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Tentativa de golpe na Bolívia: sanha por lítio e movimentos dos EUA não são mera coincidência

A nível mundial, expansão da capacidade de produção de lítio é crucial, o que torna imprescindível ter o controle das áreas onde se encontra o mineral, como a Bolívia.

Podemos tentar compreender a intentona golpista perpetrada no último dia 26 de junho contra o governo democraticamente eleito da Bolívia sob várias perspectivas. A meu ver, a geoestratégica e os interesses no campo energético é uma das principais. Juntamente com Argentina e Chile, o território boliviano compõe o que se denomina “triângulo do lítio”, essencial à procura por soluções de energia limpa e também evolução tecnológica, fatores-chave para o futuro da mobilidade e da transição energética globais.

Nos últimos quatro anos, esse país andino de 12,2 milhões de habitantes, cuja economia é baseada na extração de recursos naturais, principalmente gás e minérios, já sofreu duas tentativas de golpe de Estado, tendo a primeira sido exitosa, e a segunda providencialmente sufocada.

Preocupação com capitais chineses e russos
Em novembro de 2019, golpistas da extrema-direita forçaram a renúncia do então presidente Evo Morales, que viu-se obrigado a deixar seu país, exilando-se primeiramente no México, e posteriormente na Argentina. Durante o governo da presidenta golpista Jeanine Áñez, foram registradas centenas de prisões arbitrárias, e forte repressão policial aos movimentos contrários ao golpe. Neste 26 de junho de 2024, o agora ex-comandante do Exército Boliviano, Juan José Zúñiga, que se encontra preso, foi a principal liderança dessa segunda tentativa de golpe contra a democracia boliviana, a qual felizmente foi devidamente contida, segundo o Diálogos do Sul.

Conforme salientei, há várias maneiras de tentar compreender essas ameaças golpistas na Bolívia, mas, no meu entendimento, devemos partir para as questões geoestratégicas. Recentemente, no mês de abril, a titular do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, generala Laura Jane Richardson, se dirigiu à cidade de Ushuaia, na Argentina, onde foi recebida pelo presidente Javier Milei, entusiasta do país norte-americano. Naquela oportunidade, o mandatário rioplatense anunciou, entre outras questões, a instalação de uma base naval integrada aos EUA naquela localidade.

Trata-se de uma jogada estratégica, uma vez que há uma grande preocupação em Washington no que se refere ao Atlântico Sul, devido, sobretudo, à possibilidade de participação de capitais chineses e russos, em cooperações econômicas e no que se refere ao lítio, um dos recursos que faz parte da “estratégia de segurança” estadunidense nessa região.

Lítio, crucial para transição energética
O lítio é encontrado em lagos salgados ou salinas, sobretudo no Chile, na Argentina e na Bolívia (e em menor escala nos Estados Unidos e na China). A demanda por esse recurso tem experimentado aumento exponencial devido à sua aplicação predominante em baterias para veículos elétricos, para o armazenamento de energia renovável e para dispositivos eletrônicos portáteis. A alta procura por lítio tem sido fomentada pelas tendências globais em direção à redução da dependência de combustíveis fósseis.

Mas a questão não fica por aí. A produção de lítio enfrenta desafios significativos. E a maior parte dessa matéria-prima é extraída de salmouras e rochas pegmatíticas, principalmente na América do Sul (incluindo a Bolívia, como vimos), Austrália e China. E a expansão da capacidade de produção é crucial. Por isso é imprescindível ter o controle das áreas onde se encontra esse importante mineral.

Há duas semanas da tentativa de golpe, o presidente Luis Arce visitou San Petersburgo, onde acontecia o Fórum Econômico Internacional. Antes, porém, no mês de abril, a titular do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bolívia, Celinda Sosa, reuniu-se, em Moscou, com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, que expressou o seu apoio às aspirações da Bolívia no que se refere à adesão ao grupo BRICS. Em dezembro de 2023, o país andino assinou acordo com a empresa russa Uranium One Group, para fins da construção de planta-piloto semi-industrial com tecnologia de Extração Direta de Lítio (DLI), no Salar de Uyuni, para produzir 14 mil toneladas de carbonato de lítio anuais.

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Militares tentam dar golpe de Estado na Bolívia

Militares fecharam a Praça Murillo, epicentro político de La Paz. População começa a se mobilizar com slogans em defesa da democracia.

(Prensa Latina) – Militares golpistas tentam tomar a Casa Grande do Povo (sede governamental da Bolívia), enquanto a segurança presidencial tenta impedir a ação.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou nesta quarta-feira (26) movimentos irregulares de membros do Exército, diante da presença incomum de militares que fecharam a Praça Murillo, epicentro político de La Paz.

“Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano. A democracia deve ser respeitada”, escreveu o dignitário em sua conta no X (antigoTwitter).

O canal estatal Bolivia Tv mostrou como a Polícia Militar, com escudos antidistúrbios, impedia o trânsito livre de pessoas e usava gases contra os civis que tentavam se aproximar da Casa Grande do Povo.

Anteriormente, o ex-presidente Evo Morales denunciou nesta quarta-feira um suposto “aquartelamento” das Forças Armadas.

“Há uma hora, comandantes de divisões instruem comandantes de regimentos a retornarem imediatamente aos seus quartéis para aguardarem novas disposições (aquartelamento).

“Isso levanta muitas suspeitas sobre o movimento militar na Bolívia”, escreveu em sua conta no X.

A população começa a se mobilizar para a Praça Murillo com slogans em defesa da democracia.

A ministra da Presidência, María Nela Prada, denunciou no canal estatal que as tropas ocuparam todas as esquinas da Casa Grande do Povo, da Chancelaria e da Assembleia Legislativa.

Ela indicou que, aparentemente, essa é a resposta do general Juan José Zúñiga após sua destituição nesta quarta-feira por emitir declarações deliberadas no sentido político, o que constitui uma quebra da ordem constitucional.

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Arce denuncia golpe brando dos EUA e alerta: Bolívia enfrenta “enorme” ameaça

Em discurso no fim de maio, Arce reiterou que “forças obscuras e antipatrióticas” internas e externas conspiram contra a integridade da Bolívia por meio de operações híbridas.

Reiterados alertas do presidente Luis Arce sobre um “golpe brando” contra a Bolívia e agressivas declarações procedentes dos Estados Unidos dirigem hoje a bússola das suspeitas para Washington e sua embaixada em La Paz. Em 27 de maio último, a propósito do 215° aniversário da criação do Regimento Primeiro de Infantaria Colorados da Bolívia Escolta Presidencial, Arce afirmou que as forças conspiradoras ocultam seus propósitos de atentar contra a ordem constitucional.

Qualificou de “sinistros” estes planos objetivando um golpe brando ou uma redução do mandato governamental. Disse Arce que, atualmente, assim como no passado, a Bolívia enfrenta “enormes” ameaças externas e internas contra a integridade territorial e a soberania da pátria.

Destacou que durante seu mandato houve êxitos, apesar de uma conjuntura global de tensões e disputas pela hegemonia mundial, como os importantes avanços com Rússia e China no tema do lítio e que se encaminha para a incorporação da Bolívia aos países Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Os Brics são um espaço onde se abrem enormes possibilidades de comércio, acesso a recursos financeiros e à aceleração de nosso desenvolvimento econômico e social, que nos projetará para um novo futuro (…)”, considerou.

Persistir na soberania é a chave
Indicou que, por tal motivo, é chave persistir na via soberana, anti hegemônica e multipolar. O chefe de Estado explicou que, como vários países, a Bolívia tem “certas dificuldades na disponibilidade de dólares”, no entanto, não significa que haja uma crise econômica estrutural, como pretende a oposição, para gerar uma crise política e encurtar o mandato governamental.

Indicou que é “(…) importante trabalhar em uma doutrina de segurança e defesa que expresse o afastamento definitivo da velha doutrina de segurança nacional e dos afãs da Doutrina Monroe, que vive por meio do Comando Sul” com o objetivo de apropriar-se dos recursos estratégicos bolivianos.

Forças obscuras conspiram contra a Bolívia
Arce reiterou que “forças obscuras e antipatrióticas” internas e externas conspiram contra a integridade do país por meio de operações híbridas “como golpes suaves” e a sabotagem da economia. Assegurou em outro discurso pelo 72° aniversário do Colégio Militar de Aviação que se pretende impor a ansiedade mediante rumores, percepções falsas e táticas de potências imperiais, com as quais busca-se mostrar a Bolívia como um Estado “falido”. “Sem dissimular querem controlar o lítio, as terras raras, a água doce e outros recursos estratégicos (…)”, explicou.

Acrescentou que se busca deter o progresso do país, impedir que o povo seja dono dos recursos estratégicos e participe mediante uma democracia amplamente participativa das decisões de Governo. “(Têm) o infame propósito de balcanizar-nos, pretendendo que o processo da revolução democrática popular e industrializadora fracasse”, afirmou.

*Diálogos do Sul

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Bolivia registrou 0,9% de inflação, a menor taxa da América do Sul. Brasil de Bolsonaro, com 10,6%, está entre as maiores do mundo

Nathália Urban – Entre políticas destinadas a manter a inflação controlada, está a emissão de regras para, em primeiro lugar, garantir a oferta do mercado interno antes da exportação.

O fortalecimento da moeda nacional ou a bolivianização em relação ao dólar, somado à manutenção do poder de compra ou da renda dos cidadãos.

E também o subsídio do Estado para hidrocarbonetos, isso evita variações nos preços de combustíveis.

Estão aí escancaradas as ações de um governo sério comparadas com as ações de um governo Bolsonaro.

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Saúde

Vírus Chapare, aparece na Bolívia, causa febre fatal e é transmitido entre humanos

Arenavírus costumam ser transmitidos a seres humanos pelo contato direto com roedores infectados, como mordidas ou arranhões, e também pelo contato com saliva, urina ou fezes desses animais.

Um vírus raro que causa febre hemorrágica e pode levar à morte foi transmitido entre humanos na Bolívia, no primeiro caso documentado desse tipo de transmissão.

O surto ocorreu no ano passado, na província de Caranavi, no departamento de La Paz. Dois pacientes com febre hemorrágica Chapare, doença causada pelo vírus Chapare, infectaram três profissionais de saúde (um médico residente, um médico de ambulância e um gastroenterologista). Três dos doentes morreram, entre eles dois médicos.

O Chapare faz parte da família dos arenavírus, a mesma de outros vírus que causam diferentes tipos de febre hemorrágica. Os arenavírus costumam ser transmitidos a seres humanos pelo contato direto com roedores infectados, como mordidas ou arranhões, e também pelo contato com saliva, urina ou fezes desses animais.

A confirmação de que houve transmissão de pessoa para pessoa do Chapare na Bolívia foi apresentada nesta semana durante encontro anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene.

A descoberta é fruto de colaboração entre pesquisadores do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças, agência de pesquisa em saúde pública ligada ao Departamento de Saúde dos Estados Unidos), do Centro Nacional de Doenças Tropicais da Bolívia e da Organização Pan-Americana de Saúde.

Acredita-se que a transmissão entre humanos ocorra por meio de fluidos corporais (como sangue, saliva, urina, sêmen e secreções) ou contato com objetos contaminados com fluidos corporais, inclusive durante alguns procedimentos médicos, como intubação.

“É muito provável (que a transmissão seja por meio de fluidos corporais), com base nas evidências que temos nesses casos e também em exemplos na literatura médica sobre outros arenavírus”, diz à BBC News Brasil a virologista Maria Morales-Betoulle, uma das cientistas do CDC que participou da pesquisa.

Mas ela e outros cientistas ressaltam que, diante do pequeno número de casos documentados, são necessárias mais pesquisas para compreender como o vírus se propaga e causa a doença.

Diagnóstico

Enquanto a atenção mundial continua focada na pandemia de coronavírus, cientistas como Morales-Betoulle trabalham para identificar possíveis novas ameaças.

Vírus transmitidos por fluidos corporais costumam ser contidos com menos dificuldade do que aqueles transmitidos pelo ar, como o coronavírus.

Mas a descoberta de que o Chapare pode ser transmitido entre humanos abre a possibilidade de surtos maiores no futuro.

Segundo o CDC, houve outro registro da doença em 2003, também na Bolívia, na província de Chapare, no departamento de Cochabamba. Naquele caso, o paciente morreu 14 dias após o surgimento dos sintomas.

