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Os gatos do clã Bolsonaro entraram em curto

Bolsonaro nunca escondeu de ninguém que é o Napoleão das milícias. Pipocam vídeos na internet do sujeito se vangloriando de ser um defensor das práticas criminosas como solução para a violência. imagina isso!

Trafegando por esse mundo, Bolsonaro construiu sua própria teia de gambiarras com milicianos de toda espécie para chegar ao poder. A facada sem sangue e sem cicatriz desferida por Adélio, uma rede criminosa de fake news durante as eleições, denunciada até pelo The Guardian, sem falar do complô entre Moro e Bolsonaro para Lula ser condenado, preso e escanteado da disputa eleitoral de 2018, dando passagem para o príncipe da milícia chegar ao poder para que, de imediato, começasse a pipocar estalos aqui, ali e acolá nos gatos feitos, cheios de fios soltos que, agora, começam a provocar um grande incêndio contra ele.

De cara, um novo escândalo que envolve Queiroz, figura que dispensa qualquer apresentação, e a primeira-dama Michelle, com o famoso depósito em sua conta. Depois, o próprio sumiço de Queiroz tornou-se um outro escândalo. Para piorar, o motorista Queiroz, doente, interna-se num dos hospitais mais caros do país, Albert Einstein, o mesmo em que Bolsonaro ficou encapsulado não participando dos debates das eleições. E, até agora, não se sabe de fato quem pagou a conta da cirurgia de Queiroz, todo o tratamento e as diárias no hospital cinco estrelas.

É nítido que Flávio Bolsonaro seria o foco da imprensa investigativa, porque sabia, como de fato foi descoberto, o esquema barra pesada de enriquecimento ilícito relâmpago, com um multiplicação de aquisição de imóveis em tempo recorde, sem falar dos depósitos em sua conta feitos por laranjas e fantasmas através de Queiroz.

O fato é que um fio começou a encostar no outro na guerra pelo milionário fundo eleitoral do PSL. O tempo fechou e os curtos entre o clã Bolsonaro e a ala bivarista pipocaram na mídia, além de toda a baixaria com insultos trocados entre deputados do PSL.

Para completar, do nada, começam a boiar revelações de Queiroz em áudios absolutamente comprometedores, publicados pelo Globo, não só mostrando os dentes e botando a faca na nuca de Bolsonaro, reclamando que foi abandonado, como revela um dos áudios, Queiroz também se queixa do excesso de proteção com Adélio Bispo, o autor da facada sem sangue e sem corte e o abandono do coringa de Bolsonaro, o enigmático Queiroz. Lembrando que até hoje ninguém teve acesso a Adélio que está completamente isolado.

De acordo com a reportagem, Queiroz nem foi assim tão enigmático em suas mensagens “subliminares”, dizendo claramente que Bolsonaro cercava o seu suposto algoz de cuidados para que nada lhe faltasse e ou acontecesse.

Trocando em miúdos, Queiroz entrega o serviço, Adélio e a facada são uma armação do clã.

Somado a isso, Alexandre Frota, em depoimento na CPI da fake news, derramou um monte de denúncias detalhadas de como opera o gabinete do ódio, comandado por Alan dos Santos de uma mansão em área nobre de Brasília e uma rede de picaretas digitais pagos com dinheiro público. Agora, explode mais um e mais grave escândalo, o que Bolsonaro já sabia pela boca de Witzel, que o porteiro de seu condomínio havia revelado a trama em que ele dá suporte aos milicianos que assassinaram Marielle.

Bolsonaro, o envolvido, imediatamente chama seu Totó, Moro que deu a patinha para receber a ordem do adestrador de juiz corrupto e ladrão que, por sua vez, correu para os ouvidos de Augusto Aras que indicou uma promotora bolsonarista para cuidar do caso, com perícia e tudo, em menos de 24 horas.

A perícia desse caso está sendo considerada a mais rápida da história da humanidade e, lógico, a mais manca e sem pé de apoio, com falhas em vários pontos determinantes para o esclarecimento do caso, que fazem da afirmação da promotora uma gambiarra pior do que as que levaram Bolsonaro ao poder. O que também já entrou em curto e ajuda ainda mais a alastrar o fogo em torno do forte de Bolsonaro.

Pode ser que Bolsonaro saia dessa, mas tudo indica que, à medida em que os curtos vão pipocando e os fios entortando em contorcionismos retóricos, o efeito seja o de apagar o incêndio com gasolina, o que já está ocorrendo.

A história apertou o passo contra Bolsonaro e, como se vê, não dá para esconder esse novelo de fios soltos depois de uma exposição tão descarada à luz do dia e aos olhos de todos.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Os acasos da promotora bolsonarista que acusou o porteiro de mentir

Fico imaginando um conto de Machado de Assis sobre esse fato.

Sim, porque não é um fato qualquer, é um fato clássico de picaretagem militante. Machado de Assis, certamente, faria uma festa com ele.

A moça, antes de mais nada, é do MP do Rio, o mesmo que em um ano não conseguiu encontrar o Queiroz.

Queiroz é o coringa do baralho de Bolsonaro.

O faz tudo do “mito” numa parceria de 35 anos. Isso não é pouca coisa.

Queiroz é o Bombril do hôme, aquele que está muitos degraus acima de Moro na hierarquia do escritório do crime.

Mas a promotora, Carmen Carvalho, que não esconde de ninguém sua devoção a Bolsonaro, o mesmo que nunca escondeu sua devoção aos mais violentos milicianos, descobriu que no dia do assassinato de Marielle, o porteiro confundiu as bolas, e achou que falou com Bolsonaro, e não com o miliciano que participou do crime bárbaro da vereadora, opositora aferrada de Carlos Bolsonaro na câmara. Tudo uma enorme coincidência.

Tanto que o varão do clã que já condecorou uma penca de milicianos, nem desconfiava que era vizinho de um que acrescenta-se, traficante internacional de armas, justo o que assassinou a opositora de Carlos Bolsonaro na Câmara.

É muita coincidência também que a procuradora que acusou o porteiro de mentir, seja uma fã dos deputados do PSL que quebraram a placa de Marielle, como a própria diz no seu Instagram.

E quem, no planeta, não sabe da ligação, da veneração dos dois deputados por Bolsonaro?

Então, as circunstâncias da morte de Marielle parece que são comemoradas pela promotora. Sim, até porque a quebra da placa que homenageia Marielle, em plena campanha eleitoral, ao lado do hoje governador Wilson Witzel, considerado um assassino contumaz, causou uma explosão histérica na manada bolsonarista presente no comício, como se fosse um gol no Maracanã.

Assim, a atração, o que é muito mais do que uma mera aproximação, tornou-se, no caso do porteiro, apenas uma complementação das atitudes da promotora.

Lembrando também que a engenhosa operação surgiu do Planalto do próprio acusado, acionando o seu Ministro da Justiça, Sergio Moro, para que ele, já possivelmente, com a cola de quem deveria ser a promotora do caso, entregasse a Aras para que ele conduzisse a investigação através de uma inimiga declarada de Marielle. Tudo coincidência, lógico.

O cenário político que vem elevando a temperatura, tem como protagonista, de um lado, o sumiço de Queiroz e, do outro, o massacre da população pobre, que é a imensa maior parte do povo brasileiro. Massacre dos direitos e da renda, massacre dos empregos e a flagrante condenação à miséria que as medidas do governo Bolsonaro estão levando para os mais pobres são, de fato, uma bomba relógio, com o que, Bolsonaro já disse estar preocupado.

Agora mesmo, Eduardo Bolsonaro, em outras palavras, disse que, se a esquerda quiser radicalizar, ou seja, se aprofundar nos casos Queiroz, Adélio, Marielle e, agora, do porteiro, teremos novamente um AI-5, jogando para as costas das Forças Armadas a responsabilidade de soldados da milícia.

É tudo muito curioso, é tanta coincidência que chega-se a desconfiar que não é, até porque Bolsonaro que, de forma cômica, diz que o establishment é seu inimigo quando, na verdade, é quase uma extensão do clã, já não separa mais em fronteiras a alta cúpula da elite brasileira da cúpula do mais barra pesada crime organizado carioca. Tudo se transformou em uma única meleca bolsonarista.

Ninguém exerce oposição sobre ninguém e todos ganham. Lógico, com a “culpa do porteiro”.

Na foto da capa com Amorim, a promotora aparece com a Medalha Tiradentes pendurada no pescoço. Ela foi agraciada com a maior honraria do Legislativo fluminense em setembro deste ano, por iniciativa do deputado Delegado Carlos Augusto (PSD). “Sempre tive certeza de que a minha árdua tarefa de vida seria o combate aos criminosos, que acabam com a paz no Rio de Janeiro”, disse Carmen na ocasião. Tudo coincidência, tudo obra do acaso.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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Cadê o Hélio Negão que estava aqui? Sumiu

É um mistério esse mundo que cerca Bolsonaro.

Queiroz sumiu, Michelle sumiu, Flávio Bolsonaro sumiu, Adélio sumiu. E, agora, não se tem notícia da ex-sombra de Bolsonaro, Hélio Negão.

Qual o significado disso? Hélio Negão é uma espécie de esfinge de Bolsonaro, uma construção mal-ajambrada do “fascista boa praça”, um “racista cordial” que usava a imagem de Hélio Negão para dizer a todos que não é o racista que é, com um histórico que merecia prisão logo depois da sua declaração, na Hebraica no Rio, quando disse que teria ido a um quilombo e comparou os negros a gado, pesados, segundo Bolsonaro, como arroba.

O fato é que Hélio Negão desapareceu misteriosamente depois de ter sido revelado um esquema no INSS com um suposto homônimo e, depois, descoberto que era o próprio Helio.

Para recordar o caso

Por Luis Nassif

Ao contrário do que diz Bolsonaro, e mesmo fontes da Polícia Federal, citado pelo líder da quadrilha da fraude do INSS, Hélio Negão é o amigo do presidente, e não um homônimo. As fontes da PF dizem que o nome de Negão foi colocado indevidamente para comprometer o superintendente da PF no Rio de Janeiro.

Não é verdade. É o próprio Hélio Negão.

Confira, primeiro, o relatório do Tribunal de Contas sobre a quadrilha.

Consta nos autos que o servidor Luiz Henrique Nunes da Silva foi preso em flagrante no momento em que estava no atendimento na APS Santa Cruz – IPL 382/2009-5/DELEPREV/SR/DPF/RJ (peça 1, p. 64) . Ao ser interrogado perante a Polícia Federal o servidor confirmou as irregularidades ao relatar que (peça 1, p. 91) :

(…) na ocasião da sua prisão confirma que estava processando benefícios sem a presença dos segurados; que isso foi feito por pedido do Sr. HÉLIO NEGÃO, – que HÉLIO NEGÃO era um despachante previdenciário que atuava na APS Santa Cruz; que o declarante o conhecia em virtude da presença do mesmo na APS e de contatos (sic) feitos em uma padaria próxima, onde os mesmos tomavam café; que HÉLIO NEGÃO pediu ao declarante para conceder os referidos benefícios, independentemente das pessoas estarem presentes; que HÉLIO NEGÃO se dizia candidato ao cargo de vereador no município do Rio de Janeiro e ofereceu ao (sic) uma eventual vaga de emprego para o filho do declarante, caso fosse eleito; que afirma que fez outras concessões a pedido de HÉLIO NEGÃO; que essas concessões eram feitas sem a presença de qualquer segurado (…) ’

O fato é que, depois dessa denúncia, Hélio Negão tirou o time de campo, não aparece mais ao lado de Bolsonaro sequer em eventos fechados. O sujeito evaporou.

E abre-se aqui um parênteses, ele não fez nada de diferente de Flávio Bolsonaro, Michelle, Adélio, Queiroz e de outros personagens que são parte da órbita de Jair Bolsonaro, assim como o seu vizinho que assassinou Marielle e fazia tráfico de armas e tantos outros milicianos envolvidos no caso que aparecem em fotos se confraternizando com Bolsonaro.

Hélio Negão é somente mais um da lista. Até mesmo Moro, que anda defendendo o Capitão no twitter de prática de caixa 2, anda de mal com os microfones da grande mídia, depois das revelações do Intercept. O homem, que era um portento na arte de usar os holofotes e microfones da Globo, parece aqueles ídolos decadentes, que hoje não aparecem mais em nenhum programa em que, outrora, eram reis.

O fato é que Hélio saiu de fininho, à francesa da cena política, não aparece mais ao lado de Bolsonaro em lugar nenhum e entra para o rol dos desaparecidos de Bolsonaro, depois que teve seu nome envolvido no escândalo do INSS.

Na verdade, essa gente que cerca Bolsonaro não resiste a duas perguntas que possam lhe fazer, porque certamente vai soltar alguma batatada comprometedora do passado comprometedor de Bolsonaro. Porque, em 28 anos como deputado, Bolsonaro não fez outra coisa senão esquemas, típicos de político picareta do baixo clero, mais grosseiro do que os esquemas de Eduardo Cunha que, agora, estão vindo à tona.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas