Os diálogos vazados pelo Intercept revelam pela primeira vez que o ex-juiz e atual ministro da justiça de Bolsonaro, ajudou também no planejamento da operação, tendo, inclusive, direcionado quais materiais deveriam ser apreendidos.
Glenn diz que Moro é mentiroso patológico, e tem razão.
Monique Checker da Lava Jato diz que Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados e tem razão
Glauber Braga disse que Moro é um juiz ladrão e corrompido que ganhou como recompensa pra fazer com que a democracia brasileira fosse atingida e tem razão.
Então o vigarista é uma rara unanimidade.
“Moro, chefe da milícia lavajatista, deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém…hahahah. Kkkkk”, escreveu Luciano Flores, delegado da PF alocado na Lava Jato, em fevereiro de 2016, no grupo Amigo Secreto.
O mentiroso contumaz. O cínico com ideia fixa de herói.
Um juiz que te declara réu só porque você foi citado em delação, sem provas, por um bandido preso e desesperado pra sair da prisão.
O juiz ladrão ordena busca na sua casa sem ninguém ter pedido.
O mesmo juiz picareta monta o processo junto com a acusação tão picareta quanto ele.
Esse falso juiz te impede de ter acesso aos autos e te condena à prisão.
Depois, esse mesmo juiz de aluguel é contratado pelo bandido que venceu a eleição para ser seu Ministro da Justiça e Segurança Pública.
Não, não é ficção, nem filme de terror, isso aconteceu no Brasil com a Lava Jato, comandada por um juiz corrupto e ladrão, como escancarou a Vaza Jato neste sábado (19).
“Em meio a xingamentos e acusações mútuas de traição, a deputada Joice Hasselmann é, ao mesmo tempo, abre-alas, destaque, porta-bandeira e bateria desse desfile macabro de mau-caratismo e podridão política”, constata o jornalista Leandro Fortes, que acrescenta: “Resta saber se vai ter coragem de contar ou vai fazer como o delegado Waldir, que prometeu implodir um vagabundo, mas só conseguiu implodir a si mesmo, até agora”.
– Como era de se esperar, a violenta dissolução da gangue do PSL começou a produzir detritos, os mais diversos. Em meio a xingamentos e acusações mútuas de traição, a deputada Joice Hasselmann é, ao mesmo tempo, abre-alas, destaque, porta-bandeira e bateria desse desfile macabro de mau-caratismo e podridão política.
A deputada Joice é uma criatura gestada nos intestinos da mídia brasileira, em seu pior momento, junto com o agora santificado Reinaldo Azevedo – que, ao contrário dela, fez um cálculo preciso de reabilitação de imagem, antes de ser tragado pela História. Mas, quando ambos eram da Veja, dividiam alegremente o esgoto antipetista que viria a desembocar na eleição de Jair Bolsonaro.
Enquanto Tio Rei, demitido da Veja, mudou o discurso e o figurino, colocando-se como radical da legalidade constitucional e do Estado de Direito, Joice mergulhou, enlouquecidamente, na insanidade do bolsonarismo. Na campanha de 2018, era uma puxa-saco tão ostensiva que, se a facada de Adélio Bispo tivesse sido mais embaixo, tinha furado Joice, primeiro.
Por isso, é possível imaginar que os níveis de ódio na circulação sanguínea de Joice devem estar mais altos do que os de açúcar. Defenestrada da liderança do governo no Congresso Nacional por apoiar a permanência do inacreditável delegado Waldir à frente da liderança do partido na Câmara, Joice é, agora, uma legião de demônios.
Em meia dúzia de tuítes, a furiosa parlamentar já conseguiu chamar o ex-ídolo de estúpido (“inteligência emocional de menos 20”), golfou homofobia sobre um assessor da Presidência e um deputado do PSL, e confirmou o que todo mundo já sabia: existe uma milícia virtual bolsonarista montada, desde a campanha, para destruir a reputação de opositores e, eventualmente, aliados.
Joice diz saber o que a família Bolsonaro fez no verão passado.
Resta saber se vai ter coragem de contar ou vai fazer como o delegado Waldir, que prometeu implodir um vagabundo, mas só conseguiu implodir a si mesmo, até agora.
Glenn, em posts no twitter, expõe o verdadeiro Moro, um mentiroso patológico.
Assista a este vídeo de 1 minuto para nunca esquecer que Moro é um mentiroso patológico: antes de #VazaJato, ele veementemente negou a fazer o que todos nós sabemos agora que ele fez repetidamente: mandaram da estratégia do MPF e da PF. Apenas observe-o mentir para o público:
Confira alguns dos posts:
Assista a este vídeo de 1 minuto para nunca esquecer que Moro é um mentiroso patológico: antes de #VazaJato, ele veementemente negou a fazer o que todos nós sabemos agora que ele fez repetidamente: mandaram da estratégia do MPF e da PF. Apenas observe-o mentir para o público: pic.twitter.com/0PWjZ0v7FM
Sempre se lembre: até mesmo procuradores do MP, quando conversando entre si, comentavam que Moro violou os limites de seu papel de juiz. Em um conversa bem sincero, a procuradora Monique Cheker disse que "Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados". pic.twitter.com/Wc5emGKC7a
O fato de Moro comandar a estratégia e os detalhes das operações da PF era tratado com tanta naturalidade pela força-tarefa que os procuradores pediam rotineiramente orientações ao então juiz. Santos Lima falou para Deltan em 2015, no grupo PF-MPF Lava Jato 2: pic.twitter.com/qn8Jhya81k
A conduta imprópria de Moro foi tão severa – incluindo ordenando de *buscas por PF contra os acusados* que ele deveria julgar com objetividade mesmo *sem pedir do MPF* – que os delegados da PF ficaram chocados, riram, e concordaram em ficar "quietos" sobre Moro e "ajeitar" isso: pic.twitter.com/RuUkpnMs9z
Conversas entre procuradores e delegados da PF mostram como Sergio Moro dava orientações e participava de reuniões para definir detalhes de operações.
ex-juiz Sergio Moro não somente conspirou com os procuradores e comandou a força-tarefa da Lava Jato, conforme revelado pelo Intercept, mas também, desde o começo da operação, capitaneou operações da Polícia Federal. Chats de grupos da Lava Jato no Telegram indicam que o atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro inclusive ordenou busca e apreensão na casa de suspeitos sem provocação do Ministério Público (o que é irregular).
“Russo deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém…hahahah. Kkkkk”, escreveu Luciano Flores, delegado da PF alocado na Lava Jato, em fevereiro de 2016, no grupo Amigo Secreto — se referindo a Moro pelo apelido usado pelos procuradores e delegados. “Como assim?!”, respondeu Renata Rodrigues, outra delegada da PF trabalhando na Lava Jato. O delegado Flores, em resposta, avisou ao grupo: “Normal… deixa quieto…Vou ajeitar…kkkk”.
Desde o início da Vaza Jato, foram documentados inúmeros casos do então juiz conspirando em segredo e de forma ilegal com os procuradores na construção dos casos que ele depois dizia julgar de maneira imparcial. Durante os anos em que Moro esteve à frente da Lava Jato, ele chegou inclusive a influir na agenda de operações, conforme mostram as reportagens do Intercept e seus parceiros, realizadas a partir das mensagens secretas trocadas por meio do aplicativo Telegram e entregues ao Intercept por uma fonte anônima. Os diálogos a seguir, que ocorreram dias antes da Condução Coercitiva para depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva e da tentativa fracassada da ex-presidente Dilma Rousseff de transformá-lo em ministro-chefe da Casa Civil, demonstram que Moro não conspirou somente com os procuradores, mas também com a Polícia Federal:
27 de fevereiro de 2016 – Grupo Amigo Secreto
Rodrigo Prado – 15:48:19 – Senhores: SUPRIMIDO utiliza seu email particular para receber email que seriam direcionados ao LILS. Seria interessante a quebra. Podemos obter informacoes boas Prado – 15:49:00 – Gmail Athayde Ribeiro Costa – 15:52:32 – Otimo Costa – 15:52:39 – Tem o endereco ja? Prado – 15:59:00 – Sim Prado – 15:59:47 – Ja passo Prado – 16:03:15 – SUPRIMIDO Márcio Anselmo – 16:03:34 – Kct Anselmo – 16:03:42 – Esse e-mail deve ser destruidor Luciano Flores – 16:06:16 – Com essas informações sobre o envolvimento de SUPRIMIDO, não seria o caso de pedir apreensão do smartphone dele??? Prado – 16:07:16 – Exato. Acho que esse telefone é muito importante. Prado – 16:07:35 – So que se apreendermos, perdemos o grampo Prado – 16:07:47 – O LILS fala muito nesse telefone Prado – 16:07:50 – O tempo todo Prado – 16:07:58 – É o fone seguro dele Prado – 16:08:16 – Fala com PEPs somente nesse Flores – 16:10:16 – Talvez seja mais um motivo para apreendermos… se até lá ainda não tenha caído alguma prerrogativa de foro que justifique a subida dos autos… aí diminuiríamos as chances disso acontecer Costa – 16:56:44 – Não caiu nada sobre as palestras ainda? Flores – 17:47:27 – Prezados, temos 8 conduções coertivas. Quem tiver quesitos para serem perguntados favor me enviar para eu repassar às equipes que farão as oitivas ainda na manhã do dia D. Flores – 17:48:24 – Procs, favor informar se vão participar de alguma oitiva dos conduzidos Flores – 17:48:48 – Até o momento… Roberson Pozzobon – 18:08:51 – Beleza, Luciano Orlando Martello – 18:09:52 – Luciano, Por enquanto está mantida a data? Costa – 18:10:44 – Ok. Vamos formular e enviamos Flores – 18:12:08 – Sim. Mantida a data de sexta-feira, né? Flores – 18:18:04 – Russo deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém…hahahah Renata Rodrigues – 18:18:20 – Kkkkk Rodrigues – 18:18:20 – Como assim?! Flores – 18:18:37 – Normal… deixa quieto… Flores – 18:19:40 – Vou ajeitar…kkkk
A aprovação de Moro para a busca e apreensão e para a condução do ex-presidente não é irregular — operações desse tipo demandam necessariamente de aprovação judicial. O que os diálogos revelam pela primeira vez é que o ex-juiz ajudou também no planejamento da operação, tendo inclusive direcionado quais materiais deveriam ser apreendidos — uma violação do sistema acusatório:
4 de março de 2016 – Grupo Amigo Secreto
Márcio Anselmo – 10:50:34 –Vai pedir pra apreender as caixas do sindicato??? Roberson Pozzobon – 10:53:23 – Moro pediu parcimônia nessa apreensão. Acho que vale a pena ver exatamente o que vamos apreender Anselmo – 10:53:45 – O pessoal lá pediu pra retificar o mandado Anselmo – 10:53:58 – Não sei o que fazer Anselmo – 10:54:05 – Vivo ainda continua um impasse Igor Romario de Paula – 10:54:38 – Vai ser difícil checar isso no local Anselmo – 10:55:58 – Aguardo decisão de vcs Deltan Dallagnol – 10:56:20 – concordo, tudo Anselmo – 10:56:21 – Tem coisa muito valiosa Pozzobon – 10:56:29 – Igor, pode ligar para o Moro para explicar? Anselmo – 10:56:33 – Moscardi disse que tem coisa que vale mais de 100 mil Pozzobon – 10:56:41 – Ou Marcio Anselmo – 10:56:41 – Moro tá em audiência Pozzobon – 10:57:24 – Acho que vale a pena pedir para a equipe esperar um pouco para termos o aval do juiz Dallagnol – 10:57:52 – boa Renata Rodrigues – 10:58:16 – Márcio tá pedindo extensão do mandado pra possibilitar apreensão Anselmo – 10:59:01 – Pedi Dallagnol – 10:59:06 – Boa
Março de 2016: enquanto o então juiz Sergio Moro rodava o país defendendo o combate à lavagem de dinheiro, sua imagem já dividia as ruas.Fotos: Paulo Lisboa/Folhapress; Danilo Verpa/Folhapress; Marcus Leoni/Folhapress
‘o russo tinha dito pra não ter pressa’
Chats mais antigos mostram que as orientações de Moro nas operações já ocorriam em 2015, como nesse caso, uma semana antes da 14ª fase da Lava Jato:
12 de junho de 2015 – Grupo FT MPF Curitiba 2
Orlando Martello – 18:57:12 – Pessoal, o russo quer q deixemos a Q.G. fora da próxima festa. Posso dar ok? Roberson Pozzobon – 18:58:00 – [anexo não encontrado] Deltan Dallagnol – 23:10:48 – Se ele tem reclamado de sobrecarga, é melhor concordar… Diogo, como evoluiu a Q.G.? Podemos fazê-la como próxima fase com outras mamão com açúcar como MPE e ALUSA, depois de Angra.
Na época, as reuniões entre o juiz, procuradores e policiais federais para detalhar ações da Lava Jato eram habituais. Entre 2015 e 2016, encontramos nos arquivos da Vaza Jato pelo menos nove referências a encontros envolvendo delegados da PF e Moro. O procurador Santos Lima, por exemplo, escreveu sobre uma dessas reuniões com presença de policiais federais no grupo FT MPF Curitiba 2, em 19 de julho de 2015: “Estou conversando com o Moro. Ele acha que as prisões seriam fracas e não valeria a pena adiar. Estou tentando transferir a reunião com a Érika para o gabinete dele”.
O fato de Moro comandar a estratégia e os detalhes das operações da PF era tratado com tanta naturalidade pela força-tarefa que os procuradores pediam rotineiramente orientações ao então juiz. Santos Lima falou para Deltan em 2015, no grupo PF-MPF Lava Jato 2: “Talvez seja útil uma denúncia contra ele para trazê-lo para a colaboração. Mas precisamos conversar com o Russo e fazer denúncias pequenas e estratégicas”.
30 de julho de 2015 – Grupo PF-MPF Lava Jato 2
Deltan Dallagnol – 09:34:56 – Assad poderia dar uma boa nova fase daqui a algum tempo, após as mais prementes Roberson Pozzobon – 09:44:08 – Com o Assad tem várias novas frentes possíveis. As empresas menores da Petro como a Tome faziam nota com ele, mas também a Utc. Creio que uma denúncia com está seria mais fácil imediatamente, notadamente diante da colaboração do RP. Depois, já temos conexão para trazer falcatruas dele em pedágios, obras em aeroportos. Já encontrei inclusive algumas obras financiadas pela União. Pozzobon – 09:44:48 – Posso te passar o laudo Renata e os procedimentos da RFB Carlos Fernando dos Santos Lima – 09:46:32 – Talvez seja útil uma denúncia contra ele para trazê-lo para a colaboração. Mas precisamos conversar com o Russo e fazer denúncias pequenas e estratégicas. Não podemos afogar o Judiciário.
O direcionamento da força-tarefa da Lava Jato e da PF por parte de Moro era corriqueiro. Alguns exemplos-chave deixam claro que os procuradores e delegados discutiam abertamente as ordens que deveriam cumprir:
23 de outubro de 2015 – Grupo PF-MPF Lava Jato 2
Athayde Ribeiro Costa – 09:36:46 – Prezados, sabem dizer onde localizo a planilha/agenda apreendida com BARRA que descreve pgtos a diversos politicos. Lembro que o russo tinha pedido protocolo separado. Vamos precisar pra manter a prisao dele la em cima Costa – 09:37:24 – É URGENTE Erika Marena – 10:04:20 – Oi Athayde, o russo tinha dito pra não ter pressa pra eprocar isso, dai coloquei na contracapa dos autos e acabei esquecendo de eprocar Marena – 10:04:38 – Vou fazer isso logo Costa – 10:16:28 – Erika, aguarde q vou te ligar. Abs Marena – 10:17:44 – Ok
Conforme publicado anteriormente pelo Intercept, até mesmo procuradores do MP, quando conversando entre si, comentavam que Moro ultrapassava repetidamente os limites de seu papel de juiz. Em um comentário particularmente sincero, a procuradora Monique Cheker disse que “Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”.
Não foram só os procuradores da Lava Jato e agentes da PF que sabiam que esse comportamento era impróprio. Moro também parecia ter consciência que seu comportamento violava as regras. É exatamente por isso que negou repetida e publicamente ter participado da elaboração das estratégias da operação Lava Jato, inclusive em um vídeo, agora notório, de uma palestra de 2016. Moro negou publicamente ter feito exatamente o que fez porque sabe que admitir a relação próxima com procuradores e delegados seria uma violação do capítulo 3 do Código de Ética da Magistratura e do artigo 25 do Código de Processo Penal brasileiro, lançando dúvidas sobre a imparcialidade.
De forma irônica, a relação que se criou entre procuradores e delegados com o ex-juiz foi suficiente para a produção de diversas arbitrariedades contra direitos constitucionais, sem que houvesse o menor indício de embaraço. Mas a possibilidade de incomodar o ex-juiz em seu momento de lazer causava receio, como é típico de uma relação hierárquica, na qual não é recomendável incomodar o superior. Na noite de 19 de julho de 2015, o procurador Athayde Ribeiro Costa fez um pedido ao colega Carlos Fernando dos Santos Lima: “Cf avise o russo do email. Vc tem mais intimidade pra incomoda-lo no domingo”. O decano da operação respondeu: “Já avisei”. E encerrou a conversa com um joinha.
A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba disse ao Intercept que não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes nas últimas semanas. “O material é oriundo de crime cibernético e tem sido usado, editado ou fora de contexto, para embasar acusações e distorções que não correspondem à realidade. O site prejudica o direito de resposta ao não fornecer todo o material que diz usar na publicação”, respondeu a assessoria de imprensa. Ao pedir comentários de fontes, o Intercept fornece o contexto e descreve o conteúdo das reportagens, mas se reserva no direito de não antecipar trechos dos textos — seja a força-tarefa ou qualquer outra fonte.
“O momento da execução das fases da operação leva em conta vários fatores, entre estes a capacidade de trabalho da Vara Federal, da Polícia e do Ministério Público Federal. A operação envolvendo a construtora Queiroz Galvão foi realizada em agosto de 2016 (33ª fase), sendo que seus executivos foram denunciados logo depois (números das ações penais: 5045575-84.2016.404.7000 e 5046120-57.2016.404.7000)”, escreveu a assessoria de imprensa da força-tarefa.
Correção: 19 de outubro, 2h50 Uma versão anterior desse texto indicava que o primeiro diálogo em destaque havia ocorrido no dia 4 de março de 2016. Na verdade, o diálogo aconteceu em 27 de fevereiro de 2016. A informação já foi corrigida.
Correção: 19 de outubro, 8h45 Uma versão anterior desse texto identificava Rodrigo Prado como delegado da Polícia Federal. Na verdade, ele é agente da PF. A informação foi corrigida.
Não bastasse o fundo do poço que chegou Dallagnol com as revelações escandalosas dos crimes cometidos como procurador da Lava Jato, Dallagnol agora se transformou no rei do fake news em suas postagens no twitter e, por isso vem sendo achincalhado e desmentido pelos leitores.
Uma vergonha! Dallagnol acredita que tem moral para pressionar o STF na questão das prisões após segunda instância. Precisa urgentemente de uma consulta psiquiátrica.
Seguem abaixo alguns dos posts:
Segundo a imprensa tem noticiado, até 190 mil presos poderão ser soltos caso o STF exija um julgamento de terceira ou quarta instância para a prisão. Na Lava Jato, 38 pessoas serão afetadas – o que representa mais de 20% dos condenados.
Muito fácil jogar uma mentira na conta da imprensa, ou plantar uma lá para repercutir, como mostrou a Vaza Jato. O próprio STF divulga sua taxa de congestionamento: 27%. São 100 mil casos novos ao ano. Faz a regra de três e diz pra gente onde dá 190 mil. https://t.co/1EJrdPQdNY
O Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara, acusou Bolsonaro de tentar comprar deputados com cargos. Por isso, a hashtag #Bolsolão está bombando e promete se manter no topo por muito tempo.
O desembargador Alexandre Victor de Carvalho, do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, suspendeu novo inquérito instaurado para apurar a suspeita de caixa 2 na campanha de 2018 do atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Carvalho acatou a alegação que aponta que o Ministério Público tem como foco os mesmos fatos já apurados no primeiro inquérito sobre as candidatas laranjas do PSL em Minas, na eleição do ano passado.
A decisão do desembargador suspende, até o julgamento definitivo do primeiro caso, pedidos de abertura de novos inquéritos envolvendo o ministro.
O desembargador Alexandre Victor de Carvalho, do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, suspendeu novo inquérito instaurado para apurar a suspeita de caixa 2 na campanha de 2018 do atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Carvalho acatou a alegação que aponta que o Ministério Público tem como foco os mesmos fatos já apurados no primeiro inquérito sobre as candidatas laranjas do PSL em Minas, na eleição do ano passado.
A decisão do desembargador suspende, até o julgamento definitivo do primeiro caso, pedidos de abertura de novos inquéritos envolvendo o ministro.
Álvaro Antônio foi denunciado pelo Ministério Público estadual por falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.
No pedido de suspensão, o advogado do ministro, Willer Tomaz de Souza, alegou que um novo inquérito visa apurar pagamentos da campanha do ministro a deputado federal supostamente não contabilizados.
“Não se mostra razoável, em um Estado Democrático de Direito, que se tolere a imposição de investigação criminal duplicada. Neste caso, o inquérito policial perderia seu papel de garantidor para assumir um papel arbitrário, já que nitidamente estaria eivado de injustiça”, escreveu Carvalho. O processo corre em segredo de justiça.
A sigla decidiu representar no Conselho de Ética contra Daniel Silveira, que gravou escondido a reunião da bancada, na qual o Delegado Waldir (PSL-GO) chamou Bolsonaro de “vagabundo”; outros 5 também podem ser cassados.
A crise no PSL ganha contornos inimagináveis na política nacional, O partido decidiu, em reunião realizada nesta sexta-feira (18), que irá representar no Conselho de Ética contra um deputado de sua própria bancada, filiado à legenda.
O alvo da ira do partido é Daniel Silveira (PSL-RJ), que, de acordo com o regimento da sigla, quebrou o decoro parlamentar ao se portar como espião de Jair Bolsonaro e gravar escondido uma reunião da bancada. O partido vai pedir a cassação de Silveira.
No áudio explosivo, gravado e divulgado pelo deputado, o Delegado Waldir (PSL-GO) aparece chamando Bolsonaro de “vagabundo” e afirmando que iria “implodir” o governo e o presidente.
O fato é inédito no conselho. Jamais, desde sua criação, em 2002, um partido ingressou com representação contra um parlamentar filiado a seus quadros. O colegiado, até hoje, apreciou 166 casos.
Violência
A trajetória de Daniel Silveira é repleta de atos violentos. Além de ter quebrado uma placa em homenagem a Marielle Franco, nesta quarta-feira (16), ele demonstrou mais uma vez seu temperamento explosivo, ao quebrar o telefone celular do jornalista Guga Noblat.
O parlamentar não gostou de ter sido gravado pelo profissional durante sessão na Câmara dos Deputados. Noblat postou uma sequência de vídeos expondo o surto de raiva de Silveira.
Outros cinco deputados
Em entrevista ao O Globo, Waldir afirmou que o destino de outros cinco deputados do partido, que tiveram funções partidárias suspensas, pode ser o mesmo de Silveira. “Nós estaremos pedindo também, representando no Conselho de Ética, a cassação do mandato desses cinco parlamentares. […] Cinco numa ação e um em outra ação. São condutas diferentes, mas de quebra do decoro parlamentar”, declarou. O parlamentar ainda garantiu que eles não serão expulsos para que não fiquem com a vaga na Câmara.
As notícias, em contrapartida, continuam sugerindo a farsa da ocorrência de vazamento em navio, quando a catástrofe equivale ao derramamento total do conteúdo de milhares de navios.
Manchas de óleo: o que está sendo ocultado?
Desde o final de agosto, quando manchas de óleo surgiram em Maraú, no sul da Bahia, e em diversos estados do nordeste, acabando por se alastrar por todos eles, uma farsa absurda vem encobrindo um acidente monstro, um crime ambiental sem precedentes no país.
Como podemos afirmar, fora de dúvidas, tratar-se de um acidente monstro?
O primeiro fato a sugerir essa conclusão foi a constatação de que a poluição se alastrava por uma extensão gigantesca, que superava a marca de 2 mil quilômetros – agora 2.300. A vastidão da tragédia ambiental impediu que o fato pudesse ser ocultado da população.
Evidência ainda mais estarrecedora do desastre monstro foi notificada no dia 11, quando a análise de imagens de satélite revelou a existência de duas manchas descomunais, verdadeiras ilhas de petróleo que, juntas, cobriam extensão de 25 quilômetros quadrados, aglutinando quantidade de petróleo equivalente à carga total de um petroleiro. Embora por si impressionante, quantidades análogas de petróleo já vazaram em outras ocasiões em várias partes do mundo e até no Brasil, constituindo grandes acidentes. O fato verdadeiramente aterrorizante, no entanto, não foi propriamente a extensão gigantesca da evidência, mas o longo período através do qual a mancha perdurou. O decaimento das manchas de óleo no oceano é muito rápido, chegando a reduzi-las a um décimo do tamanho original em uma semana. Cálculos baseados em tal constatação revelam estimativas tão sinistras que impronunciáveis para a quantidade de petróleo originada no derramamento. A evidência sugere um derrame de óleo sem precedentes capaz de fazer o da Deepwater Horizon – considerado o maior de todos os tempos –, parecer bolinho.
Tanto a mancha revelada pelo radar do satélite, quanto as estimativas do tamanho monstruoso do desastre vêm sendo ocultadas da população. As notícias, em contrapartida, continuam sugerindo a farsa da ocorrência de vazamento em navio, quando a catástrofe equivale ao derramamento total do conteúdo de milhares de navios.
A mancha em questão foi descoberta através da implementação de procedimento padrão decretado para casos análogos, embora realizado com atraso de quase um mês e meio, e por atitude individual, tendo os órgãos governamentais se desobrigado da tarefa atribuída a eles por norma.
Ao invalidar a hipótese de vazamento de navio, dada a quantidade desmesurada de óleo evidenciada pela mancha, demole-se também a parte mais sórdida da farsa: a imputação do crime à Venezuela.
Essa farsa já havia sido completamente desmascarada quando apresentada no Fantástico com o objetivo de “provar”, de maneira fraudulenta, a mentira. Ao constatar que a análise química do petróleo da mancha tinha origem brasileira, e não venezuelana, os farsantes editaram a reportagem “incriminatória” sem apresentar qualquer dado sobre o petróleo venezuelano, comparando a análise da mancha com amostra uma brasileira e outra oriunda do Oriente médio “provando” desse modo sua origem venezuelana. Tóin.
O boato que atribui origem venezuelana ao petróleo que está poluindo a costa do nordeste foi plantado com o intuito de ocultar a catástrofe, farsa endossada e fortalecida pelo presidente da república que além de insinuá-la decretou sigilo sobre o relatório da Petrobrás que esclarece o assunto.
Como desvendar completamente a farsa?
Existe uma maneira muito simples de desvendar toda a farsa, basta retroceder as imagens da mancha obtidas por satélites ao longo do tempo, localizando desse modo sua origem. A tarefa exige o conhecimento de sensoreamento remoto e pode ser feita recuperando-se imagens dos satélites europeus Sentinel 1 e 2, não há mistério nisso.
Adendo: Na segunda-feira pela manhã, enquanto eu denunciava a farsa apresentada na véspera, no Fantástico, a reportagem apresentada no site G1 foi editada tendo sido retirada a parte que comprovava a fraude, como denunciei em texto anterior. Agora, o vídeo no G1 retornou ao formato original, eis o trecho anteriormente retirado, que deveria comprovar a identidade venezuelana da amostra, mas trata apenas de petróleo brasileiro e do Oriente Médio.
Afinal, quem está na berlinda no reality show do clã Bolsonaro, Flávio, Eduardo ou Carluxo? Quem leva o prêmio de monumento da picaretagem? Qual dos três levará o leitão no decisório certame?
O vencedor, certamente, tem que suar a camisa. Flávio, como todos sabem, é a extensão de Queiroz. Ele arrumou uma palavrinha ajeitadora na mídia “rachadinha” para designar de forma quase angelical, um esquema pesado com a milícia dentro de seu gabinete que o elenca a mestre na arte de fazer o patrimônio se multiplicar muitas vezes em pouco tempo.
Mas Eduardo tem um meticuloso plano de campanha para arrebatar, a muque, a palma da vitória, seja pelo fato de querer ser embaixador nos EUA, a partir de sua honorabilidade como chapeiro, seja como muralha na comissão que preside na Câmara para não deixar que, através de seu advogado, o militar, preso na Espanha com 39kg de cocaína no avião da comitiva presidencial, possa se explicar.
Não resta dúvidas de que há mais caruncho do que buraco nesse milho. Isso, sem falar que Eduardo também protege Letícia Catelani, ex-diretora da Apex.
Já Carluxo, esse personagem pitoresco do clã é a grande reserva imoral do seu próprio tutor, Jair Bolsonaro. É ele que usa os melhores truques nas redes sociais para se passar pelo pai, com o consentimento do próprio, como fez ontem, saindo da toca e pressionando o STF na conta do pai e, depois, admitindo que foi ele, Carluxo, quem escreveu o bilhete.
Na verdade, isso mais se parece com um cochicho digital do Bolsonaro que, vendo a reação negativa no STF, que poderia implicar Flávio e, consequentemente ele próprio, mandou Carluxo assumir os méritos do pombo para tirar o seu da reta e não azedar ainda mais a coisa de um governo que já está talhado.
Seja como for, a fala do Delegado Waldir celebrando Flávio Bolsonaro como “bandido de estimação” provocou ciúmes em Eduardo e Carluxo e, agora, numa disputa para levar o cinturão e o busto de bronze, cada um deles puxa a brasa para a sua maquete para saber quem é o mais vigarista dos três.