Os cientistas, porém, não descartam a possibilidade de que, no intervalo de 16 anos entre o caso inicial e os de 2019, o Chapare tenha circulado sem ter sido identificado, confundido com outras doenças.

“Como os sintomas são semelhantes aos da dengue, há a possibilidade de que tenha sido diagnosticado de maneira errada”, observa Morales-Betoulle.

Entre os sintomas relatados nos casos de 2019 estavam febre, dor abdominal, vômito, sangramento das gengivas, erupções cutâneas e dor atrás dos olhos. Morales-Betoulle afirma que o primeiro paciente foi inicialmente diagnosticado com dengue.

“O primeiro infectado era um trabalhador agrícola. Ele ficou doente, foi ao hospital, recebeu diagnóstico de dengue e foi enviado de volta para casa. Como continuava a piorar, retornou ao hospital”, relata a virologista.

O genro desse paciente, que trabalhava com ele na lavoura, também foi infectado.

Em áreas agrícolas, roedores silvestres infectados podem contaminar cereais armazenados. Há evidência preliminar do vírus em roedores na região do surto, mas ainda não há confirmação de que eles foram os causadores da doença.

Morales-Betoulle ressalta que o genro passou a noite no hospital ajudando a cuidar do sogro, e há a possibilidade de que tenha sido contaminado lá.

Sem tratamento

Não há tratamento para a doença, e os pacientes recebem apenas cuidados para aliviar os sintomas, como fluidos intravenosos e remédio para aliviar a dor.

O CDC salienta que, devido ao pequeno número de casos documentados, as informações sobre o período de incubação (entre a exposição inicial e o desenvolvimento de sintomas) e a progressão da doença são limitadas.

Os arenavírus costumam ter período de incubação variado, de entre quatro e 21 dias.

Entre outros sintomas relatados nos casos de febre hemorrágica Chapare estão dor de cabeça, dor muscular e nas juntas, diarreia e irritabilidade.

Esses sintomas costumam ocorrer antes do sangramento, que ocorre no estágio mais avançado.

“Sabe-se pouco sobre possíveis complicações de longo prazo ou imunidade após infecção com o vírus”, diz o CDC.

Morales-Betoulle destaca a importância da colaboração entre cientistas de diferentes países e organizações para a identificação dos casos. Ela observa que os pesquisadores isolaram o vírus e desenvolveram um teste para diagnosticar o Chapare.

Mas a virologista ressalta que é preciso continuar estudando o vírus para entender sua capacidade de causar surtos.

“Ainda temos muito a investigar”, diz Morales-Betoulle.

 

*Com informações do G1

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Política

Vídeo: Evo Morales, levado pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, volta à Bolívia

Ato emocionante e histórico marcou o retorno do ex-presidente boliviano Evo Morales ao seu país após um ano de exílio, depois de ter sofrido um golpe. Volta acontece um dia depois da posse do novo presidente de seu partido, o MAS, Luis Arce.

Um dia depois de participar da posse do novo presidente da Bolívia, Luis Arce (MAS), o presidente da Argentina, Alberto Fernández, levou Evo Morales até a fronteira entre os dois países, marcando a despedida entre os dois e o retorno de Evo à sua terra natal, após um ano de exílio.

“Não tinha dúvidas de que voltaria, mas não pensei que seria tão cedo (…) O irmão Alberto Fernandez salvou minha vida e nunca esqueceremos isso”, discursou Evo Morales. “Viva a Argentina! Viva a Bolívia! Viva a América Latina”, bradou Alberto Fernández.

Evo retorna a uma Bolívia com a democracia restabelecida, depois de ter sofrido um golpe e deixado o país por pressão dos militares, que questionaram sua vitória nas últimas eleições presidenciais.

A vitória em outubro de Luis Arce, do mesmo partido de Evo, derrotou de vez a tomada de poder que teve como uma das figuras principais a senadora Jeanine Áñez, que se autodeclarou presidente. A quase desconhecida política fracassou em sua missão de tentar apagar o legado de Evo.

 

*Com informações do 247

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Mundo

Presidente eleito da Bolívia sofre ataque com dinamite, mas sai ileso

Segundo o MAS, manifestantes deixaram explosivos em gabinete durante reunião de dirigentes em La Paz.

La Paz/AFP – O presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, foi alvo de um ataque com dinamites na noite desta quinta-feira (5), mas não ficou ferido, disse um porta-voz do partido MAS (Movimento Ao Socialismo) à imprensa local.

De acordo com a agremiação, um grupo de manifestantes deixou os explosivos em frente a um escritório de campanha em La Paz enquanto acontecia uma reunião de dirigentes da qual Arce participava.

O porta-voz do MAS, Sebastián Michel, disse que a explosão ocorreu na porta da casa e que ninguém ficou ferido. A polícia investiga o caso.

“Estamos muito preocupados com o que está acontecendo. Sentimos que estamos à mercê de nós mesmos, totalmente desprotegidos e ninguém nos dá a garantia necessária para a segurança de nossa autoridade”, disse Michel em entrevista a meios de comunicação locais.

Segundo o porta-voz, o presidente eleito ainda não conta com escolta das forças de segurança. Michel lamentou a existência de “grupos radicalizados” que ameaçam a propriedade e a vida das pessoas.

A posse de Arce está prevista para acontecer no domingo (8). Sua vitória nas eleições de outubro sinalizou um retorno à normalidade democrática quase um ano depois de o presidente Evo Morales renunciar, pressionado por protestos populares e pelas Forças Armadas.

Jeanine Añez, que assumiu a Presidência da Bolívia dois dias depois da renúncia de Evo, fez seu último pronunciamento à nação nesta quinta-feira (5).

“Parto feliz por ver que o convívio democrático avançou e amadurece na Bolívia. Há divergências de ideias, visões e interesses, mas ambos os lados sabem que o caminho para resolver essas diferenças é a democracia”, disse, em um discurso transmitido pela TV.

“Parto com a alegria de saber que entrego um sistema que respeita o voto popular, a lei e a liberdade política.”

Na região de Santa Cruz, reduto da direita boliviana, lideranças civis iniciaram uma greve de dois dias contra Arce. De acordo com Fernando Larach, um dos cabeças do movimento, a principal pauta dos grevistas é a exigência de uma auditoria no processo que elegeu o novo presidente.

Ex-ministro da Economia no governo de Evo, Arce venceu com mais de 55,2% dos votos, derrotando o ex-presidente Carlos Mesa, de centro-esquerda, que obteve 28,9% e o representante da ultradireita Luis Fernando Camacho, que é de Santa Cruz e recebeu 14% dos votos.

De acordo com imagens de emissoras bolivianas, havia nesta quinta alguns povoados na região em que estradas foram bloqueadas com pedaços de madeira, pneus e entulho. Em outras localidades do entorno, porém, não houve grande adesão à greve.

Desde a semana passada, Santa Cruz, a cidade mais populosa da Bolívia, tornou-se palco de protestos ocasionais contra Arce, convocados por um conglomerado de grupos civis e empresários de direita.

Os manifestantes pedem auditoria das eleições e rejeitam a polêmica decisão do Congresso, controlado pelo MAS, de reduzir o quórum necessário para aprovar determinados projetos, confirmar a promoção de generais e nomear embaixadores.

Os grupos de Santa Cruz ameaçam estender os protestos a La Paz, mas aliados de Arce preveem que as tensões devem diminuir até o domingo.

​”Nos declaramos em estado de emergência para resguardar a paz, para que não haja confronto entre irmãos nos dias de transição de poder”, disse Juan Carlos Huarachi, líder da Central Obrera Boliviana (COB), uma das principais centrais sindicais do país

 

*Com informações da Folha

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“Recuperamos a democracia e a esperança”, diz Luis Arce após contagem extraoficial

Jornada eleitoral na Bolívia neste domingo (18) foi marcada por votação pacífica e alta participação cidadã.

“Recuperamos a democracia e a esperança”. Essas foram as primeiras palavras do candidato do Movimento ao Socialismo (MAS), Luís Arce Catacora, após a divulgação da contagem rápida com 95% do padrão eleitoral, realizado pela empresa Unitel.

De acordo com os dados, o candidato, apoiado pelo ex-presidente Evo Morales, venceu as eleições realizadas neste domingo (18) já no primeiro turno. Os dados não são oficiais, mas uma pesquisa de boca de urna.

De acordo com o levantamento, Luís Arce obteve 52,4%; Carlos Mesa, 31,5% e Fernando Camacho, 14,1%.

Desde a Casa do MAS em La Paz, ao lado de apoiadores, Arce saudou os bolivianos e destacou a jornada pacífica realizada no país.

“Vamos governar para todos os bolivianos, vamos construir um governo de unidade nacional”, ressaltou antes de destacar seu compromisso com a retomada do desenvolvimento econômico do país.

Jeanine Añez, que se autoproclamou presidenta do país após o golpe de Estado contra Evo Morales também reconheceu o resultado eleitoral e a tendência demonstrada pela pesquisa de boca de urna.

“Ainda não temos a contagem oficial, mas pelos dados com que contamos, o sr. Arce e o sr. Choquehuanca ganharam a eleição. Felicito aos ganhadores e lhes peço governar pensando na Bolívia e na democracia”.

A demora na divulgação da pesquisa de boca de urna, que historicamente é difundida a partir do fechamento dos centros de votação, gerou indignação em todos os setores do país.

Mais cedo, em conferência de imprensa, o ex-presidente Evo Morales reafirmou a vitória do MAS e pediu que as entidades do país reconheçam o resultado da votação.

De acordo com a lei eleitoral boliviana, para vencer em um primeiro turno, é preciso ter 50% mais 1 dos votos ou ter 40% mais um e abrir dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado.

 

*Do Brasil de Fato

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Bolívia, Palestina e Irã: sionismo e imperialismo são palavras com o mesmo conteúdo

Pelo mundo ecoa a voz de muitos milhões de iranianos e árabes feridos na sua dignidade: “Yankees, go home!” é o grito de guerra da hora.

A palavra sionismo perdeu o sentido original que qualificava o movimento de judeus em direção a Sion, ou Monte Sião. O local seria a terra de seus ancestrais, território em Jerusalém, onde floresceu a Palestina e que também é berço de outros povos e civilizações.

Israel surgiu no pós-Segunda Guerra pelas mãos dos países vencedores, que redesenharam a geopolítica em todo o Oriente do Mediterrâneo e na Ásia Central. Se consolidou como uma cabeça de praia (ponta avançada) do capitalismo global e se tornou potência bélica e nuclear.

A partir da gestão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (2009-atual), Israel passou a ser um Estado teocrático sionista e se tornou uma ameaça permanente à paz no mundo. O país se nega a cumprir a resolução da ONU, que prevê a criação de dois Estados — o israelense e o palestino — e segue ocupando áreas palestinas, promovendo um genocídio contra essa população.

Com a evolução do capitalismo global e a consolidação da hegemonia estadunidense, o sionismo passou a atuar como uma inteligência do novo imperialismo em expansão. A grande nação norte-americana parece guiada pelos sionistas.

Por exemplo, o mais poderoso lobby no Congresso dos EUA é o sionista e que se confunde com o poderoso lobby da indústria armamentista. Wall Street, a meca do capital financeiro, é controlada por judeus, sionistas, claro. Lá estão os maiores e poderosos banqueiros planetários, como Lehman Brothers, Rothschild, Mellon, etc…

Influência religiosa

Mesmo a religião nos Estados Unidos, que histórica e hegemonicamente era protestante e anglicana, cedeu lugar ao neopentecostalismo. A antiga ética sofreu uma reviravolta sob a égide da teologia da prosperidade, que nada mais é do que a adoração ao deus dinheiro e está, portanto, intimamente vinculada ao sionismo.

Os fatos comprovam que muito além da coincidência bíblica (os neopentecostais veem Jerusalém como a Terra Santa e os sionistas como Terra Prometida), há confluência de ideologia, negócios bilionários e ocupação de espaço em favor da hegemonia do capital financeiro e dos interesses dos Estados Unidos. Deixa de ser coincidência ao fator religioso quando o objetivo é político e de poder.

Na prática, os templos denominados neopentecostais espalhadas pelo mundo nasceram nos Estados Unidos e atuam como braços desse sionismo de novo tipo, que se confunde com o nazismo naquilo de mais trágico da saga hitlerista: supremacismo racial e genocídio em massa dos desiguais.
Sionismo fora de Israel

Maurício Macri assumiu o poder na Argentina em 2015 para executar um projeto neoliberal a serviço do capital financeiro transnacional. A primeira atitude ao chegar ao governo foi privilegiar as relações com Israel. Visitas recíprocas e amplos acordos de cooperação na área de defesa, principalmente, foram realizados.

Paralelamente, houve, da parte argentina, um alinhamento da política externa aos interesses dos Estados Unidos, o que fez com que o país passasse a condenar governos progressistas, como os de Bolívia e Venezuela.

Na sequência, a Argentina descobre petróleo no sul da Patagônia; os Estados Unidos instalam uma base militar na província de Neuquén; Israel passa a patrulhar a fronteira hídrica entre Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai com barcos fortemente armados, soldados e assessores sionistas.

Interessante que, coincidentemente, a Argentina tem a maior colônia judaica na América do Sul e também é sede de uma poderosa máfia judia. Na prática, com o governo macrista, os interesses do país passaram a ser o mesmo do Estado Sionista.

 

*Paulo Cannabrava Filho/Diálogos do Sul

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Espanha condena decisão de Áñez e expulsa três diplomatas bolivianos

Medida acontece após presidente autoproclamada da Bolívia, Jeanine Áñez, expulsar representantes diplomáticos do México e da Espanha.

O governo da Espanha anunciou nesta segunda-feira (30/12) a expulsão de três diplomatas bolivianos do país como resposta à atitude da presidente autoproclamada da Bolívia, Jeanine Áñez, de classificar membros da representação diplomática espanhola como persona non grata e expulsá-los do território boliviano.

“Em reciprocidade ao gesto hostil do governo interino da Bolívia de declarar como persona non grata os diplomatas espanhóis, a Espanha decidiu, por sua vez, declarar persona non grata a três membros do quadro diplomático e consular boliviano situado em nosso país”, afirmou o governo espanhol em comunicado.

A decisão da Espanha ordenou que o encarregado de negócios, Luis Quispe Condori, o agregado militar Marcelo Vargas Barral e o agregado para assuntos policiais Orso Fernando Oblitas Siles deixem o país em até 72 horas.

Em nota, a administração espanhola disse que “rechaça taxativamente qualquer insinuação sobre uma suposta ingerência voluntária nos assuntos políticos internos da Bolívia”.

“Para a Espanha, qualquer afirmação nesse sentido constitui uma calúnia dirigida a danificar nossas relações bilaterais com falsas teorias conspiratórias”, afirmou.

Ainda no comunicado, a Espanha pediu que o governo autoproclamado da Bolívia “redirecione e rastreie o conteúdo de suas reivindicações e recupere o quanto antes o bom senso de confiança e cooperação entre nossos dois países, tão necessário agora como sempre”.

Mais cedo, Áñez classificou como persona non grata os diplomatas do México e da Espanha e também deu o prazo de 72 horas para que os representantes dos países deixem a Bolívia.

O anúncio da autoproclamada aconteceu após seu governo acusar o governo espanhol de supostamente ter tentado auxiliar na fuga de ex-ministros de Evo Morales que estão exilados na embaixada mexicana em La Paz desde o golpe de Estado que forçou a renúncia de Morales no dia 10 de novembro.

Na sexta-feira (27/12), diplomatas espanhóis visitaram a embaixada do México na capital boliviana. Após a visita, a ministra boliviana de Relações Exteriores, Karen Longaric, afirmou que pessoas “identificadas como funcionários da embaixada da Espanha na Bolívia, acompanhados por pessoas encapuzadas, tentaram entrar de maneira clandestina na residência diplomática do México, em La Paz”.

A Espanha negou qualquer ajuda de uma possível fuga de exilados bolivianos e disse que a visita foi “exclusivamente de cortesia”.

Por sua vez, a Secretaria de Relações Exteriores do México emitiu um comunicado anunciando o retorno ao país da embaixadora María Teresa Mercado “com o objetivo de resguardar sua segurança e sua integridade”.

Na quinta-feira (26/12), o México já havia anunciado que entraria com uma queixa na Corte Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda, contra o governo interino boliviano. Segundo o governo mexicano, a denúncia é devido ao movimento de militares de Áñez no entorno da embaixada mexicana e da residência oficial da embaixadora Mercado.

 

 

*Com informações do Ópera Mundi