Esta é uma das muitas frases que desenham a hipocrisia da mídia nativa, sobretudo a Globo.
Figurar agora entre os defensores incondicionais da democracia e do resultado das eleições nos EUA, é piada típica dos golpistas brasileiros. Eles esquecem das palminhas que deram para Aécio quando o menininho birrento perdeu para Dilma e soou o gongo na convocação de um golpe, em seu primeiro discurso na volta ao Senado, guiando facilmente o gado tucano, hoje bolsonarista, para ir às ruas nos muitos rega-bofes na Paulista.
Nossa mídia é tão chique que só fala em democracia internacional e a partir dos Estados Unidos.
O golpe dado no Brasil por duas vezes nas barbas do judiciário, contra Dilma e, depois, contra Lula, impedindo-o de ser candidato, pois venceria no 1º turno, recebeu o aplauso da mídia nativa porque também era parte da escória golpista.
Mas os sentidos mudam quando o assunto é eleições americanas, que parece produzir um milagre que eleva os golpistas do Brasil à condição máxima de democratas irredutíveis. Certamente, não querem que os EUA, pátria mãe dessa camarilha golpista, seja aquilo em que transformaram o Brasil, espalhando ódio pelo chão onde pisavam, juntamente com a elite que não aceita em suas terras a democracia que, agora, ela exige nos EUA no que diz respeito à vitória de Biden.
Não existe nada de aproveitável na tela da TV. Tudo não passa de um artifício qualquer para os “baluartes da democracia” fixarem sua hipocrisia em nome da luz que ilumina a constituição americana, enquanto produziram um breu na própria constituição brasileira quando o assunto era respeito à democracia e às eleições que deram vitória à Dilma em 2014, assim como dariam a Lula em 2018.
Toda aquela engrenagem cruel, editada nos palanques midiáticos, na busca por uma nova colonização brasileira pelos interesses dos EUA, concentrou todas as forças do inferno para fazer valer um golpe de Estado preliminar a outro que ocorreria em seguida. Uma coisa selvagem de domínio estarrecedor para enfraquecer a democracia brasileira, rasgando a constituição para podar qualquer forma de independência do povo aos interesses alheios ao Brasil.
Na verdade, os golpistas daqui nunca admitiram que os brasileiros tivessem coragem de serem eles próprios, como agora exaltam a democracia americana e criticam Trump por não admitir que os americanos tenham coragem de serem eles próprios.
Então, meus caros, que se abra e feche parênteses nas frases de efeito de quem, hoje, na mídia defende respeito aos resultados das eleições americanas, mas que, no Brasil, sempre pregaram o oposto quando a vitória da esquerda impõe-lhe uma derrota acachapante.
O ex-presidente Lula postou na manhã deste domingo (25) em sua conta no Twitter um vídeo condenando a grande mídia brasileira por sua cobertura exclusivamente negativa sobre o petista; apenas 36 segundos do Jornal Nacional nos últimos cinco anos foram dedicados a assumir os erros na cobertura.
O ex-presidente acrescenta que, “depois de tanto fake news, depois de tanta mentira”, nenhuma emissora ou órgão público provou recebimento de dinheiro ilícito.
Lula concluiu se posicionando como uma possível solução para a crise em que se encontra o país: “Tem uma parcela da sociedade que ainda me vê como um elo de esperança para os problemas desse país. E eles sabem que nós temos condições de consertar o Brasil porque já consertamos uma vez”, disse o petista.
Confira:
– Quantas horas o @jornalnacional acumula em acusações contra Lula?
– Não é estranho que as revelações do @TheInterceptBr não tenham recebido a mesma atenção?
Por que a Suprema Corte dos EUA é totalmente fechada em suas decisões e no Brasil é um circo a céu aberto? Sem falar da sociedade da Globo com o Supremo em que muitos dos ministros fazem parte do conselho do Instituto Innovare criado por ela para premiar juízes e torná-los celebridades.
Assista:
*Da redação
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A capa do Estado de Minas, bela em sua dramaticidade (abaixo), não denuncia apenas a negligência do governo federal no combate aos incêndios que já destruíram um quarto do Pantanal, muitos de origem sabidamente criminosa, porque ateados por fazendeiros criadores de gado.
A foto é um dedo acusador apontado também contra o próprio jornalismo que, apenas agora, quando já faz tanto tempo que a Amazônia e o Pantanal ardem em chamas, traz a público, e ainda assim num jornal de dimensão regional, o indizível sofrimento e o estado de desespero a que estão sendo submetidos bombeiros, brigadistas, voluntários e veterinários que lutam heroicamente contra as chamas e tentam salvar animais que estão morrendo naquele inferno.
Você está vendo esta capa de um jornal mineiro, mas certamente não viu ainda uma reportagem com imagens o dramáticas como esta no Jornal Nacional.
As emissoras de tevê, sobretudo a Globo e seus principais programas jornalísticos – JN, Fantástico e Globo Repórter -, não tiveram interesse até agora em produzir uma reportagem definitiva sobre o assunto, capaz de causar indignação e, talvez, provocar uma mudança de atitude por parte do governo.
A pauta está caindo de madura, mas o JN limita-se a um interminável desfile diário de imagens dos incêndios, repetitivas, as de hoje muito parecidas com as de ontem, quase monótonas, com escassa dimensão humana e sem olhar atento sobre o sofrimento dos personagens daquele cenário.
É bastante provável que esta reportagem ainda não tenha sido feita porque qualquer VT muito comovente sobre os dramas humanos daquele desastre levará o telespectador a pensar no envolvimento do agronegócio, como causador dos incêndios ou como beneficiário deles.
A Globo está respeitando o limite de sua linha editorial. E a Globo, como se sabe, é Agro, em campanhas publicitárias nos intervalos e em matérias de exaltação nos próprios telejornais.A Globo esconde como pode o sofrimentos dos heróis do Pantanal.
É perceptível que, quando exibe algum VT mais forte sobre os incêndios, o JN dá um jeito de botar no ar alguma matéria paralela, mesmo que em outro bloco, sempre longa, sobre as maravilhas do agronegócio.
Estivesse mesmo interessada em fazer jornalismo com a profundidade de que é capaz, a Globo já teria embarcado um repórter como Marcelo Canelas e um de seus ótimos cinegrafistas ao Pantanal para passar uma semana no local do combate aos incêndios e voltar de lá com reportagens dignas de prêmio para o JN, para o Fantástico e para o Globo Repórter.
Como fez no fim dos anos 1990, mesmo durante o governo FHC, que apoiava, pautando o mesmo Marcelo Canelas para uma série de reportagens que denunciou, enfim, a desgraça da fome no Brasil, e foi premiada pela ONU.
É bem verdade que, naquela ocasião, a reportagem só foi ao ar depois de alguma luta interna no departamento de jornalismo, porque alguns diretores tentaram vetá-la.
Mas isto é outra história, que apenas prova que, seja onde for, é necessário brigar pelo jornalismo.
*Com informações do DCM
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A Globo, hoje, durante o dia todo, martelou uma falsa polêmica em torno da soltura do traficante André Rap, por Marco Aurélio Mello e a ordem de uma nova prisão por Luiz Fux, com um único objetivo, dar palanque a Moro.
Assista:
*Da redação
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A Globo, como sempre, noticia o que quer, o que é do interesse dela. Faz oposição ao Bolsonaro, mas ao seu governo, principalmente no que se refere ao mercado, ela apoia, já que é parte integrante dos interesses do mercado. com isso, ela elimina a oposição da esquerda e prevalece somente a dela.
Assista:
*Da redação
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“Lula, você deu o que há de mais importante ao povo: esperança. O Brasil alcançou todos os objetivos do milênio. (…)”, disse a diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), Josette Sheeram, antes de entregar o prêmio de ‘Campeão Mundial na Luta Contra Fome’ pela ONU ao presidente Lula.
Em seu discurso, ela citou programas do governo Lula, como o Fome Zero, e destacou que a luta contra a fome pode gerar crescimento econômico. Mas nada disso a Globo citou hoje.
“Programas de combate à fome são um bom negócio, criam empregos e crescimento econômico. O Brasil demonstrou ao mundo que lutar contra a fome tem um significado econômico. O Fome Zero custa menos de 2% do orçamento nacional. Além disso, a luta contra a fome tem um sentido político positivo”, disse Sheeram.
A distinção “Campeão Mundial na Luta Contra a Fome” do PMA é entregue anualmente a lideranças que se destacam em combater a falta de alimentos no mundo. Entre os ganhadores anteriores do prêmio estão Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU e Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial.
Tudo isso foi omitido hoje pela Globo nas muitas vezes em que comemorou, hipocritamente, que o Programa Mundial de Alimentos da ONU ganhou Nobel da Paz, já que Lula que tirou 40 milhões da miséria e foi premiado pelo mesmo programa da ONU, fez a maior campanha de ódio contra Lula justamente por ter acabado com a fome de milhões de brasileiros.
*Carlos Henrique Machado Freitas
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Muito se fala da erudição de Celso de Mello. Sempre achei isso extremamente pedante e uma busca por uma pretensa grande eloquência vazia.
Mas Celso de Mello pode provar que estou errado se der um voto consistente contra a farsa de Moro, contra alguém que foi moldado pela Globo, que é uma fábrica de canastrões e, por isso mesmo forjar uma celebridade a partir da mediocridade do ex-juiz de Curitiba, foi só uma questão de adaptação de alguém que sabe como ninguém lidar com o seu público de classe média.
Nada adianta a erudição angulosa de Celso de Mello se ele tiver medo de condenar a farsa de um juiz que jamais citou um grande jurista em suas falas ou sentenças.
E o que ele citava? Frases do Batman, do poderoso chefão ou de alguma coisa inspirada no Rambo e no Exterminador do Futuro, nesse nível.
O próprio Moro é uma farsa. E o que esperar de um farsante, senão uma profusão de fraudes processuais que tinha como objetivo final e principal, condenar e prender Lula, sem uma única prova, a qualquer custo para barganhar com alguém da direita que estivesse melhor colocado na corrida presidencial sua vaga no ministério da Justiça para ser utilizada como degrau político para sua ambição maior, a presidência da República.
Lula que, tudo indicava, ganharia a eleição no primeiro turno, estando fora da disputa, abriria caminho para o próprio Moro seguir sua viagem.
Se nada disso for observado por Celso de Mello, sua erudição valerá tanto quanto a de Moro. Se se acovardar, ficará ainda pior, porque aquela montanha de palavras que ele usou em toda a sua trajetória no STF, cairá num vazio.
Para ter a agenda econômica de destruição nacional, como sonhava a Globo, Bolsonaro teve total apoio dos Marinho.
A retomada neoliberal que a Globo queria está lhe custando um preço maior que esperava, mas assim mesmo ela segue sua veneração por Paulo Guedes, assim como venerou a agenda de desmonte de Temer depois do golpe em Dilma que ela liderou.
A catástrofe nacional que a própria Globo mostra em seus programas, vale a pena se a política de arrocho e desmonte de Guedes não for pequena. E não é.
O importante é que o sistema bancário parasitário do rentismo siga ganhando, mesmo que, para isso, Bolsonaro esculache a Globo, como fez em seu twitter.
O neoliberalismo do governo Bolsonaro diz a que veio. E é isso que interessa à Globo.
E se Bolsonaro compartilha no seu twitter uma matéria da Record acusando a Globo de corrupta, e o próprio faz a chamada dizendo: “Corrupção para valer é com a família Marinho.”
Isso para a Globo sai pela urina.
O importante para Globo é a retomada da cartilha de FHC contra o país, já que nada cola nela dentro do judiciário.
A fala de Lula e a democracia que virá do combate, com Kant com tudo.
A importante cobertura que o “sistema” Globo tem feito da chacina que o “Coronavírus 19” tem produzido no Brasil, inscreve-se numa daquelas esquinas da História que ficarão como ícones da Ciência Política. Nesta esquina, o propósito maior de um grupo político comunicacional, que no contexto atual unificou o fascismo e o liberal-rentismo, foi obter sua legitimidade política com a condenação de um genocídio sanitário. Com esta estratégia, não precisou se preocupar em esconder a sua posição essencial: o apoio à política demolitória do Estado Social, que lhe identifica com a liderança política de Guedes e, em consequência, com o próprio mandato do Presidente Bolsonaro.
Como estes fatos influirão na teoria ainda não pode se saber com precisão, mas certamente deverá ser um momento muito rico da teoria política, que deverá abarcar, de uma parte, a crise final deste tipo de democracia representativa e, de outra, as complicadas relações entre moral e política na democracia moderna. Como funciona, porém, na prática, esta atormentada aliança entre a Globo, Bolsonaro e Guedes? Separando as centenas de milhares de mortes provocadas pela política sanitária genocida de Bolsonaro, da essência “reformista” do seu Governo. À Globo, interessa as reformas do “rentismo” financeiro, para o qual interessa destruir o Estado Social, e a Bolsonaro interessa a proteção da sua família.
A ambiguidade ou “autonomia moral” ambígua da Globo é tão evidente que ela se dá ao luxo de tratar Lula como um marginal da política e Bolsonaro como um “chefe de estado”, apenas equivocado numa questão sanitária. Dá-se ao luxo -no seu relativismo moral- de esconder o pronunciamento de verdadeiro Chefe de Estado que foi Lula, expresso sem ressentimentos e com grandeza política extraordinária, ao mesmo tempo em que apoia as “reformas” destrutivas do Estado Social. E o faz a ferro e fogo, servindo-se do privilégio de terem ajudado Bolsonaro a eleger-se, com as falsidades manipulatórias dos “dois extremos” e com a sua condescendência com as “fake news”, até que estes também fossem arremetidos de forma igualmente criminosa e covarde contra os seus jornalistas mais importantes.
O “vilão” aliado -desta ambiguidade moral da Globo- que do Palácio do Planalto domina a cena política nacional, será preservado se promover as reformas de demolição do “Estado Social”, mas será defenestrado se mostrar-se impotente para fazê-las. Trata-se de uma necrófila política macro compensatória”, que só pode tornar-se dominante quando a política das trevas suprime a política das luzes. É quando De Maistre, medievalista juramentado contra a Revolução Francesa, assassina Kant, num período que é -ao mesmo tempo- de tragédia e perplexidade.
O “sistema” Globo não quer e não tem autonomia moral para “julgar” Bolsonaro “como um todo” -como fez com Lula- porque na personalidade partida do Presidente atual, tem um fragmento que lhe interessa muito. O mesmo se pode dizer em relação a FHC, que apoiou a prisão de Lula e com a sua negativa de apoiar Haddad também ajudou no parto do monstrengo que nos desgoverna. O “fragmento” que a ambos interessa é o lado reformista leviano de Bolsonaro. É aquele que permite visualizar, nas atitudes dele, uma preocupação que estrutura todo o seu pensamento político e lhe move como um “chefe” mesquinho e particularista: a defesa da sua família, que lhe impele a qualquer negociação para manter o poder, principalmente transacionar quaisquer reformas, desde que possam ser feitas “sobre o lombo dos outros”.
Kant sempre defendeu que a característica mais completamente “humana” é a “autonomia moral” e que, quando o ser humano se permite “ser manipulado” -como consequência- “permite-se ser escravizado”. A manipulação traz a dependência do “favor”, porque suprime a autonomia moral e a liberdade, gerando servilismo e degradação. As influências da crítica kantiana na política moderna são, não só pertinentes, mas necessárias para qualquer luta emancipacionista, seja no âmbito do reformismo socialdemocrata, seja no âmbito das lutas socialistas a partir da obra marxiana. Assim como De Maistre não é diretamente Hitler -este é bem pior porque teorizou e fez- a autonomia da subjetividade “moral”, vista por Kant no outro lado da História, pode ser localizada em gestos de grandes revolucionários e conservadores dos Séculos 19 e 20. Mandela, Lenin, Allende, Churchill, Roosevelt e Getúlio, nos seus respectivos contextos e responsabilidades de Estado, demonstram isso claramente.
O ódio de De Maistre (1753 – 1821) pelo “tráfico das ideias” e a raiva que ele devotava aos intelectuais de qualquer tipo, que não concordassem com seu extremismo, abrangia até os pensadores que apenas rejeitavam o sentido medievalista radical da sua pregação doutrinária. A Revolução Francesa lhe causara pavor e indignação, o que lhe tornou um ser deprimente que encarnava as ideias propaladas pela Santa Inquisição e pelo que hoje é o fascismo contemporâneo, depois expresso em figuras como Hitler e Mussolini.
As reações deste Conde, escritor e advogado, em relação aos intelectuais que defendiam a Revolução ou se opunham às suas ideias de ódio e desprezo a qualquer controvérsia democrática, é mais ou menos semelhante -por exemplo- aos ódios que Bolsonaro exala contra os atuais formuladores políticos da Globo, como Bonner, Merval e Gabeira. Para Bolsonaro e seus seguidores mais engajados estes -seus antigos aliados- são as “forças satânicas” que deveriam ser eliminadas da vida que ele entende como “democrática”. A tal vida, que comporta o fechamento do STF e também a eliminação física dos seus adversários.
Vejamos algumas afinidades: numa carta a um dirigente secular da Igreja Ortodoxa -lembra Isaiah Berlin- De Maistre aponta as três ameaças à estabilidade do Império Czarista, assim resumidas: ameaça do “espírito da investigação cética estimulada pelo ensino das ciências naturais”; “o protestantismo, que afirma que todos os homens nascem livres e iguais” (…) e que “todo o poder reside no povo”; e, finalmente, a ameaça das “exigências imediatas de libertação dos servos”. Vejamos a contrapartida bolsonárica: o negacionismo científico, o ataque permanente à autonomia e à soberania da República (onde está contida a soberania popular) e o ódio aos “servos”, ora representados pelos Sindicatos, pelas comunidades originárias e seus ambientes naturais de vida, e aos quilombolas.
A fala de Lula dia 7 de setembro foi bem mais do que a demonstração da sua superioridade política e moral em relação ao atual Presidente e aos que lhe perseguiram através da manipulação dos processos judiciais, do seu julgamento prévio feito pela mídia oligopolizada e da omissão desta, das razões da sua defesa, em todos os momentos dos procedimentos judiciais e policiais, seguidos pelo golpismo que nos trouxe ao abismo: carestia, medo do incerto e volta da escancarada miséria absoluta, o novo genocídio das esquinas da miséria e do desemprego.
Lula falou para o futuro, mais além do fascismo que um dia passará, para dar lugar aos brasileiros e latino-americanos, reconciliados no bom combate contra as trevas e a miséria moral que cegou -por um certo período da História- uma nação que renascia.