Bolsa brasileira atinge recorde histórico

Declarações de Galípolo, provável futuro presidente do BC, agradaram ao mercado.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, alcançou nesta segunda-feira (19) um marco histórico ao atingir pela primeira vez os 136 mil pontos. Durante o pregão, o índice chegou a 136.179 pontos, estabelecendo um novo recorde de pontuação.

O otimismo no mercado financeiro tem como pano de fundo as expectativas em torno dos Estados Unidos, onde os investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, prevista para quarta-feira. Este documento pode oferecer pistas sobre as possíveis direções das taxas de juros nos próximos meses.

Além disso, na sexta-feira, a atenção estará voltada para o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, durante o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole. Powell deve apresentar uma visão mais detalhada sobre a economia dos EUA, fator que pode influenciar a próxima decisão sobre os juros, prevista para setembro.

Enquanto aguardam as novas informações, os mercados globais têm mostrado otimismo, refletido na desvalorização do dólar em várias partes do mundo. No Brasil, a moeda americana recuou para R$ 5,37, marcando uma queda significativa.

No cenário interno, declarações do diretor do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, repercutiram positivamente no mercado. Galípolo, que é o principal candidato à presidência da instituição, reforçou o compromisso da diretoria em alcançar a meta de inflação brasileira, o que contribuiu para o clima de confiança.

Às 15h10, o dólar apresentava uma queda de 1,49%, sendo cotado a R$ 5,3864, tendo atingido a mínima de R$ 5,3769. Na última sexta-feira (19), a moeda americana já havia caído 0,28%, fechando a R$ 5,4678.

Com esses resultados, o dólar acumulou uma queda de 0,85% na semana, recuo de 3,29% no mês, mas ainda registra uma alta de 12,68% no ano.

Bolsa brasileira tem a maior queda do mundo em 2020

Após forte expansão nos últimos anos, Ibovespa recua 42,5% na moeda americana.

Após uma valorização de quase 100% entre o impeachment de Dilma Rousseff (PT) até o fim de 2019, o Ibovespa segue como o pior índice global em dólares em 2020.

Em março deste ano, com a declaração da OMS (Organização Mundial da Saúde) de pandemia de Covid-19, a situação piorou e a Bolsa voltou a níveis de 2017. A saída de estrangeiros da Bolsa aumentou, e o Ibovespa passou a ser o índice global com mais perdas em dólar do mundo, de acordo com estudo do Goldman Sachs.

A forte queda de 18,7% do índice neste ano somada à forte desvalorização do real levam a Bolsa paulista a cair 42,5% na moeda americana. Segundo o banco dos EUA, a desvalorização do mercado brasileiro em março superou a média de crises anteriores —o Ibovespa teve o pior trimestre da história no início de 2020.

A Bolsa da Colômbia é a segunda que mais se desvaloriza, com perdas de 40,5% na moeda americana. Na moeda local, porém, cai mais que o Ibovespa neste ano (29,9%).

Em seguida vem a Indonésia, com queda de 31,8% na moeda americana e de 21,8% na moeda local. Logo atrás estão Chile, Turquia, México e Rússia, países cujas moedas também se depreciam ante o dólar.

Por ser um mercado líquido —de fácil venda dos ativos— que vinha de uma forte alta nos últimos anos, estrangeiros aproveitaram o momento de incerteza para realizar os ganhos no Brasil e buscar investimentos mais seguros, como dólar, ouro e títulos do Tesouro dos EUA.

A saída do investidor de fora, porém, começou em 2018, com a alta de 76% do Ibovespa entre 2016 e 2017, impulsionada pelo impeachment pelos cortes de juros —a Selic foi de 14,25% em 2016 para 6,% em 2018. Foram R$ 11,5 bilhões a menos de dinheiro estrangeiro na Bolsa em 2018 e R$ 44,5 bilhões em 2019 e, até setembro deste ano, há uma saída recorde de R$ 87,7 bilhões.

“Em 2019, a Bolsa estava alta e o dólar estava em baixa, então, tivemos muita realização de lucros. Agora, o investidor sai em busca mercados mais sólidos e dinâmicos, com recuperação mais rápida, como os Estados Unidos”, diz George Sales, professor do Ibmec. Segundo o economista, a perspectiva de recuperação lenta do Brasil, com um baixo crescimento nos últimos anos, deixa o país pouco atrativo para investidores.

“A Covid-19 foi um azar, mas o governo também não ajuda, o que gera muita oscilação no mercado. O governo tinha que ser mais discreto, mas a campanha política nunca passou. Isso assusta investidor e o de longo prazo é o primeiro a sair.”

Na última sexta (2), o ministro Paulo Guedes (Economia) protagonizou mais um desentendimento em Brasília, desta vez com o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) sobre o Renda Cidadã, cujo financiamento pode deteriorar a saúde fiscal do país, segundo especialistas. O atrito levou a Bolsa a cair 1,5%.

“A economia está muito ruim e a perspectiva futura é incerta. Já vínhamos de uma crise fiscal, que, com o coronavírus, se agravou, deixando todo mundo com pé atrás”, diz Bruno Giovannetti, professor da FGV.

Os economistas também afirmam que a crise ambiental em torno da Amazônia deixou o país mal visto pelos estrangeiros, especialmente europeus, levando-os a deixar o Brasil.

 

*Julia Moura/Folha

 

Relação comercial de Lula e Dilma com a China e as bilionárias reservas deixadas pelos petistas, salvam Bolsonaro

Que ironia!

Segundo o Infomoney, na manhã desta segunda-feira (2), Donald Trump, presidente dos EUA, surpreendeu novamente no Twitter ao dizer que vai retomar, de imediato, a imposição de tarifas a importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina, inaugurando uma nota etapa da guerra comercial.

A sua justificativa é de que ambos os países “vêm promovendo maciça desvalorização” de suas moedas, “o que não é bom” para produtores agrícolas americanos.

Assim, no pré-market da bolsa de Nova York, os American Depositary Receipts (ADRs) da Gerdau (GGBR4) chegaram a cair 3%, antes da abertura da bolsa brasileira.

O movimento se estendeu na abertura, com os ativos GGBR4 chegando a ter queda de 2,18%.

Contudo, os papéis da companhia, assim como de outras siderúrgicas, passaram de queda para ganhos, com o anúncio sendo compensado pelos dados positivos vindos da China e também com os investidores digerindo o real impacto do anúncio feito pelo presidente americano.

Já o dólar, segundo a antipetista Folha, subiu e foi a R$ 4,257 com declaração de Trump e o Banco Central interveio.

A Folha só não disse que a intervenção foi feita pelo Banco Central com uma extraordinária monta em reservas internacionais deixadas por Lula e Dilma.

Dólar vai a R$ 4,207, maior valor nominal da história

Cotação sobe 0,4% nesta segunda-feira (18) e quebra recorde

A cotação do dólar voltou a subir nesta segunda-feira (18) e fechou a R$ 4,207, maior valor nominal (sem contar a inflação) da história. O recorde em valores reais (corrigido pela inflação) é de 2002, quando a moeda chegou a R$ 4 nominalmente, que hoje seriam R$ 10,80.

O dólar está em trajetória de alta desde o leilão do pré-sal, em 6 de novembro. A expectativa do mercado era de alta participação dos estrangeiros e grande entrada de dólares no país, o que não se concretizou.

Desde então, a cotação da moeda americana acumula alta de mais de 5%, indo de R$ 3,99 a quase R$ 4,21 nesta segunda (18).

Nesta sessão, o dólar subiu 0,4% ante o real, que foi a terceira moeda emergente que mais se desvalorizou, atrás do peso colombiano e rand sul-africano. Na outra ponta, o peso chileno e o argentino se recuperam depois de fortes desvalorizações nas últimas semanas.

O movimento desta segunda (18) foi impulsionado pelo temor de investidores com o acordo comercial entre China e Estados Unidos. Os países têm negociado a meses o que chamam “fase 1” do acordo, que retiraria algumas tarifas de importação entre si.

Segundo a rede de televisão americana CNBC, chineses estariam pessimistas com relação ao acordo com a relutância do presidente americano Donald Trump em remover tarifas a importações chinesas.

Com a notícia, índices acionários americanos operam estáveis. A Bolsa brasileira cai 0,2%, a 106.345 pontos.

O risco-país medido pelo CDS (Credit Default Swap) de cinco anos sobe 1,77%, a 124 pontos, maior valor desde a aprovação da reforma da Previdência em segundo turno no Senado, em 23 de outubro. Neste período, o CDS chegou ao menor patamar desde 2013.

 

 

*Com informações da Folha

Fracasso do megaleilão significa o fracasso total da última viagem de Bolsonaro

Investidores ficaram muito decepcionados com a falta de interesse dos estrangeiros no megaleilão, diz o Infomoney, seguindo o mesmo tom de toda a mídia industrial que estava eufórica com a entrega do petróleo brasileiro à empresas estrangeiras.

Quem leu os dois artigos de Miriam Leitão no Globo, antes e depois do traque que foi o megaleilão, acha que se trata de artigos de pessoas diferentes, mas não é. A euforia de Miriam, antes, deu lugar a uma insofismável depressão com sua nítida frustração pelo fracasso dos que sonhavam entregar a maior riqueza brasileira para petrolíferas americanas.

E se não é a própria Petrobras arrematar a imensa maior parte do leilão, com uma participação ínfima de 10% de duas empresas chinesas, seria certamente o maior fracasso da história dos leilões de petróleo no mundo.

O mais interessante é que a mídia, mas principalmente a Globo, que dizia que o pré-sal existia somente na propaganda do PT, de uma semana para cá, era só euforia com a venda do pré-sal, pois a Globo refletia a própria ideia dos especuladores na bolsa brasileira. Hoje todos estão absolutamente frustrados.

Foi o maior banho de água fria que a escória golpista tomou desde que sequestraram o mandato de Dilma em 2015, porque todo o mundo mineral sabia que o principal motivo do golpe da Lava Jato, tendo à frente o juiz corrupto e ladrão, era entregar de bandeja o petróleo brasileiro às multinacionais preferencialmente americanas.

Para dar mais cores ao fracasso, o megaleilão sublinha o fiasco da viagem de Bolsonaro à Ásia e países árabes, tendo como prêmio de consolação apenas a pequena participação dos chineses. Ou seja, aquele trem fantasma saído de Rio das Pedras em viagem pelo mundo em busca de compradores para o pré-sal e investidores para o Brasil, foi 100% negativo, zero, nada.

Bolsonaro, possivelmente a figura que causa mais repulsa ao mundo, viu o tamanho de seu desprestígio global e o quanto a sua imagem é vista com repugnância até pelos capitalistas que ainda têm um mínimo de civilidade. O mundo todo sabe que o Brasil é governado por uma milícia em parceria com militares pérfidos, madeireiros, escroques, grileiros assassinos de quilombolas e índios, assim como garimpeiros sem um mínimo escrúpulo.

O resultado do megaleilão foi um recado do mundo ao Brasil de que, enquanto Bolsonaro estiver no poder e a democracia não for restaurada, o país ficará cada vez mais isolado do mundo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas