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Dia do vexame: Protestos contra Trump e Bolsonaro se espalham por Nova York

Ativistas fizeram uma manifestação pelas ruas de Nova York, a marcha “United in Outreageus” ou Ultrajados Unidos. Chamado pelo Coletivo de Ação Direta Rise and Resist para denunciar as políticas do presidente americano, Donald Trump, e a agressão ao meio ambiente. O protesto ocorre justamente com Jair Bolsonaro nos Estados Unidos, onde faz nesta terça-feira (24) um discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na marcha houve participação da articulação ‘Cancela Bolsonaro’ que levou as mensagens de Boycott Brazil de Bolsonaro, Defenda a Democracia, Salvem a Amazônia, Pare o genocídio indígena e Libertem Lula preso político.

A longa marcha com cerca de 5000 pessoas desceu da rua 42 pela quinta avenida até o Washington Square percorrendo 30 quarteirões. A medida que passavam pessoas iam aplaudindo, fotografando e aderindo.

Além de Trump, o ocupante do Planalto brasileiro desembarca nos Estados Unidos sendo cada vez mais repudiado no exterior pela devastação da Amazônia brasileira. Só em julho, o desmatamento aumentou 278% na comparação com igual período de 2018, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Outro detalhe sobre a pauta ambiental é que Trump e Bolsonaro questionam o aquecimento global.

Sem boas articulações no exterior, nem Trump, a “inspiração” de Bolsonaro, consegue dar respaldo ao brasileiro, que vê no Brasil a sua reprovação (38%) superar a sua aprovação (33%), de acordo com o Datafolha.

 

 

*Com informações do 247

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Vexame em Nova Yorque: Ignorado por chefes de Estado, Bolsonaro vai comer pizza com Michelle

Enquanto chefes de governo encontram-se em reuniões, jantam juntos esses dias, conversam sobre os destinos de seus países e do mundo, Bolsonaro vai com Michelle a uma pizzaria.

O vexame começa já na chegada em Nova York, quando Bolsonaro é recebido com vaias e protestos. Totalmente isolado, pois nenhum chefe de Estado quer se aproximar do neofascista, o presidente brasileiro é ignorado até mesmo por seu “mito”, Trump, hospedado no mesmo hotel.

As informações são do Globo. Jair Bolsonaro ficou por duas horas com destino desconhecido em Nova York, informa O Globo. No ostracismo, Bolsonaro teria ido, segundo o jornal, a uma pizzaria italiana acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro e parte da comitiva.

Não se concretizou a expectativa de um jantar privado com o presidente americano Donald Trump. O presidente dos EUA teve pelo menos duas reuniões bilaterais no mesmo hotel em que Bolsonaro está hospedado em Manhattan. Apesar de estarem ao mesmo tempo e no mesmo lugar, o encontro com o brasileiro não ocorreu.

O ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e a indígena Ysani Kalapalo, moradora do Xingu, que foi integrada à comitiva presidencial, acompanharam o casal. A presença de Ysani na viagem causou o protesto de caciques de 14 comunidades.

“Por volta das 20h, horário local, Bolsonaro saiu de surpresa do hotel. Com um colar de índio e terno preto, ele passou em silêncio pelo lobby com um braço apoiado nos ombros de Ysani. Ao voltar ao hotel, por volta das 22h, Bolsonaro também se manteve em silêncio e não respondeu se havia se encontrado com Trump. Ele apenas acenou para brasileiros que estavam no bar do hotel e subiu para o quarto. Mais tarde, a assessoria afirmou que ele estava em uma pizzaria com Michelle e parte da comitiva”, informa a reportagem.

Não há confirmação de nenhuma agenda bilateral de Bolsonaro com outros chefes de Estado durante sua estada em Nova York.

 

 

*Com informações do 247

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Vídeo: Caciques denunciam que Bolsonaro levou liderança indígena “fake” à ONU

Povos da TI do Xingu emitem alerta e repúdio sobre indígena na delegação do Brasil na ONU

Do Conselho Indigenista Missionário

Conforme a carta, a indígena levada pelo governo brasileiro não representa os povos do Xingu e não foi escolhida por eles.

Lideranças de 16 povos indígenas do Território Indígena do Xingu divulgaram uma nota alertando e informando a opinião pública nacional e internacional sobre representante indígena levada pelo governo brasileiro à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

“O governo brasileiro ofende as lideranças indígenas do Xingu e do Brasil ao dar destaque a uma indígena que vem atuando constantemente em redes sociais com objetivo único de ofender e desmoralizar as lideranças e o movimento indígena do Brasil”, diz trecho da nota.

Conforme a carta de repúdio, a indígena levada pelo governo brasileiro não representa os povos do Xingu e tampouco foi escolhida por eles para desempenhar tal função, sendo suas opiniões de cunho pessoal e sem diálogo com o que de fato os povos do Xingu pensam.

Leia a carta na íntegra:

CARTA DE REPÚDIO

CONTRA REPRESENTAÇÃO INDÍGENA NA DELEGAÇÃO DO GOVERNO BRASILEIRO NA ONU

Nós representantes maiores dos 16 povos indígenas habitantes do Território Indígena do Xingu (Aweti, Matipu, Mehinako, Kamaiurá, Kuikuro, Kisedje, Ikpeng, Yudjá, Kawaiweté, Kalapalo, Narovuto, Waurá, Yawalapiti, Trumai, Nafukuá e Tapayuna), viemos diante da sociedade brasileira repudiar a intenção do Governo Brasileiro de incluir a indígena Ysani Kalapalo na delegação oficial do Brasil que participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – ONU que será realizada na cidade de Nova Iorque no próximo dia 23 de setembro de 2019.

O governo brasileiro mais uma vez demonstra com essa atitude o desrespeito com os povos e lideranças indígenas renomados do Xingu e outras lideranças a nível nacional, desrespeitando a autonomia própria das organizações dos povos indígenas de decisão e indicação de seus representantes em eventos nacionais e internacionais.

O governo brasileiro ofende as lideranças indígenas do Xingu e do Brasil ao dar destaque a uma indígena que vem atuando constantemente em redes sociais com objetivo único de ofender e desmoralizar as lideranças e o movimento indígena do Brasil.

Os 16 povos indígenas do Território Indígena do Xingu através de seus caciques reafirmam seu direito de autonomia de decisão através de seu próprio sistema de governança composto por todos os principais caciques dos povos xinguanos.

O governo brasileiro não se contentando com os ataques aos povos indígenas do Brasil, agora quer legitimar sua política anti-indígena usando uma figura indígena simpatizante de suas ideologias radicais com a intenção de convencer a comunidade internacional de sua política colonialista e etnocida.

Não aceitamos e nunca aceitaremos que o governo brasileiro indique por conta própria nossa representação indígena sem nos consultar através de nossas organizações e lideranças reconhecidos e respaldados por nós.

Atestam esta carta:

Tafukuma Kalapalo / Cacique do Povo Kalapalo

Aritana Yawalapiti / Cacique do Povo Yawalapiti

Afukaká Kuikuro / Cacique do Povo Kuikuro

Kotok Kamaiurá / Cacique do Povo Kamaiurá

Atakaho waurá / Cacique do povo Wauja

Tirefé Nafukuá / Cacique do Povo Nafukua

Arifira Matipu / Cacique do Povo Matipu

Awajatu Aweti / Cacique do Povo Aweti

Mayukuti Mehinako / Cacique do Povo Mehinako

Kowo Trumai / Cacique do Povo Trumai

Melobo Ikpeng / Cacique do Povo Ikpeng

Kuiussi Suya / Cacique do Povo Kisedje

Sadeá Yudjá / Cacique do Povo Yudja

Mairawe Kaiabi / Cacique do Povo Kawaiwete

Associação Terra Indígena Xingu – ATIX

 

 

*Do Viomundo

 

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Vídeo: Bolsonaro chega a Nova York e é recebido com vaias e protestos

Jair Bolsonaro chegou nesta segunda-feira, 23, em Nova York, e foi recebido com protestos por brasileiros e norte-americanos. “Amazonia sim, Bolsonaro, não”, gritavam os manifestantes, que foram impedidos de se aproximar da entrada do hotel em Manhattan, onde a comitiva de Bolsonaro está hospedado.

Bolsonaro participará dos Debates Gerais da 74ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas ( ONU ). Como é tradição, será o primeiro chefe de Estado ou governo a discursar, na manhã de terça-feira.

Assista à manifestação contra Jair Bolsonaro:

 

*Com informações do 247

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Vídeo: Deputados escracham pronunciamento de Witzel sobre Ágatha: “faz da morte palanque eleitoral”

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Helder Salomão (PT-ES) afirmou que acionará a Organização das Nações Unidas (ONU) para que organismos internacionais averiguem a política que vem sendo conduzida no Rio.

O pronunciamento do Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, 72 horas depois da morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, repercutiu entre os parlamentares. Poucos minutos depois de defender a política de segurança adotada por sua gestão e de declarar, em coletiva, que “é indecente usar um caixão como palanque”, o assunto se tornou o mais comentado nas redes sociais nesta segunda-feira (23).

“Na política de segurança pública do governador Wilson Witzel morrem cidadãos, inclusive crianças e jovens, morrem bandidos e morrem policiais. Só não morre a violência, que aumenta e atinge todos”, avaliou o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA).

“A Ághata podia ser tua filha, tua irmã, tua sobrinha, tua neta…Uma criança, mais uma, assassinada em ação policial no Rio de Janeiro. É hora de estarmos todos no Rio de Janeiro, no Morro do Alemão. Não há como aceitar essa barbárie de assassinatos de crianças”, defendeu.

Líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ) apontou a demora no posicionamento do representante e criticou a postura do atual governador.

“‘Indecente’ é o genocídio que vem sendo praticado como política de Estado no Rio de Janeiro, fomentado pelo Witzel como solução para a violência que assola os fluminenses. Demorou mais de 70 horas para dar uma declaração, logo o senhor, governador”, escreveu em seu Twitter.

Também eleito pelo estado do Rio, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) foi outro a usar seu perfil para declarar repúdio à fala do atual governador.

“Uma criança de 8 anos foi brutalmente assassinada. E o que faz, Wilson Witzel, de forma hedionda em entrevista coletiva? Diz que sua política de segurança é um sucesso. É um desrespeito profundo à memória da Ágatha e à dor de sua família. Witzel faz da morte palanque eleitoral”, criticou.

ONU será acionada

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Helder Salomão (PT-ES) afirmou que acionará a Organização das Nações Unidas (ONU) para que organismos internacionais averiguem a política que vem sendo conduzida no Rio.

“A gente não pode assistir a morte de uma criança e achar que isso é normal. Fiz essa denúncia na ONU. Vamos acionar os órgãos responsáveis. Este modelo de segurança pública não combate apenas o crime”, declarou.

Representante do PSB pelo estado do Rio, Alessandro Molon lamentou a falta de resposta e o conteúdo do pronunciamento de Witzel.

“Foram 72 horas à espera de uma palavra do governador sobre a morte de Ágatha, e Witzel foi incapaz de pedir desculpas à família. Seu governo teve a audácia de afirmar que a morte nada tem a ver com a política de segurança, tratando a morte como um “caso isolado”. Tudo errado!”.

Já a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) questionou a capacidade do dirigente em apresentar-se diante da menina morta com um tiro de fuzil.

“Wilson Witzel disse que está satisfeito com a política de segurança pública do Rio de Janeiro. Será que ele teria coragem de dizer isso olho no olho dos familiares das crianças vítimas desse massacre?”.

Mesma postura adotada pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE). “A que ponto chegamos. Witzel deveria olhar no olho dos familiares das crianças assassinadas e pedir desculpas”.

 

 

*Com informações da Forum

 

 

https://youtu.be/EY_F69tfPHE?t=16

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Itamaraty barra discurso de governador da Amazônia em reunião da ONU

O Itamaraty interferiu para cancelar do discurso do presidente do Consórcio Amazônia Legal, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), durante encontro organizado pela França, Chile e Colômbia para discutir o desmatamento na Amazônia, nas Organizações das Nações Unidas (ONU) em Nova York.

Não houve fala alguma sobre Amazônia de um representante brasileiro. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, protestou contra o fato de um representante de governo estadual ser convidado enquanto o governo federal não estaria presente no encontro.

Nos oito meses até agosto, o desmatamento da Amazônia aumentou 92%, para 6.404,8 quilômetros quadrados, apontaram dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, fontes diplomáticas informaram que na segunda-feira passada (16) que o governador foi convidado formalmente pelos presidentes Emmanuel Macron, da França, Sebastián Piñera, do Chile, e Iván Duque, da Colômbia, para participar do evento.

“Desde 4ª feira a Colômbia, sob pressão do Ministro Araújo, cria grandes obstáculos à participação de autoridades estaduais”, diz mensagem enviada por organizadores do encontro ao jornal paulista.

Por causa do desmatamento, a Alemanha havia anunciado a suspensão de quase R$ 155 milhões destinados a projetos de preservação ambiental no Brasil e a Noruega anunciou o bloqueio de cerca de R$ 133 milhões, destinados ao Fundo Amazônia.

 

 

*Do 247

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Mourão culpa o narcotráfico, a família da Ágatha, mas se esquece dos 39kg de coca no avião de Bolsonaro

O general Mourão defende policiais no caso Ágatha e questiona versão da família.

O Presidente em exercício culpou o narcotráfico pela morte da criança e disse que, em casos como este, ‘é a palavra de um contra o outro’.

Mourão reforçou que há atuação de narcoquadrilhas em comunidades do Rio que estão estruturadas como as guerrilhas colombianas. E disse, ainda, que elas possuem uma “força de apoio” que poderia até responsabilizar policiais por confrontos.

“Elas (narcoquadrilhas) têm força de apoio. Aquela que varre a rua depois do confronto, aquela que diz que quem atirou foi a polícia, independente da investigação que tenha sido feita, é aquela que dá sustentação logística, é o fogueteiro que avisa que a polícia chegou”, disse. “Infelizmente, a gente tem que reconhecer que em determinados lugares do Brasil se vive uma guerra. E aí acontecem tragédias dessa natureza.

O general Mourão deu vários exemplos de como agem os narcotraficantes, mas, por um lapso, certamente, não se lembrou de citar que existe um militar preso na Espanha por traficar no avião da comitiva de Bolsonaro 39 kg de pasta pura de cocaína.

Poderia dizer como esses narcotraficantes operam usando um militar das Forças Armadas, o avião da Presidência da República debaixo do nariz de generais como Mourão sem ser incomodados pela polícia brasileira, só sendo descoberto e preso por policiais espanhóis em território espanhol.

O caso desse narcotráfico no avião oficial da comitiva presidencial está sendo mantido em sigilo, mas Mourão disse em sua coletiva, na cara dura que, dentro do estado de direito, a lei tem que valer para todos.

Vai entender.

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Confrontando censura, Judiciário libera evento “Moro Mente” na Universidade Federal Fluminense

O juiz Jose Carlos da Silva Garcia, da 3ª Vara Federal de Niterói, suspendeu nesta segunda-feira, 23, a decisão do reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, que proibia a realização do ato “#MoroMente”, organizado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Com isso, o ato fica mantido para esta segunda (23), às 19 horas.

A decisão do reitor havia sido tomada obedecendo a um pedido do ministro da Educação, Abraham Weintraub, aliado de Moro no governo de Jair Bolsonaro.

Em seu despacho, o magistrado lembrou que o Supremo Tribunal Federal já havia decidido “categoricamente”pela “absoluta liberdade de manifestação e expressão no âmbito das universidade, mesmo e inclusive para manifestar preferência ou repúdio de natureza político-ideológica, ou mesmo partidária”.

“É lamentável que tudo isso tenha ocorrido. Eu entendo que as pessoas queiram ter cautela diante do cenário, que nem sempre é o melhor. Mas temos que garantir os debates nas universidades”, diz o diretor da Faculdade de Direito da UFF, Wilson Madeira Filho, no mandado de segurança contra a a decisão do reitor da UFF.

Ele afirma ainda que “o papel da universidade publica é fazer os debates que a sociedade está exigindo. E a UFF, que é considerada a melhor faculdade de Direito do país, vai deixar de fazer o debate crítico que sempre fez, e que a transformou na melhor?”.

Liminar autoriza ato #MoroMente na UFF from Leonardo Attuch

 

 

*Com informações do 247

 

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Vaza jato: De olho em vaga no Senado em 2022, Dallagnol mirou apoio de evangélicos

Após ter recusado a ideia de se candidatar ao Senado em 2018, sugerida por outros procuradores, e decidido a continuar no Ministério Público Federal (MPF), o procurador-chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, não deixou a política de lado. Pelo contrário: colocou em prática um plano para “aumentar sua influência” usando “grupos de ação cidadã em igrejas e viagens”. Membro da Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba, ele recorreu às igrejas evangélicas, onde tem atuado ao menos desde 2015 na defesa da Operação Lava Jato. É o que revelam as conversas do Telegram recebidas pelo The Intercept Brasil e analisadas em conjunto com a Agência Pública.

Só de junho a setembro do ano passado – durante o período da campanha eleitoral que levou Jair Bolsonaro à Presidência com apoio sem precedente das igrejas cristãs –, o procurador participou de pelo menos 18 encontros com evangélicos, entre palestras e reuniões fechadas, média de uma por semana.

Essa peregrinação foi planejada por ele em janeiro do ano passado e faz parte do seu projeto pessoal, conforme revelou a reportagem “Seria facilmente eleito” publicada pelo The Intercept Brasil. Em reflexão consigo mesmo no Telegram, ele se viu dividido entre três opções: se candidatar ao Senado, deixar a carreira de procurador sem abraçar a política partidária ou continuar no cargo.

As agendas foram retiradas das conversas do procurador Deltan Dallagnol no Telegram com o pastor Marcos Ferreira e no chat Palestras das Novas Medidas – A Grande Chance. É possível que algum evento tenha sido cancelado e o assunto não tenha sido tratado nas conversas. Para fazer esse levantamento, a reportagem também buscou informações nos sites e mídias sociais das igrejas.

Uma plataforma de apoio político das igrejas

Dallagnol decidiu permanecer como procurador da República, por enxergar “riscos concretos à causa anticorrupção”, mas cogitou a ideia de disputar as eleições em 2022: “Tenho apenas 37 anos. A terceira tentação de Jesus no deserto foi um atalho para o reinado. Apesar de em 2022 ter renovação de só 1 vaga e de ser Álvaro Dias, se for para ser, será. Posso traçar plano focado em fazer mudanças e que pode acabar tendo como efeito manter essa porta aberta”, escreveu em 29 de janeiro de 2018, numa longa mensagem enviada para si mesmo pelo Telegram.

O plano de continuar na Procuradoria foi descrito da seguinte maneira no chat: “Lutar pela renovação enquanto procurador: mantém a credibilidade, mas perde a intensidade que seria necessária”, avaliou. “Precisaria me dedicar bastante a isso e me programar. Para aumentar a influência, precisaria muito começar uma iniciativa de grupos de ação cidadã. Dois pilares seriam: grupos de ação cidadã em igrejas e viagens. Tem um risco de CNMP, mas é pagável, cabendo fazer uma pesquisa de campanhas públicas (de órgãos) de voto consciente, para me proteger”, escreveu.

Com o álibi de promover a campanha das novas medidas de combate à corrupção encabeçada pelo movimento Unidos Contra a Corrupção, Deltan Dallagnol organizou uma agenda intensa de viagens, mesmo depois de considerar o risco de ser alvo do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Afinal, é compromisso da conduta ética dos procuradores “atuar com imparcialidade no desempenho das atribuições funcionais, não permitindo que convicções de ordem político-partidária, religiosa ou ideológica afetem sua isenção”, de acordo com o Código de Ética e de Conduta do Ministério Público da União.

Ao contrário das dez medidas de combate à corrupção derrotadas em 2016 na Câmara dos Deputados, as novas medidas anticorrupção não eram um projeto institucional do MPF, mas do procurador.

No período pré-eleitoral, um dos principais focos de Dallagnol era dar palestras em igrejas com público grande ou se reunir com importantes lideranças: “Uma vez aceitando um lugar, precisamos ter uma lista de entidades com quem conversar e de pessoas que são bons pontos de contato para ajudar a organizar. Por exemplo, igrejas temos o Juarez da Presbiteriana, o Dorgival… Para expandirmos a rede de influência em cada viagem”, explicou Dallagnol no chat “Palestras das Novas Medidas – A Grande Chance”, colocando em prática a sua intenção de “aumentar a influência”.

Participavam deste chat duas funcionárias do MPF e Patrícia Fehrmann, membro do Instituto Mude – Chega de Corrupção. Elas eram responsáveis por administrar a agenda da campanha promovida por Deltan Dallagnol e trabalhavam para manter os dias do chefe da força-tarefa sempre cheios de encontros e palestras. Às vezes ele era convidado, às vezes elas produziam o evento. “Tudo temos que ver tamanho de público e avaliar conveniência comparando com outros convites pro mesmo local e marcando eventos e reuniões”, explicou o procurador a elas.

A aproximação de Dallagnol com as igrejas evangélicas para fins políticos espelha uma tendência nacional, coroada com a indicação de Augusto Aras para procurador-geral da República por Jair Bolsonaro neste mês. Aras assinou um compromisso com a associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) comprometendo o MPF com valores “cristãos”, tais como manter a imunidade tributária a igrejas, defender o programa Escola Sem Partido e ser contra casamento homossexual e a legalização do aborto. Além de “priorizar o combate à corrupção”, claro.

Procurado pela reportagem, o procurador, através da assessoria de imprensa do MPF, “repudiou” o que classificou como “violação da sua intimidade e exposição de reflexões pessoais lícitas e legítimas”. Sobre ser candidato em 2022, afirmou que “se o procurador tivesse intenções políticas, ele poderia ter disputado as eleições de 2018 e, segundo pesquisas da época, ter sido eleito. A defesa que o procurador faz do combate à corrupção é coerente com as funções do Ministério Público e é coerente com sua visão cristã de mundo, não havendo aí qualquer incompatibilidade. Ele compareceu a diversos ambientes para divulgar a causa anticorrupção e não o fez somente no ambiente cristão”.

O procurador nega, ainda, que tenha priorizado as igrejas evangélicas, reconhecendo que se encontrou com “entidades públicas e privadas, incluindo eventos do Ministério Público, do Poder Judiciário, da Receita Federal, do CNMP, de escolas e de universidades públicas e privadas, de clubes Rotary, de potências da maçonaria, de associações comerciais e industriais e de entidades de diferentes religiões”.

A íntegra das respostas de Deltan Dallagnol estão no final da reportagem.

A campanha de Deltan Dallagnol em 2018

Além dos pastores, principais aliados, Dallagnol se articulou também com maçons, rotarianos, empresários e representantes de entidades patronais. As procuradorias das cidades por onde ele passava viravam praticamente comitês da campanha de 2022.

As mensagens foram reproduzidas com a grafia encontrada nos arquivos originais recebidos pelo The Intercept Brasil, incluindo erros de português e abreviaturas.

As mensagens do chat “Palestras das Novas Medidas – a Grande Chance” mostram que ele misturou suas intenções políticas e sua militância com sua função como servidor público: “[Secretária], tenta uma agenda com Paulo Zanardi, Diretor do Rotary Internacional, para mim? Ele mora em Curitiba. Pergunta se ele aceitaria um convite para conhecer a FT e falarmos do momento atual do esforço brasileiro contra a corrupção”, afirmou em conversa no Telegram em três de junho de 2018. “Meninas, precisamos fazer um followup das reuniões passadas. [Secretária], pega o contato de todos aqueles com que já me reuni nos diferentes locais e vamos fazer um email indicando que o lançamento das novas medidas e da campanha, pela TI, será nesta terça. Pega todos os contatos e amanhã entrego um texto de email pra enviarmos”, acrescentou.

De acordo com o código de Ética e de Conduta do Ministério Público da União, é vedado aos servidores do órgão “utilizar bens do patrimônio institucional para atendimento de atividades de interesse”.

Apesar de ter cogitado em sua reflexão consigo mesmo no Telegram tirar férias para viajar pelo país – “Posso tirar licença e férias e viajar o país. Precisaria me dedicar bastante a isso e me programar”, escreveu –, Deltan Dallagnol rodou o Brasil nos seus dias úteis de trabalho. Os anfitriões eram responsáveis por bancar os custos das viagens, mas o procurador usou a estrutura do órgão público (funcionárias e salas) para colocar seu plano político em prática: “[Secretária], minha sugestão é amanha Vc trabalhar so no assunto palestras. As viagens de quinta e sexta precisam ser bem preparadas, do contrário perderemos o potencial. Fala com [Secretária2], que pedi pra Vc fazer so isso”, escreveu no dia 17 de junho de 2018. A pessoa com quem ele conversa é funcionária do MPF.

Além de promover encontros com as lideranças para falar do seu projeto dentro da Procuradoria, ele fez campanha entre servidores do órgão: “[Assessora de Imprensa], por que não programamos encontro com servidores (não chame de palestra) sobre a campanha unidos contra a corrupção e sobre as novas medidas pra primeira semana de junlho? Tá bem livre ainda, salvo se aparecerem coisas boas aí na agenda”, solicitou. O encontro ocorreu dia 3 de julho do ano passado.

O pacote das novas medidas anticorrupção, que conta com 70 propostas, foi oficialmente lançado pelo movimento Unidos Contra a Corrupção, formado por seis entidades sob a liderança da organização Transparência Internacional e da Fundação Getulio Vargas (FGV). Nos bastidores, no entanto, Deltan Dallagnol foi um dos articuladores do projeto, conforme revelam os chats. A campanha surgiu no ano passado com objetivo de trazer o tema “combate à corrupção” para o debate eleitoral.

Para se proteger de possíveis retaliações e críticas sobre sua participação nessa campanha, Dallagnol retirou a expressão “as novas medidas” do título de suas palestras sobre o tema. “Acho que é melhor não colocar as novas medidas no título. Diferente das 10m originais, estas não são do MPF”, aconselhou sua assessora. “Isso que pensei tb… ia usar o nome da campanha, mas aí poderiam dizer que estou tentando me apropriar indevidamente e tal. a campanha é de uma coalizão de entidades e nem todas sabem do meu papel”, respondeu Deltan.

O “protagonismo cristão” do procurador

As conversas mostram que o chefe da força-tarefa da Lava Jato adotou como missão para 2018 influenciar o debate eleitoral com a bandeira do combate à corrupção, que virou também a bandeira do antipetismo abraçado pela campanha de Jair Bolsonaro. Ao refletir consigo mesmo, o procurador deixa claro que o projeto das novas medidas anticorrupção era apenas um pano de fundo para rodar o país e que ele usaria as igrejas como seu principal palco político.

Não é de hoje, contudo, que Dallagnol recorre às igrejas evangélicas para se promover ou defender a Operação Lava Jato. Ele também fez uma campanha massiva nas igrejas em 2015 e 2016 para colher as assinaturas para as dez medidas de combate à corrupção. Nesse período, rodou pelo menos 24 igrejas evangélicas. “Você está inaugurando um novo momento do protagonismo cristão”, avaliou o pastor Marcos Ferreira, membro do Instituto Mude, em conversa com Dallagnol em 18 de julho de 2016 pelo Telegram.

Ferreira atuava como conselheiro do procurador e era o principal articulador dos seus encontros com lideranças religiosas. Como membro do Instituto Mude e pastor, ele também atuou ativamente na campanha das dez medidas dentro das igrejas:

Dallagnol concordou com o pedido do pastor: “Autorizadissimo Marcos”, respondeu, no dia seguinte.

Foi Ferreira o responsável por criar a ponte entre Dallagnol e um dos maiores líderes evangélicos do país, o pastor Silas Malafaia – a quem viam como um potencial multiplicador do projeto das dez medidas. Em fevereiro de 2016, Ferreira encaminhou o telefone pessoal do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo para o procurador. “Secretaria dele passou… Ele pediu para vc ligar para ele…”, disse. “Ligando”, respondeu Dallagnol pouco depois.

Em chats do Telegram sobre a campanha das dez medidas, o chefe da Lava Jato sinalizava que via Malafaia como um apoio importante por ser “muito marcante”. Ao mesmo tempo, ponderava que ele “gera rejeição de quem não gosta dele”.

Em dezembro daquele ano, Silas Malafaia foi alvo de condução coercitiva e indiciado pela Polícia Federal por suposto envolvimento em esquema de corrupção na cobrança de royalties de exploração mineral. Na época, Dallagnol ficou alarmado. Ele procurou pessoas envolvidas na investigação para saber se poderia continuar se comunicando com o pastor.

Ao procurador do caso, Anselmo Lopes, Dallagnol demonstrou preocupação com a opinião popular sobre a condução coercitiva e perguntou sobre “provas de crimes”. “Fiquei preocupado, na Timóteo, com uma reação contra as coercitivas por causa da reação do Malafaia. Além disso, embora eu nunca o tenha encontrado pessoalmente, trocamos algumas mensagens sobre as 10 medidas… respondi algo e não lembro se alguma vez falei por telefone com ele. Ouço falar coisas “dúbias” sobre ele, mas nada concreto. Se houver provas de crimes dele, seria muito conveniente que eu continue afastado completamente. Se for pública a avaliação sobre potenciais crimes dele e puder dar alguma informação, é útil para eu saber como me movimentar (ou não me movimentar rs)…”, escreveu dois dias depois da operação.

“Malafaia tem relações estranhas com um advogado que era central no esquema de desvios. Não se pode condenar antecipadamente, claro, mas eu teria cautela na relação com ele”, respondeu Lopes.

No dia da operação, batizada de “Timóteo”, em dezembro de 2016, Ferreira enviou a Dallagnol o link de um vídeo em que Malafaia esbravejava a jornalistas contra os investigadores e a operação. “Assista o vídeo. Provavelmente ele irá querer vingança”, disse o pastor. “Rapaz… ainda bem que não tem nada a ver conosco aqui rs”, foi a resposta do procurador. Um minuto depois, Dallagnol encaminhou o mesmo vídeo para o grupo “Filhos de Januário 1”, que só continha membros da força-tarefa de Curitiba. “Rapaz, a condução coercitiva pode ficar na berlinda depois de uns episódios como esse”, comentou. Nenhum colega respondeu.

Dallagnol discutiu com o pastor Marcos Ferreira o conteúdo do texto a ser enviado ao Conselho da Igreja Batista do Bacacheri para agradecer o empenho na campanha das dez medidas de combate à corrupção. A mensagem deixa ainda mais clara a função das igrejas evangélicas nessa campanha: “A articulação realizada no meio cristão, especialmente evangélico, contribuiu para que a mobilização em favor de reformas contra a corrupção se espalhassem e se fortalecessem. A iniciativa de recolher assinaturas em prol de mudanças, nascida em pastor dessa Igreja, alcançou diretamente, pelo menos, dois milhões e meio de pessoas – algo de impacto extraordinário que marcará a história do Brasil. A aprovação e incentivo do emprego do tempo, por líderes e especialmente funcionários, conferiu projeção e relevância nacional ao trabalho da Igreja, particularmente nessa dimensão do amor ao próximo material que é a busca de justiça social”, escreveu como sugestão de texto a ser avaliada pelo pastor no dia 13 de janeiro de 2017.

Ele também recrutou os evangélicos para defender a Lava Jato durante a votação do pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado. Dallagnol anunciou em seu twitter a três dias da votação, que faria jejum para que o Judiciário negasse o pedido de Lula. Nos bastidores, ele se movimentou para que os pastores fizessem uma campanha em suas igrejas para pressionar o STF: “É a hora de líderes convocarem um grande jejum”, escreveu Deltan no chat #Mude Delta,Fáb,Pat,Had,Mar, formado pelos fundadores do Instituto Mude, dia primeiro de abril de 2018.

O procurador pediu que os integrantes do grupo, todos evangélicos, o ajudassem a mobilizar os pastores: “Poderiam encaminhar dizendo algo como: Deus levanta pessoas e situações em resposta às nossas orações. Vamos deixá-los sozinhos ou vamos convocar um grande dia de jejum e oração ao lado deles?”, escreveu. Esta é a hora em que precisamos dos crentes do nosso lado”, acrescentou.

O PowerPoint para palestra em igrejas

“O Deltan, ele tem sido mais do que um procurador-chefe da Lava Jato, membro do Ministério Público. Ele tem sido um servo do senhor. Ele tem usado a vocação que Deus deu para ele para trazer uma mudança em nosso país”, anunciou ao microfone o pastor Gil em uma terça-feira, 16 de agosto de 2016, reta final do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dallagnol foi cumprir mais uma agenda da campanha das dez medidas de combate à corrupção, dessa vez na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, a mesma da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Seu anfitrião foi André Valadão, que no ano passado anunciou voto ao então presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

“Combater a corrupção não é algo abstrato, é pessoal. E mais, é uma missão cristã, é uma missão de amor ao próximo comissivo”, profetizou Deltan. Em sua palestra no púlpito, ele destacou que é preciso construir muros entre a corrupção e a sociedade, fazendo uma analogia da campanha das dez medidas com o exemplo do profeta Neemias – que, de acordo com o Antigo Testamento, foi um líder judeu que reconstruiu as muralhas de Jerusalém. “Neemias volta a Jerusalém, o povo se une e a cidade é reconstruída com uma mão nos tijolos e uma mão na espada. Nós estamos num momento parecido”, enfatizou.

“Combater a corrupção não é algo abstrato, é pessoal. E mais, é uma missão cristã, é uma missão de amor ao próximo comissivo”, profetizou Deltan. Em sua palestra no púlpito, ele destacou que é preciso construir muros entre a corrupção e a sociedade, fazendo uma analogia da campanha das dez medidas com o exemplo do profeta Neemias – que, de acordo com o Antigo Testamento, foi um líder judeu que reconstruiu as muralhas de Jerusalém. “Neemias volta a Jerusalém, o povo se une e a cidade é reconstruída com uma mão nos tijolos e uma mão na espada. Nós estamos num momento parecido”, enfatizou.

A igreja estava lotada quando o procurador começou a falar, mas foi esvaziando ao longo da palestra. Um vídeo publicado no YouTube pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) com o título “Igreja vira as costas para Deltan Dallagnol. Veja a reação do Pastor!” mostra o pastor André Valadão dando um sermão nos membros da igreja. “Vem um batista, crente, líder de célula, referência de Deus, 36 anos de idade, pisa nesse altar e você levanta e vira as costas? Você é um tolo, meu irmão”, falou.

Deltan chegou a receber treinamento para falar no púlpito, conforme revelou nas mensagens trocadas com o pastor Marcos Ferreira no Telegram:

Nas igrejas por onde passava, o discurso era igual. Mesmo sendo uma campanha institucional do MPF, o procurador usava uma linguagem cristã para falar sobre o projeto das dez medidas de combate à corrupção nas igrejas.

Dallagnol tinha um PowerPoint só para suas palestras aos evangélicos e, entre os slides, o de Neemias: o mesmo PowerPoint era usado nas apresentações do pastor Marcos Ferreira: “Deltan, além do pedido acima preciso que me envie seu PPT para palestra em igreja”, solicitou o pastor no Telegram.

“Qual o papel da igreja”, “A igreja orou por isso? Se orou, Deus está respondendo”, são algumas das frases religiosas inseridas no PowerPoint. “Eu creio que Deus está agindo”, resumia a apresentação.

Prevendo possíveis críticas a seu messianismo, Dallagnol tentou esconder a sua atuação política dentro das igrejas evangélicas. Os diálogos no Telegram mostram que ele pedia discrição aos seus anfitriões e demonstrava certa preocupação quando a sua ligação política com as igrejas vazava, como ocorreu com sua palestra na Igreja Batista de Marília no dia 22 de junho de 2018.

Para evitar qualquer publicidade na sua empreitada, a não participação da imprensa nos eventos religiosos era um dos pré-requisitos para a presença do procurador: “Igreja importante NÃO ter imprensa”, escreveu Deltan no chat “Palestras das Novas Medidas – A Grande Chance”.

O papel dos evangélicos na defesa da Lava Jato

Toda essa campanha de base do procurador Deltan Dallagnol junto às igrejas para defender a Operação Lava Jato faz parte do fortalecimento e avanço dos evangélicos sobre a pauta política no Brasil. Conforme mostrou reportagem da Pública, a Anajure tem atuado junto aos três poderes para garantir os “valores cristãos”. Ela está entre as entidades que manifestaram apoio à Operação Lava Jato após o início da publicação da série “Vaza Jato”, do The Intercept Brasil, que tem revelado mensagens privadas trocadas entre procuradores da força-tarefa da Lava Jato e outros membros do MPF e da Justiça. A Anajure “manifesta apoio à Operação Lava-Jato, ciente do alto grau de competência técnica com os quais os membros do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário têm trabalhado”, diz um trecho da nota.

Dois dias depois da primeira reportagem publicada pelo The Intercept Brasil, a Igreja Batista da Lagoinha, por onde Deltan passou em 2016 e 2018 para sua campanha anticorrupção, também divulgou um manifesto em seu site com o título: “Cristão e política: a Lava Jato precisa de você”. O texto é assinado por Carlos Said Pires, que é líder do Grupo de Ação Política (GAP) da igreja.

“O apoio do cidadão brasileiro nunca foi tão importante para que a Lava-Jato não perca força e nem credibilidade. Esse apoio passa necessariamente por uma leitura crítica das mídias que atacam a operação. Não seja inocente, muitos são aqueles que desejam o fim do combate à corrupção no país. Atacar a honra dos principais atores da operação no Brasil é a última tentativa desesperada daqueles que perderam e estão perdendo espaço no país”, diz o texto. “Como cristãos, temos o compromisso com a justiça combatendo a impunidade. Ore e jejue pelo Brasil, pois vivemos tempos conturbados. Não deixe de se posicionar em sua área de influência, em suas redes sociais, pois não podemos deixar de forma alguma a corrupção recuperar o espaço que já perdera”, continuou.

O que diz Deltan Dallagnol

Procurado pela reportagem, o procurador expôs por escrito seu ponto de vista sobre a articulação política que envolveu igrejas evangélicas. Leia aqui a íntegra da resposta. Leia a íntegra da resposta aqui

 

 

*Da Agência Pública

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Witzel, criou seu tribunal do crime e instituiu a pena de morte

“Tenho a esperança de ver Wilson Witzel ser julgado e condenado pelo Tribunal Penal Internacional, já que, tudo indica, a estrutura nacional de combate a crimes praticados por agentes de Estado se mostra incapaz de coibir uma política de segurança pública fanaticamente homicida”. (Reinaldo Azevedo)

O youtube coleciona vídeos de Witzel incentivando assassinatos de policiais contra inocentes em sua audácia em instituir a pena de morte no Brasil. A cena que não sai da cabeça de todos, é a da destruição do corpo da menina Ágatha de oito anos, depois que a jornalista Flávia Oliveira, da Globo News, revelou que a família, generosamente, queria doar seus órgãos, mas que não foi possível devido à mutilação pelo tiro de fuzil.

Na verdade, o que ocorreu com a Ágatha foi uma morte encomendada por Witzel. Essa é a missão que ele quer usar como plataforma para a sua campanha à Presidência da República em 2022. Por isso o próprio Witzel armou uma filmagem na ponte Rio-Niterói, onde bradou com pulinhos e punhos cerrados, como se comemorasse um gol, a morte do rapaz que sequestrou um ônibus com uma arma de brinquedo.

Lógico que os adoradores de chacinas, promovidas por milicianos e PMs, destacam as atitudes assassinas de Witzel como sua grande virtude. Diante dos cegos de ódio, seu delírio psicopata é sua principal coroa heroica, porém é preciso parar esse assassino. O episódio do assassinato de uma criança de oito anos obriga o Ministério Público e o judiciário a descruzarem os braços e traduzirem em ação o que reza a constituição, que não permite a pena de morte no Brasil.

Witzel tem cometido vários crimes pelas mãos da pistolagem oficial, sem uma única restrição do Ministério Público e do judiciário. Por isso, para a sua polícia, não há fronteiras que dividem cidadãos inocentes desarmados e criminosos armados. Se for preciso demolir a casa de um inocente, se for preciso destruir uma família matando um inocente, Witzel, que fez aliança com o crime, não pensará duas vezes, fará, porque não se importa com a vida dos pretos e pobres. Ele construiu sua própria república, suas próprias leis, seus próprios julgamentos e sua própria pena de morte.

Ou o judiciário e o Ministério Público reagem contra esse psicopata, cassando o seu mandato e colocando-o numa cela ou lavarão as mãos para uma barbárie generalizada que mergulhará o Brasil num caos institucional.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas