segundo momento.

Segundo a colunista Malu Gaspar, porém, o executivo não preenche os critérios estabelecidos pela Lei das Estatais para ocupar a presidência da Petrobras.

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